quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Grindhouse Zombies (2º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com o segundo capítulo de Grind Zombies. Vai ter rivalidade!

Capítulo 2: Orgulho e Preconceito... E Zumbis

Lulu desviou o olhar, disfarçando o mal estar e sendo percebida por sua prima.

-- Encontrou algum suspeito? – perguntou Felicity, ansiosa pra desembainhar a faca escondida debaixo da saia.

-- Não. – negou Louise, rindo e olhando rapidamente para o alemão urso. Ele ainda flertava com ela. – Tem um rapaz... Ele não para de me ver.

Felicity viu quem era e desviou atenção, muito descontente.

-- Ele não vale meio xelim. É um soldado apenas. – disse, em tom de desprezo.

-- Está zangada por que George não te quis? – Louise sabia que o romance de George Smith e Felicity terminou por conta da viagem do rapaz e quando retornou, declarou ter se casado com uma escocesa chamada Claire.

-- George e eu ainda somos amigos e já desapeguei. – mentindo. Felicity não mostrava pra ninguém o quanto estava sofrendo e descontava sua raiva e tristeza no combate.

-- Aham, sei..

Neste momento Odile puxa as primas McGold para mais apresentações.

-- Rapazes, conheçam as primas Felicity e Louise McGold. Felicity é uma grande amiga da minha irmã Marie e Louise é minha grande amiga.

Um dos rapazes não era germânico. Ele possui traços holandeses, olhos azuis e cabelo meio loiro e usava roupas de nobre.

-- Este são meus amigos. Josef Maier e Gerhard Müller. – completou Franz.

Josef gostou bastante das moças, embora nenhuma das primas lhe tentou, o que foi um grande alívio para Felicity. Já Louise sorria para Gerhard e o mesmo... não expressava nada.

-- Me esqueci de apresentar, meninas, Johannes Cruyff. Ele é o Capitão do pelotão holandês que recentemente veio a Brandemburgo.

Johan foi cortês com as jovens e seus olhos se fixaram na bela Felicity. Entre  uma conversa e outra, Louise ansiava por dançar e decidiu convidar Gerhard para tal.

-- Dança comigo, herr Müller?

Gerd não respondeu e em vez disso corou demais.

-- Está tudo bem? – preocupou-se Lulu.

Ele se retirou, deixando a galesa loira transtornada.

-- Não fica assim, Louise. – disse Odile, mais calma. – Gerd é tímido.

-- Ele não gosta de dançar. – respondeu Franz, rindo um pouco. – Não deveria rir disso, já que ele é meu amigo.

Johan continuava olhar para Felicity, criando mil maneiras de abordar a jovem. Dançou com outras moças, de diversos tipos e mesmo assim, nada parecia abalar ou mostrar alguma expressão no rosto dela.

-- Desisto... – comentou consigo mesmo.

Do outro lado do salão Josef procurou seu amigo e o encontrando sentado numa das mesas, sozinho e com as mãos na cabeça.

-- Was ist passiert? (O que aconteceu?) – perguntou o ruivo.

-- Ich wusste nicht was ich zu ihr sagen. (Não sabia o que responder para ela.) – Gerd bebia um gole de cerveja e ofegava.

-- Entspannen Sie sich, sie werden verstehen. (Relaxa, ela vai entender.)

E por fim Louise dançou com outro rapaz. Felicity conversava com Marie e não deixou de notar tudo.

-- Já viu que o holandês não para de olhar pra você? – Marie balançava seu leque e sorria, dando certo charme.

-- É, eu percebi. – Felicity só observava sua prima. Seus pais não quiseram vir ao baile e permaneceram em Londres com os Smiths. – E como disse, qualquer selvagem pode dançar e imagino até um zumbi dançando com certo sucesso.

-- Fefe! –- repreendeu Marie, rindo. – Não seja tão desrespeitosa.

-- Marie, você sabe que não danço bem quando não conheço meu par. Ademais, você dançou com o único rapaz encantador daqui.  

-- Mas e o holandês? Ele também é agradável.

Fefe lançou outro olhar para Johan. Ele conversava com outros do seu pelotão e com Franz e Odile. Se virou para amiga e disse:

-- Perfeitamente tolerável mas não o bastante pra me tentar.

No exato momento da resposta, Johan se aproximou um pouco para ouvir. Ofendeu-se. Quem aquela galesinha pensava que era? Uma moralista? Ele se retirou, zangado com as palavras ouvidas e sem querer sua espada encostou-se a uma garrafa e derrubou ao chão, causando espanto nos presentes.

-- Que lástima.

Com passos largos provocados pelo barulho de sua bota, Johan saiu do baile, bufando de raiva e ficando perto numa das fogueiras, resmungando aos quatro ventos sobre Felicity.

-- Madame hipócrita... – disse chutando forte uma pedra. – Menina mimada! Moralista insuportável!

-- Felicity McGold? – perguntou uma voz masculina, surgindo atrás de Johan. – Odeio essa garota! Tão orgulhosa e convencida, eu não a suporto!

-- É verdade. Eu não dançaria com ela nem que fosse... --- ele parou de falar, pois reconheceu a voz. – Coronel... Rinus Michels?

Ele se virou e quase caiu pra trás. Rinus Michels, o coronel das tropas holandesas que chegaram aos portões de ferro e que desapareceu sem deixar rastros, agora retornou como um zumbi, com a farda em pedaços e o rosto desfigurado com algumas explosões de pus no nariz e os olhos muito vermelhos. Ele fez sinal de silêncio para Cruyff.

-- Eu vim lhe contar uma coisa...

Uma explosão aconteceu, assustando Johan. A cabeça de Rinus Michels não existia mais e o corpo tombou. Felicity surgia armada com um revólver apontado para o morto-vivo.

Alguns soldados e os convidados saíram do salão para ver o que aconteceu.

-- Johan! – gritou Neeskens, outro holandês, acompanhado de Rudi Krol e Johnny Rep. – O que houve?

-- Salvei sua vida por pouco. – disse a galesa, mais séria de costume.

-- Do coronel Rinus Michels? – Johan se indignou.

-- De um coronel Rinus Michels morto-vivo.

-- Curioso. Eu descobri que ele é bem tolerável. – replicou o capitão, lançando um olhar furioso.

O dois irmãos mais jovens de Fefe também foram de encontro à irmã.

-- Ainda bem que atirou nele, irmãzinha. – concordou Bran, armado com sua katana.

-- Eu tenho certeza. – garantiu Johan. – O coronel queria me dizer algo.

-- Talvez ensinar como abotoar o dólmã para os mais jovens. – debochou Felicity.

Numa das carruagens uma moça caminhava com a mão no rosto, encobrindo a boca como se estivesse passando terrivelmente mal.

-- Ria o quanto quiser, senhorita. Mas não vou mudar minha opinião. – disse em tom desafiador.

E de repente ouve-se um grito quase rouco e todos olham a moça na carruagem. Metade do rosto não tinha mais carne e sim ossos e dentes. O sino foi tocado, alertando ataque de mortos vivos.

-- Vamos! – bradou Felicity para seus irmãos.

E dentro do salão Louise e Odile sacaram suas adagas, juntamente com Marie. Os três irmãos McGolds se juntaram armados. Jon com bastão, Bran e sua inseparável katana e Felicity com seu par de espadas orientais, os sais. Ambos os grupos atacaram os zumbis, mutilando em diversas partes e sem nenhum problema. Louise se viu cercada por três mortos-vivos quando um machado foi arremessado, cortando rápido a cabeça de um deles. Viu quem fez isso, era o jovem tímido Gerhard. Ele, Sepp e Franz mataram mais dezenas de zumbis só com armas de fogo e machados.

Louise e suas amigas recomeçaram o combate, terminando com o último morto-vivo caindo sem a cabeça por Gerd. Ela pensou em dizer algo mas devido a timidez dele não emitiu uma palavra. Johan e os holandeses retiraram os sobreviventes do salão e observou Felicity. Ela pode ser orgulhosa e irritante, mas admitia que a mulher sabe mesmo lutar. Depois disso os soldados fizeram à limpa, tirando os cadáveres e os jogando na fogueira.

Enquanto Louise limpava sua adaga com o lenço, Gerd apareceu atrás da mocinha.

-- Hallo! – cumprimentando gentilmente a garota.

-- Ai meu Deus! – Louise ria um pouco, devido adrenalina. – Olá!

-- Eu quero... Me desculpar pela minha atitude! – respondeu Gerd, fascinado pelos olhos cor de safira de Louise. – Não sei como me comportar em eventos sociais.

-- Oh, está tudo bem. – sorriu a menina. – E muito obrigada por me salvar.

Alguns dias depois após o baile e o ataque zumbi, os McGolds e Romanovs permaneceram na Alemanha. Tony e Alexei de alguma forma ensinavam os soldados dos portões de Brandemburgo. E foi num desses dias de treinamento que Anthony recebeu um convite de um dos capitães germânicos para um almoço.

-- Um desses rapazes cortejou nossa filha. – comentou Tony, lendo a carta para Mary.

Quando amanheceu, Tony avisou a filha, mostrando o bilhete. O rosto de Louise transpareceu decepção.

-- Eu não quero ir. – disse a jovem.

-- É só um almoço com o rapaz. – Tony encorajava a filha. – Tudo bem que ele é... digamos, meio enrolado, mas é um bom soldado.

Louise continuou o treinamento, socando a árvore e seu pai novamente tocou no assunto.

-- Ainda está zangada por causa do noivado com Chris que eu e Alexei não firmamos para vocês?

-- Também. Mas é outra coisa.

-- Envolve seu amigo Davy?

Lulu fincou a adaga com força no tronco e chorou. O pai a consolou e deu um lenço para ela.

-- O que ele viu nela pra querer casar? – resmungou a menina. – Aquela mulher nem sabe lutar, ao passo que Davy e eu treinamos com o mestre Han.

-- Bem, eu conheço um pouco os Mackenzies. Na verdade sou amigo de Howard Hudson, o tio de Dianna. Se eu enviar uma carta, pedindo uma audiência com os Mackenzies, falarei sobre esse casamento mal aproveitado do Davy e com os pais dele.

-- Obrigada, pai.

-- Mas terá de aceitar comparecer nos portões. – avisou Tony. – É apenas um almoço e este rapaz nem se lembrará direito de você.

No outro dia Louise se arrumava por inteira e quando colocou o pé pra fora de casa, veio mais uma surpresa.

-- Como é? – espantou-se. – Por que não posso usar a carruagem?

-- Seu pai emprestou para Davy e Dianna. – respondeu Mary, enquanto encilhava a égua Andrômeda.

-- EU ODEIO AQUELA MULHER! – resmungou a jovem, jogando uma pedra bem longe.

-- Louise! Veja o lado bom. Dianna não veio conosco a Berlim. – depois entregou um revólver calibrado e um mosquete. – Seu pai deixou a carruagem para eles e nós usamos a do seu tio e agora seu pai e Alexei foram viajar.

-- Eu queria muito ir de carruagem. – resmungou. – Sou uma dama acima de tudo.

-- Eu sei disso. Mas não temos opções. – resignou Mary. – Agora vá logo! Parece que vai chover e tenha cuidado no caminho. Os mortos surgem mais rápido em terra úmida.

E ela seguiu a cavalo para o portão de Brandemburgo. No entanto pensou em pegar um atalho pela floresta até que ouviu os latidos ao longe. Engatilhou o revólver e apontou na direção do som. Esperou um pouco e alguns cães corriam, nervosos.

-- Droga! – praguejou baixinho por ver que não era nada.

Um tremendo engano. O tempo escurecia por conta da chuva e mesmo assim surgiu na mesma direção um enorme zumbi caminhando devagar. Andrômeda assustou-se a ponto de derrubar Louise e em seguida fugiu para longe. Rapidamente, Louise se levanta e pega sua arma de fogo, apontando para o zumbi. O tiro deveria acertar na cabeça. Em vez disso, o revólver ficou danificado com o disparo contrário, provocando um ferimento na mão da menina.

Se afastou um pouco e se agachou, impedindo o monstro de agarrá-la. E sacou suas adagas escondidas nas botas e cortou os dois braços do zumbi. Com um golpe na perna para derrubá-lo, ela pisou fortemente no crânio podre dele, encerrando a luta. Limpou as adagas e a chuva caiu. Contudo, ainda não terminou. Rasgou um pouco a barra da saia e enfaixou a mão machucada e queimada e seguiu para mais uma luta. Haviam mais dois zumbis. Um casal com um bebê morto-vivo.

-- Santo Deus! – exclamou. – Não pode ser...

O casal morto-vivo já ia avançar contra a jovem. Em questão de segundos a cabeça do homem foi decepada com um golpe de machado arremessado. Ela virou-se e viu Gerhard, montado no cavalo preto e armado com o mosquete, disparou contra a mulher zumbificada e o bebê. Ele desceu do cavalo e caminhou para perto de Louise, transtornada.

-- Eu poderia muito bem me defender sozinha. – disse em tom de reclamação. – Eu poderia...

Devido ao cansaço e a chuva ela desmaiou. Gerd pegou a menina a tempo e montaram no cavalo. Minutos de cavalgada depois estavam nos portões de ferro e entrou na fortaleza, carregando Louise.

-- O que aconteceu com ela? – Dettmar se preocupou com a saída súbita de Gerd.

-- Está fraca.  – Gerd subia as escadas em direção aos quartos.

-- Ela não foi infectada? – perguntou Udo Lattek, temendo uma infecção.

Abriu a mão enfaixada da jovem e retirou o pano.

-- Graças aos céus que ela não vai virar zumbi. – disse o coronel, mais aliviado. – Pode levá-la pro quarto, Gerhard. Enviarei uma carta para os pais dela, avisando sobre o ocorrido.

Ao menos não estavam mais ameaçados...


-----Z-----O-----M-----B-----I-----E-----S------


E na Inglaterra, Davy e Dianna tomavam chá tranquilamente com os Mackenzies. Giles, o irmão de Di, nunca aprovou o cunhado e torcia para que algo acontecesse para fazer sua irmã mudar de idéia.

Porém, algo aconteceu naquele dia.

-- Sr. Mackenzie. – apresentou-se o criado, Edwin. – O sr. Anthony McGold está aqui!

-- Anthony McGold?

Todos se calaram. Os Mackenzies temiam o que eles chamam de “Os Filhos do Ouro”. Lawrence, o pai de Dianna pediu licença e se retirou.  Davy notou que todos ficaram um tanto quietos ao ouvirem o nome do pai de Louise.

-- Vocês conhecem o pai da minha melhor amiga? – questionou Davy.

-- Pensei que conhecesse melhor o pai dela. – resmungou Giles, arrogante para o cunhado.

-- Ele é meu padrinho e me considera um filho.

-- Então nunca ouviu falar nos irmãos Anthony e Robert McGold? Eles são os mais mortais guerreiros do País de Gales. Lutaram na Segunda Grande Guerra de Kent, juntamente com Eddard Smith, o francês Jacques Villeneuve e Alexei Romanov.

Agora Davy entendera porque todos possuíam maior respeito por eles, como se fossem os lordes do rei ou algo assim. Minutos depois Tony foi embora e Larry voltou para sala. Discretamente falou algo no ouvido de Susan, sua mulher e mudou a expressão.

-- Davy... – disse Dianna, segurando a mão dele. – Aconteceu algo com... a Louise?
-- Lulu sabe se cuidar. – Davy duvidava bastante que sua amiga esteja em perigo.

O casal, apreensivo, tentou seguir normal aquela reunião de família e ignorar certos momentos, ao mesmo tempo afastaram pensamentos ruins.



Continua...

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Give Me Love (4º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com a fic que foi ressuscitada por conta de seu hiatus desde 2011/2012. Falo de Give Me Love. E tá na reta final! Boa leitura!


Capitulo 4: Everybody’s Trying To Be My Baby

Suzan POV
Não era bem o esconderijo que esperava, todavia, o que posso dizer? Era o único lugar que ninguém se atreveria vir. Pelo menos era o que achei.
-- Por favor, Rosie. – disse eu, temerosa. – Tem certeza que ninguém vai procurá-los aqui?
-- Só se uma de nós resolver denunciar os rapazes. – respondeu Rosie, enfática e guardando a bolsa no quarto e voltando para sala. – Vocês querem algo?
Ringo levantou a mão feito um aluno.
-- Quero chá, por favor.
Rosie foi até a cozinha preparar. Jane já se apropriou do toca discos da sala e ficou escolhendo por um bom tempo um som. Por fim colocou Beatles For Sale. Paul McCartney parecia encantado com minha amiga loira. Ringo caminhou pela casa e John seguiu para onde Rosie está. E eu e George... sozinhos.
-- Posso pedir desculpas por tudo que aconteceu? – não sabia bem se George ia aceitar isso.
-- Desculpas do quê? – ele estranhamente sorria. – Nunca senti tanta emoção como agora. Quer dizer, fugir das fãs é fácil. Mas com alguma garota não.
-- Sinal que coloquei sua vida e dos rapazes em perigo. – lamentei.
-- Suzan...
Ele tocou meu rosto e estávamos próximos... até que a porta subitamente abre e revela em primeiro a irmã mais nova de Rosie, a pequena Vivian.
-- Oi, Rosie! – ela chegou falando alto e depois paralisou com a visão -- O que os Beatles estão fazendo na sala?
-- Fugindo dos fãs, mana. – explicou Rosie, trazendo Ringo e John para sala e servindo xícaras de chá. --Por favor, não conta pra ninguém, nem mesmo para Sanae.
Não adiantou. A mãe de Rosie chegou ao mesmo instante, com uma sacola de compras.
-- Meninas, cheguei! – ela fechou a porta e quando se virou, foi o susto. -- AI MEU DEUS!
-- Mamãe, eles são... Os Beatles. – Rosie tentava acalmar a mãe. -- Só estão se escondendo dos fãs...
-- Eles... Eles... – pobre sra. Donovan. Ela entrou em pânico. -- É melhor pensar numa idéia de tirá-los daqui, Rosie. Em dois segundos este bairro vai saber que os Beatles estão aqui.
-- Ninguém vai saber disso.
-- Só ficaremos um pouco aqui. – garantiu George. – Rapazes, acho melhor irmos embora.
Neste momento, John saiu do banheiro, com o terno meio amassado e a calça quase caindo. Só agora reparei que Rosie está com os lábios inchados como se tivesse beijado muito e ao que tudo indica, Lennon causou isso.

George POV
E mais uma vez minha tentativa de beijar o broto foi por água abaixo. Notei que a moça ruiva, Rosie, andava meio mancando e John com uma dor nas pernas. Suzan foi conversar com as mulheres e ficamos os quatro, com Ringo e Paul tomando chá.
-- O que aconteceu? – perguntei.
John massageava os joelhos e gemia de dor, enquanto Ringo se engasgava com o chá e ria ao mesmo tempo.
-- Querem mesmo saber? – John chamou todos mais perto. – Eu e minha musa fizemos amor no banheiro.
Maior espanto de todos. Ringo cuspiu o chá, Paul se afoga e eu não digo nada. Apenas observo até onde essa safadeza dele vai parar. Todos sabem que Lennon está deixando (ou já deixou) de amar sua mulher e muitas vezes flertava com outras, sejam atrizes e cantoras ou até mesmo com as groupies.
Minutos depois Paul ligou para Brian para dizer onde estamos e eu fiquei seriamente preocupado. À medida que o tempo passava, a preocupação era maior e o medo também.
-- Daqui a pouco o Brian está aqui. – avisou Paul.
-- Eu vou com você. – disse Suzan, aparecendo. – É o mínimo que devo fazer depois de toda encrenca causada.
Uma hora depois dois táxis pararam em frente a casa.
-- Rapazes! – Brian saltava fora do veículo e caminhou até o portão. – Vamos logo!
Antes do embarque nos despedimos das garotas e da família acolhedora. Ringo e Paul deram mais presentes para Vivian e Lennon roubou um beijo de Rosie. Suzan segurou meu braço.
-- Eu preciso te dizer uma coisa.
-- O que é? – já me deixou preocupado.
-- Vamos logo, taxista! Precisamos estar no aeroporto logo. – ordenou Brian.
E fomos embora. Lennon estava no meu lado e Brian no banco ao lado do motorista.
-- George... – chamou John.
-- Me deixa. – pedi, sem muita animação. – Não deu certo.
-- Não acha melhor... esperar no ano que vem?
-- Pra quê? E nem sei se vamos voltar pra cá.
-- Não falo em retornar a Liverpool. E sim... No Shea Stadium.
Agora lembrei o que ele queria dizer. E pra falar a verdade, faltava pouco pro ano acabar...

Cenas do próximo capítulo
(Rosie mostrando os ingressos): -- Vamos ao Shea Stadium!
(As garotas): -- FINALMENTE!
(Após o show, mostra elas indo para o camarim deles. Suzan procurando George.): -- George!
(George): -- Você!

E vem aí a reta final!

Continua...

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

The Prisoner (4º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com o quarto capítulo da fanfic potterhead! Boa leitura!


Capítulo 4: O presságio


-- Bem vindos à aula de Adivinhação. Aqui vocês saberão se possuem o dom da clarividência. – a professora, embora muito animada, quase derrubou a mesa com um chute involuntário. – Meu nome é Professora Scarlett e juntos vamos aprender a adivinhar o futuro.

Davy e Peter sentaram juntos em dupla. Louise fazia o trabalho com Alana. Ela olhou para o namorado, Chris e flertaram rapidamente. Gerd, que estava sentado ao fundo com Alice, resmungava e ignorava a cena, tão impossível essa tarefa.

Felicity fazia dupla com Johan Cruyff, um aluno holandês da Sonserina e se mantinha distante de Nora Smith. Provavelmente o primeiro e único aluno cujo os pais são trouxas, já que a casa tinha fama de abrigar somente os nascidos sangues puros e aparentemente ninguém sabia deste detalhe. Até por causa da suprema genialidade do garoto holandês, que sempre tira notas altas, é estudioso e muitas vezes rivaliza com os alunos da Corvinal, tendo inclusive ganhando o posto de melhor aluno, que antes era ocupado por Dianna Mackenzie, aluna da Corvinal.

Na aula a professora ensinou os alunos a prever o futuro através dos borrões das xícaras de chá e cada um pegou do seu colega ao lado.

-- Agora, digam o vêem! – incentivou a professora, mais animada. – Mas antes precisam abrir suas mentes e olhar para o além.

-- Um monte de bobagens. – resmungou Odile Greyhound, sentando-se na mesa de Peter e Davy e na frente de Louise e Alana.

-- Epa! – Peter se assustou, pois não tinha visto Odile chegar. – Mas como...

-- De onde você veio? – perguntou Davy, confuso tanto quanto Peter.

-- Eu? Estava aqui o tempo inteiro! – replicou Odile, guardando algo de baixo do uniforme.

-- Não é verdade, Odile! – exclamou Louise, em voz baixa e brava. – Eu estava aqui o tempo todo olhando e não te vi.

-- Louise, fica calma. – pedia Alana. – Eu a vi. Ela estava aqui sim. Você que não está prestando atenção.

Odile ficou nervosa. Ao menos Alana a defendeu e impediu que sua melhor amiga não soubesse de seu segredo.

Neste momento a professora voltou sua atenção para Geoff Hurst.

-- Você, menino. – apontando para Hurst. – Sua avó vai bem?

--- Err... Acho que sim. – respondeu Geoff sem muita certeza.

-- Não teria tanta certeza. – disse a professora, pegando em seguida a xícara do aluno e depois fazendo uma expressão nada boa. – Minha nossa!



Geoff e seu parceiro, Martin Peters, olharam mais atentamente pra xícara e entender o que a professora doida pode ter visto pra não ter dito.

-- Agora vocês meninas. – apontando para Allie e Lulu. – Me digam o que vêem.

Alana pegou a xícara da colega e por não saber bem o que mostrava, interpretou conforme visto no livro.

-- Bem... – pausou um pouco pra ver no livro e depois seguiu. – Louise tem um tipo de cruz torta... que significa provações e sofrimento. E isto aqui... esta mancha arredondada significa o sol, a felicidade. Significa que você vai sofrer mas vai ficar feliz com isso.

-- Permita-ver essa xícara.

Quando a professora viu, logo jogou de volta a mesa das jovens, bastante assustada.

-- Ai minha nossa! – berrou Scarlett, olhando para Louise. – Meu querubim amado. Você tem... o Sinistro!

Louise tremeu internamente. Mesmo distante da prima, Fefe ouviu atentamente e também sentiu medo. O Sinistro tinha a representação de um lobo e é um dos piores agouros do mundo bruxo. Se Louise carrega a marca, coisas horríveis aguardarão por ela.

-- Você está bem? – perguntou Johan, preocupado e notando que Fefe suava frio.

-- Sim. – ela respondeu, dando um sorriso amarelo e olhando para a xícara de Johan.

A visão que teve era muito aprofundada. Via ali um dragão muito bonito, depois cuidando do bichinho até crescer e domesticá-lo. Ao mesmo tempo ela... estava na previsão dele... juntos, de mãos dadas...

-- O que você viu? – indagou o holandês, curioso.

-- Eu vi um dragão. – respondeu Fefe. – Muito bonito. Mas não sei bem sua raça.

-- E o que mais?

Fefe pensou em responder mas a aula terminou.

-- Outra hora te digo.

Lulu se recusou a ir à aula de Tratos com Criaturas Mágicas, por estar bastante zangada com Odile e para evitar Belle Blue.

Para compensar a falta cometida, decidiu assistir por conta, a aula de Poções que seu pai está ensinando neste momento para os alunos do quinto ano.

-- Aconteceu algo, Srta. McGold? – Tony nunca dizia o nome de Louise na frente dos alunos e se referia a ela como “senhorita”.

-- Perdi a aula de Tratos com Criaturas Mágicas. – mentiu e olhou para Gerd. – Eu... posso assistir a sua aula, professor?

Tony não negou e permitiu a Louise esse privilégio, deixando-a sentada ao lado de Gerd Müller.

-- Agora, façam uma poção de cura de ferimentos mais graves e me entreguem em uma hora!  -- depois voltando sua atenção para filha. – Você vai escrever uma redação com um rolo de pergaminho sobre o uso de essência de Beladona e não ajude o Sr. Müller.

Quando Tony se retirou, todos passaram a se dedicar na tarefa, obviamente conversando uns com os outros. Louise olhava para a turma. Sentiu-se realizada. Estava com o pessoal um pouco mais velho e certamente, mais esperto.

-- Louise! – um rapaz atrás da menina a chamou. – Louise, sou eu!

Ela se virou e encontrou o primo, Colin Black.

-- Hey, Colin! – cumprimentou.

-- O que está fazendo aqui?

-- Perdi a aula das Criaturas Mágicas. – Lulu insistia na mentira.

-- Ah, sim. – Colin voltou sua atenção no caldeirão e depois perguntou baixinho. – E o Davy? Como ele está?

-- Bem... – Lulu estranhou um pouco a pergunta do primo. Ele e Davy se viram só duas vezes e mal deu pra se conhecerem. – Ele está bem.

-- Que bom! – sorriu Colin, mais animado.

E durante o preparo, Gerd se concentrou mas era impossível. Com Louise por perto, ele sentia que o tempo parou e só eles existiam, mais ninguém. Suspirou um pouco.

-- Precisa de ajuda? – Louise se oferecia pra ajudar, mesmo escondido de seu pai.

-- Nein! – recusou Gerd e em seguida olhando para a loira. Fascinou-se com os olhos cor de safira dela. – Já terminei.

-- Eu também. – mostrando o rolo de pergaminho com tudo preenchido.

Ficaram em silêncio e viram na ampulheta que falta quinze minutos para o professor aparecer e entregar os trabalhos.

-- Sabe, eu vi o que aconteceu na aula de Adivinhação. – comentou. – Está brava com sua amiga?

Lulu fechou a cara ao lembrar-se disso. Ela já tinha fama de preguiçosa, mas desatenta jamais.

-- Estou brava com a Belle! – disfarçou. – Ontem... Ela disse que estraguei a aula de Defesa Contra as Artes das Trevas.

-- Ela disse isso? – desta vez perguntou Bobby Charlton.

-- Sim.

Bobby se enervou e Gerd voltou a falar com Louise.

-- Vou dizer uma coisa bem sincera. Nunca gostei da Belle. E você devia ignorar esses comentários. Ter medo não te torna inferior e incapacitada. E sim mais forte. É a sua forma de defesa meio involuntário. Todo mundo tem um medo e quer superar.

Louise gostou do pequeno discurso de Gerd e quando ia dizer algo, seu pai reaparece, exigindo os trabalhos entregues. A aula encerra e Louise deixa o pergaminho na mesa do pai.

-- Conversei com Madame Vanderbilt e ela vai lhe emprestar uma de suas vassouras. – mostrando um modelo Comet 909, cor amarela queimada. – Agora poderá voltar aos jogos de quadribol.

Louise sorriu mas ainda não estava satisfeita. Pelo menos vai me ajudar provisoriamente, pensou a menina.

Quando chegou o dia do jogo, foi mais tranqüilo. O confronto era com a Corvinal. Odile, que é apanhadora, tentou falar com Louise antes de montar na vassoura e seguir com o time.

-- Louise... – sabia que a amiga não estava mais falando com ela e a evitava. – Se for algo que fiz, eu peço desculpas.

-- Agora não, Odile! – pediu Louise, severa. – Estou me concentrando no jogo!

E foi dado o apito inicial. A Corvinal começou na frente com Suzan Hardison pegando a goles e enfiando num dos aros da Lufa-Lufa e minutos depois foi a vez de Paul Breitner marcar o segundo ponto.

Louise enfrentava dificuldades em pilotar a vassoura provisória e mal conseguia controlar. Naquele ritmo era impossível de agarrar o pomo de ouro.

O jogo não estava indo bem para os lufanos. Mesmo com John Fitzwilliam defendendo o gol como pode e Edward Simons marcando gols, a Corvinal estava de vento em polpa. No entanto durante a trajetória de Anastacia Rosely levando a goles consigo para marcar outro gol, Giorgio Chinaglia surgiu e passou a marcar feroz a jovem.

Cansado das evasivas sagazes de Ana, o italiano partiu para violência, empurrando Ana pra fora e conseguindo a goles. Ele marca outro ponto, mesmo sob vaias da Corvinal.

E entre as apanhadoras, Odile e Louise disputavam o pomo.

-- Saia do meu caminho! – disse Louise, empurrando sua amiga.

No entanto Louise teve de parar a perseguição e viu que o jogo parou definitivo. Aterrissando por terra, ela desceu da vassoura e foi de encontro com o time, que brigava com a turma corvina.

-- Giorgio! – chamou Louise. – O que você fez?

-- Nada! – respondeu. – Fiz conforme o jogo. Marquei a menina mas achei que era um menino.

-- Seu italiano desgraçado! – Ana berrava com o braço quebrado. – Você me paga!

-- CHEGA! – exclamou a juíza Vanderbilt. – O jogo prossegue e você, Ana, irá para ala hospitalar e entre outra pessoa no seu lugar.

Ana se zangou bastante com Giorgio e principalmente com Louise. A mesma não demonstrava nada e defendia o italiano. No lugar dela entrou Lola Banks. Fefe vaiou, embora a Sonserina torcesse para Corvinal, desta vez, a galesa de sangue puro secava os corvinos, ainda mais que Lola entrou no time.

O jogo recomeça com o placar mantido e menos de dez minutos depois Louise agarrou o pomo, dando vitória para Lufa-Lufa.

-- Vai ter que praticar mais. – debochou Louise para Odile. – Ou quem sabe peça pro Franz te ensinar a ser boa apanhadora!



-- Não é minha culpa se você acordou de pé esquerdo, meu universo. – rebateu Odile.

-- Se fosse isso, não teríamos vencido hoje. Ah, lembrei. NÓS GANHAMOS!

Louise saiu, rindo com os outros jogadores e Odile percebeu o quanto ela estava mesmo chateada a ponto de descontar sua arrogância nela. Após o jogo tudo voltara ao normal. Fefe não conversava mais com Nora em definitivo e a escocesa mesmo estando com Lola, sentia falta de sua amiga sonserina. Chris e Louise percebiam que talvez fosse cedo demais para namorarem. Na realidade perceberam que misturaram seus sentimentos. Chris ama Louise mas não o suficiente e Louise gosta de Chris mas seu coração pertence a outra pessoa.

O sábado chegou ensolarado e era dia de passeio rumo a Hogsmeade. Louise não quis ir e Davy seguiu com seus amigos.

-- Por que não vai, Lulu? – Joanna tentava em vão convencer a amiga sair do quarto.

-- Estou doente. – Louise inventou uma desculpa, tudo pra evitar Odile e Belle.

-- Melhoras, Louise.

Jo e Allie seguiram com a turma para Hogsmeade tranquilamente e Lulu saiu do quarto, caminhando um pouco na floresta. Sem saber, acabou encontrando... Gerd.

-- Olá... – cumprimentou a jovem.

-- Hallo! – retribuiu Gerd, mais tímido. – Que estranho te encontrar aqui.

-- Por quê?

-- Hoje é dia de passeio a Hogsmeade.

-- Bem... eu não quis. – Louise não gostava de lembrar-se desse detalhe. – Preferi ficar na escola.

-- Eu também. Ando enjoado de lá.

-- E Alice também ficou?

-- Ela foi com a Belle e o Bobby.

Andaram juntos e procuraram não se distanciar ou Sr. Babbitt logo os entregaria para Rafelson. Na volta ficaram sentados perto da entrada e Gerd presenteou a menina com uma margarida. Ela pegou a flor, encantada, sentindo seus dedos tocaram os de Gerd e neste momento um beija-flor pousou ali, entre os indicadores do casal jovem. O momento serviu para unir mais os dois.

-- Dizem que o beija-flor traz o amor em pessoas tão diferentes... E quando ele pousa perto das mãos de um casal, significa que pertencem um ao outro.

Ela sorriu para ele e sentiram algo, uma ligação mágica que os unia. Contudo, tiveram de interromper por causa da chegada dos alunos. Louise se despediu de Gerd e ficou esperando Odile.

-- Te devo desculpas, mon amour. – disse a loirinha, olhando para Odile.

A francesa passou o resto do passeio bastante magoada por causa da ação presunçosa da menina.

-- Por que eu deveria aceitar? – indagou, mostrando reação negativa. – Você mesma disse que eu deveria treinar mais com Franz pra ser apanhadora.

-- Porque sou sua amiga e eu gosto de você, demais.

Elas já haviam brigado antes e como sempre, voltavam às boas. E foi o que aconteceu. Trocaram aquele abraço.

-- Quer saber, eu devo estar distraída mesmo. – resignou-se Lulu.

Odile ficou aliviada por saber que Louise acreditou na conversa da distração e jurou para si mesma contar a verdade na hora certa. Antes de subirem as escadas, um burburinho se alastrou. Ela viu Alice, sendo carregada por Bobby Charlton para ala hospitalar, seguido por Belle.

-- O que houve com ela?

-- Alice teve crise de enxaqueca. – justificou Odile.

Lulu temeu internamente e rezou que não fosse grave para Alice e voltou para as escadas. Sem saber, a menina foi observada de longe por uma loba preta com mancha branca na cabeça e olhos azuis e ao seu lado o professor Andrew conversava com o ser.

-- Ela ainda não está pronta. – comentou o professor. – E a hora certa chegará.

A loba deu um chorinho e caminhou para dentro da Floresta Negra. Nunca o acerto de contas esteve tão perto...


Continua...

sexta-feira, 16 de setembro de 2016

Ensaio sobre a visão do mundo (2º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com (demorado) segundo capítulo de Ensaio...

Capítulo 2: Um milhão de estrelas

Felicity tossia demais e vomitava sangue. Depois tomava seus remédios, os analgésicos suavizavam sua dor e sensação ruim. Tomou banho, se vestiu, comeu pouco seu café da manhã e seguiu para faculdade mas antes passou na casa de Nora.

-- Desculpa... – ela ajeitava os óculos quebrados. – Quebrei de novo.

-- Não tem problema. Seu pai vai comprar hoje outro modelo?

-- Sim.

-- Certo, então vamos.

Elas seguiram para faculdade. Nora não deixou de notar uma mancha de sangue muito discreta na blusa de Fefe.  Ela fechou o casaco.

-- Mordi a língua. – disse Fefe, mentindo.

Nora não disse mais nada.



-----*-----*------*-----


Louise outra vez consultou com seu médico, desta vez usando o monóculo.

-- Sentiu alguma diferença? – perguntou o médico, examinado o globo ocular bom de Louise.

-- A visão melhorou. – respondeu a jovem. – Mas não posso usar colírio em vez do monóculo? Vai ter momentos que... terei de tirar, sabe?

-- Sim. – confirmou o oftalmologista, neste momento receitando o remédio. – É bom que use colírio. Assim mantém seu olho bem limpo e evita de piorar. Mas se o monóculo estiver atrapalhando, posso recomendar que use óculos.

Louise não gostou dessa possibilidade e exibiu um sorriso grande.

-- Quer saber? Eu vou continuar com o monóculo.

-- Se você deseja isso, quem sou eu pra discordar?

-- O Starlord! – respondeu a menina, rindo. – Desculpe. Você é meu oftalmologista.

Ela se levantou, colocou o tapa olho no olho ruim e o monóculo no bom e pegou sua mochila.

-- Eu vou indo pra faculdade porque hoje é dia de seminário de arte. Até a próxima, doutor Müller!

-- Até a próxima, Gamora!

Louise se virou e riu de novo antes de fechar a porta. Uma hora depois Gerd fechou sua sala e caminhou rumo ao estacionamento quando alguém de cadeira de rodas quase o atropelou, se não fosse a outra pessoa parar.

-- Ah, me desculpe, Dr. Müller. – a mulher era Lily Stone.

-- Ele não saiu da minha frente. – reclamou Alice, brava. – A preferência é sempre do deficiente.

-- Alice! – repreendeu a mãe. – Isso é indelicado. Peça desculpas.

-- Tudo bem, senhora. – Gerd saiu do caminho das duas. – Eu sou mesmo culpado. Podem passar.

Elas seguiram seu caminho e o médico embarcou em seu carro, um pouco chocado com a atitude da moça...



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Let me take you down
'Cause I'm going to strawberry fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry fields forever

Marianne Jones ouviu a voz de Rosie mesclando com a dos vocalistas. Era óbvio que a sua nova amiga goste de Beatles, portanto, não se importava quando ela colocava pra tocar no celular.
-- Você tem uma linda voz, Rosie. – elogiou a menina, segurando Allen, seu cão guia. – Você devia ser cantora. Eu compraria seu CD.

Rosie sorriu e corou o rosto.

-- Que é isso, Marianne? Você é muito gentil. – suspirou. – Meu antigo namorado dizia isso. E cantava mais.

-- Entendi. E ele tocava algum instrumento?

-- Guitarra e escrevia muitas canções.

-- Deviam ser canções muito belas.

-- Uma delas é essa aqui...

Ela pegou o violão no sofá e começou a dedilhar a música.

I once had a girl
Or should I say
She once had me
She showed me her room
Isn't it good?
Norwegian wood
She asked me to stay and she told me to sit anywhere
So I looked around and I noticed there wasn't a chair
I sat on a rug
Biding my time
Drinking her wine
We talked until two
And then she said
It's time for bed
Marianne reconheceu a música e se impressionou como Rosie conseguia cantar tão bem, mesmo que o timbre demonstrava uma leve tristeza. O que tenha acontecido com sua amiga, foi realmente grave a ponto de provocar isso.


She told me she worked in the morning and started to laugh
I told her I didn't and crawled off to sleep in the bath
And when I awoke
I was alone
This bird has flown
So I lit a fire
Isn't it good?
Norwegian wood

Terminando a música, deixou o violão em seu ponto inicial. Suspirou mais uma vez pra evitar chorar e ser ouvida por Marianne. Contudo, Rosie subestimou a presença de Edmund, que ouviu tudo atentamente e viu as lágrimas da ruiva brotarem dos olhos cor de esmeralda.

-- Por que está chorando, Rosie? – perguntou Ed, com seu inconfundível óculos escuros.

-- Eu... eu... – deixando mais lágrimas caírem. – Perdi meu namorado. Ele morreu faz dois anos.

Edmund segurou a mão dela e a abraçou calorosamente.

-- Eu sinto muito por sua perda.

-- Me desculpem... – tentando parar de chorar. – Não devia chorar na frente de vocês.

Marianne ouviu tudo e penalizou-se. Agora compreendeu a tristeza de sua amada e guiada por Allen, consolou também a ruiva.

-- Não tem problema em chorar na nossa frente.

-- Eu não falava disso faz dois anos, quando ele morreu. – respondeu Rosie, firme na voz. – Procuro preservar a memória dele ouvindo suas músicas.

-- Quando perdemos nossa família, não conseguimos falar por um tempo, mas agora lidamos bem. Você precisa desabafar.

-- E sempre vamos te ouvir. – completou Edmund. – Quer ir comer algo conosco? Tem um restaurante de Londres muito bom, principalmente pra Marianne, que é vegetariana.

-- Vem com a gente, Rosie.

Rosie aceitou e mais uma vez sentiu-se bem com os irmãos Jones.

-- Olha, sexta-feira que vem terá um baile na Universidade de Londres. Temática anos 50, os tempos da rockabilly. Vocês querem ir comigo?

-- SIM! – exclamaram os dois juntos.

-- Certo. Pego vocês às sete da noite semana que vem.

-- Mal posso esperar. – Marianne mostrou-se mais animada. – Há tempos que não danço. Você me ajuda escolher um vestido?

-- Claro. – concordou Rosie, mais animada.

-- Aposto que já comprou o seu.

-- Eu fiz meu vestido. – contou a ruiva. – Gosto dos anos 50 e minha mãe me ajudou.

Edmund acompanhou as duas nas lojas de roupas e ao mesmo tempo avaliava quais vestidos Marianne devia levar, acompanhado de sapatos e outros adereços dos anos 50. Terminaram enfim e foram ao restaurante almoçar todos juntos.


*------*------*------*


Nora saía da consulta e se juntou as suas amigas.

-- O que houve? – perguntou para Marie, Odile e Ana.

-- A Fefe anda estranha. – comentou Marie.

-- E ela só diz que está tudo bem. – disse Ana. – Eu sinto que ela não está bem mas não quer nos contar.

-- E agora onde ela está?

-- Na sala de música com a banda.

A escocesa seguiu para onde Felicity ensaiava com a English Band. Não notou nada de anormal, exceto a mancha discreta na blusa. Ela pensou em se retirar quando viu o inacreditável. Durante a música Ring of Fire, Felicity cantava até lhe atacar uma crise de tosse horrível, que a fez cuspir sangue em demasia e apagar literalmente.

Como um milhão de estrelas...

Fefe acordou no hospital, com a roupa ensangüentada e seus amigos a esperando. Nora foi a primeira a entrar.

-- Ainda bem que acordou. – comentou, mais feliz e massageando a cabeça por conta da dor. – O que você tem, Fefe?

-- Foi só uma tosse. – disse, contendo a vontade de tossir.

-- Mas desse jeito? Colocando sangue pra fora?

-- Acontece de vez em quando. – mentiu.

-- Fefe!

-- CHEGA, NORA! – berrou a maior, irritada. – JÁ DISSE QUE NÃO TENHO NADA! AGORA VAI EMBORA!

Antes que pudesse ser dito mais, a enfermeira surgiu.

-- Srta. McGold, o doutor Anderson vai lhe atender.

Ela se sentou na cadeira de rodas e foi conduzida rumo à sala do médico.



Continua...

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

The Prisoner (3º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa tarde e fiquei com novo capítulo da fic potterhead!



Capítulo 3: O Bicho Papão

Os dias se passaram e o namoro de Louise e Chris se tornou público. O pai da menina, Tony, não reclamou disso e ainda dizia o quanto fazia questão desse namoro ter acontecido. Todos os dias Chris trocava bilhetes e doces com Louise. Os beijos eram em somente nos locais onde ninguém poderia vê-los.

Quem não estava gostando disso era Gerd Müller, da Grifinória. Desde a primeira vez que viu Louise, já havia detestado a menina por sua indolência. Contudo, no primeiro jogo de quadribol onde ela e Davy estrearam respectivamente como apanhadora e artilheiro, as coisas haviam mudado. Ele passou a ver a menina com outros olhos e reconheceu por mais lerda que ela fosse, Louise é uma menina perspicaz e atenta, ao mesmo tempo alegre e gentil. Qualidades essas que ele prezou bastante.


E ver a garota com outro lhe causou uma dor no coração e profunda decepção, a ponto de ignorar Alice em diversos eventos, como o ocorrido de hoje na hora do almoço.

-- McDreamy... – ela acariciava a mão grande dele. – Você sabe que dia é hoje?

Gerd tirou a mão de perto dela e olhou para a mesa da Lufa-Lufa. Louise e Chris numa sintonia de felicidade única.

-- Errr... – disfarçou e foi por fim irônico. – Dia de Caça ao faisão?

-- Claro que não. – Alice fingiu aborrecimento e beijou-lhe a bochecha. – Hoje faz dois anos que estamos namorando.

-- Ah... Tá... – fingiu Gerd, exibindo um sorriso amarelo.

Ficaram uns minutos em silêncio e logo depois Belle Blue e Bobby Charlton se juntaram ao casal. Belle percebeu que o alemão não fazia questão de esconder seu desagrado desde que soube que a filha de Tony McGold namora Christopher Romanov.

-- Sabe... – Alice puxou conversa, pra evitar mais atritos e bebeu um pouco de suco de abóbora. – Belle e Bobby vão a Hogsmeade de novo. Vamos também? Pra comemorar nosso segundo ano juntos?

Suspirou pesadamente e resignado, respondeu:

-- Tudo bem... Vamos!

No sábado os alunos fizeram mais um passeio a vila totalmente de bruxos e neste passeio Belle aproveitou para comentar com Alice.

-- Não reparou algo no Gerd?

-- Sim. – respondeu a aluna da Corvinal de olhos azuis. – Ele anda... preocupado com as provas.

-- Acha mesmo que é só com as provas? – duvidou Belle. – Ou isso não tem a ver com... a preguiçosa da Lufa-Lufa?

-- Sim. – Alice se cansou de fingir para Belle a verdade. – Ele está gostando da Louise. Sei que em algum momento vamos terminar o namoro.

-- Terminar? – Belle se recusava acreditar. – E vai deixar aquela coisinha se dar bem? Alice, o que deu em você?


-- Não sei... Não posso prendê-lo. – lamentou Alice. – Sinto que nosso amor acabou e nosso beijo não é mais o mesmo.

-- Ele é louco por você. Sempre te dava presentes, te mandava cartas nas férias. Vocês são inseparáveis. Sem falar que a mãe dele gostou demais de você. Eu não acredito que deixe isso acontecer.

-- Quer que eu faça o que? Me diz então! – exigiu, desesperada.

-- Mostre mais amor pra ele. Carinho e atenção. E o motive nos jogos. – respondeu Belle, mais amável e depois passando pra tom meio arrogante. -- Falando nisso, semana que vem a Corvinal confronta a Lufa Lufa. Ah, lembrei. Eles ficaram sem a apanhadora maravilha. Que pena!

-- O que houve com a Louise?

-- Um dementador... quase matou ela. – disse, mais feliz. -- E a vassoura dela se quebrou no salgueiro lutador e se quebrou toda. Coitada! Há há há  agora sem vassoura, a apanhadora nota dez não vai jogar! Vai ser até fácil ganhar deles!

Alice se chocou com a notícia. Por isso Louise não estava tão animada mais nos dias anteriores e achava que se tratava do quadribol ou Tilda Black.

-- Vamos...então...comprar uns doces né? – disfarçou o mal estar --Vou ver o Gerd.

-- Alice!  Comprar doces? Estou farta de doces. – ralhou Belle, fazendo uma cara indignada.

-- Vamos tomar uma cerveja amanteigada.

-- Tudo bem... Ai estou ansiosa pro jogo. Desta a vez a Lufa Lufa não vai se dar bem. Ainda bem que falei pro Bobby dizer pro time sobre o lance do Davy ter pegado o pomo não lhe dá vitória. Ele não é apanhador.

-- Não poderei ver o jogo. – Alice caminhava até o pub Três Vassouras e entrou com Belle. – Tenho o trabalho do Jim para fazer e de outras pessoas.

-- Esquece os outros e o Jim! Ele tem dois braços e pode fazer sozinho. Agora vamos torcer pra Corvinal e secar a Lufa-Lufa!

Ela não prestou mais atenção no que sua melhor amiga dizia. Na realidade, Alice estava cansando-se de Belle e toda presunção e ódio contra Louise. Não gostara nem um pouco quando falou sobre a queda dela da vassoura e por conta disso não jogará. Mas optou em se calar.




Na semana seguinte mais surpresas aconteceram. E uma delas é na aula de Defesa Contra As Artes das Trevas. Os alunos estavam receosos na sala por se depararem com um enorme armário de roupas com um espelho na porta e ainda por cima, se remexia quase frenético, como se algo quisesse sair de dentro.

-- Alguém se arrisca adivinhar o que tem aí dentro? – perguntou o professor Andrew, surgindo entre os alunos.

-- Um bicho papão. – respondeu Alana, a jovem baixinha lufana se encontrava bem na frente.

-- Muito bem, Srta. Watson. E alguém sabe que aparência tem o bicho papão?

-- Ninguém sabe. O bicho papão é um transformista e assume a forma daquilo que a pessoa mais teme na vida. Por isso...

-- Por isso é tão assustador... – confirmou o professor.

Peter Tork se virou e viu... Odile Greyhound.

-- Quando foi que você chegou? – perguntou surpreso, pois sabia que Odile freqüentava a aula de Astronomia no mesmo horário. – Não devia estar na Torre de Astronomia?

-- Se liga, Tork. Ninguém anda em dois lugares ao mesmo tempo! – xingou Odile.

O armário ainda se remexia, com força e assustando todos.

-- Por sorte, existe um feitiço simples para repelir um bicho papão. Vamos praticá-lo agora. Por favor, sem as varinhas. E repitam comigo: Riddikulus!

-- Riddikulus! – repetiram os alunos, sem muita intensidade, mas com resultado bom para o professor.

-- Sejam mais claros e se concentrem. Digam: Riddikulus!

-- Riddikulus! – repetiram mais alto e forte.

-- Que aula ridícula! – comentou Giles Mackenzie, em voz baixa e recebendo um beliscão de sua irmã, Dianna.

-- Muito bom. Mas esta foi a parte fácil. Sabem, só o encantamento não é o suficiente. – explicou Andrew. – O que realmente acaba com o bicho papão é o riso. Forcem-no assumir uma forma que vocês achem engraçado. Neste caso, vamos começar com... Geoff!

Geoff Hurst, um aluno meio dentuço e ar de medroso da Grifinória se apresentou diante do professor.

-- Pode vir, rapaz. Não tenha medo. – Andrew era calmo e compreensível, transmitindo segurança para o menino. – Agora me diga, o que mais te assusta?

-- O professor Tony McGold. – Geoff olhava pra baixo e disse murmurado.

-- Mais alto. – incitou o professor.

-- O PROFESSOR TONY MCGOLD!

Todos riram, até mesmo Louise e Davy, afinal os próprios admitiam que Tony é realmente assustador e seu olhar intimidaria até um dementador.

-- O professor Tony... – Andrew teve de se segurar pra não rir. Ele foi um dos amigos de Tony no passado. – Realmente ele assusta todo mundo. Sem ofensas, Louise.

Lulu fez uma cara de quem não ligava e ainda ria disso.

--... Acho que você mora com sua avó, não é?

Geoff confirmou com a cabeça.

-- Mas não quero que o bicho papão se transforme nela. – pediu o aluno, mais branco de medo.

-- Relaxa, menino. Apenas pense nas roupas que sua avó usa.

-- Bem... – ofegou o aluno, ainda mais assustado. – Ela tem uma bolsa...

--- Não fale em voz alta e sim seja claro e se concentre. Quando eu abrir o armário, quero que faça isso.

O próximo passo foi que Andrew sussurrou no ouvido de Geoff e o mesmo não sabia se reagia bem ou mal, mas apontava a varinha no guarda roupa agitado.

-- Prepare a varinha, Geoff!

Num momento do pulso, Andrew abriu magicamente o armário e dali saiu o onipotente professor de Poções, com sua cara mau humorada e os cabelos brancos que um dia foram dourados, como de sua filha. A cópia de Tony andava devagar em direção a Geoff.

-- Concentre-se, Geoff! Pense no que te falei! – incentivou o professor.


Embora paralisado, Geoff reuniu coragem e firmando a mão, com um movimento disse a palavra:

-- Riddikulus!

E num segundo surgiu Tony usando um vestido com casaco de pele, poá rubro, uma bolsinha  e um chapéu de animal e muitos risos. Andrew não se conteve e acabou se juntando aos alunos.

-- Viram só? – se alegrando e ligando sua vitrola com músicas animadas. – Excelente, Geoff!

Com a ordem do professor, os alunos fizeram fila e cada um expôs seus medos e transformaram em algo divertido e hilário, tornando a aula mais prazerosa. No entanto, quando foi  vez de Louise, a coisa mudou. Se antes estava com a forma de um palhaço de circo dentro de uma caixa, o ser mágico ganhou forma... de um dementador! Louise suou e pretendia gritar mas foi salva por seu professor.

-- AQUI! – se postando na frente da jovem e encarando o dementador.

No outro segundo o guarda de Azkaban some e mostra-se uma lua cheia em seu esplendor sob nuvens.

-- Riddikulus!

A lua se transformou numa bexiga que voou longe por conta do ar escapando. Ofegante e transtornado, Andrew trancou a porta do armário.

-- Por hoje acabou, pessoal. Estão dispensados.

Todos se decepcionaram e ao final aceitaram. Louise se juntou a Davy, Odile e Peter.

-- A culpa foi minha. – lamentou a menina.

-- Concordo com você.

A voz de trás veio de Belle Blue.

-- Você e seu medo de dementadores estragou a aula. Como se não bastasse a vassoura ter sido destruída.

Diante da ofensa, Louise saiu correndo e subiu as escadas, indo para o quarto e se jogou na cama, com lágrimas nos olhos.  Odile correu até o alojamento da Lufa-Lufa e como já havia visitado muitas vezes, sabe bem onde sua amiga se encontra. Ela abraçou sua amiga.


-- Calma, Louise. – pedia Odile. – Aquela Belle só quer te provocar. Está com ciúmes porque Alice esteja gostando de você.

-- Ela tem razão, Odile. A culpa é mesmo minha. Tenho medo de dementadores e isso estragou a aula...

Louise chorou bastante a ponto de não assistir o resto das aulas e Odile permaneceu ao lado dela, sem se importar se perderia as disciplinas. Além disso, ela possuía algo que a fazia não perder nada...

-- E o meu medo de ser enterrada viva. – respondeu a francesa, aluna da Corvinal. Ela deixou a cabeça de Louise em seu colo e continuou acariciando seu cabelo loiro. --Estava com medo que mostrasse isso. Mas seu medo de dementadores é algo normal. Meu pai leu um livro de um escritor trouxa no qual ele diz que o medo é nossa arma de proteção. Que temos desde os tempos mais antigos. É natural.

Ela afastou uma mecha loira de Louise e continuou.

-- Sei que quer enfrentar seu medo, mas primeiro você precisa entender porque isso te dá medo, meu universo.

-- Está aí uma coisa que não sei. – Louise parou um pouco de chorar.

-- Talvez porque aconteceu repentinamente...

Quando entardeceu, Louise, mais calma, saiu do quarto e Odile seguiu para o dormitório da Corvinal. Ela ignorou totalmente Belle e Alice. Quanto à loira, seguiu para a mesa onde encontrou Peter lanchando.

-- Cadê o Davy?

-- Treinando quadribol. – respondeu o menino atrapalhado.

Neste momento irrompeu alguns pios de pássaro. Uma coruja adentrou o salão e pousou perto dos dois alunos lufanos. Trata-se de Andrômeda, a coruja preta de olhos prateados de Louise.

-- Sua coruja carrega um saco. – comentou Peter, olhando curioso pra coruja e o que carrega no bico.

Louise pegou o saco e nele estava grampeado uma carta.

-- É do Serguei! – contentou-se a jovem. – E veio da Romênia.

Abriu a carta e leu:


Querida irmãzinha

Lamento por tudo que te aconteceu, principalmente por ter ficado sem vassoura para os jogos de quadribol. Sobre o preconceito sentido, eu também era assim mas superava a cada nota boa recebida nas provas. Ignore-os, Louise. Você é bem mais valiosa que qualquer ofensa.  
A respeito sobre a tia Mathilda... Sei pouco dela. Apenas se sabe que ela foi uma grande bruxa de seu tempo e que mamãe queria ser como ela. Agora sobre ela ser uma fiel seguidora de Você- Sabe – Quem, acho que não é verdade mas não tenho provas para convencer você. Ficarei devendo essa.
Agora fique com esse saquinho. Ele lhe trará muitas alegrias nestes dias difíceis.

Ass: Serguei Hobbes

PS: trazer miniaturas de dragões é muito difícil.

Depois de ler a carta, Louise pôs a mão dentro do saco de pano e tirou um mini dragão. Ele se mexia e se mostrava amável com Louise.

-- Que maravilha! – exclamou Peter, impressionado. – É um verde galês.

Louise tirou outras miniaturas de dentro como um focinho curto sueco, um dorso cristado norueguês e chifres-longos romeno. Peter e Louise se divertiram com aquelas criaturinhas mas tiveram de guardar de volta ao saquinho pois viram uma certa movimentação nas escadas.  Eles subiram junto os outros e perceberam que é no sétimo andar.

-- O que está acontecendo? – perguntou Peter.

-- Decerto Geoff esqueceu a senha. – debochou Bobby Charlton, sem saber que o mesmo ouviu e o reprendeu.

Louise se aproximou e viram Mike Nesmith e Micky Dolenz comentando, mesmo sob as ordens do monitor da Grifinória, Edmund Jones.

-- A Mulher Gorda sumiu! – disse Micky.

Os outros quadros também se espantaram, como os alunos. Principalmente porque no quadro havia marcas de garras. Certamente uma criatura arranhou o quadro.

-- Até que ela mereceu. Era uma péssima cantora. – disse Mike, irônico.

-- Para com isso, Nez! – xingou Louise.

Neste momento o diretor Bob Rafelson subiu a escada acompanhado do zelador Sr. Babbitt. Tocou um pouco o quadro e no arranhão e por fim ordenou:

-- Sr. Babbitt, reúna os fantasmas. Mandem todos revistar os quadros do castelo, para encontrar a Mulher Gorda!

-- Não será mais preciso, professor. – avisou o zelador, apontando o paradeiro certo. – A Mulher Gorda foi encontrada!

Todos caminharam mais um lance de escada e pararam diante de um quadro campestre cheio de hipopótamos comendo grama. Rafelson se aproximou e gentilmente questiona:

-- Senhora, quem lhe fez isso?

A Mulher Gorda surgiu detrás do animal, muito assustada e com a voz tremendo de nervosismo.

-- Ah, professor... – ela soluçou um pouco e ainda com a voz demonstrando medo, prosseguiu. – Tem olhos do demônio, tem sim! E uma alma tão sombria quanto seu nome. Foi ela, diretor. A quem todos procuram: Tilda Black. ELA ESTÁ EM ALGUM LUGAR NESTE CASTELO!

E voltando a se esconder, Rafelson começou com mais tarefas de segurança. A primeira foi trancar todas as portas do castelo e a segunda reuniu os alunos no grande salão. Ninguém voltou aos dormitórios e se acamparam ali uns com os outros.

Louise fingiu dormir e ouviu uma parte da conversa do pai com o diretor. Além de discutirem sobre as possibilidades de entrada de Tilda no castelo, também falavam do professor Watson. Embora seu pai seja amigo dele, não tinha confiança plena de Andrew nas aulas. Para o professor de Poções, Andrew Watson sabia ensinar mas Defesa Contra as Artes das Trevas não é bem sua matéria.

Ela conseguiu adormecer mas sonhou com a sombra do lobo negro vista anteriormente...

Continua...