domingo, 4 de dezembro de 2022

Drabbles Grindhouse Part One (Décimo oitavo capítulo)

 Boa noite pessoal!

Hoje só vou postar esse drabble de aniversário do Chris Hillman. Teremos spoiler de uma fanfic que pretendo escrever... Boa leitura!




18 – Have You Seen Her Face

 

 04 de dezembro de 2022

 Chris acordou cedo, se levantou e foi para a sala. Ouviu o chorinho copioso do neto e o filho ninando sem sucesso.

 -- Me desculpa, pai. – Peter apresentava olheiras e se balançava de um lado para outro segurando o filho Mike. – Ele não me deixou dormir e não quis acordar a Sophia porque ela chegou ontem à noite.

-- Posso? – Se ofereceu o idoso.
 
-- Ok.
 
Chris segurou o netinho, acolhendo como sempre desde o nascimento do pequeno. Bebê Mike sorriu e levantou as mãozinhas como quem quer alcançar o avô e abraçar. Chris cantou os primeiros versos.
 
Have you seen her face?
Her eyes reflect the colors in the sky
A warm familiar place
To be swept into, whenever she's close by
Makes me wonder why
Run by, don't turn back
Can't hide from that look in her eye
 
Peter adorou e em seguida Alana descia as escadas, vestindo seu roupão e trazendo uma mantinha para o menino.
 
-- Essa hora da manhã e cantando essa música. – Comentou Alana.
 
Chris sabia que a música embora sua esposa gostasse, ainda causava certo desconforto.
 
-- Na próxima eu canto uma do Parsons. – Disse e em seguida beijou a esposa.
 
Alana segura Mike e o encobre com a manta. Peter correu para a cozinha e poucos segundos a família inteira surgiu na sala, cantando “Feliz Aniversário”. Peter trazia o bolo com as velas em numerais.
 
-- Faz um pedido, papai! – Incentivou Nicholas, filmando no celular.
 
Ele assoprou as velas e abraçou todos, principalmente para ela que por muitos anos se tornou mais que sua esposa. Ela era sua amiga mais íntima.
 
-- Feliz aniversário meu amor! – Alana beijou o marido mais uma vez. 

terça-feira, 15 de novembro de 2022

Soundtrack (parte 4)

 Boa noite! Hoje temos mais músicas temas! Bora lá!



Música tema: Bang Bang - Equipe 84





Música tema: Everything I Do - Bryan Adams





Música tema: 2 Become 1 - Spice Girls





Música tema: L-O-V-E - Nat King Cole




Música tema:  Be My Baby - The Ronettes



Música tema: Que Reste-T-il De Nos Amours - Charles Trenet

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Soundtrack (parte 3)

 Boa noite pessoal!

Após quase dez anos, resgato a sessão Soundtrack para casais. Vamos lá!


Música tema: cowboy like me - Taylor Swift




Música tema: Love Grows (Where My Rosemary Goes) - Edison Lighthouse




Música tema: You're My World - Cilla Black




Música tema: Unchained Melody - Righteous Brothers

domingo, 13 de novembro de 2022

Rush 2: Amor a toda prova (6º Capítulo)

 


Capítulo 6: Exaustação

 

2003

 

A temporada estava boa. E ao mesmo tempo disputada. A imprensa literalmente confirmou que a rivalidade Lauda x Hunt voltou com toda força comigo e Mia. Enquanto todos falavam disso, Mia e eu vivemos uma tórrida história de amor. Na frente de todos somos rivais e dispostos a vencer um ao outro. Fora das corridas e dentro do box rolava sessões de sexo ardente com declarações fortes de amor. E até rendeu momentos meramente engraçados, como da vez que quase fomos pegos com a boca na botija no exato momento que Michel Platini, o ex-jogador da Juventus e presidente da UEFA veio falar com Mia para celebrar a vitória consecutiva dela no circuito Paul Ricard, além de uma performance digna no Le Mans.

 Ah... o Le Mans... Era uma coisa que pretendia esquecer, mas isso vou contar aos poucos.

Voltando ao quase flagra no box, Michel Platini entrou com sua comitiva e Mia parou o sexo oral. Tivemos que nos recompor. E ele estava constrangido ao ver uma parte daquilo. Apesar da gentileza e educação, Michel garantiu que torce por nós nas corridas. Essa altura já saquei tudo. Ele só disse por educação. Sua torcida era sempre pra Mia. Quando ele foi embora, Mia conversou.

 -- Ele nos viu. – Disse ela em pânico e passando as mãos nos cabelos, muito tensa.

 -- Ele não vai contar. – Garanti para tranquilizar Mia.

 -- Só se ele falar pra tia Marie e pro tio Jon e aí ele conta pra tia Ana e depois pra sua mãe.

 -- A madrinha gosta de uma fofoca. – Ri do fato da tia Ana se amarrar numa edificação e notei que Mia permanecia séria. – Não quer que os outros saibam de nós?

 -- Por enquanto não. Só mais pra frente. Quem sabe no fim da temporada.

 -- Ok, eu respeito sua vontade. – Respondi em tom triste. Não forcei jamais Mia sobre nosso relacionamento e duvido que minha mãe saiba ou desconfia.

 -- Você tá tenso amor.

 -- Ainda tô cansado. – Me queixei. – Não processei direito meu segundo lugar no Le Mans, além de ser duramente criticado por Nigel Mansell.

 -- Calma meu amor. – Mia me abraçava. – Sabe que no Le Mans é um circuito que exige dos pilotos e você correu por 12 horas seguidas e sabe como é o Leão. Ele quer o melhor para você porque sempre te admirou como piloto.

 -- Ele nunca me admirou. – Falei a real e me soltei dos braços da Mia. --Ele admira é você.  Quem eu torcia já está morto há mais de 9 anos.

 Ficamos quietos depois disso e peguei o capacete e segui até a porta.

 -- Para onde você vai?

 -- Pra minha casa. – Respondi.

 -- Achei que íamos comemorar o pódio hoje.

 Puxa vida! Tinha me esquecido. As preocupações acabavam comigo. Festejei com Mia e ainda pensava no que fazer depois.  Nas outras semanas não fazia nada, exceto acompanhar as melhorias no carro e o planejamento da equipe Benetton. Oskar comandava tudo e o presidente aceitava o que ele dizia.

 Enquanto as preocupações rolava, eu também ia assistir os jogos do Bayern de Munique em resposta ao meu apoio a Noel. Via as caras desagradáveis dos jogadores ao passo que Noel sorria por me ver. E naquele dia era jogo da Liga dos Campeões. Bayern confrontava Liverpool. No jogo anterior realizado no Anfield os Reds ganharam de 1 x 0. Agora o jogo é no estádio Olímpico alemão. Ah, droga. Bayern ganhou e o placar ficou 2 x 0. Durante o jogo, torcia para Liverpool ganhar. Thomas e companhia me olharam e seguiram até vencer.

 -- Quem diria você torcedor Red. – Comentou Mia. – Tio Bran se orgulharia.

 -- Fiz isso pra incomodar o Tommy. – Respondi.

 Os rapazes cumprimentaram Mia e me ignoraram. Ela percebeu e me puxou.

 -- Freddie e eu estamos namorando.

 Podia jurar que ouvi alguém caindo da arquibancada e quando me virei era Max que tropeçou. E os alemães tudo boquiabertos. Noel sorria mais que Shun de Andrômeda. E confesso que me irritava.

 -- Meus... parabéns Mia. – Florian se esforçou em ficar feliz. O restante fez o mesmo e pouco aplaudiu.

 -- Se forem parabenizar minha namorada, parabenizem a mim também. – Falei para provocar.

 -- E você lá merece? – Disse Tommy em seu tom irônico.

 -- Claro. Pelo menos estou namorando uma mulher. E você que fica se esfregando no Max ou no Ned. Aliás, Max é gay?

 -- Por que a sexualidade do Max é do seu interesse? – Ned se irritou e foi segurado por alguns jogadores.

 -- Ia apresentá-lo para um dos meus funcionários da Benetton. Quer que eu te apresente, Ned? – Falei e sorria para irritar o ruivo.

 -- Ora seu merdinha! – Florian ainda segurava Ned pelo braço. – Você não muda mesmo. Nunca te fizemos algo.

 -- Me dá um beijinho Ned... – Fiz o biquinho pro beijo e Ned se irritou mais. Os rapazes impediam.

 -- Calma Ned. – Pediu Tommy. – Ele não vale a pena!

 -- Com certeza não vale a pena. – Confirmei e dei um beijo na Mia. – Bon Voyage otários!

Mia e eu entramos no carro. Minhas mãos tremiam no volante. Por mais satisfeito em ver meu irmão e os amigos dele irritados, eu estava nervoso.

 -- Por que você odeia o Tommy? É por causa do pai dele?

 -- Também. – Suspirei. – Certa vez ouvi um comentário dele me culpando por separar a mamãe do Gerd. Aquilo me marcou.

 Mia se entristeceu e em seguida saiu do carro e ficou diante dos alemães.

 -- Thomas Müller, você é um grãozinho de feijão desgraçado. Pare de enganar a Josy enquanto você está com outra. A mesma coisa é o Ned. Toda segunda-feira traindo a Emma com a filha mais velha do Jack Charlton. E você Florian, quando vai acordar e ver que a Mandy ainda ama o tio Jon?

 Quando Mia voltava pro carro, ouvi Ivan se lamentando.

 -- Pensei que gostasse de nós.

 -- Eu gostava até tratarem Freddie. E mais ainda tenho raiva de você. Estou falando de você mesmo Thomas!

 Ela trocou de lugar comigo.

 -- Eu mesma dirijo!

 Depois disso decidimos morar juntos. Amava Mia cada dia que passava. Só que uma semana antes do GP de Watkins Glen, recebi uma visita. Era ninguém menos que Franz Beckenbauer.

 -- Oi tio... – Ironizei.

 -- Não me venha com essa de “oi tio”. – E já entrando no apartamento. Ele estava muito bravo. – O que você tem contra seu irmão, Ned, Florian, Ivan e Max?

 -- Odeio eles. E mais ainda Tommy ao dizer que fui eu o culpado de separar a mãe do... do... me recuso a falar o nome dele.

 -- Mas precisa descontar nos outros?

 Olhei fundo nos olhos de herr Beckencbauer. Não era de hoje que ele não gosta de mim. Ele sabe que Noel e eu somos amigos... Mas ele nunca gostou de mim.

 -- Vai defender aqueles primas donas?

 -- Um deles é seu irmão.

 -- Irmão o cacete! Não tenho irmão alemão. Só não entendo uma coisa, senhor. Você nunca foi com a minha cara e me impedia de visitar seu filho. Por que agora? Só por que envolve o Tommy e toda aquela corja?

 -- Vim entender esse ódio todo. Temo por você e pela Mia.

 -- Faz um favor pra mim senhor. Saia daqui!

 Franz ficou bravo e quieto. Talvez não esperasse que eu dissesse mais.

 -- Se for ver a corrida, finja que não me conhece e em troca me afasto do Noel.

 -- Não quero que se afaste do Noel. Só peço que seja educado.

 Ele foi embora. No entanto no dia da corrida, encontrei Nigel Mansell conversando com Oskar e Mia. Me escondi dele.

 -- O que está fazendo?

 -- Não quero encontrar esse cara. – Respondia enquanto ficava de costas e levantando o capuz do casaco. – Oskar me faz um favor. Evite que o Nigel Mansell me veja e venha falar comigo!

 -- Isso tudo é por causa da crítica no Le Mans? Mano, esquece isso! Ninguém se garante após várias tentativas. Ano que vem tente outra vez!

 -- E quem vai me criticar desta vez? Helio Castroneves? Tony Kanaan? Ou Fittipaldi? – Perguntei muito irritado.

 Oskar suspirou e aceitou o pedido. De novo não ganhei e não teve pódio para minha pessoa. Me retirei da corrida após completar dez voltas. A causa foi o carro que parou do nada e saiu muita fumaça. Os mecânicos identificaram um problema no motor de octanagem e não era uma falha comum. Alguém sabotou meu veículo. Infelizmente não estava em posição nenhuma de acusações porque não desconfiava de ninguém e duvido que algum mecânico concorrente invada o padoque para se infiltrar nos boxes.

 Mia venceu a corrida e embora feliz por ela, estava cansado. E antes de seguir para casa dela, alguém tocou meu ombro.

 -- Freddie?

 Puta merda!

 -- Sr. Mansell! – Minha mente berrou e minha irritação aumentou.

 -- Está tudo bem? – Ele perguntava tranquilo e eu penso que esteja feliz pela Mia.

-- É... – Disfarcei e sorria forçadamente. – Estou bem. Se me der licença, vou pra casa.

 -- Espera! Queria dizer que sinto muito por dizer aquelas coisas no Le Mans. Dia difícil garoto?

 -- Pois é... – Eu ia sair de novo e Nigel continuava falando.

 -- As coisas vão melhorar. Tenha fé e paciência.

 -- Minha paciência não é de Jó. Já estou conformado que a temporada já está perdida.  E sobre o que falou no Le Mans já passou! Agora vou embora! Até mais senhor Mansell.

 Cheguei em casa e corri para o banheiro. Vomitei. Fiquei sentado no chão do banheiro e pensei em desistir das corridas, sem modalidades. Talvez não fosse feito para o esporte. Tentei ser jogador, tentei ser corretor de imóveis, tentei ser produtor. As únicas coisas que me garanto é na música como baterista e como ator. Nunca me chamou atenção em atuar. Só para se ter uma ideia, quando escolhiam o elenco para a cinebiografia da minha mãe e da tia Odile, eu era a escolha perfeita em ser meu pai. Não aceitei porque não tinha paciência e então cedi ao primeiro ator que mostrou interesse, no caso Jonathan Nesmith. E me arrependi. Se eu soubesse que o rapaz disputava a atenção da atriz que fazia a Louise com meu irmão Heinrich, não deixava. Mas foi tarde demais.

 Não procurei Mia. Ela treinava e me ligava e não mostrava a mesma alegria de antes e quando veio me ver, cobrou uma atitude.

 -- O que está havendo Freddie?

 -- Nada.

 -- Mesmo? Não é a crítica no Le Mans? Os resultados da Fórmula 1?

 -- Estou cansado. De tudo.

 -- De nós também?

 -- Não. É que...

 Antes de alguma explicação, Mia desmaiou e a segurei. Tentei acordá-la e nada dava certo. Chamei uma ambulância e o Oskar. Seguimos para o Hospital Central. Enquanto esperava Oskar recebeu uma ligação do chefe da Benetton.

 -- O chefe te quer na próxima temporada. E advinha só: a empresa Iveco vai patrocinar nosso carro!

Queria dizer que não gostei da ideia da Iveco patrocinar. Iveco é a empresa de caminhões e patrocinou o Bayern de Munique nos anos 80. Desconfio que tem um dedo do herr Beckenbauer e se tiver, farei um escândalo. Nunca pedi ajuda dele e não será hoje que pedirei.

 O médico veio falar conosco.

 -- São parentes da senhorita Lauda?

 -- Sou o namorado. – Me apresentei.

 -- Então meus parabéns!

 -- Não entendi. – Disse Oskar.

 -- Mia Lauda está grávida!

 E neste instante o pai dela chegou e ouviu tudinho.

 -- Eu te mato Freddie Hunt!

  

Continua...

Rush 2: Amor a toda prova (5º Capítulo)

 Boa tarde pessoal! 

Vamos para novos capítulos de Rush 2. Boa leitura!


Capítulo 5: Início de um fim

 

Freddie POV

Mais uma vitória acumulada. Mônaco foi boa. A próxima corrida é no circuito de Silverstone, na Grã-Bretanha. Depois da noite com Mia, andei pensativo. Resolvi ir para casa de minha mãe e para minha sorte (ou azar) ela viajou com Rick para a ilha particular deles que fica na Grécia. Cumprimentei minhas irmãs e segui para o porão. Abri um dos baús nos quais eram guardados os diários da mamãe.

 “3 de janeiro de 1978

 Depois de dias curtindo a praia privativa dos Fittipaldi, Hunt e eu fomos subir a temida serra de volta aquela cidade cinzenta que é São Paulo. Emerson e a esposa se despediram da gente na balsa para Santos. Durante todo o trajeto fomos conversando sobre Oskar e nosso pequeno Freddie que estavam com a Odile na cidade. Estava com saudades de Luca e Tommy, e quero traze-los para ver esse mar e essas praias. Só que quando descemos da balsa, um policial nos parou e pediu os documentos do James. Tentamos explicar que quem alugou o carro para a gente foram os organizadores do GP. Não adiantou muita coisa. James brigou com todos eles.

 Cada dia que passa, confirmo meu arrependimento em ter traído Gerd...”

 Larguei o diário na raiva. E me dou conta que minha história de amor com a Meredith foi exatamente assim com os anos. Logo eu que jurei nunca me apaixonar por ela. Meu amor é a Mia.

 Conversei o tempo todo sobre esses sentimentos para Jacques. E finalmente expus a verdade por trás da discussão.

 -- Pedi o divórcio para Meredith.

 Tinha esquecido da minha promessa. Antes de me relacionar com Meredith, prometi que nunca passaria o que minha mãe teve com Gerd. Deixei a Mia por ela. Magoei a filha do Niki Lauda por um amor que achava palpável. Bem, foi até certo ponto. Quando Penny nasceu, a ficha caiu pra mim. E daquele dia em diante, percebi que foi o que aconteceu. Me apaixonei por ela do mesmo modo que minha mãe. Jacques ficou chocado.

 -- Você é o único pra quem contei. – Eu disse enquanto fumava.

 -- Falou com ela? Contou pro Oskar? – Ele perguntou.

-- Pro Oskar não contei. Meredith já está sabendo. Por isso brigamos. Evitamos esse conflito na frente das crianças. E quando procurei intervenção, foi pior.

 -- É horrível quando descobrimos que deixamos de amar aquela pessoa sem nenhum motivo. Simplesmente desaparece. Isso acontece muito em traições ou quando um dos lados saí do armário. No seu caso, você associou a Meredith no Gerd. Ela é filha dele, mas não é como ele!

 -- Ela é como ele! O jeito como ela agia quando me conquistou. A nossa intimidade... É exatamente como minha mãe e o Gerd eram nos anos 70 e 80. E ela vai superar fácil. Tem os meninos Nesmiths que são gamados nela. Tem o Joey Townshend. Homem não faltará pra ela.

 -- Não acho que o Joey ou os filhos do cowboy texano podem conquista-la. Até porque ela te ama. É aquilo que minha esposa Ann Marie sempre fala. “Não há ferida que o tempo não cure”. – Ele acendeu um cigarro e tragou. – Não conte pra ela que andei fumando senão fará picadinho de mim.

 Deu risada e depois nos despedimos. Demorei um pouco pra voltar pra casa porque não tinha coragem suficiente para enfrentar Meredith. Eram sete da noite quando abri a porta da casa. Um silêncio total. Liguei a luz e encontrei uma pasta. Nele continha os documentos do divórcio e as lacunas marcadas onde devo assinar. Além dos documentos tinha um bilhete. Nele Meredith pegou suas coisas e as crianças e se mandou para Alemanha, morar com a mãe.

 Deitei no sofá e chorei. Olhei para o teto e as lembranças do meu início de carreira voltaram...



domingo, 6 de novembro de 2022

Literatura Comparada: Os Sete Maridos de Evelyn Hugo x Os 5 Amores de Louise McGold

 Boa noite pessoal!

Hoje daremos início a um post dinâmico chamado Literatura Comparada. Quem cursa Letras na faculdade, conhece a matéria. No entanto, farei a minha maneira. E tudo isso aconteceu logo após minha leitura de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo. A primeira coisa que identifiquei foi a Louise. Ambas são atrizes e tiveram amores, uns malfadados e outros que deram certo, inclusive um romance lésbico. Melhor evitar spoilers, mas já aviso que sem querer posso deixar escapar. Se não quiser sabe, evite! 

Então vamos lá! Atenção: contém spoilers!

A protagonista

No livro, somos apresentados a Evelyn Hugo, inicialmente uma atriz de grande sucesso, concedendo uam entrevista biográfica para uma jornalista semi desconhecida chamada Monique Grant. Já no primeiro capítulos conhecemos a origem dela. Latina, orfã de mãe igualmente artista (só que cantora) e um pai abusivo. Evelyn deseja muito ser atriz e até se casa com um eletricista humilde para seguir com ele à Hollywood e lá firmar de vez sua carreira. Um pouco disso lembro a Marilyn Monroe (se estiver errado, me corrijam). E Louise também não veio num berço de ouro,embora carregasse o nome de ouro da família. A diferença é que seu pai, Anthony McGold, era um ator sonhador que teve pouco reconhecimento e a mãe, Mary Black, é oriunda da classe média, pois o pai é dono de uma indústria em Belfast. As diferenças entre Evelyn e Louise são mínimas. Evelyn usou seu primeiro marido para alcançar a fama e quando finalmente foi notada pelos produtores, largou fora e anulou seu casamento. Louise conquistou a fama a duras penas. Estudou por 3 anos na Sorbonne, ensaiou, arriscou-se em escrever roteiros e de sair de sua zona de conforto pois ela se firmou nas minisséries e filmes épicos e aventurou-se em outros gêneros. De resto vejo que são iguais. Atrizes famosas, amaram muitos homens em vários formatos e amaram uma mulher. Logo veremos esse romance. E agora veremos os 5 amores de Louise que faleceram.


Primeiro: Dennis Wilson

Esse começou rápido e terminou na mesma velocidade. No entanto Dennis e Louise já se conhecem desde 1967, naquela famigerada festa de boas vindas para Felicity McGold em Love Sell Out. E depois não se viram mais. Talvez seja um pouco de Mick Riva pelo envolvimento rapidíssimo com Evelyn e por ser um rockstar.

Quando Louise se recuperava do seu vício em drogas e bebida, viajou para Califórnia e reencontrou Dennis. Depois de uns dias de convivência, os dois engataram um romance e estava tudo pronto para se firmarem: casamento, uma casa na praia e principalmente uma forma de resgatar Brian Wilson da influência nefasta do psicólogo Eugene Landy. 

O resto já sabemos que nada disso se concretizou (exceto o resgate do Brian pois esse foi resolvido com Fefe, Carl Wilson e Odile Greyhound). O mar os separou em 1983.


Segundo: James Hunt

Ele podia ter sido colocado como primeiro amor, mas fiz em ordem cronológica das mortes deles. Para o James Hunt, associo ao Don Adler, o primeiro marido de Evelyn. Assim como Don e Evelyn, James e Louise eram um casal lindo, apesar que no início houve uma relutância por parte dela pois na época ele era casado com Suzy Miller, que mais tarde viria se divorciar para ficar com Richard Burton. 

Apenas um detalhe difere os casais: agressão doméstica. Don batia em Evelyn e assim como todos os homens fazem, eles pedem desculpa, a mulher aceita e volta novamente. No livro deu a entender isso, mas vimos a agressão na primeira vez. Já na Grind, James agrediu Louise verbalmente no exato momento que ela anunciou sua gravidez e mais tarde descobrindo que ele desenvolvia um certo interesse na amiga dela, Odile. E também no livro, mais adiante, Don e Evelyn voltam a se ver, mas para atuar num filme e teve cena de sexo filmada e na Grind, Hunt e Louise voltam a ficar juntos depois que o namoro com Gerd Müller teve fim. E de novo não durou. Com o piloto, ela teve Oskar e Freddie. James Hunt morreu em 1993.


Terceiro: Giacinto Facchetti

Comparo Giacinto um pouco com Max Girard pois assim como diretor francês via Evelyn como uma musa hiper apaixonada e depois se decepcionou, Facchetti é quase nesta linha. Veremos em breve na segunda fase de Rush 1 e já adianto que foi bom esse romance dele com Louise... e de novo não terminará bem.

Outro detalhe que Facchetti protagonizará dois momentos: um quando ele não acredita que Louise esteja lhe traindo ao som de I Heard It Through The Grapevine (a versão do Creedence Clearwater Revival) e a segunda foi quando finalmente descobriu a verdade, desceu porrada na mannschaft inteira, principalmente no rival, Gerd Müller.

Com Louise, Facchetti teve Luca, seu único filho e assim como o pai e o namorado da mãe, há rivalidade entre irmãos, Luca x Tommy. Giacinto faleceu em setembro de 2006 um mês após a Copa do Mundo e quando a Itália conquistou seu tetracampeonato.

Quarto: Rick Wright

Essa é fácil, embora o quinto também mereça o prêmio "Harry Cameron da bondade". Sim, eu digo que Rick Wright é como Harry Cameron por ter sido mais que um amigo para Evelyn Hugo. Ele foi confidente, irmão, alma gêmea e também marido maravilhoso. 

A história de Rick começa em 1967, depois da festa de aniversário de Nora Smith em Love Sell Out. Vou ser sincera com todos vocês: inicialmente queria fazer o Rick ser outro interesse amoroso para Fefe depois da suposta presepada do Pete Townshend e até confundi Rick com Nick Mason. Então peço perdão por essa falha minha. Depois disso veremos Roger Waters namorando Odile Greyhound e o Pink Floyd sendo amigos da dupla dinâmica. É neste momento que Rick desenvolve sua paixão por Louise.

Ele foi sofrido por ver a crush com diversos caras, assim como Harry Cameron por sua bondade e não poder amar quem ele queria (Harry é gay e tinha um relacionamento com um homem). No entanto o tecladista soube esperar e alcançou seu amor. Casou com Louise, tiveram 4 filhos e viveram felizes até 2008, o ano de seu falecimento.

Quinto: Gerd Müller

Ele foi disparado o grande amor da vida de Louise. Muito de Harry Cameron e um pouco de Robert Jamison, o melhor marido e o último de Evelyn Hugo. Neste blog pode conferir diversas fanfics com Gerd e Louise em vários universos e situações, as mais recentes são Rush 1, Grindhouse Zombies e We Belong Together. 

O absurdo aqui é o fato de Gerd ter desbancado seus rivais pelo amor de sua winnie (ursinha), considerando quem o visse, não era exatamente um modelo de beleza. Talvez um pouco dos personagens de Full Monty, Brincadeira! O fato é exatamente isso, as únicas exceções foi na traição da ursinha com Hunt e o casamento com Rick Wright. Aquele dia foi devastador para o ursinho. O amor de Alice Stone o salvou, mas seu coração ainda pertencia a Louise. 

Quando foi diagnosticado com Alzheimer em 2015, as únicas lembranças que permeavam era de Louise nos tempos da discoteca. E depois ele fechou os olhos em 2021. 

Menções honrosas

Celia St. James também era atriz. Fez amizade com Evelyn e se apaixonou pela bela atriz loira. No começo era inaceitável por conta da época e em Hollywood. Depois era amor, idas e vindas, mais amor até que a morte as separou. 

Na Grind Alice e Louise são bem diferentes. São galesas, mas a diferença entre elas era berrante. Alice é uma mulher independente, jornalista e conhece o mundo e culturas, além de ser uma entusiasta da História Medieval. Louise é puro entretenimento artístico. É divertida, energética e lógico, mimada e consumista. Afinal de contas, o que ligou essas galesas?

Começamos com Alice apaixonando-se inevitavelmente pela atriz mimada. Belle Blue, sua melhor amiga, alertava sobre o comportamento de Louise para Alice na esperança de desistir. Não foi bem o que aconteceu. Alice continuava amando Louise e fez de tudo para conquistar, até que finalmente aconteceu o primeiro beijo de ambas. Foram muitos momentos, separações e história juntas. Alice até hoje permaneceu ao lado de seu "sol" após a morte de Gerd e também cuidou dos filhos dela. Louise teve muitos amores femininos e amou intensamente todas, mas Alice é especial em sua vida. 



E para finalizar, aqui está a perfeita comparação com Rex North, outro marido bonitão da Evelyn. Esse até tava torcendo para ficarem juntos e ria da tentativa do Rex em seduzir Evelyn. E mesmo assim os dois foram cumplices no seu casamento fajuto e terminaram em bons termos. 

Esse bonitão ao lado é Harry Hughes, um ator misterioso, produtor e dono da energia mais pansexual que veremos em breve na fanfic Rush. Na ficha dele, seu amor é Holly Grey, a estilista que foi casada com Jack Charlton. Entretanto Harry suprimiu um pouco desse amor em Louise. Os dois se conheceram em 1968, quando Harry passou na casa de David Crosby para entregar uma muamba. Louise achou Harry muito bonito e indicou para ele se tornar membro do Clube do Teatro, gerenciado por Barry Thompson. Coitada, ela não sabia que Harry já é parte da trupe artística. 

Além de bom ator, Harry esconde um segredo de todos (menos do Clube): ele é um espião de verdade do MI6. Antes de Louise se relacionar com qualquer um dos 5 amores, ela e Hughes tiveram alguns momentos. E quando ela não está perto, Harry busca consolo em outros, independente do gênero. 

E aqui termina nosso post de Literatura Comparada. Se gostarem, farei de outro livro. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2022

Grindhouse Zombies (5º Capítulo)

 Boa noite pessoal!

Mais uma atualização de um dos grandes clássicos da Grind. Tem uma pequena pegada de Bridgerton, mas sem perder a essência de Orgulho e Preconceito e Zumbis. Boa leitura!


Capítulo 5: A Legal Matter 


Antes do amanhecer, Johan e Gerd se prepararam para sua partida.
 
-- Não esqueçam! – Avisou Tony. – Semana que vem retornem para cá.
 
Cruyff arrepiou-se e Gerd engoliu em seco. Tentou argumentar.
 
-- Senhor e se eu... Bem, tiver outra pessoa?
 
-- Este contrato de casamento é só por quinze dias. Depois disso, você volta a ser o que era antes e queime o papel. – Respondeu Tony, de forma indiferente.
 
-- Ok.
 
-- Boa viagem aos dois.
 
E ambos partiram com os cavalos para o norte.
 
-- Casados por uma quinzena. – Comentou Johan.
 
-- Uma loucura, não é? – Gerd não sabia o que pensar.
 
-- Logo passa.
 
Louise arrumava seu quarto e distraída com suas ideias. Enquanto terminava seus afazeres, surge na porta sua amiga e vizinha, Talia Hayes.
 
-- Lou? – Talia abraçou sua amiga.
 
-- Talia. – Louise se surpreendeu com a visita. – Como você está?
 
-- Muito bem. – Talia sorria demais e se sentou na beira da cama. – Amiga, tenho notícias. Estou noiva e me casarei com Sr. Black.
 
Louise se chocou. Foi rápido para Colin arranjar uma noiva e de alguma forma, desesperada.
 
-- Minha nossa... – Lulu suspirou. – Meus parabéns, Tata!
 
-- Você parece assustada.
 
-- Assustada, eu? – Louise ria e tentava sorrir. No fundo estava mesmo assustada, surpresa e um pouco aliviada. – Imagina! Talia, estou feliz por você. De verdade. Mas quero saber se você está feliz.
 
-- A chance de felicidade com ele é o que a maioria das mulheres pode esperar.
 
-- E é isso que você espera? – Indaga Louise.
 
-- Aos 25, é mais do que eu esperava. –Sorria a garota. – Ele é aprazível.
 
Não havia dúvidas de que Talia está feliz com o noivado. Lulu aceitou com elegância. Ao mesmo tempo a jovem americana pediu uma ajuda para sua amiga galesa: que vá com ela e Colin na primeira visita a residência de fraü Müller, a benfeitora de Colin. Lulu não recusou.
 
Após a visita de Talia, Louise caminhou um pouco na floresta e encontrou o Capitão Facchetti.
 
-- Louise, principessa...
 
-- Capitão Facchetti...
 
-- Giacinto. Pra você... – Ele beijou a mão dela, gentilmente. – Sou Giacinto.
 
-- Estou sendo rude chamando pelo nome... – Louise corou com a gentileza. – Pode ser Sr. Facchetti?
 
-- Tudo bem. – Ele olha para os lados e pergunta. – Quer ir comigo conhecer um lugar?
 
-- Depende.
 
-- Acredite, esse lugar é secreto e ninguém sabe. Vai ser importante pois preciso de sua ajuda.
 
Lulu teve um pouco de medo, mas vendo a atitude sincera de Facchetti, aceitou o convite. Atravessaram a ponte que liga o vilarejo e a capital, Londres. Seguiram para o leste e encontraram uma igreja isolada da civilização e fieis entrando.
 
-- Pode ir na frente. Te sigo logo. – Facchetti se preparava para amarrar o cavalo num local seguro.
 
A filha de Anthony McGold entrou na igreja e reparou que todas as pessoas estavam estranhas e ouvindo o padre em seu sermão. Sentou na última cadeira vazia. Facchetti chegou em seguida e se sentou ao lado da moça. Lulu estava irritou com duas meninas rindo e cochichando.
 
-- Hey! Calem-se! Mal educadas!
 
As garotas se viraram para Louise. A guerreira se espantou. Eram garotas zumbis pelos rostos deformados e a carne pútrida a mostra. Antes de sacar sua adaga, os outros fieis a olharam. Todos no mesmo formato que a dupla de zumbis.
 
-- Calma. Tudo bem. Não há o que temer. – Disse Facchetti, em tom calmo e sussurrante.
 
As pessoas zumbis voltaram sua atenção para o religioso. Os pensamentos de Louise eram misturados de medo e cuidado. Mais tarde o padre saiu do tablado e pegando um cálice, serviu com sangue e cérebro.
 
-- Meu Deus! – Lulu pôs a mão na boca. – É cérebro.
 
-- É cérebro de porco. – Respondeu Facchetti. – Fique calma.
 
À medida que a missa passava, Lulu ainda estava temerosa e na saída, o capitão italiano explicou para ela o motivo de sua vinda.
 
-- Esta é a Igreja de São Lázaro é o local de salvação destes zumbis, que não se tornaram selvagens por não consumirem cérebro humano. É a chave para salvação do continente.
 
-- Então, comer cérebros de porco impede desse desejo primitivo? – Questiona Louise, mais segura.
 
-- Isso. Poderíamos buscar entendimento aos mais avançados deles. Essa guerra quase faliu a Grã-Bretanha, afundou a Itália e está avançando para os outros países. Sinceramente, não sei a quem recorrer pois em pouco tempo, podem se multiplicar.
 
-- A Coroa pode ajudar nesta iniciativa. – Concordou Louise. – Farei o que estiver em meu alcance, capitão.
 
Facchetti beijou a mão de Louise e a bochecha dela.
 
-- Muito obrigado, principessa!
 
 
 
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Enquanto isso na casa de Robb e Sophie McGold, a filha mais velha continuava seu treinamento quando um cavaleiro apareceu. De imediato sorriu.
 
-- Belladonna... – Disse o tenente Buffon.
 
Olhou para os lados e certificando não estar sendo vigiada, Fefe correu para abraçar o italiano e o beijou ardentemente.
 
-- Vem comigo...
 
Foram para o celeiro...
 
 
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Na casa dos Jones, os filhos ouviam a conversa de seus pais. Uma novidade bem animada.
 
-- Sr. Jones, sabia que Fallsworth House foi alugada? – Perguntava a sra. Jones.
 
-- Não foi alugada, minha querida. – Respondeu Thomas Jones. – Foi comprada.
 
Marianne flagrou a irmã mais velha, Olivia, escutando na porta.
 
-- O que está fazendo?
 
-- Quieta, Mari. – Olivia estava animada demais. – Vem um rapaz do norte chamado Moses Smith. Renda de cinco mil por ano. Não é maravilhoso?
 
A conversa dos pais continuou. Em um dado momento, a sra. Jones sugeriu que provavelmente, Moses Smith se case com Olivia ou com Marianne. O sr. Jones não concordou e por fim admitiu que convidou o novo morador a vir pro baile semana que vem.
 
Edmund ouviu tudo no quarto e ao mesmo tempo se deu conta: poderia muito bem convidar Rosie. Há dias que o filho mais velho está completamente apaixonado pela ruiva arqueira e está disposto a conquista-la. E o novo baile era oportunidade.
 
 
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Angie presenciou há pouco o que seria impossível de acontecer. Sua irmã Kimberly sendo cortejada por Bran McGold. Ela pensou que o mais jovem da família de galeses estivesse troçando de sua inocente irmã. Nem mesmo a rainha Charlotte permitiria tal coisa se Kim fosse o diamante da temporada e também uma guerreira. Ela ainda está em treinamento com a mestra Tsubasa e Angie queria impedir, gritar, espernear ou gerar um enorme escândalo difamando Bran na frente da nata aristocrática. Contudo, ela e a família enfrentariam uma encrenca com o clã, que são seus amigos de longa data.
 
-- Oh! Que audácia! – Exclamou Nora, chocada.  – Não achei que o Bran estivesse em tempo de debutar os bailes.
 
-- Este é o debute dele. – Confirmou Angie, ainda chocada.
 
E pelo visto, Kim aceitou o cortejo, deixando os outros pretendentes decepcionados e com a cara no chão.
 
Jon observava a cena e não dizia mais nada. Ele tentou no passado cortejar Kim e só recebeu xingamentos dos pais. Neste momento, Claude Villeneuve o primo de Marie e Odile Greyhound e tão libertino quanto Jon, bebia mais um copo de xerez e se juntou ao seu amigo.
 
-- Problemas? – Perguntou quase em tom de blasé.
 
-- Choque e dúvida. – Jon balança sua adaga de um lado para outro com uma das mãos e sentado. – Ela é quase uma criança.
 
-- Falou certo. “Quase” uma criança. Mas eu discordo. – Retrucou Claude, bebendo mais um gole.
 
-- Pense no que quiser. Eu conheço meu irmão o suficiente pra saber que tem algo aí neste cortejo súbito para srta. Smith.
 
-- E o que você acha?
 
-- Ele ainda ama Angie.
 
-- Ah... --- Claude sorria e traçava outra taça.
 
De modo sorrateiro, se escondia nas áreas escuras e isolado da multidão, porém, o suficiente para ouvir os segredos de todos os aristocratas. E com certeza falaria na coluna de informações... Isso se os zumbis não te impedirem.
 

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Rosie e Edmund cada vez se envolviam um com o outro e já está claro que o amor brotou neles. O que aparentemente impede é o fato de Rosie vir de uma família de baixa classe social. 3 mil libras por ano é a pensão generosa que seu falecido pai deixou e mais 2 mil de sua tia morta por zumbis e outro detalhe é que Rosie está com 24 anos e sem noivo. A única preocupação é com Vivian, a mais nova com apenas 20 anos. Ela sim almeja se casar com um homem de alta posição social. Entre os cavalheiros presentes nenhum ainda lhe chamou atenção.
 
Entretanto numa ida a igreja de Merrytown lhe rendeu atenção de Christopher Romanov. Vivian viu o cavalheiro, mas o ignorou. A verdade era que a ruivinha estava de olho em Bran McGold e não acreditava em sua suposta corte a Kimberly Smith. Quando a missa terminou Vivian tentou abordar o jovem alto e foi barrada por Chris.
 
-- Bom dia milady. – Ele sorria.
 
Vivian tentava não desviar sua atenção para o filho do coronel McGold e cumprimentou rápido o russo e novamente seguiu até Bran. E antes de dizer alguma palavra, outro fidalgo a corteja. Era justamente Dieter Hoeness.
 
-- Bom dia senhorita. – Ele dizia mais alegre. – Está um lindo dia.
 
-- Está e muito obrigada. – Tentou se desviar dele.
 
-- Eu quero muito fazer a corte a senhorita.
 
-- Ah me deixa em paz!
 
Após uma tentativa infrutífera, Vivian se enfureceu e voltou para ao lado de sua irmã mais velha, praguejando por não arranjar um marido.
 
-- O que foi? – Perguntou a mais velha.
 
-- Fui cortejada por dois paspalhos que me impediram de chegar perto do Bran! – Resmungou Vivian. – Desse jeito vou virar freira.
 
-- Não precisa ser tão dramática. – Pediu Rosie.
 
-- Eu soube que os Smiths farão outro baile para debutar Nora. Quem sabe você não consiga uma audiência com filho do velho McGold.
 
-- Me casando com ele, sairei essa maré de pobreza e vou ser rica! – Dizia Vivian, bem sonhadora. – E sem falar que ele é bonito.
 
-- Ele é. – Concordou a irmã sem muito ânimo.


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Uma semana depois Louise seguiu para a casa de sua amiga Talia Hayes, se passando por sua acompanhante. Na verdade a garota será apresentada a Brunhilda Müller, a benfeitora de Colin Black, que estará de visita na Grã-Bretanha.
 
Louise aceitou de bom grado e serviu como chance para Facchetti conversar com a súdita do kaiser Willhelm.  Chegando na propriedade de Rosings Hill, a guerreira loira se deparou com um grande casarão. Apenas os bem apessoados e com recursos poderiam alugar ou comprar aquela fortaleza. E pelo visto a matriarca dos Müller conseguiu facilmente.
 
Caminhando no longo corredor da casa contemplou os quadros e um em especial ela riu.
 
-- Vocês viram? – Colin apontava para um quadro gigante mostrando a anfitriã, armada com uma katana e pisoteando a cabeça de um anjo caído. – Esta é Brunhilda, derrotando Lucífer.
 
Talia beliscou sua amiga para parar de rir e entraram na sala de jantar depois de serem anunciados. Colin tropeçou e se recompôs em instante.
 
-- Perdão! – O pároco se levantou e apresentou as mulheres. – Lady Müller, esta é minha esposa Talia Black e a amiga dela Louise McGold.
 
Louise encarou a anfitriã. Brunhilda era uma mulher madura, dona de um par de olhos astutos e usando calças, além de ter uma espada a tiracolo. Brunhilda estava sentada e ao lado dela um rapaz de semblante sério e vez ou outra emitia uns grunhidos semelhantes dos mortos-vivos.
 
-- Então você é Louise McGold? – Brunhilda sorriu.
 
-- É um prazer em conhecer, fraü Müller. – Retribuiu a loira.
 
-- E esse aqui é meu filho mais jovem, Thomas. – Apontando para o filho.
 
No mesmo momento a porta se abriu revendo uma pessoa conhecida para Louise. E não era o capitão Facchetti.
 
-- Meu querido filho! – Brunhilda se levantou e abraçou Gerd. – Inteiro como sempre.
 
Gerd sorriu fraco e arregalou os olhos ao ver Louise.
 
-- Senhorita McGold?
 
-- Oi. –Disse Louise, espantada.
 
-- Conhece meu filho mais velho? – Indagou a senhora.
 
-- Sim. – Louise estava tímida ao falar. – Ele esteve em Londres.
 
Internamente Gerd estava com medo em dobro. E tudo envolve um casamento. Seu medo era a reação da mãe e da noiva.
 
-- O capitão Facchetti chegou! – Anunciou um dos empregados
 
-- O capitão veio conosco para a pedido da senhorita McGold para aconselhar boas estratégias para combater a praga dos mortos.
 
Brunhilda revirou a face e permitiu a entrada do oficial italiano.
 
-- Dei abertura para a mulher mais rica da Prússia. É com você Giacinto. – Sorriu Louise.
 
Facchetti beijou a mão de Louise, causando fúria em Gerd.
 
E no jantar, Giacinto deu os devidos argumentos sobre os zumbis, explicou sobre a igreja de São Lazarus e como esses mortos-vivos não sucumbiram ao desejo de matar e devorar outros cérebros. Brunhilda ouvia tudo com atenção e não esboçava alegria. Na verdade, a conversa com oficial lhe entediava. Louise tentou persuadir ao mencionar a massa encefálica dos porcos.
 
-- Seja breve capitão! – Pediu a senhora Müller. – O que você deseja?
 
-- Recursos para nos defender.
 
-- Esses “recursos” é o dinheiro?
 
-- Como deve saber fraü Müller, os fundos da Coroa britânica e prussiana estão secando. Devemos conversar com esses novos zumbis que não se entregaram a maldição, eles são os líderes.
 
Brunhilda riu de deboche e Gerd lançava um olhar desafiador para o italiano.
 
--Deixe-me explicar uma coisa capitão. Zumbis são como gafanhotos. Eles avançam e destroem tudo que vier na frente. Não precisam de liderança.
 
-- Exceto um, senhora. – Interrompeu Colin. – Segundo o livro do Apocalipse, o Anticristo liderará os mortos no exato último dia da humanidade.
 
-- Minha nossa! – Brunhilda fingiu surpresa. – E o que pretende?
 
-- Um tratado de paz. – Respondeu o italiano.
 
-- Isso não levará a nada.
 
-- O finado herr Müller aprovaria.
 
Brunhilda se enfureceu e apontou a espada para o oficial.
 
-- Jamais mencione meu marido perto de mim! Saia daqui!
 
Facchetti se calou e se retirou sem antes falar mais.
 
-- Esse foi seu pior erro.
 
Louise observou seu amado capitão sair e sentiu mal. Na hora de dormir não fechou o olho pensando no ocorrido. Saiu do quarto e caminhou nos jardins da casa. Se assustou com a figura do capitão italiano surgir atrás das árvores.
 
-- Me assustou capitão. – Dizia ela, rindo da própria desgraça.
 
-- Me perdoa. Não era minha intenção. – Ele mostrava carinho para ela. – Olha essa bela casa de Rosings, principessa. Os aristocratas acham que por estarem seguros em seus casarões nada lhes acontecerá. Estão enganados. A arrogância deles será sua queda.
 
-- Queda? – Louise se assusta com as afirmações dele. – O senhor fala como se tudo estivesse perdido.
 
Facchetti se calou e se aproximou da jovem.
 
-- Acho que nos entendemos bem, principessa.  – Disse Facchetti e logo Louise se afastou dele. – O modo como me encorajou no jantar me deu alguma esperança.
 
-- O tratamento recebido dos Müllers foi repugnante para o senhor.
 
-- E foi mais repugnante o que Gerd e Johan Cruyff fizeram comigo e com as tropas.
 
A atenção de Louise foi desperta.
 
-- O que eles fizeram?
 
-- Acusaram a mim e mais dois oficiais de serem os responsáveis de infectar parte da Grã-Bretanha e ainda o coronel Cruyff plantou provas contra nós. E também Gerd se vangloriava para os soldados austríacos dizendo que a família dele é mais rica que os McGolds e Smiths juntos. E ele tentou beijar Kimberly Smith. A família achou um absurdo e por isso apressaram o cortejo do seu primo caçula com ela.
 
Lulu não tinha palavras para rebater. Facchetti se aproveitou dessa vulnerabilidade e pegou a mão dela.
 
-- Venha comigo principessa! Vamos fugir daqui!
 
Louise empurrou Facchetti.
 
-- O senhor passou dos limites! – Replicou contra o italiano.
 
-- Há muito passamos dos limites. – Facchetti foi embora. – Não ignore as palavras do pastor. O fim do mundo está próximo!
 
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Ela não comentou para Talia ou para Colin. Louise voltou para casa pensativa e dividida entre as revelações de Facchetti contra Gerd e o sentimento desconhecido pelo tenente. Ao chegar em casa ouviu gritos e a voz histérica de sua prima Felicity.
 
-- EU NÃO VOU ME CASAR COM ELE E PONTO FINAL! – Felicity saiu a passos pesados para o campo e carregando um papel.
 
Louise desceu da carruagem e via os tios persuadindo Fefe, que seguia com sua rebeldia.
 
-- Pobre Fefe! – Comentou a prima. – Casar sem amor.
 
-- Um destino horrível para nós mulheres. --- Concordou Ana.
 
-- Ainda bem que chegou. – Tony apareceu na porta e se aproximou das garotas. – Você é a próxima.
 
-- Eu? – Indagou Louise, surpresa.
 
-- Sim e seu noivo está chegando.
 
-- Mas quem?
 
Ela se virou quando ouviu os galopes de cavalo atrás de si. E se surpreendeu sendo novamente ele.
 
-- Ele? – Era Gerd Müller.
 

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Enquanto a família discutia os preparativos do casamento relâmpago das primas McGold, Bran ganhou a permissão de visitar Kimberly na mansão Pemberley em Bath. Ao chegar, se deparou com um homem grande e loiro, segurando um elmo de prata e devidamente vestido uma armadura e calça vermelha.
 
-- Brandon! – Kimberly o abraçou. – Venha! Chegou a tempo para o chá.
 
Bran se mostrava impassível e quando olhou para o suposto soldado, paralisou e sentiu um impacto diferente em seu corpo.
 
-- Este é o novo valete que papai contratou para minha proteção. O nome dele é Karl!
 
Já o valete brilhou os olhos diante de Bran. Nunca tinha visto um homem tão atraente em sua vida. E pelo visto era correspondido...
 
 
Continua...