Mais um drabble e desta vez dentro da contagem. Quem é bookstan, vai notar uma participação especial...
19- Return
1975
-- Jamais! – Edward a abraçava por trás. – Mas confesso que eu devia ter ido atrás de você.
Mais um drabble e desta vez dentro da contagem. Quem é bookstan, vai notar uma participação especial...
19- Return
1975
-- Jamais! – Edward a abraçava por trás. – Mas confesso que eu devia ter ido atrás de você.
Boa tarde pessoal! Hoje numa vibe tenista com a leitura de Carrie Soto Está de Volta, decidi escrever essa drabble mostrando quem é Rosie Donovan, a tenista implacável. Boa leitura!
O
caminho da vitória__ Srta. Maya
Torneio de Roland Garros – 8h50 da manhã –
intervalo
- Vivian
A dor voltou na perna?
Sim.
Ah Deus! Eu trouxe seus remédios!
Ela tirou do bolso da bermuda um saquinho
lacrado contendo um tipo especial de analgésico, que faz as dores musculares
sumirem em segundos. Rosie passou a tomar aquelas drágeas faz dois anos quando
a panturrilha deu problema. Ela foi submetida a cirurgias e sessões de
fisioterapia. No entanto isso custou demais pois ficando fora dos jogos,
facilmente as tenistas começaram uma guerra civil para superar seus recordes,
algo que a ruiva de Liverpool não tolerava. Ela não tinha nenhuma empatia pelas
adversárias e cada jogo mostrava sua crueldade em cada tacada, golpe de
velocidade e saques agressivos. Mas, pela primeira vez... Ela não tomou.
(Continua
em Match Point, por Mariana Pereira)
Dobradinha de aniversário da Rosie. E hoje é adaptação reversa de A Bela e a Fera. Uma história de arrependimentos, aceitação e redenção. O título da fanfic é justamente a música do cantor Seal, que está presente no filme Batman Eternamente (aquele que tem o Val Kilmer). Boa leitura!
A
Kiss From a Rose__ Maya Amamiya
Thomas Jones perdeu tudo. O navio que levava seus
tesouros afundou no mar do norte da Inglaterra. Voltou para casa sem um centavo
no bolso. Helen, sua esposa, adoeceu repentinamente e seus filhos cuidaram da
mãe incansavelmente. Enquanto os mais novos estudavam em outra cidade, os mais
velhos em casa ficaram nos afazeres para poupar o trabalho da mãe. Pena que não
foi o suficiente. Três meses depois Helen veio a falecer de tuberculose. Olivia
ajudava financeiramente, mesmo casada com um rico comerciante alemão. Edmund e
Marianne eram os que ficaram.
O pai não tinha a menor vontade de voltar a caçar tesouros,
mas Edmund, otimista, acreditava que há esperança de recuperar as riquezas.
-- Como é? – perguntou o velho pai, chocado.
-- É a única maneira, pai. – disse Edmund, arrumando
sua bolsa e encilhando seu cavalo. – Vou recuperar nossa fortuna e nada do que
me dizer vai mudar de ideia.
Era o fim da discussão e na hora da saída, Ed encontrou
Marianne chorando.
-- E se você não voltar? – Marianne o abraçava.
-- Papai disse que você pode viver na casa dos Romanov.
– Edmund se lembrou que seu pai é amigo íntimo de Alexei Romanov, cuja família
vive ao leste europeu e a filha deles, Anastácia, é amiga de Mari.
Marianne não respondeu, mas se mostrou resignada.
-- Se conseguir algo, pode me trazer um presente?
-- Claro. O que seria?
-- Uma rosa.
Edmund sorriu. Tudo que ele gosta é presentear sua
querida irmã.
-- Vou trazer a mais linda rosa pra você.
No outro dia o filho mais velho seguiu viagem. Sem ideia
para qual direção, Edmund só tinha seus instintos para confiar. O que começou
pela manhã, seguiu o resto da tarde e o anoitecer. Quando chegou a um certo
ponto da viagem, percebeu uma névoa dificultando metade do caminho e ouvia
uivos das feras.
-- Está ficando tarde... E não trouxe algo para dormir.
– Temeu por sua vida e seu cavalo já andava cansado. – Aguente! Vamos seguir
mais um pouco.
E contornando para outro caminho, encontrou um castelo,
aberto e aparentemente vazio. Edmund seguiu com o cavalo e entrou no castelo.
Deixou-o no estábulo cheio de feno e com água fresca. O animal bebeu sem medo e
mesmo com sede e receios, Ed tomou um pouco daquele líquido. Alegrou-se. Se
ofereciam água fresca, é porque os moradores do castelo são pessoas boas.
Abriu a grande porta e surpreendeu-se. Tudo lindo e
resplandescente. A lareira acesa, uma mesa com um banquete pronto, o relógio,
cristaleiras e castiçais belíssimos. E no mesmo instante mãos invisiveis o
ajudavam a segurar seu casaco e o chapéu e ainda o serviram no banquete. Ed
desfrutou da comida e do bom vinho e satisfeito, saiu da mesa e olhou para os
belos castiçais. Pegou um deles e ouviu um uivo forte.
-- O que pensa que está fazendo? – berrou uma voz feminina,
mas semelhante de uma fera. – Ladrão!
-- Não sou! – ele largou o castiçal e olhou para os
lados e não encontrou a dona da voz. – Eu não sou! Por favor acredite em mim!
-- Eu ofereci hospitalidade em meu castelo e tudo que
recebo é você roubando meu castiçal? MERECE A MORTE!
-- NÃO! – Ed se ajoelhou e abaixou a cabeça. – Só
estava vendo. Piedade, eu lhe imploro.
Ouviu um suspiro animal e Ed temeu por sua vida. Pensou
em fugir, mas era capaz da dona, possivelmente uma bruxa, lhe enfeitiçar. Seus
pensamentos foram interrompidos quando avistou uma figura feminina aparente,
usando vestido e o rosto coberto com um capuz verde. Ela ajeitava o castiçal e
notou as mãos dela um tanto peludas e com garras. Engoliu em seco. Olhou
atentamente para os pêlos avermelhados e a delicadeza no olhar dela. Olhos
verdes, porém, de um jeito diferente, mas o rosto era impossível de ver pela
penumbra.
-- Você é uma bruxa? – perguntou o viajante chocado.
Não teve resposta, mas a figura caminhou ao redor dele
e o cheirou como um cachorro farejando seu dono para reconhecê-lo. Afastou-se
dele.
-- Durma. Amanhã é outro dia. – E desapareceu no mesmo
instante entre a escuridão.
Ed tinha mais perguntas e para não irritar a possível
bruxa com mãos peludas, seguiu a ordem dela e foi guiado até o quarto de
hóspedes, que por sinal, era bem confortável. Dormiu com dificuldade por conta
das preocupações, mas relaxou na cama quente. Acordou com os raios de sol
iluminando seu quarto e se arrumou. Chamou pela bruxa.
-- Olá! Senhora?
Caminhou pela extensa sala e nada. Saiu para fora e a
porta se fechou. Seguiu para o estábulo e encontrou seu cavalo, muito bem
descansado, alimentado e encilhado. Antes de ir para o portão, parou para ver
um jardim cheio de rosas brancas e vermelhas. Marianne havia pedido uma rosa.
Quase tocou na flor quando ouviu um suspiro animalesco atrás de si. Olhou e viu
uma fera. A mesma figura de capa verde, vestida e com mãos peludas se revelou
uma fera, uma mulher-loba.
-- Oh minha nossa! – assustou com ela. – Você...
Você...Não me devore.
Ela o ignorou e tocou as roseiras.
-- Não sou como aquela que fez isso comigo. – Disse, um
pouco soturna.
-- Eu... – teve um pouco de medo.
-- Você quer levar esta flor? – perguntou a fera.
-- Bem...
-- VOCÊ QUER OU NÃO? – irritou-se.
-- Sim! – respondeu de imediato, sem se importar se a
fera ia devorar ele e fechou os olhos.
A grande surpresa de Edmund foi ver que a fera lhe deu
a rosa vermelha. Ele pega com receio. Depois a criatura seguiu para entrada do
castelo.
-- Para quem ia presentear? – Ela pergunta se virando
para o rapaz.
-- Minha irmã. – Respondeu Edmund, ansioso. – Marianne.
A fera o encarou e voltou sua atenção para a porta.
-- Eu o perdoo por isso. No entanto...
Edmund engoliu em seco e estava muito nervoso. Temia
por sua vida.
-- Se você me trazer sua irmã em seu lugar dentro de
sete dias, vou poupar sua vida.
-- Senhorita...
-- Fera! – Ela rugiu.
-- Senhorita fera, eu devolvo a flor, mas não... A
Marianne é minha irmã! Um dos meus poucos parentes que me resta. Ao invés dela,
posso vir?
-- Você? – Agora a fera se espantou.
-- Sim! A culpa é toda minha. Só me deixe voltar para
minha família e eu volto... pra cá. Serei seu escravo!
A fera não gostou disso. Odiava a escravidão.
Entretanto, o o belo rapaz se ofereceu.
-- Em sete dias esteja aqui! – Ela caminhou para dentro
do castelo.
Edmund fez o que ela pediu e pegou seu cavalo no
estábulo e seguiu caminho. Chegando no lar da família, estava também os
Romanovs. Ao que parece, a casa ganhou um novo brilho. Os filhos de Alexei e
Tatiana fizeram toda faxina e arrumaram os quartos.
-- Meu filho! – Thomas o abraçou. – Tive medo que
tivesse morrido. Alexei quase mandou Chris e Leon atrás de você.
Ed não falou nada. Apenas se limitou aceitar. No
jantar, não comeu quase nada. Marianne e Anastacia reparavam que ele estava
calado, se limitava a responder com pequenas palavras ou até grunhidos.
Christopher o chamou para floresta e o beijou... E foi rejeitado.
-- O que foi?
-- Não quero.
-- Fiz algo errado.
-- Sim. Me beijou quando não quis. – Edmund se
preparava para voltar para casa.
-- O que está havendo com você? – Perguntou Chris,
preocupado. – Desde que voltou da sua caçada ao tesouro está diferente.
Não respondeu e entrou, deixando o mais velho dos
Romanovs decepcionado.
No terceiro dia, Edmund sonhou com a fera. Um milhão de
pensamentos e possibilidades sobre sua transformação e quem a enfeitiçou. Então
lembrou do que ela falou antes: “Não sou como aquela que fez isso comigo”.
-- Quem é ela que fez isso com você, fera?
Ele voltou a dormir. No sexto dia, contou para Marianne
sobre sua aventura, o castelo no fim da estrada, o acolhimento da moça que é
uma fera e o trato feito com ela.
-- Não! – Marianne fechou a porta. – Você não voltará
para lá!
-- Mari, eu preciso. Devo minha vida aquela fera.
-- Ela que se dane! Os Romanovs são bruxos e caçadores.
Pedirei a eles que a matem!
-- Não faz isso! – Ed se pôs na frente da irmã. – Ela
me deu a rosa de seu jardim porque eu disse que é presente para você. E foi
concedido. Tenho que pagar minha dívida. E teria sido pior se ela quisesse
você.
-- A mim? – Se espantou a jovem.
-- Sim. – Ele suspirou e chorou de costas para irmã. –
Tentei roubar um simples castiçal. Estava desesperado e quase fui morto por
ela. Prometi que em sete dias voltarei para ser o escravo dela. Amanhã cedo
irei. E pelo amor de Deus, não fale para ninguém. Nem para os Romanovs.
Marianne não teve escolha.
No dia seguinte Ed partiu antes do amanhecer. Se
despediu de Marianne. E Chris e Ana observam a partida de Jones. Eles sabiam o
motivo.
-- Ele vai procurar a fera. – Comentou Ana, torcendo um
lençol para controlar sua raiva.
-- Podemos matá-la e o Ed voltará para nós.
-- Não! A maldição a deixou muito poderosa. Mesmo para
nós que temos vantagem, Rosie nos mataria num instante. Por hora, vamos ver
quando Edmund voltará e seguiremos cuidando dos Jones.
E amanheceu. Edmund chegou ao castelo e entrou no hall.
-- Fera! Eu voltei.
Não ouviu nada. Aproveitou para tomar banho e notou que
ganhou roupas novas colocadas na cama. E quando desceu as escadas, viu a mesa
já pronta para o café da manhã e a fera.
-- Espero que goste. – Ela disse, numa voz triste.
-- Está tudo bem? – Ed queria se aproximar dela.
-- Não é nada. Todos os dias vivo triste nesta
condição. Ninguém vem aqui. – Respondeu sem olhar para ele.
-- Não é verdade. – Disse uma voz de menina.
Ed olhou para os lados.
-- Quem disse?
-- Eu!
-- Eu quem?
-- Olha pra mesa e veja uma xícara.
Para a surpresa dele, viu a xícara se mexendo.
-- Você...
-- Calma! Meu nome é Vivian! – Se apresentou a menina
enfeitiçada.
-- Vivian! Não assuste o rapaz. – O bule branco vinha
atrás da xícara e representava com uma voz de uma mulher na casa dos quarenta
anos. – Mil perdões. Sou Martha. A mãe da Vivian e da fera.
Ed se surpreendeu. Aqueles objetos falaram com ele e
eram parentes da fera.
-- Os objetos falam, que intrigante. – Comentou Edmund,
um tanto surpreso.
-- Não se surpreenda. – Avisou Vivian. – Verá que
outros também falam.
-- Melhor não assustar o rapaz. – Pediu Martha e pronta
para servir o chã. – Bebida, querido?
Edmund aceitou e olhava para a fera. Ela olhava para
baixo e não o encarava. O desjejum dos dois foi assim. Silêncio total. O resto
do dia não teve nada de especial. Ed conhecia o castelo, a fera o evitava e
depois conheceu os outros objetos falantes. O relógio Derek, as estátuas
femininas chamadas Suzan e Jane, o busto masculino Micky, o candelabro alemão
de nome Dieter.
Quando anoiteceu, jantaram juntos e finalmente a fera
indagou:
-- Gostou da comida?
-- Sim. – Respondeu assustado.
-- E do meu castelo?
-- Muito bonito. – Edmund sorria forçado ainda com
medo.
-- Tem medo de mim?
Desta vez não respondeu. Ele escolhia as palavras com
cuidado e dependendo do que fosse respondido, teria um destino nada apropriado.
-- Tem medo de mim Edmund? – A fera insistiu na
pergunta, desta vez irritada.
-- Honestamente, sim. – Engoliu em seco.
A fera se acalmou pela honestidade do hóspede e seguiu
comendo.
-- Por mais que eu seja comportada, eu sou assustadora.
– Disse a fera e servindo um copo de vinho. – Mereci esse castigo.
-- Talvez... Fosse necessário pedir desculpas.
-- Se eu fizer isso, aí sim os Romanovs me executam. –
Sorriu e em seguida mudou de assunto. – Sua irmã gostou da rosa?
-- Sim. Ela adorou.
-- E certamente não gostou da ideia do irmão vir de
novo aqui.
-- Nem ela e nem minha família.
Quando enfim terminaram, seguiram para a sala de estar,
um olhando para o outro. Desta vez Edmund viu a aparência do monstro. Uma
cabeleira ruiva, os olhos esverdeados enormes, o focinho escuro e a boca
mostrando belos e enormes caninos. O vestido era azul pomposo e com pulseiras e
brincos perolados.
Em seguida a fera suspirou e se retirou.
-- Até amanhã Edmund.
-- E qual é seu nome?
-- Rosie. – Ela respondeu sem olhar para ele.
Ele não conseguiu dormir e saiu da cama. Ed caminhou
pelos corredores e encontrou uma porta. Abriu, julgando ser outro quarto. A
sala estava vazia, exceto por um objeto. Um espelho longo. O espelho em seguida
revelou a imagem da família de Edmund. O pai adoeceu, os irmãos tentando manter
a casa e Marianne chorando e... com olho roxo. O jovem temeu por eles e antes
que pudesse fazer algo, ele ouve um urro.
-- ONDE ELE ESTÁ? – Era a fera.
Correu para o quarto e encontrou Rosie.
-- O que está fazendo?
-- Minha mãe me aconselhou a dar um presente pra você.
– Ela entrega o presente. Ed não deixou de reparar nas mãos. Peludas e as unhas
grandes do tamanho de garras.
-- Obrigado.
E quando se virou, o bule estava na mesa do quarto.
-- Perdoe minha filha. – Se desculpava Martha, a mãe. –
Ela anda muito nervosa.
Edmund aceitou e adormeceu um pouco calmo com o chã. No
outro dia vestiu a roupa nova que Rosie lhe presenteou. Um tecido gostoso e com
cheiro de novo.
-- Está ótimo senhor.
-- Quem disse isso?
-- Permita-me apresentar. Sou Ulrich, um dos
candelabros. Você conheceu meu irmão.
-- Ah... Oi Ulrich.
-- A fera já está chegando. – Avisou Dieter.
Rosie abriu a porta com agressividade e caminhava
devagar. Ela sangrava no peito.
-- Fera! – Ed a socorreu. – Fera calma.
-- Fecha as cortinas. Por favor.
Ele obedeceu e com a ajuda do pessoal, cuidou de Rosie.
Carregou a fera para o quarto.
-- Mal tenho palavras para agradecer. O que posso fazer
para recompensar-te? – Disse Rosie.
-- Leve-me até minha família. – Ele pediu. – Meu pai
está doente e minha família precisa de mim.
Rosie suspirou e em seguida deu um anel para Edmund.
-- Use quando for dormir hoje e quando acordar, estará
na casa do seu pai. Entretanto, ficará com eles por cinco dias e depois voltará
aqui. – Falou a fera com a voz enfraquecida.
-- Muito obrigado. Cumprirei minha parte!
E então ele o fez. Deitou na cama ainda vestido e
colocou o anel no dedo.
-- Estou chegando... – Disse antes de dormir.
Como uma lufada suave dos ventos da primavera, Ed foi
transportado para a casa e em seguida acordou em seu quarto. Correu para o
quarto do pai.
-- Papai!
O velho Thomas Jones abriu os olhos e sorriu ao rever
seu filho mais velho.
-- Edmund! Você está vivo!
-- Estou aqui papai!
-- Como veio parar aqui?
-- A fera... – Ele sorriu. – Ela permitiu vir aqui.
Em seguida ele foi até a sala e abraçou todos os
parentes. Os Romanovs estava completamente chocados. Juraram que Ed estivesse
morto. Marianne abraçou forte o irmão.
-- Graças a Deus que está vivo! – Marianne chorava e Ed
pôde ver mais atentamente o olho roxo.
-- Quem fez isso com você?
-- Christopher... Mas porque eu não quis me casar com
ele.
-- Ótimo!
Edmund socou Christopher na frente da família que
berrava para cessar as agressões.
-- FORA DA MINHA CASA!
-- Edmund sinto muito. – Lamentava Chris.
-- Ao agredir minha irmã,
está me agredindo também. – Em seguida acertou uma cabeçada no filho mais
velho. – Saia das nossas vidas antes que eu mate todos vocês!
No castelo Rosie gemia de dor e todos os seus amigos
ficaram ao redor dela.
-- Mãe, precisamos chamar o Edmund. – Disse Vivian a
xícara.
-- E como faremos? Não temos mensageiros.
No céu um casal de gaivotas sobrevoava no mar e
avistaram o castelo.
-- Viu o castelo Elena?
-- Sim. Quem mora lá?
-- Veremos.
Dieter e Uli chamaram as aves.
-- Oh por favor pelo bom Deus nos ajudem! –Implorou
Uli.
Elena e o marido pousaram na janela e se impressionaram
com os objetos mágicos falantes.
-- O que aconteceu com vocês? – Questionou a gaivota
fêmea.
-- Fomos enfeitiçados por uma família de bruxos por uma
falta cometida de nossa lady.
Uli explicou tudo para eles e Geoff, o marido de Elena
até chorou.
-- Sabe, voamos há pouco para o campo e vimos esse tal
de Edmund. – Afirmou Elena apontando em qual direção.
-- Por favor, avisem ele pra vir em nome da Rosie. Ele
saberá.
-- Faremos esse favor. – Prometeu Geoff.
Depois que as gaivotas voaram, todos voltaram a sua
atenção para Rosie.
Aqueles quatro dias foram perfeitos para Edmund e sua
família. O pai se recuperou, Marianne se livrou da relação tóxica com
Christopher Romanov e depois firmou noivado com Moses Smith, um fazendeiro
escocês. O pai, intrigado, questionou novamente como o filho veio até eles.
-- Você quis dizer que fugiu da fera?
-- O nome dela é Rosie. – Corrigiu Edmund. – Ela é uma
fera gentil e delicada. Apenas foi uma lástima o que ela fez pra merecer isso.
-- E o que ela fez?
-- Foi amaldiçoada pelos Romanovs.
-- Os mesmos Romanovs que eram nossos amigos?
-- Sim. E amanhã voltarei para o castelo.
-- Não Edmund. Não voltará para esse monstro.
-- Pai pelo amor de Deus. – Implorou. – Ela foi muito
boa comigo e fiz minha promessa. Se eu não voltar a tempo, ela sofrerá e
morrerá.
-- Melhor assim. Um monstro a menos nesse mundo!
Edmund se irritou e se retirou do jantar. No outro dia
Edmund procurou o anel que a fera lhe deu. Vasculhou o quarto e as roupas. Em
seguida questionou os irmãos.
-- Cadê meu anel?
Todos se calaram.
-- CADÊ MEU ANEL? – Ele perguntou bravo e bateu na mesa.
-- Não sei que anel é esse. – Disse Olívia bem
tranquila.
-- O anel que a fera me deu.
-- Papai pegou. – Marianne aponta para ele.
E Então Edmund abordou o pai.
-- Me devolva esse anel.
Thomas não respondeu.
-- ME DEVOLVA!
-- Não está entendendo filho. Essa fera vai
amaldiçoá-lo também!
-- Aquele anel é a garantia da fera para mim! Para
voltar para ela! Eu prometi! Eu quero ficar com ela.
-- Por que Edmund? Por que se importa com aquele ser
repugnante?
-- PORQUE A AMO! – Disse em voz alta.
A determinação de Edmund chocou todos. Aqueles dias de
convivência no castelo com a fera mudou completamente a cabeça dele. As poucas
conversas e o silêncio deles mostrou que a fera estava arrependida e estava
disposta a perdoar. E o velho Thomas reconheceu que o filho estava amando.
-- Me perdoe filho. Se é tão importante, vá falar com
os Romanovs. Dei o anel para Alexei.
Ed abraçou o pai, pegou o cavalo e cavalgou até a
colina próxima onde moram a família Romanov. Alexei estava preparando a
caldeira para derreter o anel mágico.
-- Destruindo esse anel Edmund nunca mais vai procurar
aquela monstrenga. – Alexei estava com raiva. Ele que lançou a maldição em
Rosie e em todos do castelo.
No passado os Romanovs conheciam o clã Donovan vindo da
Irlanda. A filha mais velha Rosie era arrogante e detestava Ana por ser
esperta. E no baile que teve no castelo, Rosie humilhou Ana e a mesma retribuiu
da maneira cruel. Ao invocar a magia das trevas, Ana e o pai transformaram
Rosie num animal antropomórfico e deformado. A família dela e os empregados do
castelo em objetos falantes.
-- Sr. Romanov!
Alexei avistou Edmund chegando.
-- Me dê esse anel antes que eu cometa um crime contra
vocês.
Chris e Leon entregaram a bijuteria.
-- Antes que eu parta, me respondam uma coisa. O que a
fera fez para vocês?
-- Aquela ruiva irlandesa sem alma ofendeu
profundamente minha filha e a todos nós.
-- Nunca fiz algo contra a Rosie. – Admitiu Ana,
chorando. – E ela mereceu por isso.
-- Eu passei uma semana com Rosie e mostrou
arrependimento, embora ela nunca me dissesse o motivo da maldição recebida.
Ele encerrou a conversa,
colocou o anel no dedo e fechou os olhos, sumindo diante dos filhos de Alexei
Romanov.
Edmund se perdeu na floresta e as gaivotas o guiaram
até o castelo. E observaram tudo que ia acontecendo. Ele correu para dentro do
castelo e chamou por Rosie. Até que ele a encontrou no jardim, caída em meio as
rosas. Martha chorava e abraçava Vivian. Dieter, Uli, Derek, Micky e Jane e
Suzan permeceram ao redor dela.
-- Você demorou. – Disse Derek.
-- Ela chorava de dor todos os dias. – Comentou Micky.
-- Por favor pessoal! Eu sei que demorei, mas cheguei
até aqui.
Ele a pegou em seus braços e afastou o cabelo longo
para contemplar o rosto animalesco dela.
-- Fera... Sinto muito por demorar para chegar. Use o
anel. – Colocando o anel no dedo dela. -- Precisa viver.
-- Não consigo Edmund... – Rosie falava devagar. – Se
eu fosse uma mulher, nada... estaria acontecendo.
-- Independente se é uma fera ou não... Eu te amo. –
Ele se aproximava para beijá-la. – Quero me casar com você.
As nuvens foram afastadas e o sol apontou seus raios
para a fera. A energia mágica solar desmanchando a aparência da fera. O vestido
voltou a ser bonito. A pele e o corpo não era mais de um animal. Era humano. O
rosto voltou ao normal e para espanto de Edmund, estava diante da mais bela
mulher que seus olhos viram. Ela despertou e olhou para o homem que ficou com
ela nesse tempo todo.
-- Edmund...
-- Rosie?
Eles se abraçam e ao mesmo tempo a mãe e a irmã
voltaram a serem humanos. Os empregados também. Uli e Dieter dançavam, Jane e
Suzan correram para abraçar e beijar seus maridos. Martha chorava emocionada e
ela e Vivian se uniram no abraço familiar.
-- Muito obrigada Edmund! – Rosie o beijou ardentemente
e foi correspondida.
No entanto a felicidade do casal durou pouco com a
chegada dos Romanovs no castelo. Todos fecharam a cara diante da família.
-- Vieram tripudiar nossa senhora? – Jane pegava a
vassoura pronta para surrar todos.
-- Viemos em paz. – Avisou Alexei.
Ana e Rosie ficaram diante uma da outra.
-- Aprendi a lição Anastacia. – Disse a ruiva. – E
nesses anos todos percebi que jamais devemos julgar por algo externo.
Ana confirmou o arrependimento de Rosie e aceitou o
perdão da irlandesa e de todos. Christopher corteja Vivian...
-- Oi Vivian. – Ele sorria de forma charmosa. – Agora
que não é mais uma xícara, estou disposto a dar uma chance.
-- Oh Chris... -- Disse Vivian, brilhando os olhos. –
Você não me esqueceu e continua sendo esse homem incrível.
-- Casa comigo?
-- Não! – Respondeu em tom blasé e soltando as mãos
dele. – Te perdoei, mas não. Continua o mesmo panaca de sempre.
Ela deu as costas e caminhou de mãos dadas com Dieter,
que antes de virar o candelabro, era o cocheiro das irmãs Donovan e se
apaixonou por Vivian.
-- Que tristeza. – Entristeceu Chris. – Desse jeito vou
virar padre.
No jardim Ed e Rosie ainda se beijavam e pararam.
-- Naquela hora que falou que se casava comigo, era
verdade?
-- Sim! – Confirmou Ed e mostrou o anel que pertencia
sua falecida mãe. – Casa comigo?
Rosie sorriu.
-- Aceito! Aceito! Aceito!
Uma semana depois realizou-se o casamento. Os Romanovs
foram perdoados e Chris também foi perdoado, entretando não poderá chegar perto
de Marianne. Inclusive a irmã de Edmundo conheceu Rosie e entendia
perfeitamente o amor dele pela jovem que era uma criatura horrenda.
Um ano depois Rosie deu a luz um filho chamado Dorian.
Edmund não poderia estar mais feliz. Amar sem julgar a aparência nos ensina a
conhecer melhor as pessoas e desse jeito se tem a redenção.
FIM
*Cena
pós crédito da Marvel*
Geoff e Elena voaram seguindo o bando e se despediram
de seus amigos. Perto do Canal da Mancha avistam um homem no mar nadando e
observando a torre de um castelo. Ele olhava encantado para a mulher loira da
janela. E ele é um tritão.
-- Ela parece a princesa Dianna. Mas não é ela. –
Comentou consigo mesmo.
As gaivotas atentaram-se a todos os detalhes daquela
peripécia, para mais tarde fazerem parte daquela que será em breve outra
história de amor...
Boa noite pessoal!
Hoje é aniversário da minha personagem Rosie Donovan e hoje escrevi um drabble respondendo um desafio no site Social Spirit, com tema recomeço. Espero que gostem!
Rosie
acordou naquela manhã fria de janeiro. Virou-se para o lado e não encontrou seu
namorado. Antes que pudesse fazer algo, ela reviveu tudo o que aconteceu em sua
vida. Amizades, traição, um mandato de prisão e um filho. Ela assumiu que
talvez algumas escolhas feitas não eram para ser e outras ela avaliava. Uma
delas era reencontrar Graham Nash.
Foi então que ela ouviu alguns acordes de violão. Se levantou com dificuldade e vestiu um robe. Caminhou até a sala e ouviu o músico tocando e cantando alguns versos.
-- Holding you close undisturbed before a fire. The pressure in my chest when you breathe in my ear. We both knew this would happen when you first appeared. My lady of the island.
FIM