Capitulo 11: Girl's Eyes -- Parte 1
Nora POV's
--E corta!
Eu havia filmado a apresentação e
depois passei o resto da tarde a editando com Keith.
Os dias seguiram aquela apresentação
foram calmos e quentes, como aquele sol de primavera. Almocei todos os dias com
Keith em todos os restaurantes nunca antes descobertos naquela região de
Londres. E acabei descobrindo coisas novas sobre ele: ele adorava bolinhos e
ler histórias sobre mitologia grega e romana, algo que achei incomum e
inovador, pois muitos o achavam o 'Idiota da banda", ele se revelou de mitos
que eu nem mesmo me lembrava e em meio dessas revelações, ele me contou que
vivia pedindo a Anastacia que escrevesse algumas estórias sobre o assunto para
ele.
--Eu ia perguntar se você poderia
escrever algumas para mim, é claro se você tivesse tempo - Disse ele, enquanto
almoçávamos na quinta feira.
--É claro que posso – Respondi a
milhares de tempos não escrevia algo do tempo - amanhã lhe entrego um conto.
Ele sorriu, dei uma piscadela com o
olho direito, ele afagou minha bochecha direita e me beijou. Depois voltei para
a redação, tinha algumas resenhas de filmes que havia acabado de sair em cartaz
num pequeno cinema que a Rolling Stone havia reservado e depois, ajudei Marie
com a edição da entrevista que ela havia feito com a Françoise Hardy em Paris.
Voltei para casa e comecei a escrever
o conto que havia me pedido. Como base, usei o mito de Perseu e Andrômeda, que
contava Perseu havia voltado de sua missão de decapitar a Medusa e encontrou
Andrômeda acorrentada em uma rocha. Este achou que era uma estátua, mas quando
se aproximou viu que era uma bela jovem. Andrômeda estava acorrentada naquele
lugar, pois sua mãe havia comparado sua beleza com as filhas de Poseidon e como
castigo, ela teria de ser sacrificada. Perseu a encontrou e a salvou. Como
presente, os pais de Andrômeda fizeram com que esta desposasse com Perseu.
Só mudei o nome de Perseu para Keith
e o de Andrômeda para Nora. Acrescentei meus pais e uma lula-gigante que foi
despedaçada por meu amado, chamado Ray -nada vingativa eu.
Quando terminei, eram quase
23h30,Godard já havia dormido no meu colo, meus dedos estavam doloridos de
tanto digitar nas teclas de minha máquina de datilografar. Peguei as 3 folhas
que o conto tinha dado, enrolei-as e amarrei-as com uma fita vermelha e fui
dormir um pouco.
A sexta-feira chegou presunçosa. Estava
cansada demais para me levantar, queria dormir mais um pouco, mas estava quase
já ficando atrasada para ir a redação. Me arrumei rapidamente, tomei um copo de
café e sai correndo para não chegar atrasada. Cheguei a redação no horário
certo, mas meu estomago estava rocando de tanta fome e quando cheguei perto da
minha mesa, havia lá um grande buque de rosas vermelhas e um cartão. Olhei para
trás e Marie,Felicity e Anastacia trocavam risinhos olhando para o buquê.
--Leia!Quero saber o que Keith
escreveu pra você! - Disse Felicity, tirando o cartão do buquê.
--É queremos saber! - disse Anastacia
tirando o cartão da mão de Felicity e abrindo o cartão e tirou um pequeno
bilhete num papel dourado. Marie pegou o papel e começou a ler.
"Boneca,
Venha almoçar comigo, meu motorista
irá te buscar! Esperando feito um louco por você,
Keith!”
Esperei ansiosamente que 13h00 chegasse, além de estar com muita fome, queria ver Keith havia aprontado. Discuti todas as possibilidades do que ele podia estar fazendo com as meninas, no entanto ainda não fazia a menor ideia do que ia acontecer. E Felicity me contou que na noite passada conseguira dormir a noite inteira e havia sonhado com Pete.
--Talvez você esteja apaixonada por
ele - respondi.
--Ah...eu não sei... - disse ela.
--Deixa de insegurança! - disse eu.
Ela sorriu e me contou seu sonho com
Pete, estavam caminhando num campo cheio de flores, achei aquilo muito fofo! E
ela recitando poesia pra ele! Mais fofo ainda! Mostrei meu conto a Felicity e
ela adorou e depois terminei minhas resenhas de filmes pendentes e pouco depois
o relógio soou 13h00 era hora de encontra-lo.
***
Keith's
POV
Estava quase tudo pronto, só faltava
Pete chegar com a garrafa de vinho que mandei comprar. Ainda estava meio
inseguro com tudo aquilo, porque esse tipo de encontro todo romântico
"fru-fru" não é para mim, porém John me convenceu que minha boneca
iria gostar daquilo, então continuei com tudo.
Andei de um lado para debaixo de uma
árvore perto do lago, meu terno branco estava ficando quase sujo com a aquela
poeira que meu andar produzia. E Pete não chegava.
Quando o vi se aproximando, dei um
pulo de alegria e olhei para o outro lado da rua e vi minha ex-namorada Kim Kerrigan
e ao seu lado o ex de Nora, que eu ainda pretendia matar, Ray Davies.
--Olá Moonie - disse ela se
aproximando - Acho que já conhece o Ray, não conhece?
--É... Ele quase me mandou ir morar
no cemitério esses tempos -- Respondi.
--Mas foi para uma causa nobre -- Disse
ele com um sorriso do mal entre os lábios.
--Causa nobre -- Falei-- Alguns ossos
quebrados, uma boneca chorando...
--É mereceu - Argumentou Kim -- Ela
roubou-me de você, a coisa que eu mais amava e você a tomou de Ray, isso não se
faz!
-- Ladrão que rouba ladrão, 100 anos
de perdão - Disse eu - E aliás, não fui eu quem se esfregou no meu melhor amigo
e ainda ficou aos beijos com o Paul, na minha frente!
--Eu tinha bebido um pouco, só isso -
Respondeu ela - Olha só que esta chegando, sua namoradinha! Oh meu bem, você
poderia ter conseguido coisa melhor que isso, não acha Ray?
Olhei para trás e Nora, Pete e
Douglas, meu motorista, estavam se aproximando. Nora estava pasma ao ver os
dois, não sabia se corria ou se chorava. Pete segurou seu braço, enquanto
Douglas se retirava com medo de morrer. Mas ela era uma garota corajosa, foi
isso o que me fez gostar dela, Nora se aproximou e veio em minha direção e
ignorando a presença de Kim e Ray.
--Olá meu amor - Disse ela me dando
um pequeno beijo na minha bochecha, deixando a marca de seu batom vermelho lá.
--Olá meu bem - Respondi, segurando
sua mão.
--Ray e Kim, estão bem? - Perguntou
ela como se fosse a Rainha Elizabeth.
--Estamos sim, não é Ray? - Disse Kim
e Ray só balançou a cabeça num sinal de sim. Nora me entregou a garrafa de
vinho que Pete havia comprada e perguntou se iríamos almoçar.
--Nunca! - Respondeu Kim - Por que
você não faz um favor a nós todos, sua magrela, volta pro Raymond e eu pro
Keith!
--Olha aqui moça, por que você não
vai tomar conta da sua vida? Hein? - disse Nora -- A gente tenta viver feliz e
sempre tem um para puxar o tapete!
--Não quero puxar o seu tapete meu
bem! Quero meu namorado de volta!
--Mas você não estava de caso com o
Paul? - Perguntou Ray a Kim, surpreendendo a todos.
--Eu te falei que não era para
comentar esse tipo de coisa na frente dele! - Gritou Kim a Ray, e do nada eles
começaram a discutir.
--Vamos ficar só nós dois? - Sussurrou
Nora em meu ouvido - Que tal deixar esses dois ai e fugir daqui?
Concordei na hora. Saímos de fininho
daquela briga e começamos a andar em volta do lago, procurando um lugar para
ficarmos um pouco só.
--Parece que ninguém quer nos deixar
em paz! -- Falei.
--É verdade - ela respondeu e me
abraçou -- Mas estamos juntos e é isso que importa!
Encontramos um banco de baixo de
outra arvore, sentamos e abri a garrafa de vinho.
--Não vamos almoçar mais? - Perguntou
ela. Antes que eu pudesse responder, Pete com o braço dado a Felicity, trazendo
a cesta que Marie havia me emprestado. Pensei em falar alguma coisa, mas vi que
eles estavam em plena sintonia e Nora só ria.
Almoçamos ali naquele banco mesmo, o
barco que eu iria usar naquele encontro com Nora, havia boiado até o centro do
lago e assistimos Kim e Ray brigarem do outro lado do parque. Pouco depois, Nora
me deu um pergaminho enrolado com uma fita de vermelha.
--Espero que você goste - Disse ela
me dando outro beijo na bochecha. Queria abri e ler, mas queria curti-la mais
um pouco. Olhei para as mãos dela e vi que estavam machucadas. Ela
ficou escrevendo a noite inteira, pensei, toquei seus dedos
machucados, ela sorriu e encostou a cabeça no meu ombro e acabou adormecendo. Observei-a
dormindo e quase cochilei, acabei despertando com um pingo de chuva na minha
cabeça.
Olhei pro céu e vi que começava a
chover, Nora despertou, ajuntamos nossas coisas e a chuva começou a cair forte.
Tirei meu casaco e coloquei sobre a cabeça dela para não se resfriar
--Que tal dançarmos um pouco? -- Sugeriu-a.
Ela guardou meu pergaminho na bolsa e me estendeu sua mão direita.
--Como quiser -- Respondi. Segurei
sua mão e pousei a outra em sua cintura. E começamos a dançar ao som da chuva. E
no meio de tudo, acabei lhe dando um pequeno beijo.
--Olhe, Moonie! - Disse ela parando
de me beijar e apontando para o outro lado do parque, Pete e Felicity brigavam
no meio da chuva.
Continua...