Boa noite pessoal!
Hoje vou postar novo capítulo da segunda temporada de We Belong Together. Reta final se aproximando e emoções fortes. Vamos lá e boa leitura!
Parte 18
Upwest
Downing – 6 da manhã.
Fefe abriu os olhos e sentia fortes dores de cabeça. Olhou
para o lado e viu que ao seu lado da cama estava afundado e desarrumado. A dor
se misturou com o medo e a ressaca. Saiu da cama e vomitou na janela bem forte.
O mordomo negro chamado Sembene e mais duas empregadas acudiram a jovem. Deram
banho nela, Sembene arrumava a cama e depois deixava uma bandeja com chá, bule,
açúcar e brioches na mesa do quarto.
-- O que aconteceu comigo? – Questionou Fefe enquanto era
banhada pelas criadas pois estava fraca e se abraçava tímida.
Molly e Sybil se olharam assustadas e permaneceram caladas.
Sembene ouve a conversa e se culpava por não ter protegido a filha de seus
patrões. Já não bastava a morte misteriosa de Robert, agora Felicity saindo de
noite e se encontrando com o lorde narigudo. E tudo começou desde a partida de
Serguei e Moses para Ordem.
FLASHBACK
ON
Depois
que seu irmão e seu primo seguiram rumo a Ordem, Felicity se sentiu sozinha.
Ela conheceu um amigo chamado Louis O’Malley, um rapaz com deformidades em seu
corpo e no rosto. Ele contou que foi assassinado e mutilado por lobos e uma
cientista chamada Anastacia o trouxe de volta á vida, utilizando pedaços de
outros cadáveres. Fefe sorriu e seguiram aquela amizade por semanas até que um
súbito desaparecimento de Louis ocorreu. Entretanto num passeio no qual Sembene
a acompanhou, um lorde inglês e de nariz absurdamente grande chamou sua
atenção.
Lorde
Pete Townshend herdou recentemente a fortuna da família logo após a morte do
pai durante a expedição na África e a morte prematura dos irmãos mais jovens,
Simon e Paul. Ele sabia de Fefe, o noivado trágico com o conde Beckenbauer e o
mórbido fim da família dela. Cortejou a mulher, mesmo sob os olhares
reprovadores do criado que agia como guarda costas.
E após
muitos dias finalmente teve a primeira noite deles. Antes de levá-la para cama,
Pete leu um livro de capa preta e uma insígnia cor de carvão. O símbolo não foi
reconhecido por Felicity e quando ele leu as palavras em latim, adormeceu.
FLASHBACK
OFF
Não sentia dores e tinha certeza que não houve mais além de
sono. Ainda sim estava em pânico e pediu para as criadas chamarem um médico ou
uma especialista da anatomia feminina. Uma mulher doutora jamais vista examinou
Felicity.
-- Não há sinais de agressão, física ou sexual. A vagina do
mesmo jeito. Normal. E você está naqueles dias. Por isso as dores de cabeça, se
bem que é ressaca.
Fefe se envergonhou.
-- Não há com que se preocupar senhora McGold. – A médica
falava com naturalidade e franqueza, transmitindo confiança.
-- Eu... – Felicity pensou em corrigir a jovem doutora. Optou
pelo silêncio. – Obrigada.
-- Não há de quê. E procure se alimentar bem. Assim sua pele
voltará a ser jovem e ocupe sua mente com melhores momentos e seu cabelo
voltará a ser bonito.
Quando a médica foi embora, Fefe chamou as empregadas.
-- Como eu vim parar aqui?
Sybil se tremia de medo e Molly esfregava as mãos
freneticamente. Ambas estavam nervosas.
-- Por favor...
-- Senhora, é complicado de explicar porque nem mesmo nós
sabemos direito. – Justificou Sybil.
-- Eu exijo saber!
-- Está bem. – Falou Molly suspirando. – Quando viemos trazer
sua água, não estava aqui. E a cama toda arrumada. Falei para Sembene e todos
os empregados. Te procuramos em todos os lugares e Carlson foi até a polícia. E
quando voltamos para certificar, encontramos a senhora aqui. Desse jeito e não
havia sinais que alguém tenha entrado na casa.
Fefe aos poucos recuperava suas lembranças. Concluiu que Pete
de alguma maneira, a trouxe de volta sem ter que entrar na casa. Usando...
magia.
Alcateia
de Nuremberg
Depois de decidirem um plano de
resgatar Alana e o filhote Jason, Mike e seus amigos e aliados colocam em
prática. Mitch Mitchell e Johan Cruyff foram até a alcateia e viram todos os
preparativos do casamento. Mitch apontou quem era quem.
-- Ali! O de cabelo escovadinho e
pele bronzeada é o terrível líder.
Johan não gostou da fuça do lobo
alfa.
-- E aqueles caras ao redor? –
Questionou o médico.
-- Eles se chamam “A Máfia de
Memphis”. – Mitch dava de ombros e ria. – Não me pergunte o motivo desse nome.
São amigos e até uns são primos do Elvis.
Enquanto Mitch explicava, Johan
permanecia escondido nas árvores e observava atentamente o local. Avistou a
barraca onde Alana, Gram Parsons e Renée conversam. Os outros lobos e vampiros
conversavam entre si. Na verdade estavam com medo de Elvis e sabiam do plano de
resgate da loba liverpuliana e do filhote e mantiveram as aparências
subjulgadas por Elvis.
Mitch e Johan entram na barraca e
viram Alana chorando.
-- Alana! – Johan a abraçou. – Sou
eu. Dr. Cruyff!
-- Doutor! – Ela chorava
copiosamente. – Me tira daqui. E salve meu filhote.
Jason dormia sob o efeito da poção
do sono que Renée aplicou no menino. Mitch carregou com cuidado a criança.
-- Calma! Vamos te tirar daqui.
Mitch levará você e o garoto até o seu marido.
-- Mike? – Os olhos da loba
ganharam outro brilho na menção a seu marido, se é que poderia ainda se
considerar esposa dele depois do que aconteceu semanas atrás. – Ele veio?
-- Ele percorreu o caminho todo
pra te resgatar, mulher! – Disse o médico, animado e se levantando. – Renée
assume aqui e agora.
-- Farei com que Elvis beba a
poção do sono da morte. – Dizia a alquimista já travestida de Alana.
-- Toma cuidado, bruxa. Presley é
um lobo astuto. Uma simples falha e ele desconfia fácil.
-- Obrigada pelo aviso. E levem a Alana rápido!
No exato momento que Mitch e o
médico saíram da cabana, Elvis entrou rapidamente. Ele estava impaciente!
-- ALANA! – Chamou em voz alta.
Renée fingiu surpresa e viu o
tamanho do lobo. Pela primeira vez sentiu medo, logo ela sempre corajosa e já
enfrentou um lupino como Marco Verratti, Elvis era uma muralha.
-- Meu bem... – Ela forçou uma voz
parecida com a loba. – Não deveria entrar aqui. Dá azar ver a noiva antes do
casamento.
-- Só queria saber se está tudo
bem. – Ele a olhou de cima a baixo e sorriu maliciosamente. – Venha! Está na
hora. Lamar vai levá-la ao altar.
-- Espere, senhor. – Parsons
deteve o grandalhão Lamar Fike. – Eu mesmo levo Alana. Afinal... Fui eu que os
apresentou.
-- Que bom! Vamos começar!
E finalmente a cerimonia de
casamento começa. Todos olharam para a noiva e não deixavam de sentir pena
dela. Parsons permanecia tranquilo e se retirou rapidamente assim que entregou
a noiva e Renée evitava de transparecer ousadia contra o macho alfa. Tinha que
fingir ser delicada. Ela não prestou atenção no sermão do padre Arthur Brown e
não olhava para Elvis. Os membros da Máfia de Memphis se emocionavam, exceto um
deles. Justamente Jerry Schilling, o braço direito do líder. Jerry era muito
detalhista e qualquer coisa fora do lugar, buscava investigar a origem do
problema. Neste caso ele percebeu que “Alana” estava conformada demais. Ao
contrário das outras que faziam escândalo, surtavam ou negavam veemente, ela
aceitava tranquilo. E também Jerry avistou uma estranha tatuagem na mão direita
da loba, o símbolo do Ouroboros.
-- Então pelo poder que me foi
investido... – Até mesmo o padre estava cansado de unir várias vezes Elvis. –
Eu os declaro marido e mulher. Beije a noiva.
Na hora do beijo, Presley se
inclinou e fechou os olhos. Renée deu um selinho rápido e todos celebraram. Ele
a carregou para a barraca dele onde inicia-se as núpcias...
A caminho do bando, Mitch, Johan,
Jason e Parsons e a verdadeira Alana corriam sem parar até encontrar a trilha.
Em seguida chegaram. Jason se acordou e ao ver o pai, correu para abraçar.
-- Papai! – Gritou o lobinho.
-- Meu filhote! – Mike chorou de
alegria por rever seu filho. O menino continuava a cara dele e os olhos da mãe.
– Senti sua falta meu filho!
-- Eu também papai e a mamãe está
aqui.
Mitch retirou o capuz que cobria
Alana. Nez quase não acreditava no que via. Sua mulher, inteira e mais bonita
do que antes. O casal se abraçou forte e ali ele tinha certeza. Ela o ama
ainda. E o doutor Cruyff estava certo. Se a loba realmente não o amasse, não
arriscaria a própria vida no confronto contra os Kroos durante da batalha da
retomada da Ilha dos Lobisomens. Os amigos também sorriram no reencontro do
casal. Peter se lembrava de Erin e Manuel e com certeza se acontecesse algo
parecido com o fazendeiro ou com Erin, moveria céu e terra para encontra-los.
Micky derramava mais lágrimas pois se tornou gatilho para ele por causa de
Suzan e a lobinha Jane Roselyn e sua esposa Emma e as crianças, mas vendo Mike,
Alana e o filhote reunidos aquecia seu coração. Davy também se emocionou e
novamente pensava em sua mulher e as filhas e do bebê Freddie. Decidiu que
assim que retornar a Ilha, vai amar Dianna e dar mais carinho aos filhos.
-- Ok pessoal! – Johan chamou
atenção de todos. – Agora vem mais um plano. Como vamos resgatar a Renée?
Jimi ia dizer algo, mas uma
explosão mágica atingiu todos. Mike protegeu a esposa e o filho ficando por
cima deles para receber o impacto do golpe. Todos se machucaram gravemente.
Enquanto se levantaram, a figura sinistra do líder da alcateia e a Máfia de
Memphis logo atrás. Elvis segurava Renée pelo pescoço, desfalecida e cheia de
marcas de agressão, além do vestido rasgado e o disfarce estragado.
-- O QUE FEZ PRA ELA? – Gritou
Peter, indignado por ver Renée subjulgada.
Elvis riu e seus comparsas também.
Em seguida arremessou o corpo da alquimista para o bruxo.
-- Volte para mim, Srta. Watson. –
Elvis esticava a mão para a mulher. – E eu prometo que não vou machucar seu
marido e seu filho e nem seus amigos.
Alana tremeu e Mike ficou na
frente dela.
-- Você não levará minha mulher!
-- E quem é você?
-- Robert Michael Nesmith! Sou o
verdadeiro marido da Alana!
-- O marido? – O líder se
enfureceu e começou sua forma lupina gigante.
Mike não se deteve e também se
transformou em lobisomen. O confronto se inicia!
Trem de
Whitechapel
Bran e os gêmeos embarcaram e escolheram os assentos perto da
ligação de um vagão e outro. Chris e Nikolai tomavam seu sorvete alegremente e
Bran observava ao redor, até perceber um trio de homens loiros, usando roupas
surradas e toucas velhas. Aparentemente entregaram os bilhetes para o fiscal e
foi aceito e em seguida aceitaram a comida oferecida. Não estavam muito longe
de onde Bran e as crianças estavam. O galês pensou em mudar de lugar, no
entanto o trem já estava ficando preenchido os lugares. E antes de tomar a
súbita decisão de desembarcar, uma dama cruzou seu caminho.
-- Desculpa! – Bran se envergonhou. A jovem era exótica e
bonita. Apesar da vestimenta e maquiagem, o jovem não deixou de notar um pomo
de adão proeminente na “garota”.
-- Eu que peço perdão. – Disse a “jovem”, forçando a voz numa
tentiva estranha em tornar feminina. – Posso me sentar com vocês?
-- Pode! – Responderam os gêmeos e apontando para o lugar que
é o lado do “pai” deles, no caso Bran. – Fica aqui.
-- Danke!
A moça estranha cumprimentou as crianças e o cavalheiro.
Admirou o par de olhos azulados do belo homem e ao mesmo tempo uma dupla de
homens bem vestidos se aproximaram do quarteto.
-- Olha ali. Até um maricas embarca no trem. – Disse um deles
se referindo a dama.
-- Aberração! – Completou o outro.
Bran não gostou e dirigiu-se até os homens.
-- Eu não sabia que eu era tão pegajoso. – Provocou Bran.
-- Ah, não senhor! – Riu um deles, nervoso. – Não era para
você. E sim aquela mulher ao seu lado.
-- Então sugiro mais respeito a minha esposa!
Os passageiros e os bilheteiros voltaram sua atenção na
afirmação do outro. Até mesmo o trio misterioso se chocou.
-- E-E-esposa? – Gaguejou o outro.
-- Exato. Pra chamarem minha mulher de aberração, as de vocês
devem ser bruxas do pântano e querem ofender outras para se sentirem melhor!
A dupla se retiraram completamente embaraçados e os
passageiros voltaram suas atenções para si próprios. A garota estava
boquiaberta com a atitude do homem. Teve certeza que ele não era comum.
-- Não precisava, senhor...
-- Me chame de Brandon McGold. – Se apresentou.
-- Lady... Katharine... Rummenigge.
-- É um prazer em te conhecer, lady Katharine.
-- E eu sou Christopher e esse é meu irmão gêmeo, Nikolai.
-- Hallo, crianças. – E depois voltou sua atenção para Bran.
– Seus filhos são adoráveis.
-- São sim... – Bran não deu muitos detalhes e preferiu
poupar Katharine.
-- Muito obrigada, herr McGold.
Bran beijou a delicada mão de Katharine e continuou olhando
para ela, fascinado por sua beleza diferenciada. E os meninos sentiram que “o
pai” logo teria um novo amor. Quanto ao trio de homens, continuaram de olho
neles e finalmente o trem iniciou sua viagem.
-- Tenho uma cabine privativa. Se quiser ficar comigo e com
os meus filhos, está convidada.
-- Vamos comer muitos doces. – Nikolai era o mais animado.
Katharine aceitou e seguiram juntos.
Floresta
de Munique
Os esquilos andaram para procurar nozes e subiam em cima de
um corpo perto do lago dos amantes. Dois deles cutucaram a cabeça dele e
finalmente Gerd se mexeu, espantando os pobres esquilos. O vampiro se
encontrava numa situação desleixada. Roupa suja de terra e umidade, o cabelo
empoeirado e exalando odores suspeitos, além de ter deixado uma barba crescida
e mal cuidada. Aos poucos abria seus olhos e recobrava os sentidos e os
caninos. Lembrou-se do que aconteceu nas últimas semanas... e uma delas ainda o
machucava. A imagem de Louise lutando contra Nadine, resultando na ursinha
sendo vencedora e ao mesmo tempo morrendo no processo. Ainda doía seu coração
sabendo que seu plano de ressucitar Louise deu errado e nunca mais teria chance
em ser perdoado. Olhou para o lago e imediatamente se lembrou que o canto onde
se encontrava foi exatamente o mesmo lugar onde se acertaram após Louise matar
os Pythons. Eram bons aqueles tempos, onde eram os dois, se amando em todos os
lugares e aproveitando a vida hedonista que levavam. Entretanto lembrou-se da
filha com Alice. Meredith. Gerd se levantou e caminhou calmamente até o
castelo. Ao abrir a gigante porta de bronze, viu a filha brincando com Joanna
Martin, o lenhador Michael Palin e com Alice.
-- Papai! – Gritou a menininha e correndo em direção a ele.
Gerd não se moveu e ainda estava chocado. Alice se levantou e
pegou a filha pela mão.
-- Fica longe dela!
-- Alice!
-- Não se aproxime de mim! – Respondeu brava.
-- Me perdoa! Eu estava triste e com raiva...
-- E remorso pelo o que fez a Louise? Isso você não sentiu.
Quando a estuprou, enganou e traiu meu sol!
-- Eu sei e assumo totalmente essa culpa. E você? Ficou
comigo enquanto eu estava com ela...
-- Eu estava inebriada por uma névoa de mentiras. – Alice
falava alto e não se deu conta que Joanna e Palin afastaram Meredith para não
ouvir a discussão. – Eu estava feliz pela minha nova vida. Com Palin, novos
amigos e a Louise. E você me fez perder tudo e você a perdeu também.
A pequena se desvencilhou da vampira ruiva e correu para o
lado do pai.
-- Quero ficar com meu pai.
-- Mas não vai mesmo. – Alice pegou a filha no colo. – Ficará
comigo.
-- Não quero!
-- Então o que vivemos foi parte da névoa de mentiras suas? –
Foi a vez de Palin entrar na conversa.
-- Não... Michael...
O lenhador puxou Joanna e subiram as escadas, entrando no
aposento da vampira.
-- Alice... – Gerd tentou se aproximar dela. – Me perdoa pelo
que disse e fiz para você e Louise. Quero tentar e me corrigir.
Alice leu a mente de Gerd. Uma parte era verdade. Mas o
motivo era por causa da filha.
-- Eu não sei Gerd. Se eu te der essa chance, que seja pra
valer.
-- Vamos fazer pela Meredith.
-- Não vai tentar me matar de novo? Ou me humilhar?
-- Não farei mais.
O casal se abraça receoso e ali reiniciaram sua historia...
Sabendo que novamente outras surpresas vão surgir e desencadear desencontros.
Meredith ficou feliz e depois olhou para porta e viu uma
figura de branco com roupas de freira. A menina sorriu, ingênua, sem saber que
se tratava de Louise recém ressuscitada. O olhar da vampira para o casal era
sinistro.
-- Oi. – Cumprimentou Meredith.
Louise direcionou seu olhar para criança e foi embora sem
dizer uma palavra. De fato, não era a mesma Louise que outrora era complacente
e adorável com as crianças.
Miesbach,
sul da Baviera, pensão de Madame Hertha
Alexei anotava tudo que entendia do livro Os Significados das
Luas. O que lhe chamou atenção sobre as fases lunares que foram mencionados em
outro livro lido, As Criaturas do Submundo por Thiberius Raskolnikov. A lua
cheia era Lua da Abundância, trazendo fartura de alimentos, saúde e resistência.
Além disso a lua cheia causa desconforto aos novos lobisomens que não controlam
a licantropia. A segunda fase, a lua crescente correspondia a Lua Rosa, lua de
amor, onde o sentimento floresce lindamente e também era época divertida para
vampiros e lobisomens e humanos pois o apetite sexual fica no auge. Agora a lua
minguante é a mais perigosa no qual os próprios lupinos e morcegos são prejudicados.
E a fase que atiça os sentidos predatórios de ambas criaturas e foi muitas
vezes responsável por ataques em diversas partes do país. E a lua nova, embora
uma das menos conhecida porém importante. É a fase de abertura dos portões
espirituais permitindo que espíritos sejam vistos pelas pessoas de grande ou
pouco dom paranormal e a comunicação entre os mundos.
Olhou o calendário russo e olhou as estrelas. Era chegada da
lua cheia em três dias. Ele tinha que tirar Tony do sanatório o quanto antes.
Mas na entrada do hospício, o dono do lugar encarava Alexei nada amigável. O
responsável era magro, alto, cabelo curto e preto e dono do olhar bravo e com
olheiras. Usava jaleco e óculos.
-- Boa noite, herr. – Alexei sorria forçadamente sabendo que
o diretor já se irritou com ele. – Preciso ver um dos internos.
-- Você viu que horas são, Sr. Romanov? – Perguntou.
-- Pelo amor de Deus. São sete da noite. Ainda estou no
limite permitido.
-- Acontece que já a quarta vez só esta semana visitando o
Sr. McGold. Nesses dias todos o paciente teve recaídas de agressão e
alucinações.
-- Eu... Não Sabia.
-- Agora que já sabe, ponha-se pra fora!
-- Diretor! Por favor...
Alexei saiu correndo, entrando no gigante corredor e adentrou
a segunda sala livre. Tony foi visto, sentado na cadeira de balanço ainda com a
mesma expressão de quando o internou no local e ainda olhava fixamente para
janela.
-- Tony! – Chamou Alexei.
O outro ignorou e seguia olhando para janela. Alexei virou
Tony para olhá-lo.
-- Tony, me ouça. Eu sei que me entende e me ouve. Precisa
sair daqui.
-- Eu... Eu... Eu... Eu... – Tony repetia demais a palavra e
tremia as mãos. Ele olhava para o vácuo.
-- Eu sei o que aconteceu com sua filha.
A simples menção a Louise mexeu com velho. Os olhos
finalmente adquiriram um brilho despertante e parou de repetir as palavras.
-- Daqui a três dias será a lunação cheia. Você vai recuperar
seus poderes e suas lembranças.
-- SR. ROMANOV!
O diretor enfurecido, encontrou Alexei abraçando Tony e
mandou os guardas separarem os dois e enxotou o russo de meia idade para rua.
Mas Alexei estava satisfeito. E só o que tinha que fazer é esperar até a lua
cheia... ou não.
Os enfermeiros examinaram Tony e o diretor Lux Interior
pensava no que fazer para o paciente não lembrar mais do visitante. A lobotomia
não bastava.
-- Sr. McGold está reagindo. – Comentou a enfermeira de
apelido Poison Ivy, a esposa do diretor Lux.
-- Então vamos usar a “Psycho Therapy”. – Respondeu com ares
sádico.
Psycho therapy
psycho therapy psycho therapy
That's what they wanna give me
Psycho therapy psycho therapy psycho therapy
All they wanna give me
O colocaram na maca, amarrando os pés e as mãos com cinto. Tony
olhava para os lados e enervou-se.
-- Me tirem daqui! ME SOLTEM! – Gritou e se agitava na maca,
impedindo a travessia até a sala de psicoterapia, que nada mais é o sinônimo de
terapia de choque.
Lux aplica a morfina no braço de Tony. Aos poucos ele parava de se
movimentar. Ordenou que os enfermeiros mantivessem os olhos dele abertos para o
início dos choques. Colocaram esparadrapos nas pálpebras do paciente, eletródos
e um pedaço de couro na boca, evitando os gritos.
Lux e Poison orderam que os guardas ficassem alertas para não
deixar os pacientes verem aquela horrenda sessão.
-- Não se preocupe, Sr. McGold. – Com a mão segurando a chave de
ignição elétrica. – Em breve nem saberá o que realmente aconteceu.
E abaixou a chave, se ouvindo o ruído gradual de começo da
eletricidade e as correntes atingindo o corpo de Tony. Ele gritava de extrema
dor e era abafada com aquela tira de couro entre os dentes. Lágrimas corriam
dos olhos por causa da dor. E a sensação de impotência e vergonha acelera seus
sentidos, os batimentos cardíacos e o ódio. Ele olhava para os espelhos e a mesma imagem
da criatura deformada implorava para sair de dentro dele. Os olhos de Tony,
antes azuis quase opacos, ganharam a cor acizentada e a pupila dilatada. As
mãos cresceram e ficaram enormes, os braços ganharam músculos descomunais e
poderosos, assim como as pernas e o tórax. Os gritos deram lugar a um urro
selvagem e o rosto completamente deformado. O diretor não acreditava no que fez
e seus funcionários fugiram. Tony se movimentou e facilmente se libertou de seu
suplício hospitalar. E após vários meses, ele despertou o pior nele: um Hyde.
Alexei olhava o sanatório pelo telescópio e viu as chamas que
estavam as torres, os pacientes correndo para fora e outros ficando no pátio
para observar os acontecimentos. Funcionários gritando e pedindo ajuda, até que
um deles foi agarrado pelo calcanhar e arremessado longe. Imediatamente
reconheceu Tony transformado em Hyde. O plano de fuga deu certo.
-- Tony! Me siga! – Apontando para si.
O monstro, que antes era seu amigo e amor da sua vida, o seguiu
bravo. Adentraram floresta densa, distanciando do asilo. Mas Aelxei notou que
Hyde parou de caminhar e estava muito mais zangado.
-- Tony?
-- GRRRRRRR! – Grunhiu bravo.
-- Calma! Sou eu! Lembra-se, o rei caiu! Ele caiu!
O monstro se acalmava pouco e caminhou ao lado do humano. Depois
de percorrerem vinte quilômetros, chegaram a pensão de Madame Hertha. Alexei se
virou e Tony retornou a forma humana, ofegante e apenas com a calça rasgada e
sem camisa. Romanov carregou seu amigo e entrou na pensão, recebendo os
cuidados da dona e de outra pessoa.
-- Ele ainda não se lembra totalmente. – Avisou o russo, pegando
novas roupas.
-- E de mim? – A voz de Catelyn Smith mostrava preocupação. Cat
foi trazida de volta a vida por Alexei pelo mesmo método que Anastacia Rosely
utiliza, o Dom de Lázaro retirado do livro o Necromicon.
-- Ele reagiu pouco. Vamos esperar até a lua cheia.
Cat concordou e limpa o rosto do galês amado.
-- Onde estou? – Tony acordava aos poucos.
-- Olá, querido. – Catelyn depositou um beijo na testa.
-- Quem é você?
Munique – Mansão dos Monkees
Dianna costurava as roupinhas das filhas e vez ou outra
parava suas atividades por causa da gravidez. A barriga já ganhava uma
circunferência bem visível e algumas vezes sentia os chutes e movimentos do
bebê. Emma terminava de banhar Ami e Karin e as vestia com as roupas doadas por
Mary Anne McCartney-Harrison. Karin não era mais uma bebê e já ganhava forma de
uma menina de três anos. A morceguinha é
muito mais serelepe que as outras crianças e adorava fazer bagunça. Seu irmão
adotivo, Christian, auxiliava na agitação. Erin amamentava Sally e por fim as
atenções voltaram para outra criança: Freddie.
Desde a morte de Louise, Freddie ficou aos cuidados dos Jones
e antes da partida de Davy no resgate de Alana, o menino vampiro era quieto,
retraído, mas com um gosto para desenhos. Erin cedeu parte dos seus quadros e
lápis para o garoto desenhar o que quisesse. Tirando o auto isolamento de
Freddie, havia outra coisa aparentemente preocupante: Freddie falava sobre um
ursinho.
Dianna achava que ele queria uma pelúcia e dava os ursinhos
de suas filhas para ele. Freddie recusava e continuava resmungar sobre um
ursinho.
-- Acho que ele vai desenhar um ursinho. – Erin observa como
o menino vai mostrar.
Terminado o desenho, ele mostra para as tias. As três
mulheres não entenderam aqueles rabiscos. Dianna olhou mais atentamente e de
repente aqueles rabiscos se misturaram e formaram a figura de um homem. A
vampira o reconheceu e se espantou pelo fato de Freddie ainda se lembrar. Puxou
o menininho para perto.
-- Você sente falta do “ursinho”? – Indagou a vampira.
-- Sim. – Respondeu Freddie. – Ursinho.
Freddie repetia a palavra que Louise se referia a Gerd e
provavelmente como não sabia pronunciar o nome dele, o chama de ursinho.
-- Eu prometo que se a gente encontrar, você o verá.
O garoto sorriu e abraçou a mulher que o acolheu como sua
mãe. A felicidade deles foi interrompida com batidas na porta.
-- Deve ser os rapazes! – Se animou Emma.
-- Alana! – Erin enchia os olhos de lágrimas louca para
reencontrar sua amada loba.
Para a surpresa delas, quando Dianna abriu a porta... Não
eram eles. E sim uma mulher bem vestida e com as mãos contendo barreiras de
energia.
-- Onde está Mike Nesmith?
Continua....