quinta-feira, 20 de setembro de 2012

PS I Love You, John! (último capitulo)


Atenção, leitor(a): É neste capítulo que tem a cena NC-17 (proibida para menores de 18 anos)

Capitulo 2: Segundo encontro, surpresa e despedida.


–-O que????—Essa é a pergunta que minha grande amiga, Jane Berkley fez de olhos bem grandes de espanto.
–- Pois é amiga. Mas não sei, sabe? Não é recusa não. E sim se é mesmo verdade. John tem fama de ser meio mulherengo...
–Meio Mulherengo?!—Indagou minha outra amiga, Suzan Hardison. – Ele é uma ave de rapina de tão pegador isso sim, Rosie!
–- Mas será que devo ir?—Deu para perceber que fiquei com muito medo se devia ir ou não, já que mamãe não me deixava ir para outros lados da cidade a não ser da galeria para casa e vice-versa.
–- Está com medo, né?—Insistiu Jane
–-Eu? Claro que não!
–-Então prove!—Falaram as duas em coro.
Como provar que não estava com medo? Pensei e pensei numa desculpa e nada. Até que...
–-Se você não for Rosie, eu vou, mas para me encontrar com Macca. – Disse Jane, que tanto amava Paul. Se minha irmã Vivian souber disso, ia haver banho de sangue das rivais. E rapidamente falando, na época em que Paul anunciou seu noivado com Jane Asher, todas as fãs dele ficaram felizes... Menos Vivian e a Berkley. Já deu para entender o porquê, não é? E diante de tal ultimato, me levantei e disse firmemente.
–- Nem pensar, Jane! John me convidou e... Eu vou!!!
–- Vai ter que provar para nós!—Ainda desafiou Suzan. Bom o desafio foi lançado.
Sexta-feira, 14h da tarde e um dia lindo fazia. Tive sorte, muita sorte, pois naquele dia a galeria fechou mais cedo. Tia Julia teve de ir para casa resolver uns problemas e resolvi ficar um pouco mais na rua para passear. Minhas amigas foram juntas. Fomos até o local do meu encontro. Pegamos nosso ônibus e conseguimos chegar na Av. Saint Julius, 12. Caminhamos um pouco e paramos em frente a um prédio bem luxuoso. Talvez um dos hotéis mais chiques de toda Merseyside, Liverpool Blue Stars Hotel.
–- Chegamos, amiga.
–- Agora é com você.
O problema é: como entrar no hotel sem ser barrada? Mais uma vez pensei numa estratégia de guerra.
–- Meninas tenho uma idéia!
–- Fale.
–- Você e Sue tentam falar com recepcionista e enrole ele bem na conversa e enquanto isso eu entro sem ser notada.
–- A idéia é ótima, mas quer brincar de espiã?—Suzan gosta de ser sarcástica em momentos de pessimismo.
–- Não é brincadeira. É ação, Sue e Jane. Então, vamos nessa!!
O plano deu inicio. As garotas ficaram conversando com jovem recepcionista que aceitava o papo delas. Entrei bem disfarçadamente, cumprimentei todos os hóspedes como se fosse também um deles. No papel onde Lennon escreveu, ele deixou o número do quarto que era o 123 no 3º andar. Entrei no elevador, apertei o botão do meu destino e fui. Chegando no 3º andar, só dei quatro passos e olhei para a porta a direita. Sim, o número 123.
Mas tive uma surpresa. Oh sim! Bati na porta bem discreta e como por mágica, ela se entreabriu um pouco. Meu coração deu aquele disparate de nervosismo. Mesmo assim resolvi entrar. Fechei a porta e adentrei o aconchegante cantinho dos Beatles. A sala era bem ampla, com uma mesinha cheia de papéis e uns cadernos pequenos. Decerto dos compositores do grupo. A cozinha também era grande e impecavelmente limpa. Caminhei na suíte deles até encontrar o quarto deles ou dele. O quarto era lindo e bem arrumado e a cama quase ao estilo king-size. Na cadeira, havia um terno bem passado e um papel escrito: Propriedade de John Lennon
Aí então saquei: estava no quarto dele. No criado mudo peguei o caderno dele e abri uma página qualquer. Li os primeiros versos lindos e cativantes. Perdida no deleite da leitura, não ouvi a porta da sala se abrindo e fechando e mais tarde a pessoa entrando no quarto onde me localizava.
Só notei quando soou uma exclamação perto de mim. Era dele.
–- Gostou da minha poesia, musa?
–-Ahhhh!!! Você!!!
Ele riu um pouco da situação um tanto divertida.
–- Bem, eu...
–- Não precisa se explicar, musa. —Ele tirou o caderno de minhas mãos e jogou no chão. E com a voz mais sedutora que já ouvi, falou:- - Precisava mesmo ter ver uma última vez.
Oh meu deus! John estava me cantando?! De novo meu coração bateu muito rápido, meu rosto pegava fogo, mais que o corpo do herói Tocha Humana. As mãos tremiam demais e depois foram tocadas pelo par de mãos grandes de Lennon. Aquele toque era quente e acolhedor. Sentamos na cama e encarei fundo em seus olhos. Aqueles olhos claros, encarando depois os meus esverdeados olhos. E depois foi tudo meio rápido de compreender. Ele estava me beijando. Beijando de um modo tão calmo e sensual. Suas mãos me acariciavam com mistura de tranqüilidade e rapidez. Desvencilhei-me dos seus toques.
–-Espere!—Falei com alerta em minha voz. – Isso não está certo.
Ele baixou o olhar. Parece que o encanto foi quebrado. E tudo foi culpa minha por não aceitar.
–- Não amo a Cynthia. Mas ela engravidou e me sinto preso ao relacionamento....
–-Então quer uma aventura com uma menina de dezoito anos, moradora de Liverpool?—foi o que perguntei bem direta.
Outra vez a tristeza invadiu em nós. Ao que parece, fiz cair à ficha dele, mas daí veio outra bomba.
–- Eu não sei. Não costumo sair com minhas fãs e muito menos notar algumas características. Digo, gosto do jeito como me amam e tudo mais, afinal é assim que amam seus ídolos. No entanto, você é diferente. Desde o show no Palladium, não consegui tirar sua imagem da cabeça. Quando pensava em ti, sentia vontade de te encontrar e ao mesmo tempo expressar todo meu sentimento nas canções. Paul chegou a me perguntar se estava pensando em outra mulher na ausência de Cyn e minha resposta foi obvia: sim. Mas sei de uma coisa: não é desejo carnal, é algo mais profundo, mais espiritual. Mais nobre. Talvez isso seja... Amor.
Amor. Uma palavra que soa como música. Um sino dos anjos. Palavra tão bem vista nas canções dos Fab Four. Sorri com aquela justificativa dele, contudo tinha algo perturbando no local.
–- Mesmo assim... —Minha voz falhava à medida que prosseguia. – Não podemos ficar junto.
–- Eu sei musa. Pelo menos, deixe-me ama - lá uma última vez.
Meu senso ético dizia para não obedecer. Mas meu coração falou outra coisa: siga em frente!
Voltamos a nos beijar com mais intensidade e o número de carícias aumentou, desta vez resolvi criar atitude e minhas mãos tatearam todo o corpo do meu amado ídolo do rock. Aos poucos nossas roupas saiam como de forma natural, nem eu e ele percebemos. Aquele momento era unicamente nosso. E ali mesmo ia perder minha virgindade. Quando ficamos nus e deitados, tive de falar sobre minha sexualidade.
–-Sou virgem. —Falei sem medo algum.
–- Tem certeza que quer isso?—Logo depois de colocar a proteção na virilidade rija, ele demonstrou um pouco de insegurança na pergunta, mas eu consegui tranqüilizar meu amado.
–- Estou segura das minhas atitudes. Quero esse momento muito especial para nós.
Mais uma vez ele sorriu. Lennon me abraçava e beijava meu pescoço enquanto a mim só gemia baixo e permitia mais e mais seus toques tão cálidos e suaves.
–- Prometo que não vai doer tanto assim, musa. E se acontecer isso, eu paro. Está bem?—Advertiu e prestes para o próximo ato.
–-Sim. Não temo nada.
John começou com leves e lentas investidas e o nosso beijo continuava sendo mais quente. Segundos depois a velocidade das estocadas foi acelerando a medida que nosso carinho íntimo era bem mais ousado. Se antes meus gemidos e sussurros eram quase inaudíveis, foi ampliando até se transformar em gritos de prazer.
John avançava mais rápido e botava mais força para derrubar de vez minha preciosa virgindade. Juntamos nossas mãos e no último avanço, tive meu primeiro orgasmo aos gritos. John também conseguiu gozar. Ofegantes e com os corpos suados, ficamos abraçados por um tempo. Lennon sussurrava palavras lindas, cantava trechos de suas músicas e me chamava de “sua musa inspiradora”.
Adormecemos em meia aquela tarde maravilhosa de Liverpool.
16h no hotel. Acordei e me levantei sem causar ruídos para ele. Vesti-me rápido e depois arranquei uma página do caderno jogado no chão e escrevi algo carinhoso.
Obrigada pela tarde de verão mais mágica de minha vida.
Posso ser sua musa, mas para mim você é meu deus grego inspirador de minhas pinturas.
E como diria em ‘PS I Love You’:
Enquanto escrevo esta carta
Mando meu amor pra ti
Lembre-se que eu sempre
Estarei apaixonada por você.
Da sua amada fã, Rosie Donovan
Saí do hotel do mesmo modo que entrei sem ser notada. Na porta, fiz sinal para minhas amigas e elas se despediram do amiguinho que fizeram na recepção.
A primeira curiosa foi Jane.
–- Como foi o encontro com mais lindo dos Beatles?
Dei minha costumeira risadinha e no tom bem divertido, falei:
–- O melhor da minha vida!!!
Elas me olharam como se não acreditassem em mim e que tudo aquilo é uma grande mentira.
Depois daquele dia, passei admirar mais e mais meu adorável beatle e pintava mais quadros dele, uns eram fotos dos discos, outros refletiam um pouco do nosso “encontro”.
Anos depois em 2008...
Estou na casa de Maya, a filha da minha falecida irmã Vivian. Mesmo sozinha no casarão, relembrei as cenas da semana mais linda que tive em 1964 e principalmente a do meu encontro com John. O momento que passo não é dos melhores, pois minha sobrinha sofreu com mais duas fatalidades em sua vida, as mortes do noivo Robert Daniels e seu pai Paul Hemingway. Enquanto minha garotinha partiu rumo ao verdadeiro destino, eu decidi ficar na casa deles. E foi graças a essas doces recordações que me ajudaram a esquecer da sombra dos meus problemas.
Guarde estas palavras:
Enquanto não estamos juntos
Fique com todo o meu amor para sempre
P.S. Eu amo você
Você, você, você
FIM

Lista de personagens
Roselyn (Rosie) Anne Donovan- Filha mais velha da família Donovan, é estudante e pintora. Ama ouvir Rock’N’ Roll e principalmente o grupo Beatles.
Vivian Danielle Donovan – Filha caçula. Tem 10 anos de idade e é muito precoce e esperta. Também gosta dos Beatles e muito ano depois, já em idade adulta e casada, tem uma filha, Marie, que se tornará a detetive Maya.
Martha Donovan- Mãe de Rosie, Vivian e do desaparecido (mal mencionado) Nigel. Mãe rigorosa na educação, mas amorosa.
Julia Donovan- Irmã de Martha e tia das garotas. É uma talentosa pintora e ajuda Rosie a ampliar suas habilidades em artes plásticas.
Vem aí...
O Tesouro de Merlin
Aguarde!

Nenhum comentário:

Postar um comentário