Boa leitura!
Capítulo
4: I’m Alive
Tony POV
O fim de semana passou muito rápido. Passei estudando, compondo e ajeitando minha
guitarra. Nossa banda estava inscrita, tudo combinado. Iriamos arrasar na
apresentação, impressionar os jurados e finalmente, conseguir lançar o primeiro
disco. Embora tudo aquilo fosse o
suficiente para nos animar, para mim, o
que me animava realmente era Jennifer. Conversei com ela por telefone e pelo
MSN. Ela não estava feliz totalmente. O irmão dela ainda estava hospitalizado,
não havia possibilidade dele ganhar alta, o que é muito preocupante. E ela me
disse que na semana que vem vai começar a faltar um pouco às aulas e nem vai
comparecer mais aos ensaios na casa da avó do Bern por causa disso. Como todo
bom amigo compreendi a situação e prometi também ficar perto dela caso fosse
necessário.
Na segunda-feira tivemos mais aquelas aulas que davam
dor de cabeça, química e física. Jennifer veio junto com seu primo Terry e não
ficou para aula de física.
No intervalo Terry conversou conosco e deu dicas de
musica e como devemos impressionar os jurados. Todos nós gostamos muito do
Terry... com exceção de uma pessoa: Graham Nash. Também não era pra menos, ele teme que Terry
seja tão bom guitarrista a ponto de substitui-lo. Falei para Graham se acalmar que isso não vai
acontecer, mas ele ficou quieto de repente e seguiu afinando a guitarra. Percebi que Allan faltara o dia e perguntei
para Holly o que tinha acontecido.
-- Sei lá, Tony. Allan anda muito estranho desde
sexta-feira passada, no ensaio. Ele passou o fim de semana em casa, justo ele
que gosta de sair com os amigos. Ele tá relativamente estranho.
-- Meu deus, isso é sério. Graham, sabe o que aconteceu
com Allan?
-- Não. Eu liguei pra ele no sábado marcando uma
pizzaria com a galera e ele me mandou pro inferno e desligou na minha cara.
-- Sério? Mas, o que aconteceu?
-- Não sei, gente. Juro que não sei!
Todos se entreolharam naquele instante e retornamos as
aulas. Segundas-feiras não tinha ensaio, era nossa folga para colocar nossos
estudos em dia. Na terça-feira, mais um dia transcorreu legal. Jennifer e eu
ficamos em dupla para um trabalho de Literatura, uma matéria que não curtia
porém, ela amava mais. O celular dela toca e por sorte a professora não estava
e ela pôde atender. Segui fazendo o trabalho e depois que ela desligou o
telefone, começou a chorar e se desesperar.
-- Jennifer, o que houve?—Perguntei e passando a mão
nos seus cabelos.
-- Tony... meu irmão...
-- O que houve com ele?
-- Ele morreu!
Graham POV
Pela primeira vez a sala inteira se mobilizou com
aquela noticia. Jennifer recebendo a noticia da morte do irmão daquele jeito em
plena aula. A professora também ficou sabendo disso e dispensou Jenny da aula.
Tony avisa a banda que não teremos ensaios por algum tempo, mas que ainda vamos
participar do concurso. Ele acompanhou Jenny no trajeto de casa.
Na saída Bobby se questiona sobre isso.
-- O que vai acontecer? Quando voltaremos a ensaiar,
Graham?
-- Não sei, Bobby. Depois do enterro do irmão da Jenny,
vamos saber.
-- E temos de avisar o Allan sobre isso. Vai que ele
invente de ir pra garagem hoje.
Fui pra casa com Anne ao meu lado. Desde sexta passada
me sentia mal pelo que fiz. Trai a garota que amo com Suzanne. Sim, eu a
beijei.
Flashback
ON
--
Adorei a canção de hoje, Graham. Foi ideia sua?—Perguntou Suzanne, enquanto
guardava seus livros.
--
Foi do Allan e acredito que o Tony teve participação.
--
Foi bem legal.
A
conversa rolou bem... até o momento que ela deixa cair o seu casaco e eu fui
pegar no exato momento que ela também se agacha para pegar e sem querer nossos
lábios se encontraram e rolou aquele beijo.
Um beijo que confesso, foi muito bom. Depois que paramos, juramos
esquecer aquilo e voltarmos a ser amigos, escondendo de todos e
principalmente, de Anne.
Flashback
OFF
Essa traição me corrói muito. Tenho vontade de contar a
verdade para Anne, muito mesmo. O que me impede é o fato que Anne confia quase
cegamente em mim e essa revelação só iria levar a ruína toda nossa confiança.
Eu precisava conversar disso com alguém e esse deve ser meu melhor amigo,
Allan.
Allan POV
Faltei duas aulas, alegando para meus pais que estava
com dor de barriga e diarreia. Na terça de tarde recebi a ligação de aviso do
Bern Calvern, dizendo que não haverá ensaios, pois estamos de luto.
-- Mas quem morreu, Bernie?
-- O irmão da Jenny Eccles. Ela recebeu a noticia na
aula de literatura. Tony vai nos dizer via MSN quando vai ser o enterro para
poder ir.
-- Ok. Eu irei neste enterro. Nos falamos no MSN, até
depois, cara.
-- Até depois, Allan.
Mal terminei a ligação do Bern, recebi mais uma chamada
e era do Graham Nash.
-- Alô?
-- Sou eu. Allan, podemos conversar?
Juro que não estava afim de conversar com ele, contudo,
eu o mandei pra longe da última vez que nos falamos, era hora de pedir
desculpas.
-- Certo. Fale.
-- Cara, estou numa encrenca.
-- O que houve?
No momento que Graham ia falar, minha mãe abre a porta
do meu quarto.
-- Allan, sua amiga Carrie Anne está aqui.
-- TÁ!
-- Allan?
-- Graham, vou desligar. Tenho visitas. Falo com você
no MSN, tchau!
Nem deu tempo de ouvir a tal encrenca e nem da sua
despedida. Recebi Anne na sala e conversamos. Ela parecia triste e não era por
causa da Jenny. Era por causa do Graham.
-- Graham anda muito distante comigo. Não consegue
compor, anda de cabeça baixa... Sabe o que ele tem, Allan?
-- Não sei.—Menti. Eu sabia sim.—Olha, vamos esquecer
isso, é passageiro o que Graham deve ter. Ouça essa canção. Eu mesmo escrevi.
-- Que legal. Como se chama?
-- I’m Alive.
Peguei o violão e comecei o ritmo e a cantar.
Did you ever see a man with no heart
Baby, that was me
Just a lonely, lonely man with no heart
'Til you set me free
Now I can breathe
I can see
I can touch
I can feel
I can taste all the sugar sweetness in your
kiss
You give me all the things I've ever missed
I've never felt like this
I'm alive, I'm alive, I'm alive
I used to think I was living
Baby, I was wrong
No I never knew a thing about living
'Til you came along
Now I can breathe
I can see
I can touch
I can feel
I can taste all the sugar sweetness in your
kiss
You give me all the things I've ever missed
I've never felt like this
I'm alive, I'm alive, I'm alive
Now I can breathe
I can see
I can touch
I can feel
I can taste all the sugar sweetness in your
kiss
You give me all the love I've ever missed
I've never felt like this
I'm alive, I'm alive, I'm alive, I'm alive, I'm alive
-- É demais, Allan. Quando os rapazes saírem do luto,
mostra pra eles.
-- Sabe, Anne, eu escrevi neste fim de semana que
estive sofrendo por uma garota que não pode ser minha.
-- Puxa vida, e quem é ela?
-- Você!
Nem mal terminei de falar e dei um beijo rápido em
Anne. Ela ficou bastante surpresa.
-- Allan...
-- Me desculpe. Anne, eu te amo mas... você e o Graham
estão juntos e ...
-- Fica tranquilo. Eu não vou contar isso pro Graham mas me
promete que depois disso vamos ser amigos ainda.
-- Tudo bem.
Depois que Anne foi embora, senti que deveria voltar
com a banda e largar essa depressão. E impedir que essa canalhice do Graham
prolongue antes que alguém se machuque.
Continua...