sábado, 25 de junho de 2016

Stop! In Name of Love (12º Capítulo)

Olá!
Uma boa noite e demorou mas está aqui mais um capítulo da troca-destroca. Boa leitura!



Capítulo 12: She Hangs Out

Louise POV

Não dormi naquela noite. Mesmo que Davy e eu tivemos um bom momento na cama, pela primeira vez em toda minha vida, não me senti bem. Não sei se Davy percebeu (gostaria que não percebesse), mas passei a ser exigente na cama. Na hora da penetração, queria que fosse mais forte e principalmente que ele sussurrasse para mim. E eu desacostumei com a voz dele. Passei a preferir a voz grave e rouca de Gerd. Definitivamente não era normal.

Sai para o shopping e Davy para o estúdio. Quando fechou meio dia, liguei para ele.

-- Alô?

-- McCutie, sou eu. Estou ligando para te convidar para um almoço aqui no shopping Harrods.

-- Ah, está bem. – Pela voz dele, demonstrou uma má vontade. – Te encontro no restaurante italiano que eu gosto às 12h30.

Antes que eu pudesse dizer algo, ele desligou. Davy nunca foi de desligar na minha cara assim.  E lá fui eu no restaurante italiano. O meu tempo de espera? Foi de uma hora e meia. Fiquei bastante aborrecida. Davy sabe da minha impaciência e principalmente odiava que me fizessem esperar, por isso procurava ser sempre pontual. E pior, não me ligou para avisar de um imprevisto ou atraso. Nem sms ou mensagem no What’sApp.  Aquilo me enervou e sai do restaurante, bufando de raiva.

Para me acalmar, fui à livraria. Entre muitas estantes, encontrei o livro que marcou minha vida, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Quando ia pegar o livro, outra mão, só que maior, encostou com a minha. Olhei para quem é e advinha? O intérprete de Felix Helström ali. Segura a vontade de chamá-lo de misógino,  falei para mim mesma nos pensamentos.

-- Pode pegar. – Disse Gerd, com uma voz triste. – Vou encontrar outro.

-- Pegue você. – Eu entreguei o livro de boas. – Talvez a Di goste, já que ela é dada a leitura.

-- Acha que ela vai gostar desse livro? – Perguntou.

-- Ela é fã mesmo da poesia, mas tenta. – Eu sorri.

Me afastei dele e percebi o quanto ele estava bem decepcionado. Ele ligava e pude ouvir que sempre caia na caixa de mensagens.

-- Dianna, atenda, por favor. – Ele falava a mensagem. – Me desculpa por ter sido um grosso com você. Me perdoa.

O que pode ter acontecido com ele e a Di? Espero que não seja por minha causa. Naquele momento me arrependi de ter chamado Gerd de misógino. Fui conversar com ele.

-- Hey! – Ele me olhou. – Eu quero... Pedir...

-- Sobre a cena de agressão, olha, eu não sei o que deu em mim. – Gerd gesticulava e ainda falava. – Devo ter misturado meus sentimentos com atuação. E você não me ensinou isso.

-- Acidentes acontecem. – Me limitei a dizer isso.

Ficamos um pouco em silêncio e nos sentamos no sofá disponível da livraria.

-- Briguei de novo com a Dianna e a chamei de “hobbit mimada”.

-- Ah, Gerd... – suspirei pesadamente.

-- Desta vez eu fiquei com raiva. Porque eu fazia tudo por ela e não ganhava um reconhecimento. Às vezes me culpava se fiz algo de errado.

-- Não acho que deva se culpar. – tentei amenizar. – Gosto da Dianna, mas ela não é minha alma gêmea.

-- Então o que devo fazer? Já que você não me quis.

-- Gerd...

-- Você e o anão de jardim voltaram. Ele inclusive me deu um soco. Não nego que mereci mas...

Se calou e me encarou.

-- Vamos esquecer isso. Meu dia não foi bom. – pedi. – Eu preciso me alegrar.  Quer ajuda pra procurar um livro? Para Di?

-- Aceito.

Passamos o resto do tempo ali nas estantes, conversando e por vezes rindo. Pela primeira vez estava me sentindo bem com ele. Descobri que Gerd não é tão bruto assim e ainda sabe dar um pouco de alegria. Me perguntava o que Di esperava nele? Poxa, ele é tão perfeito... Será que toda essa perfeição não era o bastante?

De qualquer maneira, saímos da livraria, ainda rindo das historias engraçadas que um contava para o outro. E mal demos três passos e encontramos na rua, Dianna e... Davy? Os dois juntos?

-- McLovely? – indagou Davy por me ver com sacolas. – O que faz aqui?

-- Bem... – Fiquei um pouco com medo e lembrei-me da decepção deixada no restaurante. --- Eu fiquei te esperando por uma hora e meia no restaurante italiano, não comi nada e vim para a livraria pra passar o tempo. E acabei encontrando Gerd.

Davy pensou em dizer algo e Dianna ia abrir a boca pra falar, mas não deixei.

-- Mas antes que sua cabeça pense merda, só conversamos, compramos livros e outras besteirinhas.

Agora os dois não reagiram.

-- Certo... – Davy suspirou. – Então, vamos pra casa.

-- Ok...

E nos afastamos, Davy segurou minha mão e eu não quis. De qualquer maneira ele pegou de novo contra minha vontade. Voltamos para o apartamento e nada. Na minha impaciência e raiva não fiz o jantar e Davy encomendou uma pizza. Droga! E eu não estava com saco pra comer pizza. Liguei então pedindo comida chinesa. Quando fui guardar os livros, um pedaço de papel caiu no chão. Peguei e vi que era... O número do Whats do Gerd. Meu coração acelerou e sorri. Ainda bem que Davy conversava com Micky no telefone, comendo pizza e vendo TV.

Salvei o número no celular e já tratei de mandar uma mensagem, apenas como teste. E para minha surpresa, ele respondeu.

Hallo! Você demorou para me responder. Estava contando quantos minutos levará pra receber uma mensagem de você.


Meio convencido, agora vou responder.

Fiquei desconfiada. Davy poderia ter visto.


Até parece...

Quando a comida chegou, fiz a refeição na cama (sei que Davy proibiu comer na cama) e ainda digitava mensagens.


Estou meio ansioso para as próximas cenas.

A ansiedade dele é bem compreensiva.

Eu te entendo.

Quando fechou dez da noite, nos preparamos para dormir. Nem eu e nem Davy tivemos vontade de fazer amor e devo confessar que fiquei aliviada. Davy adormeceu fácil e eu peguei de novo o celular.

Quer jantar comigo amanhã?

O convite de Gerd me pegou de surpresa.

Mas onde?

Aqui no apartamento da Alice. Ela vai sair com aquele piloto sueco e deixou o apartamento para mim... e você.


Ah minha lua amada. Só você pra pensar nas coisas. Respondi na hora.

Que horas devo ir?

Venha às 20h.

Ok. Vou levar um vinho!

Desliguei o celular e dormi, sonhando com ele. No outro dia acordei cedo, animada e fiz o café pro Davy, inclusive fiz os famosos ovos mexidos da mãe dele, pois sei que meu McCutie adora. Espera um momento! Davy é “meu” McCutie? E o Gerd e sua animação? Melhor não pensar nisso. Davy até se surpreendeu com tamanha alegria, já que ontem tinha vontade de jogá-lo na janela. E tudo isso completou ouvindo Rolling Stones e Queen. Enquanto tomava banho me veio um pensamento relevante. Dianna. Desta vez não nego e devo parar de fingir. Mesmo que não ame o Davy daquela maneira antiga, ele ainda é meu amigo e sinto que aos poucos ele se afasta de mim e não é a Odile a culpa (como se a culpa fosse dela) e sim... da Dianna. Já me afastei por enquanto dela por causa da Emma, a girafa que luta mais que a Holly Holm (já que Fefe é praticamente a Ronda Rousey de cabelo preto), agora ela quer me afastar do Davy? ISSO NÃO!

Seguimos para o estúdio e ri sozinha. Lembrei da pergunta de Davy por conta do meu bom humor misterioso e eu justifiquei que era melhor esquecer. Chegamos lá e fomos atacados pelos dois produtores, Bob Rafelson e Bert Schneider.

-- Graças a Deus encontramos vocês. – Rafelson parecia desesperado. – Falta aqueles três atrasados mas ao menos estão aqui vocês dois.

Nem deu tempo de subir no outro apartamento pra falar com Odile. Rafelson e Schneider já nos disseram que os Monkees gravarão um vídeo clip e a música escolhida é She Hangs Out.

-- Certo, Sr. Rafelson mas agora Davy e eu precisamos trabalhar. Temos uma sessão fotográfica. Vamos, Davy?

Davy olhava fixo pra xícara do Schneider. E quando ele fica com olhar perdido é porque pensava em outra coisa. E isso definitivamente me irritava.

-- DAVY! – gritei.

-- O que?

-- Vamos subir! Pra sessão de fotos.

-- Ah sim. – ele sorriu amarelo. – Desculpem.

E fomos para o outro apartamento e conheci a fotógrafa Emily Fitzwilliam, que trabalha na revista Vogue da Inglaterra. Ela é prima de Fanny, uma das amigas de Fefe. A sessão de fotos era pra divulgar o filme e o elenco se vestiu com as roupas do figurino feito por ninguém menos que Chelsea O’Malley e Holly Grey. No meu caso, minha personagem, Poppy, usa vestidos floridos e cores mais alegres como sua personalidade. Dianna apareceu no camarim junto com Odile, Fefe, Nora, Rosie e Marianne.

-- Meninas! Vamos dar as boas vindas para Marianne Jones. Ela e Bobby Moore acabaram de integrar o elenco!

Aplaudimos. A personagem de Mari era de uma colega comum de Poppy e namoradinha ninfeta do personagem de Bobby Moore, que aliás, ele será Harry, o tio da protagonista e o único da família dela que sabe do romance da sobrinha com o professor alemão. Troquei de roupa e abri um pouco a porta. Os rapazes faziam as poses e tudo mais nas lentes. Na vez de Gerd, abri um sorriso. Cada vez mais esse alemão que parece um urso me fascina. Alguém me cutucou. Era Dianna.

-- Ai, Di! Que susto! – imagina se eu suspiro e falo o nome dele. O que ela ia pensar?

-- Desculpa... Está tudo bem? – ela sorria também.

-- Estou legal. – fechei a cara e voltei para o camarim.

Minutos depois foi minha vez e das garotas. Cada uma fazia uma pose. No meu caso tinha de ser uma estudante.

-- Louise, agora deve ficar perto do Gerd. – ordenou Emily.

O problema era olhar pra ele sem rir. Só de lembrar-se das histórias engraçadas contadas ontem na livraria me dava vontade de dar risada.

-- MAS QUE PORRA É ESSA? – Felicity perdeu a paciência. – Vocês parecem hienas. Não param de rir.

-- Gerd, para de fazer graça pra Lulu. – pediu Franz.

-- Não é isso... – definitivamente ele também foi tomado pelo senso hilariante.

-- Gerd, olha pra mim. – eu também ria mas tentava ficar séria. – Presta atenção. Ouça, morda a ponta da língua.

-- Pra quê?

-- A dor retira a vontade de rir. – respondi.

E ele fez o que mandei e voltou à postura séria.

-- Obrigado! – me olhando com certa intenção.

-- De nada.

Na vez de Davy e Di percebi os olhares. Agora o riso pra mim se foi sem que eu mordesse a língua e depois disso fui dizer pra ele.

-- Preciso falar com você quando chegarmos em casa.

Almoçamos juntos no estúdio com toda equipe. Não aconteceu nada de anormal, exceto que Peter olhava pra Fefe como um cachorrinho indefeso, mesmo com a Erin ao seu lado. E Felicity estava mesmo decidida a não querer mais o poetinha. Tanto que ela digitava no celular sem parar. Como estava ao lado dela, perguntei.

-- Tá falando com seu carcamano? – achei mesmo que fosse o Buffon, o goleiro da Juventus.

Fefe suspirou e respondeu.

-- Johan Cruyff.

Peter cuspiu o suco, assustando Erin e o pessoal.

-- Me engasguei. – ele disse.

Ri um pouco da cara dele e Felicity se divertia mais ainda, contudo, tinha pena dela. Ela realmente gostava de Peter. Na verdade ela o ama. Já vi Fefe chorando pelos cantos e falando sozinha o nome do Peter e isso na época que ele estava com a Erin.

Depois do almoço Rafelson arrastou os Monkees e eu para o outro estúdio. O inicio da gravação do vídeo clip e iria ser gravado uma tomada só. Ou seja, sem erros. A banda ficaria num palco tocando e as chamadas “monkees girls”, no caso Erin, Emma e eu (não quero ficar perto dessa Holly Holm) teríamos de dançar com a música.

How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
You know you'd better keep an eye on her (eye on her, eye on her)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

I heard you taught your sister the bugaloo (bugaloo, bugaloo)
I heard you taught your sister the shigaling too
(shigaling
too, shigaling too)
Well, she can teach you a thing or two (a thing or two, thing or two)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

Well, she hangs out, hangs out
every night, every night
You know you best get down here on the double
Before she gets her pretty little self in trouble
She's...so fine...so fine

I say, how old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
You know you'd better keep an eye on her (eye on her, eye on her)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

She's very, very, very, very, very fine
And she's gonna be mine, so fine
She hangs out
She hangs out

Olhei para Dianna e pela cara dela, não gostou. Desculpe, amadinha. Uma coisa é perder o Davy no amor, agora na amizade, jamais! Porém, quando olhei para Gerd, ele também gostou. Ok, isso machucou. Não deveria ser egoísta mas quando se trata dos meus amigos fico tão assustada. Continuei dançando, sorrindo e por dentro magoada.  Quando terminou, Peter teve de retornar para o estúdio de cima. Ele finalmente vai gravar a cena com Fefe e Erin o seguiu. Dei risada. A prima da Dianna seguia Peter feito a Yoko Ono com John Lennon, credo!

E na hora de arrumar minhas coisas, o celular vibrou. Era Gerd. E advinha?

Melhor não vir hoje à noite. Não estou bem.

Certo. Meu lado egoísta estragou o dia de hoje. Então fui pra casa, sozinha. Davy também apareceu no apartamento, abalado. Agora eu tinha de falar.

-- O que está havendo, Davy?

-- Como assim? Havendo? Nada! – ele ignorava.

Joguei minha sapatilha na parede.

-- PARA COM ISSO! – berrei, chorando. – Eu percebi tudo. Davy você está se cansando de mim? Até como amigo?

-- Não... – parece que ele se tocou. – Eu...

-- Eu vejo como olha pra Dianna, seu obcecado. Você a prefere a mim. E prefere não ser mais meu amigo por inúmeros motivos.

-- McLovely... Eu nunca quis isso. Não pense assim.

-- Para, Davy... – disse numa voz baixa. – Vou dormir.

Ele optou por dormir na sala e eu fiquei sozinha. No celular sem mensagens. Não dormi naquele dia e só às cinco da manhã consegui. Acordei eram dez da manhã e bem atrasada. Tomei banho rápido e me arrumei meio desleixada. Apenas passei um gloss rosa. Cheguei ao estúdio e me deparei com o terror. O que fizeram com o estúdio improvisado da Odile? E ao fundo surgia Davy e Micky, segurados por Nez e Peter e no outro lado, Sepp, Franz e Michael segurando Gerd e ele parecia um urso furioso. Santo deus! O estúdio da Odile ficou um caos só. Olhei para Mickey e todos nos olhamos, como num impasse mexicano, segundo os filmes de Quentin Tarantino.

-- Não vamos contar para Odile, está bem? – pediu Franz para todos.

Obviamente não contamos, mas detestava esconder isso de minha amiga. Ajudei o pessoal a “limpar” a bagunça. Gerd parecia zangado.

-- Aquele anão impertinente! – ele quebrou um cabo com as mãos, pura raiva. – Se safou muito bem, mas na próxima não deixarei barato.

-- Quer parar com isso? – já estava enervada com as reclamações dele. – Já basta o estrago que causou?

-- Agora a culpa é minha? A culpa de tudo é minha? Poderia ser das estrelas mas não. Hoje é o dia que Gerhard Müller é julgado culpado!

Agora Gerd se irritou e continuou a falar pelos cotovelos. E eu? Só fiquei olhando aquela cara dele de vítima.

-- Já acabou, Gerhard? – perguntei em tom blasé.

-- Não! Porque quero jogar nessa carinha de anjo o quanto você é detestável.

-- Mas que engraçado! Até dois dias atrás você era o piadista, o cão arrependido e abandonado e agora vem me chamar de detestável? – encarava Gerd e o olhava firme. Adoro encarar as pessoas altas assim.

-- Detestável sim! Ainda mais quando esqueceu o convite.

-- Espera aí, seu alemão grosseirão! – arregalei os olhos e fechei a cara. – Você mesmo mandou mensagem cancelando nosso jantar.

-- Não fui eu.

-- Canalha! – dei um tapa no rosto dele. – E ainda é bem mentiroso. Olha aqui, veja!

Mostrei na tela do celular a mensagem. Ele viu e depois se espantou.

-- A mensagem veio do meu celular mas eu não mandei!

-- Baita desculpa...

-- É sério!

-- Não acredito em você!

E sai do estúdio.


Gerd POV

-- O que foi aquilo? – perguntou Franz. – Sorte sua do anão inglês e os macaquinhos não terem visto a discussão.

-- Discuti com Louise. – justifiquei. – Joguei a culpa nela e principalmente por ela não ter aparecido ontem no apartamento. Ela disse que recebeu uma mensagem no celular com meu número, dizendo que foi cancelado mas eu juro que não enviei mensagem alguma.

-- Deixe-me ver.

Franz verificou o horário da mensagem enviada, pensou um pouco e por fim disse.

-- Tem certeza que não foi você? Não escreveu e de repente sem querer apertou o botão de “enviar”?

-- Absoluta.

-- Ouça, este estúdio tem algumas câmeras de monitoração. Ninguém, exceto a Odile e eu, sabem da existência disso. Vem comigo.

Franz ligou o notebook de Odile, já com a internet conectada e acesso as câmeras. Observei cada detalhe quando ele colocou nos vídeos da data de dois dias atrás com os horários mais aproximados do envio da mensagem e para nossa surpresa, vimos uma pessoa mexendo na mochila de Gerd quando a gravação do clipe dos Monkees terminou. Foram apenas cinco segundos. Pausei o vídeo.

-- Ele! – apontei. – Foi ele. O loirinho que é amigo do Davy.

-- Fala do Peter Tork?

-- Esse mesmo!

Agora tudo fazia sentido. Será que Davy tenha mandado Peter fazer isso? Sendo assim... o anão sabe... E Louise está encrencada.

-- Vou acabar com o loiro!

-- Já está com certa... má fama e quer piorar mais ainda?
-- Franz, ele...

-- Eu sei, agora nosso foco é como vamos dizer para minha namorada que o estúdio.

Não demorou para Odile surtar, brigar e jogar a culpa em todos. Confesso que agora mereci mesmo pela causa de tudo. À noite recebi um email de Odile, avisando sobre os custos de tudo. Isso pra mim não era um problema e sim como recuperar Louise?


Felicity POV (No dia anterior)

Após a gravação do clipe dos Monkees, tive de esperar um pouco mais por Peter. Aproveitei esse tempo de espera para repassar as falar na minha personagem Sabrina Franklin. A cena consistia num encontro no restaurante onde ela e Gene, seu amigo, iriam conversar livros e no final acabaria com um beijo e, claro, com cena de sexo. Segundo o caderno de roteiro, também está especificado que deve ser o mais real possível. Será que foi dessa maneira que Lulu e Gerd reproduziram daquela maneira? Porque realmente eles estavam mesmo trepando nas câmeras.

Neste momento Peter apareceu, um pouco feliz e atrás dele, Erin. Coitada, acho que ela queria estar no meu lugar. Tive pena dela por ter feito o que fiz e sobre o beijo que vi, deixou claro que eu não deveria ter roubado o Peter.

-- Está pronta, Fefe? – perguntou Odile, sentada na cadeira de diretora.

-- Sim.

-- E você, Peter?

-- Estou. – respondeu Peter, bem agitado e me olhando com certa ternura.

-- Ok. Michael, já mostre a claquete.

Mickey apareceu com aquele negócio na câmera.

-- Cena romântica de Gene e Sabrina, tomada 1!

-- Ação! – gritou Odile.

A cena começa com Sabrina aparecendo no restaurante e já toca Baby It’s You, da cantora Smith. O jeito como ela caminha enfeitiça Gene e ela sentou na mesa com ele. Fazem os pedidos e conversam pouco. Esse pouco é preenchido com silêncio, parecendo que tanto Sabrina quanto Gene querem ouvir a música que toca no jukebox.

-- Adoro essa música. – disse na forma de Sabrina.

-- Eu também. – concordou Peter, como Gene.

Trocamos um olhar intenso. Fiz algo que não estava no roteiro. Toquei os lábios de Peter e ele os beijava e sugava um pouco na boca. Por fim completou.

-- Estou louco por você... – notei ai que ele ia dizer meu nome, mas demorou uns segundos. – Sabrina. Sempre a desejei mais do que um amigo. Seja minha. E você não terá motivos para se arrepender.

Quando afastei a mão, Peter agarrou meu pulso, com um pouco de força. Surpreendi-me ali.

-- Aquele beijo que viu foi meu pior erro. Nunca trai e se te escolhi, foi porque te amo pra valer, minha supernova!

Esta última fala também não estava no roteiro e não tive tempo pra pensar ou ver o que os outros achavam.

-- E quem garante que você não é um buraco negro que vai engolir minhas estrelas novas? – perguntei mas não estava no roteiro.

-- Porque se eu fosse, não declararia isso e não a deixava viver em seu esplendor. – pegando minha mão e a beijando.

A declaração de Peter foi tocante. Não é a toa que ele é o poeta. E por fim aconteceu o beijo, tão ardente, cheio de paixão. O beijo foi tão forte, envolvente e demorado que não ouvimos o grito de “corta!” da Odile. Meu primo é que teve de nos separar.

-- Ficaram surdos, é? Já acabou!

Estranhei um pouco e Odile explicou.

-- Vocês não falharam. A cena ficou ótima mas terei de avisá-los que o tempo expirou. Vamos deixar a noite de amor de Gene e Sabrina para amanhã. Pode ser?

Trocamos um olhar significativo. Sorri para Peter.

-- Por mim, está bom.

-- Concordo com a Fefe. – aceitou Peter.

Depois disso Odile chamou Nora e Sepp para gravar. Deveria ser o Best e Rosie contudo, ultimamente ela não tem se sentido bem, o que é meio suspeito.

-- Quer ensaiar comigo, na minha casa? –convidei Peter.

-- Só nós dois? – ele se animou.

-- Sim!

Trocamos outro beijo e ele foi embora. Quando voltei para o camarim, encontrei Erin, me olhando feio. Me aproximei dela.

-- Ponha uma coisa nesta sua cabecinha. Peter não agiu como Davy. Antes que pergunte, sim, estou sabendo que ele está saindo com sua priminha nanica maldita! Agora caia fora antes que eu dê um bom chute em você, senhorita!

Ela saiu da minha frente e ainda Emma estava lá, ouvindo tudo.

-- Não trate a Erin desse jeito!

-- Ela está merecendo. – respondi para Emma. – Ou por acaso se esqueceu o que você fez com a Louise?

Agora Emma recuou. Aos poucos refletia se valia à pena continuar com a loira, sabendo que ela é amiga de duas garotas que passei a odiar. Melhor esquecer isso e me focar somente hoje à noite...


Louise POV

Se passaram dois dias após aquele incidente do estúdio. Davy, Micky e Gerd conseguiram pagar pelos estragos e minha convivência com meu McCutie se tornou bem delicada. Continuávamos nos falando mas bem pouco. Ao mesmo tempo me odiava. Odiei a mim mesma por trair Davy com Gerd, odiei o fato de ter ouvido de todos que a cena de sexo que gravei foi realista demais, odiei Davy por criticar Odile, odiei minhas tentativas infrutíferas de reconquistá-lo, odiei tudo. E por conta de meu erro, estou perdendo-o para Dianna. Mas também devia ficar brava com ela. Gerd se mostrou dedicado a ela e o resultado? Olhando somente para meu namorado. Mas também Gerd é outro culpado. Nunca deveria ter me olhado, me beijado. E agora... me pego absurdamente apaixonada por ele e sou correspondida.

Naquela manhã fiz o café da manhã normalmente e Davy arrumava as malas. Outra vez penso que ele vai me deixar pra morar com Peter.

-- Hoje começa a turnê, McLovely. – ele disse, meio triste.

-- Durará quanto tempo? – perguntei enquanto preparava uma torrada para mim.

-- São quinze dias. De Londres, iremos agora para Amsterdã, Roma, Madri, Berlim, Estocolmo e pra encerrar é em Paris. E depois volto para Londres para mais gravações de músicas pra trilha do filme da Odile.

Ficamos um pouco em silêncio e continuei com o café.

-- Vem comigo! – ele tocava minha mão e me olhava como se estivesse desesperado. – Vamos reacender tudo, Louise. Nossa amizade, nossa paixão...

Davy pegava minha mão e a beijava igual ao cavaleiro Danceny, quando cortejava Cecile. Fomos para o quarto e aconteceu.

Nosso beijo foi calmo e se transformou em algo sensual, a ponto dele sugar meu pescoço como fazia antigamente. Abriu meu robe e tocou meus seios e gemi.

-- Davy... – tentava negar isso mas, era impossível. – Você vai se atrasar...

-- O vôo sai às 11h. – respondeu quando me deitou na cama e tirou minha calcinha. – Ainda é cedo, McLovely... Vamos aproveitar.

Davy fez sexo oral de forma incrível e com vontade, me fazendo gritar e puxar sua cabeça para continuar.

-- Lembra quando gravamos aquela minissérie Fight For The Glory?

-- Sim... oooooh... Davy... – a minissérie meio erótica romana onde Davy era o guarda Marcus e eu era Lucretia, a melhor amiga dele e por vezes amante, mesmo ela casada com o general Vetius.

Quando parou, Davy se despiu, deitando por cima de mim e me penetrando com aquela vontade. A cada movimento era prazeroso. Abracei o corpo dele bem forte e olhei em seus olhos. Não vi Davy... E sim... Gerd. O urso alemão. O amor germânico de Lucretia, o gladiador Darkian, imaginei ser o jogador alemão. Alto, musculoso, poderoso.

-- McLovely... meu amor... – Davy sussurrou bem sensual e lambeu minha boca.

Apesar do sussurro, tinha mesmo de admitir que a voz de Davy para mim foi desacostumada e queria ter ouvido o timbre rouco e perfeito de Gerd com seu sotaque alemão chamativo.

-- Ursinho! – apertei Davy, incitando para mais estocadas. – Mais forte!

Davy foi mais rápido e forte, fazendo a cama ranger.

-- Minha leoazinha! Aaaaaah!

Estranhei um pouco ele me chamar de leoazinha. Na verdade não gosto de ser tachada como leoa... E depois... veio o orgasmo.

Ficamos vinte minutos na cama e Davy tomou banho e eu me vesti, um pouco sem jeito. Pela primeira vez fiquei tímida diante dele mas não era Davy que desejava e sim Gerd. Ao sair do banheiro, ele se vestiu e me olhou.

-- Eu não vou. – recusei. – Eu quero ficar em casa, sair com meus amigos. Não se sinta ofendido.

Davy fez cara de quem não gostou. Era raro eu recusar viajar com ele nas turnês. E quando isso acontecia, era sério.

-- Você não me perdoou?

-- Eu quero pensar melhor. – justifiquei e peguei a mala dele, entregando em suas mãos. – Se foque na turnê. Vai se sair bem.

-- E quanto às mulheres? – ele tentou me provocar, pra ver se me fazia mudar de idéia.

-- Mato todas, sem exceção! – falei friamente. – E também não quero olhar na cara da Emma Carlisle sem lembrar-se da surra que levei.

-- Emma não vai. – garantiu Davy mas eu sei que ela vai. – Pedirei pro Micky em não levá-la.

-- Mas aí  vai dar na cara que foi por minha causa. E advinha, vou levar outra pancada daquela... daquela giganta!

-- Lulu...

-- Por favor, David Thomas Jones. Não force a barra! Faça boa viagem!

Nos despedimos de forma discreta e ele embarcou no carro de Micky. O resto do dia passei só arrumando o apartamento. Quando Davy falou nas mulheres, não só lembrei das fãs fervorosas mas também... da Dianna. Se Davy quisesse me trocar, seria melhor pela Talia Hayes, a atual namorada de meu primo, Colin Black. Tirei esse pensamento da cabeça e passei o resto do tempo “maratonando” minhas séries favoritas. Foi à noite que recebi uma mensagem de texto...

Sei que está um pouco brava comigo por conta do falso cancelamento do nosso jantar, mas peço que me perdoe por te ofender. Me redimi com todos. Quer viajar comigo para Alemanha amanhã?

Viajar para Alemanha? Já me basta Davy tentando me arrastar pra turnê dos Monkees agora isso? Respondi.

Não. Mas aceito seus argumentos pra me convencer.

Ele levou alguns minutos para digitar. Prevejo um texto.

Dianna não vai comigo. Ela quis viajar com Emma.


Não me convenceu!


Eu quero você perto de mim. Quero te conhecer melhor, como pessoa. E essa viagem vai ser boa. Terei amistoso contra Suécia. E podemos ver Alice.


Ok, agora estou me entregando. Também pensei por outro lado. Não conheço direito a Alemanha. Sorri com a possibilidade e também vai ser bom para conhecer o urso.

Que horas é o vôo?



Por volta das 10h.



Venha ao meu apartamento às 8h.


Agora era só esperar pelo dia seguinte...


Continua...

domingo, 12 de junho de 2016

Sunrise (Grindhouse Mix - 8º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa tarde e hoje trouxe de volta Sunrise. Mudei umas coisas. Hoje deveria ser uma fanfic fofa e bem romântica por ser dia dos namorados mas esta autora (mesmo eu tendo um namorado) infelizmente não tá no clima. Então vamos conferir o novo capítulo!



Capítulo 8: Satisfação

Uli estava chocado com que ouviu de Marie. Ela propondo algo daquele tipo... Era demais pra ele. Olhou pra janela e tentar encontrar uma resposta e possivelmente enganar sua cabeça, dizendo para si mesmo que tudo é um engano. Mas não é...

-- Infelizmente não posso aceitar isso! – Respondeu, suspirando depois. – Uma coisa é ter de aceitar você e Irene, agora quer viver comigo... e com um jogador de rugby?

-- Uli, sabe que eu te amo e muito. Nunca vou te abandonar mas...

-- Mas nada! – Ele recusou carinho. – Escolha! Ele ou eu e escolha bem, kleine blume!

-- Uli eu te escolhi! – Marie chorava e abraçava o namorado.

-- Não parece! Você me vem com uma conversa, de que se apaixonou por um jogador de rugby e que gostaria de viver comigo e com ele sob o mesmo teto! Você... se deitou com ele?

-- Uli...

-- Me responda!

-- Eu saí com ele umas três vezes e quase fomos pra cama. – Admitiu por fim. – Mas não me entreguei por sua causa. Por favor, me perdoa.

-- Te perdôo, mas digo não sobre isso. – Disse Uli, decidido.

-- Mon amor, eu te amo e vou amar vocês dois...

-- É ele ou eu!

Marie se calou e chorou. Ela pensou em dizer algo, mas qualquer coisa que dissesse, faria Uli pensar o contrário e o silêncio já se tornou sua resposta.

-- Acho melhor eu ir embora... – Ele entrou no quarto e ficou arrumando sua mochila e mala, guardando o necessário.

Na saída, Marie tentou agarrar o namorado.

-- Uli, não vá, por favor! Eu te amo....

-- Adeus, Marie!

Ele embarcou no carro e pegando o smartphone, discou um número.

-- Alô, Rosie? Sou eu... Escuta, você ainda mora com a Nami? Não? Me dá seu novo endereço. Longa história...

Uli anotou tudo no seu bloco de notas e seguiu rumo ao endereço dito.

Felicity esquentava seu almoço no microondas. O trabalho na Rolling Stone estava bem agitado. Quando olhou para a janela, ela se lembrou de algo, referente aos tempos de solteira e principalmente, com Gerd...

FLASHBACK ON

Já fazia algumas semanas que ela e Gerd tiveram sua noite de amor, na festa a fantasia com temática cinematográfica. Marie naquele dia chegou no prédio, bastante animada.

-- Sereia! Minha amada sereia! – Marie chamava Felicity de Sereia por conta da relação bissexual que elas mantiam. – Uli me pediu em namoro e eu aceitei!

-- Oh mon cheri! – Ela beijava Marie e agarrou a francesa, deixando-a erguida. – Sempre soube que vocês combinam.

Elas se beijavam até que Fefe parou no meio das caricias, um pouco abalada.

-- Sereia...

-- Desculpa, mon cheri... Eu não estou legal.

-- Quer me contar?

-- Acredita que até hoje não esqueci aquele jogador? Sei lá, cada vez que o vejo, sinto vontade de querer provar mais... dele... me entende?

-- Está viciada num cara chamado Gerd Müller! – Confirmou Marie, afagando os cabelos negros da galesa. – Não tenha vergonha, invista nele, dê uma chance a ele. Sei que vai gostar e dizem que ele é um tesão!

Elas riram disso e Fefe arquitetou um plano perfeito...

-- Tem certeza, amor? – Lily receava que o plano de sua amada daria errado.

-- Sim... tem tudo pra dar certo. E hoje você vai ficar com seu amado Franny Lee!

Com a saída de Lily, a galesa preparou tudo. A mesa, o jantar a luz de velas e uma música pra animar os dois. Como não sabia direito o gosto musical de Gerd, arriscou em colocar uma do Barry White, pois na época de namoro com Paul McCartney ela sempre ouvia.

Porém... naquela noite, tudo deu errado. Gerd não compareceu. Felicity se entristeceu mas não se abalou no dia seguinte.

-- Sepp me contou que viu ele com a Irene... – Comentou Nora, massageando os ombros de Fefe.

-- Maldita seja ela... – Resmungou Fefe. – Eu juro que estou suportando ela por causa da Marie. Se não fosse por isso eu mesma teria acabado com a raça dela!

-- Relaxa, amor! – Beijando a galesa maior. – Esqueça isso, vamos sair hoje a noite? Quero ir naquele clube de jazz.

-- Você nunca foi de gostar de jazz. Por que agora?

-- Estou expandindo os ares, meu amor.

Fefe pensou em recusar porém Nora foi mais insistente e cedeu. Mesmo num lugar aconchegante, a galesa não estava bem.

-- Nora, eu não estou bem, melhor ir embora. – Anunciou Fefe.

A amiga compreendeu e como estava acompanhada de Sepp, acabou permitindo e Fefe pegou o carro e seguiu para o estúdio fotográfico. Poderia muito bem ficar no apartamento. Ela optou em ficar no estúdio e deixar o apartamento para Lily e seu amado jogador Francis Lee. Naquela noite ela tentou dormir no sofá confortável quando ouviu batidas na porta. Achando se tratar de Nora ou Lily, ela abriu e deu de cara com ele.

-- V-você? – Fefe não acreditava que o jogador estivesse ali no meio da noite. – Como soube que eu estava aqui?

-- Me disseram que você estaria no novo Jazz Club --- Ele respondia e entrava sem a permissão da dona e ainda trancou a porta. -- E como não te encontrei, pedi o seu endereço a namorada do Sepp.

-- Droga, Nora... – Fefe reclamou um pouco e em seguida olhou para ele, séria. – Agora saia do meu estúdio! Estou cansada e quero acordar focada!

--Bem... Eu entendo você perfeitamente... – Gerd tirava a camisa, seguidamente os sapatos, a calça e ficando de cueca boxer preta. – E sei o quanto está decepcionada comigo.

-- Peraí... eu... – Fefe não conseguia falar por prestar atenção da beleza germânica que ele emana e principalmente... das pernas dele.

-- E eu tenho.... A... solução! – Mal terminou de falar e Gerd se livrou da peça íntima, chocando Fefe.

Ela olhava pro jogador com mistura de incredulidade e um pouco de receio e excitação. E aquela mistura de sentimentos foram o bastante para causar a explosão. A química entre eles. Fefe jogou  Gerd no sofá e ali mesmo se entregaram de modo selvagem o que ambos já fizeram, no carro semanas atrás...


FLASHBACK OFF

Seus pensamentos foram interrompidos com a chegada súbita de Marie, chorando.

-- Fefe... – Elas se abraçaram. – Uli me deixou!

-- Mas por quê?

-- Eu... Eu....

-- Marie, você não o traiu?

Elas trocaram aquele olhar de dúvida e a francesa contou toda a verdade, deixando a galesa nervosa e irritada por dentro.

-- Olha... dê um tempo no Uli. Sei que vocês se amam mas pra ele foi um choque. Onde já se viu, viver com dois caras? É normal que ele se sinta assim. Porém, como ele te ama, vai pensar sobre o assunto com mais calma e sugiro que não o procure por enquanto!

-- Não o procurar? Mas Fefe...

-- Se for atrás dele vai ser pior e aí sim não voltam. E você também reflita sobre o assunto! – Disse por fim no intuito de encerrar o assunto.

Marie outra vez chora e Felicity se dando conta do que fez, pediu desculpas e consolou a amiga.

Marianne comprava mais flores para Anastacia e quando viu as rosas vermelhas, lembrou-se de Rosie. Os cabelos vermelhos caindo nos ombros dela como cascata e os olhos verdes tão brilhantes como a esmeralda. No mesmo instante que saia da floricultura, avistou a amada ruiva... acompanhada de Olivia Jones.

-- Minha irmã e a Rosie... – Ela não acreditava no que via e ainda sua irmã beijava Rosie e as duas se entendiam perfeitamente.

Quando chegou ao apartamento, Mari guardou as flores no vaso com água e em seguida Olivia apareceu, feliz.

-- Como você está, irmãzinha? – Abraçando Mari.

-- Um pouco bem... – Ela se afastou da irmã. – Quando você chegou?

-- Faz poucos dias. Por conta de uma apresentação da orquestra.

– São pra ela, não é? A russa.

-- Sim...

Olivia suspirou pesadamente e balançou a cabeça.

-- O que você viu naquela mulher? Ela é perturbada e vai te levar a ruína, Marianne.

-- Ei! Não fale assim da Ana. Eu a amo muito!

-- Ama mais que a Rosie? – A pergunta de Olivia pegou Mari de surpresa. – Pelo seu silêncio, parece que sim. Eu me recuso a acreditar que você fez isso com ela. Rosie dedicou tudo pra você e o que faz? Esconde dela sobre essa russa e ainda transa com ela na sala, fazendo com que Rosie veja.

-- Eu...

-- Marianne, não negue! Ela me contou tudo. Por isso ela te deixou! E sem falar que você só falava na Ana pra lá e pra cá. Eu juro que se eu encontrar essa princesa russa, eu mato ela!

-- Olivia, eu não vou permitir! – Marianne não queria que nada acontecesse com Ana.

-- Tudo bem. Fica com ela. Não vale mais a pena discutir com você sobre isso. Mas aviso de uma coisa. Eu e Rosie estamos finalmente juntas.

A notícia soou como um soco em Marianne. O que ela viu de manhã, era verdade. E ainda por cima, sua irmã confirmava tudo.

-- O que? Vocês...

-- Sim! – Ela pegava a bolsa e caminhou até a porta. – Estamos juntas há três dias. Pouco tempo mas sinto que estamos nos entendendo.

-- Sai daqui, Olie! – Ordenou Marianne. – SAI DAQUI!

-- Agora quer me expulsar? Porque sua ruiva me quer? Você mesma provocou isso Marianne Veronica Jones! Você a magoou e agradeça a Anastacia por isso!

Olivia foi embora, deixando Marianne chorando. Uma hora depois Ana chegou em casa encontrando a amada naquele estado emocional.

-- Amor... – Correu para consolar. – O que houve?

-- Ana, minha irmã... ela e Rosie...

-- O que têm elas?  -- Indagava Ana, tentando consolar Marianne.

Não obteve respostas. Elas jantaram calmamente e inclusive Paul participou, mas nada foi como antes. Para deixar as duas mais a vontade ele se retirou.

-- Eu vou visitar Louise e depois vou pro meu apartamento. – Beijou rápido a escritora. – Me avise de qualquer coisa.

A noite foi desastrosa. Ana fazia sexo oral do jeito mais gostoso e natural e beijava o corpo delicado dela. Marianne se encontrava numa catatonia única. Na mente se recusava acreditar que Rosie estivesse com Olivia. Podia perder a ruiva para Nami, a japonesa fofa que conquistou a liverpooliana. Mas para sua irmã mais velha... era inadmissível.

-- O que houve, pequena? Estou fazendo algo de errado?

-- Não... é que...

-- Sua irmã Olivia e a Rosie estão juntas não é? – Ana suspeitava disso e viu que a amante confirmou. – Você ainda ama a Rosie?

-- Eu a amo mais do que tudo. – Marianne não queria admitir, contudo, preferiu falar.

-- Então, por que disse pra ela no estúdio que me escolheu? Era pra irritá-la? – Exigiu Ana. – Porque agora sou eu que quero sua escolha. É ela ou eu!

-- De novo não...

Ana saiu da cama e vestiu um robe.

-- Vamos Marianne, eu quero uma resposta! Eu te dou amor, carinho e ainda sou tachada de maluca esquizofrênica pela sua família. Eu estou cansada disso, além disso, eu vi você dizendo que me escolheu na frente dela. E agora me fala que ainda a ama?!

-- Ana eu amo você, mas a Rosie... Como você disse no seu outro livro ela é minha alma gêmea! – Mari abraçava Ana e era negada.

-- Quer saber? Acabou, Marianne! – Avisou Ana, irritada. --  Se você quer ficar com ela você fica, porque pra mim já deu. Estou cansada de ser a culpada por todos os problemas. Não posso ficar com meu marido porque ele queria uma menina de dezessete anos, não posso ficar com meu novo namorado porque a menina de dezessete anos que era amante do meu ex- marido é a ex do meu namorado, não posso ter minha namorada porque ela deseja a ex dela, não posso nem ficar com o meu filho porque meu ex quis guarda compartilhada. Alguém aqui já se perguntou o quanto eu não to bem?

-- E você já se perguntou como a Rosie se sentiu quando nos viu juntas e nuas na nossa casa? – Rugiu Mari. – Ela se sentiu traída e eu te escolhi!

-- Você não contou a ela e eu sou a culpada? – Ironizou a escritora e por fim abriu a porta. -- Pegue suas coisas e vá ficar com ela, fique com ela e seja feliz, é só isso que desejo pra vocês duas cuide e ame aquela ruiva!

Marianne pegou a bolsa preta e guardou umas roupas. Ela saiu do apartamento e pegou um táxi, seguindo para o apartamento atual de Rosie. Chegando lá, ela tocou a campainha e a porta se abriu, revelando um rapaz loiro, alto e usando uma camisa de time e uma bermuda.

-- Boa noite, fraulein! – Saudou.

-- A Rosie está? Sou a Marianne. – Se apresentou a jovem roteirista. Ela deduziu que o homem era o novo namorado de Rosie.

-- Eu sou Uli Hoeness. Melhor amigo da Rosie. Entra! – Ele permitiu a entrada da jovem e chamou à ruiva, que estava no quarto.

Neste momento, Olive surgiu na sala e deu de cara com a irmã.

-- O que está fazendo aqui? – Se espantou.

-- Preciso de um lugar pra ficar.

-- Olha, você pode ficar com sua... – Olive não conseguiu terminar por conta da presença de Rosie. Mari tremeu um pouco.

-- Por favor, amanhã irei procurar um hotel mas preciso ficar só hoje.

-- Está bem, Marianne. Pode ficar. – Rosie permite e Uli leva a bolsa dela para o quarto.

No corredor, os dois quartos tiveram suas portas abertas. Eram as moradoras Fiona Rivers e Holly Grey, que se acordaram. Olivia ficou conversando com as duas explicando a situação. Uli voltou para o quarto onde estava dormindo com Fiona.

-- Obrigada, Rosie. – Agradeceu Marianne. – Prometo não fazer nada pra... atrapalhar você e a minha irmã.

-- Está tudo bem. Se quiser pode ficar quanto tempo quiser... Mas por que veio aqui?

-- Ana... Me expulsou.

-- Agora ela vê que você não é importante? – Ironizou a ruiva. – Que pena, logo eu que deixei vocês livres pra serem felizes...

-- Rosie, eu peço perdão por ter mentido pra você. De verdade. Você sempre é honesta, nunca escondeu nada. Mesmo quando não queria me contar da agressão sofrida por Lennon, você quis compartilhar isso comigo e me sinto tão honrada em saber que sou considerada importante pra você.

-- Correção: você ERA importante pra mim, Marianne. – Disse Rosie, terminando de arrumar a cama para ela.

-- Talvez eu seja o problema de tudo, amanhã mesmo estarei longe de vocês duas pra trazer paz e sossego.

-- Mas quem disse que você vai embora? Negativo! Amanhã mesmo eu vou te levar pra sua casa que é de direito e  farei a força aquela russa te aceitar! Boa noite, Marianne.  – Antes de sair, Rosie beijou de selinho a ex. – Aceito seu perdão.

Ao sair do quarto, Rosie voltou para o seu, dividindo com Olive e as duas assistiam um filme de terror juntas. Na verdade a ruiva não conseguia parar de pensar na ex-amada e teve pena dela. Ela relembrou o dia que Marianne se tornou sua alma gêmea...

FLASHBACK ON

Marianne havia chegado a Munique naquela tarde, para trabalhar de roteirista de novelas numa emissora de TV local. Num dia onde estava ajudando a selecionar os atores, ela aproveitou para visitar todo o estúdio e lá encontrou uma bela ruiva de olhos verdes como duas esmeraldas, conversando um sujeito meio gordo, quarentão e com pouco cabelo e usava óculos estilo anos 70.

Sem querer trombou com a ruiva, que caminhava bem apressada.

-- Ai me desculpa! – A jovem de cabelo vermelho deixou cair as folhas do roteiro de Mari. – Foi sem querer.

-- Ah tudo bem. – Ela olhou para aquele par de olhos e se encantou. – Puxa... você tem olhos tão brilhantes....

-- Obrigada. – A ruiva corou e olhava para as orbes azuladas de Marianne. – Você também tem olhos brilhantes...

-- Talvez porque eu te vi... Eu sou Marianne.

-- Meu nome é Roselyn. O pessoal me chama de Rosie.

Foi o inicio de uma amizade, que se transformava em amor. Em pouco tempo as duas amigas, tão unidas, se descobriam apaixonadas e tudo terminou na cama. Marianne é bissexual assumida e Rosie não gostava de rótulos. Ela na verdade, não se importava se era homem ou mulher, simplesmente quer amar, independendo do sexo.
No entanto, Rosie notava que Marianne andava distante e por vezes negava carinho. Tentou mudar umas coisas como comprar brinquedos para seus atos sexuais, sair mais vezes com ela para outros lugares e inclusive a levava para outras cidades. Numa última tentativa, ela comprou presentes para Marianne, como os livros da série Os Modernos Vampiros da Cidade, DVDs das últimas temporadas de Hannibal e a camiseta do time alemão Borussia Dortmund autografada pelo jogador Marco Reus.

Depois da correria ela chegou ao apartamento completamente feliz...

Ao abrir a porta e acender a luz, a felicidade se foi por ver algo que seus olhos não queriam ver. Por mágica, ouviu o badalar do relógio e de repente ela deixa os presentes cair no chão.

-- Não... Rosie! – Marianne pegou o robe no chão. – Por favor... não é o que está pensando.

-- Quem é ela? – Questionou a outra, saindo de cima de Marianne.

-- Não me venha com essa de quem é ela. – Se enfureceu Rosie. – Eu sou a namorada dela.

A revelação chocou todas e Rosie olhava com ódio para a outra, um tipo de cabelo claro e olhos castanhos.

-- Me desculpa, Rosie.

-- Qual é seu nome? – Perguntou a ruiva para a intrusa.

-- O nome dela é Ana... – Marianne tentou responder, mas Rosie xingou.

-- EU FALEI COM ELA E NÃO COM VOCÊ, MARIANNE! – Voltando sua atenção para Ana. – Qual é seu nome?

-- Anastacia Rosely. – Ana estendeu a mão e Rosie não cumprimentou. – Sou escritora, jornalista e amante da sua namorada.

A ruiva se enervou ali porém se conteve. Calmamente disse.

-- Então, dona vagabunda, você tem cinco segundos para sair daqui.

-- Do que me chamou?

-- 1... 2... 3... – Rosie contou os segundos.

-- Espera, Ana... – Pedia Marianne.

-- 4...

-- Mas ela não vai fazer isso? --- Ana tentava juntar as roupas, mas era impossível.

-- 5! – Rosie partiu com tudo pra cima de Anastacia e empurrou Marianne pra longe.

A ruiva espancava, chutava e pisava em Ana. Houve momento que Rosie mordeu a mão de Ana, arrancando sangue e puxando a russa pelos cabelos, abriu a porta e a empurrou pra rua, fechando a porta.

-- Por favor... – Pedia Marianne. – Me perdoa.

Rosie pegava as roupas de Ana, rasgou a blusa e jogou pela janela.

-- SAIA DAQUI, VADIA! VAGABUNDA! ESCREVA ISSO NO PRÓXIMO LIVRO! VACA!

Ana se indignou e mostrou o dedo médio. Os vizinhos tudo olhavam para a mulher nua que se vestia e ia embora.

Daquele dia em diante se tornou um inferno. Rosie se vingava enviando pelo correio livros de Ana com marca página e escrito com frases obscenas.

FLASHBACK OFF

No outro dia todos tomaram café calmamente e quando Mari se preparava para ir embora, Rosie se ofereceu para dar carona, o que desagradou Olivia.

-- A Ana...

-- Não me interessa se a Stalin não vai te aceitar. Ela é obrigada a aceitar!

Elas chegaram ao apartamento de Ana, que abriu a porta e as duas entraram de supetão.

-- O que estão fazendo aqui? – Perguntou Ana.

-- A responsabilidade é sua. Estou deixando a Marianne com você, já que ela te escolheu.

Paul Breitner apareceu e viu o que estava acontecendo.

-- Paul, leve o Edgar para passear.

-- É, Paul, obedeça sua czarina! – Zombava Rosie.

Paul fez o que Ana pediu e saiu com o menino, mas sem antes de lançar um olhar reprovador contra a ruiva. Depois disso, Rosie se preparava para ir embora quando Ana a deteve.

-- Espere!

-- Espere uma ova! – Berrou Rosie. – Já disse. Marianne te escolheu e...

-- Eu cansei disso. – Reclamou Ana. – Ela sempre pensa em você. Ela disse aquilo para te provocar!

-- Desculpa mas não acredito em você. E nem adianta manda-lá embora porque ela vai ficar aqui sim! Quer você queira ou não! Ela escolheu você, então cuide você do problema!

Rosie se foi, deixando as duas sozinhas.

-- Acho que entendeu não é? – Inquiriu Marianne, sendo abraçada por Ana.

-- Vou te dar uma chance, amor. –Prometeu Anastacia.

Mais uma vez elas tentam retomar a paixão de antigamente...

Naquela manhã, Odile e Louise visitaram o centro de treinamento do Bayern de Munique. Na realidade a loira compareceu contra a vontade dela, pois temia se encontrar com Gerd e gerar outra briga e desta vez pelo dano causado.

-- Lulu, eu vou ver como está o Franz! – Odile pegava da bolsa uns remédios. – Ele está se recuperando da lesão do último jogo.

-- Ok! – Concordava Lulu, ficando perto do gol numa distância boa e sem perigo de ser atingida.

Louise conversava com Davy Jones, seu amigo de infância e também um amante ardente. Dias atrás ela conseguiu uma proeza: juntar novamente seu amigo e sua McCutie amada Dianna Mackenzie num delicioso ménage a tróis. E agora ela trocava mensagens com ele.

Ainda não acredito que destruiu o carro do McBastard.
Só você mesma não é, Lulu?

Louise ria da mensagem e respondeu para Davy.

Ele mereceu depois da ameaça de que estaria marcada.
Como queria aquela estátua de Davi...
Mas esquece isso e vamos falar de você e da Di. Estão trepando muito?

Segundos depois Davy respondeu para a amiga.

Como dois loucos. Ao mesmo tempo estamos com saudades de você, McLovely.
Alias, quando vou te ver?

Lulu parou para observar o treinamento dos bávaros e cuidava para não ser vista por Gerd. Avistou a amiga beijando Franz que estava sentado nos bancos dos reservas. Ela voltou para a mensagem.

Quando vocês estão disponíveis? Estou louca para ficar entre você dois, beijando Di e te dando carinho, McCutie.

A saudade por Davy excitava Louise e no mesmo instante recebeu mais uma mensagem.

Lulu, só costumo dizer isso a Di, mas não vejo a hora de possuir você e tê-la dentro de mim!

Neste momento no gramado, Gerd começou a praticar algumas jogadas e quando se virou para o outro lado do campo, enxergou a alma gêmea de Alice, digitando algo no celular e perto da goleira. Imediatamente teve uma idéia. Pegou a bola e a deixou no chão. Deu alguns passos para trás e com as mãos em forma de “L”, fez um sinal de uma câmera, mirando em Louise.

-- Jetzt wissen Sie, dass ich sehr böse, dummes Mädchen! (Agora saberá que sou bem malvado, garota estúpida!)

Antes de chutar, ele olhou para seus colegas e ninguém dava importância em suas ações. Depois ele correu e chutou a bola, acertando a cabeça de Louise. A garota desmaia e cai no gramado, derrubando o celular com uma mensagem incompleta.

No apartamento, Davy ficou preocupado com a última mensagem de Louise.

Venha me ver amanhã as hausnksmkmsknjunsj mmakjijnjsnjnjsnikm,lo0987

-- Epa! Será vírus? – Se preocupou o vocalista dos Monkees.

No gramado, Odile viu sua amiga cair desfalecida no campo e gritou.

-- LOUISE! – Ela correu até o corpo da amiga desacordada. – SOCORRO, ME AJUDEM! MINHA AMIGA...

-- Meu deus o que aconteceu? – Sepp saia do vestiário devidamente pronto pro treino e avistou a aglomeração em torno da trave.

--- MON DIEU NÃO MORRA! ME AJUDEM!

Franz e mais dois jogadores levaram Lulu para a enfermaria. O médico da equipe cuidou da menina e enquanto isso Franz consolava a amada. Lulu acorda aos poucos, mas geme de dor.

-- Aiii minha cabeça... ai meu pescoço!

-- Tenha calma, fraulein. – Acalmou o médico. – Levou uma bola na cabeça. O chute foi realmente forte e atingiu você. Chamarei a ambulância.

-- Odile... ai! Anotaram a placa do caminhão?

-- Seria melhor dizendo um “panzer” te atacou? – Brincou Uli.

-- Só se o “panzer” se chama Gerd Müller! – Respondeu Mario Gotze, um dos jovens jogadores.

Neste momento os olhares fixaram no atacante e este ficou nervoso e suava frio com tanta gente o encarando enquanto Gotze narrava o que viu.

-- Eu o vi chutando a bola em direção a garota e acertando-a em cheio a cabeça dela.

Enfurecida, Odile empurrou o jogador.

-- POR QUE FEZ ISSO COM ELA? ME DIZ!

Neste momento Franz e Sepp o afastaram da multidão.

-- Gerd diga que não fez isso, por favor. – Implorava Sepp, se recusando acreditar que seu amigo tenha cometido.

-- GERD, FALE LOGO! DIZ QUE NÃO FEZ! – Exigiu Franz.

-- Eu estava treinando um passe e não vi que Louise estava lá...

Gerd omitiu grande parte do relato e Franz mesmo não acreditando, acabou cedendo para não prejudicar mais.

-- Eu vou falar para Felicity sobre isso mas não direi que foi você. – Avisou o líbero, zangado. – Embora eu queria muito ver a Fefe arrebentar essa sua cara de pau!

Odile acompanhou Louise na ambulância e ligou para Alice, pois sabia o quanto ela é importante para sua melhor amiga. O treino foi cancelado por conta do acidente e todos voltaram para a casa mais cedo. Uli aproveitou para fazer compras e levou tudo para o apartamento. Chegando lá encontrou apenas Fiona.

-- Oi. Voltou cedo pra casa. – Disse o jogador, deixando as compras na mesa da cozinha.

-- Rosie foi cobrir metade do meu trabalho. Eu disse pra ela não fazer isso. E sabe por quê? Porque é o lançamento do livro da Anastacia Rosely.

-- Ai meu deus...

Uli sabia de toda história e receava no que Rosie pretendia fazer.

-- Cada vez mais essa ruiva de Liverpool me faz arrancar os cabelos.

-- Fazer o quê? – Fiona subia as escadas e depois seguiu falando. – E por que voltou cedo?

-- Problemas no treinamento. Longa história...

Depois de guardar os alimentos, Uli subiu para o quarto de Fiona, encontrando-a digitando no notebook. Sentou-se perto dela na cama.

-- Fiona...

-- Uli...

Por mais que negassem, realmente nasceu um sentimento entre eles. Desde que passou a morar com as três, Uli se sentiu nas nuvens. No ínicio ele dormia no quarto de cada uma. Rosie era quente, Holly era suave e Fiona uma perdição. E foi com a última que descobriu o real sentido do pecado...

Rosie poderia muito bem recusar. No entanto, ao saber que era do livro de Anastacia, ela sorriu de forma maléfica. Queria humilhar mais a escritora de forma psicológica.  Ela via Ana conversar com Sam Benson e a organização do lançamento na livraria mais conhecida de Munique. Quando a escritora ficou nas estandes, Rosie se aproximou dela.

-- Escreveu sobre o flagra no seu livro? – Perguntou em tom de malicia. – Muitas mulheres vão adorar. Ou não. Marianne com certeza vai gostar, porque ela te inspirou não é?

-- Não tem mais o que fazer?

-- Já fiz tudo, czarina. – Segurando o pulso de Ana. – O que não fiz era socar bastante essa sua cara de sonsa. Onde já se viu? Roubar a namorada de outras. E ainda naquele dia diz que é... amante dela. Não sei se nas outras relações você fez com elas e aceitaram, mas eu não!

Rosie largou o pulso de Ana e saiu. O lançamento naquele dia foi realizado a noite. O plano era simples. Ela simplesmente alterou as senhas e distribuiu aos fãs. E na hora da fila, gerou transtornos.

-- Ei, é a minha vez! – Disse um dos fãs.

-- Estou na fila há duas horas, sou eu o próximo.

Os donos da livraria tentaram acalmar os clientes e Ana autografa os livros o quanto pode. Ao longe Rosie ria do plano ter dado certo. Não durou uma hora e no fim os fãs ávidos de leitura foram embora, frustrados.

-- Eu não sei o que deu de errado, Ana. – Justificada Benson. – Rosie e as garotas fizeram tudo certo.

-- Está tudo bem, erros acontecem. – Disse a escritora e em seguida olhando para Rosie.

Ana se despediu dos amigos e de Paul. Antes de sair, ela entrou na livraria pra verificar se esqueceu de algo. Na verdade foi tirar satisfação com Rosie.

-- O que você fez?

-- Nada! – Respondeu a ruiva, friamente. – Eu fiz meu papel e só. Tinha de organizar tudo e pronto. Agora se deu errado, é porque deu.

Rosie deu de ombros e ainda ouviu Ana berrar.

-- Eu sei que foi você!

-- Já ouviu falar em “erro da gráfica” ou “de comunicação”? Por isso mesmo que o Império Russo afundou. Má administração.

Ela se retirou, deixando a russa enfurecida. A noite ela não recebeu Olivia no apartamento.  Ela havia deixado uma mensagem que ficaria no hotel por conta da turnê. Por breves momentos pensou sobre sua atitude. Ana não merecia isso. E nem Marianne. No entanto ao lembrar da cena do flagra... Reconsiderou.

No dia seguinte Ana recebe uma visita inusitada.

-- Olivia. – Ana se surpreendeu ali na porta por ver quem era.

-- Eu vim falar com a Mari. – Disse a irmã mais velha, entrando na casa e logo de cara ouvindo Buffalo Springfield.  – Não sabia que curtia esse tipo de música.

Ana não sabia o que dizer. Segundo Marianne, Olivia era muito séria e nunca foi de amizades. Mas ali, ela se revelava, principalmente quando esta olhava os discos de blues.

-- Papai tem uma coleção. Costumava ouvir muito até despertar meu gosto pelo clarinete.

-- Eu ouço desde sempre... Não sei bem dizer.

-- Do que você mais gosta? – Olive se mostrava interessada.
-- Um pouco de música clássica. Strauss, Bach, Wagner são meus favoritos outra coisa que gosto muito é de Jazz.

 ---Eu também...

Era inegável que Olive se sentia atraída por Ana e mudou seus conceitos. Na verdade esqueceu de Rosie naquele instante e a beijou.

--Não podemos fazer isso...eu já causei tantos problemas a você e sua irmã... vá embora e não quero tbm prejudicar mais a Rosie. – Pediu Ana se afastando de Olive.

-- Ana...sei que me odeia, e que eu...também te odeio mas vindo aqui eu não te vejo como uma pessoa má você com seus gatos,seus ótimos discos e esse seu bom gosto me fazem pensar enquanto eu sou ruim me fazem pensar o quão eu sempre te desejei secretamente.

Elas trocam mais um beijo até a porta se abrir. Era Christopher, o irmão dela.

-- Mil desculpas, meninas. Eu vou ficar no quarto.

Mal sabiam elas, que enquanto trocavam carinhos íntimos, Chris filmou tudo do na câmera espiã. Ele sabia de toda história e pretendia expulsar Marianne da casa e fazê-la voltar para Rosie. Na verdade Chris meio que se distanciou de Ana ao saber do que aconteceu e principalmente quando, anos atrás, Lulu contou do estupro sofrido nas mãos dela. Terminado a filmagem, ele envia o arquivo de vídeo anexado para os emails de Marianne e Rosie.

-- Sinto muito, Marianne. Mas depois disso, melhor repensar se você fez uma boa escolha e me perdoe, maninha.

Ele clicou para enviar...

Passaram-se vários dias até que finalmente Louise se recupera. Mas antes disso, a garota ficou bastante impossibilitada pra quase tudo, a ponto de não conseguir falar. Numa das visitas que Alice fez para ela, “McBastard”, o apelido que ela se referia a Gerd Müller, lançou um olhar perigoso, lembrando um psicopata. Mas não deixou barato. Ela denunciou o jogador através da escrita e por causa disso, Alice e Gerd discutiram e não fizeram amor. E agora já recuperada, ela planeja algo pra se vingar.

Em mais um passeio nas ruas de Munique, ela encontra Alice, numa loja de roupas. A jornalista avistou sua amada entrando e trocaram um abraço.

-- Pequena! Estou feliz que tenha se recuperado da pancada. E mais uma vez peço desculpas em nome do Gerd.

-- Tudo bem, amor. Já passou. Não sinto mais dores e meu pescoço e minha cabeça estão no lugar. – Disse Louise, pausando e em seguida retomou. – Eu quero muito falar com você. Sobre esses dias que me afastei de você por conta da revelação e da Belle...

-- O que tem ela?

-- Ela veio falar comigo no Rock’n’Roll Circus.

Alice sentiu que ia longe aquela conversa e então foram para a casa. Chegando lá, Gerd não havia chegado, o que permitiu para as duas falarem. Louise justificou tudo e continuou a pedir perdão e Alice aceitou, por amar demais sua pequena artista plástica.

-- Veja! – Mostrando uma calcinha vermelha de renda. Muito sensual. – Quero reconquistar o McDreamy. Será que ele vai gostar?

-- Bom... – Louise já imaginava a amada usando a lingerie e sugeriu. – Por que você não prova pra eu ver?

-- Certo!

Dois minutos depois, Alice aparece, usando só uma  blusa e usando a calcinha.

-- Sou suspeita para falar o quanto eu adorei. E tenho certeza que seu amado vai adorar e...

Ela mal terminou de falar e imediatamente beijou Alice fortemente e as duas se amaram na cama, muito selvagem e por vezes romântico. Terminado o ato, Alice deixa sua alma gêmea sentada no colo, ainda a beijando.

-- Louise, quero te convidar pro jantar de noivado amanhã. Gerd e eu... – Ela mostra no dedo um anel de brilhantes. – Vamos nos casar.

-- Tem certeza que vai ser com ele? – Louise tremeu internamente. Por mais que amasse Alice, algo sentia que não era bem isso. – Tem certeza que ele é o escolhido?

-- Tenho. Gerd me faz tão bem e nós nos amamos muito.

Elas ficaram em silêncio e Louise refletiu mais uma vez. Ainda lembrava de quando conheceu Gerd na festa de lançamento do livro de Paul Breitner. A aparição dele é definido para a estudante como um meteoro em sua vida. Uma estrela fugaz. E essa estrela iria embora de sua vida... para sempre. Ao mesmo tempo se pegava por que o odeia? Poderia muito bem ignorar.

-- Se ele a faz feliz, então só posso dizer que torço por sua felicidade. Mas se ele te magoar, eu mato o McBastard!

Elas riram um pouco e voltaram a se amar. Quando anoiteceu, Gerd apareceu e subiu as escadas. Ao entrar no quarto, encontrou a noiva, usando as lingeries e bebendo vinho.

-- Você quer, McDreamy? – Perguntou, provocante.

Gerd sorriu. Não foi preciso responder. Eles recuperaram a paixão de antes e ainda por cima se perdoaram.

No apartamento, todos assistiam o vídeo que Rosie recebeu na caixa de entrada. O vídeo onde Olive Jones e Anastacia Rosely se amavam. Fiona abraçou Rosie. Uli e Holly tiveram pena da amiga e ao mesmo tempo raiva de Olive.

-- A partir de agora, eu vou acabar com a vida dela! – Disse Rosie, chorando. – Vou levá-la ao fundo do poço!

-- Ei, vai com calma! – Fiona afagava o rosto da amiga e deu um lenço para ela. – Mas a Olivia tem culpa disso.

-- O que pretende fazer com a Olivia? – Indagou Holly.

-- Ela merece as coisas queimadas! Agora a Ana... eu vou matá-la. Farei questão mandá-la pro inferno!

Os amigos ficaram receosos com a atitude de Rosie. Nunca a viram daquele jeito.

-- Você vai mesmo fazer isso? Ou falou no sentido figurado?

-- Eu vou acabar com aquela comunista desgraçada!

Quando fechou meia noite, Olivia já ia colocar a chave no apartamento de Rosie quando sentiu o odor estranho vindo da rua. Olhou na lixeira e encontrou em uma caixa de alumínio suas roupas queimadas e o clarinete quebrado perto do tanque.

-- MEU BEBÊ! – Olive ficou horrorizada por ver seu clarinete sendo destruído.

Rosie estava no quarto, ouvindo os gritos de Olivia. Aproveitou para enviar uma mensagem para ela com os seguintes dizeres:

PEÇA PARA COMUNISTA TE DAR UM NOVO!

No dia seguinte aconteceu tudo. Louise estava melhor, porém com seu plano de arruinar o McBastard, de preferência na frente de todos e de Alice. Durante o jantar, todos conversaram na mesa. Gerd ignorava praticamente Louise e a mesma não dizia nada e sequer se esforçava em ser gentil. Ainda no mesmo jantar, Ana e Paul foram convidados. Louise embora tenha os perdoado, evitou o casal. Marianne também compareceu e encontrou Rosie, ao lado de Holly, Fiona e Uli.

Tentou puxar conversa com ela.

-- Olá!

-- Oi.

Outro silêncio se instalou nelas e Rosie avistou Ana.

-- A Sra. Stalin está ali por perto com o Kruchev alemão. – disse a ruiva, sem esconder raiva do casal. – Conversando comigo é como confraternizar com inimigo, sabia?

Todos ignoraram ali e Rosie continuou ofender Marianne.

-- Volta para sua czarina e o marido dela. Ou se quiser, a chamo de esquizofrênica na frente de todos. Ah, já viu o vídeo no email? Sua irmã Olivia também me traiu com ela. Que vadia! Quem é a pior? Você ou Olivia? De qualquer maneira... Não valem nada!

Marianne chorou e se calou. Ela viu mesmo o vídeo e preferiu ficar quieta, esperando o dia que Ana admitisse ou até mesmo Olivia.

Louise saia da cozinha com um sorriso estampado na cara, mas não era de alegria ou emoção. Escondia uma verdadeira faceta de um plano. Quando todos comeram, esperaram a sobremesa. Gerd notou ali porque Lulu sorria tanto. Verificou se ela flertava com alguém. Não era nada. Depois foram servidos com pedaço de torta. Lulu havia feito uma com recheio de... amendoim. Ela sabia perfeitamente que Gerd odeia a especiaria e para se divertir, sabotou a sobremesa. Todos comeram e não notaram algo.

-- Mickey, me tira uma dúvida. – fingindo comer discretamente. – Quem tem alergia a amendoim, o que realmente sente?

-- Bom, acho que é náusea, vômito e a sensação da garganta se fechar e em outros casos, os lábios incharem como se tivesse posto botox.

-- Entendi... – voltando sua atenção para o prato e remexendo com o garfo.

Lulu ria só de imaginar Gerd com a boca enorme, ficando igual a Angelina Jolie, só que mais...feia. Contudo seus pensamentos foram interrompidos ouvindo a tosse insistente de Gerd.

-- McDreamy! – Alice entrou em pânico. – Oh meu deus, você...

Gerd estava com os lábios definitivamente inchados e Louise deu risada.

-- Vejam, é a Angelina Jolie!

-- Que é isso, Lulu? – repreendeu Mickey. – Não se tira sarro. É muito sério!

Mickey o socorreu. A aparência do jogador ficara preocupante. O rosto também estava vermelho e várias vezes se queixava da garganta se fechar. Levaram-no para o hospital. No outro dia Lulu recebe a ligação de Alice.

-- O que houve, minha lua? E como está o...—se recusando a falar o nome dele. – Seu noivo?

-- Ai Louise! Gerd teve um choque anafilático por conta da torta! Ele está desacordado!

Lulu se calou ali. Pela primeira vez sua brincadeira foi longe demais...

 Tem vezes que sou sem limites. E por isso faço as coisas sem medir as conseqüências ou até mesmo por egoísmo e satisfação. Queria tanto uma pessoa que odeio sofrer igual a mim. Dez vezes mais do que eu. E acabei exagerando no objetivo. Me culpo pelo que fiz e me culparia ainda mais se minha brincadeira chegar a níveis perturbantes...

Continua...