sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Laços do Blues (4º Capitulo)

Agora partimos para o 4º capitulo. Enfim, Rosie e Eric dão seu primeiro beijo e Marianne e Ginger é o mais novo casal a entrar na fanfic.


Capitulo 4: I'm So Glad

Rosie POV

Ainda não acreditava que Eric Clapton apareceu aqui na minha casa, ou melhor, na república onde eu moro com meus amigos da faculdade. Quem estava totalmente alegre era Marianne. Não é pra menos. Depois de arrebatar o coração do baterista Ginger Baker, ela ficou procurando sua melhor roupa,  seu melhor sapato, visualizou revistas de moda pra saber qual penteado era perfeito num show de rock. Marianne teve seu dia de beleza.

Quanto a mim, fui trabalhar com Sr. Benson no escritório e depois fomos para a faculdade, onde ele teria uma reunião com reitor para decidir os últimos detalhes do show, se não teria riscos de acidentes ou assaltos à mão armada.  Felizmente tudo resolvido e rumamos ao salão onde tem um palco bem armado com caixas de som e muitos amplificadores conectados.  Os roadies  já deixavam os instrumentos selecionados os testes e afinação. O grupo estava ali no palco, tocando o que parecia ser uma música. Vi Ginger olhando sua bateria pra certificar que ninguém a tirou do lugar, Jack ajeitava uma das cordas do seu baixo e Eric baixando o som de sua guitarra de acordo com ambiente.  Fiquei olhando pra ele enquanto Benson conversava com a equipe do palco e com grêmio organizador de eventos sociais da faculdade.  Permaneci ali, seduzida por aquele homem vindo de Ripley. Era como se um laço mágico me unia a ele. Talvez ele sentisse o mesmo que eu. Quem sabe...

Sem querer, chutei uma lata de refrigerante e todo mundo ficou assustado por causa do tamanho eco provocado. E advinha quem notou? Para meu desprazer não era Eric e sim o desagradável e tarado Jack Bruce. Aquele baixista tinha mesmo um jeito de tarado, louco e bipolar, para todos o chamarem de Dr. Jekyll .

-- Ora, ora, se não é a bela secretária do Benson. – Disse o baixista e caminhando em minha direção.

-- Me desculpe. Não era minha intenção de interromper todos vocês.

Tentei me desculpar com ele e com os outros dois. Eric não disse nada, apenas sorriu pra mim daquele jeito que amo.
Retirei-me rápido dali se não ia sofrer mais constrangimentos. Alguém segura meu braço e me virei pra saber quem era. Ginger Baker, o baterista ruivão (e de barba feita) respirava com dificuldade.

-- Ouça... --- Ele dizia enquanto reunia mais oxigênio. – Aquela sua amiga... A tal Marianne... Ela vai aparecer no show?

-- Vai sim, ela me confirmou hoje. Eu e ela estaremos hoje a noite.

-- Oh muito obrigada, senhorita. Você é mesmo uma garota e tanto. Não é a toa que Eric gostou tanto de você.

Ginger voltou para o palco, desta vez caminhando e não correndo como antes fez.

Onze e cinquenta da manhã eu fui pra casa almoçar e descansar. Acabei tirando um cochilo e nele sonhei com o adorável Eric Clapton...

Não vou dar detalhes do meu sonho, pois contém umas cenas... Inapropriadas em serem descritas.
Acordei umas desesseis da tarde e o show era às dezenove horas. E para piorar, não escolhi uma boa roupa. Para minha sorte, tinha umas libras para gastar e as lojas só fechavam as dezessete. Voei até o centro e comprei um vestido roxo de pequenas estrelinhas de lantejoulas brilhantes, uma blusa manga longa branca, um par de sapatos pretos e brincos discretíssimos.

Passei aquela tarde toda arrumando meu quarto (fui muito bagunceira), a casa e depois dedicar para meu visual. Marianne também se aprontava toda e ficava gemendo por Ginger Baker a ponto de Mike tirar sarro daquela situação.

18h30. Meia hora pro show. A turma toda tinha ido pro show e só Marianne e eu ficamos em casa para nos arrumar.
-- Rosie, não se atrase. O táxi está lá fora nos esperando. Rápido, mocinha de Liverpool! Não quero perder a única chance de ver Ginger Baker no palco.

-- Ok, estou pronta! Vamos logo!

Entramos no táxi e menos de vinte minutos chegamos à faculdade.  Todos os alunos estavam ali para assistir um show de rock nunca antes acontecido naquele local, desde que os Beatles surgiram.

Via Marianne elétrica de tanta felicidade.

-- Nossa, Rosie! Não fico assim desde que fui ver Os Kinks se apresentarem na TV Blackpool*. É simplesmente maravilhoso pra mim!

-- Sei muito bem como é. Senti isso quando vi Os Beatles no London Palladium.**

-- Você é mesmo uma garota sortuda, amiga!

Finalmente o show começa. O grupo entra, faz um rápido teste de som nos microfones e instrumentos pra enfim, falarem com público.

-- Boa noite! Para quem não sabe ou sabe, somos o Cream. Esse guitarrista meio retraído, garotas, é o Eric Clapton. O baterista é Ginger Baker e eu sou Jack Bruce, seu humilde vocalista e baixista. Vamos pessoal?

-- AGORA, TOCAREMOS “I FEEL FREE”! – Gritou o baterista.

Além de “I Feel Free”, eles tocaram “Spoonful”, “The Coffee Song” e outras músicas do primeiro disco deles, junto com alguns covers de alguns cantores de blues.  O show estava chegando ao fim. Eric me viu entre as pessoas. Ela sabia há muito tempo que tinha ficado ali. Parece que ele esperou o tempo certo pra finalmente cantar e olhar pra mim. E foi justo no momento em que ele toca “I’m So Glad”.

I´m so glad
i´m so glad
i´m glad, i´m glad, i´m glad

tired of weeping
tired of moaning
tired of groaning for you

don´t know what to do
don´t know what to do
don´t know what to do

Não é preciso dizer que eu e todos os estudantes agitamos legal aquele salão de shows. No fim da música eles se despediram e Eric deu uma última olhada pra mim. Foi então que saquei. Eu tinha de vê-lo logo antes que outra garota o achasse.

Procurei Marianne e não a encontrei. Entrei em pânico quando alguém de novo toca meu braço. Era Ginger Baker de novo... e acompanhado da Marianne.

-- Vem com a gente. O Clapton está esperando no camarim.

Segui com eles até os bastidores. Ginger abriu a porta e aparentemente o camarim estava vazio, com exceção de uma porta fechada e um barulho meio estranho, assemelhado a gemidos e fornicação.
.
-- Se eu fosse você, não entrava nessa porta. O Jekyll está “ocupado”.

-- Ah, muito obrigada. – Era um alivio saber que não era o Clapton naquela porta e sim o taradão.

Eric saiu do provador de roupas só de calça e sapato e ficou envergonhado quando me viu ali e tratou de vestir uma camisa.

-- Achei que tivesse se esquecido de mim. – Ele disse tentando disfarçar sua vergonha.

-- Como posso me esquecer de um homem tão incrível como você?

Encarei fundo naquele par de olhos tímidos e ao mesmo tempo sedutores. Havia ali um pingo de ternura, embalada ao som do blues. E num piscar de olhos, ele me abraçou, tocou meu rosto e me beijou sedentamente de paixão.

Parei o beijo para saber onde está Marianne e para minha surpresa, ela e Ginger estavam se pegando no sofá.

-- Eu levo você e sua amiga para casa.

Eric cumpriu com a palavra, mas Ginger foi junto. Ele e Marianne ficaram no banco de trás trocando carinho até chegar a casa.  Na porta de casa, Eric ainda me beijou e sussurrou no meu ouvido.

-- Quero te ver de novo amanhã.

E perguntei:

-- Quando?

-- Amanhã à noite. Teremos um sábado só pra nós.

Eu e minha amiga ficamos na janela pra ver o carro saindo de nossas vistas e Ginger gritando apaixonadamente.

-- EU TE AMO, MARIANNE!!!

-- TAMBÉM TE AMO, GINGER!

Uma noite como essa, foi um agito e não tirarei da cabeça. Mal posso esperar pro sábado de noite.


Continua...


*Em breve uma fanfic dos Kinks e com Marianne como protagonista.
**Referência a fanfic Lembranças de uma Fã.

Um comentário:

  1. Sua história está ótima! Por favor, não pare de escrever!

    Caroline Muniz- RJ

    ResponderExcluir