Boa noite pessoal!
Mais uma atualização de um dos grandes clássicos da Grind. Tem uma pequena pegada de Bridgerton, mas sem perder a essência de Orgulho e Preconceito e Zumbis. Boa leitura!
Capítulo 5: A Legal Matter
Antes do
amanhecer, Johan e Gerd se prepararam para sua partida.
-- Não
esqueçam! – Avisou Tony. – Semana que vem retornem para cá.
Cruyff
arrepiou-se e Gerd engoliu em seco. Tentou argumentar.
-- Senhor e
se eu... Bem, tiver outra pessoa?
-- Este contrato
de casamento é só por quinze dias. Depois disso, você volta a ser o que era
antes e queime o papel. – Respondeu Tony, de forma indiferente.
-- Ok.
-- Boa
viagem aos dois.
E ambos
partiram com os cavalos para o norte.
-- Casados
por uma quinzena. – Comentou Johan.
-- Uma
loucura, não é? – Gerd não sabia o que pensar.
-- Logo
passa.
Louise
arrumava seu quarto e distraída com suas ideias. Enquanto terminava seus afazeres,
surge na porta sua amiga e vizinha, Talia Hayes.
-- Lou? –
Talia abraçou sua amiga.
-- Talia. –
Louise se surpreendeu com a visita. – Como você está?
-- Muito
bem. – Talia sorria demais e se sentou na beira da cama. – Amiga, tenho
notícias. Estou noiva e me casarei com Sr. Black.
Louise se
chocou. Foi rápido para Colin arranjar uma noiva e de alguma forma,
desesperada.
-- Minha
nossa... – Lulu suspirou. – Meus parabéns, Tata!
-- Você
parece assustada.
--
Assustada, eu? – Louise ria e tentava sorrir. No fundo estava mesmo assustada,
surpresa e um pouco aliviada. – Imagina! Talia, estou feliz por você. De
verdade. Mas quero saber se você está feliz.
-- A chance
de felicidade com ele é o que a maioria das mulheres pode esperar.
-- E é isso
que você espera? – Indaga Louise.
-- Aos 25,
é mais do que eu esperava. –Sorria a garota. – Ele é aprazível.
Não havia
dúvidas de que Talia está feliz com o noivado. Lulu aceitou com elegância. Ao
mesmo tempo a jovem americana pediu uma ajuda para sua amiga galesa: que vá com
ela e Colin na primeira visita a residência de fraü Müller, a benfeitora de
Colin. Lulu não recusou.
Após a
visita de Talia, Louise caminhou um pouco na floresta e encontrou o Capitão
Facchetti.
-- Louise, principessa...
-- Capitão
Facchetti...
--
Giacinto. Pra você... – Ele beijou a mão dela, gentilmente. – Sou Giacinto.
-- Estou
sendo rude chamando pelo nome... – Louise corou com a gentileza. – Pode ser Sr.
Facchetti?
-- Tudo
bem. – Ele olha para os lados e pergunta. – Quer ir comigo conhecer um lugar?
-- Depende.
--
Acredite, esse lugar é secreto e ninguém sabe. Vai ser importante pois preciso
de sua ajuda.
Lulu teve
um pouco de medo, mas vendo a atitude sincera de Facchetti, aceitou o convite.
Atravessaram a ponte que liga o vilarejo e a capital, Londres. Seguiram para o
leste e encontraram uma igreja isolada da civilização e fieis entrando.
-- Pode ir
na frente. Te sigo logo. – Facchetti se preparava para amarrar o cavalo num
local seguro.
A filha de
Anthony McGold entrou na igreja e reparou que todas as pessoas estavam
estranhas e ouvindo o padre em seu sermão. Sentou na última cadeira vazia.
Facchetti chegou em seguida e se sentou ao lado da moça. Lulu estava irritou
com duas meninas rindo e cochichando.
-- Hey!
Calem-se! Mal educadas!
As garotas
se viraram para Louise. A guerreira se espantou. Eram garotas zumbis pelos
rostos deformados e a carne pútrida a mostra. Antes de sacar sua adaga, os
outros fieis a olharam. Todos no mesmo formato que a dupla de zumbis.
-- Calma.
Tudo bem. Não há o que temer. – Disse Facchetti, em tom calmo e sussurrante.
As pessoas
zumbis voltaram sua atenção para o religioso. Os pensamentos de Louise eram
misturados de medo e cuidado. Mais tarde o padre saiu do tablado e pegando um
cálice, serviu com sangue e cérebro.
-- Meu
Deus! – Lulu pôs a mão na boca. – É cérebro.
-- É
cérebro de porco. – Respondeu Facchetti. – Fique calma.
À medida
que a missa passava, Lulu ainda estava temerosa e na saída, o capitão italiano
explicou para ela o motivo de sua vinda.
-- Esta é a
Igreja de São Lázaro é o local de salvação destes zumbis, que não se tornaram
selvagens por não consumirem cérebro humano. É a chave para salvação do
continente.
-- Então,
comer cérebros de porco impede desse desejo primitivo? – Questiona Louise, mais
segura.
-- Isso.
Poderíamos buscar entendimento aos mais avançados deles. Essa guerra quase
faliu a Grã-Bretanha, afundou a Itália e está avançando para os outros países.
Sinceramente, não sei a quem recorrer pois em pouco tempo, podem se
multiplicar.
-- A Coroa
pode ajudar nesta iniciativa. – Concordou Louise. – Farei o que estiver em meu
alcance, capitão.
Facchetti
beijou a mão de Louise e a bochecha dela.
-- Muito
obrigado, principessa!
Enquanto
isso na casa de Robb e Sophie McGold, a filha mais velha continuava seu
treinamento quando um cavaleiro apareceu. De imediato sorriu.
--
Belladonna... – Disse o tenente Buffon.
Olhou para
os lados e certificando não estar sendo vigiada, Fefe correu para abraçar o
italiano e o beijou ardentemente.
-- Vem
comigo...
Foram para
o celeiro...
Na casa dos
Jones, os filhos ouviam a conversa de seus pais. Uma novidade bem animada.
-- Sr.
Jones, sabia que Fallsworth House foi alugada? – Perguntava a sra. Jones.
-- Não foi
alugada, minha querida. – Respondeu Thomas Jones. – Foi comprada.
Marianne
flagrou a irmã mais velha, Olivia, escutando na porta.
-- O que
está fazendo?
-- Quieta,
Mari. – Olivia estava animada demais. – Vem um rapaz do norte chamado Moses
Smith. Renda de cinco mil por ano. Não é maravilhoso?
A conversa
dos pais continuou. Em um dado momento, a sra. Jones sugeriu que provavelmente,
Moses Smith se case com Olivia ou com Marianne. O sr. Jones não concordou e por
fim admitiu que convidou o novo morador a vir pro baile semana que vem.
Edmund
ouviu tudo no quarto e ao mesmo tempo se deu conta: poderia muito bem convidar
Rosie. Há dias que o filho mais velho está completamente apaixonado pela ruiva
arqueira e está disposto a conquista-la. E o novo baile era oportunidade.
Angie
presenciou há pouco o que seria impossível de acontecer. Sua irmã Kimberly
sendo cortejada por Bran McGold. Ela pensou que o mais jovem da família de
galeses estivesse troçando de sua inocente irmã. Nem mesmo a rainha Charlotte
permitiria tal coisa se Kim fosse o diamante da temporada e também uma
guerreira. Ela ainda está em treinamento com a mestra Tsubasa e Angie queria
impedir, gritar, espernear ou gerar um enorme escândalo difamando Bran na
frente da nata aristocrática. Contudo, ela e a família enfrentariam uma
encrenca com o clã, que são seus amigos de longa data.
-- Oh! Que
audácia! – Exclamou Nora, chocada. – Não
achei que o Bran estivesse em tempo de debutar os bailes.
-- Este é o
debute dele. – Confirmou Angie, ainda chocada.
E pelo
visto, Kim aceitou o cortejo, deixando os outros pretendentes decepcionados e
com a cara no chão.
Jon
observava a cena e não dizia mais nada. Ele tentou no passado cortejar Kim e só
recebeu xingamentos dos pais. Neste momento, Claude Villeneuve o primo de Marie
e Odile Greyhound e tão libertino quanto Jon, bebia mais um copo de xerez e se
juntou ao seu amigo.
--
Problemas? – Perguntou quase em tom de blasé.
-- Choque e
dúvida. – Jon balança sua adaga de um lado para outro com uma das mãos e
sentado. – Ela é quase uma criança.
-- Falou
certo. “Quase” uma criança. Mas eu discordo. – Retrucou Claude, bebendo mais um
gole.
-- Pense no
que quiser. Eu conheço meu irmão o suficiente pra saber que tem algo aí neste
cortejo súbito para srta. Smith.
-- E o que
você acha?
-- Ele ainda
ama Angie.
-- Ah...
--- Claude sorria e traçava outra taça.
De modo
sorrateiro, se escondia nas áreas escuras e isolado da multidão, porém, o
suficiente para ouvir os segredos de todos os aristocratas. E com certeza
falaria na coluna de informações... Isso se os zumbis não te impedirem.
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Rosie e
Edmund cada vez se envolviam um com o outro e já está claro que o amor brotou
neles. O que aparentemente impede é o fato de Rosie vir de uma família de baixa
classe social. 3 mil libras por ano é a pensão generosa que seu falecido pai
deixou e mais 2 mil de sua tia morta por zumbis e outro detalhe é que Rosie
está com 24 anos e sem noivo. A única preocupação é com Vivian, a mais nova com
apenas 20 anos. Ela sim almeja se casar com um homem de alta posição social.
Entre os cavalheiros presentes nenhum ainda lhe chamou atenção.
Entretanto
numa ida a igreja de Merrytown lhe rendeu atenção de Christopher Romanov.
Vivian viu o cavalheiro, mas o ignorou. A verdade era que a ruivinha estava de
olho em Bran McGold e não acreditava em sua suposta corte a Kimberly Smith. Quando
a missa terminou Vivian tentou abordar o jovem alto e foi barrada por Chris.
-- Bom dia
milady. – Ele sorria.
Vivian
tentava não desviar sua atenção para o filho do coronel McGold e cumprimentou
rápido o russo e novamente seguiu até Bran. E antes de dizer alguma palavra,
outro fidalgo a corteja. Era justamente Dieter Hoeness.
-- Bom dia
senhorita. – Ele dizia mais alegre. – Está um lindo dia.
-- Está e
muito obrigada. – Tentou se desviar dele.
-- Eu quero
muito fazer a corte a senhorita.
-- Ah me
deixa em paz!
Após uma
tentativa infrutífera, Vivian se enfureceu e voltou para ao lado de sua irmã
mais velha, praguejando por não arranjar um marido.
-- O que
foi? – Perguntou a mais velha.
-- Fui
cortejada por dois paspalhos que me impediram de chegar perto do Bran! –
Resmungou Vivian. – Desse jeito vou virar freira.
-- Não
precisa ser tão dramática. – Pediu Rosie.
-- Eu soube
que os Smiths farão outro baile para debutar Nora. Quem sabe você não consiga
uma audiência com filho do velho McGold.
-- Me
casando com ele, sairei essa maré de pobreza e vou ser rica! – Dizia Vivian,
bem sonhadora. – E sem falar que ele é bonito.
-- Ele é. –
Concordou a irmã sem muito ânimo.
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Uma
semana depois Louise seguiu para a casa de sua amiga Talia Hayes, se passando
por sua acompanhante. Na verdade a garota será apresentada a Brunhilda Müller,
a benfeitora de Colin Black, que estará de visita na Grã-Bretanha.
Louise
aceitou de bom grado e serviu como chance para Facchetti conversar com a súdita
do kaiser Willhelm. Chegando na
propriedade de Rosings Hill, a guerreira loira se deparou com um grande
casarão. Apenas os bem apessoados e com recursos poderiam alugar ou comprar
aquela fortaleza. E pelo visto a matriarca dos Müller conseguiu facilmente.
Caminhando
no longo corredor da casa contemplou os quadros e um em especial ela riu.
--
Vocês viram? – Colin apontava para um quadro gigante mostrando a anfitriã,
armada com uma katana e pisoteando a cabeça de um anjo caído. – Esta é
Brunhilda, derrotando Lucífer.
Talia
beliscou sua amiga para parar de rir e entraram na sala de jantar depois de
serem anunciados. Colin tropeçou e se recompôs em instante.
--
Perdão! – O pároco se levantou e apresentou as mulheres. – Lady Müller, esta é
minha esposa Talia Black e a amiga dela Louise McGold.
Louise
encarou a anfitriã. Brunhilda era uma mulher madura, dona de um par de olhos
astutos e usando calças, além de ter uma espada a tiracolo. Brunhilda estava
sentada e ao lado dela um rapaz de semblante sério e vez ou outra emitia uns
grunhidos semelhantes dos mortos-vivos.
--
Então você é Louise McGold? – Brunhilda sorriu.
--
É um prazer em conhecer, fraü Müller. – Retribuiu a loira.
--
E esse aqui é meu filho mais jovem, Thomas. – Apontando para o filho.
No
mesmo momento a porta se abriu revendo uma pessoa conhecida para Louise. E não
era o capitão Facchetti.
--
Meu querido filho! – Brunhilda se levantou e abraçou Gerd. – Inteiro como
sempre.
Gerd
sorriu fraco e arregalou os olhos ao ver Louise.
--
Senhorita McGold?
--
Oi. –Disse Louise, espantada.
--
Conhece meu filho mais velho? – Indagou a senhora.
--
Sim. – Louise estava tímida ao falar. – Ele esteve em Londres.
Internamente
Gerd estava com medo em dobro. E tudo envolve um casamento. Seu medo era a
reação da mãe e da noiva.
--
O capitão Facchetti chegou! – Anunciou um dos empregados
--
O capitão veio conosco para a pedido da senhorita McGold para aconselhar boas
estratégias para combater a praga dos mortos.
Brunhilda
revirou a face e permitiu a entrada do oficial italiano.
--
Dei abertura para a mulher mais rica da Prússia. É com você Giacinto. – Sorriu
Louise.
Facchetti
beijou a mão de Louise, causando fúria em Gerd.
E
no jantar, Giacinto deu os devidos argumentos sobre os zumbis, explicou sobre a
igreja de São Lazarus e como esses mortos-vivos não sucumbiram ao desejo de
matar e devorar outros cérebros. Brunhilda ouvia tudo com atenção e não
esboçava alegria. Na verdade, a conversa com oficial lhe entediava. Louise
tentou persuadir ao mencionar a massa encefálica dos porcos.
--
Seja breve capitão! – Pediu a senhora Müller. – O que você deseja?
--
Recursos para nos defender.
--
Esses “recursos” é o dinheiro?
--
Como deve saber fraü Müller, os fundos da Coroa britânica e prussiana estão
secando. Devemos conversar com esses novos zumbis que não se entregaram a
maldição, eles são os líderes.
Brunhilda
riu de deboche e Gerd lançava um olhar desafiador para o italiano.
--Deixe-me
explicar uma coisa capitão. Zumbis são como gafanhotos. Eles avançam e destroem
tudo que vier na frente. Não precisam de liderança.
--
Exceto um, senhora. – Interrompeu Colin. – Segundo o livro do Apocalipse, o
Anticristo liderará os mortos no exato último dia da humanidade.
--
Minha nossa! – Brunhilda fingiu surpresa. – E o que pretende?
--
Um tratado de paz. – Respondeu o italiano.
--
Isso não levará a nada.
--
O finado herr Müller aprovaria.
Brunhilda
se enfureceu e apontou a espada para o oficial.
--
Jamais mencione meu marido perto de mim! Saia daqui!
Facchetti
se calou e se retirou sem antes falar mais.
--
Esse foi seu pior erro.
Louise
observou seu amado capitão sair e sentiu mal. Na hora de dormir não fechou o
olho pensando no ocorrido. Saiu do quarto e caminhou nos jardins da casa. Se
assustou com a figura do capitão italiano surgir atrás das árvores.
--
Me assustou capitão. – Dizia ela, rindo da própria desgraça.
--
Me perdoa. Não era minha intenção. – Ele mostrava carinho para ela. – Olha essa
bela casa de Rosings, principessa. Os
aristocratas acham que por estarem seguros em seus casarões nada lhes
acontecerá. Estão enganados. A arrogância deles será sua queda.
--
Queda? – Louise se assusta com as afirmações dele. – O senhor fala como se tudo
estivesse perdido.
Facchetti
se calou e se aproximou da jovem.
--
Acho que nos entendemos bem, principessa. – Disse Facchetti e logo Louise se afastou
dele. – O modo como me encorajou no jantar me deu alguma esperança.
--
O tratamento recebido dos Müllers foi repugnante para o senhor.
--
E foi mais repugnante o que Gerd e Johan Cruyff fizeram comigo e com as tropas.
A
atenção de Louise foi desperta.
--
O que eles fizeram?
--
Acusaram a mim e mais dois oficiais de serem os responsáveis de infectar parte
da Grã-Bretanha e ainda o coronel Cruyff plantou provas contra nós. E também
Gerd se vangloriava para os soldados austríacos dizendo que a família dele é mais
rica que os McGolds e Smiths juntos. E ele tentou beijar Kimberly Smith. A
família achou um absurdo e por isso apressaram o cortejo do seu primo caçula
com ela.
Lulu
não tinha palavras para rebater. Facchetti se aproveitou dessa vulnerabilidade
e pegou a mão dela.
--
Venha comigo principessa! Vamos fugir
daqui!
Louise
empurrou Facchetti.
--
O senhor passou dos limites! – Replicou contra o italiano.
--
Há muito passamos dos limites. – Facchetti foi embora. – Não ignore as palavras
do pastor. O fim do mundo está próximo!
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Continua...