Boa noite pessoal! Vamos pra mais atualizações de fanfic.
Capítulo 2: Fox On
The Run
Freddie
POV
Já
fazia 1 mês que fui contratado pela Benetton. E 1 mês que não conquistei um GP.
Estou me perdoando por ser meu início numa scuderia verdadeira e correr numa
pista de Fórmula 1. Teve momentos que pensei em abandonar os carros e ingressar
na Moto GP. Meu padrinho, Barry Sheene, me garantiu que há uma vaga para mim. E
realmente adoro motos. Entretanto, o que me incomodava de fato, era Mia
prosperando pela Ferrari. No último GP em São Petersburgo, fiquei em terceiro
lugar muito sofrível. Depois das comemorações no pódio, fui até meu irmão e
cobrei a promessa:
--
Oskar, você me prometeu a Ferrari. Com um carro melhor, eu poderia ser o novo
Senna.
--
Não é tão fácil assim. – Oskar bebia água tônica e limpava a teste suada com
uma toalha. – A recém está começando. Precisa adquirir experiência...
--
Eu sou experiente!
--
Em pistas e regras da Fórmula 3 e Indy. Na Fórmula 1, é diferente. São regras
exigentes e pistas de curvas muito perigosas. Velocidade e habilidade andam
juntas. – Oskar me encarava meio bravo e continuava. – Agora que você está
abandonando aquele conhecimento de antes e agregando de forma melhor aqui. Mas
precisa ser mais do que isso, Freddie. Precisa se empenhar mais.
E
passei a fazer isso. E nestas outras corridas nem me preocupei em saber dos
outros. Os outros que digo são os meus amigos. Oskar convenceu o dono da
Benetton a contratar os nossos antigos colaboradores da Laurersdale Power.
Certo dia no apartamento, enquanto dava a ração para Janus, meu irmão veio
falar comigo.
--
Noel quer falar com você.
--
Diz que não estou.
--
Freddie... – Oskar suspirou cansado. – Ele insiste.
--
JÁ DISSE QUE NÃO!
Depois
disso voltei aos treinos físicos de levantamento de peso e um pouco de esgrima.
Meu celular tocou. Na tela, registrava ser do Noel. Ignorei e coloquei no mudo.
Na
pausa entre um GP e outro, costumava sair. Me recusava a visitar minha mãe
depois daquele dia. Entretanto, visitei o túmulo de meu pai no cemitério Putney
Vale. Foi neste dia que extrapolei nas emoções. Sentei no chão, deixei as
flores na pedra e falei:
--
Tá sabendo que sai de casa, né? – Eu ri de nervoso e olhava pro chão e um pouco
para a lápide. – Não tenho falado mais com a mamãe. Nem com meus irmãos. E
muito menos com Noel. Depois da minha última vitória na Fórmula 3, estava
evidente que não estavam nem aí pra mim. Eu concluo... Que não tenho amigos.
Nunca tive. Ou sou eu que mudei. Ou os outros. Não importa mais. Sou piloto
profissional. Vou me esforçar na Benetton. Vai se orgulhar de mim, pai! Sinto
sua falta!
--
Ele tem orgulho de você.
A
voz atrás de mim era da minha mãe. Ela chegara com mais flores e se ajoelhou ao
meu lado.
--
Que faz aqui? – Perguntei.
--
Todo mês no dia 29 venho aqui e deixo flores no túmulo dele. Tenho feito isso
desde que ele se foi.
Ela
ajeitava a lápide e limpava. Ajudei também e em seguida fizemos uma oração
juntos. Saímos do cemitério. Finalmente minha mãe disse:
--
Noel gosta de você.
Me
calei.
--
Você tem amigos. Eles se importam com você. Eu me importo com você.
--
Se realmente se importa comigo, por que me proíbe de correr? – Encarei minha
mãe, bravo.
Ela
também se calou. Secou os olhos porque chorou na homenagem. Já mais calma,
respondeu.
--
Eu devia entender. – Ela me olhou e continuou séria. – Você é de maior de idade
e sabe o que faz. Se quiser voltar para casa, as portas estão abertas pra te
receber. Se não quiser, a gente entende. Mas sinto sua falta.
Ela
pegou um táxi e seguiu pra casa. Quanto a mim, segui a pé.
E
finalmente chegou o novo GP. Para meu dissabor, é na Alemanha. Desta vez, não
avisei o Thomas e nem o Noel. E não vai demorar que saibam, seja na televisão
ou pela Mia. Aliás, fazia tempo que não tinha notícias dela. Os treinos se
intensificaram e vejo que estou veloz.
No
dia do GP, cheguei animado e pronto. Vesti o macacão da equipe e peguei o
capacete com as cores que meu pai usa e as faixas. Entretanto quando fui papear
com um concorrente, avistei quem? A família Müller em peso. Sim, Thomas estava
lá. E pior ainda: Franz Beckenbauer e o pai do Ned, Sepp Maier e tia Nora.
--
PUTA QUE PARIU! – Escapou minha exclamação.
O
piloto adversário dava risada. Corri até o Oskar e o puxei para o canto.
--
Que foi?
--
Tommy e a miserável família do pai dele estão aqui. Até mesmo o velho capeta do
Beckenbauer e o amigo tiracolo. Você convidou o Tommy?
--
Não. E certamente foi a Mia ou o colega dela, Schumacher.
--
Fala sério!
--
Schumacher é amigo do Beckenbauer e não esqueça que o velho Niki também.
Soquei
a parede e voltei para o box, desanimado. Para mim, era regra que a família do
Thomas me dava um azar danado. E hoje não será diferente.
Mia
POV
Grande
Prêmio da Alemanha – 15 minutos para largada
--
Mia, falta pouco.
--
Ok.
Fumei
um pouco para me acalmar. Deveria estar segura, para quem começou pouco tempo
na Fórmula 1 e ganhar dois GP, já tenho uma pontuação boa. O que me preocupava
era um piloto que se tornou indiretamente, meu rival: Freddie Hunt. Ele não estava numa scuderia grande e possuía
poucos recursos. Entretanto, ele se saía melhor nestes últimos dias. Na última
competição, ele poderia ter ganhado se não fosse uma leve falha no motor.
Essa
rivalidade não vem na Fórmula 3 onde competíamos. Vem desde pequenos. Freddie
era bom aluno e era um capeta nas horas impróprias. Nunca vou esquecer do dia
que ele sumiu com a mochila do Max Breitner e jogou na fiação do poste e
molhando os cadernos. Me perdi nos pensamentos e nem ouvi a porta se abrindo.
--
Mia!
Me
engasguei com a fumaça do cigarro por causa do susto. Meu pai, Niki Lauda,
campeão da Fórmula 1, me abraçava.
--
Fica calma, filha. Vai vencer de novo.
--
Não tenho tanta certeza. – Larguei o cigarro no cinzeiro e peguei meu capacete
e a balaclava.
--
São seus colegas ou o Freddie? – Meu pai franzia a sobrancelha por desconfiança
demonstrada.
--
Driblar as ofensas dos próprios colegas da scuderia não é nenhum problema. Mas
a evolução do Freddie. Sinto que ele vai ganhar. Ele começa ruim e depois
melhora.
--
Entendo. E não pense nos seus adversários. Concentre-se na pista. As curvas
aqui são complicadas. Tenha cuidado.
--
Obrigada, pai!
Sai
do box e antes de entrar no carro, respirei fundo e fui lá. Os mecânicos
revisavam tudo do carro e sugeri uma rápida troca dos pneus. Avisei a esquerda
da arquibancada minha mãe, meu padrasto e meus irmãos. Josephine era demais.
Minha fiel fã. No entanto, pude ouvir mais gritos na direita. Era a família
Müller. Metade dos meios irmãos do Freddie apenas os mais jovens e os por parte
da Alice. Não sei por que me incomodou o fato de Nicole e Meredith Müller serem
as tietes do Freddie?
Passei
esses pensamentos pro lado e os pilotos estavam postos aos seus lugares.
Freddie estava em sétimo lugar de acordo com o treino. Foi razoável.
Quando
deu sinal da largada, acelerei com tudo e facilmente ultrapassei uns e outros
me ultrapassaram. Acredito que tenho deixado Freddie bem atrás e olha que saí
em quinto lugar. Alonzo me bloqueava, um tremendo cuzão. Ele nunca deixa os
outros passar. Pra deixar esse espanhol comendo poeira, é necessária uma finta
ou acelerar mais. Optei pela primeira alternativa e bati nele na primeira
curva.
O
piloto espanhol ainda seguia, mas atrás de mim. Agora meu medo era o Raikkonen.
Ele é muito oportunista e por vezes traiçoeiro. Aproveitava toda brecha e
raramente dava pane o seu carro. Um detalhe que notei que quando estou
correndo, não vejo o tempo passar e nem quantas voltas dei. Na primeira parada
ao pitstop, trocaram os pneus, o óleo e abasteceram o carro. A minha surpresa é
que após 30 voltas, finalmente eu enxerguei o Freddie. E pior ainda: ele me
ultrapassou.
--
Filho da... – Quase exclamo um palavrão.
--
Olha a boca, Mia e volta lá! – Repreendeu meu pai.
E
travei uma batalha por ultrapassar Freddie e mais quatro pilotos, incluindo o
traiçoeiro Raikkonen e meu colega de equipe, Schumacher, que está na pole
position.
A
nova surpresa foi na 45ª volta que Freddie bateu forte no Raikkonen, jogando
para longe da pista. E no fim teve que se retirar. A batida causou um
superaquecimento do motor e quase explodiu. Mais sorte na próxima, finlandês.
A
oportunidade surgiu na quarta parada ao pitstop e o Freddie perdeu o segundo
lugar pra mim. A gasolina daria pra aguentar até a 71ª pelos meus cálculos.
Agora era eu e Schumacher. Me contento em ganhar o segundo lugar. E estava
chegando na 68ª volta quando o motor deu falha. Não! Não! O carro parava. E
estava poucos metros chegando pro pitstop. Sorte que consegui chegar e de novo
Freddie Hunt chegou e voltou me ultrapassar. E ele estava mais veloz.
--
Arrumem logo, seus merdas! – Berrei! – Andem!
Às
vezes, penso que a equipe trabalha em ritmo vagaroso comigo e a rapidez com
Schumacher. Mal deixei um dos mecânicos ajustar os pneus e apenas abasteci e
voltei a correr. Outra vez me surpreendi que meu colega perdeu a pole position
para o Hunt. E ironicamente, eu ultrapassei o Schumacher. As últimas voltas
eram eu e ele. Eu acelerava, Freddie também. Houve um momento que fizemos finta
em algumas curvas e na última volta, o problema voltou desacelerar meu carro e
Freddie avançou para a linha de chegada. Parei no meio do caminho, sai do carro
e caminhei para o box da equipe. Ouvi xingamentos dos membros e meu pai
novamente me abraçou.
--
Tudo bem, filha. Você deu seu melhor.
Me
afastei de todos e joguei fora o capacete. Parei. Não estava com raiva do
Freddie ter ganhado. Estava com raiva que a equipe não fez seu trabalho como
deveria. Estava claro que ninguém naquela bosta se importava comigo e acredito
que o próprio Schumacher e os outros pilotos de outras scuderias me odeiam e
podem até conspirar contra mim. Um esporte que amo e desejei tanto participar,
é claro alvo de preconceito as mulheres.
--
Mia... – Dizia meu pai.
--
Tudo bem, pai. – Me virei pra ele. – Só quero ir pra casa.
Sequer dei atenção para os jornalistas e os fãs. Apenas acenei e embarquei na limusine. Na cabeça só tinha a corrida e o Freddie. Poderia ter feito mais, conversado com a equipe para fazer melhorias, decidir estratégias e falar com o presidente. E o Freddie... era o Freddie. Reconhecia sua mudança brusca numa equipe pequena. Este ano vai ser movimentado...
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