domingo, 15 de setembro de 2019

Grindhouse Zombies (4º Capítulo)

Olá, pessoal!

Tenham uma ótima noite e fiquem com novo capítulo de Grindhouse Zombies. Desta vez ficou longo. Boa leitura!




Capítulo 4: Pequenas calmarias provocam desastres


Dias depois da chegada de Colin Black, as primas McGold saíram, acompanhadas do pároco, em direção a cidade. No meio do caminho, Colin se revezava entre Felicity e Louise, com assuntos sobre a vida rural e... panelas. Estava claro demais para as duas que o primo deseja casar com uma delas e as faria largar as espadas e a o estilo de luta para ser dona de casa. Fefe não dava indícios e Louise tampouco. No momento que Colin deu atenção para Molly e Phoebe, Fefe puxou Louise para compartilhar segredos.

-- Isso é desagradável. – comentou a mais alta.

-- Nem me fala. – Louise suspirou e voltou a dizer. – Não estou mais brava com Davy.

-- Aceitou?

-- Sim!

Fefe a olhou de forma suspeita e divertida.

-- Hum... Por acaso tem algum homem mais lindo no meio?

Louise riu e por fim admitiu.

-- O capitão Facchetti.
Fefe animou-se.

-- Sua danadinha! – quase exclamou em voz alta e se conteve. – E com a chegada do baile que a Família Smith vai promover, é certo que os italianos vão ser convidados.

-- Como sabe?

-- Nora e a mãe dela falavam da lista de convidados. O tal capitão é convidado!

As duas quase vibraram juntas e despertaram a atenção de Colin.

-- O que as digníssimas primas estão falando?

Antes de responder, ouviram um chamado de socorro. As garotas e o pároco correram em direção do som e encontraram uma carroça destroçada, com os cavalos mortos e de dentro saía uma mulher. Ela era conhecida como Jane Vanderbilt, a dona de um orfanato e distribuidora de lamparinas no vilarejo e agora transformada em zumbi.

-- Santo Deus! – horrorizou-se Molly.

A mulher caminhava ereta mas o rosto muito deformado e cheirando a algo podre.

-- Houve um acidente terrível... Eu consegui sobreviver... – a mulher olhava para Louise, mesmo com seus olhos quase opacos e sangrando e caminhando em direção a loira. – Como vê, estou viva!

-- Não no sentido tradicional da palavra! – finalizou Louise, acertando um tiro na cabeça, encerrando o sofrimento da zumbi.

Colin fez sinal da cruz para os cadáveres e se afastou.

-- Pobre Srta. Vanderbilt... Nunca mais exercerá suas funções. Nunca pensei que tais zumbis fossem capazes dessas coisas. Assim vão se candidatar ao Parlamento ou no reinado.

E finalmente chegaram à cidade, com muitos militares, para a animação de Molly e Phoebe. Louise enxergou o capitão, conversando com um dos tenentes italianos. Os dois abordaram as duas McGolds mais velhas.

-- Signorinas, é tão bom revê-las! – saudou Facchetti. – Este é Gianluigi Buffon, tenente da Squadra Quatro.

Fefe se encantou pelo tenente e este a beijou na mão, mostrando seu lado cavalheiro.

-- Signorina Louise....
-- Me chama de Louise. – ela ria. – Então...

-- Estamos animados para a festa dos Smiths.

A conversa foi interrompida com a chegada das tropas holandesas e alemãs. Johan Cruyff e Gerd Müller lideravam. O coronel Lippi os recebeu.

-- Bem-vindos! Sigam-me!

Johan olhava desaprovado para Felicity e a mesma fechou a cara. Louise não sabia o que fazer. Sua vontade era se enterrar pra nunca mais olhar na cara de Gerd. Desde o dia que Facchetti entrou em sua vida, a garota sofreu dúvidas, mas parava quando pensava no capitão... E voltava a duvidar quando via o tenente alemão.

Gerd cumprimentou sério os italianos e as garotas. Lançou um olhar emburrado para Louise. Enquanto Colin se empanturrava com bolinhos da confeitaria e as mais jovens ouviam as anedotas dos soldados, Louise e Fefe se sentiram terrivelmente mal.

-- Não sei mais o que estou sentindo. – disse Louise num suspiro.

-- Eu sei. Tenho raiva daquele holandês de meia tigela! – resmungou Felicity. – Homenzinho orgulhoso!

-- Acho engraçado você falar dele. Pelo menos não achei desagradável o coronel.

-- Então o problema é comigo!

Não houve mais comentários.

Depois da reunião com Lippi, os soldados holandeses e alemães voltaram para o castelo militar ao norte. Johan e Gerd ficaram treinando.

-- Você viu a atrevida? – Johan golpeava a árvore com a espada, demonstrando raiva. – Jogando charme para aquele cérebro de minhoca do Buffon.

Gerd atirava no alvo. Em sua mente visualizou Facchetti e continuou a atirar. Johan parou o treino e viu o quanto seu amigo estava distraído. Só parou quando acabou as balas do revólver.

-- Desculpa, Johan. – Gerd parou e sentou na grama. – Não estou bem.

-- É claro que não está bem. Nós não estamos bem. – Johan se juntou a ele. – Você foi convidado para este baile?

-- Fui e não quero ir. Aquele chato de galochas... – resmungou Gerd.

-- Com certeza se não formos, seremos fuzilados. – avisou Johan. – É só uma dança, com uma dama qualquer e depois de volta para o castelo.

Antes de dizer mais, Johan avistou os oficiais italianos se reunindo, muito agitados e dois deles carregaram um enorme saco pingando. Eles cavalgaram. O holandês caminhou até o local e viu as gotas de sangue.

-- Johan? – Gerd também percebeu.

-- Desconfio destes carcamanos. Quer me ajudar em algo?

O tenente alemão concordou.



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E na noite do baile, as pessoas se mostraram animadas. E as moças ganhando seus pretendentes, como Marie Greyhound sendo cortejada por Uli Hoeness. Fefe e Louise e Fefe estavam em outro canto, admirando os convidados.

-- Que foi? – perguntou a galesa maior.

-- O capitão não veio. – respondeu a loira, decepcionada e em seguida sorrindo. – Preciso me animar.

-- Precisa mesmo. Estamos num local cheio de rapazes solteiros, bonitos e ricos.

Louise dançou com poucos rapazes. Fefe apenas conversava. Neste momento, os inquilinos também compareceram, como Alana Watson e seu pai, Andrew, junto com os amigos da filha, Edward Simons e Harry Daniels. Ambos acompanhados de suas esposas. Alana é solteira ainda e o pai vive arranjando casamentos para filha, todos fracassados. As liverpoolianas ruivas Donovan marcaram presença, junto com a família Jones. Edmund não tirava os olhos na belíssima arqueira Rosie.

-- Vou pegar uma bebida. – disse Vivian.

-- Certo, mas não demore. – pedia a mãe, sendo cortejada por um conde.

Quando avistou o único copo de xerez, Vivian tentou pegar, mas não conseguiu. Outra mão, maior do que ela chegou primeiro.

-- Hey! Eu ia pegar. – reclamou.

O dono ao avistar a ruiva, se encantou de imediato e arrependido, devolveu o copo ainda com o líquido.
-- Me perdoe, fraülein. – respondeu, com sotaque alemão.

-- Fica pra você. – Vivian foi embora.

E na mesma hora foi seguida pelo indivíduo. Ele não era tão atraente para Vivian. 

-- Me perdoa mesmo, fraülein. Fui muito indelicado. Eu trago outra bebida pra você.

-- Não quero mais. – negou a inglesa. – Vou voltar para minha família.

O alemão se decepcionou e outro o despertou com um tapa na cabeça.

-- O que foi aquilo, Dieter? – perguntou Uli, bravo.

-- Fui bem indelicado com uma moça. Não foi minha intenção.

-- Eu não sei porquê faz isso. Você tem uma noiva. Uma das irmãs da Anastacia.

-- Meu Deus! – resmungou Dieter. – Eu não amo essa garota. Não posso anular?

-- Fale então com nossos pais.

Dieter ficou sozinho, pensando sobre a situação.

No lado dos Monkees, Mike Nesmith flertava outra vez as garotas e nenhuma o queria. Sem querer esbarrou em uma, derrubando a taça.

-- Desculpa.

-- Me perdoa.

Eles se olharam. Mike não tinha visto algo parecido como aquela garota. Os olhos mais gentis, a pele branca e delicada e os lábios cheios. Eles não perceberam os empregados recolhendo os cacos de vidros.

-- Como forma de perdão, aceita dançar comigo, senhorita?

A garota, meio receosa, aceitou e foram juntos para pista.

-- Meu nome é Alana Watson.

-- Michael Nesmith.



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Um pouco longe do castelo Smith, o coronel Cruyff e o tenente Müller espionavam a tropa italiana para saber o que estão planejando. E até o momento, viram que os soldados carregavam vários sacos ensanguentados e um deles revelou uma mão. E parte da tropa transportava na carroça esses possíveis cadáveres.

-- O que faremos? – perguntou Gerd.

-- Vamos pegar um desses sacos, levar para o major Smith e o coronel McGold e explicaremos que é culpa dos italianos assassinos. – respondia Johan, ainda olhando todos pela luneta.

-- Johan...

-- O que foi?

-- Olha pra cá!

O holandês sentiu o cano de uma espingarda cutucar suas costas e se virou. Os carcamanos eram espertos e em grande número...



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O baile seguiu até o amanhecer e todos voltaram para suas casas e descansar. Louise acordou tarde, se juntando a família no desjejum. O pai lia o jornal calmamente e a mãe se servia de mais um pedaço de pão. Colin Black adentra o local e falou baixinho para tia. Mary bufou e em seguida olhou para os filhos e enteados.

-- O Sr. Black gostaria de uma audiência privada com Louise.

A menina cuspiu. De tanta gente que Colin poderia cortejar num baile esplêndido como dos Smiths, ele escolhe justamente ela? Não, não. Ela pensou.

-- Todos pra fora! – ordenou Mary.

Sob a ordem da matriarca, os filhos se retiram.

-- Espera... Por favor... Michael... me ajuda....

Mickey pensou em ficar, mas a mãe o arrastou para porta.

-- Dasha... – implorou a mais nova.

Natasha não teve escolha. E por fim o pai.

-- Pai?

-- Posso ficar, Mary?

-- Não!

Tony se retirou e olhou penosamente para a filha.

-- Desculpa.

Depois que o pai saiu, Louise saiu da mesa rapidamente. Colin ficou bem na frente dela e mostrou uma flor e uma aliança.

-- Srta. Louise, desde que entrei nesta casa, eu a vi como minha perfeita futura companheira para uma vida inteira.

-- Colin...

-- E estou plenamente convencido que casando com você, será de extrema felicidade. No entanto, devo pedir encarecidamente que abandone suas armas e habilidades de guerreira para a submissão conjugal.

Quando Colin disse isso, Louise mudou de expressão. De pânico para raiva.

-- O QUE DISSE?

-- De modo algum podemos ter espadas em casa.

-- Olha...

-- E neste momento... – Colin se ajoelhou, olhando apaixonado para a loira. – Quero expressar meus sentimentos da maneira mais intensa...

Louise respirava fundo e contava mentalmente até três... E mesmo assim não adiantava.

-- Louise McGold, quer se casar comigo?

Ela o olhou, sério, sem mostrar algum tipo de reação emocional.

-- Sr. Black, estou lisonjeada pela proposta. E minha resposta é não!

-- Não? – perguntou Colin, chocado.

E na porta, Mary entrou apressada. Ela ouviu toda conversa.

-- Lulu, eu insisto que se case com Sr. Black! – E olhando para o sobrinho, tentou embromar. – Não se preocupe, Colin. Ela vai cair em si.

-- EU JÁ DISSE QUE NÃO. “NÃO” É NÃO VOU ME CASAR COM ELE! – berrou Louise e saindo da sala.

Ainda pôde ouvir os gritos histéricos da mãe, chamando pelo seu pai. Os pais dela a seguiram a área arborizada que é usada para treinos. Louise socava o tronco.

-- Louise! Volte lá e se case com Colin ou nunca mais falarei com você! – ameaçou a mãe.

-- Já falei que não quero!

-- Sua mimada! – Se virou para o marido. – Fale com ela!

Tony pigarreou e disse:

-- Louise... Está diante de um dilema triste. Sua mãe não falará mais com você se não casar com Colin Black.

Lulu abaixou a cabeça, esperando o pior.

-- E eu nunca mais falarei com você, se casar.

Diante da afirmação, Lulu abraçou forte o pai e depositou um beijo na bochecha, para o surto e fúria da mãe.

-- Garota ingrata! Quem cuidará de você depois que seu pai se for e eu também? Vai morrer como uma solteirona pobre, mimada e patética! – berrou a mãe, embravecida. – Oh, Senhor! Onde foi que eu errei?

-- Qualquer coisa é preferível ou tolerável... a um casamento sem amor. Coisa que jamais vou aceitar!

Ela correu para o estábulo e montou na égua Andromêda, galopando rumo ao leste.

-- Louise, volte aqui! – ordenou o pai, sem sucesso.



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Ainda naquela manhã, na casa de Robb e Sophie McGold, os filhos tomavam café. Nora Smith passou a noite na casa deles pois estava impossibilitada de retornar com a família para casa e agora se sentava na mesa, entre a Felicity e Moses, seu primo.

-- Está tudo bem? – perguntou Fefe, preocupada.

Nora não conseguiu engolir o pão e correu para o quarto, vomitando tudo. Nenhum dos irmãos falou algo. Sophie chamou um médico para ver como ela estava. Louise chegou a cavalo na casa da prima e as duas se abraçaram. Ela contou tudo que aconteceu no café da manhã.

-- Casar? Com o Colin? – chocou Fefe. – E me admira ele pedindo que abandonasse as armas.

-- Mesmo se ele não pedisse, não ia aceitar. – disse Louise, enquanto tomava uma xícara de chá.

Bran estava na escrivaninha e Jon lendo um livro quando o mordomo da família anunciou a chegada de uma visitante.

-- A srta. Angela Smith.

Todos se olharam. E ficaram mais espantados com a aparência de Angie. Meio suada, com as botas sujas de lama.

-- Srta. Smith, veio caminhando? – questionou Jon.

-- Caminhei. – sorriu Angie e trocando olhares com Bran. – Como está Nora?

Fefe ia responder. Bran foi na frente.

-- Creio que ela está com febre. Mamãe chamou um médico.

Meia hora depois o médico da família chegou e verificou o estado de saúde de Nora. Sepp Maier também compareceu para cuidar de sua noiva. Angie recebeu roupas novas cedidas por Felicity e depois de trocar de roupa, foi até a sala conversar com ela, mesmo com Bran escrevendo ainda na escrivaninha.

-- Você escreve muito rápido, irmão. – comentou Fefe.

-- Estou apenas preenchendo listas e escrevendo cartas aos fornecedores de suprimentos do papai.

-- E cartas de amor para alguma mulher?

Bran suspirou.

-- Não tive oportunidade. – continuou escrevendo. – Talvez a moça que desejo não exista.

-- Ela tem que ser prendada?

-- Não quis dizer isso. – quase constrangendo o irmão.

-- Admiro a paciência de vocês, moças, de serem tão prendadas. – disse Moses.

-- O que quer dizer? – despertando a curiosidade em Felicity.

-- Ah, vocês pintam mesas, tocam piano, bordam almofadas. Eu nunca vi uma jovem que as pessoas digam que não é prendada.

-- Será que só eu acho que a palavra “prendada” é aplicada de forma tão frívola? – disse Bran, de forma seca. – Só conheço meia dúzia de mulheres que realmente sejam prendadas.

Felicity não disse nada, até porquê não concordou com afirmativa do irmão.

-- Você deve dar muita importância nisso. – disse Angie, ironicamente para Bran.

-- E dou! – concordou o jovem. – Uma moça deve ter conhecimento de música, canto, desenho, idioma moderno para merecer a palavra e algo em seu modo de andar. E além disso, aperfeiçoar sua mente com a leitura.

-- Não me admira que só tenha visto 6 mulheres prendadas. – Angie comentou e fechou o livro. – Se realmente viu.

-- É tão severa assim com seu próprio sexo? – perguntou Bran, quase largando a pena e parando de escrever.

-- Eu nunca vi tal mulher e se visse, com certeza não seria uma visão agradável.

Fefe e Moses riram com a resposta de Angie. E neste momento Fefe convida Angie para dar uma volta na sala. Elas caminham ao redor da sala.

-- Reconfortante, não é?

-- Sim. – concordou Angie. – Espero não atrapalhar seu irmão.

-- Bran está muito concentrado nas cartas. Mal pode acompanhar nosso ritmo.

-- Quem disse? – perguntou o irmão. – Não acompanho suas trocas de segredos contudo gosto de admirar o modo como vocês caminham.

Angie parou e olhou bem para Bran.

-- O que foi?

-- Estou procurando um defeito em você. É quase impossível.

-- As pessoas costumam me julgar pela minha sinceridade que tento ser menos ácido possível. Nem sempre sou assim. A partir do momento que alimenta conceitos errados a meu respeito, minha confiança é perdida.

-- Verdade. – concordou Angie, sorrindo. – Por isso notei que você é incapaz de tais coisas, apesar dos comentários contendo uma parcela de orgulho.

-- Talvez porque seja jovem demais para compreender tais coisas.

-- Não vejo a diferença de idade ser um empecilho. Apenas veja o que as palavras podem fazer.

Depois disso, Angie e Fefe sentaram no sofá e deixaram Bran escrevendo. O mesmo havia parado, mesmo segurando a pena, ele pensava....



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Perto do meio dia, Tony e Alexei se ausentaram de casa, seguindo para o norte. Ao final da tarde, um grupo de cavaleiros chegou à propriedade. Louise avistou o pai, o tio, Ned, Jacques o pai de Odile e Marie e Alexei. E havia mais. Eram o tenente Müller e o coronel Cruyff. Todos em casa avistaram e garantiram comentários e teorias. O tenente e o coronel dividiram o mesmo quarto de hóspedes e dormiram em camas diferentes. Ambos seguravam um contrato... de casamento.

-- Eu não acredito! – Cruyff teve vontade de amassar e rasgar aquele contrato. – Casar pra escapar de um interrogatório tudo bem. Mas tinha que ser... com ela?

Gerd não reclamava, considerando quem era sua noiva.

-- Meu Deus, se fosse com a Louise... ou com outra... Eu aceito com todo prazer.

O alemão não disse nada e continuava tirando sua roupa e indo deitar.

-- Você não fala nada.

-- Estou satisfeito com que me selecionaram. Pelo menos não é com a sobrinha sueca de minha mãe.

-- E ela sabe disso?

Gerd engoliu em seco.

-- Vai saber. Não agora.

-- E a garota sabe que você é... sabe... nunca fez? –- Cruyff ria a situação de Gerd. O tenente alemão nunca se relacionou intimamente com uma mulher.

-- Vou revelar pra ela amanhã e vamos dormir, Johan. Boa noite!

-- Boa noite!

Gerd dormiu, pensando em sua futura noiva. Johan imaginava a reação de sua futura noiva, que é a pessoa que ele menos suporta na vida.



Continua...

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

The Carnival is Over (Songfic)

Olá, pessoal!

Fiquei um bom tempo sem postar aqui devido que o notebook deu ruim. Mas agora retomo as postagens. E hoje teremos songfic nesta sexta-feira 13. Ela estava pronta desde ontem e hoje vamos conhecer. E também fazia uns 6 anos que não escrevia songfics. E a música em questão é da banda The Seekers. Boa leitura!



The Carnival is Over__ Maya Amamiya

Tiros e explosões. Pessoas se desviando, pessoas morrendo e feridas. Como foi que parou ali no meio do fogo cruzado, se perguntou. Ela sabia bem. Só não queria que fosse agora. Ela atirava contra os inimigos e se protegia atrás de uma coluna de concreto. Seu rosto, contendo escoriações e sangue misturado com suor e areia, representava medo. De não poder voltar para ela. Medo de não reencontrar ele. O homem que lhe deu uma chance para amar.

Say goodbye my own true lover
As we sing a lover's song
How it breaks my heart to leave you
Now the carnival is gone
(Digo adeus, meu verdadeiro amante
Enquanto cantamos uma música de amor
Como parte meu coração deixar-te
Agora que o carnaval se foi)
Em meio seus pensamentos, mais explosões ocorreram e mais perto dela. Louise correu para onde seus colegas se encontravam. Eles a mandaram recuar. Ela não pode ouvir e quando pisou mais uma vez, uma grande explosão aconteceu. Ela foi arremessada longe e caiu de costas. Sem forças para continuar ou se defender, fechou os olhos aos poucos e não pensou no pior. Contudo, desejou que seus colegas sobrevivessem. Uma lágrima caiu de seus olhos azuis e sorriu... A imagem dele estava mais viva do que nunca. Ele nunca a esqueceu.
High above the dawn is waking
And my tears are falling rain
For the carnival is over
We may never meet again
(Bem acima o dia está nascendo
E minhas lágrimas são chuva corrente
Porque o carnaval acabou
Talvez nós nunca nos encontremos novamente)
Foi no carnaval de Paris. Um verão muito agradável. Alice a levou para curtir pois Louise estava “presa” a uma vida burocrática desde que entrou no exército e sabia que sua pequena desejava entrar em ação.
-- Vou pegar uma bebida. – disse Alice.
Enquanto esperava, seu olhar encontrou com o dele. Ele usava uma camisa azul e sorria timidamente. Depois das bebidas trazidas, Alice fez as devidas apresentações. O rapaz era seu ex-namorado. No começo, Louise não concordava em se envolver com o ex-namorados. No entanto, Gerd provou que pode sim amar ela. Entre um dia e outro naquele verão, os dois se apaixonaram. Não havia nada que os impedia. Passaram os dias juntos. Até o dia da convocação dela em lutar no Afeganistão.
Uma lembrança que ela não perdeu. E por mágica, ouvia sua voz, mais nítido lhe chamando.
Like a drum my heart was beating
And your kiss was sweet as wine
But the joys of love are fleeting
For Pierrot and Columbine
(Como uma bateria meu coração está batendo
E seu beijo era doce como vinho
Mas os proveitos do amor são efêmeros
Por Pierrot e Columbine)
-- Precisa mesmo ir? – Gerd procurava convencer Louise a ficar.
-- É minha única chance. – ela arrumava sua mochila. – Gerd...
-- E se eu não te ver mais? – ele chorava. – Ursinha...
-- Não alimente esperanças. É o nosso último dia juntos. O carnaval acabou... Mas vou te amar pra sempre, meu ursinho.
Fizeram amor em sua última noite juntos. Gerd olhou a tatuagem no braço de Louise. Um urso marrom. Abraçou sua amada e prometeu a si mesmo que o dia que a reencontrar, seja pra sempre.
Now the harbour light is calling
This will be our last goodbye
Tho' the carnival is over
I will love you till I die
(Agora a luz do porto me chama
Este será nosso último adeus
Embora o carnaval tenha acabado
Vou amá-lo até que eu morra)

No meio da explosão, desejou não machucar o que está dentro dela. Até mesmo aceitava trocar sua vida pela outra que viria. Louise descobriu tarde sua gravidez de poucas semanas no hospital de campanha, entrou com pedido de transferência e antes que pudesse pedir baixa imediata, o ataque começou.  E agora poderia morrer e levar seu filho.... Ou não. Acordou. As luzes a ofuscavam e aos poucos ganhava consciência. Um quarto de hospital. E ela vestia uma roupa hospitalar branca. Gerd estava ali. Diante dela.

-- Eu morri? – perguntou a mulher, quase chorando.

-- Não.

Se abraçaram forte e ela tocou o ventre.

-- Ele ainda vive. Nosso bebê. Desta vez não vá, ursinha.

Ela não contestou. Juntos formarão sua família. E ela teria tempo para voltar a ação. Naquele momento, só pensou no seu amor e a vida dentro de si que foi plantada com muito amor.



FIM