segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Um aniversário muito louco (Oneshot)

Olá pessoal! Desta vez última postagem do ano. Na vibe dos aniversários de Mike Nesmith e Davy Jones, escrevi essa oneshot, baseada num episódio do Chaves. Espero que gostem. Boa leitura!




Um aniversário muito louco__ Maya Amamiya


Nem Davy nem Mike imaginariam que seus amigos e agregados puderam fazer por eles. E naquela manhã de 30 de dezembro de 1975 foi este caso. Nez não tinha nada que pudesse esconder. Estava feliz com Alana Watson, a baixista da English Band e o casamento já estava marcado para o início de janeiro. Porém, neste dia ele acordou e notou que Alana estava evasiva.

-- Está tudo bem, Little Bass?

-- Ah sim! – Alana derrubou sem querer uma caixa contendo uns objetos.

-- Que é isso?

-- É coisa minha! Mike, eu te vejo mais tarde! A banda vai ensaiar... muito! Tchau, amor!

-- Espera! – Não deu tempo. Ela se foi rapidamente.

E hoje Mike seguiu para o estúdio se encontrar com seus amigos. Encontrou Micky Dolenz, arrumando os instrumentos.

-- Oi Micky... – Cumprimentou Mike, meio desanimado.

-- Hey! – Micky percebeu. – Sente-se mal?

-- Por que?

-- É que parece... Sabe?

-- Que tô doente?

-- Você está tão... Triste... E não posso acreditar que seja porquê...

-- O quê?

Micky se calou. Ele quase entregou o motivo.

-- Não é nada. Achei que fosse outra coisa. Mas vai passar, Mike!

No lado de Davy, não foi diferente e com algo mais. Quando saiu do banho, ouviu uma parte da conversa entre Dianna e Emma.

-- ... Eu acho que ele lembra, mas pensa que eu não sei. --- Disse Dianna.

-- Faça com que ele não desconfie.

-- Eu vou tentar. E já falou com a Alana?

-- Olha... – Emma pausou. – Essa foi a primeira conversa que tivemos desde que o Nez e ela começaram a namorar. E foi bom. Ela vai ajudar.

-- Oh, que bom Emma! Espera! Davy terminou o banho. Te ligo mais tarde.

Quando desligou, Davy se aproximou dela.

-- O que estavam falando de mim?

-- Não é de você. – Dianna disfarçou. – Era sobre o casamento do Mike e da Alana. A Emma pela primeira vez conversou com a Allie.

Davy franziu. Sabia que não era verdade.

-- Tem certeza?

-- Ah eu tenho que ir, meu bem. Vou me encontrar com a Erin. Ela está tão feliz com novo namorado.

A desconfiança aumentou quando Davy encontrou Peter Tork junto com as amigas Anastacia Rosely, Nora Smith e Marie Greyhound.

-- Isso foi tudo que consegui. – Disse Ana. – Não acredito que saí da minha lua de mel para isso?

-- E eu que estou grávida?

-- Eu não digo mais nada. – Respondeu Nora.

-- Já é o bastante. E a Louise? Ela é a melhor amiga do Davy.

-- Ela está participando.

“Participando do quê?”, pensou Davy. No entanto a conversa terminou quando todos foram embora.

-- Isso não acabou.

Perto do meio dia ele questionou para todas as amigas de Dianna e a resposta era mesma: Não sabem de nada.

-- Só existe uma pessoa que não esconderia nada de mim: Louise.

Antes de seguir para a casa de sua amiga, Davy encontrou Mike, perambulando perto do Rio Tâmisa.

-- Sente-se mal, Mike?

-- Ah não! – Reclamou o texano. – Até você, David?

-- O quê, posso saber?

-- Todo mundo me perguntou se me sinto mal.  Micky, Peter, Erin e o namorado alemão gostoso, Edward e o Harry. Até a Jane Roselyn me perguntou isso.

-- Pela sua cara, tá parecendo doença.

-- Eu não tô doente, cara! – Mike se enervou e puxou Davy pelo colarinho. – Eu tô muito bem!

-- Ok, acredito! Agora dá pra me soltar? Por favor?

Ele soltou Davy. Se sentaram nas cadeiras de frente pra ponte de Londres.

-- A Dianna me esconde algo. – Comentou o vocalista.

-- Ela tá grávida de novo?

-- Que eu saiba, não. Tivemos nossas gêmeas quase recentemente.

-- Ah...

Ambos pensaram mais um pouco. Davy sabia que escondiam algo. E Mike acha que seus amigos o pensem que está doente.

-- Eu vou para a casa da Louise, investigar isso.

-- E acha que ela vai contar?

-- Louise é fiel. Sempre conta tudo pra mim.

Mike concordou em acompanhar o amigo. Afinal o que poderia dar errado? A única possibilidade era não encontrar Louise. Davy tocou a campainha. Para a surpresa dos dois... Não era Louise.

“Puta merda!”, pensou Mike.

-- Bom dia, Gerhard!

Gerd sorriu mas forçado. Por ele receber Davy Jones não tinha nenhum problema. Agora Mike Nesmith... era outro assunto.

-- Bom dia, Davy. E Nesmith!

-- Bom dia... – Mike foi bem discreto.

-- Gerd, a Louise está em casa?

-- A ursinha fugiu de mim.

-- Fugiu? – Mike segurou um riso. – Fugiu?

-- Fugiu como, Gerd?

-- Ela tinha coisas pra... fazer. – O alemão tentava disfarçar. – Querem chá?

Davy percebeu de novo. Ele mentia e descaradamente. Decidiu forçar um pouco.

-- Gerd, eu sei que a Louise tá fazendo algo. E sabe como eu sei? Porque eu ouvi um papo da minha esposa no qual ela menciona a minha melhor amiga como cúmplice de algo que não faço ideia.

-- Davy, desculpa. Eu não sei de nada.

-- Eu prometo não colocar você na reta. E nem provocar a ira da Louise. Faz isso, por mim. Pela Becky.

Nez não podia acreditar. Davy conseguiu ser convincente.

-- A ursinha vai me matar. – Ele bebia um pouco de cerveja e passava a mão no rosto. – Ela e a Dianna estão planejando algo. Eu também não ouvi tudo muito bem. Mas parece que elas compraram caixas. Duas caixas correspondendo vocês e falaram algo sobre morte.

-- Ah não pode ser! – Mike se desesperou. – Elas compraram um caixão e pra mim!

-- Calado! – Davy pediu que continuasse.

-- E as amigas do Peter pretendiam fazer um café ou chá e a ursinha comprou as velas.

-- As velas pro velório! – Mike chorava.

-- O que deu no seu amigo cowboy de mentirinha? – Gerd se zangou.

-- Ele acha que vai morrer porque todo mundo perguntou se ele se sente mal.

-- Pra que perguntar? Olha pra ele e já tem a resposta.

-- Escuta aqui! – Mike ameaçou Gerd, mesmo com Davy impedindo. – Se eu morrer, eu te levo junto!

-- Parem! – Gritou Davy. – Obrigado, Gerd.

-- De nada!

Os dois saíram do apartamento e entraram no carro. Davy consolou Nez.

-- Davy, se eu morrer, diga a Alana que eu a amo e amei desde o primeiro dia.

-- Mike você não vai morrer!

Duas da tarde e os dois depois de almoçarem juntos, decidiram seguir seus amigos. A reunião era feita no antigo apartamento de Nora Smith.

-- Eu me lembro deste lugar. – Comenta o vocalista. – Foi aqui que teve o aniversário da Nora em 1967.

-- Aquele que o Syd Barrett ameaçou se jogar da janela?

-- Isso mesmo. Foi hilário, porém tenso.

-- Eu não fiquei muito tempo na festa.

Os dois tentaram entrar e escondidos em outra sala mais perto, assistiram tudo. Avistaram as garotas, mais Alana e Dianna, Alice, Louise e os alemães.

-- Gostaria de saber o que os amigos do Gerd fazem aqui?

-- Franz é marido da Odile.

-- Olha lá, Davy. O namorado da Erin.

-- Jupp Heynckes?

-- Você o conhece?

-- No casamento da Ana. Bem que notei que ele olhava muito pra Erin na época, mas não quis falar pra Dianna.

Apesar da distância, os dois ouviram partes da conversa.

-- Mein liebe, a caixa do Davy tá estragada. – Comentou Franz.

-- Se salvou Davy. – Disse Mike.

-- A Louise conseguiu outra. E melhor.

-- Lulu, como pode fazer isso comigo? – Davy quase chorava e depois voltou ao normal. – Pelo menos você sabe como eu gosto.

-- Escuta, quem vai cortar eles? – Fefe perguntou, usando um avental. Ela preparava os quitutes.

-- Eles??? – Os dois se espantaram.

-- Deixa comigo! – Sepp se ofereceu e carregando uma faca cuteleiro. -- Eu sei cortar muito bem.

-- Não! – Mike chorava. – Não vão me cortar!

-- E nem a mim!

-- Pessoal! – Johan Cruyff, o marido de Felicity trazia flores. – As flores.

-- Eles vão fazer uma coroa de flores pra nós.

Os dois se retiraram, totalmente desolados.

-- Por que a Di tá fazendo isso comigo?

-- Alana é boa demais para não me contar.

-- Eu tenho um motivo, Mike. – Davy começou a justificar. – Duas semanas atrás eu fiz o exame de sangue de praxe e o meu médico disse que estou com colesterol alto e devo me cuidar pra evitar doenças no coração. E três dias depois descobri que um conhecido meu e da Louise morreu e ele tinha a minha idade.

-- Morreu de que?

-- Acidente de carro.

-- Davy...

-- Desde que me casei eu tive medo da morte um tanto cedo. Igual aos nossos conhecidos, sabe? Brian, Janis, Hendrix, Morrison.

-- Davy você passou dos vinte e sete anos. Então está no lucro.

Ambos se encaravam e ao passarem na vitrine de uma loja qualquer, os rostos deles se transformou em caveiras.

-- Ah não! – Eles fugiram.

No salão...

-- Está tudo pronto! – Dianna brilhava os olhos. – Meu Cuddly Toy vai amar essa festa! Maior e melhor que a anterior!

-- Tornamos tudo possível! – Emma abraçava Erin e Alice.

-- Louise, amadinha, dê o próximo passo.

-- Pode deixar.

Louise entrou no apartamento para usar o telefone de Nora. Discou os números.

-- Alô? Ursinho! Convide o Davy para um passeio e traga o Nez.

-- Eu nem sei onde os dois estão, ursinha.

-- Como assim?

-- Eu fiz como me pediu. E depois saíram daqui meio chateados. O Nesmith chorava, dizendo que vai morrer.

Louise não sabia se brigava por telefone ou se atirava da janela.

-- Tudo bem, Gerd. Eu vou dar um jeito.

E em seguida ela contou para o pessoal.

-- NÃO ACREDITO! – gritou Emma. – Seu namorado fez tudo errado, Louise.

-- Hey! O Gerd fez certo. O problema que o Davy e o Mike ficaram chateados.

-- E onde esses dois estão? – Peter se preocupou.

-- Acho que sei. – Disse Alana. – Com certeza para a ponte de Londres. Foi lá que eu e o Mike nos acertamos pela segunda vez.

-- Obrigada Alana!

Louise ligou para o marido e o mesmo pegou o carro e seguiu para o local. “As coisas que faço por amor... Pela minha ursinha.” Gerd comentou para si mesmo. Não foi difícil de encontrar os dois. Mike e Davy jogavam pedras no rio.

-- Posso conversar com os dois?

-- Não deboche de mim, alemão! – Mike fechou o punho, pronto pra socar Gerd. – Olha, se é sobre a Alice, eu errei com ela e comigo mesmo. Eu errei com muita gente. Mas o que sinto por ela não mudará. Está guardado no fundo do meu coração e hoje esse amor é preenchido pela Alana.

-- Que bom pra elas! – Ele disse e em seguida falou para Davy. – Talvez eu não tenha me expressado bem.

-- Não. Falou bem. – Davy bateu de leve no ombro dele. – Elas me escondiam algo. E querem me matar.

-- É que... Como? Esquece isso. Olha... Eu preciso de uma ajuda.

-- Do que?

-- A ursinha me chamou para o antigo apartamento da Nora e eu não conheço totalmente a cidade. Me ajudem?

Davy estranhou e concordou em ajudar. Mike foi junto. Nem ele e nem Gerd trocaram farpas, o que para o vocalista foi ótimo. “Minutos em paz. Obrigado”, disse Davy em pensamentos. Chegando no local, os três desembarcaram.

-- Então? – Davy olhava para o jogador.

-- A ursinha me pediu que trouxesse vocês. Entrem!

-- Espera! – Mike relutou. – Quem garante que não é armação?

Ele nem respondeu. Gerd abriu a porta dupla do salão de festas e revelou algo maravilhoso!

-- SURPRESA! – Exclamaram todos. – FELIZ ANIVERSÁRIO!

O rosto de Mike mudou completamente, de angustiado e temeroso, para uma felicidade sem igual. Alana o beijou bem forte.

-- Eu te amo, meu grandão! E feliz aniversário!

-- Ah... – Ele suspirou e riu. – Era por isso. Meu aniversário! Eu tinha até esquecido.

-- Eu também. – Davy ria de nervoso e era abraçado pela esposa, as amigas dela, Louise e até por Odile. – Você também Odile?

-- Escuta, nós temos algo em comum: a Louise.

Chegava ser engraçado. Davy e Odile, melhores amigos de Louise, mas nunca se bicaram.

-- Que negócio é esse que vai morrer? – Micky ria do relato de Mike.

-- Vocês me perguntaram se me sentia mal. Eu presumi.

-- Você tá muito bem, meu amor! – Alana comemorava. – A gente que fez essa surpresa.

De repente um estalo de ideias surgiu em Davy.

-- O Gerd...

O casal de ursinhos ria.

-- Era tudo um plano. Eu sabia que você de um jeito ou de outro iria pressionar o ursinho e então eu o orientei a contar, mas em partes.

-- Desculpa, Davy. Fiz tudo pela minha ursinha!

Davy não se zangou. Estava mais do que contente. Estava na presença dos seus amigos e da esposa e filhas.

-- Tudo bem! Vamos curtir meu aniversário!

-- Davy! – Mike pigarreou. – Nosso aniversário, ok?

-- Ah é!

Em seguida, Louise trouxe as caixas, abrindo ambas. Eram os bolos de aniversários!

-- Não eram os caixões! – Mike gritou de felicidade. – Eu não vou morrer!

Foi sem dúvida a melhor festa de aniversário que os dois monkees ganharam. Festa essa inesquecível!



FIM


*Cena pós crédito da Marvel*


Quase um ano depois, Davy brincava com as filhas já maiores quando recebeu uma ligação.

-- Alô?

-- Davy? Sou eu, Gerhard.

-- Diga aí, compadre!

-- Me ajuda a fazer uma festa para ursinha!

Pelo visto o repeteco vai acontecer e para sua melhor amiga. Davy tinha mil ideias.

-- Pode contar comigo!

domingo, 29 de dezembro de 2019

CSI Munchen (8º Capítulo)

Olá pessoal! O ano tá acabando. Não tenho nenhuma postagem de especial de fim de ano e sim atualização de fanfic. Boa leitura!




Capítulo 8: Um corpo no aquário

Estudo em azul

Rosie se levantou às 9 horas e fez todo trabalho. Após se arrumar, olhou o celular e nele a mensagem de Marianne. Pelo teor dele, era muito sério. Ignorou os preceitos do passado e seguiu para Schon Industries. Quando subia as escadas, avistou algo suspeito: o empresário Niki Lauda e mais dois homens cercando o funcionário Alexei Romanov. Conversavam baixinho. Rosie filmou com seu celular cada detalhe. Ao final, Niki ainda disse:

-- Prazo final, sr. Romanov. Até semana que vem, esses documentos tem que estar assinados por sua filha. Ou prepare-se para o pior.

Pela cara do ex-funcionário, não era nada bom. Alexei se retirou da sala, desolado. Rosie encontrou Marianne, escondida debaixo da mesa.

-- Mari?

-- Eu vi você filmando. – puxando a amiga para debaixo da mesa. – Que sorte de não te verem.

-- O que aconteceu?

Mari entrega uma pasta, juntamente com um pendrive.

-- Tem alguns documentos da Schon Industries, com a lista de acionistas e participantes dos lucros. O dono entregou duas. Uma para mim e outra para Dianna, que era a secretária de Helmut.
-- Vou tentar falar com esta moça.

-- Rosie...

Elas se olharam. Mari não conseguia falar. A outra percebeu e tocou-lhe a mão.

-- Vou te proteger. Eu prometo. – Em seguida Rosie mudou de assunto, para disfarçar seu sentimento. – Afinal, qual é o interesse do Niki Lauda sobre a empresa?

-- Aquele rato austríaco é um devorador de empresas. Seu dinheiro multiplica e empresas fecham. Ele compra todas as fábricas e empresas, independentes ou terceirizadas, que estejam falindo ou abandonadas. Ele é mais do que um empresário. É praticamente um agiota.

-- Muito aproveitador. – Concordou Rosie. – Vou investigar sobre ele. Pra mim, ele é mais do que um empresário e agiota.

Após a saída de Rosie, Mari ficou um tempo na sala, pensando e chorando...



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Louise teve uma boa recuperação. Os pontos retirados, a cicatrização rápida e conseguia trabalhar numa boa. Ela não tinha mais aquele ar de rivalidade pelo dr. Müller e deixou de lado esse sentimento. Gerd percebeu que Louise o tratava normal e não o olhava mais nos olhos, mas continuava o tratamento profissional.

Até que um dia quando chegou mais cedo para trabalhar, encontrou Louise e mais um médico conversando e não era o irmão de Alice.

-- Ah, doutor. – Louise recepcionou o chefe. – O delegado pediu que eu ajudasse o Dr. Rain no “turismo” do nosso trabalho.

-- Quem? – Gerd não fazia ideia do que falavam.

-- Sou o Dr. Lawrence Rain. Legista e cirurgião geral do Hospital Central de Londres. – Se apresentou o médico estendendo a mão.

Gerd não respondeu. Louise deu risada.

-- Calma. O dr. Müller não confia em estranhos.

-- Uma sábia política. – Respondeu sorrindo. – O delegado Beckenbauer permitiu que eu fique aqui pra conhecer o trabalho de vocês.

-- E isso conta até no Hospital Central de Munique? – Perguntou o médico.

-- Exato. A delegacia e o hospital. Pode ser que alguns momentos, participarei do front.

-- Hã?

-- A hora da ação, sabe?

Louise estava animada e puxou o Dr. Rain pelo braço.

-- Doutor, eu tenho tanta coisa pra te mostrar...

Gerd jogou fora o copo de café vazio, frustrado. Odiava ter alguém em cima de você, lhe cuidando o que vai fazer. Decidiu falar com diretor do hospital sobre este assunto mais tarde.



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Enquanto isso, na sala de interrogatório, se ouvia os gritos e batidas na mesa. Haviam 3 policiais, dois federais e o delegado Franz, que encarava o criminoso, um rapaz de olhos azuis, loiro e com nariz sangrando, o lábio cortado e um dos dentes faltando. Resultado do soco que Franz desferiu nele.

-- Não vai dizer, não é?

O outro não dizia nada e forçava um sorriso estranho, mostrando a ausência do dente.

-- Cacete! – Resmungou o delegado e saindo da mesa.

Franz saiu da sala, respirando fundo e o policial federal o seguiu.

-- Calma, Franz. – pediu Karl.

-- Não acredito que isso tá me deixando nervoso, Rummenigge. – socou a parede.

Gunter Netzer, outro policial federal, decidiu falar.

-- Chamamos outro policial.

Franz arregalou os olhos.

-- Por favor, me dizem que não é da Corregedoria? – o delegado odiava o pessoal da Corregedoria de Munique, a parte burocrática e por vezes, problemática da polícia.

-- Ah não. Esse não é daqui. Veio do País de Gales.

-- Como é? E minha jurisdição?

-- Enfiada no ralo. – respondeu o homem de terno, com uma aparência de quarenta e poucos anos, grande e olhos castanhos. Ele tirava o blazer e... uma caneta dourada.  – Bom dia, senhores. Ou melhor, gutten morgen!

Gunter e Karl cumprimentaram o recém-chegado.

-- Bom dia, senhor...

-- Robb!

-- Robb... – Karl pigarreou e o levou até a sala de interrogatório. – Ele está lá.

-- Então, Roger Taylor foi preso. – dizia, sorrindo. – Vamos ver se ele dá com a língua nos dentes.

O policial galês entrou na sala e Franz ainda olhava, chocado e em seguida para os federais.

-- O QUE DERAM EM VOCÊS? CHAMARAM O ROBERT BARATHEON PRA INTERROGAR A “ROGERINA”?

-- Peraí Franz! – Gunter ria. – Robert Baratheon era mais gordo.

-- Esse aí tá conservado. – confirmou Karl. – Até demais.

-- Não interessa! – Franz jogou o casaco no chão, de tão bravo que estava. – Isso é trabalho nosso e sem intervenções de outros países!

-- Não sei se está sabendo, Franz. – explicou Karl. – O bando chamado Queen tem assaltado diversos bancos nas grandes metrópoles europeias. Este policial está na cola deles há bem mais tempo que você.

-- E o que ele vai fazer? Oferecer um chá? Odeio ingleses.

Neste momento, o capitão Moore chegou e ouviu essa parte.

-- Me odeia, Franz?

-- Você não! – engoliu em seco e ficou quieto.

Ficou observando da janela o que estava rolando. Até o momento, nenhuma palavra. Na sala, Robb estava tranquilo e pegou do bolso um maço de cigarro. Acendeu um e ofereceu para Roger, que aceitou prontamente. Eles fumavam.

-- Você sabe tratar uma dama. – disse o loiro machucado.

-- Obrigado. Acredito que vamos nos acertar, Roger. – disse calmamente.

Roger sorria ainda forçado da dor.

-- Me diga onde estão seus colegas. – questionou o galês, brincando com a caneta de ouro.

O outro olhava, fascinado.

-- Que linda caneta.

-- É um presente. – comentou o policial. – Guardo para ocasiões importantes.

-- Presente de uma garota?

-- Da minha esposa. – Robb se emocionou um pouco. – O amor da minha vida. Ela partiu e sinto a falta dela.

Os olhos de Roger se encheram de lágrimas.

-- Roger?

-- Desculpa... – se acalmou. – City Bank Munchen. A gangue inteira vai. Vamos fechar com chave de ouro.

-- E quando será o assalto?

Rogerina piscou os olhos tentando se lembrar.

-- Hoje!

-- E o horário?

Todos ficaram pertos para ouvir. Roger falou, mais sério.

-- Está a meia hora atrasado.

Em questão de minutos viaturas da polícia se dirigiram para leste. O inspetor garantiu que estava tudo bem. Para Franz, não era verdade.

-- Espere, delegado. – pediu o inspetor.

Ele não ouviu. Franz entrou no banco. Sua estratégia era arriscada. Ao se deparar com o hall de entrada, os clientes e mais os funcionários, rendidos por dois rapazes vestidos de mulher, um parecia uma vovozinha e outro com bobes no cabelo e encobertos por um lenço e vestia uma camisola. O outro usava roupas masculinas. Calça jeans, tênis e jaqueta e ostentava um bigode. Ele mantinha o gerente do banco, que usava um colete com bomba como escudo humano.

-- Quem é você? – perguntou o líder, ainda apertando o cano da arma na cabeça da vítima.

-- Delegado Beckenbauer da Polícia de Munique. E você deve ser Paul Prenter, ou como devo chamar de Trixie, como seus amigos Freddie e Roger te chamam?

Franz jogou as perucas aos pés de Paul.

-- São das colegas de vocês!

Um dos rapazes, o que se vestia como vovó, segurava na mão o detonador da bomba e se queixou, nervoso.

-- Eu tô passando mal. Ele vai nos matar.

-- Querida, ele não vai fazer nada. Temos armas e dinamites. Esse aí só tem petulância.

-- Há! Chama isso de arma? – zombou o delegado. – Isso mal dá pra furar uma orelha.

-- Quieto, bofe! Mostra o que tem!

Sem cerimônia, Franz abriu o casaco, apenas revelando seu revólver. Prenter mal tinha palavras para dizer. Os outros dois piscaram, com medo.

-- Isso machuca! – comentou um deles.

-- Vamos negociar, Trixie.

-- Jogue essa arma no chão!

Franz obedeceu. Colocou o revólver no chão e chutou levemente para o líder pegar sem problemas.

-- Viram, meninas? – vangloriou-se. – Agora estou poderoso.

-- Ok, o jogo acabou. Vou contar até dez. Vai ser devagar.

-- E o que vai fazer no “dez”, delegado? – debochou.

O delegado seguiu a passos rápidos e contando. Numa das mãos, guardava as balas retiradas da Magnum .357 e encarava Trixie.

-- 1, 2...

Paul se enervou. O homem se aproximava rapidamente.

-- Afaste-se! – apontando a arma.

-- 3...

-- Eu tô avisando!

Mal terminou a frase e ele apertou o gatilho e ouviu um clique conhecido. Sinal que não tinha munição.

-- 10! – Franz aplicou um chute forte no meio das pernas de Paul, derrubando-o de joelhos e abriu o punho contendo as munições.

Um deles, vestido como vovó, se chama Brian e sacou seu punhal e golpeou Franz no ombro. Eles lutam e Franz socou o nariz dele, retirando a arma e num rápido movimento, cortou os fios que ligavam a bomba no colete do gerente. Quando se virou, o outro que segurava o detonador, corria até a porta e antes mesmo de abrir, ouviu um tiro, que acertou John nas costas. Franz pensou que fosse do capitão Moore, que era franco atirador. John gemia de dor e chorava, clamando por um nome.

-- Bettina... Bettina.... Me perdoa...

O delegado abriu a porta e olhou para todos os policiais. Nenhum deles era o responsável pelo tiro. Olhou para o teto de outro prédio. Avistou o tal Robb, segurando um rifle com luneta e sorrindo. Em seguida os policiais adentraram o banco, resgatando os reféns e o gerente e prendendo os meliantes. Prenter reclamava e espumava de raiva contra o delegado, ao mesmo tempo que andava esquisito por conta da dor nos países baixos.



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No hospital, Louise esperava na sala o Dr. Rain até presenciar a entrada de várias macas e feridos. Franz avistou a assistente e a chamou.

-- O que foi? – questionou a menina.

Franz entrega uma pistola Beretta 9mm para Louise.

-- Eles estão presos e feridos. Vão ser tratados logo pelos médicos. Vigie eles enquanto sou socorrido.

A enfermeira Joanna levou Franz para outra sala para tratar do ferimento.

E enquanto isso, Lulu olhava para cada um deles e achava engraçado. O bando de assaltantes travestis que ela vinha investigando com o delegado estava ali. Gerd chegou neste momento.

-- É o Queen?

-- Eles mesmos. – Lulu estende a Beretta. 

– Ouça, por que tenho que ficar aqui? Minha missão é cuidar do Dr. Rain.

-- Porque confio em você.

-- Pede pra Alice! – se aborreceu.

-- Ela está na cirurgia, operando um paciente.

-- Ah, liberou ela? – ironizou e em seguida falou para os feridos. – Vocês sabiam que esse cara, o doutor, ele nunca me correspondeu por dois anos?

-- Sério?  -- perguntou Brian, tentando se ajeitar e tirava os rolinhos do cabelo.

-- Conta mais. – se interessou John.

-- Ele nunca me correspondeu porque eu não tenho peitos grandes. – dizia Louise, fingindo drama.

Os rapazes, menos Paul Prenter, se apiedaram de Louise e Gerd ficava envergonhado.

-- Moça, você é linda do mesmo jeito. – em seguida John encarou o doutor. – Se eu fosse você, doutor, eu não perderia essa loirinha de jeito nenhum.

-- Esse cara aí é um panaca por negar você. – disse Brian, bravo.

-- Chega! – berrou Gerd e antes que pudesse fazer algo, o pager bipou e ele logo se retirou.

-- Estão vendo o que tenho que lidar? – comenta Louise.

-- Por favor, moça, me leve logo pra prisão. – implorou Paul. – Me leva logo antes que eu fique louco ouvindo essa ladainha! ME TIREM DAQUI! ME PRENDAM!

Era só mais um dia comum...

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Rosie digitava seu relatório que deve ser entregue ao capitão no final da tarde quando recebeu uma mensagem do mesmo, pedindo que ela viesse. Ela não questionou e foi de moto até o Aquário Municipal de Munique, localizado na área sul da cidade. Notou o alvoroço nele, com viaturas, ambulâncias de emergências e uma van escolar que transportava crianças da escola municipal. Policiais interrogavam os presentes. Encontrou o capitão Moore, o tenente Hoeness e os legistas.

-- O que aconteceu?

Bobby suspirou duas vezes. O que ele tinha pra contar poderia desencadear algo para Rosie.

-- Vou começar desde o início. Hoje no começo da tarde, o dono me ligou dizendo que os alunos da quarta série avistaram algo estranho dentro de um dos aquários contendo corais e alguns peixes raros. Os funcionários trataram de ver e era um cadáver. Estão retirando neste momento.

-- E daí? – perguntou indiferente a hacker.

-- Reconhecemos o corpo... É de alguém que você conhece.

Rosie se desesperou. Não esperou que Moore continuasse. Caminhou até os legistas que fechavam o saco contendo o corpo.

-- Abram! – pediu ela.

Sepp abriu, embora desejasse não ter feito isso. O corpo era de John Lennon. Moore e Hoeness ficaram ao lado dela, temendo reações negativas. Rosie olhou para o lado, caminhou até uma distância e gritou, desferindo socos no vidro dos mostruários e Uli a segurando. Sepp fechou o saco e Charlton percebeu que no mostruário ao lado de onde Lennon foi encontrado, estava uma palavra escrita com tinta suvenir azul e em letras garrafais.

-- “Blau”?

-- O que foi, Charlton?

-- Isso.

E mostrou a palavra.

-- Se não me engano, significa “azul”, não é?

-- Sim. – confirmou Sepp em seguida tirou a foto e enviando para o delegado. – Vamos levar o corpo para a delegacia e depois ao IML.

Todos voltaram para delegacia, uns cansados, outros consternados. Rosie era uma delas.

-- Capitão... Sobre o relatório...

-- Me entregue semana que vem. Ou quando você estiver bem. – respondeu o inglês, abraçando e consolando sua protegida. – Tire o resto da semana de folga.

-- Mas...

-- Está tudo bem. Falarei com Franz. – Em seguida deu a ordem para Uli. – Leve Rosie para casa.

-- Ok.

George Best avistou de longe e sentiu pena de Rosie. Queria de alguma forma ajudar a inglesa. Na realidade, ele está apaixonado por ela desde o início. Rosie sabe deste amor mas também Best era um mulherengo de marca maior. E ele está totalmente disposto em conquistar a hacker.




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Enquanto isso no escritório de Niki Lauda, seus empregados se reuniram na mesa.

-- Ele entregou os documentos. – Disse François Cevert. – E ela não assinou.

-- Você quis dizer “ainda não”. – Niki brincava de balançar um relógio com corrente.

-- Ela não quis assinar. – Afirmou Manuel Neuer. – Acha ultrajante.

O empresário parou de balançar o relógio. Se levantou, caminhou de um lado para outro e em seguida lançou um olhar ameaçador para seus comandados.

-- Acho que está na hora do nosso plano dito antes...

-- Quer dizer se livrar do Sr. Romanov? – Questionou Tony Hicks.

-- Não. Ele é fácil demais e muito óbvio. A mãe e as gêmeas seriam uma boa opção. Hicks e Neuer, vocês serão os responsáveis.

Ambos sorriram e se retiraram. Agora ele se revelava um homem diabólico, capaz de qualquer coisa para atingir seus objetivos, mesmo se envolvesse parentes de outras pessoas.




Continua...

terça-feira, 26 de novembro de 2019

A Kind of Magic (Oneshot - Prequel)

Olá, pessoal!

Espero que tenham compreendido no texto desabafo que postei no domingo passado. E hoje vamos ler a minha oneshot que é na verdade, prequel da fanfic de Maris Campos, Every Little Thing She Does Is Magic (que é a adaptação do livro/filme Harry Potter e o Cálice de Fogo). Pra conhecer essa fanfic dela, clicam aqui. E também uma cena pós crédito que vai deixar todos chocados. Boa leitura!




A Kind of Magic__Maya Amamiya

Louise não dormiu mais. As férias de verão, mesmo sendo as melhores, sentia que algo lhe faltava. Pouco tempo antes, ela e seus amigos se meteram na maior das encrencas: libertar Tilda Black. Ela sabia que a tia está bem, onde quer que esteja, contudo, é uma foragida da justiça bruxa.

-- O que está pensando? – perguntou Odile, abraçando sua amiga por trás. – Sente falta daquele quarteto doido?

-- Também. Tem alguma coisa me faltando.

Odile entendeu e antes de dizer, Felicity, a prima de Louise, entrou no quarto.

-- Vamos, garotas. O café está pronto. E não voltem a dormir.

Meia hora depois o grupo de jovens, juntamente com Ned Smith e Robb McGold, seguiam com suas mochilas para floresta.

-- Pai, onde estamos indo? – Fefe estava quase impaciente.

-- Calma, estamos chegando.

No caminho avistaram outro senhor e um rapaz novo, com mochilas nas costas.

-- Malcolm!

-- Robert! Você demorou!

-- Tive que ajudar o Ned a cuidar das cabras e a turminha aqui atrás, alguns dormiram demais.

Louise reconheceu o outro. Seu tio.

-- Louise! Que surpresa! Principalmente que seu pai liberou você nestas férias.

-- É muito bom te ver também, tio.

Neste momento, Louise sentiu um agarrão forte e um abraço carinhoso.

-- Oi Louise!

-- Colin... me solta! Tá me esmagando.

-- Ah desculpa...

Subindo o pequeno morro das Highlands encontraram uma bota aparentemente velha. Todos se reuniram em torno dela e a agarraram forte.

-- Todos prontos? – Ned certificava que ninguém ficará pra trás.

-- Quero ficar, pai. – pediu Nora.

-- Aparatar não. – reclamou Anastacia Rosely. – Sempre passo mal.

-- Firme Anastacia! – encorajou Marie.

-- E perder a Copa Mundial de Quadribol? – Robb estava empolgado. Mais do que os jovens.

-- Nora, vamos! – pediu Fefe.

De tanto relutar, Nora cedeu e se segurou no solado da bota.

Num instante um giro rápido transportou todos para uma espécie de outra dimensão e os levando para o local da Copa Mundial. Os jovens sob as ordens dos mais velhos, se soltaram, mas sofreram quedas leves. Robb, Ned, Malcolm e Colin conseguiram aterrissar perfeitamente.

-- Isso que eu chamo de viagem. – comentou Robb.

Chegando ao campo, milhares de barracas eram montadas, aglomerados de pessoas eram formadas e cada uma representava uma nação, certamente a seleção do país participante da Copa Mundial de Quadribol. Enquanto caminhava, Louise enxergou de longe a seleção alemã de quadribol. Ela sorriu, pois, naquele time estava ele, Gerd Müller.

-- Vá na frente, Odile. Te vejo depois. – disse, entregando a mochila para sua amiga.

-- Onde você vai?

-- Desejar boa sorte pro ursinho.

Louise caminhou até a barraca da seleção e pegou parte da conversa do capitão do time, Uwe Seeler, para o restante. Sepp Maier enxergou Louise e cutucou Gerd a respeito, despertando atenção do líder, que se virou e se assustou com a presença da menina.

-- Algum problema, moça?

-- Eu... quero falar com um dos jogadores.

-- Seeler, eu conheço ela. – Gerd saiu de sua posição. – Posso conversar com a Louise? É rápido.

-- Cinco minutos e nada mais, Müller!

O jogador abraçou Louise e se afastou um pouco da barraca.

-- Como você está?

-- Com saudades... de você. – Louise sorria e corava.

-- Parece um pãozinho corado e saído do forno. – disse ele e em seguida acariciando a bochecha de Louise, deu um beijo gostoso na boca.

-- Ursinho...

Era inegável o que sentiam um pelo outro, depois de tantos meses se convivendo em Hogwarts e as rivalidades no Quadribol.

-- Eu tenho que ir. – Ela beijou mais uma vez o jogador. – Vou torcer por você.

-- Eu te amo.

-- Eu sei.

Ela se despede do amado e ele retorna para a equipe. No final da tarde, todos seguiram para o estádio e pegando seus lugares. A família de Louise e seus amigos seguiam até o topo. E no meio do caminho encontrou Davy Jones, juntamente com Micky Dolenz, Mike Nesmith e Peter Tork, ao lado das garotas Dianna Mackenzie, Erin Hudson, Emma Carlisle e Alice Stone. A última abraçou forte Louise.

-- Meu solzinho!

-- Minha luazinha!

-- No encontramos novamente! – Emma estava animada e conversava com Felicity.

-- Achei que você ficaria no camarote junto com seus pais e o ministro Utamaro, Dianna. – comentou Louise.

-- Pedi permissão para ficar junto das minhas amigas. – Dianna sorria.

Alice e Louise se afastaram um pouco para conversarem mais à vontade.

-- Então?

-- Ele me ama. – disse Louise com os olhos azuis cintilando.

-- Eu sabia. Finalmente admitiu.

E no mesmo instante o time alemão de quadribol se apresentou no estádio.

-- SÃO ELES! – disse um torcedor.

A mannschaft, como é chamada o time, exibiram nos céus a imagem estrelada de um imigrante germânico, usando roupas de pele de animal e um capacete, lembrando seus antepassados, os vikings e se transformando no alemão moderno: usando chapéu e a típica roupa de festas, o lederhosen e alegremente dançando a tirolesa.

-- Os russos estão chegando! – Ana avistou o time eslavo percorrendo por todo estádio.

Joanna Martin, colega de Louise, estava junto com a turma e avistou o apanhador russo no qual admira.

-- Jo? – Louise cutucou a amiga. – Quem é o cara?

-- Ele é o melhor apanhador do mundo. Igor!

Quando os times ficaram cara a cara, o ministro Utamaro anunciou por via de magia, transformando sua voz num alto falante, as apresentações.

-- Boa noite! Como ministro da magia, é com imenso prazer que dou as boas vindas a cada um de vocês, para Quadringentésima Vigésima Segunda Copa Mundial de Quadribol.  A partida vai... Começar!

E ao terminar o anúncio, disparou o pomo, dando início a partida...



Três horas depois...

Louise acordou nos escombros de barracas derrubadas. Se levantou com dificuldade. A única coisa que lembrava era da vitória dos russos, seguidamente de uma comemoração rápida e por fim um súbito ataque, provocando pânico aos participantes. Seu tio orientou aos jovens mais velhos que conduzissem os mais novos até a chave do portal. Louise havia se perdido e tropeçou numa pedra.

Quando ia se erguer, um suporte de barraca caiu, juntamente com os tecidos, encobrindo a menina. O que parecia ser um acidente, se tornou sua salvação.
Perto do local onde Louise escapou da morte, um homem anda chutando as caixas e parte das madeiras queimadas. Olhou para o céu e erguendo sua varinha, conjurou uma magia:

-- MORSMORDRE!

Um raio verde explodiu e desenhou a imagem de uma caveira, abrindo a boca e saindo uma cobra. Ao se virar, o desconhecido enxergou Louise. A mesma também o contemplou e nervosa, saiu correndo. O indivíduo a seguiu e só parou quando os gritos dos jovens ecoaram, chamando pela garota. Ele foge.

-- Louise! Cadê você?

Era Odile. Antes de qualquer reação, sua amiga francesa, juntamente com Davy Jones e Peter Tork a encontraram.

-- Você está bem, Louise? – Davy a abraçava e tinha um machucado no rosto.

-- Sim... Eu...

Ela aponta para o céu com a caveira e a cobra na boca. Imediatamente a cicatriz de raio na testa de Davy doeu.

-- Vamos sair daqui! – bradou Odile.

Pobres adolescentes! Nem deram um passo e um grito conjurado foi emitido, seguidamente de ataques bruxos.

-- Estupore!

Os jovens se abaixaram, evitando o ataque e em seguida o tio de Louise interveio por eles.

-- Parem! É a minha sobrinha! Louise, Odile, Peter, Davy... Estão todos bem?

Robb certificava que o quarteto estivesse bem e um dos conjuradores da magia estuporante, aponta a varinha para os quatro.

-- Quem conjurou isso? – apontava, nervoso.

-- Que é isso, Howard?

-- Não mintam para mim! Foram pegos na cena do crime!

-- Mas que crime? – questionava Louise.

-- A marca negra, Louise. – disse Odile, baixinho.

-- Howard Hudson, eu posso garantir que esses jovens não foram os responsáveis do ataque na Copa de Quadribol. E nem teriam como conjurar a marca negra. – dizia Robb.

-- Quem eram aquelas pessoas encapuzadas? – questionou Louise, ofegante.

-- Comensais da morte. – respondeu o tio. – Assim são chamados os seguidores de Você-Sabe-Quem.

Lulu pensou em contar para o tio sobre a figura sinistra que a perseguiu. Optou em se calar. No dia seguinte, Louise não fez absolutamente nada na fazenda. A família Smith respeitou isso. Afinal, a menina ficou sozinha no meio da destruição e se não fosse seus amigos a encontrarem, quem sabe o destino fosse pior.

-- Louise. – chamou Catelyn, a mãe de Nora. – Tem visita pra você.

Quando chegou na sala, encontrou Gerd, já arrumado.

-- Me contaram o que aconteceu. – ele a abraçou forte. – Oh ursinha! Eu queria ter te protegido...

-- Sei disso. – disse, resignada. – Mas você estava comemorando e eu não queria perturbar você.

-- Você nunca me perturba. Exceto no quadribol.

Eles riram. Desfrutaram de um dia lindo juntos e Louise se acalmou um pouco mais. Gerd se despediu dela. Ambos prometeram ser discretos e quando chegar a hora, finalmente se assumir para os pais.

Antes do embarque na estação King’s Cross, ela ainda estava pensando nos eventos daquele dia, ao mesmo tempo que carregava uma edição do Profeta Diário, relatando o ocorrido. Neste momento Odile se sentou ao seu lado no banco da estação. Faltava meia hora para o embarque.

-- Sabe quem iria se interessar por isso? – disse Odile.

-- Quem?

-- Tilda Black. Mande uma carta para ela.

Louise escreveu a missiva e colocando no bico de Andrômeda, a corujinha levantou voo e Louise embarcou no trem. No entanto, numa parte da edição do jornal, leu sobre o Torneio Tribruxo. Seus olhos brilharam. Louise sabia que o torneio era para maiores de 17 anos.

-- Quem sabe um dia...

A jovem tinha muitos sonhos... Mas não fazia ideia que mais um ano seria marcante para ela...





*Cena Pós Créditos da Marvel*


Na calada da noite, quando todos os alunos e funcionários da escola dormiam, o silêncio era absoluto... Exceto pelos passos leves de uma aluna da Sonserina. A jovem bruxa abriu a porta de leve, sem causar ruídos e seguiu rumo para o salão principal, onde se encontra o Cálice de Fogo.

Nele, ela viu uma circunferência branca desenhada abaixo do suporte do Cálice. Era a Linha Etária. Um contrafeitiço que o diretor Rafelson criou para evitar inscrições de bruxos menores de idade que tentassem burlar isso de todas as formas. Ela só tinha 16 anos. Ela ultrapassou a linha e chegando perto do Cálice e na ponta dos pés, ela jogou o pedaço de papel com um nome escrito nele dentro do artefato mágico sob as chamas azuladas.

Imediatamente se afastou do círculo e saiu do salão. Caminhou até a janela, onde uma figura enorme apontava a varinha para ela.

-- Muito bem. O lorde das trevas está muito agradecido por fazer sua parte.

Os olhos verdes de Rosie Donovan estavam opacos. Estava claro que a garota agiu sob a maldição Império.

-- Vá para seu quarto e esqueça tudo que aconteceu. – ordenou a figura.

Ela obedeceu.

Agora só resta saber o que acontecerá depois...




FIM... Por enquanto.