domingo, 13 de fevereiro de 2022

Rush 2: Amor a toda prova (2º Capítulo)

 Boa noite pessoal! Vamos pra mais atualizações de fanfic.



Capítulo 2: Fox On The Run

Freddie POV

 

Já fazia 1 mês que fui contratado pela Benetton. E 1 mês que não conquistei um GP. Estou me perdoando por ser meu início numa scuderia verdadeira e correr numa pista de Fórmula 1. Teve momentos que pensei em abandonar os carros e ingressar na Moto GP. Meu padrinho, Barry Sheene, me garantiu que há uma vaga para mim. E realmente adoro motos. Entretanto, o que me incomodava de fato, era Mia prosperando pela Ferrari. No último GP em São Petersburgo, fiquei em terceiro lugar muito sofrível. Depois das comemorações no pódio, fui até meu irmão e cobrei a promessa:

 

-- Oskar, você me prometeu a Ferrari. Com um carro melhor, eu poderia ser o novo Senna.

 

-- Não é tão fácil assim. – Oskar bebia água tônica e limpava a teste suada com uma toalha. – A recém está começando. Precisa adquirir experiência...

 

-- Eu sou experiente!

 

-- Em pistas e regras da Fórmula 3 e Indy. Na Fórmula 1, é diferente. São regras exigentes e pistas de curvas muito perigosas. Velocidade e habilidade andam juntas. – Oskar me encarava meio bravo e continuava. – Agora que você está abandonando aquele conhecimento de antes e agregando de forma melhor aqui. Mas precisa ser mais do que isso, Freddie. Precisa se empenhar mais.

 

E passei a fazer isso. E nestas outras corridas nem me preocupei em saber dos outros. Os outros que digo são os meus amigos. Oskar convenceu o dono da Benetton a contratar os nossos antigos colaboradores da Laurersdale Power. Certo dia no apartamento, enquanto dava a ração para Janus, meu irmão veio falar comigo.

 

-- Noel quer falar com você.

 

-- Diz que não estou.

 

-- Freddie... – Oskar suspirou cansado. – Ele insiste.

 

-- JÁ DISSE QUE NÃO!

 

Depois disso voltei aos treinos físicos de levantamento de peso e um pouco de esgrima. Meu celular tocou. Na tela, registrava ser do Noel. Ignorei e coloquei no mudo.

 

Na pausa entre um GP e outro, costumava sair. Me recusava a visitar minha mãe depois daquele dia. Entretanto, visitei o túmulo de meu pai no cemitério Putney Vale. Foi neste dia que extrapolei nas emoções. Sentei no chão, deixei as flores na pedra e falei:

 

-- Tá sabendo que sai de casa, né? – Eu ri de nervoso e olhava pro chão e um pouco para a lápide. – Não tenho falado mais com a mamãe. Nem com meus irmãos. E muito menos com Noel. Depois da minha última vitória na Fórmula 3, estava evidente que não estavam nem aí pra mim. Eu concluo... Que não tenho amigos. Nunca tive. Ou sou eu que mudei. Ou os outros. Não importa mais. Sou piloto profissional. Vou me esforçar na Benetton. Vai se orgulhar de mim, pai! Sinto sua falta!

 

-- Ele tem orgulho de você.

 

A voz atrás de mim era da minha mãe. Ela chegara com mais flores e se ajoelhou ao meu lado.

 

-- Que faz aqui? – Perguntei.

 

-- Todo mês no dia 29 venho aqui e deixo flores no túmulo dele. Tenho feito isso desde que ele se foi.

 

Ela ajeitava a lápide e limpava. Ajudei também e em seguida fizemos uma oração juntos. Saímos do cemitério. Finalmente minha mãe disse:

 

-- Noel gosta de você.

 

Me calei.

 

-- Você tem amigos. Eles se importam com você. Eu me importo com você.

 

-- Se realmente se importa comigo, por que me proíbe de correr? – Encarei minha mãe, bravo.

 

Ela também se calou. Secou os olhos porque chorou na homenagem. Já mais calma, respondeu.

 

-- Eu devia entender. – Ela me olhou e continuou séria. – Você é de maior de idade e sabe o que faz. Se quiser voltar para casa, as portas estão abertas pra te receber. Se não quiser, a gente entende. Mas sinto sua falta.

 

Ela pegou um táxi e seguiu pra casa. Quanto a mim, segui a pé.

 

E finalmente chegou o novo GP. Para meu dissabor, é na Alemanha. Desta vez, não avisei o Thomas e nem o Noel. E não vai demorar que saibam, seja na televisão ou pela Mia. Aliás, fazia tempo que não tinha notícias dela. Os treinos se intensificaram e vejo que estou veloz.

 

No dia do GP, cheguei animado e pronto. Vesti o macacão da equipe e peguei o capacete com as cores que meu pai usa e as faixas. Entretanto quando fui papear com um concorrente, avistei quem? A família Müller em peso. Sim, Thomas estava lá. E pior ainda: Franz Beckenbauer e o pai do Ned, Sepp Maier e tia Nora.

 

-- PUTA QUE PARIU! – Escapou minha exclamação.

 

O piloto adversário dava risada. Corri até o Oskar e o puxei para o canto.

 

-- Que foi?

 

-- Tommy e a miserável família do pai dele estão aqui. Até mesmo o velho capeta do Beckenbauer e o amigo tiracolo. Você convidou o Tommy?

 

-- Não. E certamente foi a Mia ou o colega dela, Schumacher.

 

-- Fala sério!

 

-- Schumacher é amigo do Beckenbauer e não esqueça que o velho Niki também.

 

Soquei a parede e voltei para o box, desanimado. Para mim, era regra que a família do Thomas me dava um azar danado. E hoje não será diferente.

 

 

Mia POV

 

Grande Prêmio da Alemanha – 15 minutos para largada

 

-- Mia, falta pouco.

 

-- Ok.

 

Fumei um pouco para me acalmar. Deveria estar segura, para quem começou pouco tempo na Fórmula 1 e ganhar dois GP, já tenho uma pontuação boa. O que me preocupava era um piloto que se tornou indiretamente, meu rival: Freddie Hunt.  Ele não estava numa scuderia grande e possuía poucos recursos. Entretanto, ele se saía melhor nestes últimos dias. Na última competição, ele poderia ter ganhado se não fosse uma leve falha no motor.

 

Essa rivalidade não vem na Fórmula 3 onde competíamos. Vem desde pequenos. Freddie era bom aluno e era um capeta nas horas impróprias. Nunca vou esquecer do dia que ele sumiu com a mochila do Max Breitner e jogou na fiação do poste e molhando os cadernos. Me perdi nos pensamentos e nem ouvi a porta se abrindo.

 

-- Mia!

 

Me engasguei com a fumaça do cigarro por causa do susto. Meu pai, Niki Lauda, campeão da Fórmula 1, me abraçava.

 

-- Fica calma, filha. Vai vencer de novo.

 

-- Não tenho tanta certeza. – Larguei o cigarro no cinzeiro e peguei meu capacete e a balaclava.

-- São seus colegas ou o Freddie? – Meu pai franzia a sobrancelha por desconfiança demonstrada.

 

-- Driblar as ofensas dos próprios colegas da scuderia não é nenhum problema. Mas a evolução do Freddie. Sinto que ele vai ganhar. Ele começa ruim e depois melhora.

 

-- Entendo. E não pense nos seus adversários. Concentre-se na pista. As curvas aqui são complicadas. Tenha cuidado.

 

-- Obrigada, pai!

 

Sai do box e antes de entrar no carro, respirei fundo e fui lá. Os mecânicos revisavam tudo do carro e sugeri uma rápida troca dos pneus. Avisei a esquerda da arquibancada minha mãe, meu padrasto e meus irmãos. Josephine era demais. Minha fiel fã. No entanto, pude ouvir mais gritos na direita. Era a família Müller. Metade dos meios irmãos do Freddie apenas os mais jovens e os por parte da Alice. Não sei por que me incomodou o fato de Nicole e Meredith Müller serem as tietes do Freddie?

 

Passei esses pensamentos pro lado e os pilotos estavam postos aos seus lugares. Freddie estava em sétimo lugar de acordo com o treino. Foi razoável.

 

Quando deu sinal da largada, acelerei com tudo e facilmente ultrapassei uns e outros me ultrapassaram. Acredito que tenho deixado Freddie bem atrás e olha que saí em quinto lugar. Alonzo me bloqueava, um tremendo cuzão. Ele nunca deixa os outros passar. Pra deixar esse espanhol comendo poeira, é necessária uma finta ou acelerar mais. Optei pela primeira alternativa e bati nele na primeira curva.

 

O piloto espanhol ainda seguia, mas atrás de mim. Agora meu medo era o Raikkonen. Ele é muito oportunista e por vezes traiçoeiro. Aproveitava toda brecha e raramente dava pane o seu carro. Um detalhe que notei que quando estou correndo, não vejo o tempo passar e nem quantas voltas dei. Na primeira parada ao pitstop, trocaram os pneus, o óleo e abasteceram o carro. A minha surpresa é que após 30 voltas, finalmente eu enxerguei o Freddie. E pior ainda: ele me ultrapassou.

 

-- Filho da... – Quase exclamo um palavrão.

 

-- Olha a boca, Mia e volta lá! – Repreendeu meu pai.

 

E travei uma batalha por ultrapassar Freddie e mais quatro pilotos, incluindo o traiçoeiro Raikkonen e meu colega de equipe, Schumacher, que está na pole position.

 

A nova surpresa foi na 45ª volta que Freddie bateu forte no Raikkonen, jogando para longe da pista. E no fim teve que se retirar. A batida causou um superaquecimento do motor e quase explodiu. Mais sorte na próxima, finlandês.

 

 

A oportunidade surgiu na quarta parada ao pitstop e o Freddie perdeu o segundo lugar pra mim. A gasolina daria pra aguentar até a 71ª pelos meus cálculos. Agora era eu e Schumacher. Me contento em ganhar o segundo lugar. E estava chegando na 68ª volta quando o motor deu falha. Não! Não! O carro parava. E estava poucos metros chegando pro pitstop. Sorte que consegui chegar e de novo Freddie Hunt chegou e voltou me ultrapassar. E ele estava mais veloz.

 

-- Arrumem logo, seus merdas! – Berrei! – Andem!

 

Às vezes, penso que a equipe trabalha em ritmo vagaroso comigo e a rapidez com Schumacher. Mal deixei um dos mecânicos ajustar os pneus e apenas abasteci e voltei a correr. Outra vez me surpreendi que meu colega perdeu a pole position para o Hunt. E ironicamente, eu ultrapassei o Schumacher. As últimas voltas eram eu e ele. Eu acelerava, Freddie também. Houve um momento que fizemos finta em algumas curvas e na última volta, o problema voltou desacelerar meu carro e Freddie avançou para a linha de chegada. Parei no meio do caminho, sai do carro e caminhei para o box da equipe. Ouvi xingamentos dos membros e meu pai novamente me abraçou.

 

-- Tudo bem, filha. Você deu seu melhor.

 

Me afastei de todos e joguei fora o capacete. Parei. Não estava com raiva do Freddie ter ganhado. Estava com raiva que a equipe não fez seu trabalho como deveria. Estava claro que ninguém naquela bosta se importava comigo e acredito que o próprio Schumacher e os outros pilotos de outras scuderias me odeiam e podem até conspirar contra mim. Um esporte que amo e desejei tanto participar, é claro alvo de preconceito as mulheres.

 

-- Mia... – Dizia meu pai.

 

-- Tudo bem, pai. – Me virei pra ele. – Só quero ir pra casa.

 

Sequer dei atenção para os jornalistas e os fãs. Apenas acenei e embarquei na limusine. Na cabeça só tinha a corrida e o Freddie. Poderia ter feito mais, conversado com a equipe para fazer melhorias, decidir estratégias e falar com o presidente. E o Freddie... era o Freddie. Reconhecia sua mudança brusca numa equipe pequena. Este ano vai ser movimentado...



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