sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Love Sell Out (14º Capítulo)


Capítulo 14: O Aniversário de Nora – Parte 2

Felicity POV

-- EU TE AMO, NORA! EU VOU VOAR!!!!
Se eu disser que a próxima coisa que vi foi um doido sair correndo pra janela e tentar se atirar de lá? Acertaram. Syd realmente tentou se jogar da janela, mas foi impedido pelos seus colegas de banda. Corri até eles e repreendi Rick.
-- Escute, se vocês querem mais patrocínio para futuramente lançar o álbum, então melhor fazerem seu amigo sossegar, ou essa festa capenga de vez e a Nora não vai gostar disso!
-- Tudo bem, Felicity. Vamos fazer o possível pro Syd não estragar nada. Eu prometo!
-- Todos nós ficaremos de olho nele.—Falava Nick Mason, com um sorriso amarelo enquanto Roger Waters fazia Syd se sentar no sofá e beber um pouco de suco.
Depois dessa, me afastei deles e fui em direção dos cantores Peter & Gordon e da Nora. Era impressão minha ou Ricky Wright estava me olhando de um jeito diferente enquanto falava com ele?
Procurei esquecer isso e segui na direção de minha amiga e dos cantores. Nora ouvia eles cantando um de seus sucessos, “Woman” em forma de Feliz Aniversário. Assim que terminaram de cantar, Peter Asher entrega para Nora um enorme quadro, com uma gigante foto deles e com nós duas, Nora ao lado de Peter e eu com Gordon e autografado com as seguintes frases:
“ Feliz Aniversário, Nora Smith. Que você tenha bastante felicidade e alegria por muitos anos. Assinados seus amigos cantores e admiradores de seu trabalho, Peter Asher e Gordon Waller.”
-- Oh, obrigada, rapazes. Eu adorei. Veja, Fefe!
-- Sim, eu vi sim!
Gordon não parava de me olhar e depois veio para perto de nós com seu violão e começou jogar indiretas em forma de música.
-- Pequena garota, como és bela,ó minha deusa,que inspira a viver nesses dias escuros.— Cantou ele, sempre romântico com aqueles olhos, que procurei ignorar.
-- Vou fingir que isso foi pra Nora, já que é o aniversário dela.
Fui levar Nora para perto de outros convidados mas ele ficou no caminho e continuou cantando, mesmo a própria aniversariante sabendo que não era pra ela.
--... Ó musa! Meu coração é todo seu! Aceite essa música, por favor, e Nora feliz aniversário!
Nora não se deu por convencida por aquela felicitação rápida.
-- Obrigada Gordon, agora já pode parar com isso. A Fefe já tem outro!
-- Como assim outro? – Perguntou Gordon, um tanto chocado.—Quero conhecer esse rival!
Mal terminou de falar e meu namorado aparece e me abraça por trás. Nora só ria da situação e Peter Asher ficava chocado e seu amigo Gordon boquiaberto.
-- Olá, *cosplay de beatle!—Cumprimentou Pete, sempre humorado mas daquele tipo era sacana.
-- O... O que? Fefe, o que está havendo?—Gordon não havia entendido quem era meu novo namorado.
-- Porque não pergunta quem é ele?! Afinal foi bem assim quando apareceu com aquela modelo aos beijos na minha frente, seu canalha!
Todos que estavam ali por perto ficaram mais chocados. Até o Roger Daltrey e a Marie , que estavam  bebendo Martini com Jeff Beck ouviram tudo e foram em nossa direção. Gordon gaguejava de tamanha incredulidade da minha fala, mas depois conseguiu proferir algo.
-- Mas... Eu te  amo, Fefe! Eu terminei com ela por você.
-- É verdade. – Disse Peter, já se intrometendo na discussão. – Jane chegou a brigar com ele desde a festa da Marianne Faithfull.
-- Eu me lembro. Ela queria me bater por causa disso.— Disse Nora, segurando ainda o urso que ganhou do Charlie Watts.-- Poxa, Gordon, poderia ter conseguido algo melhor não acha?
-- Pois é, devia ter pensado bem antes de me trair com aquela cópia barata da Ann Margret . Agora se me der licença, Pete e eu vamos ajudar Nora a carregar os presentes.  Aproveite a festa, Gordon Waller!
Nora, eu e Pete nos retiramos de perto da dupla pop. Pete ainda aproveitou pra dar seus pitacos e demonstrar ciúme.
-- Aquele engomadinho beatlelítico... Sinceramente, o que você viu nele amor?
-- Pensei que ele gostasse das mesmas coisas que eu... Até o dia que cheguei no estúdio fotográfico e o peguei beijando e dando uns amassos na modelo que contratei, chamada Jane Anderssen.
-- Maldito...—Pete já queria voltar lá e querer dar porrada nele mas o impedi.
-- Pete! Não se rebaixe ao nível dele. Acabou tudo que tinha com ele. Agora só quero você!
-- Oh, Fefe...
E nos beijamos muito até que Nora nos chamou atenção. Também não era pra menos, deixar a aniversariante segurar vela no seu dia não combinava e fomos para uma mesa acompanhar Roger e Marie no Martini que bebiam.
Roger aproveitou para dar uma zombada da minha vida amorosa que sempre foi em polvorosa, afinal ele sabe disso porque Marie havia contado.
-- Ainda bem que você não tem ex- namorados assim, tão problemáticos quanto os da Fefe. – Zombou Roger Daltrey, segurado o copo de Martini.
-- Roger, não fala assim da Felicity. Coitada, ela não merecia aquela chifrada do Gordon, aquele canalha. Era bom demais pra poder acontecer isso.
Quando tomei um gole de Martini, vi que Rosie Donovan e Marianne Jones, minhas amigas acadêmicas da Oxford chegaram, acompanhadas do grupo Cream. Elas me reconheceram na multidão de convidados e foram correndo em nossa direção, dando depois um abraço conjunto em Nora e entregando o presente, um álbum de fotos nossas em Oxford, Liverpool, Sheffield e uma em Manchester no evento que teve sobre o Doctor Who, onde eu estava abraçada com Patrick Troughton, o segundo Doutor e Nora e Marie junto com primeiro Doutor, William Hartnell.
-- Ai meninas...—Nora chorava de tamanha emoção por ter recebido um presente daqueles.—Vocês são as melhores amigas que uma desajeitada poderia ter!
-- Ai que lindo, abraço grupal!—Falou Jack Bruce, já se juntando ao abraço, mas parou ao ver Marie bebendo.
-- Ei, eu conheço você. – Falou Jack, muito supreso. – Ruivo, chega aqui! Veja, é ela!
-- É Verdade! Puxa, você por aqui, Marie!
-- Errr.. Oi rapazes!
-- Conhece eles, Marie? – Perguntou Roger, com pouco espantado.
-- Sim, desde os tempos do grupo Graham Bond Organisation. Eles viviam brigando por diversos motivos, desde os mais sérios até por bobagens ridículas. Alias, vocês ainda brigam ou se reconciliaram?
-- Ainda brigo com ele. Nunca me escuta!—Jack sempre demonstrando insatisfação com relação ao Ginger.
-- Até hoje brigamos. Não mudou nada.
Eric Clapton ficou com cara de poucos amigos e balançou a cabeça de negação por saber disso, mas deixou isso pra lá.
No momento que Marie deu as costas pra se servir de bebida, um cara tipo muito esquisito (não tanto quanto o Syd) chegou a nossa direção.
-- Olá, alguém aqui sabe quem é Nora Smith?
-- Eu sou Nora Smith e você quem é?
-- Sou Graham Bond!
Para meu susto, Marie cuspiu todo Martini e ajudei a se recuperar e ficou com os olhos arregalados quando viu o estranho tipo.
-- Não! Você é...
-- Oh meu deus! Marie mon petit!
Opa, podia ver no olhar de todos como aquele individuo chamava a Marie de mon petit? Roger estava mais chocado do que todos ali por perto.
-- Graham!
Roger não acreditava no que via.
-- Você o conhece, amor?
-- Bem.. eu...
-- Eu fui amigo, namorado, amante e cumplice da Marie! – Respondeu Graham, om cara de orgulhosa felicidade ao mencionar Marie.
-- COMO É QUE É???
Todos se entreolharam diante do grito de Roger. Meu deus, eu já sentia no que aquilo poderia resultar e acredito, será cinco vezes pior do que minha saia justa com Gordon...
-- EU TE AMO, NORA SMITH!
... Ou não, se esse alucinado escandaloso do Syd Barrett não cair em si e ver que Nora está a anos-luz longe ao alcance dele.


Continua...



-- P. Asher: Ei, até quando vai esses momentos que todos ficam chocados com revelações?
-- Charlie Watts: Nunca!




*N/A: Cosplay é Costume Play, é o termo que se refere a pessoa que gosta de se vestir igual a um personagem do cinema, quadrinhos e da cultura pop.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Brit Characters: Felicity McGold (editado)

Olá pessoal!
Hoje mais uma vez vamos com Brit Characters. A personagem da vez é Felicity McGold, apelido Fefe. Vamos conhecer essa fotógrafa que por vezes é problemática mas sempre mostrando seu lado humorístico. Vamos lá!


Nome Real: Felicity Jane McGold

Idade: 22 (visto em Love Sell Out, 21 em Laços do Blues)

Data: 4 de Novembro de 1944

Cidade Natal: Newport, País de Gales

Cidade Atual: Londres, Edimburgo, Barcelona

Profissão: Fotógrafa e Colunista

Hobby: Ler livros, ouvir discos, fotografar paisagens, ver a chuva na janela, escrever poesias e assistir Ready Steady Go! e Doctor Who.

Relacionamento(s): Eric Burdon(1963 e  Janeiro de 1964), Keith Richards (Agosto de 1964 a Outubro de 1964), Dave Davies (1965), Gordon Waller (1966 a 1967), Pete Townshend (setembro de 1967), Brian Wilson (outubro de 1967 a novembro de 1967), Pete Townshend (dezembro de 1967 em diante).

Características: Felicity é uma garota que sempre coloca profissão em primeiro lugar e depois o lazer. Embora sendo muito gentil e amiga, ela é durona e briguenta, possuindo um temperamento difícil quando a contrariam.

Medo: Trovões

Do que mais gosta: Tocar guitarra em bandas e fotografar.

Do que menos gosta: De criar inimizades como ocorreu com Jenna Davies e depressão.


domingo, 1 de setembro de 2013

Laços do Blues (6º Capítulo)

Olá pessoal!
Hoje vamos para o sexto capítulo de Laços do Blues. O título seria "Wrapping Paper", mas por motivo que teremos a participação especial dos Beatles, mudamos para "Run For Your Life". Boa leitura.


Capítulo 6: Run For Your Life


Rosie POV

Aquilo não podia estar acontecendo. Os Beatles aqui em Oxford. Minha mente custava a processar a informação dita por Jane e Marianne e pelo visto pegou Eric e Ginger de surpresa.

-- Ok, eu... só preciso tomar banho e trocar de roupa.  Volto em 15 minutos.

Demorei mais que míseros 15 minutos. Não parava de pensar na incrível possibilidade de me encontrar com John Lennon. Meu último encontro com ele achava que seria em 1964, mas foi no show do Shea Stadium no ano passado, quando tive a audácia de invadir o camarim dele e... repetimos a dose de ocorreu em 1964.*

Quando voltei para sala, não encontrei mais Eric e Ginger.

-- Mari, o que houve com Eric e o Ginger? Onde estão?

-- Eles foram embora. Tinham de voltar pro apartamento deles para que o Jack não desconfie de nada, afinal, aquele maluco é doido por você.

-- Ah, tá. Achei que fosse algo referente a noticia dos Beatles na faculdade de Oxford. Menos mal, eu acho.

Embora Mari me garantisse que Clapton não ficou um pouco estremecido com isso, no fundo não conseguia ficar tranquila, só pelo fato de ver outra vez  Lennon.  Não tomei nem o café com torradas preparado pelas meninas. Jane e Mary foram acordar os rapazes e só ficou Marianne e eu conversando. Esta, por sua vez percebeu meu nervosismo e perguntou.

-- O que está havendo, Rosie?

-- Não há nada. Por que me perguntou isso?

-- Está tão estranha e nervosa. Deveria ficar feliz. Primeiro o Cream se apresenta, agora é a vez dos Beatles. Quem deveria ser a próxima banda a se apresentar na faculdade? Talvez The Who, Yardbirds, Hollies ou trazer aqueles cantores Peter & Gordon. O que você acha?

Não havia prestado atenção na minha amiga. A vontade que sentia era de chorar. Por que tinha de acontecer logo agora, que me sentia tão feliz e sentido finalmente ter encontrado alguém para amar de verdade?

-- ROSIE! – Gritou Marianne, para chamar minha atenção. – Está me ouvindo?

-- Desculpe, eu não estou legal hoje. Vou pro quarto. – Falei e procurando evitar as lágrimas nos olhos.

Antes mesmo de entrar no meu quarto, alguém bate na porta. Mari foi atender e era meu chefe, Sam Benson.

-- Olá, Marianne. A Rosie está?

-- Está sim. Só um momento que vou chama-la.

-- Não precisa, eu já estou descendo.

Desci as escadas com a cara de desanimo. Sam e eu ficamos conversando na sala e Mari e o restante se retirou para ficar tudo a vontade.
-- Rosie, vou precisar mais uma vez de sua ajuda.

-- É a respeito dos Beatles?

-- Isso e como soube? Ah, isso não importa. O importante é que estou com os Beatles e o Cream, que felizmente fecharam contrato para mais uns shows para temporada agora de inverno e a chegada do natal. O problema é que os Beatles chegaram da sua última turnê finalizada em São Francisco e terminaria o ciclo de viagens. Agora Brian Epstein me aparece na agência em pleno domingo para avisar que pretende que os Beatles façam uma apresentação na faculdade de Oxford. Ele gostou da repercussão que o Cream teve e gostaria que seus “meninos” tivessem o mesmo, como forma de fechar com chave de ouro o ciclo de turnês de vez. E pra piorar, Brian deu uma data de show que já fechei com Cream. Eu não sei o que dizer e nem o que fazer.

-- Bom... Marque uma reunião com Brian e os Beatles na segunda-feira e eu vou estar junto com o senhor para persuadir a mudar de data.

-- Obrigado, Rosie. Sabia muito bem que posso contar com você. Agora descanse, aproveite o domingo e desculpe o incomodo.

-- Tudo bem, senhor. Eu estava no ócio mesmo hehehe. Tenha um bom dia!

Tenha um bom dia! Juro que meu dia não estava tão bom assim. Se ao menos Sam soubesse do caco emocional que me encontro...

Na segunda-feira, assisti as duas primeiras aulas do Código Penal Inglês e depois parti para agencia. Nem esperei meu chefe ordenar para fazer o chá de maçã, já estava na cozinha preparando quando ouvi dois carros estacionando em frente à porta. Ali desceram Brian Epstein, John Lennon e Paul McCartney e no outro carro George Harrison e Ringo Starr.

-- Sejam Bem- Vindos a Agência Oxford Music. Sintam-se a vontade!

Deixei o medo de ser reconhecida por eles de lado e fui servir o chá. Brian foi extremamente educado, Paul, George e Ringo também. Mas quando foi a vez de John, me lembrei de quando conheci e me apaixonei por Eric Clapton.  John pegou a xícara e discretamente tocou de leve minha mão e de forma proposital. Ele me olhava com aquele jeito sedutor que uma vez tive o privilégio em 1964.

Retirei-me para cozinha na esperança de Benson me chamar na conversa com eles e vi John seguindo para o banheiro. Fingi que não o vi. Olhei na direção e não o vi mais e quando me virei, ele estava na minha frente e rindo.

-- Desta vez te assustei, musa? – Perguntou John, sempre com aquele sorriso maroto.

-- Não mesmo e, por favor, não me chame mais assim.  Já me conformei que nunca ficaremos juntos.

-- E se eu disser que quero realmente você ao meu lado?

-- Eu sei que não é verdade. Não consegue e nem pode largar sua esposa por causa do filho.

-- Faço tudo por você. Diga o que realmente gostaria de ouvir, musa. Diga!

Olhei bem no fundo dos seus olhos. Paul também foi ao banheiro e quando saiu de lá, nos viu e perguntou discreto.

-- Errr... Tá tudo bem, John?

-- Tá sim, Paul. Só agradeci a ruiva pelo chá. – Disse John, ainda olhando pra mim e conseguindo responder para o amigo.

John voltou para sala com Paul e eu fiquei na cozinha, pensando se poderia dizer ou não. Sim, eu estava pela primeira vez dividida entre ele e Eric Clapton. Como poderia ser? Tinha certeza, Eric me completava de um modo incrível e John... John foi só o “primeiro”.

Não pensei muito, pois ouvi uma buzina em frente a agencia. Sai da cozinha e vi pela janela o Cream saindo do carro e junto o empresário.

-- Sr. Benson, o grupo Cream está aqui.

-- Oh meu deus. Rosie deixe-os entrar.

Abri a porta e cumprimentei todos e Eric estava bem feliz ao me ver. Percebi que ele desejava me beijar, mas se conteve e só houve  sorrisos. No entanto aquele sorriso do guitarrista sumiu quando viu outro guitarrista... chamado John Lennon.

-- Pessoal, este é o grupo Cream, banda de maior ascensão do blues e rock! E esses são os...

-- Não precisa nos apresentar, Benson. Eles já devem saber quem somos.—Disse John, bem arrogante e dirigindo seu olhar pro Eric.

-- John! – Repreendeu Brian Epstein. – Me desculpe, Benson e Cream. John é às vezes cínico com as pessoas sem saber.

Graças a deus que Danny Gillian era bem compreensivo e levou tudo na esportiva, embora o Cream inteiro estava ofendido e fingiu legal  que foi tudo uma brincadeira.
Aquela conversa era tão entediante que sai de fininho pra rua e depois alguém tapa meus olhos com as mãos.

-- Advinha quem é?

-- Clapton, o deus!

-- Acertou e merece um prêmio!

Eric me beijou bem apaixonado.  Nunca havia sentido nada igual naquele beijo, nem mesmo quando Les Chadwick me beijou de forma rápida e contendo pouca intensidade. Terminamos os beijos e logo vi o beatle John nos olhando de forma furiosa pra mim e pro Eric na porta.

-- Rosie, minha fada, o que houve? – Perguntou Eric, que me via assustada.

-- ELA NÃO É FADA E NUNCA FOI. ELA É MINHA MUSA!!!!

Eric ficou amedrontado com o aquele grito, mas se recuperou.

-- O que está dizendo, seu maluco?

-- Estou dizendo que ela é minha e não sua, seu magrelo! – Xingou o beatle, mais furioso, seguindo em nossa direção e depois pegando meu braço.

-- John, me solta!

-- Solta ela, seu ordinário!  Quem é você para dizer uma coisa dessas? Por acaso a conhece?— Eric agora retribuiu o xingão e me salvou.

-- Por que não pergunte isso pra ela? Fala pro Deus, Musa, sobre nós em 1964 e em 1965 no backstage do Shea Stadium.

-- Que história é essa, Rosie?—Eric estava em choque com aquelas coisas ditas.

Havia finalmente chegado a hora.

-- John e eu... Tivemos um caso em 1964 em Liverpool.

-- Na era da “beatlemania”?

-- Sim e naquela época eu era fã dos Beatles e...

-- E se envolveu com ele? POR QUE COM ELE?

-- Eric me escuta, eu gostava do John, mas sabia que não daria certo. Ok, aconteceu de novo quando fui assistir o show dos Beatles nos Estados Unidos no Shea Stadium e depois disso nunca mais. E te conheci, é você que eu amo!

-- Não acredito... não acredito... NÃO ACREDITO QUE ME DIZ ISSO, MUSA!

-- Acredite, John. Deixe de ser canalha, tome vergonha na cara e me deixe em paz. Eu te amei e agora amo ele, Eric Clapton!

-- Eu... – John estava completamente louco de ciúmes. – EU PREFIRO TE VER MORTA DO QUE COM OUTRO HOMEM!

E depois tudo foi meio rápido demais. John partiu pra cima de Eric e os dois brigavam furiosamente um contra o outro. Benson, Brian, Os Beatles e o Cream saíram da agência pra verem o que estava acontecendo e se horrorizaram com tudo.

-- Rosie, meu deus, o que deu neles?

-- Sr. Benson, eu...

Os urros e socos trocados por parte do Eric contra John interromperam tudo. Jack por sua vez ria de tudo aquilo.

-- Há há há há , isso aí, Eric! Soca ele, chuta esse besouro! E ai pessoal, façam suas apostas, o besouro que afirma ser mais popular que Jesus ou o Deus da guitarra e do blues? Vamos minha gente, apostem!

George queria apartar a briga, mas era impossível.

-- John... Para com isso! Paul, Ringo, me ajudem aqui!

Quem disse que Paul e Ringo ajudaram? Que nada!

-- Aposto 10 xelins que o John ganha! – Falou Paul, feliz e entregando o dinheiro para Jack Bruce.

-- Eu também aposto no John. Detona com ele, Lennon! – Torcia Ringo, fazendo pose de lutador de boxe.

-- Ora, vamos Marianne, eu sei que o Ginger te dá grana. Aposta vai!

-- Pare com isso, Jack. Olha lá o Eric se estropiando e ... Ginger!

-- Pago 15 xelins que o Eric esmaga o besouro! – Disse Ginger passando a grana e falando em voz alta que o Clapton esmaga.

Aquela briga estava intensa, precisava ser parada o quanto antes. O povo já estava ali vendo tudo. Ia à direção dos dois guitarristas no intuito de ajudar George a apartar aquela desavença no entanto ouvi um grito de mulher.

-- ERIC CLAPTON!—Gritou uma mulher alta, bem vestida, com sotaque francês bem proeminente e maquiagem bem feita e delicada.

-- Não!... Você é.... – Gaguejou Eric, quando ia dar um soco na cara de John, segurando seu colarinho.

-- Espere! Quem é você? – Perguntei e fiquei na frente dela.

-- Charlotte Martin, a namorada de Eric Clapton.

O que? Namorada dele? Abri a boca de espanto e como se fosse automático, minha mente ecoava com aquela afirmação. Dava pra ver que custei por uns 5 segundos que aquela francesa ruiva disse sobre isso.

-- Você é... a namorada de Eric Clapton?

-- Sim, mocinha. Sabe se ele tem outra ou se mantém sozinho?

Aquilo era demais. Levo um choque por John e Eric brigar por minha causa e agora me surge essa francesa sabe-se-lá-onde pra me dizer que ela e Eric são amantes.

-- Charlotte, o que faz aqui?—Eric largou John e foi-se na direção de nós duas. George o socorreu e a plateia viu tudo e vi rapidamente que Mari ia querer apostar, mas não deu o dinheiro só pra ver o que ia acontecer.

-- Vim falar com Sam Benson a respeito do desfile de moda em Oxford e vi essa movimentação toda. Por que batia no John Lennon.

-- Isso não é da sua conta. Volte pra casa e fale com meu chefe amanhã! – Respondi mesmo sendo meio grossa.

-- Escute aqui,  eu não vim de Sorbonne até essa cidade caipira da Inglaterra pra  receber ordens de uma anã ruiva e depois se hospedar em qualquer hotel chinfrim. Queridinha, eu quero falar com Sam Benson.

-- Ele tá ocupado! Volte amanhã!

-- Não volto nada e quem é você, sua espoleta?

-- Roselyn Anne Donovan, namorada firme do Eric Clapton!

Agora é Charlotte que fica boquiaberta e todo mundo na rua também. Naquele momento sabia que teria minha primeira rivalidade.


Continua...