segunda-feira, 7 de maio de 2012

Give Me Love (capitulo 2)







Capitulo 2: O inicio de um dia


Suzan POV

Ainda não acreditava que me esbarrei com George Harrison. Justo o George, meu adorado guitarrista. Eu que tanto desejei ser uma sortuda como minha amiga Rosie Donovan, que conseguiu um feito histórico de arrancar um autógrafo do John Lennon sem fazer escândalo e ainda por cima conhecê-lo pessoalmente. Agora sou eu que tenho oportunidade.
Entrei devagarzinho na sala de aula, estávamos tendo aula de História com a Sra. Vanderbilt, uma professora de quarenta e quatro anos que reclama demais por permanecer em Liverpool e desejava morar na Irlanda. A qualquer momento vou dizer pra essa solteirona largar tudo e ir mesmo morar em Dublin.
-- Sabia que está atrasada de novo, Sue? – Sussurou Rosie, que senta atrás de mim, formando dupla com minha outra amiga, Jane Berkley.
-- Eu sei disso. - Respondi entre risinhos. Sim, ainda estava sob o efeito da alegria de hoje de manhã. – E também tenho uma novidade pra contar!
-- Jura? - Os olhos de Jane brilharam no instante que disse a palavra. Sabia que ela curtia novidades, ainda mais relacionadas às bandas que mais gostamos, sobretudo os Beatles.
-- Atenção, alunos!—A voz estridente da Sra. Vanderbilt impediu de falar minha noticia extraordinária. – Hoje vocês farão uma redação de 30 linhas sobre a Revolução Industrial, para entregar hoje às dez e vinte.
-- Aaahh...!! – Essa foi a exclamação preguiçosa de todos nós, inclusive eu. Primeiro, odiava redações e segundo ia me consumir um bocado de tempo escrevendo sobre a era industrial na Inglaterra vitoriana. Desse jeito não irei ao meu encontro com George. Mas espere! Eu adoro George Harrison e fui eu quem o convidou para sair. Então por ele faço todo esse sacrifício.
-- Sem reclamações, gente. Comecem a fazer!
Todos abaixaram as cabeças e seguiram escrevendo numa folha do caderno de redação e eu super concentrada, comecei a escrever. De inicio as palavras não saíram de jeito nenhum, mas por mágica me surgiram letras, frases e imagens históricas. Lembrei-me de quando estudei para a prova e tinha como tema a Revolução Industrial. A engrenagem da minha escrita começou a funcionar e minhas mãos descreveram tudo.
Quando cheguei à metade, Jane se levantou e foi entregar sua redação para a professora. Em seguida foi à vez de Rosie e mais uns quatro alunos cumpriram com a tarefa.  Ainda escrevia quando Jane me chamou a atenção.
-- Diga, Suzan. O que queria mesmo nos contar?
Aproveitei a distração da professora numa conversa com um aluno contestador e me virei para contar.
-- Eu vou sair com George Harrison!
-- O QUÊ???—Exclamaram Jane e Rosie com um tom alto para a Sra. Vanderbilt ouvir e nos repreender.
-- Quietas todas vocês! Mais uma conversa que ouvir das senhoritas e eu vou anular suas redações. Entenderam?
-- Sim, Sra. Vanderbilt.
Vi Jane e Rosie saindo da sala depois do xingamento e dizendo que vão me esperar.  E ainda restavam uns quinze minutos para encerrar a redação.


George POV(nove e quarenta da manhã)

Por sorte mesmo ninguém me reconheceu. Não só por que não usava meus ternos bem passados e sim me escondia verdadeiramente como um espião. Olhava a cada instante para o colégio onde minha adorada “nova amiga” estudava. Se ela me garantiu se encontrar comigo, nesta árvore gigante às dez e meia, então devo confiar em sua promessa.
O que não contava era a presença (quase imperceptível) do Ringo Starr.
-- Hey, George! O que está fazendo aqui nesta árvore?
-- Estou... Esperando alguém neste colégio.
-- Espera depois. Vamos rápido ali no estúdio. O Brian quer nos falar sobre a gravação do próximo single.
-- Cara, não dá! Eu vou esperar a Suzan e...
-- Opa, quem é Suzan? – Espantou Ringo. Droga, não devia falar dela.
-- Ok, vamos pro estúdio onde vou contar tudo.
Chegando lá, os outros dois, John e Paul, escreviam e trocavam idéias para as músicas e melodias que deve ser adicionadas ou não. Afastamos-nos um pouco para eles não nos ouvirem.
-- Não conta pro Brian. Eu vou sair com um broto lindo.
-- Ah é? Aposto que é a Pattie Boyd. Afinal ela deu muita chance para você. —Disse Ringo, todo animado e meio esquecido da menina Suzan na qual mencionei antes.
-- Não é com a Pattie. É uma garota de Liverpool.
-- Cara, cuidado com essas garotas. Elas querem sair com nós porque somos famosos. – Agora o baterista ficou em alerta. Na verdade ele sempre ficou em alerta para tudo.
-- Eu sei, cara. Mas essa garota é bem linda. Eu quero apenas uma chance de...
Antes mesmo de falar o que gostaria, Brian se intromete.
-- Uma chance do que mesmo, George?
Droga, mil vezes, droga!
-- Uma chance de poder cantar mais uma música, Brian. Poxa, gostaria muito de cantar mais músicas junto com Paul e John.
-- Eu também quero cantar, Brian. – Agora Ringo me ajudou na persuasão.
-- Hum... Não sei, viu? Mas farei o que estiver ao meu alcance. Não garanto nada.
Assim que ele saiu, Ringo e eu continuamos a conversar sobre meu encontro.
-- Agora entendi tudo, George. A menina que disse antes, a Suzan, é com ela que vai se encontrar, é?
-- Essa mesma. E quanto tempo o Brian vai ficar nos consumindo com balelas?
-- Está louco de vontade de ir não é?
-- O que acha?
-- Tá, ok! Vamos ver o que o todo-poderoso da NEMS quer falar pra nós.
Juro por tudo que a reunião que Brian sempre faz com a banda é uma eternidade. Parece sermão dominical na igreja aonde eu ia. Olhei o relógio no pulso e tremi de medo pelo horário. Eram dez e quinze. Nossa, quando ele vai parar de falar?
-- ... E é isso, pessoal. Tenho certeza que o próximo single vai vender mais. Agora tenho que ir para a reunião da NEMS. E vocês ficam aqui no estúdio. Não saiam por nada neste mundo, a menos que sejam corajosos o bastante para enfrentar a horda de fãs malucas por vocês.
-- Muito engraçado, Sr. Epstein. Vamos nos comportar, promessa. – Disse Paul ao pegar o caderno e recomeçar a escrever com John.
Assim que Brian saiu, peguei um casaco e sai do estúdio sem avisar John e Paul por medo de ser dedurado ao Brian. Nem dei dois passos e meio quando ouço alguém me chamar.
-- George, me espera. Eu vou junto!
-- Valeu, Ringo. Não acha que está se arriscando demais?
-- Ora essa! Você é meu melhor amigo e não posso deixar um amigo sozinho nas ruas infestadas de fãs. Se quer mesmo se encontrar com essa tal de Suzan, eu vou te ajudar.
-- Obrigado mesmo, meu amigo.
Dez e vinte, chegamos ao colégio e ainda nada da garota. Estava muito nervoso. Também, quando Brian Epstein começa a falar, aquilo vai até altas horas se facilitar.
Suzan, aparece logo!, foi o que pensei de tão ansioso. Mas quando foi dez e vinte e cinco, ela saiu acompanhada de duas meninas. A ruiva eu sei bem quem é. Rosie, a fã de John Lennon e a loira não sei o nome, contudo ambas são muito bonitas.
Suzan caminhou discretamente até onde prometemos nos encontrar e sorrindo tão lindamente para mim, perguntou.
-- E ai, vamos? Conheço uma lanchonete que prepara o melhor sanduíche da cidade.
-- Irei aonde quiser, princesa.—Me surpreendi ao chama - lá de “princesa”.
Era muito bom sair com uma garota sem ser notado por ninguém.


-- Cenas do próximo capitulo—
(Suzan tomando Coca-Cola): --George, eu sei quem você. Mas não quero nada além da sua companhia.
(George quase engasgando): -- Nossa, é a primeira vez que uma garota me diz isso. Mas me achou feio?
(Suzan): – Não. É que... Simplesmente adoro você. Sempre quis te conhecer e...
[John e Paul encontram George e Suzan na lanchonete, ao mesmo tempo que Rosie e Jane entram no estabelecimento]
(John):—Te encontramos, seu guitarrista fujão! Ei, quem é você, broto?
(Suzan, assustada):-- Eu sou Suzan...
(Rosie e Jane aparecem para cumprimentar sem querer):-- Suzan, coincidência te encontrar aqui...
(John fala ao ver Rosie): -- Musa!
(Rosie): -- John!
(As fãs): Oh meu deus! Os Beatles! Aaaaaaaaaaaahhhhhh!

A confusão está armada!  Como vão sair dessa???


Continua....

terça-feira, 1 de maio de 2012

Love, Reign O'er Me (Songfic)

Olá, pessoasl!
Hoje vou postar uma songfic que escrevi no domingo a noite. Se chama Love, Reign O'er Me, do The Who e retirado do disco Quadrophenia. Curtam a leitura!





Love, Reign O'er Me__ Maya Amamiya

 

Uma tempestade estava caindo por toda Londres. Três dias chovendo, três dias trancados em casa... Três dias ele não a via. Sabia que ela voltara para casa dos pais após o traumático acidente de carro, no qual ela se feriu gravemente, mas seu amado não sobreviveu.  Nos pensamentos de Pete, seu amigo, John,  preferia entregar sua vida em troca de mais um tempo de vivência para sua namorada, a adorável Lily.  Por isso a menina não procurou ninguém, nem mesmo os amigos de John. Para ela, perde-lo era mais doloroso do que a morte prematura do seu irmão. Conhecia Keith nas bandas que ele tocava de freelancer, até oficialmente integrá-lo na sua banda, formada por ele, seu colega Roger Daltrey e seu melhor amigo John Entwistle.
Suas lembranças foram interrompidas com o barulho do celular tocando. Viu na tela o número e reconheceu de cara:  veio da casa dos Moon’s.
-- Alô?— Atendeu Pete, sem muita animação.
-- Pete? Sou eu, Kathleen Moon, a mãe da Lily.
-- Ah, Sra. Moon, como vai?
-- Não muito bem. Alias, não estou bem.  A Lily... Minha Lily...
-- O que aconteceu com ela?
-- Ela fugiu de casa. Meu marido e eu achamos que ela voltou para onde Keith morava com vocês.
-- Não a vejo desde o hospital, Sra. Moon.
-- Oh meu deus! – Gritou no telefone. Pete ficou com o coração aos pulos ao saber do desaparecimento de Lily e acalmou a mãe dela, prometendo encontra - lá.
Mal colocou o telefone de volta ao gancho, Pete pegou sua parca*, escreveu numa folha de caderno e deixou na mesa o aviso para Roger e Barney que ia sair para procurar Lily.
Only love
Can make it rain
The way the beach is kissed by the sea
Only love
Can make it rain
Like the sweat of lovers
Laying in the fields
(Apenas o amor
Pode fazer chover
Do modo em que a praia é beijada pelo mar
Apenas o amor
Pode fazer chover
Como o suor dos amantes
Deitados nos campos.)

Lily estava perdida na praia de St. William. Ela adorava o mar e como suas ondas deixavam à areia tão suave e fofa de se caminhar. Era naquela praia onde conheceu seu amor. E foi ali onde soube o que amar e a descoberta sexual. Fora numa noite com festa onde seus amigos comemoravam a festa da primavera que Lily e John se entregaram por completo e no dia seguinte, voltaram para casa, de mãos dadas.

Love, Reign o'er me
Love, Reign o'er me, rain on me
(Amor, reine sobre mim
Amor, reine sobre mim, chova sobre mim)


A chuva dificultava os transportes. Mesmo no táxi, o rapaz estava impaciente e preocupado com que possa acontecer a menina Lily. Olhou o céu negro da noite e os incansáveis pingos grossos da chuva londrina. Rezou baixinho para que Lily não cometesse uma besteira, mas conhecendo a moça, era provável que ia fazer. Compreendia sua dor, afinal, John e Keith eram seus melhores amigos. Não que desprezasse Roger e Barnesy, mas era com John que Pete dividia seus segredos  e com Keith uma parceria para festas e clubes onde ia se divertir. Tentou pensar onde a irmã de Keith poderia estar numa hora daquelas. Na casa de uma amiga ou parente não podia, ainda mais no seu estado emocional.  Pode ser que ela optasse em ficar na casa dos Entwistles. Também não poderia. A família de John nunca aprovou Lily por causa do baixo status social. Maud Entwistle por várias vezes tentou convencer John a largar a garota e o resultado foi sua fuga de casa.
Imediatamente, descartou duas possibilidades. Estava quase perdendo as esperanças quando subitamente lembrou-se de um fato: a festa na praia de St. William. Foi lá onde eles se conheceram e firmaram seu amor.
-- Motorista, leve-me para praia de St. William!
-- O tempo está inadequado para ir num lugar desses.
-- Não pedi opinião sobre o tempo. Só quero que me leve lá!
-- Ok, Sir!
Only love
Can bring the rain
That makes you yearn to the sky
Only love
Can bring the rain
That falls like tears from on high
(Apenas o amor
Pode trazer a chuva
Que faz você desejar o céu
Apenas o amor
Pode trazer a chuva
Que cai como lágrimas lá do alto)


Quando saiu de casa, o clima era agradável como o verão e por isso vestiu apenas um vestido longo azul acompanhado de uma blusa branca sem estampas.  E depois veio a chuva gelada e cortante para sua alma sofrida. Seus pés eram banhados pelo mar salgado do Atlântico. Por uns instantes pensou ter visto John caminhando naquelas ondas perigosas.  E a chuva era Keith, consolando a irmã com suas gotas. Lily queria amar e ser feliz. Nem que para isso ela se juntasse com John no outro lado do mundo ou em qualquer parte dele.

Love, Reign o'er me
Love, Reign o'er me, rain on me
(Amor, reine sobre mim
Amor, reine sobre mim, chova sobre mim)

-- Estou indo, John. – Dizia Lily, indo em direção a miragem marítima de John – Me espere, por favor.
A medida que Lily caminhava, seu corpo afundava e as ondas atrapalhavam sua visão. Não se importou com isso. Apenas seguiu em frente, até definitivamente afundar no mar.  Tentou nadar, emergir com suas forças. Segurou sua respiração até certo ponto e nada. O afogamento era inevitável. E ela nem teve tempo de se despedir dos pais ou ao menos deixar um bilhete de adeus para eles e para os amigos de John. Sobretudo Pete. Adorava Pete Townshend como se fosse um irmão mais velho.  Mas no fundo Lily tinha um tipo de amor semelhante ao de John, talvez amasse Pete mais do que John. 
Mas agora tudo ia se acabar.
Porém, um outro corpo, magro e suficientemente musculoso salvou sua vida, fazendo seu corpo retornar acima do mar e depois para beira da praia.

On the dry and dusty road
The nights we spend apart alone
I need to get back home to cool cool rain
I can't sleep and I lay and I think
The night is hot and black as ink
Oh God, I need a drink of cool cool rain
(Na árida e empoeirada estrada
As noites que passamos separados e sós
Eu preciso voltar para casa, para a fresca fresca chuva
Não consigo dormir então me deito e penso
A noite é quente e negra como tinta
Ó Deus, eu preciso de uma dose da fresca fresca chuva)

Primeira tentativa não recebeu resposta. Pete usou seus conhecimentos de primeiros socorros para afogamentos. Transmitiu oxigênio via oral para os pulmões de Lily e seguiu por exatas quatro tentativas.
-- Vamos, Lily! – Enquanto empurrava de leve o peito dela, para expulsar a quantidade de água. – Por favor, querida! Não morra! Eu...
Pete já estava chorando. Temia perde-lá para sempre e não poder cumprir a promessa para Kathleen Moon.
-- Lily, reaja! Não pode morrer agora! Eu te amo, eu te amo!!
“Eu te amo!”
Os dizeres de Pete ecoaram nos ouvidos de Lily, até serem processados em seu cérebro e compreender que deve viver.  Essa foi à motivação que precisava. Enfim ela cuspiu todo o liquido incolor que bebeu. 
-- Cof Cof...
-- Lily! Você está bem?
-- Sim... – Respondeu Lily, tremendo de frio e fraqueza. – Pete... É verdade que... me ama?
-- Com todas as minhas forças, Lily. Eu queria te dizer isso, no entanto... John apareceu e me falou que gostava de você... Então deixei o caminho livre... Para vocês.
-- Oh, Pete... Todo esse tempo... Me amando...
-- Agora tudo está esclarecido, meu amor. Fica comigo.
-- É claro que sim. Pete, reine sobre mim.
Ao dizer isso Lily e Pete se beijaram intensamente, ignorando o frio de chegada do inverno. Eles voltaram para casa, onde Roger, Barnesy e as famílias Townshend e Moon esperavam pelos jovens. A tempestade cessou voltando ao clima normal, mas para Pete e Lily, eles estavam recomeçando suas vidas.

Fim