domingo, 31 de dezembro de 2017

Top 5 (Momentos ano novo)

Boa noite, pessoal!

Hoje é dia 31 de dezembro, último dia de 2017 e faltando uma hora e meia pra virada do ano. E nada melhor do que o último post do ano.

Hoje vai ser um top 5 sobre momentos românticos de ano novo que ocorreu com os casais. Vamos lá!

1) Gerd e Louise: a transa de virada do ano ; Ocorreu em 1973 (vai ser mostrado em Rush e Begin Again) quando Lulu terminou seu relacionamento com o jogador italiano Giacinto Facchetti. Pra desapegar, ela seguiu pra uma discoteca qualquer e sem querer, encontrou seu outro ex-amor, James Hunt, com outra mulher. Pobre Louise. Ela resolveu cair de boca na bebida e quase deu pt se não fosse a intervenção do ursinho alemão, Gerd Müller. Rolou um beijo ao som de Elton John (tocou Bennie and the Jets) e por fim na casa dela e isso faltando 20 minutos pra virada do ano. Chegaram juntos (sim estavam se pegando) no mesmo instante dos focos de artifício. Saíram de 1973 mas começaram muito bem 1974

2) Davy e Dianna: o pedido de casamento; depois de muitas idas e vindas por 10 anos, Davy Jones e Dianna Mackenzie pararam com as brigas e focaram no seu amor. Faltando poucos minutos pra virada do ano, Davy fez um pedido romântico para ela: o de casamento.
Dianna aceitou e se beijaram bem na hora dos fogos no céu, marcando a entrada de 1975.

3) Michael e George: o perdão; 1982 não foi um bom ano para Michael McGold. O motivo foi a morte do cineasta alemão Rainer Werner Fassbinder. Inconformado, Mickey passou por uma fase obscura de sua vida, repleta de total depressão, tanto que abandonou a clínica, seus pacientes, parou de escrever suas teses e se isolou do mundo. Então começou os pensamentos suicidas. E foi assim até maio de 1983 quando um dia Mickey ligou para George, pedindo ajuda. O escocês não sabia o que dizer ou como agir. Resultado: Mickey tentou se afogar na banheira com os pulsos cortados mas resgatado por Christopher Romanov e Anastacia Rosely. Quando acordou, descobriu que Nora deu a luz sua filha, Mary Amelia (mais detalhes em breve no X-Brit dos filhos do Mickey). E no ano novo, George conversou sério com seu amado galês. Depois de muita treta durante o ano todo, Mickey o perdoou e o aceitou em sua vida. E passaram juntos a virada de 1983 pra 84.

3) Micky e Suzan: a festa que "deu errado". Estava tudo combinado pra virada de 1969/1970 ser a melhor pro casal Dolenz. Convidados, ok. A casa, ok. Bebidas,ok. Música, ok.
No entanto, a festa meio que ficou do controle e vieram mais pessoas do que deveriam. Houve consumo de drogas, algumas pessoas perderam a linha (imaginem as formas), confusão e outras coisas. Os vizinhos chamaram a polícia por conta do barulho e todos foram embora quando faltava 10 minutos pra meia noite. Micky e Suzan brigaram, se xingaram... E se pegaram. O casal se mostrou doido até entre tapas e beijos e transaram na sala, na cozinha, em todo canto durante os fogos. No fim pra eles deu certo.

4) Rosie e Marianne: primeiro ano juntas; era 1972 e faltava uma hora pro ano novo. Rosie tinha convidado Marianne e ela ainda não chegou. As duas não passavam o ano juntas desde a faculdade e com namoro de Ro com Al Pacino e Marianne se dedicando nos roteiros, elas quase não se viam. Faltando 3 minutos e Rosie já ia entregar os pontos quando ouve batidas na porta. Abriu e foi bem recebida com um beijo de Marianne. Daquele dia em diante elas passam o ano novo juntas.

5) Família Romanov e McGold: uma ceia em família: 1949 pra 1950 e Alexei e Tony resolveram passar o ano novo com suas famílias juntas. 1949 marcou um ano de coisas boas e novidades como a aparição do pai do Alexei, o velho Oleg que mais tarde se mostra um velhote bem diferente, os parentes da família McGold e novas amizades, como a drag queen dinamarquesa Queen Blue. Alexei e Tony renovaram seus votos de amor como almas gêmeas no mesmo instante que o céu se iluminou com os fogos.

É isso aí pessoa! Um feliz ano novo e que 2018 seja melhor pra todos!

domingo, 5 de novembro de 2017

Brit Trailers: Mad About You

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e hoje pra compensar a falta de criatividade, vem brit trailer de nova fic pro ano que vem (ou ainda pra este ano). Confiram!


(Fundo musical instrumental alegre)

- cena da casa grande em Munique com belo jardim-


Louise: Ursinho, preciso da sua ajuda.

Gerd: Agora não dá. Hoje é um jogo importante!


(Toca David Bowie – Fame)

- cenas rápidas de Gerd Müller fazendo gols e Louise McGold fazendo compras e ensinando crianças no coral)


Eles eram o casal perfeito

Louise: eu to cansada disto! – (Ela joga as roupas dele no chão)

Gerd: Ursinha...

Louise: você nunca compreende!


Invejado por todos

Gerd: quando isso vai acabar? (Gerd sentado no banco assistindo Lulu com o coral)

Louise: se acha ruim, vaza!


No entanto, um alinhamento entre os planetas...

(Toca Also Sprach Zarathustra)

- cena do universo, o sistema solar com os planetas se alinhando perfeito, principalmente Marte e Vênus –



(Cena de Louise e Gerd no banheiro suíte, reclamando um do outro e falando juntos)

Gerd lavando o rosto: Você só pensa em você!  O problema é esse! SE EU FOSSE VOCÊ!

Louise tirando a maquiagem: Você só pensa em você!  O problema é esse! SE EU FOSSE VOCÊ!


(Fim da música e o casal se olha, espantado)


Muda tudo!

- Cena de Gerd se acordando e se vendo no espelho. Ele é Louise e grita –


Gerd (Louise): AI MEU DEUS! GERHARD!

(Câmera focada rápido para Louise que virou Gerd)


Louise (Gerd): Ursinha? Ursinha, calma... Mein Gott! (“ele” se toca no corpo e se desespera)  VIREI MULHER!


(Toca Pepeu Gomes – Masculino e Feminino)



- Cena de Gerd entrando em campo mas cheio de pudor –


Gerd (Louise): como é que vou jogar?

Roth: O que está fazendo, Gerd? Chuta logo!


- Cena de Louise conversando com Odile –


Odile: meu universo, você está tão estranha....

Louise (Gerd): É claro que to estranha! Eu virei mulher!

Odile se espanta e não leva a sério: Ihhh, deve ser aqueles dias...

Louise (Gerd) [engrossando a voz]: COMO É?


Ser um homem feminino
Não fere o meu lado masculino


- Cena de Davy Jones conversando com Gerd (Louise) e acreditando –


Davy: isso não faz sentido, Lulu.

Gerd [Louise](tocando carinhosamente a mão do amigo): Mas o que eu faço? E se o ursinho quiser... sabe... aquilo?

Davy: Minha nossa!

(Cena rápida das atrapalhadas de Louise [Gerd] usando vestido, sandálias e sapatos e depois conversando com Tony á respeito de Gerd)

Tony: tenho notado que seu marido, mesmo detestando ele, está mudado.

Louise [Gerd]: E foi pra... melhor?

Tony: Com certeza. Uma mudança geral.


Se Deus é menina e menino
Sou Masculino e Feminino...





MAD ABOUT YOU


BY: MAYA AMAMIYA



EM 2018


sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Rush - No Limite da Paixão (11º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e depois de muito tempo, Rush retorna de seu hiatus. Aviso: NC-17! Boa leitura!



Capítulo 11: Hot Love
Louise POV

Estava descansando nos braços do Hunt e Odile também. Ele fumava, feliz e nos acariciando quando ouvimos alguém entrando no apartamento e depois no quarto. Era Niki Lauda, chocado com que viu.

-- Odile!

-- Niki! – Disse minha amiga, se levantando, um pouco com medo.

-- O que... está acontecendo? E por que ele está assim... com a Louise e você... nua?
Intercedi rapidamente.

-- Niki, olha pra mim. – Não me importei se estava nua, apenas tirei Niki do quarto e fechei a porta atrás, deixando Hunt e Odile sozinhos ali.

Quando o ratinho austríaco ia reclamar mais, eu o beijei ali no corredor. Nosso beijo ficou mais envolvente e paramos. Niki me olhava meio safado e apertou um pouco minhas nádegas.

-- Vem comigo...—Levando ele pro meu quarto e trancando a porta.

Niki estava um pouco travado no inicio e então o beijei mais uma vez, tirando seu casaco e desabotoando aos poucos sua camisa azul. Entre beijos e caricias, fiz o namorado de Odile se sentar na cama e ainda apalpei ali embaixo entre suas pernas, sentindo sua ereção.

-- Louise... – Ele gemia. – Por favor...

Abri sua calça e tirei junto sua cueca. Niki se deitou e eu beijei todo seu corpo, até resolver fazer sexo oral. Sugava seu membro com vontade, fazendo Niki gemer mais alto. Depois disso, foi à vez dele retribuir todo o prazer para mim. Ele me tocou usando dois dedos para a penetração e depois me chupava tanto que acabei gritando.
Niki ficou por cima de mim e me penetrou devagar. Eu o abraçava e gemia em seu ouvido.

-- Niki... Oooohhh... meu amor... Você é tão... ohhhh... quente...
Enquanto ele seguia nos movimentos, ele mordia meus seios e os apertava mais. Niki aumentava mais a velocidade nas estocadas e gritei mais de prazer e num dado momento, deixei marca de chupão no pescoço dele.

-- Louise... aaahhhh... eu não... vou agüentar... oooohhh...

Atingimos juntos o orgasmo e ao mesmo tempo ouvimos os gritos de Odile e Hunt no outro quarto.

Minutos depois James abre a porta, entrando em meu quarto.

-- Minha vez. Pode voltar para francesa, ratinho.

Niki me olhava com certa pena e sorriu.

-- Gostei muito, Louise.

E pegando suas roupas, ele caminhou para o quarto de Odile, nu. E eu e Hunt finalizamos. Cerca de duas horas depois eles foram embora e eu fiquei na cama, suspirando pelos dois. Não é certo, já que Niki é o namorado de Odile. Mas quem garante que ela não esteja assim pelo meu namorado? E estranhamente... não estava com ciúmes.

-- Quer tomar banho comigo, mocinha? – Odile me convidava, sem roupa, para um banho.

Não neguei e nos banhamos ao mesmo tempo um pouco de amor. Durante o café ela me confessa algo. Que estava apaixonada por uma de nossas colegas de palco, Joanna Martin, uma ruiva galesa de Swansea e recentemente integrou o elenco de Barry Thompson, junto com sua irmã, Miranda. Adoro Joanna, juntamente com suas duas amigas, Alberta Mann e Renée Chapelle. Esta última descobri que é prima de Felicity por parte da tia Sophie. Durante a conversa sobre almas gêmeas no qual Odile sempre falava com vontade, refleti um pouco. Na verdade meus pais haviam falado disso para mim e meus irmãos.
Por duas vezes acreditei que tivesse encontrado minha alma gêmea. A primeira foi Anastacia Rosely. Desde que conheço por gente, nós duas convivemos desde que éramos bebês. Aliás, meu pai foi namorado da mãe de Ana e também sua alma gêmea é justamente Alexei Romanov, o pai de Ana. A segunda vez que me enganei foi agora com Odile. Não sinto raiva ou frustração. Estou até feliz por Odile. Contudo, me veio o pensamento de que eu não tenha alma gêmea...

-- Um níquel por seus pensamentos. – Odile afagava meu cabelo. -- Esse olhar significa que você esta pensando em algo.

-- Vejo que não escondo nada de você. – fingi lamentação e ri um pouco. -- Estou feliz por você e a Jo. Só que... Eu pensei que você fosse minha alma gêmea. Não estou brava. Só um pouco pensativa. Acho que não tenho.

-- Ah sim. – Odile compreendeu meus pensamentos. -- Por mais que Joanna seja minha alma gêmea, você sabe que é a minha pessoa favorita nesse universo?Talvez você seja minha segunda alma gêmea.

-- Sim... eu acredito. – concordei. -- Mas quem é a minha primeira alma gêmea? Isso que me vem tirando o sono algumas vezes. – reclamei um pouco.

-- Se não é a Anastacia, então é a Alice.

-- ALICE? – fiquei espantada com a certeza de minha amiga. -- Odile, por favor, tudo bem que Alice é linda, maravilhosa mas... sem chance.

-- Sem chance por que, mocinha? Você mesma não disse que sentia uma estranha ligação por essa moça?

-- Sim mas deve ser passageiro, Odile. Eu quero uma pessoa que me complete como você. De modo verdadeiro.

-- Então, vou te propor algo. Só pra desencargo de consciência eu sairei com Joanna e você com a Alice. Faremos amor com elas. Se não sentirmos nada é porque eu e você somos almas gêmeas.

-- E se você sentir algo pela Jo e eu nada pela Alice? Ou vice versa?

-- Eu prometo, por tudo que rege este universo que vou te ajudar a achar sua alma gêmea.

Abracei Odile com carinho e sorri. Ela é sem dúvida minha verdadeira amiga.

-- Obrigada, Odile. Agora eu quero saber. Só entre nós. – cheguei mais perto dela. -- Sentiu algo quando conheceu pela primeira vez Franz Beckenbauer?

-- Sabe quando um raio te atravessa e depois você sente uma descarga de mil voltz no seu coração? – perguntou ela e sorrindo. -- Então, foi isso que senti. E que fique entre nós, às vezes eu imagino eu e ele....você sabe...fazendo amor.

--Você sabe que guardo segredo muito bem. Pelo menos se deu bem.

-- Como assim? Você mesma disse que sente atração pelo Gerd.

-- ODILE! – de novo me espantei. Mas com a diferença que havia se esquecido desse detalhe. -- Eu disse porque era a brincadeira da verdade e conseqüência. Não me imagino com... ele! Ai meu deus!

-- É nesses momentos que descobrimos as piores verdades. – disse a francesa, servindo mais leite. -- Ah Louise, conta outra! Você já deve ter se tocado pensando no Der Bomber.

-- Não... eu não fiz isso. Ele é horrível!

Odiava admitir mas a verdade é que realmente me masturbava pensando em Gerd. Até no banheiro chegava a gemer o nome dele e a noite pensava nele demais.

--E ele não é bonito. E também ele disse que brigo igual a um marinheiro. Se eu o odeio, ele me de detesta! – garanti.

-- François Truffaut me disse em sua ultima carta que o amor pode começar como uma briga dessas.

-- E ele disse uma solução pra isso?

-- Aceitar os sentimentos.

Abri os olhos, mais assustada e coloquei as mãos na cabeça, em sinal de derrota.

 -- Então estou perdida!

-- Então...quer fazer amor mais um pouco ou sair pra passear? – perguntou Odile.

-- Eu quero passear.

E nós duas caminhamos pelas ruas de Londres, conversando agora sobre a viagem rumo ao Brasil para a corrida de Fórmula 1. Quando passamos pelo Hyde Park, avistamos dois ônibus personalizados. Um era verde com um símbolo de cruz. Olhei mais atentamente e era da seleção norte irlandesa. Isso significa que George Best vai jogar. No entanto não avistamos Best. O outro ônibus era amarelo com detalhes em preto e vermelho e escrito “Alemanha”.

-- Louise... – Odile praticamente sorria. – Isso significa que...

-- Sim. – falei em tom de derrota de novo. Juro que o universo está conspirando para que meu caminho se cruze com... com ... aquele urso germânico! – Odile, eu não quero encontrar ele!

-- Tudo bem. Mas eu queria ver o Franz, Gerd vem no combo.

-- Por favor, Odile. Eu não quero falar com ele. Você pode mas me deixe fora disso.
Com tudo isso, ela caminhou em direção a mannschaft e conseguiu atrair atenção de Franz e de toda comitiva. Assim fica melhor. Desse jeito não irei conversar com ninguém. Fiquei atrás das árvores um pouco. Nestas horas eu desejava estar na arquibancada do autódromo de Crystal Palace e admirar as corridas. Na verdade relembrar o dia que conheci por completo Hunt. Não tinha dúvidas que o amava mas... Por que o jogador alemão vive nos meus pensamentos? Me culpei demais nestes pensamentos. De uma forma engraçada, interrompi tudo quando vi... uma meia! Vermelha e conversando comigo.

-- Hallo!

Pisquei duas vezes achando se tratar de um delírio ou efeito de alguma droga. O problema é que não consumo drogas desde 1969 em Woodstock. Olhei de novo pra seleção alemã e não encontrei Gerd. Foi aí que saquei tudo. Puxei o braço da pessoa e lá estava ele, rindo e tirando a meia da mão.

-- O que você quer? – me irritei.

-- Calma. Só queria conversar com você. Notei que sua amiga dá atenção pra todos e senti sua falta.

-- Está mais que claro que não estou a fim de conversar. Portanto vai embora.

Ele ficou ao meu lado, assobiando uma canção qualquer. Na verdade reconheci a música.

-- Hooked On a Feeling. – eu disse enquanto olhava para grama.

-- O que disse?

-- A música que você está cantando é Hooked On a Feeling, do Blue Sweede. – respondi.

Ele não disse mais nada. Só depois de uns minutos.

-- Não consigo parar de pensar em você.

-- Cobiçar a mulher alheia é errado, sabia? – perguntei. – Eu tenho namorado!

-- Eu sei disso. – ele tocando minha mão e paralisei. Na verdade eu tremi. – Acho que penso em você mais que Franz pensa na sua amiga francesa.
De novo me culpei. E admiti.

-- Você também não desaparece dos meus pensamentos. – encarei em seus olhos. – Na verdade... Eu... – cheguei perto dele, sussurrando em seu ouvido. – Quero sentir você... dentro de mim.

Conhecendo bem os homens, quando ouvem essas palavras, logo se animam.  Ele ainda segurava minha mão, mais forte.

-- Você me faz ficar desconcentrado. Como se a única coisa que me importa fosse você.

-- E isso é ruim?

-- É ótimo.

Pela primeira vez eu sorri para um cara que não é meu namorado.

-- Seu... namorado ainda está na cidade?

-- Sim. – respondi. – Amanhã Odile e eu iremos viajar com Niki e o Hunt. Grande Prêmio do Brasil.

-- Puxa...  – ele parecia se lamentar. – Se quiser me ver, pode ser hoje à noite? A seleção está hospedada no Hilton.

-- Talvez eu vá. – sorri, um pouco divertida. – Eu vou mesmo. Me espere as sete?

-- Procure um tal de “Oliver Mann” ou por “Hans Solo”. Podemos comer batatas fritas e assistir TV.

Ri um pouco e de repente vi Odile e Franz se beijando e bem forte. Ao que parece ela não se importa se Niki aparecer e ver aquilo.

-- Te vejo hoje à noite. – fui embora.

Odile e eu nos encontramos fora do Hyde Park.

-- Você...viu aquilo?

-- Se você fala do beijo, sim. Niki é meu amigo, mas não vou falar nada. – garanti.

--Me sinto tão culpada por nutrir sentimentos por Franz.  Amo Niki mais do que tudo, mas quando estou com Franz meu mundo pára. E ele me convidou para ir vê-lo no hotel, disse que ia pensar. Acho que não vou.

-- É exatamente isso que sinto quando estou com aquele urso alemão grande. E eu vou ir. Vamos.  A viagem é amanhã, Niki tem reunião com o pessoal da scuderia e Hunt está lá com Hesketh e lá pela meia noite voltaremos pra casa logo.

-- Tudo bem, eu vou com você.

A tarde toda só pensei numa coisa. Dividida entre meu namoro e um caso. No meio da tarde ouvi Odile falando com alguém no telefone.

-- Sinto muito, mas não dá. – e desligou.

Ela me encarou triste.

-- Não irei ver o Franz. Não é certo o que estamos fazendo com Niki e o Hunt.

-- Concordo plenamente. – disse.

E anoiteceu, não fomos ao encontro e ficamos em casa para preparação. Aproveitei para uma ligação. Mamãe atendeu.

-- Alô?

-- Oi, mãe. – me alegrei. Era tão bom ouvir a voz dela. – Como você está?

-- Um pouco cansada. – ouvi barulho de sapatos caindo. – Faz cinco minutos que cheguei em Ripley.

-- Onde esteve?

-- Moscou. Com a Olga.

Olga Romanov é a tia de Ana e amante ocasional (melhor dizer antiga já que o romance delas começou desde antes de eu nascer) e ela mora com os Romanov.

-- Foi muito bom. – ela pausou um pouco e disse por fim. – Vou passar o telefone pro seu pai e eu vou tomar banho.

-- Ok. – enquanto esperava, senti uma dor no peito meio angustiante. – Oi, pai.

-- Olá, mocinha. – papai é uma figura. Ele sempre me chama de mocinha. – Como está a vida londrina?

-- Melhor do que antes e me divertindo. – pausei um pouco pra massagear o peito por conta da dor e voltei a falar. – Pai, amanhã vou viajar com a Odile e meu namorado.

-- Tudo bem. E para onde? E quem é seu namorado?

-- O nome dele é James Hunt. Ele é piloto da Fórmula 1.

-- Um piloto!? – se tornou normal para mim que papai não aceitasse nenhum dos meus namorados. – Olha só, quando você voltar, traga este rapaz para cá. Queremos conhecer.

-- Sem problema. E mandarei um cartão postal do Brasil.

-- Brasil? Ah, o Brasil... Não vou desde 54, quando conheci minha grande amiga Lota e a Elizabeth Bishop. Mas enfim, boa viagem e aproveite lá. É verão e o calor é intenso.

-- Pode deixar.

Desligando o telefone, a dor passou. A insônia me atacou. Pensava no Gerd e minha tentativa frustrada de infidelidade, James, Niki, a viagem, a corrida...Não costumo ter dores no peito por nada e na mesma hora que liguei pra minha família, aconteceu. Eu sei que é um sinal. Seria de um acidente na corrida com meu amigo ou com meu namorado? Ou do avião que nos levará? Nunca tive medo de avião mas depois disso associei com a morte de Buddy Holly. Fui para a cozinha e tomei um copo de leite. Voltei a dormir, mesmo chorando.

Acordamos atrasadas. Hunt e Niki quase perderam o vôo e a paciência. Saímos do apartamento e rumamos para o aeroporto. Para nossa sorte (ou seria azar?) o nosso avião sairia atrasado por conta de problemas técnicos. Agradeci um pouco por não embarcar num avião defeituoso. Niki e Odile foram conversar com a equipe, James seguiu com Hesketh para definir os últimos detalhes e eu fiquei de novo sozinha, sentada no sofá de espera e olhando para a janela os aviões chegando e levantando vôo. Foi aí que ouvi uma voz.

-- Por que não apareceu ontem?

Ele apareceu com a carinha de um urso sonolento. Meu Deus, por que ele demorou para entrar na minha vida? Deveria ser ele e não o Hunt como meu namorado. E como desejei ninar este ursinho alemão.

-- Não vou trair meu namorado! – respondi. – E eu estava fora de mim. Sei lá... Por favor, esqueça o que eu disse ontem.

O próximo ato dele foi tirar um pedaço dobrado de papel e me entregou discretamente. Ainda bem que Hunt não viu.

-- Me escreva, por favor... – os olhos dele embora quase se fechando, notei um pouco os leves tons de vermelho.

-- Gerd... – me culpei por ter o chamado em voz alta.

-- Só me conte se é realmente muito quente lá. – ele sorria. – Eu... terei um amistoso e quero me preparar.

Aquele sorriso salvou meu dia ruim. E ouvi claramente meu coração bater mais forte de quando conheci o Hunt. O suor nas mãos, o corpo incendiando. O sinal que esperei para quando for me apaixonar.

-- Eu prometo te contar. – sorrindo de volta e guardando o bilhete na bolsa. – E também me perdoa por não aparecer.

-- Eu perdôo. – ele toca minha mão suada. – Um dia quero te levar pra jantar, Louise. Se você permitir.

-- Sou uma garota exigente. – disse bem sapeca.

-- Saberei como te agradar. – e depois me deu um beijo quente na bochecha e voltou a me encarar. – Ursinha.
Depois ele foi embora com a seleção. Não fazia idéia qual era o itinerário esportivo deles, contudo voltei para perto do meu namorado. E se passou uma hora e conseguimos embarcar no avião. Não senti medo mais. E nem a dor. O coração batia a mil e eu sorria como uma louca. Hunt dormiu junto com Niki e o pessoal das scuderias. Odile e eu permanecemos juntas. Ela lendo e eu desenhando.

-- Bélgica. – disse Odile.

-- O que disse? – perguntei, meio distraída.

-- Franz me contou que a mannschaft vai pra Bélgica. É um amistoso e depois vão para o Brasil.
Agora entendi, embora no fundo tivesse esperança de reencontrar Gerd em terras brasileiras, desta vez eu tinha que esperar. Liguei o rádio portátil e coloquei um fone de ouvido. Ouvi Ne me laisse pas l'aimer, da Brigitte Bardot e só pensei no Gerd e neste momento só desejo visitar outro lugar, um país que sempre quis conhecer: Brasil.


Continua...

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

Brit Characters: Justine Polnareff

Olá pessoal!
Mais uma personagem vai surgir!



Nome Real: Justine Manon Bryant Polnareff

Idade: 23 anos

Data de nascimento: 12 de setembro de 1943

Cidade natal: Marselha, França

Cidade atual: Londres, Fort Lauderdale

Profissão: Escritora e freelancer

Hobby: Andar de bicicleta

Relacionamentos: Tony Hicks (1963 a 1965), Keith  Relf (1966), Peter Fonda (1968 a 1973)
Características: Justine, ou Justie, é uma escritora boêmia e desbocada em alguns momentos. Já incomodou mais que políticos e roqueiros da época. No anos 80 ela teve um filho chamado Bobby, cuja paternidade é um mistério.Apenas se sabe que neste período ela se envolveu com um jogador de futebol...

Medo: de filmes de terror

Do que mais gosta: Conversar, beber e ouvir música.

Do que menos gosta: Receber ordens.

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Stop! In Name of Love! (22º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham um bom fim de tarde e começo de  noite e fiquem com novo capítulo decisivo de Stop! Boa leitura!



Capítulo 22: Prova de Fogo


Rosie POV
Esta é uma prova de fogo
Você vai dizer
Se gosta de mim.
Sei que você não é bobo,
Porém seu reinado
Vai chegando ao fim...



O trecho da música que toca no rádio combina bem com o momento que vou ter. Uma prova de fogo. Por um lado estava aliviada por sair de um casamento que por sinal não deveria ter acontecido. E por outro tive pena do Best. Ele não merecia toda minha raiva e ciúme que tinha da Marianne. Eu não devia descontar nele tudo isso.

E fomos para o camarim, fechamos a porta. Encarei meu marido, sentada na cadeira.

-- Por favor... – ele suspirava para evitar mais prantos. – Me diz que isso é uma piada e de mau gosto.

-- Piada é esse casamento. – disse. Eu devia falar a verdade. – Eu disse pra você que não queria casar. Mas não adiantou. Você disse pra toda sua família, pro time, pros seus amigos, pro mundo que vamos nos casar. Eu nem disse se aceitava. E no outro dia a igreja pronta, o salão pronto e até providenciado um vestido com todas as minhas medidas! EU NÃO QUERIA ME CASAR COM VOCÊ!

-- Mas nos amávamos. – Best ainda insistia com a conversa de amor. – Por quê?

-- Amar? – me espantei. Sai da cadeira e fiquei cara a cara com ele, muito brava. – Best, nós tínhamos começado a namorar logo depois que o Bobby Moore me deixou. Eu falei um milhão de vezes. Não quero me casar ainda.

E continuamos falando. Best parecia uma garota inconformada. Me dava mais pena dele.

-- Então por que me deixou acreditar? – indagou Best.

-- Eu sempre fui clara que não quero me casar. E sim viver um relacionamento bom.

Uma pausa na nossa conversa. Percebi que uma parte do elenco ouvia meus gritos. Dou razão pra eles. Literalmente não dava pra falar calmamente.

-- Vou ser mais direta. Praticamente você tomava todas as decisões por mim. Começando por nosso casamento, depois essa escalação para o filme da Odile. Você sabe que não gosto dela, mesmo ter ficado com ela uma vez e eu já tinha aceitado um trabalho com Lars Von Trier. E por sua culpa e da francesa eu perdi minha oportunidade. E pra piorar, ainda chamaram aquele embuste da Rússia chamada Anastacia Rosely pra escrever o roteiro. Você mais do que ninguém sabe que não gosto daquela mulher por razões óbvias. – chorei. – E então eu desisti. Procurei a única pessoa que realmente viu que estava sofrendo. Edmund.

Best se calou mais e não ouvi os burburinhos dos curiosos que encostavam as orelhas na porta ou na parede.

-- Quer saber como nós concebemos o bebê? Foi na noite que você saiu com Charlton e o Law. E foi a melhor noite de minha vida. E quando descobri que estava grávida, deu tudo errado porque você achou que era seu.

-- Achei que ia gostar de atuar comigo. – ele comentou. – Você reclamava que nunca estava presente.

-- Admito, eu reclamava. Mas depois desejava que você ficasse longe de mim. Meu Deus, eu rezei que você se apaixonasse por outra ou pela Odile. Enfim, depois das gravações da minha parte, vou entrar com pedido de divórcio.

A próxima atitude foi do Best. Ele saiu do camarim sem dizer nada. Absolutamente nada. Minhas mãos tremiam mesmo não ter me arrependido do que disse. Quando me retirei, todos me olhavam estranho. Até mesmo Ana.

-- Se eu soubesse que você tinha aceitado trabalhar com Von Trier, não teria te convidado. – disse Odile.

-- Chorar pelo leite derramado não adianta mais, Odile. – falei, bem grosseira. – Só vim pra finalizar essa porra de filme, pelo menos da minha parte. Vamos logo gravar isso!

-- Tudo bem, Rosie. – Odile me olhava torto e foi assim o resto do dia.

As gravações ocorreram tudo bem, houve poucos erros e tomadas a serem corrigidas e feitas. A cena final seria de Candice dizer adeus pro namorado dela, Ross (definido segundo o novo roteiro) e encerrando minha participação e a do Best. Quando Odile falou corta, Best largou fora do estúdio, sem falar algo. Quanto a mim, fiz o mesmo e me juntei com Edmund. Tínhamos outros compromissos.

-- Certo, pessoal. Próxima cena será dos ursinhos e uma do Gene.

Conversei rápido com Odile.

-- Não está brava com que aconteceu?

-- Já aconteceram tantas coisas aqui neste set que não adianta me estressar por outras que estão surgindo.

 -- Acho que a destruição do seu antigo set, os surtos da Louise, o fim do meu casamento e minha briga com Marianne e Ana não é nada perto do que vem por aí daqui a dois dias... Nas bancas de revistas.

Odile abriu um pouco os olhos e só disse:

-- Tudo bem, Rosie.

Conversamos com um advogado de confiança do Ed e os documentos mais do que prontos. No entanto tinha outro problema: um casamento. De quem? Daquele alemão chamado Gerd Müller com a poetisa Dianna Mackenzie. O elenco e a equipe de filmagem foram convidados. Droga!  Vou adiar mais um pouco a assinatura do Best pra depois do casamento.

E dois dias depois aconteceu a bomba da semana. A revista Gates of Eden publicou sobre o filme da Odile, intitulado “O maior fracasso insistido do cinema!”. Contei tudo para o Ed o que se passava naquele set, inclusive das minhas desconfianças que aconteciam entre os casais reais (Davy e Lulu, Gerd e Dianna) e os da ficção, mais os surtos que Louise teve durante as gravações, as tretas e mais outras loucuras. Era minha vingança contra Odile, Marianne e Anastacia.


Mickey POV

Esses dias que se passaram foi tipo uma marcha lenta. Em compensação estava com o pressentimento que as coisas podem melhorar. Era o pensamento que tinha até comprar a revista Gates of Eden e me deparar com a bombástica manchete.

-- Puta merda!

Em casa li, reli e não tomei mais café. Santo Deus! O que fizemos para merecer isso? Como Edmund teve a audácia de publicar esses fatos ocorridos anteriormente nas filmagens?

Então me lembrei da treta que teve entre Rosie e Best e contra todo mundo. Foi ela a delatora de tudo. Puxa vida! Como se afundar Odile não bastasse, a matéria avacalha com Ana e Marianne e critica duramente Louise, dizendo que suas atuações se tornaram duvidosas por conta do alto número de aparições sem roupa.

Neste momento Louise e Ana apareceram no apartamento e me mostraram a revista. Louise gritava de raiva e Ana se segurava pra não quebrar algo do meu apartamento.

-- Esse cara é um abutre! – comentei. – E ainda se diz jornalista isento.

Odile entrou no apartamento e conversou com Louise.  Enquanto Ana e eu planejávamos o que fazer sobre Rosie, pude ouvir a quantidade de “porras” que Louise berrava pra Odile.

-- Deus que me perdoe, Odile. Você é minha melhor amiga. Mas eu juro. Foi um tremendo erro ter participado deste filme! Você disse que vou ganhar um Oscar, mas depois disso, duvido que os críticos queiram me colocar na disputa pela estatueta. Neste momento só quero que esse pesadelo termine!

Odile se sentiu mal o resto do dia. Nem Franz conseguiu animá-la de alguma maneira. Ana saiu de casa. Ela decidiu conversar com Rosie.


Rosie POV

A revista escrita não era dessa forma que imaginei. Mas foi o bastante pra chamar atenção da mídia e finalmente trazer as atenções pra mim e críticas para Louise.  Culpa dela e da Odile perdi trabalhos importantes, com gente importante pra atuar neste filme e ainda consegui poucos trabalhos e todos ruins. Liguei pro Best e não me atendeu mais. Liguei mais uma vez pra saber como ele está e nada. Deixei um recado no celular.

-- Best, é a Rosie. Eu sei que está me ouvindo. Me mande mensagem ou me ligue. Você saiu do estúdio sem falar com ninguém. E eu quero saber como você está. Me liga.

Mal desliguei o telefone e ouço batidas na porta. Abri me surpreendi com a presença de Ana. Ela entrou sem convite da minha parte. Já sei do que se trata.

-- Ainda tem raiva de mim? – ela perguntou.

-- Não mais. – respondi de forma cínica.

-- Rosie, independendo do que eu fiz, peço desculpas por prejudicar você. E sobre eu e Marianne, já acabou. Somos amigas. Ela só sabe falar de você.

Não proferi uma palavra. Em vez disso tomei água, ofereci pra ela e servi. Voltei a falar.

-- Ana, vou ser um pouco honesta com você. Não tenho raiva de você. Na verdade gosto de você. Meu ódio começou quando Chelsea O’Malley me trocou por você. E aumentou mais quando vi você e Marianne juntas e se beijando no restaurante e fiquei tipo sem ação. Sem pensar num argumento.

-- Rosie, fiquei com Chelsea porque vocês tinham terminado e eu terminei com a Mari porque ela se manifestou. Disse estar amando você. Sei que erramos por falta do dialogo, por falta de contato.

Por mais a raiva ter inflamado ali, me senti melhor com a honestidade de Ana. No fim eu mesma reconheço que peguei pesado.

-- Eu também peço perdão por te arruinar e não só você mas também a Marianne, Odile e Louise.

-- Tudo bem, sei que elas te desculparam mas gostaria de que você publicasse essa carta na revista do seu namorado.

-- Que carta é essa?

-- Eu escrevi em nome da equipe e Odile está ciente. É uma resposta a aquele texto do Edmund.

Quando ela se retirou, li a carta e dizia isso:

Prezado Edmund Jones

Devido às recentes matérias publicadas na revista Gates Of Eden sobre o filme, no qual traça críticas errôneas e caluniosas sobre tal obra, antes mesmo que a película estivesse nos cinema.
Por meio dessa carta veio salientar que houveram brigas e desavenças durante as gravações, mas todos souberam reconhecer seus erros e trabalharam em conjunto para que o filme fosse filmado e pronto.
Em nome da equipe, esclareço que não somos  “um bando de gente despreparada para fazer cinema” e que a diretora Odile Greyhound não é uma “estúpida francesa que não sabe traçar argumento”, que todos os atores, roteiristas e produtores deram seu melhor para que a obra fosse feita.
Cinema não é um trabalho de um só e sim de um grupo. Somos contra todos esses comentários.

Atenciosamente,

Anastácia Rosely Romanov, escritora e roteiristas




Convencer Edmund aceitar aquela carta foram outros quinhentos mas no fim ele aceitou. Mas debochou.

-- Ed, não acha que pegamos pesado com eles? – perguntei. – Talvez não sejam tão ruins, apenas deu azar de certas coisas acontecerem pra sabotar o projeto.

-- Rosie, eles são ruins. – Ed continuava negar sobre o trabalho deles.

-- Acho que ao menos devia dar esse espaço a essa carta. – mostrei. -- Por favor!

-- O que eu não faço por você, cabelos de fogo? – ele aceitou a carta.

-- Tem mais uma coisa. – avisei enquanto preparava a postagem no site. -- Vou conversar com Best. Preciso saber se ele está bem.

-- Tudo bem e ai você se divorcia quando tudo isso terminar, vamos viajar e esquecer que esse filme aconteceu.

O problema não era o filme. E sim precisava saber do Best...


Louise POV

Passei sozinha o resto do dia. Não me atrevia a ligar pro Gerd pois ele estava ocupado com Dianna na preparação do casamento. E depois do que li na revista, me desmotivei demais. Olhei-me no espelho. A barriga já estava começando ganhar uma pequena forma e minha fome aumentou. Não comia mais por estar deprimida e sim pela gravidez. A campainha toca. Rezei que fosse Alice.

-- Me desculpa, ursinha. – Gerd entrou apressado e carregando uma sacola  e uma caixa. – Decorações nunca foi meu forte e a Dianna, coitada, também não sabia responder.

Normalmente tenho respostas pra tudo. Foi diferente. Voltei pro quarto, deitei na cama e liguei a TV smart, comendo os bombons. Trinta minutos depois senti um cheiro de fritura forte, o bastante pra provocar enjôos.

-- Gerd, pare com isso. – pedi em voz alta. – Eu... Merda!

Corri para o banheiro e botei tudo pra fora. Gerd me ajudou e a fritura parou. Em compensação ele fez uma sopa leve.

-- Eu não to bem. – disse.

-- Louise, isso tudo é por causa da revista?

-- O que acha?

Gerd riu um pouco.

-- Não entendi a graça. Gerd, é sério. Você gosta de ser comparado ao Neymar Jr?

-- Louise, aprendi a lidar com comparações e críticas desse tipo. Se ele me comparou ao jogador brasileiro do Barcelona é porque sou bom no que faço.


-- Isso é verdade. – sorri.

-- A única diferença entre Neymar e eu é que ele não ganhou uma Copa do Mundo.

-- Isso também é verdade. Embora não nego que torcia pelos brasileiros na Copa passada. Aquilo foi... Foi... Sem palavras.

-- Mostramos quem é a melhor seleção! – me abraçou e tocou minha barriga. -- Nosso ursinho.

--Nosso ursinho. Quero muito segurá-lo. – comentei. Desde a gravidez aquele medo havia sumido e a vontade de ser mãe aumentou.

-- Quando tudo isso acabar você vem comigo pra Munique. Nosso bebê vai ter um grande espaço pra crescer.

-- Uma casa só nossa?

-- Só nossa.

Tomei a sopa e me recuperei do choque. Gerd se mostrava mais cuidadoso comigo. A idéia de formar uma família me pareceu boa. A casa cheia de crianças, aquela alegria contagiante.

-- Estive pensando. – terminava de lavar a louça. -- Nosso bebê não será o único... quero dizer, filho único.

-- Quero um time de futebol e já temos um técnico. – ele disse bem divertido.

-- Gerhard! – joguei o pano de secar os pratos na cara. -- Se quer um time, no futuro um dos nossos filhos terá seu nome!

-- Ótimo!

Agora vem a parte mais legal quando surpreendemos o parceiro com outra parte da moeda.

-- Mas convertido em inglês!

Gerd bebia água e quando ouviu isso cuspiu, assustado. Dei risada.

-- Vamos ver se entendi. Nosso filho terá meu nome... Em inglês? Gerald?

-- Sim.

-- Bem... acho também  muito boa a versão italiana do meu nome... Gaetano... O que acha?

Com tanta conversa e ele sem querer menciona a Itália. Por quê? O riso acabou e eu não toquei mais no assunto. Gerd dormiu de conchinha comigo e adormeci. Quando amanheceu me acordei com o ruído da campainha. Vesti o roupão bem atrapalhada e abri a porta. Alice.

-- Meu solzinho! – me abraçando e me beijando na bochecha. – Bom dia. Espera! McDreamy, digo, Gerd está aqui?

-- Dormindo. – respondi e bocejei. – Alice, são oito da manhã. Eu quero ficar na cama.

-- Não antes de receber seu presentinho.

Ela me entrega uma caixa embalada com papel presente personalizado de bebê. Abri aquilo e encontrei um lindo macacão de ursinho pardo muito fofo. Me emocionei pelo presente.

-- Alice, isso é tão lindo! – abri bem os olhos pra admirar o presente adorável. – Adorei!

E mais abraços fortes. Ela ainda completou mostrando o tablóide The Sun e na primeira página a carta de Anastacia para a revista Gates of Eden sobre a matéria que publicaram sobre o filme e críticas sobre o elenco. Alegrou meu dia e aliviou meu coração. Agora não sou mais considerada atriz duvidosa.

Alice ficou para o almoço e ela mesma cozinhou. Gerd chegou trazendo mais presentes. Almoçamos juntos, conversamos sobre seu programa na TV, a relação confirmada com Serguei e a possibilidade de terem um filho. Na parte da tarde ela foi embora e ficamos nós dois, assistindo a série Bloodline quando a campainha toca. Pelo modo como soava deduzi quem era: minha família. Confirmei no olho mágico da porta.

-- Ursinha... – Gerd quase falou alto.

-- Se esconda. – avisei. – Embaixo da cama, rápido!

Abri a porta e mamãe já foi entrando sem convite.

-- Por que demora sempre pra nos atender? – perguntou meu pai e mamãe se sentando no sofá.

Ia responder mas eles entenderam. Ou pensaram que entenderam por conta da luz fraca no quarto e a cama desarrumada. Papai fez aquela cara de espertinho.

-- Não responda, filha. – ele piscou e falou alto. – Fica tranqüilo, Davy. Não vou brigar com você.

-- Pai! – repreendi, um tanto constrangida.

-- É melhor irmos pra casa. Vamos, Mary. Nossa tumbelina está em perfeitas mãos.

-- Acho bom. Detesto saber que meu genro não está cuidando da minha filha e do meu neto.

Eles saíram e Gerd depois surgiu, todo torto e espirrando.

-- Nunca mais me escondo ali! Nunca mais!

Vou me lembrar de nunca esconder um homem de 1,76 de altura embaixo da cama. Gerd achou melhor no outro dia passar mais tempo com Alice. E foi o que fiz. Minha Lua apareceu de manhã e ele assistindo sua série.

-- Me sinto mal por dizer aquilo pra Odile. – comentei, triste e por lembrar.

-- Você pode falar com ela. – disse Alice mais solícita. – Meu sol, ela anda muito triste pela publicação da Gates of Eden. Agora não sei como se encontra, já que o The Sun publicou a carta de Ana em resposta.

Resolvi visitar Odile. Não foi uma boa recepção que tive.

-- Odile...

-- Louise eu não quero mais ouvir você! – ela falava com braveza. – Você mesma disse que não gostava da idéia do filme ter um elenco diversificado. E depois agora diante da crítica da Gates...

-- Mas Odile..

-- Mas nada! – Odile berrava e se encontrava numa fúria matadora.

-- Odile, deixa de ser dramática. – falei, sem pensar que enfureci mais. – Você fica dramática quando se embravece.

-- Dramática? Eu? Quem surtou duas vezes no estúdio com Gerd? Quem disse que meu filme não daria certo? Você! Meu Deus, onde estava com a cabeça pra te colocar no elenco? Mas não é. Minha falta de dinheiro impossibilitou de contratar atrizes de alto escalão como Marion Cotilliard e você por ser minha amiga, tive de chamá-la. E agora vejo o tremendo erro. Eu não só afundo isso, como também destruí seu relacionamento com Davy.

-- Você não destruiu. – disse. – Me dei conta tarde demais que não o amo. E sim o Gerd. Inclusive... Estou grávida dele.

Odile me olhou espantada.

-- Mesmo?

-- Sim. Por favor, não se sinta culpada...

-- Minha nossa! – Odile se sentou no sofá com as mãos na cabeça. – Meu erro ficou agora grotesco....

-- Odile, pare com esse drama...

-- CALA ESSA BOCA! – ela gritou e se voltou total contra mim. – Me chama de dramática, sendo que você botou defeito em tudo, brigou com todo mundo, agüentei você o tempo todo e engravida de outro? CAIA FORA DA MINHA CASA.

Praticamente ela me expulsou de sua casa e ouvi o grito na janela.

-- Quando esse filme acabar, me lembre de não trabalhar mais com você, vadia!

Agora pegou pesado. Em nossos anos de amizade Odile nunca me chamou de vadia, nem na forma afetiva com nossos milhões de apelidos toscos e estranhos. E ainda ela gritou comigo. Isso deve ser o fato como a tratei nesses meses de trabalho no filme. Voltei pra casa e não encontrei Gerd mas um bilhete dele escrito:

Dianna me ligou. A data do casamento foi adiantada. Vou me ausentar mais, ursinha.

De tão decepcionada dormi na sala e passei o resto da semana incomunicável. Não falava com ninguém no What’s App, Facebook ou SMS. Nada. Passei dia e noite chorando na cama.


E CHEGOU A DATA DO CASAMENTO

Quando você chora a noite toda, usando um pijama horrível e seu cabelo tá uma bosta e não consegue se levantar? Pois é, essa sou eu, deprimida. Acho que Odile tinha razão. Sou mesmo dramática. Ouvi batidas fortes no apartamento. Depois parou. Em seguida o celular tocou. Atendi.

-- Alô? – com voz de sono.

-- LOUISE! – Davy berrou no telefone e nem coloquei no viva voz. – Acorde logo! É hoje!

-- Hoje o quê, bastardo?

-- Como pode ter esquecido? Hoje Dianna e Gerd vão se casar.

Tinha mesmo esquecido do plano. Abri mais os olhos, abri a porta pro Davy entrar.

-- Quanto tempo nós temos?

-- Duas horas e meia!

Duas horas e meia? É pouco tempo. Tomei banho depressa. Escovei o cabelo e coloquei um vestido qualquer por conta da barriga.

-- Como estou? – perguntei e sem querer me dei conta a irrelevância. – Esquece! Precisamos impedir um casamento.

Descemos de elevador e fomos pegar um táxi. Totalmente impossível.

-- Davy, este trânsito está bem pior que em São Paulo! – reclamei.

-- O casamento é na abadia de Westminster. Por isso esse congestionamento.

Tive vontade de vomitar quando ouvi isso. Na abadia... O casamento não era numa igreja qualquer. Era em Westminster. A igreja da família real britânica. Davy me amparou e sugeri que chamasse o Uber por ser mais fácil.

-- Tenho uma idéia melhor. – ele garantiu.

Enquanto me acalmava no hall de entrada do condomínio, pensava como ia impedir o casamento num lugar como a Abadia de Westminster. Com certeza as imprensas britânicas e alemãs estarão lá. Melhor imaginar a manchete dos jornais mostrando a famosa troca de casais em plena igreja de sua majestade.

Davy me conduziu para dentro do carro de... Mike Nesmith e... Alana Watson? O que a baixista da English Band fazia ali?

-- Oi Mike! – ele cumprimentou. – Olá, Alana. Bem vinda à nossa família.

-- Obrigada, Davy. – ela sorria e depois beijava o Nez.

Mike dirigia em alta velocidade. Não sei como ele conseguia desviar dos carros e não cruzando sinal vermelho. Resistia a vontade de perguntar pra Alana sobre ela e Nez. Deixei para depois.

-- Quanto tempo nós temos, Davy?

Olhou pro relógio. O tempo passou rápido mesmo.

-- Meia hora.

À medida que pensava no padre unindo meu ursinho com Dianna aumentava aflição e respirava fundo pra não ter um troço e perder meu filho.

-- Acelera, Mike! – pedi, impaciente.

-- Mas, Louise...

-- ACELERA!

Vamos definir um pouco ironia. Nesmith dirigia em alta velocidade enquanto o rádio tocava You Can’t Hurry Love, das Supremes. Que merda! Diana Ross, com certeza você não sabe o que é impedir o homem que você ama num casamento onde toda realeza britânica e alemã se encontram. Chegamos à igreja e as portas fechadas. Contudo, ouvimos aquelas palavras em alto e bom som.

-- Se houver alguém que seja contra esse casamento, que fale agora ou cale-se para sempre!

Entrei em pânico.

-- Davy... – como eu estava receosa demais! Encarei meu amigo. – Você não tem medo de provocar certas... comoções?

-- Nenhum pouco. E você?

Só de saber da convicção dele, me motivou. Respirei fundo e me recuperei.

-- Não tenho medo!

Nem precisamos contar. Entramos na maior cara de pau e gritamos juntos.

-- EU SOU CONTRA!

Agora vem aquela parte que todos te olham. Maravilha, todo clã McGold estava lá. Meus pais, meus irmãos mais velhos, meus tios e primos. Até a Fefe e o Peter Tork (isso é sério?) e as amigas da Dianna. Odile e Franz, juntamente com Sepp e Nora se encontravam chocados.

-- O senhor não pode casa-los, padre! – exclamei. – Eu amo esse homem! E ele é o pai do meu filho!

A velha comoção se transformou em dúvidas nos convidados.

-- E o eu amo essa mulher! – gritou Davy, afastando Dianna do Gerd. – E... O filho que ela espera é meu.

E mais choque. O Sr. Mackenzie foi o primeiro a se levantar.

-- Dianna Sophie Mackenzie, explique isso!

-- Senhor! – me intrometi. – Não exija da Dianna uma resposta destas...

-- E por que, Srta. McGold? – Ok, admito que senti medo do pai da Di. – Ah claro, eu lhe digo! Porque você destruiu o dia mais feliz de minha filha aplicando o golpe da barriga no noivo dela! Uma vadia!

-- Hey, Mackenzie! – meu pai se levantou, com cara de bravo. – Minha filha não é nenhuma vadia.

-- ENTÃO O QUE É ISSO QUE VEJO? – ele apontou para nós quatro.

-- Vamos, Louise. – meu pai me olhou, tão furioso. – Justifique pro Sr. Mackenzie e para mim essa história toda.

Breves segundos comigo mesmo pude observar tudo ao meu redor. O padre abismado, as famílias dos noivos completamente chocados, alguns parentes riram e outros me olhavam. Meus parentes também esperavam a explicação. Os amigos de Davy e da Di nem se preocupavam, já sabiam da historia toda.

-- Eu amo outro homem. – disse na maior naturalidade e me aproxime de Gerd. – É ele, pai. E o Davy ama a Dianna pra caramba.

Papai parecia não absorver as informações. E ainda dialogou.

-- Não... Não... Louise... Não confunda as coisas do cinema com a vida real...

-- Não estou confundindo. – disse, bem séria. – Eu amo Gerd Müller.

-- Sr. Mackenzie... – Davy conversou com o pai da noiva. – Me apaixonei por sua filha no dia da festa de encerramento de Ligações Perigosas. Ali eu soube que ela é a mulher da minha vida. Louise é minha melhor amiga. Certo, nós namoramos por dois anos e ela é linda mas Dianna é muito mais. Ela tomou meu coração.

-- Faço minhas palavras as do Davy. – afirmou Dianna.

-- Mas e os bebês? – perguntaram os pais.

-- Meu filho... – Dianna tirou o véu do vestido. – É do Davy.

-- Tem certeza?

-- Se o bebê da Dianna é do Davy mesmo... Então...

Agora papai lançou um olhar espantado para mim e pro Gerd e se transformando em nojo total, soltando o mais alto grito que a igreja já ouviu.
-- OH MEU DEUS! – gritou. – MEU NETO VAI NASCER ALEMÃO!

Não sei se rio ou choro com aquele dramalhão que papai fez em plena abadia, mas Gerd e eu estamos felizes e livres. Impedi um casamento sem amor e ainda Davy e Di foram beneficiados. Mas ainda tinha mais coisas a serem resolvidas na igreja...


Continua...