domingo, 31 de julho de 2016

Stop! In Name of Love (14º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e para encerrar julho, fiquem com o novo capítulo da fic troca-destroca. Confesso que está um pouco fraco mas compensa com primeiro NC-17 de McTork. Boa leitura!



Capítulo 14: Leaving On A Jet Plane

Felicity POV

Parece mentira mas não fui com Peter na turnê dos Monkees. Dois motivos: Primeiro, Erin Hudson. Mesmo que a senhorita ninfa fofa tenha vindo me procurar pra dizer que reconhece ter perdido Peter, não me convenceu e tenho certeza que ela vai tentar mais uma vez reconquistá-lo. Se for o caso, ótimo. Mas espere quando esta semana se encerrar. Estarei aguardando no camarim, com luvas especiais para luta e desta vez, vou devolver com juros o tapa na cara.

Ah, falando nisso, o segundo motivo é claro que Peter e eu brigamos. Ele difamava Louise, acusando-a de fazer Davy de otário, sendo que ele próprio está enganando minha prima com a aquela coisinha chamada Dianna Mackenzie. Outra que também merece apanhar e diferente de Erin, vai sofrer igual como Louise nas mãos de Emma.

-- Pensei que ia com Peter na turnê. – comentou Mickey, enquanto tomávamos café no meu apê.

-- Não quis. – respondi, comendo torrada. – Ele acha que sou burra? Se eu for, sou capaz de matar a Erin e de quebra Dianna.

-- Olha, eu sei que está brava com as duas e deseja muito matá-las, mas não vale a pena. Aliás, Lulu nem olha mais na cara da Di.

-- Se ela sacou o que anda acontecendo com Davy e ela, já é uma coisa.

Terminamos o desjejum e voltamos a falar.

-- Só achei estranho Louise não ter vindo conosco para pescar com nossos pais.

-- Também acho. – disse Mickey. Depois ele olhou pros lados e me falou algo. – Está sabendo que Rosie está grávida?

-- Mesmo? – sorri. – Que lindo! Best deve estar feliz.

-- Bem, ele ficou e depois não.

-- Por quê?

-- Ela acha que tanto ele quanto ela não estão preparados para ter um filho.

Agora as coisas ficaram complicadas.

-- Ah sim. Mas essa gravidez então não foi planejada?

-- Ao que parece, não foi.

Parei para pensar nas coisas. Pensei em Peter e me doeu o coração. Será que fiz certo não ter ido?

Antes de alguma conclusão, meu celular vibrou e vi que era uma mensagem dele. Na verdade um poeminha fofo.

-- Lulu avisou que vai para Alemanha. – disse Mickey. – Até ia perguntar por que, mas lembrei que Odile pode estar lá, para relaxar e esquecer o que aqueles palhaços fizeram com o estúdio.

-- Já estava pensando em bobagem. – e era verdade. Lembrei do que Peter disse sobre ter visto Lulu e Gerd aos beijos. – Imaginei Louise indo procurar Gerd e não era pra ensaio ou ensiná-lo a atuar.

-- Por favor, acha que minha irmã e o alemão... argh! – Mickey se dá bem com Gerd mas nunca o aprovaria. – É tipo ver uma loirinha inocente com um sujeito horrível e da pior espécie. É a visão do inferno. Mas devo admitir que ele tem um par de coxas incríveis. Como ele consegue correr com aquelas pernas e agüentar 90 minutos em campo?

Acabei rindo disso. Melhor continuar com minha inércia.


Louise POV

Passei o resto da viagem só dormindo. No avião e no táxi. Na realidade cheguei a babar e me acordei com a mão dele no meu rosto.

-- O que aconteceu? – perguntei um tanto grogue.

-- Chegamos!

Desembarcamos do táxi e ficamos de frente a uma linda casa em estilo alemão.

-- Bem vinda a Nordligen, minha ursinha! – me puxando para perto.

Me afastei.

-- Ei, vai com calma, meu amiguinho germânico. Como pode me chamar de ursinha se nem sou sua namorada? E também você está ainda com a Dianna!

-- Quer ser minha namorada?

Nessas horas não sabia se Gerd falava a verdade ou era piada. Se for a segunda opção, não ri em nenhum momento.

-- Eu recuso!

Mesmo assim ele bateu na porta e quem nos recebeu foi um rapaz magrinho, quase esquelético, meio ruivo e cujo sorriso lembrava um vampiro adolescente. Os dois se abraçaram e falavam em alemão. Mais uma vez ótimo isso. Agora que não vou entender porra nenhuma.

O adolescente me olhava fascinado e em seguida continuava a falar com Gerd, bem animado. Novamente me olha.

-- Bem vinda, fraulein Louise! – ele me abraçou e ainda... falou em inglês comigo.
Entramos na casa e me surpreendi. Tão bonita e diferente. Jurava que estava na casa da família Weasley, de Harry Potter. Na sala estavam dois rapazes e uma moça. A garota beijou o adolescente e abraçava Gerd como se fossem conhecidos. Os outros dois receberam Gerd tão divertidamente com amplexos, gritos e briguinhas com almofadas. Quando me viram, pararam de sorrir. Opa! Ao que parece eu não agradei. Pelo menos era o que tinha pensado.

Eles também me abraçaram mas em conjunto e me afastei.

-- Desculpem! – eu disse, sem jeito. – Eu não entendo o que vocês falam.

-- Relaxa! – disse um deles, de nariz grande e óculos. – Eu sou Martin e este é o Hans.

O loiro ao lado chamado Hans tinha braços maiores que os do Gerd e me abraçou quase esmagativo.

-- Bem vinda, fraulein! – saudou Hans. – Gerd tem mesmo um ótimo gosto.

-- E uma queda por loiras baixinhas! – completou Martin, fazendo todo mundo rir.

-- E eu sou Thomas. – se apresentou o adolescente e ao lado dele sua acompanhante. – O irmão caçula e chato do Gerd.

-- Oi! – a mocinha linda que abraçou Gerd também foi bem receptiva e sorria. – Sou Lisa, a namorada do Thomas.

Me senti tão... sem jeito e minúscula. Todo mundo naquela casa é duas vezes maior do que eu. Nem na minha família somos assim, até porque minha mãe e minha tia da família Black são baixinhas.

-- Eu sou Louise... – tive de respirar um pouco e consegui falar mais. – McGold.

Todos se espantaram.

-- A atriz famosa? – indagou Hans, bem surpreso. – E-eu vi você em Ligações Perigosas e Fight For The Glory.

-- Gerd, essa mulher é ganhadora de um Emmy, dois Globos de Ouro e um BAFTA! – exclamou Martin e me mostrando o DVD da primeira temporada de Fight.

Por fim ficamos na sala conversando e se conhecendo. Martin e Hans são amigos de infância do Gerd. Thomas tem só dezoito anos e joga nas categorias de base do Bayern. Ele almeja ser jogador tão bom quanto seu irmão mais velho. E Lisa é amazona premiada. Ela compete na prova de equitação e sua família tem um haras com os melhores cavalos da cidade. Thomas disse que se não conseguir ser jogador, vai se juntar a namorada na modalidade, já que lida bem com animais.

Quando me dei por mim era meio dia e Lisa, pelo visto a iniciativa foi dela, me perguntou.

-- E você e o Gerd são... namorados?

Já estava com a resposta na ponta da língua e ele respondeu rapidamente.

-- Somos namorados.

Lancei um olhar indignado para o jogador e depois para o pessoal. Todos calados e mais espantados. Isso durou uns dez segundos. Thomas saiu do sofá, se ajoelhou e levantou as mãos para o céu, parecendo estar agradecendo.

-- Graças a Deus! – Thomas se levantou e me abraçou mais.

Martin gesticulava sem parar e Hans parecia uma matraca, embora não entendesse nada por estar falando em alemão.

-- Estamos felizes por vocês. – exclamaram os dois amigos, me olhando.

-- Eu nunca conheci a Dianna e pelo que os rapazes me contaram, não era legal. – Lisa estava rindo.

-- Não é questão de ser legal, Lisa. – justificou Thomas, abraçando a namorada. – Dianna parece ser... arrogante.

-- Eu posso dizer uma coisa? Eu conheço a Dianna e ela não me representa ser arrogante. – por mais que a acuse veemente por me separar do Davy na amizade, Dianna não é arrogante.

-- De qualquer forma nós gostamos. – disse Lisa.

A próxima coisa que me aconteceu eram todos no abraço em grupo como uma verdadeira família. Depois disso uma senhora de uns sessenta anos, gorda e usando roupas de cozinheira. Ela carregava um saco de batatas, me abraçou bem forte e me presenteou com as batatas. Não entendi aquele gesto e nem o que ela disse.

-- Ela gostou de você, ursinha. – disse Gerd, com o braço envolta da minha cintura. – Louise, esta é minha mãe, Hilda.

Quer dizer que essa senhora sexagenária é minha... sogra?? Ou melhor, a sogra da Dianna? Ou seria ex-sogra, já que eu fui oficializada como namorada do seu filho mais velho. 

-- Vamos almoçar, Louise! – convidou Thomas e já ajudando a mãe dele pra arrumar a mesa.

-- Almoçar? – estava tão perdida e não sabia como reagir. – Eu não sei.

A velha pareceu não gostar da resposta por estar com a mão no rosto.

-- Jedes Mal, wenn sie fragen, oder laden verweigert! Ich koche für eine ganze Stadt und am Ende sagen, nein! (Sempre que eles perguntam ou convidam, é recusado! Eu cozinho para uma cidade inteira e no fim dizem não!).

Olhei para Gerd e ele entendeu.

-- Mãe, a Louise está cansada da viagem.

Por fim ela aceitou a resposta e disse:

-- Ao menos essa garota tem bons e largos quadris. – Hilda me olhou de cima a baixo, me analisando. – Bons para ter filhos, Gerhard.

Ok, confesso que a parte dos quadris me deixou bem constrangida. Odiava quando falavam disso. No fim da adolescência sofri um complexo de inferioridade por não ter abundância suficiente nos seios mas nos quadris parecia perfeito. Houve época que os jornalistas mais sensacionalistas diziam que eu pus silicone para minha bunda parecer com o das brasileiras. E sem falar que Dianna era beneficiada. Ela tem peitos generosamente grandes e Alice também. Por fora não me chateava mas por dentro sim mas superava. E agora a velhota me solta essa?

Não tive escolha e almocei com todos. De tarde caminhei um pouco pela casa e conheci o quarto de Gerd. Na verdade o quarto dele era o de Thomas agora, no entanto, a casa sofreu umas reformas e finalmente Thommy ganhou seu próprio quarto, assim quando Lisa aparecesse em casa, ela dormia com ele. No quarto de Gerd, tem um beliche, um enorme armário marrom, uma TV de LED de quarenta e duas polegadas, um aparelho de DVD guardado e uma escrivaninha com um livro e... um vídeo game Playstation 4.

-- É do Thomas. – pela cara dele, mentia.

-- Eu não me importo se você joga vídeo game. – disse, mais receptiva. – Eu também gosto e pra caramba. Até hoje tenho conservado meu Playstation 1, Nintendo 64 e Mega Drive.

Ele ficou abismado.

-- Você gosta de coisas antigas?

-- Amo. Demais. – brilhei os olhos.

Gerd e eu guardamos as malas e deixamos as roupas no armário. Ele instalou o Play 4 e jogou FIFA 15 e eu verificava as mensagens do celular. Uma delas era de Davy.

Oi, McLovely.
Como você está?
Eu sei porque está chateada. Por favor, não pense que eu deixei de ser seu amigo. Ainda te curto e também crescemos juntos.
Deixa te contar.
Você sabia que eu encontrei aquele francês de cabelo lambido e que é primo da Odile? O tal François?
Ele perguntou demais sobre você. Como queria ter matado o desgraçado.
Estou com saudades.


Agora Davy entendeu. O que será que aconteceu pra ele finalmente ter entendido minha chateação? Com certeza foi... Dianna. Eu tinha certeza. Afinal, os Monkees saíram em turnê, Emma é namorada de Micky e leva Di e Erin pra ficar perto deles. Por mais que deteste Emma Carlisle, eu estou feliz por uma coisa: ela não tem mais chance com Mike Nesmith e mesmo namorando Micky, ela não gostou do flerte dele com a baixista Alana Watson. Chega a ser irônico, porque Emma é gamada na Di, que é baixinha mas odeia Alana porque é baixinha?! É bem esquisito! Não tenho nada contra Erin, até me dou super bem com ela mas esta passou odiar Fefe.

Na mensagem eu entendi perfeitamente. Davy se irritou com  François.

Olá, McCutie.
Estou bem. Viajei para Alemanha e estou na casa da Odile.
Sobre François, faça o seguinte: viaje para Newport, pegue emprestada a pá de meu pai e mate o filho da puta. Cave bem fundo na floresta mais densa e suma daí!

Com amor
McLovely

Terminei de enviar a mensagem e ouvi as exclamações de Gerd e dos amigos de infância dele jogando no Play 4. Thomas e Lisa tinham saído e eu não estava com vontade de conversar com “minha sogra” pois estava cozinhando o jantar. Permaneci no quarto, ora assistindo os rapazes no FIFA 15 ou Mortal Kombat, ora eu assistindo Hawaii 5-0 no Netflix. Davy não me respondeu, decerto ofendido ou viu que ainda estava chateada.

-- Louise! – chamou Martin, entregando o controle para mim. – Quer jogar conosco?

-- Martin, ela está cansada da viagem. – Gerd disse a mesma coisa que falou para mãe.

-- Mas é só uma partida. – disse Hans, insinuando que eu sou péssima jogadora.

Percebi isso e estou brava. Uma coisa eu tenho certeza. Sou azarada e perdedora. Mas quando são jogos de luta, eu mudo completamente. Larguei o celular na cama e peguei o controle para jogar com Gerd. Eu, uma mulher, deixei três marmanjos no chinelo quando ganhei de cada um por três partidas no Mortal Kombat. Deixei o controle para Gerd e disse em tom vitorioso:

-- Nunca subestime minha capacidade de jogatina, ursinho!

Os rapazes disseram um  “Wow” e tiram sarro de Gerd. Quando anoiteceu, tomei banho tranquilamente e jantei pouco. Porém, na hora de dormir, os amigos de Gerd permaneceram em casa e pousaram lá. Dormiram na sala, acampados e Thomas e Lisa foram para a casa dos pais dela. Gerd e eu ficamos no quarto dele. Pela ausência de cama de casal, eu subi no beliche e fiquei na cama de cima.

-- Vem dormir aqui, ursinha. – pediu Gerd, já deitado na cama debaixo.

-- Não, obrigada. Está bom aqui em cima.

Fiquei no celular um tempo e ao me virar pro lado, a cama do meu beliche rangeu. Tive medo daquela cama se quebrar. De novo me virei e mais rangidos.

-- Você vai cair. – temeu o alemão. – Vem deitar aqui.

Não respondi. A previsão de Gerd deu certo porque me virei pro outro lado e a cama é tão estreita que um movimento e já caio. Gritei no momento que aconteceu isso mas fui salva pelo ursinho.

-- Como sabia que eu ia... cair? – perguntei meio sonolenta.

-- Já tinha te avisado e notei que seu corpo estava perto do lado de fora.

No fim aceitei dormir com ele na cama debaixo. Por um lado foi bom porque fiquei perto do Gerd e ainda podia tocá-lo. Por outro lado é impossível de se mexer.

-- Merda! – exclamei, saindo da cama. – Vou dormir em outro quarto.

Gerd tirou o colchão da cama dele e o do meu beliche perigoso, unindo-os no chão pra formar uma cama de casal. Estendeu os edredons, colocou os travesseiros e uns cobertores.

-- Agora podemos dormir juntos.

Sorri para ele e deitamos confortavelmente juntos. Ele ressonava e eu o abraçava mas não dormia. E sim... sentia um tesão por ele muito grande. Foi aí que lembrei de três anos atrás, quando era protagonista numa minissérie épica chamada On The Victory. Falava sobre uma princesa galesa que viaja para Portugal com o objetivo de casar-se com um duque inglês que estava negociando com o príncipe regente Dom João VI, na época que Portugal colonizava o Brasil e quando Napoleão Bonaparte decretou uma lei que proíbe todos os países de negociarem com a Inglaterra. A história toda se passa em Coimbra e todas as cenas foram gravadas lá. Atuei com um ator português que vive atualmente no Brasil chamado Ricardo Pereira. Ele interpretava um coronel português da guarda do príncipe regente. Davy é o duque inglês e o vilão da minissérie. A minha personagem, resignada em casar com o nobre, acaba mesmo se apaixonando pelo coronel, que por sua vez, é um homem rude, beberrão e um monstro. Mas quando viu a bela noiva do duque, mudou suas atitudes.

A minissérie marcou umas coisas, apesar do pouco sucesso europeu. Havia poucas cenas de sexo, mais ação e mais romance açucarado. E também esse foi um dos meus primeiros trabalhos na TV. O primeiro foi O Morro dos Ventos Uivantes quando eu era Cathy e Davy era Heathcliff. Nesta minissérie portuguesa, algumas coisas foram diferentes. Davy e eu atuamos juntos mas não como par romântico e ele foi pela primeira vez o vilão, já que ele sempre era o galã e o mocinho. E além disso rendeu alguns prêmios para nós e mais destaque em outras produções quando Davy fez uma rápida participação especial em Game Of Thrones e eu em Grey’s Anatomy e por fim juntos novamente em Fight For The Glory, o nosso “Spartacus 2”, por causa da quantidade de morte, luta, sangue e sexo.

Entre tantos pensamentos, beijei de leve Gerd e ao mesmo tempo o toquei, com a mão dentro da cueca boxer que usa.

-- Hmmm... Ursinha...

-- Me possua...

Deitei por cima dele e tirei a camisola, ficando apenas de calcinha. Enchi-o de beijos no rosto e passei a língua em sua boca.

-- Desse jeito me deixa louco... – disse em voz baixa.

-- Essa é a intenção.

Tirei a cueca dele e me livrei da calcinha. Fiquei sentada nele, segurando forte seus pulsos e cavalgando devagar.

-- Gerhard... – disse entre suspiros e gemendo em seu ouvido. – Me perdoa... Ursinho... eu...aaaahh...

Ele apertava meus seios e gemia igual como na cena de sexo que gravamos juntos no filme. Ele se levantou, sugando meus seios e abraçando forte. Ele apertava meu bumbum um pouco. Invertemos as posições e ele abriu minhas pernas, fazendo sexo oral muito gostoso e depois se preparou para me penetrar. Ali fui aos céus. Queria gritar mas Gerd abafou com a mão.

-- Não grite, mein liebe. – ainda em voz baixa. – Podem nos ouvir...

Gerd me penetrava forte e sussurrava coisas em alemão e me excitei mais. Finalmente ouvia sua voz rouca e trovejante. Aquela voz provocante... E seu corpo... Ah aquele corpo... Minhas mãos percorriam em suas costas a medida que as estocadas ficavam mais rápidas. E nós dois não conseguimos evitar os gemidos. Minutos depois veio o orgasmo e ele deitou sob meus seios, ofegante...

Abri os olhos, sorridente e afagando seu cabelo desgrenhado.

-- Tolentino... – suspirei.

-- Quem? – ele perguntou.

-- Você parece Tolentino, o coronel português que foi par romântico da minha personagem em On The Victory.

-- Lembro dessa minissérie. – ele se virou pro lado e me puxou para perto. – Dianna assistia no Netflix.

-- E você assistia junto? – ri disso pensando como seria Gerd vendo novela romântica ou essas minisséries.

-- Um pouco. Só não assistia Star Trek porque acabava dormindo. – ele riu. – Mas porque eu me pareço com um coronel sádico português?

-- Você usa o mesmo bigode que ele e suas atitudes e do Felix no filme lembram um pouco Tolentino. Ele era cruel, mas tinha um coração amoroso.

-- Isso é, depois de aparecer uma Princesa Izabel de Cardiff e uma Poppy Heart.

Ficamos mais abraçados no colchão e trocamos beijos ardentes. Adormecemos juntos.


Felicity POV

Já completou uma semana das férias forçadas e Odile esticou mais um pouco o tempo de descanso. E eu claramente, estava me entediando ficar em casa, ajudando minha mãe nos novos vestidos para o desfile e assistindo futebol na TV com meu pai e meus irmãos.

Na realidade, sentia falta de Peter. Como quero aquele poetinha atrapalhado e fofo. Depois de ficar o tempo todo em casa, resolvi sair de casa. Meus pais não se opuseram e então segui viagem para Madri. Fotografei os lugares e até me arrisquei a visitar o estádio Santiago Bernabéu. Dei sorte que encontrei o time Real Madrid treinando com Zinedine Zidane, o novo técnico, após a queda de Rafa Benítez. E lá reencontrei meu ex-namorado, o goleiro Iker Casillas. Ele me viu e correu fora do campo.
-- Felicity...

-- Oi, espanhol... – sorri.

-- Faz muito tempo que não vem aqui... – ele comentou. – Se esqueceu de mim?

-- Sou difícil de esquecer os meus ex-namorados. Ou melhor, aqueles que me deram um pouco de felicidade.

-- Está sabendo que seu amado holandês vai se casar?

-- Sim. – respondi, sorrindo e pela cara de Iker, ele estranhou isso.

-- Você... Não está magoada?

-- Não. Até porque somos amigos e ele me convidou para o casamento.

-- Que coincidência. Eu também fui convidado. Sara e eu vamos em dezembro para Barcelona.

Entre uma conversa e outra Iker no fim me deu uma flor e quando ia agradecer, encontrei Peter, me olhando e desolado. Não! Aquele olhar de cachorrinho perdido dele, me magoou e muito.

-- Iker, foi bom ter te encontrado.

-- Nos vemos no casamento, señorita.

Sai do estádio e alcancei Peter facilmente.

-- Peter!

-- Me deixa! – ele se afastava.

-- Eu vou explicar.

-- EXPLICAR O QUÊ? – agora ele pareceu alterado. Demais. – Você ficou brava comigo porque me viu beijando a Erin. Depois discutimos quando disse que Louise está traindo Davy e não quis acreditar.

-- Pra começar, você pareceu não se importar com o fato que ter dito que foi Davy a provocar isso. Ele está preferindo a Dianna e esquecendo Louise. Na verdade é VOCÊ QUEM NÃO QUIS ACREDITAR EM MIM! – gritei, perdendo a paciência.

Peter queria chorar e eu também.

-- Sabe, acho melhor mesmo... que nós fiquemos separados. – ele disse.
Espantei com ele falou. Geralmente sou eu que termino com o caras mas com Peter, foi diferente e doeu.

Me afastei e mais lágrimas brotaram em mim.

-- Se é assim, então... acabou.

Voltei para o hotel sob a chuva torrencial. Me tranquei no quarto e chorei na cama. Depois tomei banho ouvindo Leaving On A Jet Plane, do trio Peter, Paul & Mary. Olhei meu celular e encontrei só três mensagens de Emma.

1)       Me perdoa
2)      Eu sinto sua falta
3)      Eu te amo

Guardei o celular no criado mudo e voltei a chorar. A saudade de Peter aumentava demais. Antes cogitava em voltar para casa em uma semana, agora quero mais que tudo retornar amanhã mesmo. Contudo, naquela noite aconteceu algo. Ouvi batidas na porta e fui abrir. Ele.

-- Não quero mais ficar separado de você!

-- E quanto ao que falamos?

-- Depois resolvemos, agora... desejo me redimir com você, supernova.

-- Starlord sou eu que peço perdão. – abracei Peter tão forte que ele ficou com falta de ar. – Eu fiquei com medo de perder você. De verdade. Eu...

-- Calada e me beija!

Fechamos a porta e seguimos para a cama. Peter abria meu robe e apertava meus seios e os sugava com vontade.

-- Peter... mais... por favor...

Ele obedeceu. Desceu os beijos para todo meu corpo e chegou no meio das pernas, fazendo um sexo oral tão incrível que me levou nas nuvens. Puxei a cabeça dele, pedindo mais e mais aquela língua.

-- Ooooh Peter!

Quando terminou, ele me olhou de forma safada e tirou a roupa na minha frente. Colocou a camisinha que tinha no bolso da calça e deitou-se por cima de mim.

-- Minha supernova...

A penetração foi suave e devagar. Foi assim por alguns minutos. Apertava o bumbum dele e o arranhava nas costas.

-- Ai! Não me machuque, supernova!

-- Perdão, Starlord. – disse e beijando meu poetinha. – Me empolguei. Posso ficar por cima?

-- Seu pedido é uma ordem!

Invertemos as posições e cavalguei nele rápido. Peter passava as mãos no meu corpo e apertava mais meus seios e os mamilos.

-- Peter... meu poeta, Starlord... eu...

-- Felicity... eu...

Puxei Peter para o rosto dele ficar entre meus seios e atingimos o clímax juntos.

Deitamos bem abraçados e ofegantes. Nem deu cinco minutos de pausa e o telefone do hotel tocou. Ele atendeu.

-- Alô? – com uma voz cansada.

-- Peter? – mesmo sendo ele atender, reconheci a voz de Anastacia no outro lado da linha. – Espera! Você está com a Fefe?

-- O que acha? – ele ria. – Meu deus, não consigo respirar e nem sentir minhas pernas....

-- Me conta os detalhes...

-- Bem... Eu e ela...

Não deixei aquela conversa se esticar e peguei o telefone.

-- Ana, por favor liga amanhã pro celular dele. Estamos ocupados.

-- Ah, sim! Desculpa, Fefe. E boa noite.

Coloquei de volta no gancho e pra garantir não ouvir mais, tirei da tomada. Ali mesmo iniciou meu romance, desta vez pra valer com Peter.


Gerd POV

Amanheceu e notei o quanto Louise estava diferente. Comparado a noite passada onde teve a iniciativa, esta manhã agiu com certa frieza. Pensei em convidá-la para um passeio na rua mas chovia demais e a previsão do tempo era o dia todo, a tarde e noite só chuva.

No café da manhã ela não conversou, apenas agradeceu pela refeição, ajudou Lisa e Thomas para lavar louça e a limpeza do quarto.

Ela não saiu do quarto.

Subi para lá e a encontrei lendo na minha cama do beliche. Fechei a porta e me sentei perto dela.

-- Quer me contar algo?

-- Sua família e amigos sabem que você terminou com a Dianna?

-- Sabem. – respondi, segurando a mão dela. -- Contei pro Tommy e ele contou a todos. Ursinha não quero esconder de mais ninguém que a amo. Você é meu mundo, o meu universo.

Ela guardou o livro e em seguida pegou a pilha de revistas que estavam embaixo da cama. Todas continham fotos minhas com Dianna. Louise mostrou a revista Vogue... com Dianna e eu posando para as campanhas da Calvin Klein e o desfile do Victoria’s Secret.

-- Louise...

-- Antes era ursinha, agora é Louise? – soltando sua mão das minhas. – Não posso negar que há uma atração entre nós... Eu...

É claro. Ela ainda ama o anão... Soquei a parede.

-- O que ele tem que eu não tenho?

-- Gerd, eu não amo e nem consigo mais amar o Davy. – ela chorava. – Eu estou com raiva. De tudo. Perdi meu amigo. Pra Dianna. Se ele está com ela por mim tudo bem e pra você também. Mas... estou com raiva porque senti que ele não é mais meu amigo. Está entendendo?

Louise quer culpar Dianna, sem saber que eu também tenho parte disso. Minhas tentativas de ter a ursinha ao meu lado serviram para afastar ela e Davy na amizade e isso não queria.

-- Louise...

-- Quero ficar sozinha, Gerd.
Abracei Louise bem forte.

-- Ursinho...

Poderia ter acontecido um beijo se não fosse a intromissão de Thomas.

-- Opa! – se desculpando. – Só pra avisar, seu celular tocou e era Alice. Mandando você ligar a TV e colocar no canal 5!

Peguei rápido o controle remoto. Ligamos a TV no canal indicado e começou um programa sobre carros antigos e... apresentado por Alice.

-- E hoje no Relíquias sobre rodas,eu irei encontrar um Alfa Romeo 74.

-- Minha lua tem seu próprio programa de reforma de carros. – dizia, emocionada. -- Que orgulho!

Fiquei bem surpreendido mas não tanto quanto Louise. Já havia algum tempo que Alice disse sobre seu desejo de falar sobre carros antigos e apresentar um programa assim na BBC. E pelo visto, seu sonho se tornou realidade.  Após o programa, Louise me mostra uma mensagem de Alice.

-- Fala sério! Ela quer que eu participe do programa e diga qual é o carro que desejo.

-- E você vai?

-- Não gosto de me expor... Depois eu envio uma mensagem para ela, recusando o convite.

Passado uns três dias Louise conheceu as namoradas de meus amigos. Fridda é uma sueca e namora Martin. Lena é noiva de Hans... e está grávida. Junto com Lisa,  quatro ficaram amigas, embora notei que Louise ficasse bem incomodada a cada instante que elas falassem de Dianna. Numa noite não nos amamos mas dormimos do mesmo: com os colchões no chão.

-- Amanhã vou para Newport. – ela disse em tom de lamentação.

-- Por quê?

-- Saudade da família.

No outro dia Louise se despediu de todos. Minha mãe deu de novo um saco de batatas. Martin e Fridda lhe deram um vestido para caso Louise participar da Oktoberfest. Lembrei uma vez que Dianna se recusou a vestir. Lena e Hans foram mais humildes. Foram quatro livros de história da era vitoriana, já que a ursinha adorava.

Olhei na janela se despedindo.

-- Werden Sie Ihre freundin gehen lassen? (Vai deixar sua namorada ir embora?) – minha mãe perguntava e... arrumava minha mala?!

-- Sie entschied sich dafür. (Ela optou por isso.)

-- Nun ist diese! Ich sah dieses Mädchen tat. Ich sage, sie mehr Haltung, Freundlichkeit und Geist einander hat. Sind Sie geben nicht auf Grund Wert. Gehen Sie nach ihr, mein Sohn!  (Ora essa! Eu vi o que essa garota fez. E digo que ela tem mais atitude, gentileza e espírito que aquela outra. É você que não está dando devido valor. Vá atrás dela, meu filho!)

Poucos minutos depois segui Louise.

-- Vou com você.

E ela se espantou.

-- Sabe que vai conhecer minha família. E... já aviso que somos muito diferentes de vocês.

-- Se eu agüento 90 minutos em campo, porque não uma viagem e conhecer sua “tenebrosa” família?

Louise suspirou e aceitou.

-- Não diga que eu não lhe avisei!

A viagem foi longa e chegamos ao fim da tarde. Eu estava em Newport, uma cidade pequena de Gales. Já havia visitado aquele país em dias de amistoso e jogos das eliminatórias da Eurocopa.

Agora só me restava conhecer a família de Louise.


Continua...


terça-feira, 26 de julho de 2016

CSI München (What if Grindhouse - 5º Capítulo)


Capítulo 5: Rupturas

Louise praticamente pulou da cama. Para a sorte dela, não tinha aula e resolveu aproveitar para trabalhar com vontade na delegacia. Chegando no escritório do doutor, ela ligou seu aparelho MP4 e começou a dançar e cantarolar enquanto procurava nas pastas físicas o resultado solicitado da balística.

Neste momento Gerd surgiu na porta e acabou vendo à assistente pulando e dançando. Era óbvio que o motivo de toda alegria era sua partida. Se é que ela iria partir.

-- Hey, Sininho! Vamos para o hospital!

-- Eu posso ficar? – Solicitou sorridente. – Tenho um caso de roubo de banco por travestis.

-- Não! Vamos agora!

Ela ficou num dos quartos vazios esperando o médico. O motivo era que a sala de espera tinha muita gente e ela não queria ter de dar satisfação sobre o trabalho dos médicos. Ela deitou na cama, colocando o fone de ouvido e fechou os olhos. Ela se lembrou do beijo do doutor... e da Alice. Os dois médicos beijavam bem, a ponto de provocar desejo na menina.

E adormeceu...

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Manuel Neuer fumava seu cigarro tranquilamente, ao mesmo tempo que olhava para os cadáveres na cama. Na verdade um casal. Ele sabia que a garota trabalhava para Schön Industries e certamente o velho encarregou à moça de guardar o relatório. Ledo engano. A moça realmente trabalhava na fábrica, mas não era ela.

-- Vou ter que me livrar desses dois... – Resmungou o médico, olhando para a janela.

Tudo aconteceu com um mero encontro orquestrado pela internet. Peter e Erin adoravam novas experiências sexuais e sem que os amigos saibam, eram hedonistas. Peter é bissexual e Erin acompanhava as vontades do namorado, mas também amava se deitar com garotas. Então para tornar as coisas mais divertidas, eles se inscreveram num site de relacionamento, procurando um parceiro ou parceira que pudesse satisfazer suas vontades. Aí entrou Manuel.

O médico freqüentava muito esses sites e acabou encontrando Peter e Erin. Após dias de conversar no chat, eles marcaram um encontro para se conhecerem pessoalmente. Tudo ocorreu bem. Manuel conquistou fácil o casal e eles também adoravam a companhia do nutricionista. Ainda nos encontros, Manuel passou a freqüentar o apartamento deles, ao mesmo tempo se deliciava com o sexo a três. Ele não nega que foi realmente bom ficar com o casal, Peter era um verdadeiro amante e Erin uma fogosa. Foram cinco encontros.

No quinto encontro, o médico já tinha um plano. Ele ficaria esperando os dois que estavam tomando banho juntos e possivelmente, trepando. Manuel ficou na cama, com o robe aberto, aguardando o casal. Quando eles saíram do banheiro, o médico agarrou Peter e o beijou longamente e Erin ficou fazendo sexo oral em Manuel.

-- Peter... – Manuel suspirava no beijo e colocou a mão no bolso do robe, sacando uma seringa com coloração verde.

-- Oh Manuel...

-- Eu sinto muito!

Manuel aplicou rapidamente a injeção no pescoço de Peter, matando o rapaz em segundos. Erin parou a sucção e gritou.

-- PETER! NÃO!

O médico socou Erin, derrubando-a no chão e no outro bolso do robe, mostrou outra seringa da mesma cor e injetou o liquido esverdeado na moça, dando o mesmo fim que o de Peter.


---C---S---I---


-- Modus operandi: injeção de veneno de cobra. – Disse George Best, para o legista Sepp Maier.

-- Gostaria de saber quem teria contato com veneno de cobra e ficar injetando assim nas pessoas? – Se questionou o legista. – Foi assim também meses atrás com a morte do Bastian...

Os dois ficaram em silêncio na sala dos cadáveres, olhando mais uma vez para o casal. Sentiam que cada vez mais as investigações poderiam levá-los para outras situações. No entanto, Sepp estava mais pesaroso de outro motivo e não era profissional. E sim pessoal...


---C—S---I---


E por falar em cada dia, Ana era outra pessoa que estava bem tensa. Com as investigações, ela acabou por ceder a presença de Paul Breitner como seu guarda costas. No início nenhum dos dois parecia colaborar, até certo ponto. Porém quando soube que teria de administrar a fábrica, entrou em desespero e passou a brigar mais com o policial.

-- Eu não posso assumir. – Resmungou Ana, largando os papeis na mesa. – Eu não sei como fazer. Acho que deviam fechar essa fábrica e vender.

-- Enlouqueceu por acaso? – Paul não acreditava que Ana tenha dito aquilo. -- Você vai assumir sim,sabe por que? Essas pessoas precisam desse serviço, são pessoas boas e honestas e pode mostrar que elas podem continuar firmes nesses tempos difíceis.

-- Eu não sei administrar uma fábrica! Eu sou só uma escritora não sei como posso fazer isso.

--Entendo um pouco de negócios. – Paul compreendeu tudo. -- Um tio meu tinha uma loja de materiais esportivos.

-- Você me ajudaria nessa empreitada maluca? – Ela perguntou, desta vez educada.

O policial segurou a mão dela, carinhosamente.

-- Vamos fazer isso, juntos.

O que não sabiam, era que na casa de Ana, havia uma escuta e uma câmera escondida, colocada pelo namorado dela, John Entwistle. Neste momento ele e sua amante, a enfermeira Brigitte Beckenbauer, esposa do delegado, ouviram e assistiram toda cena. John era um aproveitador. Mas com Ana, ele não tinha coragem de tirar um centavo dela... Contudo, ao vê-la com o policial, mudou de idéia.

-- Então, querido, vai participar desse golpe? – Brigitte massageava as costas de Enty.

-- Sim! Mas com uma condição!

-- Qual?

-- Se separe daquele seu marido idiota e tire o dinheiro dele! Tudo!

-- Divórcio é algo que talvez Franz concorde, agora o dinheiro...

-- Tudo bem, deixa comigo!

Era questão de tempo...


---C---S---I----


Louise praticamente dormiu a manhã inteira num dos quartos de hospital e se acordou ouvindo uns ruídos estranhos na estrutura. Ainda sonolenta, caminhou até o banheiro e deu um flagrante. Era o doutor Müller e Alice fazendo amor.

-- Opa! – Se assustando. – Desculpem!

Se retirou dali o quanto antes e sem querer esbarrou em outro médico, derrubando alguns papeis.

-- De novo, me desculpe! – Louise pegou no chão e entregou os papeis para o médico.

-- Tudo bem... Acidentes acontecem.

Ao se olharem, parecia que o mundo havia parado. Louise admirou os brilhantes olhos esverdeados do homem. Este por sua vez se encantou demais pela moça. Uma bonequinha. Pequena, loura, olhos azuis como o mar do Norte e um rosto angelical.

-- Já nos vimos antes? – Indagou o médico.

-- Talvez...

-- Tenho a impressão que te procurei a minha vida inteira. – respondeu o rapaz, sorrindo para ela.

Louise retribuiu e pela primeira vez seu coração se alegrou nas batidas. Até que ela se lembrou da foto no celular, quando conversava no chat...

-- Você é... Like Rolling Stone? – perguntou a jovem.

Imediatamente ele entendeu.

-- Meu Deus, é você mesma! Pequena Atena!

Se surpreenderam. Louise finalmente está conhecendo o homem gentil que ganhou não só sua amizade, mas seu coração de forma virtual.
-- Caramba! Eu... – ela mal conseguia falar devido a alegria.

-- Eu sei! – ele também se encontrava na mesma situação.

-- Acho que devemos nos apresentar.

-- Claro! Meu nome é...

Antes que o ruivo dissesse algo, o casal de médicos apareceu.

-- Ah, vejo que conheceu meu irmão, Louise. – alegrou-se Alice.

-- Como é? – a loira não compreendeu a situação. -- Mentira que você é o irmão da Alice.

-- Ninguém acredita. – ria Alice.

-- Mas alguém tem que cuidar dessa baixinha aqui. – disse o médico. – Eu sou James Stone.

O rosto de Louise desmanchou-se. Se antes era sorriso, agora transparece claramente decepção. Gerd percebeu isso mas achava que Louise não acreditasse que Jim é irmão de Alice.

--  Eu vou indo. – disse Lulu, com a voz denotando vontade de chorar. -- Doutor, o capitão Moore te espera no escritório dele sem falta.

-- Ei, pequena Atena. – Jim agarrou o braço de Louise. -- Você me deve um encontro. Quando posso te levar ao cinema?

-- Nunca! – respondeu secamente. -- Eu não te devo nada! Tchau, Like Rolling Stone!

E ela saiu do hospital, bufando de raiva e em seguida pegou o celular, excluindo rapidamente o aplicativo.

-- O que deu nela? – perguntou, confuso. – Eu estava falando com ela, tão animadamente. E ela de repente mudou.

-- Acho que ela deve estar naqueles dias. – justificou Alice, não querendo incomodar mais o irmão. -- Vem, vamos tomar café e me conta onde você a conheceu.

Foram os três na lancheria do hospital e Jim contou.

-- Foi num aplicativo. Eu segui o conselho do Edmund e resolvi tentar. Ela foi a primeira a puxar papo comigo. Conversamos por horas e de repente trocamos fotos e outras mensagens.

-- Então... Era você que conversava com ela? – perguntou Gerd.

-- Sim.

-- O tempo todo? – desta vez a voz do médico não mostrava alegria e sim um ligeiro incomodo.

Jim percebeu isso e Alice falou:

-- James, a Louise é assistente pessoal do Gerd.

-- Ah entendi. – se desculpou o ruivo. – Olha, ela me contou que trabalhava pra um médico que não tava nem aí pra ela e ainda fazia a trabalhar sem parar e que quer se demitir. Mas eu juro que não sabia que era você!

Gerd não sabia por que aquilo o perturbava e se retirou, irritado.

Alice o seguiu e o encontrou na sala de reunião, batendo a cabeça na parede demonstrando decepção. Ela o fez parar.

-- Está tudo bem?

-- Agora eu sei porque Louise quer se demitir. – respirou fundo e continuou. – Ela acha que eu sou um péssimo chefe e a faço trabalhar como uma escrava.

-- Você ainda pode redimir com ela. – abraçando o amado. -- E ser um bom chefe. Você só é perfeccionista.

Se abraçaram forte. O que a médica não sabe era que o namorado havia mentido o real motivo. Ele não gostara de saber que Louise conversava com Jim por mensagens de texto trocadas num aplicativo de relacionamentos amorosos.


-----C-----S-----I-----


Na sala de necrotério Louise olhava para o nada, enquanto Bobby Charlton e Sepp Maier juntavam os ossos de um casal que foi morto.

-- Será que existe mesmo canibalismo? – indagou o médico legista, colega de Sepp. – Não acredito que tenha pessoas que comam carne humana.

-- Quando se trata da sobrevivência, se alimentam do que for. – disse o alemão ruivo, enfático.

Depois disso um silêncio pairou no ar e em seguida olharam para Louise. Ela segurava a vontade de chorar.

-- Pode chorar, Louise. – permitiu Sepp.

-- Eu só quero saber uma coisa. – olhando pros lados pra certificar se há alguém além dos três ouvindo a conversa. – Porque todo mundo gosta da Alice Stone? O que aquela peituda tem que todo mundo gosta dela? Até a Odile?!

Os dois legistas morderam a língua evitando rir mas viram que Louise estava mesmo zangada.

-- Se serve de consolo, eu não gosto dela. – disse Charlton, pegando um luminol.

-- Diz isso porque é meu colega, Bobby.

-- É sério. – confirmou o legista. – Não gosto dela. Mas sou obrigado a suportar por causa da Belle.

Lulu derramou um pouco as lágrimas mas parou de chorar.

-- Quem é Belle? – perguntou Louise.

-- É a namorada francesinha dele. – respondeu Sepp, ligando seu luminol e focando nos ossos.

-- Belle é a melhor amiga da Alice. – finalizou Charlton, escrevendo na prancheta. – Ultimamente não estou recebendo carinho dela e sabem por quê? Graças a Alice!

-- Até que enfim um semelhante. – disse Lulu, louvando com as mãos ao alto.

-- Alice sempre liga as oito da noite pra minha casa e fala com Belle. Na verdade sexo por telefone e quando quero dar e receber, Belle diz: “estou cansada.” E dorme!

-- Um conselho, Bobby: larga essa tal de Belle. – aconselhou Louise. – Antes só do que mal acompanhado.

Ele olha pros ossos e depois para Louise.

-- É uma possibilidade.

Depois da conversa, o trabalho dos três foi terminado e Louise voltou para o escritório do doutor. Sem querer encontrou uma pasta vermelha e ali continham folhas. Eram os emails dos departamentos policiais de outras localidades referente a transferência de Lulu. Pelo visto nenhum tinha vaga para ela. Outra vez se decepcionou.

-- Eu não acredito que terei de ficar aqui! – batendo com a mão na mesa.

Depois Gerd apareceu, trazendo uma sacola cheia de comida. O forte cheiro dos alimentos atiçou a fome em Louise mas a mesma se virou para seu desktop e ligou o computador.

-- James perguntou sobre você.

Ela não disse algo, apenas grunhiu.

-- Eu disse que você trabalha pra mim.

Louise permaneceu ignorando.

-- Ele quer te ver.

As mãos de Louise tremiam, por conta da ansiedade.

-- Meu turno já acabou, doutor?

-- Temos plantão.

Louise não concordou e inventou uma desculpa:

-- Eu tenho prova amanhã!

-- Se quiser pode ir embora. – disse sem muita importância e digitando no notebook. – Amanhã enviarei o email para os departamentos.

-- Há! Até parece! – ironizou Louise. – Eu vi na sua pasta. Não há vaga para mim.

-- O lado ocidente não tem. Mas o oriente sim.

Lulu se calou. No fundo não desejava ir para os lados da Alemanha Oriental mas manteve-se firme.

-- Ótimo pra mim. Qualquer lugar é melhor só pra não olhar pra sua cara e da “Meredith Grey” que é sua namorada. Se é meu destino ficar atrás da cortina de ferro, perfeito!

-- Boa noite, Louise!

-- Boa noite, doutor!

Ela pegou a mochila e se retirou da sala, feliz por irritar o médico. E Gerd pegou um dos copos de café que havia comprado para Louise... e jogou no lixo.

Na saída ela encontrou Odile esperando seu táxi. Ao encará-la, viu o olho direito roxo.
-- O que aconteceu? – espantou com aquele hematoma. – Foi aquela cadela peituda, né? Eu vou acabar com ela!

-- Não foi Alice... – chorava Odile. – Foi... meu namorado. Niki.

Odile desabou a chorar no ombro de Louise e ambas embarcaram no táxi seguindo para a casa de Louise.



------C-----S-----I-----


Felicity e Franz caminharam juntos até pararem em frente ao prédio dela.

-- Quer entrar? – convidou a galesa.

-- Deixa pra próxima. – respondeu Franz, parecendo cansado.

Ela se aproximou dele e depositou um beijo rápido e seguiu para o apartamento e ele para sua casa. Sem saberem foram fotografados por um homem desconhecido que usava jaleco.

O carro entrou numa área florestal com algumas casas abandonadas fora de Munique. Desceu do carro e abriu o porta malas, retirando ali um saco preto pesado. Carregou até uma das casas cuja porta é verde.

Bateu umas duas vezes e atendeu um rapaz de cabelo curto e traços britânicos.

-- Manuel!

-- Trouxe sua refeição, Hicks. – entregando para ele o saco.

Tony Hicks pegou rapidamente, abrindo-o e se maravilhou com que viu.

-- Com certeza você é o melhor sócio e melhor assassino, Dr. Neuer.

Em seguida ele despejou o conteúdo na bacia. Havia ali sangue e poucos pedaços humanos, como uma mão, dedos dos pés, um braço, pedaço de um seio feminino e ali também um pênis cortado, testículos e um cérebro humano.

Manuel o ajudou, ligando uma das bocas do fogão e colocando uma frigideira. Hicks pingou óleo de oliva na frigideira e depois cortou o cérebro em três pedaços médios e os colocou para fritar. Pra finalizar, serviram um pouco de vinho.

-- Quer provar um pouco desse cérebro, doutor? – ofereceu o guitarrista canibal, servindo seu prato. – Está uma delícia.

-- Agradeço mas estou de dieta. – recusou gentilmente o nutricionista.

Eles brindaram e Hicks devorou ali a massa cefálica e o pedaço de um seio feminino. Aquilo é o que restou do casal Peter Tork e Erin Hudson...


Continua...


CSI München (What if Grindhouse - 4º Capítulo)


Capítulo 4: Colisão de fatos


Se passaram três dias desde o assassinato e a equipe trabalhava sem parar. Funcionários da Schön Industries foram interrogados, a família Romanov também. Paul Breitner foi designado para a proteção de Anastacia, mesmo contra a vontade desta e do próprio policial, pois desde o início não se suportaram.  Na delegacia, Rosie verificava os vídeos coletados da sala de vigilância do Estádio Olímpico e neste momento Uli Hoeness adentra o local.

-- E aí, descobriu algo? – Perguntou Uli, massageando os ombros de Rosie.

-- Já é o terceiro dia e ainda nada. Preciso me concentrar, Uli.

Uli e Rosie possuem vínculos de amizade, seja fraterna ou com benefícios. Ao mesmo tempo sempre compartilham segredos. Uli sabe que Rosie possuía dois namorados, um inglês que ficou em Hamburgo e outro de Nova Iorque. Recentemente o último voltou para a América e atualmente a hacker está sozinha.

-- Pensa em fazer algo esta noite? – Uli passava as mãos nas pernas da garota.

Antes de responder, ambos receberam uma mensagem no celular.

Reunião em 10 minutos na sala de equipe!

-- Outra hora te respondo, Uli! – Ela saiu da sala e logo em seguida ele também.

Além dos dois estavam o restante da equipe, o delegado e o capitão. Franz era o mais impaciente. Nem todos da equipe se encontravam ali.

-- Onde está Gerd?

-- O doutor ficou preso no hospital. – Respondeu Best, suando frio. – Operando mais um paciente.

-- Operando ou namorando aquela médica? – Perguntou quase faiscando de raiva.
-- Franz, tenha calma! – Acalmava Bobby.  – Gerd sempre vem.

-- Se ele continuar assim, não vou me responsabilizar em sua permanência! E a Louise?

-- Ainda na faculdade! Ela teve prova, mas acho que ela saiu cedo! – Disse Rosie, digitando algo no celular.

-- Avise da reunião agora, Rosie!

Rosie enviava mais uma mensagem para Louise.

Na universidade, Louise havia terminado a prova, contudo não havia fechado uma hora de prova. Na verdade faltavam cinco minutos para encerrar. Quando a sirene tocou, imediatamente entregou em mãos para o professor e saiu da sala, carregando sua mochila e olhando a mensagem de Rosie.

Ela seguiu para o hospital central, perguntou pelo doutor na recepção e depois ficou na sala de espera. Rapidamente pegou o celular e conectou no aplicativo de relacionamentos. Havia meses que ela se comunicava com alguém cujo apelido era LikeRollingStone. Ela colocou o apelido de PequenaAthena.

PequenaAthena: Cada dia mais estou agoniando. E não falo do trabalho.

LikeRollingStone: É o seu chefe? Ele anda te importunando?

PequenaAthena: Você sabe... Os mesmos problemas...

LikeRollingStone: Se estivesse apaionada por seu chefe, sugiro que esqueça. Tente ver o outro lado da vida. Sempre é bom.

Louise deixou uma lágrima escorrer no rosto e neste momento Alice surgiu na sala de espera e encontrou a assistente dele, olhando pro celular e soluçando.

-- Olá, Louise! – Cumprimentou a médica, sendo simpática com a menina.

-- Oi! – Louise respondeu friamente e guardou o celular na mochila. – Estou esperando o Gerd, digo, o doutor.

Ela ficou na sala e olhou atentamente para a menina. Alice admirou internamente a jovem. Pensando bem, ela não é ingênua, disse Alice em seus pensamentos. Já Lulu não pensava nada de bom sobre a médica. Na verdade ela estava insegura, nervosa e desejando sair dali e de preferência sem conversar com a galesa.  A médica puxou conversa.

-- Ele está tirando um tumor de um cérebro de um cara, eu estou indo pra lá assistir, quer vir também? – Convidou Alice e recebendo uma resposta mais gelada.

-- Eu declino. Dá última vez que vi isso, desmaiei e acordei vomitando. – Depois olhando pra janela.

Alice se espantou com tamanha frieza da menina e seguiu para a sala. Lá, encontrou Gerd um pouco mais calmo.

-- Não foi desta vez... – Lamentou o médico, pela perda do paciente. – Foi parada cardíaca.

-- Puxa...

Os dois saíram da sala e trocaram um beijo quente até Alice interromper.

-- A sua assistente dedicada está na sala de espera. – Arrumando a roupa. – Ela é assim mesmo, Gerd? Tão fria?

-- Quer mesmo saber? – Gerd não queria ter de revelar o segredo mais íntimo de Louise. – Ela te odeia, Mein Himmel.

-- Como assim? – Surpreendeu-se a médica com a revelação.

-- Ela nunca gostou de você. – Ele respondeu calmamente enquanto guardava o jaleco no armário.

-- E tem alguma razão para isso?

-- Não suspeito de nada. – Ele seguiu para sala.

-- Ela parece tão perdida e ao mesmo tempo decidida. – Alice se recusava acreditar que a menina a odiasse. Em dois anos nunca havia percebido isso.

-- Sim, ela é. Sinto que ela é uma mocinha diferente e maluca, mas é uma ótima assistente. – Defendeu. Por mais estranho que pareça, Gerd reconhecia que Lulu é uma ótima pessoa, otimista, alegre, doida e que também o faz rir. Na verdade a única que realmente o faz rir.

Alice se calou e pensou por breves momentos sobre isso. Talvez se eu conversasse com ela pra persuadir, pensou Alice.

-- Entendi, hoje a noite estava pensando em fazer um jantar e assistirmos um filme, o que você acha McDreamy?

-- Sinto muito meu amor, mas hoje tenho plantão, mas se quiser, podemos balançar as paredes antes de eu ir pra delegacia. – Agarrando a médica.

Antes do beijo o celular de Gerd vibrou com uma mensagem em letras maiores enviadas por Franz.

ONDE VOCÊ ESTÁ? TEMOS REUNIÃO URGENTE!

-- Vá salvar o mundo Comediante, te espero com o nosso cappuccino! – Beijando o amado e quando chegaram na sala, encontraram Lulu um tanto triste.

-- Louise! – Os dois exclamaram.

-- Ai! Me desculpe! – Ela guardava o celular, disfarçando um pouco sua insegurança.

-- Aconteceu algo? – Indagou Gerd, preocupado.

-- É que... – Ela disfarçou. – Tirei nota baixa na prova de hoje. E não vou passar neste semestre. Desculpem por falar disso pra vocês.

-- Podemos estudar depois, Louise. – Ele sorriu para a menina e em seguida roubou um beijo de Alice. -- Cappuccino duplo, não se esqueça.

Os dois sabiam que não era verdade. Ao embarcar no carro, Gerd tenta conversar com a assistente, pois sabia que Lulu tem plena confiança nele.

-- Quer me contar algo?

Ela não respondeu e o carro seguiu em direção ao oeste.

-- Pode contar comigo, Louise. Se quiser podemos estudar e...

-- Não precisa, obrigada!  -- Disse mais fria.

-- Tem certeza que é a nota baixa? – Questionou. – Você não terminou com algum namoradinho?

-- Eu não namoro ninguém há muito tempo! – Irritou-se Lulu. – Você sabe disso!

-- Está com ciúmes? – Gerd insistia pra ver se Lulu admitia ou não. – Ciúmes de mim e da Alice?

-- O QUÊ? – Lulu se enervava mais e o coração bombeando sangue por conta disso. -- E de onde tirou essE ciúme? Me desculpa, mas está enganado. O que você e a "Meredith Grey" vão fazer não me interessa. Ok?

Ele estacionou o carro e no desembarque Lulu resolve dizer algo que há muito tempo desejava falar desde que fechou dois anos de trabalho na delegacia.

-- Eu quero pedir uma coisa. Quero minha demissão!

-- Só vou demitir você quando eu morrer! Vamos pra delegacia, antes que Franz me mate.

-- Por favor, me demita. – Lulu chorava e implorava para o médico. – Estou cansada! Eu nunca te pedi nada, ao menos faz isso por mim? Me demita!

Não houve respostas, no fundo Gerd estava em choque. Louise falava sério sobre a demissão.

Quando entraram na sala, todos olharam para o delegado.

-- Estamos a três dias trabalhando no caso. – Ele falava calmamente. – Que resultados nós temos?

-- Os guardas não trabalharam no dia do assassinato. – Respondia Odile, causando outra vez a taquicardia no delegado. – Restaram as câmeras.

-- Estou ainda verificando, delegado. – Justificou Rosie. – Tudo o que vi nos vídeos eram quatro pessoas e uma delas usava jaleco de médico. Poderia acusar o cara do hospital central, mas me lembrei que existem outros hospitais e clínicas. Preciso de mais tempo aí.

-- Eu extraí as balas no corpo do Helmut. – Disse Sepp, o legista. – E entreguei para a balística.

-- Eu tenho as respostas da balística, mas ainda não tive.... Tempo em ler o relatório. Eu deixo em sua mesa se quiser ainda hoje.

Meia hora depois o delegado dispensa todos, menos Louise.

-- Delegado, eu posso falar com senhor?

-- Se for da balística, fale amanhã. – Disse Franz, bebendo água.

-- É sobre meu futuro aqui na delegacia. – Ela justificou. – Eu poderia ficar de guarda costas da Anastacia Rosely, mas o senhor deixou a missão para o Breitner. Então, tomei uma decisão.

-- Você não vai se demitir por conta do ciúme que sente do Gerd com a Alice.  – Franz sabia disso, algo que toda a equipe sabia, do amor incondicional que Lulu possui por Gerd e este só tinha olhos para Alice.

-- Como é?

-- Eu sou os olhos e os ouvidos de toda delegacia! Nada escapa de mim.

-- Eu não tenho nada com o doutor. Só não gosto daquela médica. – disse Louise, mais séria. -- Ao menos pode me transferir pra outro departamento policial? Berlim, Frankfurt, Stuttgart? – exigia desesperadamente a menina.

-- Você é minha melhor analista, não vou perder você assim tão fácil. – Argumentava o delegado, tentando convencer Lulu a ficar. --Se quer mudar de área tudo bem, pode trabalhar com a Odile. Ela está analisando alguns casos mais densos, se conseguir resolver um com ela, você pode até ganhar sua própria sala.

Louise estava mais indignada. Além do delegado saber o que se passa, agora ele está ali fazendo a cabeça dela pra ficar. Louise também sabia que Franz tem boa lábia, conduz bem uma conversa e transformar inimigos em amigos. Não é a toa que ele ganhava também amantes, como sua prima Felicity.

-- Mas eu quero sair! É a minha vontade! Eu não quero ficar aqui! Por favor, me demita ou me transfira pra Berlim! Só isso que te peço! Não quero trabalhar com mais ninguém e muito menos quero uma sala própria! Eu quero sair da delegacia! – Louise quase voltou a chorar, mas suportou. -- Poxa estou há dois anos aqui! Estou saturada!

Franz enfim se deu por vencido. A menina era persistente em sua decisão e como última tentativa, falou:

-- Só faça esse caso com Odile e depois a transfiro pra Hamburgo. – Prometendo para a menina.

Ela revirou os olhos e olhou para a porta entreaberta. Gerd ouvia conversa toda.

-- Eu vou resolver esse caso em menos de três dias. Depois disso me transfira para Hamburgo sem falta! – Sorrindo para o delegado e se retirando, ignorando a presença do seu chefe.

Gerd entrou no escritório do delegado, perguntando do destino final de Louise.

-- Eu não consegui convencer a menina a ficar. Tive de dar minha palavra que ela vai ser transferida em três dias após o caso que ela resolver com Odile. – Franz olhava as fotos tiradas do local do crime.

-- Quer dizer que vou perder mesmo a Louise? – Gerd não se conformava com isso e por um momento se sentiu culpado. Talvez fosse mesmo o correto dar a demissão dela, conforme a sua vontade.

-- Eu entrei em contato com departamento de investigação de Hamburgo. Eles não têm vagas.

-- Ela vai reclamar demais! Vai exigir que seja transferida para outra cidade. – Se desesperou Gerd.

-- Eu vou dar um jeito dela ficar aqui.

Seja lá o que Franz planejava, Gerd confia no amigo. Faria qualquer coisa para manter Louise ao seu lado.


--- C----S----I----


Marie e Bond se amaram bem forte e a cada dia que passavam eles se queriam mais e mais. Porém naquele dia, ele a amou demais sua amada. Enquanto ela dormia, Bond retirou da mochila um pacote e o deixou na escrivaninha, com uma carta.

-- Me perdoe, mon petit...

Ele saiu da casa dela naquela madrugada...


---C---S---I---

Gerd estava bem pensativo sobre o destino de Louise. O que pode ter levado a isso?

-- Eu faria o mesmo se encontrasse Alice com outro... ou não. – Comentou consigo mesmo. – Mas Louise se demitir?

Neste momento o celular toca e era o capitão.

-- Gerd, encontramos um corpo na estação norte. Venha logo!

Na saída encontrou Alice.

-- Desculpe, hoje é meu dia de folga. Então, posso te acompanhar? – Questionou Alice.

-- Tudo bem. – Embarcaram no carro. – Mas antes preciso passar na Universidade e buscar Louise.

Não foi difícil para ele encontrar Lulu e Odile na entrada da Universidade. Elas embarcaram no carro e Gerd percebeu a estranha felicidade de Lulu. Ela acha que vai embora em três dias, pensou.

-- Como vocês estão, meninas? – Perguntou Alice, simpatizando com as duas.

-- Um pouco nervosa. – Respondeu Odile.

-- Eu estou tranqüila! – Louise sorria. – Mal posso esperar! Três dias passam rápido...

-- Por que diz isso?

-- Eu vou ser transferida para Hamburgo! – Vibrava Lulu.

-- Hamburgo? – Em seguida Alice olhou sério para Gerd.

-- Eu não tenho nada a ver com isso.

-- Tem certeza que é isso que você quer? – Odile era outra que sabia da verdade.

-- Estou esperando isso há dois anos. Eu devo ficar feliz. – Lulu exibia um sorriso de vitória, insinuando para a médica que finalmente ela está livre da menina.

-- Se está é a sua decisão então só posso desejar que tudo dê certo lá! – Desejou Alice, piscando para a loira, que fechou o rosto para a galesa.

Quinze minutos depois eles estavam na estação norte.

-- Meninas, com licença, vou fazer uma ligação. – Se afastando da dupla e seguindo com Alice para outro lugar.

-- Antes que eu diga... Ou eu ou ela! Pense bem quem você vai escolher Gerd, porque você sabe bem que devotei tudo o que tenho a você! – Exigiu Alice.

--- Mas do que você está falando? Louise é minha assistente e infelizmente vou perdê-la! – Respondeu o médico, sério. – Já fiz minha escolha. O que tem de mais? Ela vai ser transferida em três dias.

-- Então fique feliz e não triste. – Ela o abraçou, mas Gerd negou o carinho.

A polícia isolava a área dos trilhos, onde se encontrava o corpo deformado e sangrento de Graham Bond.

-- Como vou dizer isso para Marie? – Odile estava em pânico. Bond é o namorado de sua irmã. – Ela o ama demais!

-- Tenha calma, eu vou te ajudar a falar isso. Sou boa em transmitir más notícias. – Dizia Louise, consolando a amiga.

Na delegacia, ouviu-se gritos e objetos sendo arremessados por Marie.

-- NÃO!!!! MEU AMOR!!!! BOND! POR QUÊ? POR QUÊ? POR QUÊ?

Marie caiu de joelhos e foi amparada por Odile e Louise. Uli teve pena dela e queria também transmitir algo. Rosie percebeu isso.

-- Vai consolar ela, asgardiano. – Disse de forma soturna.

-- Eu não posso.

-- Pode sim. – Ela se retirou.

Uma tarde inteira se passou. Odile ficou em função do enterro e todo o planejamento. Lulu ficou na delegacia cumprindo hora ao lado do doutor e Alice, já que esta estava de folga. A médica olhava para menina, trabalhando com vontade e ouvindo um pouco a garota cantarolando sobre sua transferência.

-- Vai sentir minha falta, doutor... – Ela dizia, rindo. – Mas vai ser bom pra mim. Espero que não tenha ressentimentos. Na verdade eu agradeço pelos dois anos de... de... parceria. Aprendi muita coisa com o senhor.

-- Agradeço por tudo, Louise. – Ele disse, denotando decepção. -- E espero que dê tudo certo em Hamburgo... Só cuidado com os bares da zona portuária de lá.E meio pesado pra hobbits como você.

-- Eu agüento!  Já morei em tanto buraco... Não vai ser uma cidadezinha que vai me deter. – Disse Louise enquanto imprimia algumas folhas de desenho.

Gerd se retirou da sala, deixando as duas galesas sozinhas. A galesa menor sorriu e em seguida mirou para a outra, com ar de superioridade e satisfação.

-- Acho que é o momento apropriado em dizer que você venceu, Alice. O doutor é só seu. Eu irei embora daqui a três dias e ai nunca mais verá minha cara de sonsa que sempre tive.

-- Nunca achei que você fosse sonsa, só um pouco chata. – Admitiu Alice em relação a loira.

-- É primeira vez que me chamam de chata. Bom, mas isso não importa. Estou feliz e livre. – Rindo e continuando a imprimir.

Rapidamente Alice fechou a porta e prensou Louise na parede, segurando o pulso da menina bem forte.

-- Ei! Me solta! – Tentando se desvencilhar da galesa maior. – Me solta, Alice! Eu vou gritar e o doutor não vai gostar de saber que está me machucando!

-- Isso aqui é pra nunca se esquecer de mim! – Em seguida beijou a menina.

Louise outra vez empurrava Alice. Contudo a mulher era maior e mais forte do que ela e ainda abraçou bem forte a loira, impedindo de qualquer movimento ou tentativa de escape. Louise não sabia o que pensar. Aquele beijo ela esperava do doutor e não da namorada dele. Nunca viu Alice mais do que uma rival em potencial. E agora... para ela estava tudo tão confuso.

Quando terminou o beijo, deixou a loira com os lábios molhados e sem fôlego.

-- Por que fez isso? Eu pensei que você amasse o doutor... Estou confusa. – Louise sentou na cadeira de seu desktop.

-- E amo. Mas você me provoca desejos... – Tocando os lábios da menina, deixando-a assustada. – Que eu só sentia com a Belle.

-- Desculpa... Mas não sou lésbica! Eu sou mulher, entende?

Gerd retornou e encontrou as duas, ofegantes e o olhar de Lulu de puro espanto.

-- Eu vou pra casa. Até amanhã, amor! – Beijando o doutor, desagradando Louise. – E até amanhã, Louise.

Com a saída de Alice, a assistente aproveita para perguntar.

-- A sua namorada “mais que perfeita” é lésbica ou coisa assim?

-- Ela é bissexual.  – Chocando a menina e Gerd a encarou. – Alice te beijou, é?

-- Ah tá... ---Ela voltou sua atenção para o computador. – E como você soube disso?

-- Ela mesma me falou, quando a vi fazendo sexo por telefone com a Belle.

Cada vez mais Louise se espantava com que ouvia. Primeiro ela quer se transferir para trabalhar em outra cidade em três dias, depois a delegacia inteira saber de sua paixão pelo doutor e para encerrar Alice é bissexual e possivelmente tem uma queda por ela. Imediatamente ela se lembrou de algo. Os homens amam fazer sexo a três e ao mirar para o doutor, o olhar dele ficou perdido, fora do ar. Ela entendeu o pensamento dele.

-- Eu sei do que está pensando. E minha resposta é não. Não estou pronta e nem quero participar de sexo a três! Que isso fica bem claro! E mais uma coisa: eu sou hétero!

Não foi uma boa tarde para Louise.


---C----S----I----

Odile e Uli levaram Marie para a casa e decidiram ficar por ali, pois temiam que ela possa surtar outra vez se lembrando do namorado. Quando a francesa maior ficou na janela, o policial se aproximou dela e disse:

-- Eu prometo que vou cuidar de você!

-- Obrigada! – Ela o abraçou. – Por favor, encontrem o desgraçado que matou o Bond!

E ele jurou ir até o fim disso...


---C---S---I----

Naquela noite nem Felicity e nem Franz se encontravam no clima amoroso. O delegado pensou em ir embora, mas preferiu ficar e não se incomodar com Brigitte.

-- Ainda nada com sua francesa?

-- Estou em desvantagem. – Lamentou o delegado.

-- Deixa o tempo resolver isso. – Ela se virou para o lado e fechou os olhos – Boa noite.

-- Boa noite.

Nada poderia voltar a ser como antes...

No escritório da empresa Lauda, dois homens conversavam.

-- Nos livramos de um problema... —Dizia o homem com sotaque francês e olhos azuis.

-- E onde está o pacote? – Indagou Niki, impaciente.

-- Ainda não encontrei...

-- Então, encontre! – Berrou o empresário. – Se aquele pacote, os relatórios e os CDs estiverem nas mãos do delegado, estamos arruinados!

-- Prometo encontrar o quanto antes, senhor!

A missão de François Cevert começou ali...

Rosie relia a mensagem amorosa de John Lennon, seu antigo amor deixado em Liverpool e agora morando atualmente em Hamburgo.

Não esqueça, minha amada. Meu coração e minha alma te pertencem. Eu te amo

Ela pegou o porta retrato do amado e chorou de saudades sentidas.

-- Eu sinto sua falta, meu amor...


Continua...