Tenham uma boa noite e vamos conferir mais um capítulo da fic zumbi com os personagens da Grind e boas surpresas. Boa leitura!
Capítulo 3: Erros e acertos
Poucos dias
depois Louise se recuperou e seus pais a trouxeram de volta para casa. Ao mesmo
tempo recebia outra novidade.
-- Tentei,
minha querida filha. – avisou Tony. – Mas Davy e Dianna se casaram dentro da
lei e são felizes.
Lulu caiu
na cama, desanimada.
-- Mas hoje
possa ser que mude as coisas...
-- Mudar? –
indagou a filha. – Mudar pra melhor não existe! Chris está gostando de outra
pessoa e o Davy casado com aquela mulher. É a maior contradição.
-- Me
refiro o fato que vamos receber uma tropa de homens na mansão.
-- São
alemães? – perguntou Louise, curiosa.
--
Italianos e...
Mary Black,
a mãe de Louise, entrou no quarto muito apressada.
-- Tony,
eles chegaram! – alertou Mary. – Capitão Facchetti o está esperando.
Giacinto
Facchetti, capitão da primeira divisão do exército italiano, caminhava de um
lado para outro na sala. Muito bem vestido, usava apenas uma espada. Com a
devastação de zumbis na Itália, ele e os outros sete capitães e o coronel Lippi
se refugiaram para Inglaterra no intuito de reunir as tropas, ou o que sobrou
deles.
-- Capitão
Facchetti. – Tony se apresentou e o cumprimentou. – Seja bem vindo a minha casa
temporária alemã.
-- Eu vim
unicamente falar com o senhor. – avisou o italiano. – Como deve saber, minha
amada Itália foi sucumbida com os zumbis. E tenho assuntos a tratar com os
comandantes Cramer e Lattek.
Antes de
continuar o relato, ele parou instantaneamente por ver a bela garota de cabelos
louros como o sol e usando um vestido simples e a mão enfaixada.
-- Louise.
– chamou o pai, surpreso. – Não devia sair da cama.
-- Não
gosto de ficar parada, meu pai. – ela sorria para os dois, sobretudo para
Facchetti. – Sou Louise.
-- Ela é
minha filha, capitão. – disse Tony.
Facchetti
sorriu e tomou a mão de Louise de modo gentil.
-- É um
prazer em conhecer, signorina. Eu sou Giacinto Facchetti. – e beijou a mão
dela.
Não se
tinha dúvidas que acontecia um clima quase romântico e poderia ser seguido se
não fosse as batidas na porta. Phoebe, a filha mais nova de Mary Black e
enteada de Tony, abriu e avisou seu pai.
-- Papa
Tony, o tenente Müller chegou.
Entrando na
sala, encarou Tony e em seguida notou Louise... próxima ao capitão. A expressão
mudou drasticamente.
-- Diga,
tenente. – pediu Tony.
-- Recebemos
os relatórios vindos do norte e gostaríamos da presença do senhor e seu
convidado na reunião.
Louise
enrubesceu. Não tinha coragem de encarar Gerd sob a presença de Facchetti mas
ainda queria agradecer pelo ato de salva-la.
-- Tenente
Müller! – ela correu até o rapaz e tocou sua mão. – Não pude agradecer naquele dia...
-- Está
tudo bem, fraulein. – respondeu Gerd, um pouco soturno. – Vou me retirar. Até
amanhã, herr McGold e capitão.
E partiu a
cavalo, com dor no coração e acreditando nas mínimas chances de conquistar a
bela garota...
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Londres,
Inglaterra
Na vila de
Shepperd’s Bush se realizava uma reunião de pessoas importantes e depois todos
começaram a jogar cartas em diversas mesas e eram servidos xerez. Robert McGold
e seu amigo Eddard Smith viajaram a cavalo rumo à mansão do rico comerciante
Alex Ferguson. Enquanto o dono da mansão elogiava a jogada inteligente do
capitão português Jose Mourinho, a empregada avisou Alex.
-- Sr.
Ferguson.
-- Diga,
minha querida. – Alex se servia de mais um copo de uísque escocês.
-- O
coronel McGold e o major Smith estão aqui.
-- Sr.
McGold e Sr. Smith?
Os
visitantes pararam imediatamente de jogar. Sabiam muito bem do que se tratava.
Certamente aviso de ataque zumbi na vila. Os dois oficiais entraram imponentes
na sala, encarando os jogadores. Robert usava uma roupa preta e carregava sua
espada. Já Ned vestia seu kilt cujo tartan são as cores do seu clã, uma adaga e
uma espada também.
-- Bem
vindos, senhores. – saudou Alex, tentando sorrir.
-- Coronel
McGold, sr. Ferguson. – corrigiu Robb. – Eu e o major Smith estamos em missão
oficial.
-- Ouvimos
relatos de que alguém desta mansão foi mordido! – completou Ned.
Com isso
todos se chocaram, até mesmo o dono da mansão.
-- É
impossível! – negou Ferguson. – Não se vê zumbis em Shepperd’s Bush há mais de
dois anos. E tomamos todas as precauções.
-- Um zumbi
recém infectado é quase impossível de ser detectado. – afirmou Ned, caminhando
entre as mesas e ainda observando as pessoas.
-- Até que
ele coma seu primeiro cérebro, quando então a transformação acelera a cada nova
vítima.
Aos poucos
uns se encaram os outros, como se cada um fosse o suspeito.
-- Sabemos
como acontece, coronel e major. – afirmou o comerciante. – Estão satisfeitos?
Robert e
Ned se olharam. Sabiam que ainda não estava finalizado.
--
Bastante. – Robb sorriu e depois olhou para a mesa de Jose. – Eu posso me
juntar a vocês no jogo?
Alex não
negou e novamente deu as cartas. Ned ficou de pé, perto do amigo e Robb
sentou-se com os outros apostadores. Enquanto Jose embaralhava as cartas e
distribuía para os outros três participantes, Ned Smith tirou do bolso do kilt
um frasco contendo... algumas moscas.
-- Isso é
alguma poção? – questionou o inglês Brian Clough.
-- Não. São
moscas de carniça. – respondeu Ned e ainda observando todos. – Possuem um único
talento invejável: detectar carne morta.
Segundos
depois o capitão português decretou mais uma rodada com vitória.
-- Foi uma
jogada sagaz, capitão Mourinho. – elogiou Robb.
Mais uma
vez as cartas foram postas na mesa e as moscas com seus zumbidos irritantes e
por vezes provocando constrangimentos nos outros.
-- Devo
dizer que esse barulho é terrivelmente alto. – Brian reclamava das moscas que o
perturbavam.
-- Não é
com o barulho que deve se preocupar, sr. Clough. – Robb tomava seu último gole
de xerez e continuou a falar. – E sim quando ele cessar.
Minutos
depois foi cessado. Ned e os outros jogadores olharam para Jose. Alex e alguns
convidados se horrorizaram com que viram. O major se afastou e o coronel,
tranquilamente, deixou as cartas na mesa e rapidamente quebrou o copo e golpeou
Mourinho. Sacou sua espada média e cortou a cabeça do português. Ned pegou sua adaga
e abriu as mangas da camisa do falecido e confirmou sua teoria: Mourinho era o
infectado.
Robb chutou
a cabeça longe e limpou a ponta da bota no tapete e sua espada com o lenço.
-- Há mais
alguém presente a quem ele poderia ter infectado? – perguntou o major para o
comerciante Alex.
Alex negou
com a cabeça.
-- Algum
membro da família talvez...
Outro
silêncio. Os dois oficiais desconfiavam demais que Ferguson escondia algo. Se
recusavam acreditar que Mourinho não tenha sido visto como zumbi ou alguma
pessoa manifestasse o sintoma da infecção provocada por ele.
-- Boa
noite! – eles se retiraram.
Ainda muito
chocados, os convidados se indagaram como pode ter acontecido e Cathy, a esposa
de Alex avisou ao marido.
-- Mas o
filho do capitão Mourinho está aqui. O que vamos fazer?
-- Ele não
precisa passar por interrogatório do sr. McGold e do sr. Smith! – mal terminou
de falar e Cathy correu para as escadas rumo aos quartos. – Cathy, volte aqui!
Ela entrou
no quarto onde o filho mais velho está hospedado e estranhou algo. Quando abriu
a porta avistou uma das criadas escondida atrás da cadeira e ela apontava para
o rapaz, gemendo e agachado a um corpo inerte.
-- Junior? –
chamou Cathy, um pouco assustada.
O homem
ergueu a cabeça. De perfil parecia normal. Mas quando virou-se, metade de seu
rosto era deformado, em completo estado de putrefação e um pouco de pus
expulsado da narina. Ele abriu a boca e emitiu um gemido horrorizado, correndo
em direção de sua nova refeição, no caso a esposa de Alex Ferguson.
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Enquanto o
pai resolvia outras questões, Louise se sentia mais sozinha mas suprimia com
treinamento árduo. Dianna também estava sozinha. Davy viajou para ver se há
outra cidade da Inglaterra que também está segura além de Londres e deixou a
esposa em casa.
Resolveu
sair um pouco de casa e no jardim avistou Louise treinando. As habilidades dela
eram incríveis e um pouco semelhantes com as de Davy.
-- Foi
mesmo treinada no Oriente? – perguntou Dianna, interrompendo o treinamento.
-- Sim... –
Louise se calou e parou o treino, guardando as armas e sentando na pedra.
Dianna se
juntou ao seu lado. Conversaram.
-- Ele
falava muito de você.
-- Quem?
-- Meu
marido. Mas...
-- Dianna,
eu juro que não sabia que Davy se casou com você. Até porque fazia tempos que
não nos víamos e nem recebia cartas dele. Teve dia ter acreditado que ele
morreu. Se está feliz com você, só me resta aceitar.
Supreendeu-se.
Dianna viu o quanto Louise reconheceu sua derrota.
-- Espere. –
segurando a mãozinha calejada da outra de olhos azuis. – Eu... Gostaria de ser
sua amiga. Podemos nos conhecer melhor, do que Davy falando de você pra mim.
Se ainda
odiasse Dianna, Louise certamente aplicaria um de seus golpes pra imobilizá-la.
Mas depois de tudo, aceitou sua amizade.
Dias depois...
Com o
retorno de Tony, Robb, Ned e Alexei, as famílias novamente se reuniram para
falar sobre as prevenções de possíveis ataques. Depois do que aconteceu na
mansão de Alex Ferguson, todo cuidado era máximo. No entanto as garotas McGolds receberam as
visitas inesperadas de Moses Smith, filho bastardo de Robb com Rosamund Smith e
de Colin Black, ou melhor pároco Black, o sobrinho de Mary Black, portanto
primo de Serguei, Mickey, Louise e Phoebe.
Enquanto
Robb e sua família tratavam Moses como um membro da família, Tony e o restante
receberam Colin com certo receio. Na realidade ele mesmo sabia o motivo da
visita do filho de Malcolm Black. As garotas espiavam Colin pelo buraco da
fechadura, rindo e debochando do rapaz. Louise não tinha nada contra, contanto
que Colin não interferisse em sua vida.
Tony
interrompeu a brincadeira delas.
-- Só
queria saber o que esse horrendo homem está fazendo. – disse Phoebe, mal
segurando o riso.
-- Ele está
examinando sua futura propriedade. – respondeu Tony, imperioso e lançando um
olhar sério em Louise e Phoebe. – Como sabem, esta propriedade deve ir para um
herdeiro masculino por lei.
-- Mas
Serguei, Mickey ou Horace vão herdar. – afirmou Louise.
-- Serguei
já tem a casa do seu falecido pai em São Petersburgo, Mickey vai se casar com
Anastacia e Horace ainda é jovem mas está prometido para outra pessoa. Agora aquele homem horrendo, o sr. Black,
pode, quando eu morrer, jogar todas para fora desta casa, se assim o desejar!
-- Mas pai!
– deteve Louise, não aceitando esse fato. – De qualquer forma Dasha é a mais
velha e tem um marido.
-- Se o
senhor morrer, será dela este lugar. – Phoebe também concordou com isso.
-- Dasha já
tem sua casa com o marido, sua própria propriedade. A lei deve ser cumprida,
infelizmente. – finalizou Tony, resignado.
Durante o
jantar, Colin desfrutou dos manjares ofertados pelos tios. Mesmo em sua
condição religiosa, ele se permitiu um pouco do pecado da gula.
-- Batatas
deliciosas. – elogiou, com os olhos cintilando satisfação. – Fazia anos que não
comia um tubérculo tão exemplar. E a mesa de jantar está soberba e maravilhosa.
Diga-me, a qual das belas primas devo elogios por esta excelente, e, repito,
excelente refeição?
-- Eduquei
minhas meninas para o combate, senhor. Não para a cozinha. – disse Tony, em seu
tom de seriedade.
-- E temos
condições de pagar uma cozinheira. – avisou Mary, servindo-se de mais sopa.
-- Entendi,
meu tio. – Colin sorriu para todas sem notar que desagradou elas e continuou. –
Como deve saber, meu pai e eu vivemos atualmente na Alemanha e minha benfeitora
não é só a súdita mais rica do imperador Bismarck, mas a mais mortal, dedicada
à aniquilação dos mortos-vivos. Imagino que já ouviram falar de fraü Brunhilda
Müller?
Louise se
engasgou com a comida mas Phoebe e a mãe a socorreram. Mais calma, bebeu um
pouco de água, respirando melhor.
-- Sim. –
Louise sorriu forçada. – Ela é a esgrimista mais perigosa da Alemanha.
-- É claro.
– confirmou o pai, ainda indiferente. – Seus feitos em combate foram muito
elogiados.
-- Com
agilidade de uma pantera negra e sou vizinho de Sua Senhoria. Minha residência é
ao lado de sua propriedade localizada em Munique. – Colin enaltecia bastante a benfeitora. – E pelo
visto minha cara prima, Louise, você a conhece.
-- Ela é
mãe de um soldado chamado Gerhard? – perguntou Phoebe, muito curiosa e
recebendo um beliscão na perna por Louise.
-- Sim, ele
prefere ser chamado de Gerd. No começo é díficil de pronunciar tal apelido mas
depois se acostuma e hoje ele é tenente das tropas. O filho mais novo, Thomas, é de natureza
doentia. E um ano atrás a fraü ficou viúva e hoje cuida do filho mais jovem.
-- Mas ele
debutou? – continuou Phoebe a questionar.
-- Não. –
Colin bebeu um pouco de água e continuou. – Sua saúde frágil não permite. Eu
disse para a fraü Müller que a corte alemã foi privada do seu mais brilhante
ornamento. Tenho talento para ser sincero e sutil em meus elogios.
Mary
sussurrava para Tony uma reclamação do sobrinho mas teve de voltar a encará-lo.
-- Eu vi. –
confirmou Mary. – E agora lhe falta uma esposa.
-- Exato. E
confesso que minhas opções atraentes estão nesta sala.
Um silêncio
se instalou no jantar. Phoebe engoliu em seco. Louise largou devagar a colher.
Se Dasha estivesse em casa, ela teria respostas para rebater Colin e impedir
tal coisa.
-- E se
permite dizer, estou encantado pela bela Natasha. Mas não a vejo.
Louise
suspirou e mordeu a língua para não rir.
-- Lamento,
sr. Black, mas minha filha mais velha já se casou. – avisou Tony.
-- Mas
ainda temos Louise... – Mary queria juntar a filha com Colin. Não via como algo
errado, até porque Colin é filho único e adotivo de Malcolm. – Diga algo, minha
filha.
Lulu olhou
para os lados e tudo que veio na mente era:
-- Eu vou
me retirar! – E saiu da sala apressadamente.
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Na outra
casa, Rosie resolveu caçar pela floresta na esperança de encontrar algo para se
comer. Carregando seu arco e a aljava de flechas, caminhou pela trilha e no
entanto avistou um grupo de quatro homens usando cartolas e sobretudos pretos e
o rosto encoberto por uma máscara. Um deles olhou para a ruiva. Ela se assustou
e fugiu dali mas colidindo com outra pessoa. Era Edmund Jones.
-- Ah, olá
Rosie. – ele a segurou. – Está ocupada?
Rosie não
conseguia falar por conta do choque.
-- Tenha
calma... Eu vou te ajudar.
Quando ambos
já iam sair da floresta, os mesmos homens aparecem, cercando o casal. Antes de
sacar sua espada, Edmund foi surpreendido com um deles sofrendo com as flechas
de Rosie.
Com
destreza ela atirava neles, enfraquecendo-os e dando vantagem para o rapaz. Ele
atacou todos e fugiram.
-- Não sei
quem são eles mas algo me diz que não são daqui. – afirmou Rosie, socorrendo
Edmund.
--
Concordo. Parecem que são tão mortos quanto os zumbis.
-- Porém
mais habilidosos e conscientes...
Voltaram
para casa, Rosie não caçou mas em compensação tirou um agradável resto do dia
para conhecer melhor Edmund Jones.
Continua...