Já iniciando o feriado de Dia do Trabalho, vamos ler mais uma fanfic da sub série O Casamento e o casal é Uli Hoeness e Marie Greyhound. Maris Grey, sempre mandando ver nas fanfics épicas. Boa leitura!
Stay Awhile__ Mariana Greyjoy
Tudo começou com um telefonema numa noite chuvosa. Marie terminava de
editar sua matéria sobre a Alemanha ter chegado à final de outra Copa do Mundo.
Enquanto fazia a última leitura da matéria, o telefone tocou.
-Quem pode ser uma hora dessas? - perguntou-se, enquanto tirava o
telefone do gancho - Alô?
-Alô Ana?- perguntou uma voz
masculina do outro lado da linha.
-Aqui é a Marie. - respondeu ela - A Ana deu uma saída, ela foi comprar
nosso jantar.
-Só um momento moça - disse o
homem do lado da linha - Ô Breitner, ela ainda não chegou em casa!
-Como assim ela não chegou? -
perguntou Breitner - Me dá esse telefone aqui! Alô quem é?
-Aqui é a Marie, amiga da Ana e irmã de Odile - respondeu ela.
- Ah você é irmã da pequena do
Franz - disse Breitner - Onde esta está a Ana?
- Ela saiu pra comprar nosso jantar, num restaurante perto daqui -
respondeu Marie.
- Entendi - respondeu Breitner - Escuta
o que você acha que a Ana vai gostar mais, de um jantar ou um passeio?
– O passeio - respondeu Marie.
-Estava pensando em pedi-la em
casamento num jantar -comentou Breitner - Mas acho que no passeio será melhor.
A porta do apartamento se abriu e Ana e Nora entraram carregando algumas
sacolas.
- Sua princesa acabou de chegar - comentou Marie.
-Passe para ela, por favor - pediu
Breitner – E não conte a ela nada do que eu te falei!
-Tudo bem - concordou Marie - Ana é o seu namorado.
Marie entregou o telefone para a amiga e foi ver o que a amiga havia
comprado para aquele jantar. Havia uma porção de lingüiça frita, repolho
cozido, bacon frito (uma ideia de Nora) e batata frita. Ela se serviu de um
pouco de arroz, repolho e lingüiça, pegou uma das cervejas que estava na
geladeira e se sentou na sala, pra ver um pouco de televisão.
-Uli te mandou um beijo - disse Ana, se sentando ao lado dela, na mesa
de jantar.
-Sério? - perguntou Marie, entre uma golada de cerveja.
-Sério - respondeu Ana – Pelo menos foi o que Paul disse. Ele até te
achou simpática!
-Só troquei menos de quinze palavras com o cara e ele já gosta de mim! -
comentou Marie.
-Pois é - respondeu Ana - Ei, Nora, vá com calma com esse bacon todo
ai!Se não você passa mal!
-Tudo bem - suspirou Nora - É que me deu vontade louca de comer bacon! A
última vez que comi foi quando eu estava grávida da Mandy!Lembro que eu acordei
o Moonie e mandei-o ele ir atrás de bacon no meio da madrugada.
-E ele acabou indo até minha casa, acordando eu e o Enty, pedindo para
que fritássemos bacon pra trazer pra você! - comentou Ana rindo.
-Disso eu não sabia - respondeu Nora - Ele tinha me dito que encontrou
uma lanchonete e comprou o bacon!
-A lanchonete se chamava casa dos Entwistle - respondeu Ana. As três
riram e a campainha tocou, eram Fefe,Odile e Louise, que tinham voltado da
concentração da seleção Alemã Ocidental.
Ao entrar no apartamento, Louise acabou sentindo enjoada, correu para o
banheiro e onde acabou vomitando. Odile correu atrás da amiga, enquanto Fefe ia
até a geladeira e pegava uma garrafa de cerveja para si.
-Isso é estranho - comentou Nora.
-Será que ela,está? - perguntou Ana.
-Ela está enjoada e pelo que Odile me contou tudo o que ela comia
durante o jogo, ela vomitava - contou Marie.
-Acho que ela está desse jeito porque esta ansiosa - respondeu Ana – Na
verdade todas nós estamos! Todos esses jogos, essas reportagens, estão acabando
com a gente!
-Talvez seja isso mesmo - concordou Fefe, um pouco desconfiada.
Louise voltou do banheiro e Odile a fez jantar um pouco. As duas
acabaram indo dormir, enquanto as quatro amigas bebiam e discutiam como seriam
as entrevistas do final da copa.
-Ritchie ligou pela manhã e ele quer entrevistas com os alemães -
comentou Nora - Ele esta confiante que eles vão ganhar!
-Mas ele mencionou de quais jogadores? - perguntou Fefe.
-Não - respondeu Nora - Ele disse que podemos escolher.
-Quantas ele quer? - perguntou Ana.
-Mais cinco entrevistas - respondeu Nora - Curtas e rápidas.
-Tudo bem - comentou Marie - Fefe você entrevista o Breitner, Nora o
Maïer, Ana entrevista o Beckenbauer e eu entrevisto o Uli,depois decidimos o
último jogador, tudo bem?
Todas concordaram. Pela manhã Marie telefonou para o número do quarto de
Paul Breitner, esperando que ele fosse atender.
-Alô Paul? - peguntou Marie.
-Aqui é o Uli - respondeu ele -
Paul esta no banheiro, é a Ana?
-Não, é a Marie - respondeu ela - Escute, eu queria falar com você
mesmo!
-Comigo? - perguntou ele.
-Quero entrevistar você para um especial da Copa, que minha revista
organizando - disse Marie - Você topa?
A linha ficou muda por alguns instantes. Marie achou que ele havia
desligado, porém ela conseguia ouvir a respiração dele, do outro lado da linha.
-E ai? - perguntou ela.
-Não dou entrevistas para
revistas de fofoca! - respondeu ele.
-Mas eu não trabalho para uma revista de fofoca! - protestou Marie.
-Você deve ser igual a aquela
jornalista, Kathy Giordano! - respondeu Uli.
Maldita seja! Pensou Marie, Sempre acabando com
as minhas matérias!
-Não sou! - respondeu Marie, com um grito - Eu trabalho numa revista de
entretenimento! Entretenimento! Ouviu bem?
-Esta tudo bem ai? - perguntou Ana, que estava preparando o
café-da-manhã.
-Sim - respondeu Marie, com outro grito - Se você não acredita em mim,
vou te mostrar a edição passada da revista para você!
-Tudo bem - respondeu ele, ainda irritado – Vejo você às dez da manhã no
restaurante do hotel?!
-Tudo bem – Marie desligou o telefone, irritada com conversa que acabara
de ter com o alemão e virou-se para sua amiga que estava rindo de tudo aquilo- Que
alemão insolente! Nem da pra acreditar que é o melhor amigo do seu namorado!
-Os dois são como cara e coroa - respondeu Ana - Uli em geral é mais
calmo que o Paul. E ele topou a entrevista?
-Topou - respondeu ela - Mesmo ele não acreditando trabalhe numa revista
de entretenimento e sim numa de fofoca!
-Mas ele sabe muito bem que nós trabalhamos para Rolling Stone - comentou Ana - Contei isso a ele, quando veio
jantar aqui comigo e com o Paul!
-Pelo visto, ele se esqueceu! - respondeu Marie.
Ela foi se aprontar e foi para o hotel. Chegando lá, sentou-se numa mesa
do restaurante e pediu um café e pôs as esperar o alemão.
-Fraülein Greyhoud? - perguntou uma voz conhecida. Marie se virou e viu
um rapaz, um pouco mais alto que Breitner, forte, loiro, que a fazia a lembrar
o Capitão James Kirk de Star Trek, seu personagem favorito da série.
-Oui - respondeu ela, trocando um aperto de mão com ele - Você
deve ser o Capitão Kirk...Quer dizer, Herr Ulrich.
-Me chame apenas de Uli - respondeu ele. Ele fez um gesto para que ela
que ela se sentar-se.
-Então, Capitão Kirk... Quer dizer Uli - disse ela, enquanto tirava o
caderninho, a caneta e o gravador da bolsa. Por Deus, Marie! Pare de chamar
o homem de Kirk! Mesmo que ele seja parecido com ele! -Podemos começar a
entrevista?
-C-claro - respondeu ele. Quem é Capitão Kirk?, pensou ele. Será
que é o ex-dela?
Uli pediu uma xicará de café e Marie começou a entrevista perguntando
sobre as expectativas dele para com a aquela final, o que ele ia fazer depois
da copa, se estava feliz ou não, ou muito ansioso. No meio daquela entrevista,
Marie lhe mostrou a Rolling Stone do mês anterior com o Deep Purple na capa e
Uli acabou acreditando que ela trabalhava mesmo lá.
-Bem - disse ela ao final - Obrigado por essa maravilhosa entrevista!
Trocaram mais um aperto de mão e quando ela já estava indo embora, ele a
chamou.
-Ei, Fraülein Greyhoud, espere - disse ele - Eu tenho uma pergunta, quem
é Capitão Kirk? É o seu ex-namorado?
Quem dera que fosse, pensou Marie.
- Ele é uma personagem da série Star Trek - respondeu ela - Ele é o
capitão da nave Enterprise e é o meu personagem favorito!
– Ah sim - respondeu ele - Então até mais!
-Até - respondeu Marie.
Quando Uli voltou para quarto, encontrou Paul concentrado, escrevendo
uma carta para sua namorada.
- Você acha que eu pareço com o Capitão Kirk, de Star Trek? – perguntou
Uli.
Paul olhou atentamente o amigo e começou a rir.
-Até que parece um pouco - respondeu seu amigo.
-Fraülein Greyhoud me chamou assim a entrevista inteira - contou Uli.
-Acho que ela gostou de você - respondeu ele.
- E eu gostei dela – completou Uli, com um
sorriso nos lábios
-Só não precisava ter brigado com ela, pelo telefone - disse Paul.
-Você tem razão - comentou Uli – Fui mesmo um idiota.
Durante aqueles dias antes da final da Copa, Uli não conseguiu parar de
pensar em Marie e sempre que seu amigo conversava com sua namorada pelo
telefone, ele pedia para falar com Marie. As primeiras conversas foram sobre a
entrevista e depois, os dois foram dividindo outros pequenos segredos da vida
como o fato dela gostar de comer brioches com champanhe e ele de estudar
economia.
- Acho que ele esta apaixonado por você - disse Ana, numa tarde, alguns
dias antes da final.
-Já eu, acho que não - respondeu Marie - Ele não vai querer ficar com
uma mãe solteira, que tem dois filhos pra criar.
-Mas você já contou a ele sobre James e Lillian? - perguntou Ana.
-Ainda não - respondeu Marie – nem contei que já fui casada!
-Pois bem - disse Ana - Chegou a hora! Na próxima vez que ele ligar
aqui, você conta pra ele!
–E se ele me der um fora? - perguntou Marie, apreensiva.
Quando Ana foi responder, o telefone tocou. Ela atendeu e era o próprio
Uli.
-Ele quer falar com você - disse Ana, entregando o telefone para a
amiga.
-Olá Uli - disse Marie, ao pegar o telefone.
- Olá Marie - respondeu ele - Vai fazer alguma coisa essa tarde?
– Não tenho nada programado – respondeu Marie, um pouco insegura.
-Quer dar um passeio? - perguntou ele - Pra conversarmos um pouco. O que
acha?
Marie colocou o telefone contra o seu peito e virou-se para a sua amiga.
-Ele quer me encontrar - sussurrou Marie - O que eu faço?
-Responda que vai encontrá-lo no Englischer Garten - respondeu Ana - E
diga a ele pra levar Paul junto!
Marie respondeu o que sua amiga havia dito e uma hora depois as duas
encontraram os dois no parque, sentados num banco, lendo, ambos um jornal.
-Olá senhoritas - cumprimentou Paul. Ele beijou a mão de sua amada e
sorriu para ela - E você, minha princesa, que saudades que eu estava sentindo
de você!
-Oh Pauly, eu não estava mais suportando ficar longe de você! - Ana
envolveu-se nos braços de Paul e roubou-lhe um beijo.
- Vem - disse Uli chamando Marie para um passeio - Vamos deixá-los às
sós.
Uli e Marie começaram a caminhar em silêncio. Até que
ele quebrou o silêncio.
- Então - pigarreou ele - Ainda bem que a chuva deu uma parada.
- Sim - respondeu Marie - Mas eu gosto de chuva, me faz pensar em como
estou com saudades minha casa.
- Londres? - perguntou ele.
- E Paris - respondeu ela - Faz tempo que não vou para Paris. Desde que me
divorciei e as crianças entraram na escola, mal tive tempo de viajar.
- As crianças? - perguntou ele, com uma expressão intrigada no
rosto.
- Eu tenho dois filhos - respondeu Marie - James, de cinco anos e
Lillian, de 4 anos.
Uli ficou em
silêncio. Marie achou por um momento que ele iria lhe
rejeitar naquele momento, dizendo que não iria querer nada com ela.
- Eles devem ser lindos como você. - respondeu Uli, sorrindo e aliviando
o coração de Marie.
Ela abriu sua bolsa e pegou sua agenda. Dentro dela, ela guardava uma
foto, dela com as crianças, tomando sorvete e mostrou a Uli.
-O que está com esse bigode de sorvete de chocolate é o Jim - disse ela,
apontando para o menino - E a que está sentada no meu colo, é a Lily.
Marie contou a Uli tudo sobre os filhos, do que eles gostavam e do que
não gostavam e também, sobre estarem em Paris agora, com a mãe dela.
-Sabe, tenho um sonho de ter uma família - contou Uli – Como nos filmes,
entende? Uma casa com jardim, os vendo correr, se sujando na lama e jogando
futebol!
Uli também contou a ela sobre a vontade de dirigir um clube, já que ele
tinha aptidão para a economia e os negócios. Os dois caminharam até um
canteiro, repleto de flores.
-Sabe, eu adoro flores – comentou ela - Mas elas sempre morrem em minhas
mãos! Diferente da Odile, que sempre teve um jardim bem cuidado.
Uli se aproximou de uma das roseiras e colheu uma rosa vermelha e deu de
presente a Marie.
-Para você - disse ele - Tenho certeza que está sobreviverá!
– Obrigado - respondeu ela - Seu dedo, esta sangrando!
Marie se aproximou de Uli, pegou sua mão e tirou de seu dedo o espinho e
deu - lhe um pequeno beijo no dedo dele. Ele acariciou o rosto dela, se
aproximou e beijou-a calmamente. O beijo foi crescendo e acabando ficando mais
intenso. Foi ai que os dois sentiram que estavam mesmo se amando.
-Marie? - perguntou Ana. O jovem casal se soltou e encarou Paul e Ana,
que se aproximavam deles dois.
-Bem, esta na hora de irmos - disse Paul - Se Schön descobre que fugimos
da concentração, ele nos mata e ainda faz churrasco!
-Não podemos ficar mais uns dez minutos? - perguntou Uli.
-Infelizmente não - respondeu Paul.
Os casais se despediram, Paul entregou uma carta a Ana e Uli beijou
novamente Marie, dizendo que iria ligar para ela mais tarde. No caminho de
volta para casa, Marie contou a amiga sobre a conversa que ela e Uli tiveram,
além do primeiro beijo e a flor que ele lhe dera de presente.
- Ele disse querer formar uma família - contou Marie - E que tem vontade
de dirigir um clube de futebol, pois ele tem vocação para os negócios!
Os dias acabaram passando e a final da copa chegará. Todas elas estavam
ansiosas. Quase nenhuma delas conseguiu dormir na noite da véspera ao jogo. Ana
passou boa noite escrevendo, junto a Nora, que editava a entrevista que
fizera com Sepp Maier.
- Vocês sabiam que o apelido dele é Katzë?- contou Nora.
- E você contou a ele que gostava de gatos? - perguntou Marie.
- Sim e tivemos uma agradável conversa sobre isso - respondeu Nora - Ele
me chamou pra sair, depois da copa. E eu aceitei!
As três tomaram chá, conversaram sobre seus futuros encontros, Marie e
Nora voltaram para o hotel onde estavam hospedadas e pela manha voltaram à casa
de Ana, onde tomaram café junto a Fefe, Louise e Odile. Até que todas as
conversas foram interrompidas quando Louise foi ao banheiro e vomitou tudo o
que ela havia comido.
- Eu estou grávida - respondeu Louise, chorando - Fiz o teste ontem à
noite e descobri!
Aquela notícia pegará todas elas de surpresa. Nora e Marie não sabiam se
primeiro davam os parabéns ou repreendiam ela, já Ana estava sem ação e Fefe
estava furiosa.
-De todas as coisas que você fez, essa ultrapassou todos os limites! -
rugiu Fefe - Já contou ao Gerd sobre isso?
-Não... Mas vou contar - respondeu Louise - Depois do jogo.
-Depois do jogo? - indagou Marie - Ficou maluca? E se eles perderem?
-Eles não vão perder! - respondeu Odile - Ela não pode contar agora!
Gerd ia ficar uma pilha de nervos e não conseguiria fazer um bom jogo!
-E se ele não aceitar o fato? - perguntou Fefe - Já estou vendo a Tia
Mary jogando na minha cara que eu não cuido de você!
-Eu não preciso que ninguém cuide de mim! Já sou adulta e sei me
cuidar!- respondeu Louise, começando a chorar.
-Se fosse tão adulta assim, saberia se prevenir numa hora dessas
- respondeu Marie.
-Vocês estão ajudando bastante, sabiam disso? - disse Odile, amparando à
amiga - Vocês deviam apoiar ela! São todas mães! Ou acham que seus filhos, são todos
descuidos de vocês?
Todas elas ficaram em silêncio.
-Você tem razão - disse Fefe - Nós passamos por muita coisa pra ter e
criar aquelas crianças! Por favor, perdoe-nos por nossa...
- Fúria? - disse Nora.
- Isso mesmo - concordou Fefe - Só estamos preocupadas com você!
Fefe abraçou a prima e as duas começaram a chorar ainda mais.
-Tudo bem meninas - disse Ana - Nós precisamos ir pro estádio!Se não
conseguimos ver o jogo!
As primas McGold pararam de chorar e todas foram para o estádio. Elas se
acomodaram na arquibancada e tentaram se acalmar seus corações.
O jogo começou com a vantagem dos Holandeses, logo nos 10 primeiros
minutos de jogo, marcaram seu primeiro gol. Mas aos 25 minutos, Breitner marca
um gol, fazendo com que Ana ficasse maluca de tanta felicidade. Já no
segundo tempo, Müller marcou o segundo gol e foi à vez de Louise pirar.
Quando o jogo acabou, as meninas foram para o campo, junto com os outros
repórteres e quando Ana reencontrou Paul, Breitner a pediu em casamento na
frente do mundo todo. Depois todas os acompanharam eles no vestiário.
Foi quando estava distraída, observando a festa alemã, Marie sentiu um
pequeno beijo em seu pescoço e quando se virou, viu que era Uli.
- Capitão Kirk! - disse era lá. Ele puxou - a para perto de si e lhe
roubou-lhe um beijo quente.
-Vocês dois, juntos? - perguntou Odile, um pouco incrédula,
fazendo o casal parar de se beijar. - Desde quando?
-Já faz alguns dias - respondeu Marie, tentando retomar o fôlego.
- Pensei que não quisesse mais ninguém - disse Odile - Depois de tudo o
que passou com o Roger!
– Só precisava de um tempo para o meu coração se curar - respondeu
Marie, sendo abraçada por Uli.
- Meine liebe, venha, é a nossa vez - chamou Franz, segurando a taça.
- Tira uma foto nossa? – perguntou Odile.
- Claro - respondeu Marie, soltando - se dos braços de seu novo amado e
indo até o casal que segurava a taça e tirou uma foto com a sua polaroid, dos
dois erguendo a taça juntos e entregou a foto revelada aos dois.
Uli puxou Marie outra vez para um beijo e outra vez, acabaram sendo
interrompidos, mas dessa vez por Paul, que queria conversar com o amigo.
- Vou deixar vocês conversando e vou ver o que minhas amigas estão aprontando
- disse ela. Marie encontrou suas amigas, espiando pela fresta da porta. - É
feio ficar tomando conta da vida do outros!
-Não estamos tomando conta da vida dos outros, maninha - respondeu Odile
- Só estamos vendo um casal apaixonado, se amando!
Marie se aproximou da porta e viu, Johan e Fefe trocando juras de amor.
-Isso é lindo! – falou Nora.
Pouco depois, Fefe foi expulsa do vestiário da seleção Holandesa, suas
amigas a acolheram com um abraço e depois Fefe voltou para a comemoração da
seleção Alemã.
Marie voltou para os braços de seu novo amado. Trocaram mais alguns
beijos e teve que se despedir dele e voltou para casa da Ana para se aprontar
para festa que teria numa discoteca famosa da cidade.
Enquanto terminava de colocar seus brincos, o telefone tocou e Marie
atendeu, na esperança de que fosse Uli, mas na verdade era uma pessoa, na qual
ela se estava evitando falar.
- Alô, por favor, a Marie? - quando Marie escutou aquela voz, ela
estremeceu, era o seu ex-marido, Roger Daltrey.
-Aqui é a Marie - respondeu ela, séria.
-Então, estou aqui na cidade - respondeu ele - E nós dois precisamos ter
uma conversa, sobre nossos filhos.
- Eles estão bem, Roger - respondeu ela, ainda séria - Estão com os meus
pais, na França.
-Eu sei - respondeu ele - Visitei - os com Heather! James...
- Como é? - perguntou ela, chocada com a notícia repentina - Você foi a
Paris? Pra ver nossos filhos?
– Sim - respondeu ele - Jim está tão cabeludo! E Lily está tão linda,
parece uma princesa!
–Vamos Marie! A limusine já está ai! - chamou Nora - A limusine chegou!
– Roger, escute depois eu ligo pra você - respondeu Marie - Tudo Bem?
- Marie... Espere... - disse Daltrey.
-Até mais, Roger - disse Marie, desligando o telefone.
- Vamos? – perguntou Ana.
- Sim!
Ao chegarem à discoteca, cada foi atrás de seus namorados. Ana e Louise
encontraram Gerd e Paul, vestindo o mesmo terno e a mesma gravata, fumando
charutos e sendo fotografados. Já Odile, foi pro braços de seu Kaiser, Sepp e
Nora foram para pista de dança e Fefe foi consolar o seu holandês no bar.
- Bem, onde será que está o Kirk? - perguntou Marie a si mesma, enquanto
bebericava um pouco champanhe.
-Bem aqui, kleine blume - respondeu Uli, abraçando e beijando-a.
- Estava com saudades de você, Capitão - respondeu ela, enquanto o
beijava mais e começaram ali a trocar as suas primeiras juras de amor.
Marie levou Uli para a pista de dança, onde dançaram ao som de Elton
John e flagraram Sepp e Nora se beijando. Depois, os dois foram se sentar ao
lado de Paul e Ana, que já tinham começado a discutir assuntos sobre o
casamento deles.
-Quero que a nossa lua de mel, seja dessa vez na Itália - falava
Anastácia.
- Queria conhecer a Rússia - respondeu Breitner.
- Bordeaux é um ótimo lugar para se passar uma lua de mel - comentou
Marie.
- Ou na Espanha - sugeriu Uli.
-Eu ainda prefiro a Itália - disse uma voz masculina conhecida - É
romântica e tem lá o seu charme!
Postado à frente de Ana, um homem usando uma camisa de preta e calça
jeans azul, sorria em meio à fumaça de seu cigarro.
-Enty! - gritou Ana, abraçando seu ex-marido - Estava morrendo de
saudades de você!
- Eu também! - respondeu ele - Faz quase um ano que não nos vemos!
- É verdade – concordou Ana - Ei... Conhece meu noivo? Paul Breitner?
Paul se levantou encarou John Entwistle por um instante e os dois
trocaram um aperto de mão.
-Ouvi falar muito de você - disse John.
- Digo o mesmo sobre você - respondeu Paul.
-Como vão meus sobrinhos, Marie? - perguntou John.
-Estão bem - respondeu Marie - Estão com os meus pais, na França.
-Fui visitá-los com Roger - comentou John, sentando - se ao lado dela -
Jim está a sua cara e Lily,esta se tornando uma princesa cada vez mais linda!
John puxou uma conversa com Breitner sobre Ana, sobre como os dois se
conheceram, como eles começaram a namorar e o pedido de casamento, em rede
mundial.
-Seu pedido de casamento foi bem mais criativo do que o meu - comentou
John - Pedi ela em casamento num estúdio de gravações e você a pediu num
estádio de futebol! Isso é genial!
-Enty e Paul - disse Ana - Têm uma coisa para contar a vocês, mas isso
tem que morrer aqui!
- Minha boca é um túmulo, você sabe como eu sou - respondeu John.
- Louise está grávida - respondeu Ana - E o pai é o Gerd!
Os três ficaram conversando sobre esta revelação, enquanto Marie e Uli
resolveram namorar um pouco.
-Evita falar comigo no telefone - disse outra voz conhecida - Mas não
resistiu a um alemão loiro e forte!
-Roger? – Marie soltou-se dos braços de Uli e encarou seu ex-marido,
Roger Daltrey - O que você está fazendo aqui?
–A pergunta é: o que você está fazendo aqui? – o indagou
sério.
- Estou comemorando com as minhas amigas - disse ela - E com o meu
namorado! Já o conhece? Uli, este é o meu ex-marido, Roger Daltrey!
– Hallo - cumprimentou Uli. Então você é o ex-marido dela, pensou
Uli, Você não se parece nada com o
Capitão Kirk e si um anão descabelado!
–Você não devia estar aqui! - disse Daltrey - Devia estar em casa,
cuidando de nossos filhos!
– Agora você quer me dar lição de moral, é isso mesmo? -perguntou Marie,
brava, se levantando e peitando ele - Sempre me largava em casa sozinha, pra ir
ficar com suas groupies, nunca deu atenção pros nossos filhos e ainda quer me
dar lição de moral?
-Lição de moral? - perguntou Roger - Não se ensina lição de moral a uma
vadia!
Marie desferiu um grande tapa no rosto de Roger e quando ele foi tentar
bater nela, Uli se levantou e acertou um soco na cara de Roger, este quase caiu
e foi socorrido pelo amigo, John.
- Fique longe de Marie e dos filhos dela - alertou Uli - Se não, eu vou
matar você!
Do outro lado da festa, um Johan Cruyff bêbado batia em um Pete Townshend ,
que não admitia que Fefe ficasse com o holandês.
- Vamos, Townshend - gritou Entwistle - Já bastou o Roger, agora você?!
– Mas, John... Eu - tentou argumentar Pete.
- Sem mais, vamos! - respondeu John – Perdoe a confusão princesa, mas
preciso levar meus amigos bêbados pra casa! Felicidades aos dois e boa noite.
- Vocês dois vão pagar! - gritou Townshend à Fefe e Johan.
-Vocês dois também! – praguejou
Daltrey – Eu vou tirar Jim e Lily de você!
Os três foram embora da discoteca, deixando Marie mais assustada ainda. Odile
foi até ela para saber se estava tudo bem.
- Esta tudo bem - respondeu Marie - Pode ir se divertir com o seu Kaiser!
- Tem certeza? - perguntou Odile.
- Sim, tudo nas mil maravilhas - respondeu Marie, mesmo sentindo-se um
pouco aflita com tudo.
- Cuide dela pra mim, Uli. - disse Odile.
- Pode deixar - respondeu Uli.
Odile e Franz se despediram de todos e foram embora. Pouco depois,
foi à vez de Paul e Ana irem embora.
- Vamos fazer um pouco de amor - contou Ana - Faz quase dois meses que
não nos amamos!
Quando o casal Breitner foi embora, Marie sugeriu que Uli e ela dessem
um pequeno passeio. Quando saíram da discoteca, encontraram com Gerd e Louise
brigando enquanto entravam no carro dele.
- É sempre assim! - dizia Gerd - Todas as vezes que vamos fazer algo,
seu ex nos atrapalha!
- Ursinho, eu nem sabia que Hunt estava na cidade! - respondeu Louise.
- Agora você vem com isso de ursinho! – respondeu Gerd. Louise ficou em
silêncio e entrou no carro junto com o seu namorado.
Marie e Uli começaram a caminhar em silêncio. Ele tentou
segurar a mão dela várias vezes, mas ela sempre evitava a mão dele.
-Kleine blume, o que está acontecendo? - perguntou Uli.
-Talvez eu não seja a sua pequena flor - respondeu ela.
- Como assim? – perguntou ele. Os dois pararam de caminhar e se
encararam.
- Talvez, seja melhor nós não vermos mais - falou Marie.
- O que está dizendo? - indagou ele incrédulo com aquilo que acabará de
ouvir.
- Estou dizendo que não podemos mais nos ver - respondeu ela - Se
ficarmos juntos, só teremos problemas um para o outro! E isso é a última coisa
que eu quero para você!
- Mas... Marie... Eu... Gosto de você - respondeu Uli, abraçando ela.
- Eu... Não...Posso ficar com você! - respondeu ela, soltando dos braços
dele e saindo correndo.
Uli tentou ir atrás dela, porém ela entrou num táxi e seguiu para o
hotel onde estava hospedada. Quando chegou neste, deitou-se na cama e começou a
chorar. Não queria terminar com Uli daquela maneira, estava apaixonada por ele,
mas não queria que ele se se envolveu nos seus problemas com Roger.
Marie pegou o telefone e ligou para Fefe.
- Alô? - disse Marie.
-A..Alô? – disse Fefe, gemendo e ofegante no outro lado da linha.
Marie percebeu que Fefe e Cruyff, estavam em um momento íntimo, fazendo amor.
- Deusa... Desligue esse telefone... - dizia Cruyff, ofegante e gemendo.
Envergonhada com aquela situação, Marie desligou o telefone, para não
atrapalhar mais o casal e discou o número da casa de seus pais, conversou um
pouco com eles e também com seus filhos.
-Quando é que você volta mamãe? - perguntou James.
- Daqui alguns dias - respondeu Marie.
- Vai trazer presentes para nós? - perguntou Lily.
-Se vocês se comportarem, é claro que levo - respondeu Marie.
-Tia Odile disse que você está namorando - comentou James - Ele é o
nosso novo papai? Quando vamos conhecê-lo? Como ele é?
-Talvez no casamento da tia Ana - respondeu Marie.
Ela se despediu dos filhos e depois acabou adormecendo pensando em Uli e
de como estava apaixonada por ele. Quando o relógio soou sete horas da manhã, o
telefone tocou novamente.
- Alô? - disse ela, quase dormindo novamente.
-Kleine blume? É você? - perguntou Uli.A voz dele fez com que
Marie acordasse e sentar-se na cama.
-Sim, Capitão Kirk - respondeu ela.
Os dois ficaram em silêncio por alguns instantes e ele quebrou o
silêncio.
-Quero te ver - falou ele - Onde você está hospedada?
- Não pode ser na sua casa? - perguntou Marie.
- Minha casa é muito pequena - respondeu ele -Espere, tive uma ideia,eu
já ligo para você.
Uli desligou e Marie ficou sem ação com aquela reação dele. Ela
recolocou o telefone no gancho e voltou a cochilar um pouco, quando o telefone
tocou de novo.
-Pode- me encontrar - falou ele - daqui umas duas horas na casa dos
Breitner?
– Tudo bem - respondeu ela.
Os dois conversam mais um pouco e ela resolveu dormir mais alguns
minutos. Ela acordou de novo, foi se aprontar e depois seguiu para a casa dos
Breitners. Quando chegou lá, tocou a campaninha e Uli abriu a porta.
- Olá Kleine blume - disse Uli - Vamos, entre.
Marie entrou no apartamento, enquanto Uli fechava a porta.
- Paul e Ana deram uma saída - disse ele, sorrindo. - Estamos sozinhos, agora.
Ele pegou um buque de flores que estavam na mesa e entregou a ela.
- Isso é para você - disse ele.
- Uli, eu... - disse ela - Não sei se posso aceitar... Depois de
ontem...
Ele afagou o rosto dela e aproximou a mais para mais de seu corpo.
-Sei que esta assustada por tudo o que esta acontecendo – disse ele –
Esta com medo perder suas crianças para seu ex-marido e tem medo que me envolva
e saia machucado nessa história toda.
Ele aproximou seu rosto dela e a beijou.
-Eu te amo - sussurrou ele. Ela tentava evitar aqueles carinhos, porém
seu corpo desejava mais e mais, foi então que ele sussurrou em seu ouvido – Sei
que esta apaixonada por mim, então seja minha, para sempre.
-Sou sua, meu capitão – ela se entregou finalmente aquela paixão e visto
que os carinhos ficaram mais intensos, resolveram ir para o quarto de hóspedes,
onde se despiram e se entregaram aos prazeres carnais.
Marie pensou ter ouvido alguém ter entrado alguém no apartamento, pensou
que fosse a amiga e seu noivo, mas acabou nem dando importância a isso, se
concentrando somente em Uli.
-Tem alguém ai? – perguntou uma voz conhecida, que se aproximava do
quarto – Marie, você está ai? AI MEU DEUS!
-FEFE! – gritou Marie – Merde!
Will ne pourrait jamais faire l’amour sans étre interrompu? (Merda! Será
que nunca poderei fazer amor sem ser interrompida?)
Envergonhada, Felicity rapidamente saiu daquele quarto, deixando que o
casal terminasse de se amar. Pouco depois o casal saiu do quarto e encontrou
Fefe rindo daquela situação.
-Antes Keith Moon e agora você, também me interrompe enquanto estou fazendo
amor? – perguntou Marie, saindo enrolada com um roupão que havia achado nas
coisas de Ana, enquanto Uli tentava não ficar envergonhado.
-Ana deixou um bilhete – contou ela, tentando controlar o riso – Pedindo
que a gente se encontrasse com ela na Igreja Central e que Uli sabe o caminho.
Os três tomaram café-da-manhã juntos e depois seguiram para o ensaio do
casamento, onde forá decidido, os padrinhos – as meninas junto com seus novos
namorados, com a exceção de Fefe, que ficará acompanhada de Jupp Kappelmann – e
o casal de noivinhos, James e Lily.
Faltando duas semanas para o casamento, às famílias das meninas chegaram
à cidade. Serena Greyhound, junto com Tatiana Romanov, a mãe de Anastácia,
levaram os filhos das meninas para um dos últimos ensaios de casamento. Marie
aproveitou aquele momento para apresentar o novo namorado à mãe e também a seus
dois filhos.
-Então, você é o nosso novo papai? – perguntou James, um pouco receoso.
-Acho que sim – respondeu Uli, com o seu melhor inglês.
-Posso te abraçar? – perguntou Lily.
-É claro – respondeu Uli. Ele pegou a menina em seus braços e abraçou-a
bem forte.
-Você tem abraços quentinhos igual ao tio Franz! Adoro abraços
quentinhos – respondeu ela – Mamãe, você já pode casar com ele!
Os adultos riram da situação e Lily passou boa parte do tempo entre os
braços de Uli e de seu tio Franz. Com o passar dos dias, o casamento de Paul e
Ana aconteceu, segundo muito dos convidados, fora um dos mais bonitos que a
cidade pudera presenciar.
E com o tempo, James foi se aproximando mais e mais do novo namorado de
sua mãe, aprendendo a jogar bola com ele e assistindo Star Trek com ele, na
casa de seus avôs na cidade. Até que numa noite antes de dormir, ele contou
algo a sua mãe.
- Papai foi a Paris nos visitar – contou Jim.
-Eu sei – respondeu Marie – Ele me contou num telefonema
-Ele disse que vai nos levar embora, eu e a Lily! – disse o menino
começando a chorar – Eu não quero ir embora mamãe! Eu quero ficar com você!
-Eu nunca vou deixar você ir embora! – respondeu Marie, chorando ainda
mais.
-Mamãe, por que está chorando? – perguntou Lily, que estava dormindo na
cama ao lado que James estava.
-Por nada – respondeu Marie, tentando controlar suas lágrimas – Venha
cá, dar um abraço na mamãe, venha!
Lily saiu de sua cama, segurando seu ursinho de pelúcia que John
Entwistle dera a ela quando nascera e abraçou sua mãe, junto com James.
-Eu vou ser sempre o seu capitão, não vou ser? – perguntou Jim.
-Sempre e sempre! – respondeu Marie – E você será minha princesa?
-Serei sua rainha, mamãe! – responderá Lily.
-Posso me incluir no abraço? – perguntou Uli, na porta do quarto,
observando aquele momento lindo.
-E ai, o que me dizem? – perguntou Marie às crianças.
Lily se levantou e correu para os braços de Uli, onde lhe deu um abraço
bem apertado. Marie recolocou os dois na cama e lhes desejou boa noite e os
deixou dormindo. O casal se retirou do quarto em silêncio e foram para a
cozinha, onde encontraram os pais dela trabalhando em meio às folhas espalhadas
no chão.
-Sei que não é da minha conta, mas não estão de férias? – perguntou
Marie.
-Defina Férias, minha querida – disse sua mãe.
- Estamos editando o novo livro de sua mãe – respondeu seu pai, Jacques,
acendendo um cigarro.
-Digamos que tive reescrever algumas partes do livro – disse Serena,
roubando o cigarro dos lábios de seu marido – Jim e Lily fizeram alguns
desenhos em algumas páginas.
-Ah e vocês os castigaram? – perguntou Marie, um pouco brava.
-Sim e não – responderam ambos.
– Demos uma bronca, mas os desenhos ficaram maravilhosos – disse Jacques,
pegando algumas das várias folhas que estavam na mesa de centro e entregou a
Uli e Marie.
Havia ali alguns desenhos que as duas crianças fizeram. James desenhou
carros, aviões e naves espaciais. Já Lily desenhava princesas e bichinhos. Mas
um desenho que chamou a atenção de Marie. Nele, estava desenhado o que parecia
ser as duas crianças, escondidas atrás de uma arvore e dois adultos que
pareciam estar brigando.
-Mamãe, quem fez esse desenho? – indagou Marie.
Serena tomou o desenho em suas mãos e analisou este.
-Acho que foi o James – respondeu ela – Talvez ele tenha feito depois
que Roger foi a casa.
-Ele chegou lá com o ex-marido da Anastácia, dizendo que iria levar as
crianças junto com ele – contou Jacques –E ai nós brigamos com ele e Serena os
escondeu, para evitar que ele fizesse algum tipo de chantagem emocional nas
crianças.
-Mon dieu – suspirou Marie –
A coisa esta pior do que eu imaginava.
Marie lhes contou sobre tudo o que tinha acontecido na delegacia e de
como estava assustada com aquilo.
-Odile já nos contou sobre isso, minha querida – disse Serena – Todos
nós estamos muito preocupados com essa situação.
-Acho que você fez bem em ter se divorciado daquele encrenqueiro, que
aquele Daltrey era – disse Jacques – Mas se ele ousar encostar um dedo sequer
em você ou nas crianças, nós vamos acabar com ele!
-Ya! Iassen Sie uns ihn töten (Sim!Vamos matá-lo) – respondeu Uli, fazendo
um gesto fechando o punho direito, como se fosse socar algo. Marie por um
momento imaginou uma luta entre seu ex-marido e seu novo namorado e percebeu que Uli iria vencer no primeiro round. E isso a reconfortou a bastante.
-Mudando de assunto – disse Marie, um pouco mais calma – Quero ir com
Uli e as crianças para Ville Necote, poderiam me emprestar o apartamento?
-Sinto muito, mon amour - respondeu Jacques – Mas sua irmã irá para
lá com Franz, amanhã!
Sempre que Odile
quer as coisas, ela consegue, pensou Marie, brava com a situação. Só porque ela é a mais nova!
-Tudo bem –
respondeu Marie, um pouco triste.
-Mas bem, eu tenho um convite a fazer os dois – disse Jacques – Um
amigo escritor grego, me emprestou sua Villa
em Atenas por uns dias e queríamos convidar vocês dois para irem conosco, vocês
aceitam?
Marie e Uli conversaram um pouco sobre o assunto e por fim aceitaram. Três
dias depois, preparam suas malas e embarcaram rumo a Atenas. Quando chegaram à capital grega durante a
tarde, se instalaram na Villa e a
noite, foram jantar no bairro boêmio de Anafiotika. Pela manhã tomaram o
café-da-manhã e iniciaram seus roteiros na cidade histórica.
-Aqui é o templo de Hefesto, o deus grego das forjas e do fogo – dizia Marie, guiando aquele pequeno grupo de
sua família dentro do templo do deus das forjas e fogo.
-Vovô me contou que ele tinha um martelo muito grande, que nem o Thor
– comentou Jim, sentado nos ombros de Uli .
-Sabia que ele que forjava os raios mestres de Zeus, meu pequeno
capitão? – comentou Marie.
-Então ele fazia os raios de Thor também? – perguntou Lily, sentada
nos ombros de Jacques.
-Acho que vocês confundiram as mitologias – comentou Serena, rindo.
Depois da visita do museu, o pequeno grupo foi almoçar e depois
passearam pela Ágora Antiga, onde era o centro político de Atenas na
antiguidade. Depois eles seguiram para a Acrópole e por fim chegaram ao Parthenon.
-Por que aqui só tem pedras? – perguntou Lily, observando as ruínas
com cautela e caminhando segurando a mão de Uli.
-Porque são ruínas, meu amor – respondeu Marie – Aqui no passado era
uma grande cidade, mas com o tempo, por conta do clima e também porque as
pessoas se cansaram de viver num lugar com tantas colunas enormes.
-E preferiram morar em grandes arranha –céus - completou Uli.
-Será que a vovó nos deixa levar algumas pedras para casa? – perguntou
Lily a Jim.
-Vamos perguntar a eles – respondeu Jim, os dois saíram correndo,
deixando Uli e Marie sozinhos.
-Sabe que eu não te beijei nenhuma vez, desde que chegamos aqui. –
comentou Marie, abraçando o namorado e roubando-lhe um pequeno beijo, que
cresceu e se tornou um beijo mais quente ainda.
Uli se soltou dos braços da amada, ajoelhou-se a sua frente, tirando
uma caixinha de dentro do bolso de sua calça.
-Kleine blume, diante do sol
de Atenas e que os deuses sejam testemunhas disso, eu quero lhe pedir algo –
disse ele, abrindo a caixinha e revelando um anel de brilhantes – Marie
Greyhound, quer se casar comigo?
Marie sentiu os olhos se encherem de lágrimas, não conseguindo nem falar.
-Eu... Eu aceito! – respondeu ela. Ele se levantou e colocou a aliança
no dedo anelar da mão esquerda dela e a beijou calmamente.
Jacques, Serena, as crianças e o amigo do casal, os escritores gregos
Dimitrios Tristan, assistiam a aquele belo momento, aplaudindo.
-Os deuses abençoaram mais um casal – comentou Dimitrios.
- O que isso quer dizer? – perguntou Jim, intrigado com aquele
comentário do escritor grego.
-Isso significa que vocês ganharam um novo papai! – respondeu Marie,
se aproximando do pequeno grupo e afagando o cabelo do filho.
Jim sorriu e Uli o pegou no colo.
-Você me deixa eu ser o seu novo papai, capitão? – perguntou Uli. James balançou a cabeça em sinal de sim.
-Eu também quero um abraço! – protestou Lily.
Marie a pegou a no colo e beijou a testa da pequena, depois fez o
mesmo na testa de Jim e por fim beijou Uli. Estava ali se formando, uma bela e
linda família.