domingo, 21 de maio de 2023

We Belong Together - Wildest Dreams (Parte 18)

 Boa noite pessoal!

Hoje vou postar novo capítulo da segunda temporada de We Belong Together. Reta final se aproximando e emoções fortes. Vamos lá e boa leitura!

Parte 18

 

Upwest Downing – 6 da manhã.

Fefe abriu os olhos e sentia fortes dores de cabeça. Olhou para o lado e viu que ao seu lado da cama estava afundado e desarrumado. A dor se misturou com o medo e a ressaca. Saiu da cama e vomitou na janela bem forte. O mordomo negro chamado Sembene e mais duas empregadas acudiram a jovem. Deram banho nela, Sembene arrumava a cama e depois deixava uma bandeja com chá, bule, açúcar e brioches na mesa do quarto.

 -- O que aconteceu comigo? – Questionou Fefe enquanto era banhada pelas criadas pois estava fraca e se abraçava tímida.

 Molly e Sybil se olharam assustadas e permaneceram caladas. Sembene ouve a conversa e se culpava por não ter protegido a filha de seus patrões. Já não bastava a morte misteriosa de Robert, agora Felicity saindo de noite e se encontrando com o lorde narigudo. E tudo começou desde a partida de Serguei e Moses para Ordem.

 

 FLASHBACK ON

Depois que seu irmão e seu primo seguiram rumo a Ordem, Felicity se sentiu sozinha. Ela conheceu um amigo chamado Louis O’Malley, um rapaz com deformidades em seu corpo e no rosto. Ele contou que foi assassinado e mutilado por lobos e uma cientista chamada Anastacia o trouxe de volta á vida, utilizando pedaços de outros cadáveres. Fefe sorriu e seguiram aquela amizade por semanas até que um súbito desaparecimento de Louis ocorreu. Entretanto num passeio no qual Sembene a acompanhou, um lorde inglês e de nariz absurdamente grande chamou sua atenção.

 Lorde Pete Townshend herdou recentemente a fortuna da família logo após a morte do pai durante a expedição na África e a morte prematura dos irmãos mais jovens, Simon e Paul. Ele sabia de Fefe, o noivado trágico com o conde Beckenbauer e o mórbido fim da família dela. Cortejou a mulher, mesmo sob os olhares reprovadores do criado que agia como guarda costas.

 E após muitos dias finalmente teve a primeira noite deles. Antes de levá-la para cama, Pete leu um livro de capa preta e uma insígnia cor de carvão. O símbolo não foi reconhecido por Felicity e quando ele leu as palavras em latim, adormeceu.

 FLASHBACK OFF

 

Não sentia dores e tinha certeza que não houve mais além de sono. Ainda sim estava em pânico e pediu para as criadas chamarem um médico ou uma especialista da anatomia feminina. Uma mulher doutora jamais vista examinou Felicity.

 -- Não há sinais de agressão, física ou sexual. A vagina do mesmo jeito. Normal. E você está naqueles dias. Por isso as dores de cabeça, se bem que é ressaca.

 Fefe se envergonhou.

 -- Não há com que se preocupar senhora McGold. – A médica falava com naturalidade e franqueza, transmitindo confiança.

 -- Eu... – Felicity pensou em corrigir a jovem doutora. Optou pelo silêncio. – Obrigada.

 -- Não há de quê. E procure se alimentar bem. Assim sua pele voltará a ser jovem e ocupe sua mente com melhores momentos e seu cabelo voltará a ser bonito.

 Quando a médica foi embora, Fefe chamou as empregadas.

 -- Como eu vim parar aqui?

 Sybil se tremia de medo e Molly esfregava as mãos freneticamente. Ambas estavam nervosas.

 -- Por favor...

 -- Senhora, é complicado de explicar porque nem mesmo nós sabemos direito. – Justificou Sybil.

 -- Eu exijo saber!

 -- Está bem. – Falou Molly suspirando. – Quando viemos trazer sua água, não estava aqui. E a cama toda arrumada. Falei para Sembene e todos os empregados. Te procuramos em todos os lugares e Carlson foi até a polícia. E quando voltamos para certificar, encontramos a senhora aqui. Desse jeito e não havia sinais que alguém tenha entrado na casa.

 Fefe aos poucos recuperava suas lembranças. Concluiu que Pete de alguma maneira, a trouxe de volta sem ter que entrar na casa. Usando... magia.

 

Alcateia de Nuremberg

 Depois de decidirem um plano de resgatar Alana e o filhote Jason, Mike e seus amigos e aliados colocam em prática. Mitch Mitchell e Johan Cruyff foram até a alcateia e viram todos os preparativos do casamento. Mitch apontou quem era quem.

 -- Ali! O de cabelo escovadinho e pele bronzeada é o terrível líder.

 Johan não gostou da fuça do lobo alfa.

 -- E aqueles caras ao redor? – Questionou o médico.

 -- Eles se chamam “A Máfia de Memphis”. – Mitch dava de ombros e ria. – Não me pergunte o motivo desse nome. São amigos e até uns são primos do Elvis.

 Enquanto Mitch explicava, Johan permanecia escondido nas árvores e observava atentamente o local. Avistou a barraca onde Alana, Gram Parsons e Renée conversam. Os outros lobos e vampiros conversavam entre si. Na verdade estavam com medo de Elvis e sabiam do plano de resgate da loba liverpuliana e do filhote e mantiveram as aparências subjulgadas por Elvis.

 Mitch e Johan entram na barraca e viram Alana chorando.

 -- Alana! – Johan a abraçou. – Sou eu. Dr. Cruyff!

 -- Doutor! – Ela chorava copiosamente. – Me tira daqui. E salve meu filhote.

 Jason dormia sob o efeito da poção do sono que Renée aplicou no menino. Mitch carregou com cuidado a criança.

 -- Calma! Vamos te tirar daqui. Mitch levará você e o garoto até o seu marido.

 -- Mike? – Os olhos da loba ganharam outro brilho na menção a seu marido, se é que poderia ainda se considerar esposa dele depois do que aconteceu semanas atrás. – Ele veio?

 -- Ele percorreu o caminho todo pra te resgatar, mulher! – Disse o médico, animado e se levantando. – Renée assume aqui e agora.

 -- Farei com que Elvis beba a poção do sono da morte. – Dizia a alquimista já travestida de Alana.

 -- Toma cuidado, bruxa. Presley é um lobo astuto. Uma simples falha e ele desconfia fácil.

 -- Obrigada pelo aviso.  E levem a Alana rápido!

 No exato momento que Mitch e o médico saíram da cabana, Elvis entrou rapidamente. Ele estava impaciente!

 -- ALANA! – Chamou em voz alta.

 Renée fingiu surpresa e viu o tamanho do lobo. Pela primeira vez sentiu medo, logo ela sempre corajosa e já enfrentou um lupino como Marco Verratti, Elvis era uma muralha.

 -- Meu bem... – Ela forçou uma voz parecida com a loba. – Não deveria entrar aqui. Dá azar ver a noiva antes do casamento.

 -- Só queria saber se está tudo bem. – Ele a olhou de cima a baixo e sorriu maliciosamente. – Venha! Está na hora. Lamar vai levá-la ao altar.

 -- Espere, senhor. – Parsons deteve o grandalhão Lamar Fike. – Eu mesmo levo Alana. Afinal... Fui eu que os apresentou.

 -- Que bom! Vamos começar!

 E finalmente a cerimonia de casamento começa. Todos olharam para a noiva e não deixavam de sentir pena dela. Parsons permanecia tranquilo e se retirou rapidamente assim que entregou a noiva e Renée evitava de transparecer ousadia contra o macho alfa. Tinha que fingir ser delicada. Ela não prestou atenção no sermão do padre Arthur Brown e não olhava para Elvis. Os membros da Máfia de Memphis se emocionavam, exceto um deles. Justamente Jerry Schilling, o braço direito do líder. Jerry era muito detalhista e qualquer coisa fora do lugar, buscava investigar a origem do problema. Neste caso ele percebeu que “Alana” estava conformada demais. Ao contrário das outras que faziam escândalo, surtavam ou negavam veemente, ela aceitava tranquilo. E também Jerry avistou uma estranha tatuagem na mão direita da loba, o símbolo do Ouroboros.

 -- Então pelo poder que me foi investido... – Até mesmo o padre estava cansado de unir várias vezes Elvis. – Eu os declaro marido e mulher. Beije a noiva.

 Na hora do beijo, Presley se inclinou e fechou os olhos. Renée deu um selinho rápido e todos celebraram. Ele a carregou para a barraca dele onde inicia-se as núpcias...

 A caminho do bando, Mitch, Johan, Jason e Parsons e a verdadeira Alana corriam sem parar até encontrar a trilha. Em seguida chegaram. Jason se acordou e ao ver o pai, correu para abraçar.

 -- Papai! – Gritou o lobinho.

 -- Meu filhote! – Mike chorou de alegria por rever seu filho. O menino continuava a cara dele e os olhos da mãe. – Senti sua falta meu filho!

 -- Eu também papai e a mamãe está aqui.

 Mitch retirou o capuz que cobria Alana. Nez quase não acreditava no que via. Sua mulher, inteira e mais bonita do que antes. O casal se abraçou forte e ali ele tinha certeza. Ela o ama ainda. E o doutor Cruyff estava certo. Se a loba realmente não o amasse, não arriscaria a própria vida no confronto contra os Kroos durante da batalha da retomada da Ilha dos Lobisomens. Os amigos também sorriram no reencontro do casal. Peter se lembrava de Erin e Manuel e com certeza se acontecesse algo parecido com o fazendeiro ou com Erin, moveria céu e terra para encontra-los. Micky derramava mais lágrimas pois se tornou gatilho para ele por causa de Suzan e a lobinha Jane Roselyn e sua esposa Emma e as crianças, mas vendo Mike, Alana e o filhote reunidos aquecia seu coração. Davy também se emocionou e novamente pensava em sua mulher e as filhas e do bebê Freddie. Decidiu que assim que retornar a Ilha, vai amar Dianna e dar mais carinho aos filhos.

 -- Ok pessoal! – Johan chamou atenção de todos. – Agora vem mais um plano. Como vamos resgatar a Renée?

 Jimi ia dizer algo, mas uma explosão mágica atingiu todos. Mike protegeu a esposa e o filho ficando por cima deles para receber o impacto do golpe. Todos se machucaram gravemente. Enquanto se levantaram, a figura sinistra do líder da alcateia e a Máfia de Memphis logo atrás. Elvis segurava Renée pelo pescoço, desfalecida e cheia de marcas de agressão, além do vestido rasgado e o disfarce estragado.

 -- O QUE FEZ PRA ELA? – Gritou Peter, indignado por ver Renée subjulgada.

 Elvis riu e seus comparsas também. Em seguida arremessou o corpo da alquimista para o bruxo.

 -- Volte para mim, Srta. Watson. – Elvis esticava a mão para a mulher. – E eu prometo que não vou machucar seu marido e seu filho e nem seus amigos.

 Alana tremeu e Mike ficou na frente dela.

 -- Você não levará minha mulher!

 -- E quem é você?

 -- Robert Michael Nesmith! Sou o verdadeiro marido da Alana!

 -- O marido? – O líder se enfureceu e começou sua forma lupina gigante.

 Mike não se deteve e também se transformou em lobisomen. O confronto se inicia!

 

 Trem de Whitechapel

 Bran e os gêmeos embarcaram e escolheram os assentos perto da ligação de um vagão e outro. Chris e Nikolai tomavam seu sorvete alegremente e Bran observava ao redor, até perceber um trio de homens loiros, usando roupas surradas e toucas velhas. Aparentemente entregaram os bilhetes para o fiscal e foi aceito e em seguida aceitaram a comida oferecida. Não estavam muito longe de onde Bran e as crianças estavam. O galês pensou em mudar de lugar, no entanto o trem já estava ficando preenchido os lugares. E antes de tomar a súbita decisão de desembarcar, uma dama cruzou seu caminho.

 -- Desculpa! – Bran se envergonhou. A jovem era exótica e bonita. Apesar da vestimenta e maquiagem, o jovem não deixou de notar um pomo de adão proeminente na “garota”.

 -- Eu que peço perdão. – Disse a “jovem”, forçando a voz numa tentiva estranha em tornar feminina. – Posso me sentar com vocês?

 -- Pode! – Responderam os gêmeos e apontando para o lugar que é o lado do “pai” deles, no caso Bran. – Fica aqui.

 -- Danke!

 A moça estranha cumprimentou as crianças e o cavalheiro. Admirou o par de olhos azulados do belo homem e ao mesmo tempo uma dupla de homens bem vestidos se aproximaram do quarteto.

 -- Olha ali. Até um maricas embarca no trem. – Disse um deles se referindo a dama.

 -- Aberração! – Completou o outro.

 Bran não gostou e dirigiu-se até os homens.

 -- Eu não sabia que eu era tão pegajoso. – Provocou Bran.

 -- Ah, não senhor! – Riu um deles, nervoso. – Não era para você. E sim aquela mulher ao seu lado.

 -- Então sugiro mais respeito a minha esposa!

 Os passageiros e os bilheteiros voltaram sua atenção na afirmação do outro. Até mesmo o trio misterioso se chocou.

 -- E-E-esposa? – Gaguejou o outro.

 -- Exato. Pra chamarem minha mulher de aberração, as de vocês devem ser bruxas do pântano e querem ofender outras para se sentirem melhor!

A dupla se retiraram completamente embaraçados e os passageiros voltaram suas atenções para si próprios. A garota estava boquiaberta com a atitude do homem. Teve certeza que ele não era comum.

 -- Não precisava, senhor...

 -- Me chame de Brandon McGold. – Se apresentou.

 -- Lady... Katharine... Rummenigge.

 -- É um prazer em te conhecer, lady Katharine.

 -- E eu sou Christopher e esse é meu irmão gêmeo, Nikolai.

 -- Hallo, crianças. – E depois voltou sua atenção para Bran. – Seus filhos são adoráveis.

 -- São sim... – Bran não deu muitos detalhes e preferiu poupar Katharine.

 -- Muito obrigada, herr McGold.

 Bran beijou a delicada mão de Katharine e continuou olhando para ela, fascinado por sua beleza diferenciada. E os meninos sentiram que “o pai” logo teria um novo amor. Quanto ao trio de homens, continuaram de olho neles e finalmente o trem iniciou sua viagem.

 -- Tenho uma cabine privativa. Se quiser ficar comigo e com os meus filhos, está convidada.

 -- Vamos comer muitos doces. – Nikolai era o mais animado.

 Katharine aceitou e seguiram juntos.

 

 Floresta de Munique

 Os esquilos andaram para procurar nozes e subiam em cima de um corpo perto do lago dos amantes. Dois deles cutucaram a cabeça dele e finalmente Gerd se mexeu, espantando os pobres esquilos. O vampiro se encontrava numa situação desleixada. Roupa suja de terra e umidade, o cabelo empoeirado e exalando odores suspeitos, além de ter deixado uma barba crescida e mal cuidada. Aos poucos abria seus olhos e recobrava os sentidos e os caninos. Lembrou-se do que aconteceu nas últimas semanas... e uma delas ainda o machucava. A imagem de Louise lutando contra Nadine, resultando na ursinha sendo vencedora e ao mesmo tempo morrendo no processo. Ainda doía seu coração sabendo que seu plano de ressucitar Louise deu errado e nunca mais teria chance em ser perdoado. Olhou para o lago e imediatamente se lembrou que o canto onde se encontrava foi exatamente o mesmo lugar onde se acertaram após Louise matar os Pythons. Eram bons aqueles tempos, onde eram os dois, se amando em todos os lugares e aproveitando a vida hedonista que levavam. Entretanto lembrou-se da filha com Alice. Meredith. Gerd se levantou e caminhou calmamente até o castelo. Ao abrir a gigante porta de bronze, viu a filha brincando com Joanna Martin, o lenhador Michael Palin e com Alice.

 -- Papai! – Gritou a menininha e correndo em direção a ele.

 Gerd não se moveu e ainda estava chocado. Alice se levantou e pegou a filha pela mão.

 -- Fica longe dela!

 -- Alice!

 -- Não se aproxime de mim! – Respondeu brava.

 -- Me perdoa! Eu estava triste e com raiva...

 -- E remorso pelo o que fez a Louise? Isso você não sentiu. Quando a estuprou, enganou e traiu meu sol!

 -- Eu sei e assumo totalmente essa culpa. E você? Ficou comigo enquanto eu estava com ela...

 -- Eu estava inebriada por uma névoa de mentiras. – Alice falava alto e não se deu conta que Joanna e Palin afastaram Meredith para não ouvir a discussão. – Eu estava feliz pela minha nova vida. Com Palin, novos amigos e a Louise. E você me fez perder tudo e você a perdeu também.

 A pequena se desvencilhou da vampira ruiva e correu para o lado do pai.

 -- Quero ficar com meu pai.

 -- Mas não vai mesmo. – Alice pegou a filha no colo. – Ficará comigo.

 -- Não quero!

 -- Então o que vivemos foi parte da névoa de mentiras suas? – Foi a vez de Palin entrar na conversa.

 -- Não... Michael...

 O lenhador puxou Joanna e subiram as escadas, entrando no aposento da vampira.

 -- Alice... – Gerd tentou se aproximar dela. – Me perdoa pelo que disse e fiz para você e Louise. Quero tentar e me corrigir.

 Alice leu a mente de Gerd. Uma parte era verdade. Mas o motivo era por causa da filha.

 -- Eu não sei Gerd. Se eu te der essa chance, que seja pra valer.

 -- Vamos fazer pela Meredith.

 -- Não vai tentar me matar de novo? Ou me humilhar?

 -- Não farei mais.

 O casal se abraça receoso e ali reiniciaram sua historia... Sabendo que novamente outras surpresas vão surgir e desencadear desencontros.

 Meredith ficou feliz e depois olhou para porta e viu uma figura de branco com roupas de freira. A menina sorriu, ingênua, sem saber que se tratava de Louise recém ressuscitada. O olhar da vampira para o casal era sinistro.

 -- Oi. – Cumprimentou Meredith.

 Louise direcionou seu olhar para criança e foi embora sem dizer uma palavra. De fato, não era a mesma Louise que outrora era complacente e adorável com as crianças.

 

 Miesbach, sul da Baviera, pensão de Madame Hertha

 Alexei anotava tudo que entendia do livro Os Significados das Luas. O que lhe chamou atenção sobre as fases lunares que foram mencionados em outro livro lido, As Criaturas do Submundo por Thiberius Raskolnikov. A lua cheia era Lua da Abundância, trazendo fartura de alimentos, saúde e resistência. Além disso a lua cheia causa desconforto aos novos lobisomens que não controlam a licantropia. A segunda fase, a lua crescente correspondia a Lua Rosa, lua de amor, onde o sentimento floresce lindamente e também era época divertida para vampiros e lobisomens e humanos pois o apetite sexual fica no auge. Agora a lua minguante é a mais perigosa no qual os próprios lupinos e morcegos são prejudicados. E a fase que atiça os sentidos predatórios de ambas criaturas e foi muitas vezes responsável por ataques em diversas partes do país. E a lua nova, embora uma das menos conhecida porém importante. É a fase de abertura dos portões espirituais permitindo que espíritos sejam vistos pelas pessoas de grande ou pouco dom paranormal e a comunicação entre os mundos.

 Olhou o calendário russo e olhou as estrelas. Era chegada da lua cheia em três dias. Ele tinha que tirar Tony do sanatório o quanto antes. Mas na entrada do hospício, o dono do lugar encarava Alexei nada amigável. O responsável era magro, alto, cabelo curto e preto e dono do olhar bravo e com olheiras. Usava jaleco e óculos.

 -- Boa noite, herr. – Alexei sorria forçadamente sabendo que o diretor já se irritou com ele. – Preciso ver um dos internos.

 -- Você viu que horas são, Sr. Romanov? – Perguntou.

 -- Pelo amor de Deus. São sete da noite. Ainda estou no limite permitido.

 -- Acontece que já a quarta vez só esta semana visitando o Sr. McGold. Nesses dias todos o paciente teve recaídas de agressão e alucinações.

 -- Eu... Não Sabia.

 -- Agora que já sabe, ponha-se pra fora!

 -- Diretor! Por favor...

 Alexei saiu correndo, entrando no gigante corredor e adentrou a segunda sala livre. Tony foi visto, sentado na cadeira de balanço ainda com a mesma expressão de quando o internou no local e ainda olhava fixamente para janela.

 -- Tony! – Chamou Alexei.

 O outro ignorou e seguia olhando para janela. Alexei virou Tony para olhá-lo.

 -- Tony, me ouça. Eu sei que me entende e me ouve. Precisa sair daqui.

 -- Eu... Eu... Eu... Eu... – Tony repetia demais a palavra e tremia as mãos. Ele olhava para o vácuo.

 -- Eu sei o que aconteceu com sua filha.

 A simples menção a Louise mexeu com velho. Os olhos finalmente adquiriram um brilho despertante e parou de repetir as palavras.

 -- Daqui a três dias será a lunação cheia. Você vai recuperar seus poderes e suas lembranças.

 -- SR. ROMANOV!

 O diretor enfurecido, encontrou Alexei abraçando Tony e mandou os guardas separarem os dois e enxotou o russo de meia idade para rua. Mas Alexei estava satisfeito. E só o que tinha que fazer é esperar até a lua cheia... ou não.

 Os enfermeiros examinaram Tony e o diretor Lux Interior pensava no que fazer para o paciente não lembrar mais do visitante. A lobotomia não bastava.

 -- Sr. McGold está reagindo. – Comentou a enfermeira de apelido Poison Ivy, a esposa do diretor Lux.

 -- Então vamos usar a “Psycho Therapy”. – Respondeu com ares sádico.

 Psycho therapy psycho therapy psycho therapy

That's what they wanna give me
Psycho therapy psycho therapy psycho therapy
All they wanna give me

 

O colocaram na maca, amarrando os pés e as mãos com cinto. Tony olhava para os lados e enervou-se.

 

-- Me tirem daqui! ME SOLTEM! – Gritou e se agitava na maca, impedindo a travessia até a sala de psicoterapia, que nada mais é o sinônimo de terapia de choque.

 

Lux aplica a morfina no braço de Tony. Aos poucos ele parava de se movimentar. Ordenou que os enfermeiros mantivessem os olhos dele abertos para o início dos choques. Colocaram esparadrapos nas pálpebras do paciente, eletródos e um pedaço de couro na boca, evitando os gritos.

 

Lux e Poison orderam que os guardas ficassem alertas para não deixar os pacientes verem aquela horrenda sessão.

 

-- Não se preocupe, Sr. McGold. – Com a mão segurando a chave de ignição elétrica. – Em breve nem saberá o que realmente aconteceu.

 

E abaixou a chave, se ouvindo o ruído gradual de começo da eletricidade e as correntes atingindo o corpo de Tony. Ele gritava de extrema dor e era abafada com aquela tira de couro entre os dentes. Lágrimas corriam dos olhos por causa da dor. E a sensação de impotência e vergonha acelera seus sentidos, os batimentos cardíacos e o ódio.  Ele olhava para os espelhos e a mesma imagem da criatura deformada implorava para sair de dentro dele. Os olhos de Tony, antes azuis quase opacos, ganharam a cor acizentada e a pupila dilatada. As mãos cresceram e ficaram enormes, os braços ganharam músculos descomunais e poderosos, assim como as pernas e o tórax. Os gritos deram lugar a um urro selvagem e o rosto completamente deformado. O diretor não acreditava no que fez e seus funcionários fugiram. Tony se movimentou e facilmente se libertou de seu suplício hospitalar. E após vários meses, ele despertou o pior nele: um Hyde.

 

Alexei olhava o sanatório pelo telescópio e viu as chamas que estavam as torres, os pacientes correndo para fora e outros ficando no pátio para observar os acontecimentos. Funcionários gritando e pedindo ajuda, até que um deles foi agarrado pelo calcanhar e arremessado longe. Imediatamente reconheceu Tony transformado em Hyde. O plano de fuga deu certo.

 

-- Tony! Me siga! – Apontando para si.

 

O monstro, que antes era seu amigo e amor da sua vida, o seguiu bravo. Adentraram floresta densa, distanciando do asilo. Mas Aelxei notou que Hyde parou de caminhar e estava muito mais zangado.

 -- Tony?

 -- GRRRRRRR! – Grunhiu bravo.

 -- Calma! Sou eu! Lembra-se, o rei caiu! Ele caiu!

 O monstro se acalmava pouco e caminhou ao lado do humano. Depois de percorrerem vinte quilômetros, chegaram a pensão de Madame Hertha. Alexei se virou e Tony retornou a forma humana, ofegante e apenas com a calça rasgada e sem camisa. Romanov carregou seu amigo e entrou na pensão, recebendo os cuidados da dona e de outra pessoa.

 -- Ele ainda não se lembra totalmente. – Avisou o russo, pegando novas roupas.

 -- E de mim? – A voz de Catelyn Smith mostrava preocupação. Cat foi trazida de volta a vida por Alexei pelo mesmo método que Anastacia Rosely utiliza, o Dom de Lázaro retirado do livro o Necromicon.

 -- Ele reagiu pouco. Vamos esperar até a lua cheia.

 Cat concordou e limpa o rosto do galês amado.

 -- Onde estou? – Tony acordava aos poucos.

 -- Olá, querido. – Catelyn depositou um beijo na testa.

 -- Quem é você?

 

  Munique – Mansão dos Monkees

Dianna costurava as roupinhas das filhas e vez ou outra parava suas atividades por causa da gravidez. A barriga já ganhava uma circunferência bem visível e algumas vezes sentia os chutes e movimentos do bebê. Emma terminava de banhar Ami e Karin e as vestia com as roupas doadas por Mary Anne McCartney-Harrison. Karin não era mais uma bebê e já ganhava forma de uma menina de três anos.  A morceguinha é muito mais serelepe que as outras crianças e adorava fazer bagunça. Seu irmão adotivo, Christian, auxiliava na agitação. Erin amamentava Sally e por fim as atenções voltaram para outra criança: Freddie.

 Desde a morte de Louise, Freddie ficou aos cuidados dos Jones e antes da partida de Davy no resgate de Alana, o menino vampiro era quieto, retraído, mas com um gosto para desenhos. Erin cedeu parte dos seus quadros e lápis para o garoto desenhar o que quisesse. Tirando o auto isolamento de Freddie, havia outra coisa aparentemente preocupante: Freddie falava sobre um ursinho.

 Dianna achava que ele queria uma pelúcia e dava os ursinhos de suas filhas para ele. Freddie recusava e continuava resmungar sobre um ursinho.

 -- Acho que ele vai desenhar um ursinho. – Erin observa como o menino vai mostrar.

 Terminado o desenho, ele mostra para as tias. As três mulheres não entenderam aqueles rabiscos. Dianna olhou mais atentamente e de repente aqueles rabiscos se misturaram e formaram a figura de um homem. A vampira o reconheceu e se espantou pelo fato de Freddie ainda se lembrar. Puxou o menininho para perto.

 -- Você sente falta do “ursinho”? – Indagou a vampira.

 -- Sim. – Respondeu Freddie. – Ursinho.

 Freddie repetia a palavra que Louise se referia a Gerd e provavelmente como não sabia pronunciar o nome dele, o chama de ursinho.

 -- Eu prometo que se a gente encontrar, você o verá.

 O garoto sorriu e abraçou a mulher que o acolheu como sua mãe. A felicidade deles foi interrompida com batidas na porta.

 -- Deve ser os rapazes! – Se animou Emma.

 -- Alana! – Erin enchia os olhos de lágrimas louca para reencontrar sua amada loba.

Para a surpresa delas, quando Dianna abriu a porta... Não eram eles. E sim uma mulher bem vestida e com as mãos contendo barreiras de energia.

-- Onde está Mike Nesmith?

 

 Continua....

sábado, 13 de maio de 2023

Pra Você Eu Digo Sim (Songfic)

Boa noite, pessoal.

Hoje vou postar a songfic com Rosie Donovan e um novo par que em breve veremos. Essa songfic é minha homenagem à Rita Lee, que nos deixou recentemente e como sabem, minha Garota de Liverpool foi inspirada nela após uma matéria dela contando sobre sua adoração pelos Beatles.Boa leitura!


Ela olhava para janela, pensando se realmente tomou a decisão certa de sua vida. Será que era tão difícil ser amada por quem seu coração permite? Por que as pessoas a magoavam? Tentou lembrar do que fez de errado em sua vida. E não encontrou nada. Aparentemente. Chorou de saudades de Marianne. E se ela ligar, pensou consigo mesma. Diversas vezes pensou em se acertar com ela e sempre a imagem de Ana e Marianne juntos só a afetava mais.

 

Se eu me apaixonar

Vê se não vai debochar

Da minha confusão

Uma vez me apaixonei

E não foi o que pensei

Estou só desde então…

 

Caminhou pela sala da fazenda do amado e enxergou a paisagem das Highlands ainda escura. Ela não dormiu nada pensando em sua vida. Sentou-se no sofá com as pernas junto ao estofado e abraçou os joelhos. As lágrimas teimavam em cair em grande vertente. Suspirou e evitou acordar quem fosse. Quanta vontade era de gritar. Mas se fizesse isso, a acusariam de chamar atenção para si ou situação dramática.

 

Se eu me entregar total

Meu medo é!

Você pensar que eu

Sou superficial…

 

-          Você é dramática, sabia?  - Respondeu John Lennon, jogando a guitarra longe. Os dois brigaram porque Rosie não quer que o beatle abandone a esposa e o filho pequeno. Ela não era destruidora de lares.

-          Só penso em você. -- Disse Rosie, quase gaguejando.

 

Em outra situação semelhante, foi com Edmund Jones…

-          Você é dramática! -- Xingou o jornalista e revidou suas palavras. -- Está fazendo isso para ter atenção pra você mesma. E te digo mais: não está dando certo.

 

Rosie não disse mais nada. No outro dia, ela foi embora, grávida, traída em dose dupla e sem amparo.

 

Se eu não fizer

Amor assim sem mais

Se você brigar

E for!

Correndo atrás de alguém

Não vou suportar

A dor de ver

Que eu perdi

Mais uma vez meu amor

Uuuuh!...

 

O mesmo não se podia dizer de Eric Clapton ou George Best. O último era um mulherengo de marca maior. O outro é um autointitulado Deus da guitarra. E nenhum deles a fez sentir aquela coisa antes já sentida com Lennon. Por uns instantes se deu conta de algo. Das vezes que seu vizinho novinho lhe perguntar sobre o sentido da vida. Não que a resposta fosse tudo, mas talvez faça sentido para ela sobre a atual situação. Jamais lhe passou em sua imaginação se apaixonar de novo e mais ainda por um homem mais velho.

 

Mas se eu sentir

Que nós estamos juntos

Longe ou a sós

No mundo e além

Pode crer que tudo bem

O amor só precisa de nós dois

Mais ninguém

Uuuuh!...

 

Mas e se aquela chuva torrencial na estrada no qual ela acreditava ir para Edimburgo fosse realmente lhe levar para seu destino? E se ela não tivesse conhecido Ned? Sua vida seria a mesma estagnação, em alguns momentos reclamando e sofrendo por não perdoar as pessoas que a fizeram mal. Entretanto, destino ou não, Ned Smith entrou em sua vida. O acaso de uma vida. E ele aprendeu com ela que por trás daquela sassenach ruiva, existe um coração e alma feridos e o receio de entregar-se ao amor.

 

Se você quiser

Ser meu namoradinho

E me der o seu carinho

Sem ter fim

(...)

 

Ned se levantou ao perceber que Rosie não estava na cama. Pegou o roupão e calçou o chinelo. A encontrou deitada no sofá chorando baixinho. Se aproximou dela.

 

-          Rosie? -- Tocou o braço dela. -- O que aconteceu?

-          Não posso continuar.

-          Por que?

-          Eu não sei o que estou sentindo. E não quero passar por tudo aquilo que tive.

-          É algo a ver com o pai do Dorian?

-          Ned, é sobre nós! - Resmungou quase alto. -- Você já amou uma mulher da minha idade, no caso a amiga francesa da Nora. O que foi que você viu em mim, cacete? Não tenho nada para te oferecer!

 

O fazendeiro escocês olhou para baixo, envergonhado. No começo, nem ele percebeu o tanto que se importa com aquela mulher de Liverpool e também o fato dela ser da idade de sua filha não o incomodava. A verdade é que Eddard Smith pela primeira vez em toda sua vida se apaixonou de verdade. E aquela paixão toda virou amor. E agora está a um passo de perder esse amor.

 

-          Você tem. -- Ele afagou o rosto da ruiva. -- Seu amor. Minha vida é inteiramente com você.

-          Tem certeza?

-          É a minha maior certeza. -- Ele a beija na bochecha. -- Sou grato a Deus todos os dias por ter me colocado para te resgatar naquele dia de chuva. Você me mostrou o que é alegria. Eu te amo demais!

 

Em seguida se beijaram intensamente. Rosie chorava, desta vez feliz em saber que é amada por aquele homem. Ned a agradou de todas as formas. E não tinham mais receios pois sabiam que tudo que mais queriam era estar um com outro.

 

-- Pra você… -- Disse tocando os lábios dele. -- Eu digo sim!

 

FIM

 Homenagem à Rita Lee, a mulher que me inspirou a criar Rosie Donovan.


Rosie Donovan vai voltar em Laços do Blues 2

Ned Smith vai voltar.

sexta-feira, 5 de maio de 2023

Brit Characters: Tanjiro Tsubasa

Boa noite, pessoal! 
Vamos ter mais um personagem na Grind. Mais um da linha japonesa e o ator escolhido é Mackenryu Arata, que por sinal, interpretou Seiya de Pégaso no live action de CDZ que assisti no sábado passado. Segue a ficha!

Nome Real: Tanjiro Tsubasa (transcrito em japonês: Tsubasa Tanjiro)

Idade: 20 (Em Time Has Come Today)

Data de nascimento: 16 de novembro de 1947

Cidade natal: Tóquio, Japão 

Cidade atual: Tóquio, Londres e Los Angeles 

Profissão: artista marcial e professor de música 

Características: Tanjiro, apelido Tanji, é a personificação da juventude em seu auge no Japão pós guerra. Irmão mais novo de Soujiro e um pouco irresponsável, mas também não mede esforços em ajudar os outros e ama ensinar música. Ele teve uma banda no passado, mas com a entrada na faculdade de Tóquio, teve que deixar a banda de lado e dedicar-se às artes marciais. Tanji é bissexual.

Relacionamentos: Hiromi Matsuda (1968), Dave Davies (1969 a 1971), Jane Fonda (1972 a 1974), Jane Seymour (1975 a 1979), Goldie Hawn (1982), Elton John (1984 a 1987).

Medo: perder tudo por causa de suas preferências e ser inútil.

Do que mais gosta: tocar guitarra, cantar, jogos de tabuleiro, competições de luta, mangás e séries orientais e ocidentais.

Do que menos gosta: Xenofobia (ele presenciou o que Moses Smith passou em sua temporada no Japão), mentiras e preconceito.

quinta-feira, 4 de maio de 2023

Brit Characters: Phillipa Grier

Boa noite! Hoje teremos mais uma personagem e após muitos anos, ganharemos uma nova vilã na gama de personagens da Grind. Vamos conhecer Phillipa Grier, interpretada por Emma Laird. (Se você é fã da Taylor Swift e soube das últimas notícias... Vai sacar o motivo da escolha como vilã). 

Nome Real: Phillipa "Philly" Emma Baird Grier

Idade: 22 (Em todas as fanfics de 1967)

Data de nascimento: 8 de setembro de 1945

Data de falecimento: 1 de fevereiro de 2007

Cidade natal: Wrexham, País de Gales

Cidade atual: Londres 

Profissão: Ex-bailarina, atriz e cantora.

Características: Phillipa, ou Philly para seus amigos íntimos, era uma bailarina de sucesso até um infeliz acidente em meio ao recital londrino que a fez decretar sua aposentadoria precoce. Depois de um tempo de recuperação, ela se dedicou inteiramente ao cinema, desbancando facilmente atrizes de quilate europeu como Brigitte Bardot e Faye Dunaway. Ela tem fama de esmagar suas concorrentes jovens e recebe os melhores papéis. Corre uma lenda urbana que Philly faz bruxaria para se manter jovem e bonita. Philly faleceu em decorrência de outra de suas cirurgias plásticas. 

Relacionamentos: Ed Grover (1966), Robby Krieger (1968 a 1971), Brian Cox (1971 a 1973), Kevin Keegan (1975 a 1981), Sting (1983 a 1990).

Medo: perder os papéis para atrizes desconhecidas e comparações.

Do que mais gosta: frequentar boates, compras em demasia, criar intrigas para as rivais.

Do que menos gosta: Ela possui a síndrome da Bruxa Má da Branca de Neve, gente sem participação de suas andanças.