quarta-feira, 22 de março de 2017

Grindhouse Zombies (3º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e vamos conferir mais um capítulo da fic zumbi com os personagens da Grind e boas surpresas. Boa leitura!

Capítulo 3: Erros e acertos

Poucos dias depois Louise se recuperou e seus pais a trouxeram de volta para casa. Ao mesmo tempo recebia outra novidade.

-- Tentei, minha querida filha. – avisou Tony. – Mas Davy e Dianna se casaram dentro da lei e são felizes.

Lulu caiu na cama, desanimada.

-- Mas hoje possa ser que mude as coisas...

-- Mudar? – indagou a filha. – Mudar pra melhor não existe! Chris está gostando de outra pessoa e o Davy casado com aquela mulher. É a maior contradição.

-- Me refiro o fato que vamos receber uma tropa de homens na mansão.

-- São alemães? – perguntou Louise, curiosa.

-- Italianos e...

Mary Black, a mãe de Louise, entrou no quarto muito apressada.

-- Tony, eles chegaram! – alertou Mary. – Capitão Facchetti o está esperando.

Giacinto Facchetti, capitão da primeira divisão do exército italiano, caminhava de um lado para outro na sala. Muito bem vestido, usava apenas uma espada. Com a devastação de zumbis na Itália, ele e os outros sete capitães e o coronel Lippi se refugiaram para Inglaterra no intuito de reunir as tropas, ou o que sobrou deles.

-- Capitão Facchetti. – Tony se apresentou e o cumprimentou. – Seja bem vindo a minha casa temporária alemã.

-- Eu vim unicamente falar com o senhor. – avisou o italiano. – Como deve saber, minha amada Itália foi sucumbida com os zumbis. E tenho assuntos a tratar com os comandantes Cramer e Lattek.

Antes de continuar o relato, ele parou instantaneamente por ver a bela garota de cabelos louros como o sol e usando um vestido simples e a mão enfaixada.

-- Louise. – chamou o pai, surpreso. – Não devia sair da cama.

-- Não gosto de ficar parada, meu pai. – ela sorria para os dois, sobretudo para Facchetti. – Sou Louise.

-- Ela é minha filha, capitão. – disse Tony.

Facchetti sorriu e tomou a mão de Louise de modo gentil.

-- É um prazer em conhecer, signorina. Eu sou Giacinto Facchetti. – e beijou a mão dela.

Não se tinha dúvidas que acontecia um clima quase romântico e poderia ser seguido se não fosse as batidas na porta. Phoebe, a filha mais nova de Mary Black e enteada de Tony, abriu e avisou seu pai.

-- Papa Tony, o tenente Müller chegou.

Entrando na sala, encarou Tony e em seguida notou Louise... próxima ao capitão. A expressão mudou drasticamente.

-- Diga, tenente. – pediu Tony.

-- Recebemos os relatórios vindos do norte e gostaríamos da presença do senhor e seu convidado na reunião.

Louise enrubesceu. Não tinha coragem de encarar Gerd sob a presença de Facchetti mas ainda queria agradecer pelo ato de salva-la.

-- Tenente Müller! – ela correu até o rapaz e tocou sua mão. – Não pude agradecer naquele dia...

-- Está tudo bem, fraulein. – respondeu Gerd, um pouco soturno. – Vou me retirar. Até amanhã, herr McGold e capitão.

E partiu a cavalo, com dor no coração e acreditando nas mínimas chances de conquistar a bela garota...



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Londres, Inglaterra
Na vila de Shepperd’s Bush se realizava uma reunião de pessoas importantes e depois todos começaram a jogar cartas em diversas mesas e eram servidos xerez. Robert McGold e seu amigo Eddard Smith viajaram a cavalo rumo à mansão do rico comerciante Alex Ferguson. Enquanto o dono da mansão elogiava a jogada inteligente do capitão português Jose Mourinho, a empregada avisou Alex.

-- Sr. Ferguson.

-- Diga, minha querida. – Alex se servia de mais um copo de uísque escocês.

-- O coronel McGold e o major Smith estão aqui.

-- Sr. McGold e Sr. Smith?

Os visitantes pararam imediatamente de jogar. Sabiam muito bem do que se tratava. Certamente aviso de ataque zumbi na vila. Os dois oficiais entraram imponentes na sala, encarando os jogadores. Robert usava uma roupa preta e carregava sua espada. Já Ned vestia seu kilt cujo tartan são as cores do seu clã, uma adaga e uma espada também.

-- Bem vindos, senhores. – saudou Alex, tentando sorrir.

-- Coronel McGold, sr. Ferguson. – corrigiu Robb. – Eu e o major Smith estamos em missão oficial.

-- Ouvimos relatos de que alguém desta mansão foi mordido! – completou Ned.

Com isso todos se chocaram, até mesmo o dono da mansão.

-- É impossível! – negou Ferguson. – Não se vê zumbis em Shepperd’s Bush há mais de dois anos. E tomamos todas as precauções.

-- Um zumbi recém infectado é quase impossível de ser detectado. – afirmou Ned, caminhando entre as mesas e ainda observando as pessoas.

-- Até que ele coma seu primeiro cérebro, quando então a transformação acelera a cada nova vítima.

Aos poucos uns se encaram os outros, como se cada um fosse o suspeito.

-- Sabemos como acontece, coronel e major. – afirmou o comerciante. – Estão satisfeitos?

Robert e Ned se olharam. Sabiam que ainda não estava finalizado.

-- Bastante. – Robb sorriu e depois olhou para a mesa de Jose. – Eu posso me juntar a vocês no jogo?
Alex não negou e novamente deu as cartas. Ned ficou de pé, perto do amigo e Robb sentou-se com os outros apostadores. Enquanto Jose embaralhava as cartas e distribuía para os outros três participantes, Ned Smith tirou do bolso do kilt um frasco contendo... algumas moscas.

-- Isso é alguma poção? – questionou o inglês Brian Clough.

-- Não. São moscas de carniça. – respondeu Ned e ainda observando todos. – Possuem um único talento invejável: detectar carne morta.

Segundos depois o capitão português decretou mais uma rodada com vitória.

-- Foi uma jogada sagaz, capitão Mourinho. – elogiou Robb.

Mais uma vez as cartas foram postas na mesa e as moscas com seus zumbidos irritantes e por vezes provocando constrangimentos nos outros.

-- Devo dizer que esse barulho é terrivelmente alto. – Brian reclamava das moscas que o perturbavam.

-- Não é com o barulho que deve se preocupar, sr. Clough. – Robb tomava seu último gole de xerez e continuou a falar. – E sim quando ele cessar.

Minutos depois foi cessado. Ned e os outros jogadores olharam para Jose. Alex e alguns convidados se horrorizaram com que viram. O major se afastou e o coronel, tranquilamente, deixou as cartas na mesa e rapidamente quebrou o copo e golpeou Mourinho. Sacou sua espada média e cortou a cabeça do português. Ned pegou sua adaga e abriu as mangas da camisa do falecido e confirmou sua teoria: Mourinho era o infectado.

Robb chutou a cabeça longe e limpou a ponta da bota no tapete e sua espada com o lenço.

-- Há mais alguém presente a quem ele poderia ter infectado? – perguntou o major para o comerciante Alex.

Alex negou com a cabeça.

-- Algum membro da família talvez...

Outro silêncio. Os dois oficiais desconfiavam demais que Ferguson escondia algo. Se recusavam acreditar que Mourinho não tenha sido visto como zumbi ou alguma pessoa manifestasse o sintoma da infecção provocada por ele.

-- Boa noite! – eles se retiraram.

Ainda muito chocados, os convidados se indagaram como pode ter acontecido e Cathy, a esposa de Alex avisou ao marido.

-- Mas o filho do capitão Mourinho está aqui. O que vamos fazer?

-- Ele não precisa passar por interrogatório do sr. McGold e do sr. Smith! – mal terminou de falar e Cathy correu para as escadas rumo aos quartos. – Cathy, volte aqui!

Ela entrou no quarto onde o filho mais velho está hospedado e estranhou algo. Quando abriu a porta avistou uma das criadas escondida atrás da cadeira e ela apontava para o rapaz, gemendo e agachado a um corpo inerte.

-- Junior? – chamou Cathy, um pouco assustada.

O homem ergueu a cabeça. De perfil parecia normal. Mas quando virou-se, metade de seu rosto era deformado, em completo estado de putrefação e um pouco de pus expulsado da narina. Ele abriu a boca e emitiu um gemido horrorizado, correndo em direção de sua nova refeição, no caso a esposa de Alex Ferguson.




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Enquanto o pai resolvia outras questões, Louise se sentia mais sozinha mas suprimia com treinamento árduo. Dianna também estava sozinha. Davy viajou para ver se há outra cidade da Inglaterra que também está segura além de Londres e deixou a esposa em casa.

Resolveu sair um pouco de casa e no jardim avistou Louise treinando. As habilidades dela eram incríveis e um pouco semelhantes com as de Davy.

-- Foi mesmo treinada no Oriente? – perguntou Dianna, interrompendo o treinamento.

-- Sim... – Louise se calou e parou o treino, guardando as armas e sentando na pedra.

Dianna se juntou ao seu lado. Conversaram.

-- Ele falava muito de você.

-- Quem?

-- Meu marido. Mas...

-- Dianna, eu juro que não sabia que Davy se casou com você. Até porque fazia tempos que não nos víamos e nem recebia cartas dele. Teve dia ter acreditado que ele morreu. Se está feliz com você, só me resta aceitar.

Supreendeu-se. Dianna viu o quanto Louise reconheceu sua derrota.

-- Espere. – segurando a mãozinha calejada da outra de olhos azuis. – Eu... Gostaria de ser sua amiga. Podemos nos conhecer melhor, do que Davy falando de você pra mim.

Se ainda odiasse Dianna, Louise certamente aplicaria um de seus golpes pra imobilizá-la. Mas depois de tudo, aceitou sua amizade.


Dias depois...

Com o retorno de Tony, Robb, Ned e Alexei, as famílias novamente se reuniram para falar sobre as prevenções de possíveis ataques. Depois do que aconteceu na mansão de Alex Ferguson, todo cuidado era máximo.  No entanto as garotas McGolds receberam as visitas inesperadas de Moses Smith, filho bastardo de Robb com Rosamund Smith e de Colin Black, ou melhor pároco Black, o sobrinho de Mary Black, portanto primo de Serguei, Mickey, Louise e Phoebe.

Enquanto Robb e sua família tratavam Moses como um membro da família, Tony e o restante receberam Colin com certo receio. Na realidade ele mesmo sabia o motivo da visita do filho de Malcolm Black. As garotas espiavam Colin pelo buraco da fechadura, rindo e debochando do rapaz. Louise não tinha nada contra, contanto que Colin não interferisse em sua vida.

Tony interrompeu a brincadeira delas.

-- Só queria saber o que esse horrendo homem está fazendo. – disse Phoebe, mal segurando o riso.

-- Ele está examinando sua futura propriedade. – respondeu Tony, imperioso e lançando um olhar sério em Louise e Phoebe. – Como sabem, esta propriedade deve ir para um herdeiro masculino por lei.

-- Mas Serguei, Mickey ou Horace vão herdar. – afirmou Louise.

-- Serguei já tem a casa do seu falecido pai em São Petersburgo, Mickey vai se casar com Anastacia e Horace ainda é jovem mas está prometido para outra pessoa.  Agora aquele homem horrendo, o sr. Black, pode, quando eu morrer, jogar todas para fora desta casa, se assim o desejar!

-- Mas pai! – deteve Louise, não aceitando esse fato. – De qualquer forma Dasha é a mais velha e tem um marido.
-- Se o senhor morrer, será dela este lugar. – Phoebe também concordou com isso.

-- Dasha já tem sua casa com o marido, sua própria propriedade. A lei deve ser cumprida, infelizmente. – finalizou Tony, resignado.

Durante o jantar, Colin desfrutou dos manjares ofertados pelos tios. Mesmo em sua condição religiosa, ele se permitiu um pouco do pecado da gula.

-- Batatas deliciosas. – elogiou, com os olhos cintilando satisfação. – Fazia anos que não comia um tubérculo tão exemplar. E a mesa de jantar está soberba e maravilhosa. Diga-me, a qual das belas primas devo elogios por esta excelente, e, repito, excelente refeição?

-- Eduquei minhas meninas para o combate, senhor. Não para a cozinha. – disse Tony, em seu tom de seriedade.

-- E temos condições de pagar uma cozinheira. – avisou Mary, servindo-se de mais sopa.

-- Entendi, meu tio. – Colin sorriu para todas sem notar que desagradou elas e continuou. – Como deve saber, meu pai e eu vivemos atualmente na Alemanha e minha benfeitora não é só a súdita mais rica do imperador Bismarck, mas a mais mortal, dedicada à aniquilação dos mortos-vivos. Imagino que já ouviram falar de fraü Brunhilda Müller?

Louise se engasgou com a comida mas Phoebe e a mãe a socorreram. Mais calma, bebeu um pouco de água, respirando melhor.

-- Sim. – Louise sorriu forçada. – Ela é a esgrimista mais perigosa da Alemanha.

-- É claro. – confirmou o pai, ainda indiferente. – Seus feitos em combate foram muito elogiados.

-- Com agilidade de uma pantera negra e sou vizinho de Sua Senhoria. Minha residência é ao lado de sua propriedade localizada em Munique.  – Colin enaltecia bastante a benfeitora. – E pelo visto minha cara prima, Louise, você a conhece.

-- Ela é mãe de um soldado chamado Gerhard? – perguntou Phoebe, muito curiosa e recebendo um beliscão na perna por Louise.

-- Sim, ele prefere ser chamado de Gerd. No começo é díficil de pronunciar tal apelido mas depois se acostuma e hoje ele é tenente das tropas.  O filho mais novo, Thomas, é de natureza doentia. E um ano atrás a fraü ficou viúva e hoje cuida do filho mais jovem.

-- Mas ele debutou? – continuou Phoebe a questionar.

-- Não. – Colin bebeu um pouco de água e continuou. – Sua saúde frágil não permite. Eu disse para a fraü Müller que a corte alemã foi privada do seu mais brilhante ornamento. Tenho talento para ser sincero e sutil em meus elogios.

Mary sussurrava para Tony uma reclamação do sobrinho mas teve de voltar a encará-lo.

-- Eu vi. – confirmou Mary. – E agora lhe falta uma esposa.

-- Exato. E confesso que minhas opções atraentes estão nesta sala.

Um silêncio se instalou no jantar. Phoebe engoliu em seco. Louise largou devagar a colher. Se Dasha estivesse em casa, ela teria respostas para rebater Colin e impedir tal coisa.

-- E se permite dizer, estou encantado pela bela Natasha. Mas não a vejo.

Louise suspirou e mordeu a língua para não rir.

-- Lamento, sr. Black, mas minha filha mais velha já se casou. – avisou Tony.

-- Mas ainda temos Louise... – Mary queria juntar a filha com Colin. Não via como algo errado, até porque Colin é filho único e adotivo de Malcolm. – Diga algo, minha filha.

Lulu olhou para os lados e tudo que veio na mente era:

-- Eu vou me retirar! – E saiu da sala apressadamente.



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Na outra casa, Rosie resolveu caçar pela floresta na esperança de encontrar algo para se comer. Carregando seu arco e a aljava de flechas, caminhou pela trilha e no entanto avistou um grupo de quatro homens usando cartolas e sobretudos pretos e o rosto encoberto por uma máscara. Um deles olhou para a ruiva. Ela se assustou e fugiu dali mas colidindo com outra pessoa. Era Edmund Jones.

-- Ah, olá Rosie. – ele a segurou. – Está ocupada?

Rosie não conseguia falar por conta do choque.

-- Tenha calma... Eu vou te ajudar.

Quando ambos já iam sair da floresta, os mesmos homens aparecem, cercando o casal. Antes de sacar sua espada, Edmund foi surpreendido com um deles sofrendo com as flechas de Rosie.

Com destreza ela atirava neles, enfraquecendo-os e dando vantagem para o rapaz. Ele atacou todos e fugiram.

-- Não sei quem são eles mas algo me diz que não são daqui. – afirmou Rosie, socorrendo Edmund.

-- Concordo. Parecem que são tão mortos quanto os zumbis.

-- Porém mais habilidosos e conscientes...

Voltaram para casa, Rosie não caçou mas em compensação tirou um agradável resto do dia para conhecer melhor Edmund Jones.


Continua...

domingo, 12 de março de 2017

Lady McCartney's Lover (2º Capítulo)

Vamos ao segundo capítulo!

Capítulo 2: Um pedido de ajuda


Já faziam um mês que George e Nora Smith trabalham na casa de Lorde e Madame McCartney. E a cada dia que passava, George não conseguia conter seu desejo pela patroa. Além ajudante, George era um guarda caças, cuidando se algum animal adentrava a propriedade e inspecionar a floresta. Nora cumpria seus deveres como cozinheira. Conquistou facilmente o paladar tanto de madame quanto do marido dela. Paul continuava não aceitar os novos empregados escoceses mas para não contrariar a esposa, não se opôs mais.

Certo dia, Fefe recebeu uma carta de seu primo, Michael, avisando sobre seu retorno para Inglaterra. Desde que a guerra acabou, o jovem saiu das fileiras para trabalhar num hospital em Cardiff. Passado algum tempo a saudade da família falou mais alto e ele resolveu voltar para Londres.

-- Seu primo lhe mandando cartas? – perguntou Paul, surgindo na sala com a cadeira de rodas.

-- Estou devendo uma visita a ele. – comentou Fefe, guardando a carta. – Pedirei que ele cuide de você.

-- Se nenhum médico tratou da minha invalidez, quem garante que Michael conseguirá? – Paul não levava fé e em seguida continuou com ironia. – Nem mesmo minha digníssima irmã Mary Anne conseguiu.

-- Mickey conseguirá! – falou Felicity, insistente. – Acho que os outros médicos não obtiveram resultados por sua causa. Você os irritava, inclusive Mary Anne.

-- Não quero falar dela!

Antes de ir para guerra, Paul descobriu que Mary Anne namorava as escondidas seu melhor amigo, George Harrison. Na verdade a jovem estava noiva de um rico comerciante chamado Roger Daltrey e devido ao amor pelo amigo de Paul, ela desfez o noivado, provocando revolta na família e ainda por cima Felicity sabia disso e auxiliava a cunhada.  

Felicity se retirou e foi caminhar no jardim, sozinha. Ela percebeu que o amor por Paul dissipava no ar e os dois não eram mais os mesmos apaixonados de antes. Enquanto admirava as flores, ela viu Nora carregando sua filha, Mandy. Ela mostrava o jardim. Se aproximou dela.

-- Olá, Sra. Moon. – cumprimentou Fefe.

-- Olá, madame McCartney. – respondendo. – Espero que não se importe, estou levando minha filha pra caminhar um pouco, conhecer mais paisagens.

-- Tudo bem, sabe que autorizo. – tranqüilizou Fefe.

As duas seguiram para as árvores e conversaram.

-- Há quanto tempo é casada, madame? – indagou Nora. – Desculpe por perguntar.

-- Não tem problema. – sorria a patroa e olhava para as macieiras. – Nos casamos antes da guerra e aproveitamos muito pouco. Logo após a lua de mel, ele se juntou as tropas. Ficamos separados até o ano passado quando a guerra acabou. E quando ele voltou pra casa foi daquele jeito que vemos. E então...

Felicity não conseguiu segurar as lágrimas e chorou, sendo consolada pela cozinheira.

-- Perdão. Eu fico sem o que fazer quando vejo meu marido assim. – justificou. – Tentei de tudo pra recuperar a paixão, a ardência na cama, mas ele nega. Seja lá o que a guerra provocou nele, foi além da explosão.

-- Compartilho da mesma dor. – Nora afagava os cabelos de Fefe. -- Meu marido também morreu numa explosão quando Amanda tinha dois meses de vida mas não fique triste, senhora. Haverá um dia que seu senhor irá te desejar.

Felicity parou de chorar e olhou para a bebezinha, tão linda e sorridente.

-- Quer segurá-la? – Nora ofereceu a bebê e Felicity aceitou pegá-la no colo.

Ali mesmo desenvolveu um afeto muito grande por aquele serzinho angelical de olhos azuis. Imaginou-se dando a luz um filho seu com Paul e seu marido se orgulhando com seu herdeiro.

George cortava os galhos de algumas laranjeiras quando avistou Felicity e Nora nas macieiras e a madame segurava Mandy nos braços. Tirando o desejo carnal e intenso, George imaginou-se com Fefe, com seus filhos e vivendo juntos numa fazenda em Edimburgo ou Inverness ou qualquer região rural nas Terras Altas.

Quando o passeio terminou, Nora deixou a bebê no berço dormindo e voltou aos seus afazeres. Felicity voltou para a sala e viu na porta seu marido assinando alguns papéis no escritório e depois na janela enxergou George, sem camisa e cortando os galhos. Pela primeira vez a madame sentiu algo pelo escocês. Observar o corpo suado dele, a musculatura de seus braços se contraindo a cada movimento, os olhos brilhantes se tornaram um encanto.

No outro dia Felicity convidou o casal de irmãos escoceses para tomar chá de tarde. George se impressionou. Nunca um patrão ou patroa lhe fez um convite desses. Os dois se apresentaram na sala e encontraram Paul e seu mordomo se retirando mas resolveu falar com eles.

-- Não é todo dia que se recebem convites para a hora do chá. – ironizou Paul e ordenando para o mordomo a sua saída.

Era claro que os dois não suportavam Paul contudo tinham de agüentar as ironias e deboches do patrão. A única coisa boa, além do dinheiro e abrigo para eles, era Felicity e sua doçura.

-- Olá vocês. – Felicity abraçou cada um deles. – Esperei tanto por hoje.

-- Madame, o convite foi feito ontem. – disse George.

Os três tomaram chá e se mantiveram calados até Joj manifestar seu problema de asma e Fefe o socorrer.

-- Calma! – ela tocava o peito dele, chiando. – Fica calmo, George.

-- Relaxe e respire devagar. – pediu Nora, massageando as costas dele.

O chá durou poucos minutos e eles se retiraram. George estava constrangido por tossir e o pulmão denunciar sua condição asmática. Fefe arrumava a mesa quando sua criada, May, apareceu, com um telegrama na mão.

-- É pra você, milady.

Felicity pegou o telegrama e leu atentamente. Em seguida entrou no escritório do marido.

-- Meu primo está voltando para Inglaterra. – avisou Fefe. – Vamos providenciar um quarto para ele.

-- Só por cima do meu cadáver! – esbravejou Paul. – Não quero ninguém da sua família aqui!

-- Mas Mickey pode te curar dessa condição! – insistiu Fefe.

-- NINGUÉM PODE ME CURAR, CARAMBA! – gritou Paul, jogando a xícara contra a esposa. – SAI DAQUI! EU NÃO QUERO FALAR MAIS DISSO! JÁ BASTA MARY ANNE E O MALDITO, AGORA VEM VOCÊ E SEU PRIMO BOM VIVANT? AQUI NÃO!

Fefe se retirou, também brava, deixando o marido com suas explosões raivosas. Se trancou no quarto, chorando por longo tempo. Quando anoiteceu, ela ligou para sua amiga, Anastacia Rosely.

-- É claro que vou receber Mickey. – respondia Ana, tranqüila. – Ele pode ficar quanto tempo precisar aqui na minha casa.

-- Obrigada, Ana. – agradecia a madame, disfarçando a voz. – Sabia que posso contar com você.

Desligou o telefone e voltou para seu quarto, dormindo sozinha. Felicity recusou-se a dormir com o marido depois da discussão. O casal dormiu em quartos separados. E Paul não parecia estar arrependido e dormia tranquilamente.

Já no quarto dos empregados, Nora amamentava Mandy e George tomava seu chá. Ambos estavam preocupados demais com madame McCartney, pois ouviram a discussão dela com o marido. Joj Smith resistiu à vontade de proteger Felicity.

-- Está apaixonado, não é? – Nora percebeu que o irmão pensava na madame. -- Dá pra ver em seus olhos.

-- Ela é uma sassenach. – negou George, dando a desculpa de que Fefe é uma estrangeira. -- É impossível! Talvez o que sinto por ela é desejo carnal.

-- Eu me casei com um sassenach e o amei muito. Talvez o que você sinta pela madame é mais que carnal, Joj. Talvez seja amor.

-- Mas...ela é casada!

-- Bem, comece satisfazendo os desejos dela e depois veja o que ela sente.

George não sabia se seguia a idéia da irmã e se perguntou sobre os reais sentimentos da patroa.

-- Acha que a madame... a sassenach... sente o mesmo por mim? – perguntou o guarda- caças.

-- Eu reparei o modo como ela te olha e tenho certeza que ela sente.

Ele sorriu e terminando de tomar seu chá, se deitou pensando na estrangeira que abalou sua alma e seu coração.



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Odile retornava para o apartamento parisiense que ela e sua amiga, a formanda Louise McGold dividiam e moram juntas. Ambas estudaram na Sorbonne sobre Artes mas com a chegada da guerra, Odile se tornou voluntária e cuidava dos feridos, na maioria alemães renegados ou ingleses. Já Louise ganhava a vida com sua arte e vendia nas galerias. Ela juntava dinheiro para viver longe dos pais. Na realidade a menina quer ocultar sua gravidez indesejada para a família. Para Louise, seria desonroso para seus pais saberem que a filha está carregando um filho cujo pai, um professor da faculdade e imigrante italiano, havia abandonado.

Ao entardecer elas tomavam chá e Louise tricotava uma roupinha de bebê, quando a francesa recebeu uma carta da Inglaterra.

-- Está seguro, amiga. – garantiu Odile, mais feliz. – Podemos voltar para Inglaterra sem medo.

Louise parou de tricotar. Apesar do alivio de viajar de volta para onde seus pais moram, ainda não estava segura sobre outra coisa: contar para a família sobre sua gravidez, o abandono e enfrentar a fúria do pai, Anthony.

-- O que foi?

-- Estou pensando. – respondeu Louise, baixando a cabeça.

-- Apenas conte e venha morar comigo, com minha família. – segurando sua mão. – Sabe que meus pais te aceitam morar conosco e compreendem sua história.

-- Quando o bebê nascer, terei de abrir mão de minha arte. – lamentou Louise e em seguida afagando sua barriga. – Mas terei meu anjinho.

Odile sorriu e abraçou a amiga.

-- Hoje quer sair comigo? – convidando.

-- Não estou animada. – recusou Louise.

-- Mas vai ser bom para nós. – incentivou Odile. – Lembra daquele rapaz alemão de um olho só?

-- O que tem ele?

-- Bem, ele me convidou para ir ao cinema e eu quero que você vá junto. Não digo isso para que se divertir e sim para conhece o melhor amigo dele. Também está ferido como ele.

Louise não gostara nenhum pouco disso. Contudo não recusou a oferta. No fim da tarde estavam as duas, bem arrumadas e perfumadas, esperando por eles quando ouviram uma buzina de carro. Saíram de casa e encontraram os dois rapazes, usando ternos e cada um levando uma flor para sua acompanhante.

-- Mein liebe... – o maior deles, um rapaz caolho, entregou para Odile uma rosa vermelha.

-- Obrigada, Franz! – agradeceu Odile, feliz e em seguida puxou Louise. – Quero que conheçam Louise, minha amiga.

-- Hallo, madame Louise. – Franz se mostrou bastante agradável.

Ele beijou a mão dela e depois fez as devidas apresentações.

-- E este é meu amigo, Gerhard Müller.

Louise viu o outro e se espantou e ao mesmo tempo sem jeito. O outro parecia normal... até perceber seu jeito de caminhar. Gerd dava um passo devagar por conta da outra perna machucada. A atriz lançou um olhar gelado e indignado para Odile, indicando não ter gostado dele. Embarcaram no carro e seguiram para o cinema. Enquanto eles compravam os ingressos, elas conversavam.

-- Está de brincadeira, não é? – perguntou Louise, brava. – Já basta minha gravidez, agora sou dama de companhia de um... homem coxo?

-- Louise!

-- Não! – exclamou brava a atriz. – Essa vai ser...
Ela não terminou a frase devido a tontura forte. Odile a segurou e rapidamente os rapazes a ajudaram.

-- Me larguem! – se desviando os braços deles, sobretudo de Gerd. – Não preciso de sua ajuda!

-- Louise! – repreendeu a francesa, irritada com a atitude hostil de Louise. -- Sua menina mimada da Inglaterra!

-- Não sou surdo. – disse Gerd, ajudando a moça grávida, mesmo contra a vontade dela. -- Ouvi completamente bem as suas palavras e mesmo coxo, consigo fazer qualquer coisa. Até segura-la.

Vendo que provocou certo desconforto em todos, Louise pediu desculpas.

 -- Me desculpe, herr. Não tinha intenção em... Ofende-lo.

-- Está perdoada. – ele sorriu para a jovem e beijou sua mão. – Deixe-me pagar um chocolate.

-- Não precisa... – recusou gentilmente. – Não estou bem. Por favor.

-- Você está pálida. – o soldado percebeu a brancura forma do normal no rosto de Louise.

-- Eu quero... respirar...

-- Respire, mas de forma calma. Segure minha mão se precisar. Fraulein Odile sempre fazia isso no hospital.

Odile e Franz também acudiram a menina e ela voltou ao seu estado normal.

Entraram na sala de cinema e sentaram juntos nas primeiras filas. Gerd segurou a mão de Louise e a olhou carinhosamente.

Aquele olhar e a voz dele provocaram algo novo na garota. Imediatamente sua mão esquentou, juntamente seu rosto que começou a corar. No meio do filme Louise sentiu-se enjoada e correu para fora da sala e depois do cinema. Respirou fundo mas não conseguiu. Vomitou na rua, sendo vista por outros homens, que a debochavam. Gerd caminhou o mais rápido que pode com a bengala e encontrou a moça, escorada num dos pilares e chorando.

-- Desculpa mais uma vez. --- disse Louise, chorando. – Eu quero sair mas... não consigo neste estado. E com todos me olhando assim. Sou uma perdida.

Eles se abraçaram um pouco e Gerd a levou para casa no carro.  No desembarque foi extremamente cavalheiro, impressionando Louise e a mesma não tinha mais ódio e repulsa sobre ele.

O mesmo a observava cuidadosamente. Além da boa aparência, Louise era uma bonequinha de porcelana, um anjinho desamparado.

-- Não é uma perdida. – ele disse, estendendo um lenço para a jovem secar as lágrimas. -- Está para ser mãe e não há nada de errado nisso. Deixe-me ajudá-la.

-- Ninguém pode me ajudar, Gerhard. – replicou Louise, conformada. -- O pai do meu filho me deixou, ou morreu ou foi deportado para Itália.  Dentro de alguns dias terei de enfrentar meu pai e... contar a verdade. Estou disposta as piores coisas mas não tirarei meu filho!

-- Posso ajudá-la se deixar. – se voluntariou o alemão. -- Se esse bebê precisa de um pai, eu posso dar meu sobrenome a ele.

-- Mas e você? Não tem esposa? Noiva ou namorada? Uma mulher que você ama e te espera?

-- Eu tive uma mulher, mas não sei o que aconteceu com ela. Seu pai a tirou de perto de mim e agora eu sou sozinho.Moro num apartamento minúsculo com Franz e Sepp.

Louise não sabia o que dizer. E tão pouco tempo o homem que ela julgou terrivelmente mal, se mostrou mais do que um cavalheiro. É um homem de grande coração. Ofereceu-se para assumir um filho que não é dele, tudo para Louise não ser marcada.

-- Eu preciso pensar. – justificou a menina.

Trocaram um olhar intenso. Nenhum trocou uma palavra. Para Gerd, ele notou claramente a vontade de Louise em beijá-lo.

-- Quer entrar? – convidando.

-- Sim...

Louise sabia exatamente onde ia terminar. Alguns minutos depois ambos deitados na cama mas não se tocaram. Louise vestiu uma camisola e escovou os dentes mas se sentia tímida perto do soldado. E Gerd queria começar mas teve medo de machucar a menina e o bebê.

-- Se importa se não fazer? – definitivamente Louise não se sentia segura.

--  Tudo bem, eu respeito sua decisão. – respondeu o alemão, compreensivo e ainda abraçando Lulu. – Quando estiver pronta... Podemos fazer.

Permaneceram assim durante boa parte da noite, contudo falavam sobre a guerra, as perdas, a família, os amores e decisões.

-- E quando pretende partir? Para ver sua família?

-- O quanto antes. – Louise não costumava demorar em suas decisões mas se tratando de sua gravidez, era preciso. – Amanhã irei a Londres.

-- Vou com você.

No outro dia Louise se arrumou. As malas já prontas e só esperava uma carona para leva-la a estação. Gerd a seguiu.

-- Eu disse que vou com você! – disse o soldado, muito insistente.

-- E cadê sua mala?

-- Você não me deu tempo e só estou com a roupa do corpo.

-- Não precisa me ajudar. A minha situação é delicada demais para se envolver.

Não adiantou. Viajaram de trem e o caminho todo se mantiveram quietos. Gerd seguiria com o plano de fingir que é marido de Louise e pai do bebê que ela espera. Louise só pensava na ira de seu pai quando souber que a filha adorada virou uma mãe solteira. Ele era muito antiquado.

-- O que sua família faz? – indagou Gerd, numa forma de animar ou distrair Lulu.

-- Minha família tem uma vinícola em Ripley. E meu tio é dono de uma indústria. 

Gerd se impressionou.

Algumas horas de viagem depois desembarcaram do trem e seguiram caminhando.

-- O que uma moça como você fazia na França?

-- Estudando Artes. – Louise suspirou. Lembrou-se do desgosto do pai quando soube que a filha mais nova não quis seguir o negócio do vinho e preferindo ser uma artista e morando na cidade grande.  – Não quero viver no campo.

-- É tão ruim assim?

-- Se entende de vinho, não é.

Eles pararam em frente ao campo enorme de parreiras e muitas uvas maduras. Vasto e limpo.

-- The Heaven! – disse Louise.

-- O que disse? – Gerd não tinha entendido devido a surpresa.

-- É o nome do nosso lar. Significa “O paraíso”.

-- É... tão lindo! – Ele tirou do bolso uma caixa vermelha e abriu, mostrando dois aneis dourados. – Eram dos meus pais. Levava comigo como lembrança. Hoje vou usar para dizer que me juntei a você.

Colocou no dedo de Louise delicadamente e a menina não tinha palavras para expressar sua atitude.

-- E agora somos casados.

No exato momento que iam se abraçar ouve-se um disparo de espingarda. Rapidamente se abaixaram numa das parreiras, se embrenhando nelas. Viram quatro pés masculinos os seguindo. Um deles Louise soube de quem eram. Gerd se levantou com as mãos no alto.

-- Não atire! – bradou. – Estou desarmado!

O homem com a espingarda ainda de cara fechada se segurava em apertar o gatilho e só se deteve quando viu a mocinha atrás do jovem.

-- Papai. – Louise se pôs na frente.

-- Louise? – o homem certamente era o pai da estudante. Olhou em dúvida para o rapaz. – E quem é esse?

-- Gerhard Müller... Meu marido.

Os olhos do homem mais velho se abriram mais tamanho era seu espanto da revelação. Apontou a arma para Gerd.

-- Vão na frente. E em casa me contem tudo! – ordenou o galês, bravo. – E não escondam nada!

Gerd segurou a mão de Louise. O que quer que fosse, enfrentariam tudo juntos...



Continua...

Lady McCartney's Lover (1º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e vamos começar com nova fic. Inspirada no livro O Amante de Lady Chatterley,  mas tem momentos quentes de outros casais. Boa leitura!


Capítulo 1: O casamento e uma oportunidade


-- James Paul McCartney aceita Felicity Jane McGold como sua legítima esposa? Prometendo amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe? – perguntou o padre, encarando o jovem tenente inglês.

-- Aceito. – respondeu Paul, sorrindo para a noiva.

-- E você, Felicity Jane McGold, aceita James Paul McCartney como seu legítimo esposo? Prometendo amar e respeitar na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza até que a morte os separe?

A noiva, uma galesa alta de vinte e cinco anos, é filha mais velha do conde galês Robert McGold e Sophie Chapelle. Uma jovem voluntariosa e apaixonada por seu noivo. Já Paul conhecia Fefe desde que ambos tinham vinte e três anos. Seu pai, Jim McCartney, dono da metalúrgica McCartney e um dos homens mais ricos de Liverpool, era amigo de Robert e acabaram concordando em transformar o namorico de seus filhos em algo mais sério. No entanto, Paul se alistou no exército antes da guerra estourar na Inglaterra. Algum tempo depois o casamento foi apressado.

-- Neste momento, diante da catedral de Westminster, eu os declaro marido e mulher! – anunciou o padre e abençoando o novo casal. – Pode beijar a noiva.

Ao se beijarem, não teriam idéia do que o futuro os reserva e quantos anos levariam para um reencontro...


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Nora Smith lavava a roupa no tanque e ao mesmo tempo sufocava a vontade de chorar. Seu marido havia morrido e tem um bebê de quatro meses. Sobrevive apenas com a pensão deixada por Keith Moon e o dinheiro que seu irmão, George, traz depois de um dia de trabalho na fábrica McCartney.

A vida nova prometida em Liverpool não surtia mais efeito para ela, seu irmão e seus primos. Exceto Kimberly, que conseguiu se casar com um homem rico. Tirando isso Angela e seu irmão, Duncan, conseguiram um trabalho razoável na casa de outra pessoa.

George Smith retornava para casa, com duas sacolas de comida e ao entrar na casa da irmã, a encontrou chorando.

-- O que houve? – perguntou, largando as sacolas na mesa e acudindo a irmã.

-- Não agüento mais. – os olhos de Nora, antes tão azuis, estavam vermelhos.

Os dois se abraçaram bem forte e choraram mais. Diferente da irmã, George tem esperança que tudo pode mudar, a qualquer momento.  

No jantar George avistou um anúncio do jornal.

Precisa-se governanta e ajudante para família importante de Liverpool.

-- O que está olhando, George? – Nora estranhou o olhar fixo do irmão.

-- Minha nossa! – exclamou o rapaz. – É muito dinheiro. É o suficiente para vivermos mais um pouco na Inglaterra e depois voltarmos para as Terras Altas.

-- Mas George, e se não nos aceitar? Eu tenho uma bebê de 4 meses.

-- Nora, isso é tudo que pedimos em nossas orações! – disse George, otimista. -- Se trabalharmos dois anos, conseguiremos dinheiro suficiente para comprar a fazenda e nunca mais teremos de fazer empréstimos ou algo do tipo.

Nora não levava muita fé, mas as oportunidades brotavam ali e tinha de aproveitar.

-- Tudo bem.  Vamos nos candidatar neste emprego. E assim você pode largar aquela fábrica! Fico preocupada com você por causa da sua asma.

-- O ar puro me fará bem.

No outro dia eles seguiram rumo a mansão dos McCartney. Foram recebidos pelo mordomo Abraham.

-- O que desejam? – perguntou o homem de aproximadamente quarenta anos, muito sério.

-- Viemos para a vaga de emprego. – George respondeu mais calmo.

O mordomo os levou para o escritório do dono da casa. Entraram e viram um homem de terno preto, cabelos curtos e um pequeno bigode e olhos castanhos esverdeados, sentado numa cadeira de rodas.

-- Senhor McCartney, são os primeiros a se candidatar para o emprego. – avisou o velho.

Paul os observava com minúcia. O rapaz respirava com um pouco de dificuldade e a moça era mais tranqüila... Porém muito bonita.

-- O que vocês dois sabem fazer? – questionou em tom grave.

-- Trabalhei como motorista na casa dos Starkey por um ano e meio e estou há quatro meses na fábrica.

Mal terminou de responder e George tossiu mas não tanto para despertar nojo.

-- A verdade, senhor, é que quero sair da fábrica em razão do meu pulmão.

Paul se manteve firme e em seguida lançou uma pergunta para Nora.

-- E a senhorita?

-- Senhora! – corrigiu Nora, já não gostando dele,embora o sotaque liverpooliano tivesse um toque sonoro escocês. – Sou costureira e posso ser uma boa governanta.

Nem o próprio Paul também simpatizara com Nora.

-- Sei que vocês dois querem muito o emprego, mas devo avisar que já foram preenchidas as vagas!

A notícia abalou os dois irmãos. O sonho de juntar dinheiro e sumir da Inglaterra se foram. Quando pensaram em ir embora, eis que surgiu uma mulher alta, de cabelos longos presos num coque, vestido azul escuro e usando botas.

-- Eu ouvi tudo! – disse Fefe, com tom superioridade. – Vocês dois estão contratados. Meu marido é um homem que não sabe avaliar as pessoas para o emprego. Já passaram cinco pessoas por aqui e nenhum ele aprovou. Mas eu sim.

-- Felicity...

-- Já chega, Paul! – em seguida lançou-se para o mordomo. – Abraham irá providenciar as roupas e hoje vocês assinam o contrato. Amanhã estejam aqui às oito horas da manhã. E a partir de amanhã, vocês viverão aqui! Acompanhem Abe!

O mordomo levou o casal de irmãos escoceses para o outro escritório definir tudo, deixando Paul e Felicity sozinhos.

-- O que deu em você, mulher? – Paul estava irritado.

-- Se terei de ficar sozinha nesta casa, quero estar cercada de boa gente. – respondeu Fefe, encarando sério o marido. -- E é visível que estes dois precisam de ajuda.

-- E acha que esses dois escoceses são o que precisamos? – duvidou o marido.

-- Eu tenho absoluta certeza. Sinto que eles nos ajudarão muito.

Paul ficou aborrecido, contudo não discutiu com a esposa mais. Ela olhou na janela, bebeu um pouco de licor doce e encontrou os dois escoceses apertando a mão do mordomo. Eles viram Felicity caminhando em sua direção.

-- Muito obrigada, madame McCartney. – agradeceu Nora, olhando para sua salvadora, fascinada. – Prometo não decepciona-la.

George estava paralisado diante da mulher belíssima. Ela não é escocesa mas possui uma beleza exótica. Para ele, a esposa de Paul é uma sassenach.

-- Muito obrigado, madame! – George fez as reverências, mas Fefe impediu.

-- Entendo perfeitamente vocês. – ela sorria. – E sei que não vão me decepcionar. Não precisam me agradecer.

-- Estamos muito agradecidos, sassenach. – em seguida George se corrigiu. – Quer dizer, madame.

Fefe não entendeu a palavra estranha e ignorou, se despedindo deles. Agora só restava ver se eles iriam cumprir a palavra.


Continua...



segunda-feira, 6 de março de 2017

Bears Comedy (2º Episódio)

Olá pessoal!

Longo tempo que não posto aqui. Mas deixo aqui o segundo episódio da comédia escrachada desses três caras. Boa leitura!



Episódio 2: O bingo de domingo

O domingo não prometia nada de bom, aparentemente. Graham Nash levantou cedo para o preparo do café. Abriu as janelas e contemplou a manhã cinzenta de Londres e também pensava no dia de amanhã, no qual ia ligar para a central de atendimento e resolver o problema de seu cartão de crédito ainda bloqueado.

Seus pensamentos foram interrompidos quando avistou um automóvel razoavelmente grande e vermelho estacionar em frente ao prédio e de dentro saíram quatro rapazes meio estranhos. Um é baixo e um penteado de menino comportado, o outro era um tipo alto e cara de bravo. O terceiro também era alto mas não tanto quanto o primeiro e contava piadas igual a um comediante de stand-up. O último era loiro... e muito enrolado. Se atrapalhava no carregamento de alguns instrumentos.

-- Vai com calma, Peter! ajudou o mais baixo. Hoje é domingo.

-- Mas não tem ninguém na vizinhança. respondeu o tal Peter.

-- Mas tem outros vizinhos. replicou o mais alto. Será que a Louise está em casa?

-- Hey! o baixinho deu um tapa na cabeça do maior. Eu sei que está de olho na Alice.

-- Ela não tenho mais chance....Mas a Louise...

-- Já chega, rapazes! berrou o carinha de comediante. Vamos entrar.

Nash observava os quatro entrando no prédio e carregando instrumentos musicais, cavaletes e quadros. E mais curioso ainda: eles entraram no apartamento das vizinhas bissexuais. E mais surpreendido era que Louise os recebeu muito bem e o baixinho... Foi beijado por ela.

-- Pelas saias da rainha Victoria! A loirinha popozuda tá podendo...! exclamou Nash, espantado.

-- Quem está podendo? Gerd surgiu atrás de Nash.

-- Olha, sugiro que esqueça sua crush pela vizinha popozuda! sugeriu o inglês. Ela....

Gerd abriu a porta disfarçadamente e viu algo. Sua vizinha loira... e o baixinho aos beijos.

-- Mas que p....tampou a boca, pra não ser ouvido mas sua vontade era dizer mil palavrões na língua germânica e britânica por conta da cena.

Nash puxou Gerd para dentro do apartamento e deu um tapa na cara do amigo.

-- Para com isso! Vai estragar tudo.

-- Ah não! Eu vou acabar com essa palhaçada! ele disse e saiu do apartamento e indo para a porta onde vivem as vizinhas.

Bateu forte na porta. Nenhum sinal. E pelo visto a música estava muito boa e as vozes mais animadas. Bateu mais forte. Alice abriu a porta, assustando-se.

-- Gerd! Bom dia! ela sorria.

A música foi desligada e tudo que viu eram instrumentos conectados nas caixas de som e os rapazes chocados. Já Alice ruborizou. Gerd cheirava a perfume e a considerar a toalha na cintura e o cabelo molhado, era óbvio que tinha saído do banho.

-- Precisa de alguma coisa?

-- Bem... reuniu coragem e falou. Onde está Louise?

Alice o guiou para o ateliê da menina e a encontrou pintando um quadro de seus modelos, o casal de amigos seus.

-- Olá, vizinho! ela cumprimentou, mesmo focada na pintura. Estes são Davy e Dianna. Meus amigos e modelos.

O casal posava de maneira sensual e quase sem roupas, com Dianna sentando no colo de Davy. Ela fechou a blusa por conta da visita.

-- Oi! direcionando uma saudação a eles e depois para a vizinha. Eu... Tinha me acordado com o som vindo daqui. Sabe que o dono não gosta de...

-- Nós sabemos. respondeu Alice. Por isso falamos com Sr. Sullivan e ele permitiu a visita deles.

-- Eu gosto quando os Monkees venham ensaiar suas músicas aqui. justificou Louise. Parece que no apartamento deles, o senhorio chamado Babbitt não tolera som alto. E aqui é mais flexível.

Ao mesmo tempo surgia o rapaz alto, trazendo uma bandeja de nachos.

-- Quem quer nachos? oferecendo para as moças e os modelos que recusaram.

-- Aceito. Louise pegou um e comeu. Está muito bom, Nesmith.

-- Fiz especialmente pra vocês. brilhando os olhos para Louise e Alice.

Por mais esforço fazia, Gerd não escondia a raiva de ver o tal Nesmith jogando um charme para elas. Pelo menos o baixinho estava com uma loira que não era Louise.

-- Acho que podemos pausar. avisou Louise. Davy e Di, podem se vestir.

-- Eu fiz ontem uma torta de nozes. os olhos de Alice cintilaram. Fiquem aqui. Vou trazer para vocês.

Antes de se retirarem do ateliê, ouve-se uma série de gritos e palavras trocadas.

-- Acho que é o Micky. Davy ria das discussões de seu amigo, Micky Dolenz e da namorada dele, Emma.

Um ledo engano. A garota que Micky discutia não era Emma. E sim...Felicity.

-- ... Você nunca desiste, Micky! berrava a galesa briguenta. Me solta!

Quando o pessoal seguiu para a sala, encontraram Fefe e Micky cara a cara, discutindo. Peter bebia um pouco de água e olhava para as longas pernas encobertas um pouco pelo vestido e as botas.

-- Meu amor... Minha Vênus de Gales.... Micky se rastejava e agarrava as pernas de Fefe e a mesma chutava. Eu te amo. Largo a Emma e fico com você.

Ela acerta um soco não muito forte em Micky.

-- Mais uma declaração sua e chuto seu traseiro californiano!

-- Pessoal! Alice trazia a famosa torta para a sala e os pratos. Vamos comer?

-- Eu dispenso, Alice. respirou fundo e entregou um pacote para Louise. --  Obrigada, Louise.

Ao se retirar, todos ficaram chocados e olharam para Micky.

-- Ainda amo aquela mulher, Louise. respondeu Micky.

-- Pena que ela não pensa o mesmo de você. debochou Louise. Quero um pedaço da torta.

Gerd já estava na porta, segurando sua toalha na cintura.

-- Junte-se a nós, vizinho.

-- Eu vou declinar....

Ele voltou correndo para o apartamento com o coração bombeando sangue e o rosto vermelho.

-- E a vizinha está mesmo com o baixinho? Nash se culpava por mostrar isso para o amigo.

-- Não! respondeu e riu demais. Ela... A garota era outra. O baixinho não tem nada com a vizinha lésbica!

Antes de fazerem alguma coisa, mais batidas na porta e desta vez Gerd atende. Eram elas.

-- Trouxemos esses pedaços para vocês. Alice entregava os pratos com pedaço de torta para os dois.

Na vez de Gerd um pequeno acidente aconteceu: a toalha caiu, revelando sua masculinidade elevada. Não é preciso dizer que as duas olharam muito bem aquele tamanho olímpico e Gerd agarrou a toalha, encobrindo ali.

-- Desculpem! correndo para o quarto.

Elas se despedem dos rapazes e ficam no corredor, ouvindo o som.

-- Você viu, meu sol? Louise, ruborizada, estava rindo. O tamanho... dele?

-- Vi. Alice abanada com a mão e passa a língua nos lábios. Deve ser uma delícia cair de boca ali e fazer o garganta profunda.

-- Só de imaginar nos revezando entre o rosto dele e ali, me deixa excitada. Louise apertava os seios e gemia, ao mesmo tempo Alice agarrava sua amada e a tocava.

-- Você quer, meu solzinho?

-- Oh, sim...

E no apartamento deles, Nash parou de comer o bolo e quando abriu a porta se deparou com a cena e imediatamente fechou sem fazer barulho mas deixando entreaberto.

-- Meu Deus! disse baixinho.

-- O quê? Bond se aproximou dele, ainda comendo o pedaço.

-- As vizinhas estão... se pegando.

Bond olhou e surpreendeu.

-- Nossa! Elas estão mesmo.

-- O que disse? Gerd ouviu a conversa e apareceu ainda de toalha.

-- As vizinhas estão transando no corredor.

Os três se fascinaram com que viam ali, o que poderia ser chamado de pornô ao vivo, entre duas mulheres lindas. Alice sugava a intimidade de Louise e a mesma gemia e puxava a cabeça dela. Depois afundou o rosto nos seios fartos e lindos da maior.

-- Nunca tinha visto uma coisa dessas... dizia Nash.

-- Isso é melhor que filme pornô. Bond já preparava o celular para filmar.

-- Se a gente filmar, ganharemos um Oscar?

-- E muito dinheiro! Não é, Gerd?

-- Cadê o Gerd?

Mal terminaram de falar e ouviram os gritos no quarto dele...

E a noite aconteceu o famoso bingo da terceira idade. Todo domingo Gerd reserva o bar para o entretenimento das velhinhas. Além do bingo, também há bebidas e danças e pequenas gincanas.

-- Vou avisando. Não vou beijar nenhuma velhinha sem dentadura. - avisou Bond.

Nash e Gerd deixaram tudo preparado. O palco,  o globo contendo as bolas numeradas, as cartelas do bingo em casa mesa e foram receber as senhoras um por um.

Para surpresa de Bond, chegou uma senhorinha chique, fumando um cigarrinho e junto estava sua neta e as três amigas delas. Reconheceu ser as jovens que apareceram no bar na noite anterior.

-- Bem vindas, senhoritas! -- saudou Bond para as moças e depois para idosa. -- E senhora...

-- Linda! -- se apresentou a velha. -- Sou avó da Marie.

-- Eu sou Graham Bond e sou um dos anfitriões.  -- Bond sorria para as duas, sobretudo para Marie. -- Sentem-se e eu trago um drinque.

-- Dois Martinis, por favor. -- pediu Marie. -- A vovó adora.

-- Saindo dois martinis no capricho!

Depois de servido as bebidas, Gerd cumprimentou as mulheres.

-- Guten nicht! Domingo como vocês sabem, é o meu dia favorito. -- disse sorrindo para elas. -- Pois é o dia que eu encontro todas vocês.

-- Encontra as jovens ou as vovós,  Gerd? Se for a segunda opção deve estar desesperado. -- ironizou Fefe, de forma divertida.

-- É saudade mesmo... confirmou o barman.

Enquanto o bingo rolava, Gerd atendia todas as senhoras. Às vezes era confundido com parente ou marido de algumas delas e outras vezes agradava aquelas que gostavam dele por vê-lo sem roupa e dançando, em troca ganhava muitas notas altas de euros. Obviamente Gerd não gostava mas pensava nos benefícios financeiros e isso é o que contava.

Numa parte da noite as vizinhas lésbicas se acomodaram no balcão e participaram do bingo. Gerd notava que a loirinha não demonstrava algo. Na realidade ela não estava satisfeita. Numa das rodadas a velha Linda Greyhound faturou o prêmio que era beijar Graham Bond.

-- Pode beijar minha neta. a velhinha deu autorização.

-- Mas senhora.... Bond não tinha palavras para tal ato. Beijar Marie era seu desejo pessoal mas agora, na frente da velha.

-- Vamos, não seja tímido e beija ela. --- incentivava a vovó. E você, Marie. Não fica parada. Beija ele também.
                                                                       
-- Mas vovó... Marie tentava evitar tal momento.

-- Vamos lá, Graham. Já pensou em beijar uma jovem francesa?

E como a vovó insistia, Bond puxou Marie para um beijo quente e com isso foi aplaudido pelas senhoras da terceira idade.

Nas outras rodadas Alice batia o recorde de quantas vezes dizia bingo! e ganhava os prêmios como uma caixa de maquiagem, um conjunto de batons e pérolas. E também Louise se embravecia. Nunca foi fã de bingo ou jogo de cartas, preferindo os jogos eletrônicos a isso. Nesta última vez Alice ganhou um vestido vermelho Prada e foi ao banheiro para experimentar. E Lulu empurra a cartela pro lado.

-- Calma. pedia Gerd, compadecido. Quem sabe nesta rodada você ganha...

-- Eu desisti. pegando a bolsa. Isto é um saco! Se Alice perguntar, diga que voltei pro apartamento.

E saiu do bar, deixando Gerd desapontado. Por fim o bingo daquela noite fez sucesso, mais do que o esperado.

-- Agora temos mais dinheiro pra pagar as contas. avisou Bond. E eu ganhei o beijo da crush...

-- Bom pra você! Nash bebia mais água.

Gerd não disse nada. Apenas pensava em Louise e agora em Alice. Ele sabia bem que a morena o esperava no banheiro.

-- Vocês podem ir. Vou ficar no bar mais um pouco... Pra arrumar as mesas. avisou o alemão, embora seus amigos soubessem o real motivo.

-- Ok mas nos avise de algo.

Assim que os amigos foram embora, ele chaveou a porta e abaixou as persianas das janelas e correu para o banheiro masculino, encontrando Alice, devidamente vestida com a roupa obtida no bingo e mostrando as pernas.

-- Estava esperando você. ela sorria.

Gerd pode não ter se dado bem com a vizinha loira, mas a morena compensava o prejuízo...

E enquanto isso os rapazes se preparavam para dormir mas antes faziam planos. Nash estava decidido a ligar para central do banco para renegociar sua dívida do cartão de crédito e Bond deiava sua roupa pronta para o uso. Ele conseguiu o emprego tão desejado em lecionar na escola de música do centro da cidade.

Louise estava inquieta. Não dormia e ás vezes olhava pro celular na esperança de Alice lhe responder. Nada. Sabia que a companheira estava interessada no vizinho alemão e ele muito propenso em corresponder. Embora se amando, havia uma pequena diferença. Louise não namorava homens faz alguns anos e Alice volta e meia arranjava um rapaz. Portanto não era de se estranhar que ela estivesse de olho em Gerd. O problema era que Louise também gostava dele...

Para desapegar ela discou um número no celular. Foi atendida.

-- Alô? a voz masculina e forte provocou Louise.

-- Oi. Sou eu. Quer me buscar amanhã ás 10 da manhã?

-- Com certeza, principessa! confirmou o homem de forte sotaque italiano. -- Até amanhã!

-- Até amanhã.


Continua...