sábado, 29 de novembro de 2014

Holiday Romance (16º Capítulo)

Olá pessoal!
Mais um capítulo de Holiday Romance saindo do forno e Maris Campos é quem escreve. No capítulo dela teremos um pequeno salto de algumas semanas depois dos Monkees terem sabotado o encontro das garotas com a turma do Bayern de Munique e a fundação do clube de teatro. Boa leitura!



Capítulo 16: Palco de Emoções


Evanna’s POV

       Eu estava atrasada para o encontro do clube de leitura. Naquela tarde, iríamos falar sobre As Brumas de Avalon.  Corria feito maluca, e recebi uma mensagem de Mary Anne no Whats:

“Cadê você, Evie? Só falta você.”
“Eu me atrasei um pouco na biblioteca. Estou chegando.”

          Estava tão apressada que trombei com um cara alto, de cabelos cacheados, que eu não sabia definir se eram ruivos ou loiros. Ele lembrava um pouquinho o veterano de sociologia Bob Dylan, devido ao tipo de judeu.

- Mil perdões. – pedi.
- Não tem problema. – respondeu ele. – Ei, você não é Evanna Davies, aluna de jornalismo, que estava recepcionando os convidados na festa de Halloween, vestida como o Dr. Watson?
- Sim, sou eu.  E você, quem é?
- Meu nome é Art Garfunkel. Estou no curso de filosofia. Fui à festa com uma fantasia de Carlitos, mas cheguei bem tarde.
- Acho que me lembro de você... Bem, me desculpe, Art, mas preciso correr. Estou atrasada para o encontro do clube de leitura.
- Vá lá. Mas antes espere só um pouquinho. – ele abriu sua pasta, tirou de lá um caderninho e uma caneta, escreveu algo, destacou a folha e me entregou.  – Me adicione no WhatsApp, sim?
- Ok...

                Achei aquilo um pouquinho precipitado. Mal trocamos algumas palavras e o cara já quer que eu o adicione no WhatsApp? Mesmo assim, resolvi que o adicionaria quando já estivesse em meu alojamento, com calma.
               Entrei na sala de aula onde o clube se reunia. Pete, Mary Anne, Felicity... Todos estavam a minha espera.

- Que demora, priminha.  – disse a insuportável da Jenna. Eu tento não guardar mágoas em relação a ninguém, mas ela testa minha paciência desde que éramos pequenas.
- Eu estava na biblioteca, Jenna. – sentei em minha cadeira, ao lado de Pete,  e dei o assunto por encerrado.

                   Enquanto conversávamos sobre as Brumas, notei que Felicity parecia triste por algum motivo.  Eu soube que ela havia terminado com Eric Burdon na noite de Halloween. Entretanto, já fazia alguns meses que isso havia acontecido. Ela ainda não devia ter superado...
                    A reunião foi divertida, e nem vi o tempo passar.  Logo que demos a reunião por encerrada, Jenna saiu. Pete e Felicity começaram a trocar ideias sobre Game Of Thrones, e eu me senti um pouco perdida, pois não entendo nada da série. Bem que eu gostaria de vê-la, além de ler As Crônicas de Gelo e Fogo, porém, estou sempre ocupada.
                  Então, fui falar com Mary Anne. Contei a ela sobre Art, e ela me disse:

- Evie, acho que ele não sabe que você tem namorado...  Creio que, se soubesse, ele não seria tão saidinho.
- Vou pelo menos tentar fazer amizade com ele. Ele parece ser legal.
- Não custa nada. – disse Mary Anne.

              Pete nos acompanhou até nosso alojamento.  Mary Anne foi ao seu quarto para ver Sherlock Holmes: O Jogo de Sombras.  Entrei no meu, me joguei na cama e adicionei o número de Art Garfunkel.  Esperei que o Whats atualizasse, e logo sua foto apareceu nos meus contatos.  Mandei uma mensagem:

“Oi?”
“Olá”, a resposta não demorou a chegar. “Desculpe-me ser intrometido, mas... Aquele narigudo que estava vestido de cavaleiro medieval na festa de Halloween é seu namorado?”
“É sim, por quê?”
“Só curiosidade.”

               Fiquei um pouquinho desconfiada.  Fui até o quarto de Mary Anne e li a conversa para ela.

-Eu sabia! Ele está interessado em você. – disse Mary Anne.
- É o que parece... E essa conversa com o George Harrison aí? – vi que seu WhatsApp estava aberto na conversa com o guitarrista dos Beatles.
- É só uma conversa entre amigos, Evie. Nada de mais.
- Vou contar para o Roger. – eu disse, rindo.
- Evie! Pela última vez: o George não está a fim de mim.
- Sei, sei.

                                                          * * *

Emily’s POV


      - Elinor! Elinor! Faz mais de vinte minutos que você está aí no banheiro! – gritei para a minha prima.

              Vi a maçaneta  girar.

- Desculpa, Emily. – Elinor estava impecavelmente arrumada. Nem parecia a mesma pessoa.
- Aonde você vai assim, Elinor? – perguntei.
- Bom... Lembra-se do Robert Plant? O cara vestido de Lestat na festa de Halloween?
- Lembro sim...  Vocês trocaram uns beijos.
- Sim... – minha prima sorriu. – E hoje vamos sair para jantar.
- Boa sorte. – eu sorri para ela, quando ouvimos a porta abrir. Quem entrou foi minha outra prima, Fanny, e ela disse a Elinor:
- Mana, o seu pretendente está à sua espera.
- É a minha deixa. – disse Elinor. – Até mais tarde, meninas.
- Até.  – dissemos Fanny e eu.

            Notei que Fanny carregava um embrulho debaixo do braço.

- O que é isso, Fanny? – perguntei.
- Ah, é um presente que eu ganhei do Bob. – ela disse.

               Ela tirou do saco de presente uma pelúcia. Era o Baby Groot, de Guardiões da Galáxia. Minha prima mais nova e suas nerdices.

- Que fofinho.  – eu disse.
- Bob sabia o quanto eu queria essa pelúcia. Achei muito fofo da parte dele comprá-la para mim.
                Fanny levou o Baby Groot para seu quarto, o maior santuário nerd da face da Terra. Eu não estou exagerando. Minha prima decorou todo o quarto com artigos de Star Wars, Star Trek, HQs e filmes da Marvel e da D.C.,  Senhor dos Anéis  e O Hobbit.  Ela colocou o Baby Groot em sua cama, ao lado de um Mestre Yoda e um Bilbo Bolseiro, que também eram de pelúcia.

- Foi fofo mesmo, Fanny. – eu disse. – Prima, você já pensou em ser mais do que apenas a melhor amiga dele?
- Como assim, Emily?
- Fanny, você sabe o que quero dizer.
-Ok.... Emily, ele é meu Star Lord! Meu Spock, meu Han Solo.  Você precisa que eu diga algo mais?
- Não. – eu sorri. – Bem, eu acho que vocês dois não vão demorar a se acertar.
- Eu espero.  Você sabe que Bob é meio complicado para demonstrar sentimento.
- Mas ele gosta muito de você. Isso é visível.
- É, isso não posso negar.  Você já soube da novidade? Louise McGold, Odile Greyhound e os Monkees estão criando um grupo de teatro!
- Sério? Que legal! Eu não sabia que os Monkees atuavam...
- Pois é, nem eu. Mas me disseram que eles são bons nisso.

 Suzan’s POV

          Naquela manhã, eu havia acordado decidida a recomeçar do zero. Esquecer Micky definitivamente. Ele era legal, mas não havia química entre nós. Era fácil perceber que ele e Emma combinavam mais entre si.
            E, além disso... Havia Peter. Ele havia sido tão bonzinho comigo na festa de Halloween! Consolou-me e fez-me companhia durante toda a noite. E era tão fofo... Eu poderia estar apaixonada por ele?  Talvez.
            Saí para fazer uma caminhada e arejar a mente. E quem eu encontrei? Sim, Peter.

- Oi, Suzy. – ele sorriu para mim.
- Oi, Peter. – devolvi o sorriso.
- Hã, Suzy, eu estava pensando...
- O quê, Peter?
- Hã... Você... Gostaria de ir ver a primeira reunião do grupo de teatro? Quem sabe você até se interessa em se juntar a nós? Sua amiga Jane Berkley também está no grupo.
- Eu adoraria, Peter! Quando vai ser?
- Hoje, às catorze horas.
- Eu estarei lá. – dei um beijinho nele.
- Encontre a gente no auditório, ok?
- Ok.

            Fui para lá no horário combinado.  Estavam lá Lulu, Odile, Jane, Peter, Davy, Dianna, Mike, Alice, ...  E Micky e Emma.  Eu já não estava com raiva dos dois. Cumprimentei-os educadamente, e ambos devolveram a saudação da mesma maneira.  Peter me disse:
- Sente-se numa das cadeiras da plateia, Sue.

                Fiz como ele disse, e todos os outros também se sentaram, com exceção de Louise. Peter sentou-se ao meu lado, e confesso que num primeiro momento fiquei vermelha. Lulu, de cima do palco, disse:

- Primeiramente, obrigada a todos por comparecerem a essa reunião. Bem, pessoal, faz algum tempo que Odile e eu temos esse desejo de montar um clube de teatro aqui na Universidade de Londres, e a oportunidade surgiu quando conversávamos com os Monkees alguns dias atrás.  – naquele momento, supus que Lulu e Odile haviam perdoado os Monkees por terem estragado seu encontro com os intercambistas alemães, pois os meninos pensavam que eles eram membros da seleção alemã de futebol. Mas, para falar a verdade, ninguém sabia muita coisa sobre eles.   - Nós já decidimos qual será nossa primeira peça. Será uma encenação do musical Grease!
- Eu adoro esse filme! – exclamou Jane.
- Então acho que vai adorar trabalhar nessa peça, Jane! Bem, será que já podemos definir o elenco?

                  Todos concordaram. A prima de Felicity disse, então:

- Para começar, a nossa estrela! Das meninas aqui presentes, quem não pretende atuar?

                      Dianna e eu erguemos a mão.

- Ok, Dianna e Suzan, vocês podem ajudar nos bastidores, se quiserem. Sobramos Odile, Emma, Jane, Alice e eu.  Pessoal, das meninas que vão atuar, quem vocês consideram a mais indicada para o papel de Sandy?
- Odile! – todos exclamaram ao mesmo tempo.
- Puxa... Fico até sem graça. – Odile deu um pequeno sorriso.
- Admita, Odile, você gostou disso. – Louise riu. – Certo, temos Sandy. E quanto a Danny?

                          Todos os olhares se voltaram para Davy. Ele ficou um pouquinho envergonhado.

- Hum... – ele se mexeu em sua cadeira. – Eu acho que não sou o mais adequado para o papel.
- Sem essa, Cuddly Toy. – disse Dianna.-  É lógico que é você quem deve interpretar Danny. Dos meninos, você é quem tem mais jeito de galã. E não digo isso só porque você é meu namorado.
- Não, não é lógico, srta. Spock. – disse ele, em referência à camiseta de Dianna, que imitava um uniforme azul de Star Trek, como o usado por Spock.
- Davy, confesse que não quer fazer o papel porque tem medo de que Dianna reprove. – disse Mike.
- Hã... Está bem, confesso. É por isso mesmo.
- Relaxe, amor. – disse Dianna, pegando a mão dele. – Eu apoio que você faça o papel.
- Obrigado, Di.
- Temos o casal principal! – Louise estava exultante. – Precisamos agora de nossos T-Birds e nossas Pink Ladies! Vamos ver... Mike, o que acha de ser o Kenickie?
- Eu topo. – disse ele.
- Se Mike será Kenickie, eu serei Rizzo! – exclamou Alice.
- Não há como Rizzo ser outra.  Bem, já que Odile será Sandy, nada mais justo do que eu fazer o papel de Frenchy.
- Só acho que Micky deve interpretar Sonny.  Só acho. – disse Peter.
- Eu concordo! – disseram Mike e Davy juntos.
- Concordam com isso, meninas? – perguntou Louise.

                   Todas estavam de pleno acordo. Sonny exigia um ator com senso de humor e meio maluquinho, e meu ex era exatamente assim.  Como só havia quatro Monkees, e os T-Birds eram cinco, decidiram esquecer Putzie e Peter assumiu o papel de Doody.  Jane foi escolhida para o papel da atrapalhada Jan. Por fim, Emma foi escalada para ser Marty, a Pink Lady com quem Sonny fazia de tudo para sair. Devo dizer que não me incomodei nem um pouquinho com isso.
                E Dianna parecia não estar nem aí para o fato de que Davy iria fazer papel romântico com a Odile. A estudante trekker de história não tinha motivos para isso. Davy só tem olhos para ela.  Louise disse:

- Por hoje é só. Começamos os ensaios na quinta-feira. Obrigada mais uma vez.

                 Eu estava pronta para sair, quando Peter perguntou:

- Sue, posso acompanhá-la até seu alojamento?
- Claro, Peter. – eu sorri para ele. Era oficial: eu estava apaixonada pelo mais atrapalhado dos Monkees.


sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Holiday Romance (15º Capítulo)

Olá pessoal!
Hoje vamos mais um capítulo de Holiday Romance. Um aviso: ele está sujeito a mudar a cronologia, não se assustem! Boa leitura!



Capítulo 15 (ou 16): Revelations for minute


Louise POV (Uma hora antes de Peter Tork descobrir a verdade)

Tédio. Essa era palavra para definir o que sinto. Mesmo com Odile e minhas amigas e inclusive Fefe, não estava bem. Me sentia um caco de gente de tão destruída, tanto psicologicamente quanto fisicamente. Estava praticamente cansada de tudo. Para tanto resolvi não participar das conversas delas. Peguei na minha bolsa meu amigo PSP guardado. Notei Fefe olhando demais para a rua.

-- Convidou mais alguém, prima? – Perguntei em quanto ligava meu vídeo game portátil.

-- Ah... Pode se dizer que sim. – Respondeu ela, rindo um pouco.

Voltei a atenção para a tela pequena do PSP, num duelo eletrizante de King Of Fighters. Um dos meus hobbies seriam jogar no PSP, ler e desenhar. Na pressa esqueci de trazer meu lápis e meu caderno de desenho, para expressar minha imaginação e nela somente Gerd Müller domina minha arte.

Por algum tempo durante o jogo, senti meus olhos ficarem pesados. Deve ser o fato de ficar muito tempo quieta. Quase dormindo sentada na grama e alguém tapa meus olhos e ouço as meninas dando risinhos.
Logo de cara pensei no Mickey. Ele sempre gosta de fazer esse jogo da adivinhação.

-- Michael Lucas McGold pode parar com isso que já perdeu a graça! Não to com humor hoje! – Bufei e parando de jogar. Ouço mais risos.

-- Errr... Louise... não é o Mickey aí! – Dizia Fefe, tentando segurar a risada.

-- Então quem pode ser? – Perguntei e não tendo idéia de quem possa ser realmente. Talvez meu pai...

-- E se responder que é outro, Sr. Müller não vai gostar de saber. – Ouço a voz de Odile e depois umas repreensões.

-- Poxa, Odile! Assim fica fácil da Lulu saber que é o alemão dela! Opa...!

Quando Nora disse “alemão dela...” imediatamente lembrei de Gerd. Não! Aquilo é inacreditável. Entrei em choque e meu coração bateu rápido pelo nervosismo. Tirei aos poucos aquelas mãos dos meus olhos.  Encarei cada uma das meninas e... eles estavam ali. Franz, Paul, Sepp e Manuel.

-- Olha pro lado, prima. – Sugeriu Fefe, sendo abraçada por Manuel.

Olhei bem devagar. Era ele mesmo. Na mente pensei em duas coisas: ou era cansaço e estou começando ver coisas e posso ver até um porco voar ou Ikki de Fênix lançou o Golpe Fantasma em mim e logo mais vai se transformar em meu pior pesadelo. Ok,  exagerei! Acho que fico com a primeira opção.

-- Olá, minha amor! – Ele disse e me dando um selinho. As meninas piraram e logo falaram o quanto era romântico um casal se reencontrar.

-- Certo. Agora vamos ao piquenique! – Disse Fefe e as meninas logo trataram de preparar os lanches guardados nas cestas.

Não quis comer nada. Ansiedade em querer falar com ele sobre minhas inseguranças e sobretudo, acabar com a relação. Sei que vai doer demais para mim, mas é o necessário, antes que eu enlouqueça.

-- Quer passear comigo, ali na quadra? – Apontei para uma quadra de esportes perto dali.

Gerd aceitou e avisei as meninas. E Fefe logo tratou de avisar.

-- Vê-se não deixam marcas um no outro, pelo amor de deus!

Nora pede emprestado meu PSP. Ela quer mostrar um jogo de simulação chamado The Sims pro Sepp. Ali ela criou um personagem que gosta de animais, principalmente de gatos.

Durante a caminhada na quadra, olhei para o céu limpo e também para o jogador. Na minha mão segurava meu aparelho de MP4 e acabei colocando a música Tears For Affairs do Camera Obscura.  Foi aí que tive coragem de dizer quando fiquei de frente pra ele.

-- Vou direto ao assunto. Eu... quero... terminar com você!

Aqueles olhos negros que tanto admirei, agora ganham forma de orbes pelo espanto dele em falar aquilo.

-- Desculpe... eu não entender a motivo. Por que isso? Eu errar com você?

-- Eu não quero! – Respondi olhando ainda em seus olhos. – Já contei minha história pra você. Meu relacionamento com Jeff foi assim. Eu o amava e quando achei que ele nunca me trairia, aconteceu e foi na universidade mesmo. Entenda que levei muito tempo para esquecer e voltar a ser como antes. E agora...

Comecei a chorar e virei o rosto pra ele não me ver outra vez com lágrimas nos olhos. O que se mostrou impossível.

-- E... agora... começo a gostar de você de um modo que não posso controlar. Eu te amo. Mas... isso precisa acabar! Por favor!

Me afastei dele um pouco e Ana e Paul vieram para ajudar. Ajudar no que, se estraguei pela segunda vez mais um momento?

-- Louise, pare de chorar. – Dizia Ana e tirando o MP4 da minha mão. – Vamos, pare!

-- NÃO! – Gritei e cai de joelhos. O sofrimento sentido na época da traição e Jeff terminando comigo voltou com força total.  Qual era minha melhor opção no momento: fugir ou deitar naquele concreto, deixando as formigas consumirem meu corpo inerte?

Ana continuava a prestar auxilio para mim e Paul conversava com Gerd. Olhei para ele e vi lágrimas nele. Meu deus, não era para fazê-lo se sentir um lixo. Não era minha intenção.

-- Ana... me leva embora daqui... não posso ficar... – Pedi para ela me ajudar.

Ana me ajuda a levantar e quando já nos preparávamos para ir embora, Gerd agarra meu braço.  Seus olhos negros agora eram vermelhos. O nariz dele estava vermelho. Não acreditei que pudesse causar isso numa pessoa como ele.

-- Paul, fale. – Gerd pediu para seu amigo traduzir. Ele começou a dizer um pouco gago e rápido mas logo tratou de se acalmar.

-- Gerd está dizendo que no inicio, lá no hospital onde tudo aconteceu... ele te achou imatura demais e meio fora de si. Contudo, ele sonhou com você dias antes do jogo contra o Real Madrid. E quando te viu, reconheceu ser você.

Então ele sonhou comigo? Assim como aconteceu comigo naquele dia? Será por isso o surgimento de minha paixão por ele? Continuei a falar mais motivos.

-- É louvável. Mas isso não muda nada. Se eu ficar com você, quem garante que não vá me trocar por outra mulher? Uma modelo? Uma atleta ou atriz? E depois posso não ser boa o suficiente.

Paul ia continuar traduzindo mas Gerd não deixou. Ana se afastou um pouco de mim, dando espaço pro alemão ficar perto. Ele segurou minhas mãos e pousou a sua mão em meu coração.

-- Isso não importar agora. Só quero você em meu vida. Entenda, não consigo esquecer você. Suas olhos,  sua rosto, tudo. Eu amar você demais, Louise. Até o fim dos tempos! – Ele disse no seu inglês mais terrível, porém, deu para entender.

Não sinto mais aquela sensação depressiva. Só alegria tomando conta de mim.  Gerd me ama, assim como eu o amo. Da maneira mais intensa. E apaixonada.

-- Não se importa mesmo com a distancia? – Questionei mais uma vez.

-- Nein! Eu querer sempre sua amor, seu coração!

Aquela declaração quebrou minha resistência. Não posso negar que me emocionei por ouvir aquelas palavras tão sinceras. Abracei ele, chorando e desejando aquele momento não se acabar. Por muito tempo quis um cara assim. E agora eu o encontrei. Paul e Ana ficaram emocionados também e se retiraram. E eu o beijei, de forma ardente e apaixonada.

-- Meu ursinho... – Sussurrei, olhando em seus olhos.

Gerd me entrega algo. Abri a caixa e dei um grito de surpresa ao ver o que era. Um Vulpix (Pokémon) de pelúcia, tão fofo e ainda ele tem um broche com o escudo do Bayern de Munique.

-- Meu amor, adorei! Muito obrigada! – Outra vez o abracei e beijei.

Contudo, nosso momento de felicidade terminou quando ouvimos alguém gritando no parque. Olhei em volta do parque e vi os Monkees, com Mike Nesmith e sua namorada Alice e Peter Tork falando alto.

-- Ai meu deus! É ele! Franz Beckenbauer!

A primeira coisa que pensei foi fugir. Corremos até nossos amigos e guardamos rápido as coisas do piquenique no carro da Fefe.

-- E para onde vamos? – Perguntei, não queria ficar longe do Gerd por conta da descoberta de Peter.

-- Eu não sei quanto a vocês, mas eu quero matar todos eles! Vou exigir um casaco de pele de quatro macacos! – Odile estava furiosa e louca para acabar com eles. Não duvido nada que ela consiga.

Mas Franz não deixou.

-- Meine Liebe, por favor, não fazer isso, ok? – Franz segurava Odile e implorava para ela não cometer uma besteira.

-- Não me segura, Kaiser! Eu quero logo um casaco de pele de macaco! Maldito Peter por estragar este dia!

Como última alternativa, Franz ajudou minha prima a conter Odile e fomos no carro dela. Os alemães embarcaram no carro deles, dirigido pelo Breitner e tomaram outro caminho. Já Fefe seguiu para o alojamento.

-- Apertem o cinto, garotas! Eu vou acelerar!

Por um momento achei que fosse brincadeira, mas era verdade. Felicity ia muito rápido. Ana estava em pânico e a todo o momento segurava os óculos e Nora falava baixo algo do tipo “ei coisinha, vá devagar!”. Odile e eu sofremos demais com aquele carro indo em alta velocidade. Cinco minutos depois conseguimos chegar ao local e sem os Monkees na nossa cola.  Desembarcamos e eu logo corri para a lata de lixo e vomitei. Ouvi Nora xingar Fefe, que ria da situação.
-- Sua louca, o que estava pensando? Podíamos ter morrido!

-- Me desculpe, baixou o Paul Walker em mim, há há há há há!

Recuperei-me com a ajuda de Ana e agora só rezava para meu amado não ser reconhecido por ninguém, embora sentisse que Alice, a namorada do Nez, pela sua esperteza, pudesse descobri-los.


Continua...

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Brit Trailers: CSI München

Olá pessoal!
Hoje vamos divulgar um trailer de uma outra fic que estará em breve nas páginas do Invasão Britânica e tem investigação no meio. Confiram!

CSI: Munique (Trailer 1)


Em um dia comum na cidade de Munique...

(efeito fade in num campo de futebol)

Acontece uma morte...

(É noite, uma misteriosa pessoa dispara três tiros contra a vitima)

Repórter 1: Foi encontrado esta manhã o corpo do empresário Helmut Schön, dono das indústrias têxteis Schön Factory.

Repórter 2: O empresário não possuía antecedentes mas ao que parece possuía ligações com a máfia, o que ainda não foi confirmado totalmente pela policia.


Começa a caçada...(Toca a música Who Are You)

Sargento Kapellmann no necrotério: não permitimos os jornalistas entrarem e então reservamos este tempo para lhe dar a permissão, Detetive Beckenbauer.

Ao misterioso...

Bobby Moore na escrivaninha: Máfia não pode ter sido. Parece morte a queima roupa.

E a busca...

Franz Beckenbauer: Tem mais coisas...(Mostra os rostos de possíveis suspeitos) que está acima de nossa compreensão.

Pela verdade!


CSI: MÜNCHEN

By: Maya Amamiya




quarta-feira, 26 de novembro de 2014

For My Love (Poema - Grindhouse)

Olá pessoal!
Fim do mês e criatividade em alta. Hoje vou mostrar mais um poema. Diferente dos outros, este tem uma história e focado no casal Johan Cruyff e Felicity McGold. Seria na verdade o poema que Johan escreve para Felicity, num momento apaixonado. Enquanto vocês leem o poema, ouçam as músicas que me ajudaram na escrita. Boa leitura!



For My Love__ Maya Amamiya

(Written by: Johan Cruyff)


Vinde a mim, deusa!
Aguardo seu retorno ansiosamente.
Explica-me como roubou meu coração,
De maneira discreta?
Minha menina, minha pequena.
Não há elogios
Para sua beleza tão suntuosa.
E um olhar poderoso.
Lindos orbes obsidianas
Brilhando na mais intensa escuridão.
E sendo minha salvação.
Ouça minha oração, deusa!
Pedindo sua presença
Em minha vida.
Não me esqueço do dia.
Onde te encontrei pela primeira vez.
Jeito de menina tímida,
Atitude de mulher.
Tudo em você me encanta.
Minha pequena!
Vi tudo em preto e branco.
Não vi vida em lugar algum...
Até você aparecer.
E vi o céu azul, a grama verde
O sangue bem vermelho.
A mesma cor rubra.
Vista em seus lábios.
Tão doces quanto o mel.
Ou seria o vinho?
E pele tão delicada,
Quanto à pérola branca.
Sinta meu amor, deusa!
Que tanto devotei a ti,
E guardei por tanto tempo
Este sentimento louco
Que se chama amor.
Cura-me de minhas feridas do tempo,
Faça-me esquecer de quem me fez mal,
Torna-me um homem correto.
E serei eternamente seu amigo, seu amor!
Receba meu sentimento,
Expresso neste poema.
Deusa Felicity!


For Felicity...










domingo, 23 de novembro de 2014

Holiday Romance (14º Capítulo)

Olá pessoal!
Mais um capítulo de Holiday Romance e mais surpresas. E pela primeira vez escrevo mais de 3 POV's. Boa leitura!



Capítulo 14: A noite mais divertida... e barulhenta de todos os tempos



Felicity POV

-- Pronto! Coloque a música, Mickey! – Pedi para meu primo tocar no Kinect a música.

Devo confessar que a idéia da Ana de fazer os alemães dançar a Macarena era um tanto engraçada. Ok, mega engraçado.  No começo eles estavam um pouco acanhados, mas Mickey que é um perfeito pé de valsa resolveu motivá-los e ai sim eles realmente despertaram o lado dançarino neles.

Ana morria de vergonha mais pelo Paul, por estar se expondo daquela maneira. Sepp que reclamou demais, até se saia bem nos passos. Manuel um pouco encurvado.

-- Dança direito, Manuel! – Eu falei e ele conseguiu se endireitar e seguiu os outros.

No momento do refrão, vi que Gerd e Franz rebolaram lindamente, o que fez com que todas nós ficássemos boquiabertas. Inclusive eu. Agora que Odile e Lulu me matam, eu pensei rindo. Depois foram a vez de Manuel, Uli e Paul mostrarem gingado e conseguiram arrasar. No fim da música, todos eles dançaram seguindo o ritmo e repetiram o mesmo que Gerd e Franz.

Quando terminei a filmagem, não me contive e dei altas risadas junto com as meninas. Os próprios jogadores também riram e inclusive deram os parabéns para Mickey pela ajuda e ao Franz e Gerd pela popularidade obtida no rebolado.  Contudo, ouvi Gerd dizer o seguinte.

-- Isso ter volta, fraulein Felícia! – Disse Gerd, parando de rir.

-- Aham, to sabendo. – Respondi – E meu nome não é Felícia. É Felicity.

Mais risos e eu furiosa e louca pra socar Gerd, sendo contida por Ana. Após isso, eu e Marie arrumamos toda aquela bagunça e da janela vi todo mundo indo embora e uma mensagem no celular. Era Mary Anne McCartney.


A festa foi super legal, Fefe. Todo mundo adorou. Ah, aqueles seus amigos alemães são bons de dança. A Angie e o Bonzo andaram comentando que o rapaz vestido de Jack O’Lantern se parece com aquele jogador, Franz Beckenbauer mas não acreditei. Está de parabéns, amiga!

Ainda bem que tudo deu certo. Sem confusões e sem desentendimentos.  Quando voltamos pra sala ainda tinha umas partidas de Just Dance e vi Gerd e Louise mandando ver ao ritmo da música Get Lucky, do Daft Punk. Franz e Odile também se arriscaram com Alejandro, da Lady Gaga. Uli e Sepp conquistaram na performance de Gangnam Style, do PSY. Novamente o Leão Covarde ataca na dança e arrasta Nora junto na tela.

-- Quero uma do Abba. – Sugeriu Nora.

Mickey colocou Gimme, Gimme, Gimme. Aqueles dois confesso que vão dar o que falar, contudo, o que me chamou a atenção foi o fato de Ray Davies não ter dado atenção devida a namorada e ficou de papo pro ar com a turma popular, ao lado da Jenna, sua prima detestável. Reclamei disso para Evanna mas ela não sabia bem o que dizer, coitada.

Pra encerrar, novamente os alemães foram dançar e desta vez, sem micos a serem pagados. Eles escolherem uma música de ação e nada mais justo do que o tema de abertura dos Power Rangers. Isso mesmo, leitor. Eles não só dançaram, como também fizeram as famosas poses de combate tão lembrados pelos otakus.
Por um momento achei que Louise teria sangramento nasal igual nos animes pois ela estava impressionada com seu amado Gerd sendo um super herói.

-- Ok, pessoal! – Desligando a câmera. – Vamos dormir que já são quase 3 da madrugada e precisamos acordar cedo.

-- E quanto a eles? – Questionou Mickey.

A noite foi tão divertida que havia me esquecido do horário e principalmente dos bávaros voltarem pro hotel antes do Guardiola dar por falta. Ao ver Louise tão abraçada com Gerd e Franz e Odile tão unidos, pensei e decidi.

-- Vocês querem ficar aqui esta noite? Amanhã partiremos de volta pro hotel, eu prometo.

Paul traduziu para os jogadores e notei os olhos de Manuel brilhar com essa possibilidade.

-- Muito obrigado, Felicty, pela hospitalidade. – Agradeceu Paul.

A questão do dormitório era um pouco complicado. Paul e Ana foram dormir no quarto dela. Marie retornou ao seu quarto na companhia de Bond.

-- Eu vou dormir na sala mesmo, Fefe. – Disse Nora.

-- Ué, mas por que?

-- Deixarei para Franz e Odile. Afinal, eles querem ficar mais a vontade. – Respondeu minha amiga e piscando o olho, sorridente.

-- Valeu, Nora! – Disse Odile, bastante agradecida. Ela e Franz desejaram boa noite para o restante.

-- Bom, eu vou pegar os colchões infláveis que temos. Me ajuda, Nora?

-- Sim. Já volto.

Nora e eu pegamos os colchões, afastamos um pouco a mesa e enchemos com a bomba especializada com cuidado. Enquanto isso, Louise e Mickey ajeitavam os sofás e fizeram uma cama. Distribuímos da seguinte forma: Sepp ficaria com um dos colchões, Mickey e Nora no sofá cama  cada um e no colchão inflável de casal, deixei para Gerd e Lulu. Mas meu primo não concordou.

-- Eles vão dormir juntos, Fefe?

-- Vão sim. Tem algum problema?

-- Claro que tenho. Eu não concordo!

-- Ah, Mickey. Por favor, sem drama! – Disse Louise, já se preparando para dormir.

-- Nem pensar, eu vou dormir ai. Gerd, eu deixo você dormir no sofá.

Era engraçado ver Michael brigando com um jogador por causa da minha prima. Contudo devo admitir que concordava com ele. Ele quer muito protege – lá. Outra vez  me meti na discussão dos três.

-- Michael, deixa eles dormindo juntos. Afinal, Louise não vai fazer nada de anormal e muito menos o Gerd. Vamos lá, ela fez por você quando trouxe a Alana lá pra casa de vocês e escondido do tio Tony e da tia Mary, não é? – Sabia que foi golpe baixo ao lembrar-se disso pra ele.

Mickey acabou aceitando. Mas sem antes de avisar.

-- Ficarei de olho em vocês! – Avisou o irmão da Louise. – Principalmente em você, Gerd Müller! Fica esperto!

Mais um problema resolvido.  Uli ficou com o segundo colchão inflável e o terceiro reservei para Manuel. E minha surpresa foi:

-- Eu não dormir aí. Quero você!

-- Nem pensar! – Respondi, brava. – Vai dormir ali na sala e eu vou pro meu quarto.

-- Eu quero você, Felicity! Gosto de você!

Para piorar aquele goleiro alto resolveu abrir seu coração. Tudo bem que eu correspondi os beijos deles mas não é o suficiente para gritar para todo o apartamento sobre isso, a ponto de Paul sair do quarto.

-- Porra, que gritaria é essa? A Ana quer dormir! – Reclamou o jogador vestido de Homem- Aranha.

-- Manuel não quer dormir na sala. Poxa, o colchão ta pronto! Vai lá e me deixa dormir! – Falei, muito brava.

E quem disse que o goleiro obedeceu. Nada disso! Continuou a discussão e Franz também se mete. Mickey já estava torcendo que o circo pegasse fogo, Louise e Nora riam da situação e os alemães na sala não fizeram nada, só assistiam a “rádio novela”. Por fim, Breitner explodiu.

-- CHEGA! SE NÃO CALAREM A MERDA DA BOCA, EU VOU BATER EM VOCÊS!

-- É MESMO? EU TE DESAFIO, BREITNER! – Respondi. Não tenho medo de homem algum nas ameaças. Manuel veio em minha defesa.

-- Não! Pode bater em mim, mas não nela!

-- Agora eu querer bater em vocês por não nos deixar dormir! – Reclamou Franz.

-- Ah quer saber? Tudo bem, Manuel. Pode dormir no meu quarto mas no chão! E agora boa noite! – Entrei no quarto junto com ele e fechei a porta. 

-- Por favor, não olha! – Pedi. Ele ficou de costas e consegui tirar o vestido de princesa medieval e guardar a espada. Peguei um pijama rosa como opção para vestir e quando fui pra cama, o goleiro tava deitado e... sem a roupa de Laterna Verde. Só de cueca preta.

-- Seu abusado! SAIA DA MINHA CAMA, AGORA!

-- Vai acordar outra vez o Paul e Franz. Vem pra cama, fraulein!

Peguei a espada e apontei para ele.

-- SAIA AGORA!

Rapidamente, Manuel arrancou a espada de mim e me abraçou sob meus gritos. No final acabei ganhando outro beijo daqueles, me fazendo largar a espada e me render aos seus braços.  Parei o beijo e falei.

-- Me surpreenda!

É a primeira vez que uma princesa medieval se entrega aos encantos do Lanterna Verde grandão.



Louise POV

-- Puxa vida, aqueles dois não param de gritar, nem depois no quarto. – Reclamei, enquanto escolhia um filme para ver na sala, junto com uma turma restante.

-- Deixa pra lá, Louise. Algo me diz que Fefe vai acabar cedendo. – Respondeu Nora, um tanto cética quanto a isso.  – Já escolheu o filme?

-- Será esse aqui! – Mostrei o DVD do filme do Drácula, feito em 1931 e tendo Bela Lugosi como o personagem título. – To cansada e sem inspiração pra escolha de um filme.

-- Ok... – Concordou Nora e foi para o sofá. Estava desconfortável e no final ela pegou aquele colchão inflável que Felicity distribuiu e deitou nele, ficando perto de Sepp Maier.

Ficamos vendo o filme por trinta minutos e notamos um silencio estranho. Nora e eu olhamos para o quarto de Fefe e comentamos.

-- Eles pararam de gritar.

-- E ta um silencio... Bem, isso é bom. Vamos continuar vendo o filme.

De repente ouvimos um grito. Ou seria um quase miado?

Sepp quase deu um salto igual de um gato.

-- Que foi ser isso?

-- Acho que foi o gato do vizinho. – Respondeu Mickey, sonolento.

Até Marie sai pra ver o que era.

-- De onde vêm esses gritos? – Perguntou Marie.

Outra vez o ruído e Paul resolve sair do quarto da Ana e bateu forte na porta do quarto da Fefe.

-- ASSIM NÃO DÁ VOCÊS DOIS! VÃO CALAR A BOCA, PORRA!

Depois do grito, Paul voltou a dormir e nós com filme. Faltavam poucos minutos pro final e todos pegaram no sono, menos eu e Gerd. Pela primeira vez não nos beijamos, apenas assistimos o filme juntos e abraçados.  Desliguei a TV e o aparelho de DVD em silencio e depois começamos os beijos sem acordar alguém. O que se mostrou um pouco difícil. A cada beijo e toque, estremecia de desejo. Alguns destes momentos acabei gemendo de prazer. Olhei para o pessoal. Cada um dormia tranquilamente. Mickey tem sono pesado. E pensar que tive medo quando falou que ficaria de olho em nós.

Mesmo assim, continuamos as trocas de carinho. Deitei por cima dele evitando de acordar alguém. Vi a marca roxa que deixei no pescoço dele. Aquilo foi sem querer eu confesso.  Beijei ali a área marcada e os carinhos se tornaram mais “avançados”. Pedia a Gerd para não continuar. Ele parava um pouco e depois retornava.

Inconscientemente, gemi pelas caricias quentes e ouvimos a voz de Sepp, apontando o celular em nós. Nora se acordou e viu tudo.

-- Eu não acredito. Já basta a Fefe, agora você também?

Gerd e eu ficamos constrangidos pelo mini flagra e pra piorar, Sepp tira uma foto nossa e reclama junto.

-- Se continuarem assim, vou chamar o Paul!

Alguém agarra meu pé e vejo meu irmão. Ele segurava forte e me olhava indignado.

-- Eu sabia, EU SABIA! VOCÊS DOIS ESTAVAM FAZENDO!!!

-- Larga meu pé, Michael! Só estamos dando uns beijinhos. Não tem nada de errado. – falei, saindo de cima de Gerd e me ajeitando para dormir.

-- A mim não enganam não! Eu to vendo a mão dele em “área proibida”. Tira a mão daí, Müller! – Mickey atirou um travesseiro na cara de Gerd, que se desviou.

-- Parem! Vamos dormir, gente! – Falei e todo mundo voltou a dormir.

Gerd e eu não quisemos falar nada, só ficamos rindo em silencio da situação que criamos. Dormimos juntos.

Amanheceu um pouco nublado. Marie foi a primeira a se acordar e abriu as janelas.

-- Vamos, gente! Acordem, acordem! – Ela dizia, cutucando cada um de nós, chegando a pisar nos meus pés.

Fui ao banheiro e Fefe me aparece, só de lençol. Olhei pra ela, espantada.

-- Que foi? Nunca viu uma garota de lençol?

-- Nunca vi uma garota brigar feito louca com um goleiro bonitão e depois gritar e miar a noite toda no quarto! – Exclamei e rindo. Neste momento Mickey também aparece e fala.

-- Depois quero abrir uma reclamação de ontem à noite. E sobre a Louise.

-- Ok, depois, Mickey. Hoje o dia vai ser trabalhoso para um sábado. – Respondeu Fefe.
Ajudei Nora e Odile no preparo do café, Marie ficou arrumando a mesa e conversando com Uli. Ela pedia desculpas ao jogador pela atitude e agressão sofrida nas mãos do Graham Bond. Fefe terminava de tomar banho e depois foram, Nora e Marie.

-- Vou acordar a Ana e o Paul. – Disse minha prima.

Fui junto à porta do quarto dela, batemos na porta e pedimos para o casal acordar logo pro café. Antes de sair, ouvimos Paul dizer que ama Anastacia. Fefe e eu demos uns risinhos e logo voltamos pra cozinha.

Nosso café foi tranqüilo e em silencio. Notei o quanto Manuel olhava para minha prima e todas nós queríamos rir. Os alemães também perceberam. Lavei a louça e refletindo sobre a relação com Gerd.

Por um momento achei que tudo isso não passava de uma fase minha por causa do meu namoro com Jeff Beck ter ido ao fim ou uma válvula de escape. E sem falar na diferença de idade entre nós. Ele tem maturidade e eu? Uma adolescente de dezessete anos, cursando Artes Cênicas e muitos sonhos para o futuro. O que posso oferecer a ele? Nada...

-- Liguei para a Marianne. Rápido, rapazes. Vistam-se e guardem as fantasias nesta sacola que o irmão dela vem buscar. – Disse Fefe.

Eles trocaram de roupa e o irmão de Marianne, Edmund, apareceu.

-- Oi, Felicity. – Cumprimentou o jovem, idêntico ao Clark Kent.  – Deu tudo certo na festa? Eles não foram reconhecidos?

-- Ninguém os reconheceu, que eu saiba. Vamos pessoal!

Mickey tirou o carro da Fefe no estacionamento. Marie resolveu ficar mas se despediu de Uli e a vi presenteando com uma pequena rosa vermelha. O jogador do Bayern aceitou maravilhado e ainda recebeu um beijinho na bochecha, algo que achei muito lindo e fofo.

Eu, Ana, Paul Nora e Sepp fomos no carro de Felicity e Edmund levou o restante dos alemães no seu carro. Chegamos ao hotel Hilton trinta minutos antes do pai da minha prima aparecer e mais despedidas. Manuel abraçava Fefe como se ela fosse uma criança e ela o rejeitava divertidamente.
Franz e Odile trocando juras de amor eterno. Nora presenteou Sepp com um gatinho de pelúcia, parte da sua fantasia de “Velha Louca dos gatos”, dos Simpsons. Também me despedi mas quando foi a vez de Gerd... praticamente gelei.

Ele tocou minha mão e ficou me olhando com algum medo e cheio de questionamentos. Possivelmente ele quer perguntar sobre minha indiferença. Para quebrar aquele clima, apenas me limitei a dizer isso.
-- Foi uma linda noite. Muito obrigada! – E em seguida beijei no rosto e voltei rápido pro carro.

Eu sabia, todos estranharam minha atitude. Eles voltaram para o hotel e Gerd seguia me olhando, intrigado.

De volta ao bairro, Felicity deixou Odile e eu na casa das irmãs Donovan e antes de sair do carro, ela ainda me pergunta.

-- Está tudo bem, Lulu?

-- To sim. Por que?

-- Se despediu do Gerd de uma forma fria... Ele fez algo de errado?

-- Não. Depois eu falo.  – Respondi sem muita vontade.

-- Não esqueça que às 11h estejam na faculdade. Ajudem-me a arrumar aquele salão de festas.

-- Entendi. Obrigada... – Respondi bastante desanimada.

Entramos na casa e a família já se encontrava no café. Rosie ficou conversando com Odile sobre a festa, as novidade e sobretudo do beijo que ganhou do veterano do curso de Música, John Lennon. Não prestei muita atenção. Tirei minha fantasia e peguei uma nova roupa e fui tomar banho. Deixei o celular no quarto e ouvi a música Rolling In The Deep, da Adele chamando. Imaginei que fosse a mamãe, querendo que eu e Mickey fossemos cruzar em casa.

Odile pegou meu celular e falou do lado de fora.

-- Sabe quem ligou pra você?

-- Foi minha mãe?

-- Gerd.

Meu medo tomou conta de mim.

-- Por favor, Odile. Não quero falar com ele. Se ele ligar, diga que to no banho e logo irei ajudar a Fefe na limpeza.

-- Mas por que isso, Louise?

-- Faça o que digo!

Sai do banheiro e dei entrada para Odile. Ela tomava banho e aproveitei e vi nas mensagens de WhatsApp as mensagens de Gerd me perguntando se estou bem e o motivo de não estar respondendo. Ignorei as mensagens e ainda deixei no mudo.

Umas dez e meia chegamos a faculdade e vi no salão Mary Anne e Evanna limpando as janelas e vi Fefe carregava a sacos de lixo e as outras meninas lavavam o chão.
Retirava os enfeites na parede e guardava numa caixa. Um por um, tirava com cuidado cada figurinha e ao mesmo tempo pensava em Gerd e minhas atitudes. Olhei pro celular e vi mais mensagens no Whats. Todos eles registrando uma preocupação enorme e uma delas ele perguntava se ele fez algo indecoroso que pudesse me deixar com vergonha. Apenas respondi um não friamente.

Ele continuou a enviar as mensagens e com aquelas figurinhas, os emojis e um continha uma cara triste. Droga, por que ele me faz me sentir tão mal?
Quero me afastar dele para não sofrer outra vez. Acabei chorando, o que chamou a atenção de Felicity e Odile.

-- Prima, o que houve? – Perguntou Felicity, me abraçando.

-- Aconteceu alguma coisa? É o Gerd? – Perguntava Odile, me estendendo um lenço pra limpar minhas lagrimas.

-- E... eu...não... preciso me afastar... dele – Não conseguia nem falar.

Fefe ficou com pena de mim.

-- Você o ama, Louise?

-- Até demais. Não era pra ser assim. Tipo.... o que posso oferecer para ele? O que posso aprender com ele?

-- Tudo. Olha, vou te dizer a verdade: achei muito estranho esse negocio de vocês, sabem? Mas depois... eu vi o quanto se adoram, se amam. Ele praticamente a protege, Louise e isso não vi no Jeff e no James Hunt foi bem pouco.  – Falou Fefe.

-- Concordo com a Felicity. Não pode ser assim. Ainda me lembro de quando teve apenas uma crush por ele e depois foi gostando dele através das mensagens.  – Dizia Odile, sorrindo pra mim e me amparando.

-- Somos diferentes, Odile. – Falei um pouco triste. Vi Mary Anne e Evanna vindo até nós e perguntaram.

-- Louise, está tudo bem? – Perguntou Mary Anne.

-- Ela está um pouco desanimada. Nós resolvemos, Mary Anne. – Odile respondeu prontamente e depois me levou ao banheiro para lavar o rosto.

Conseguimos finalizar a limpeza e almoçamos todos juntos no restaurante universitário. Não consegui comer direito embora estivesse mais calma. Meu celular toca e era uma chamada de Gerd. Todo mundo me observa, curiosos em saber se atendo ou não.

-- Atende, Louise. Deve ser ele. – Falou Ana.

Ignorei a chamada e fui comer sossegada. Após o almoço segui com Fefe para o estúdio musical O Bronze e lá estava tendo uma apresentação dos Rolling Stones. Eles cantavam Paint In Black e Brian Jones olhava fixamente para Ana. As duas da tarde fui dormir e coloquei o celular no modo vibracall.

Rosie entrou no meu quarto para me acordar por causa da visita de Fefe.

-- Louise, acorde. Sua prima está aqui.

Fefe entrou no quarto como um furacão e pegando minha bolsa.

-- Vem comigo! Vamos dar uma volta no parque!

-- Não to afim! Quero ficar dormindo!

-- Já dormiu o bastante. Tome um banho, ponha sua melhor roupa e vamos se divertir neste sábado! Vamos!

Por ordem dela, fiz tudo isso e em poucos minutos já estava pronta pra sair com ela, Ana, Odile e Nora. Alias, notei a melhor amiga da Fefe um pouco cabisbaixa. Aposto que tem a ver com Ray Davies e sua ausência na festa de ontem. Chegamos ao parque florestal de Londres. Muito lindo, muitas arvores, pessoas caminhando e fazendo exercícios e uma quadra de esportes pra quem quisesse jogar futebol ou basquete. Até aí nada demais. Ficamos conversando um pouco e Fefe não parava de observar a rua. Não sei o que ela pretende, mas gostaria muito de voltar para casa.



Manuel POV

Ela... tão encantadora... tão linda... me abraçando, beijando minha boca e implorando pelo meu carinho...

-- Acorde! Hora do treino! – Sepp Maier me acordando, interrompendo mais um sonho que tenho com minha amada fraulein Felicity. 

Eram onze horas e fomos para o centro de treinamento esportivo. Visivelmente alguns deles estavam cansados. Franz demonstrava um pouco irritado. Também, ele não conseguiu fazer amor com sua namorada francesa chamada Odile. Sepp de alguma forma, passou a brincar com gato de pelúcia que ganhou da menina fantasiada de “Velha doida dos gatos”. Uli possuía uma pequena cicatriz no rosto, resultado da briga que tivera com rapaz gordo de nome Graham por causa da namoradinha dele. Quanto a Gerd... esse é um caso perdido. Apaixonado por uma menininha, mantém contato com ela via mensagem. Na festa ele a reencontrou vestida de noiva gótica do Drácula e passaram o tempo todo, disse o tempo todo, só nos beijos e amassos. Não se desgrudavam. E agora ele tem uma “linda” marca roxa no pescoço.  Para tanto, hoje no treinamento, Guardiola falava da nova estratégia de campo quando fixou olhar naquela marca estranha.

-- O que é isso,, Müller? – Apontando para o pescoço.

Gerd tocou ali na marca e começou a suar frio. Mordi a língua unicamente para não rir. E o restante também segurava a risada.

-- Err.... tava com alergia ontem a noite. Aqueles lençóis pinicaram minha pele.  – Respondeu meu colega. Guardiola aceita a resposta sem muita convicção e seguiu falando com todos.

Mais treinamentos. No almoço peguei o celular e fiquei olhando as fotos que tirei da minha amada fraulein. Tão linda e cheia de atitude. Desejava vê-la a qualquer custo. À tarde fiquei estudando sobre Nutrição e percebo algo com Gerd. Ele ficava no celular o tempo todo, mandando mensagens e ligando. Tenho certeza que é a novinha de olhos azuis.

Vi seu rosto mudar, antes normal e meio indiferente, agora passou de preocupação e tristeza. Só faltava a menina não o querer mais. Aí destruiu tudo! Fiquei pensando: e se fossemos vê-las outra vez?
Questionei isso para Paul. Ele achou uma boa idéia. Eu sabia. Ele gostou muito da jovem com nome de princesa russa. Perguntei isso a Franz, Sepp e Gerd. Imediatamente aceitaram. Franz avisou sua namorada francesa sobre isso.

-- Não podemos vê-las sem ao menos levar um presente para cada uma. Temos de ir uma loja ou shopping.

-- Vamos ao Harrods. Ana diz que tem muita coisa boa de se comprar por um bom preço.

-- Certo, vamos lá. Ah, Paul. Sabe onde chegar neste shopping.

-- Sei sim.

Paul tem um senso de direção muito bom. O centro de Londres tinha um movimento razoável.  Conseguimos chegar ao Harrods, o maior shopping de Londres. Franz foi direto a parte de filmes. Paul procurava algum livro. Só restou eu, Gerd e Sepp observando as lojas. No caminho, encontramos um quarteto de rapazes na mini praça de alimentação. Reconheci quem eram. São da Universidade. Um deles, o narigudo alto, estava de cavaleiro medieval e era a causa do sofrimento da minha fraulein. O outro é um loiro baixinho e ao seu lado estava um outro rapaz. Lembrei dele por duas coisas, a primeira era da roupa de esqueleto e também por ser “concorrente” do Breitner. Por falar nele, apareceu segurando uma sacola com três livros comprados.  Paul e o jovem trocaram um olhar furioso. Se isso matasse, alguém iria ser enterrado naquele momento. O narigudo também me viu e lançou esse mesmo olhar contra mim.

A vontade que tive era de socar aquele cara. Por pura raiva! Saímos dali, mas sem antes de ouvir umas indiretas. Certamente para nós.

-- Sabe, John, é uma pena que foi só uma noite para a princesa medieval ter beijado o Lanterna Verde. Quem garante que no dia seguinte vá se lembrar?

-- To sabendo... – Respondeu o amigo do narigudo, chamado John. – E devo dizer, Pete, a princesa da Rússia é minha!

Tive de conter Paul se não iria acontecer coisas das quais só são previstas na Lei de Murphy. Encontramos Franz e Sepp na saída, contudo, faltava Gerd.

-- Viram o Gerd? – Perguntou Franz.

-- Não. Quer dizer, ele estava com a gente mas... sei lá! – Respondi.

Voltamos para o shopping procurar nosso desnorteado atacante. Franz revistou as lojas de roupas, Sepp foi à área de CDs e DVDs, Paul resolveu tentar de novo nas livrarias e eu na área de alimentação. Não encontrei mais os rapazes provocadores e ainda bem que não vi aquele narigudo. Minha vontade era de arremessá-lo na janela.

Droga, onde está meu amigo? Estava quase desistindo quando parei numa loja no mínimo diferente das outras. Uma loja somente gente nerd, como diria Breitner. Resolvi entrar ali e vi Gerd olhando para uns bichinhos de pelúcia e por vezes tocando-os.

-- Tava te procurando, cara. Por que está aqui? – Perguntei, curioso. Não é do feitio de Müller.

-- Vendo o que posso comprar pra Louise. Ela gosta desses bichinhos. – Respondeu, segurando um que parece uma raposinha de olhos marrons e quatro caldas. 

Depois de muitas escolhas, ele optou em comprar aquela raposa. Mais uma vez saímos do shopping. Paul dirigia devagar e Franz reclamava da lerdeza dele. Gerd escrevia o nome da menina na caixa onde está guardado o presente. Eu não sabia ao certo o que minha fraulein gostava e então comprei aquela caixa de bombons. Minha ex-namorada gostava de chocolates e possivelmente Felicity também.

Enfim chegamos ao parque.

-- Vamos lá, rapazes. Nossas amigas inglesas nos esperam! – Franz mal se continha de alegria.

E eu também, minha fraulein está ali. É agora que  a farei minha mulher, somente minha e de mais ninguém.



Peter POV

Acordei mais uma vez sem conhecer alguma menina. Quer dizer, eu conheço uma e se chama Suzan Hardison. Uma pena que ela sofra por um cara tipo Micky Dolenz. Não podia fazer nada, ele é meu amigo. Depois da briga na festa, fiquei pensando que não haveria chances com ela.
Sai do alojamento para passear um pouco e vi no apartamento vizinho Felicity, suas amigas e um grupo de rapazes que nunca vi. Talvez... um deles, o mais alto e loiro, me representou ser o Lanterna Verde, o que deu um  beijo daqueles na Fefe, segundo os relatos de Kathy Giordano, a fofoqueira da universidade.

Só que esse cara é bastante parecido com alguém famoso. Olhei bem para as feições dele e confirmei. Sim, ele é Manuel Neuer, o goleiro do Bayern de Munique. Se ele estava aqui, então...
Os outros também podiam ser do time alemão. Não consegui reconhecer os outros, mas teve outro cara além de Manuel, consegui identificar e justamente o capitão do time, Franz Beckenbauer. Rapidamente peguei meu celular e tirei uma foto deles saindo. Precisava mostrar a turma.

-- Pessoal! – Entrei no apartamento, bem eufórico com a possibilidade de ter visto um time de futebol na universidade. – Eu fiz uma descoberta muito importante!

-- Que descoberta? – Perguntou Micky, tomando café calmamente com Emma.

-- Aposto que finalmente encontrou seu cérebro! – Debochou Mike e ao mesmo tempo Alice, sua namorada lhe dando um beliscão. – Ai, Alice! Só estava brincando.

-- Adivinham quem eu encontrei na saída no apartamento da Felicity?

-- É o Lanterna Verde que ela beijou na noite passada? – Quem perguntou foi Davy, recém saindo do banho.

-- SIM! Mas isso não é o bastante. O Lanterna Verde é um goleiro famoso. É o Manuel Neuer, do Bayern de Munique!

Micky cuspiu o café e Mike se engasgou com pão. Davy e Dianna bastante chocados com isso.

-- Está maluco, Peter? Manuel Neuer, aqui? Na universidade? – Davy estava bravo.

-- Não estou louco. Acreditem! Vejam as fotos no celular!

Mostrei as fotos ali e mesmo com essas provas, ninguém deu ouvidos a mim.

-- Agora enlouqueceu de vez, Tork? Pare com essa mania e ponha na cabeça o seguinte: o Lanterna Verde não é o Manuel Neuer! – Falou Mike com os olhos vermelhos devido ao engasgo causado.

Não foi desta vez. Todo mundo me acha um pateta, um idiota e ingênuo na maior parte das vezes. Passei o resto da manhã e tarde indignado por ninguém acreditar em mim.  Na limpeza do salão de festas, quis perguntar para Fefe como ela fez o Manuel e Franz estarem aqui. O que me impediu foi a Suzan, que ajudava também e conversava com suas amigas, Rosie Donovan e Jane Berkley. Me aproximei delas.

-- Olá meninas! – Cumprimentei educadamente as três.

-- Oi Peter! Dormiu bem na noite passada? – Perguntou Suzan, demonstrando preocupação.

Na noite da festa, eu a consolei, mas estava bastante cansado e fui pro apartamento sozinho. Ela quis me acompanhar e não deixei por medo de fazê-la encontrar Micky e Emma juntos fazendo amor provavelmente na sala ou no quarto com a porta aberta.

-- Dormi bem. Contudo, hoje estou frustrado, meus amigos não acreditam em mim.

-- O que aconteceu? – Questionou Rosie, parando de lavar a janela.

-- Hoje eu vi duas pessoas famosas na universidade. Eles estavam na festa ontem, disfarçados e não notamos. Olhem estas fotos!

Mostrei as fotos mais uma vez. Suzan e Jane estavam sem reação, mas Rosie praticamente gelou.

-- Não vejo nada de especial, Tork. Quem é o loirão alto? – Jane não reconheceu o goleiro e então respondi.

-- Aquele loiro é o Manuel Neuer, do Bayern de Munique. Era ele o Lanterna Verde.

-- Jura? O goleiro... de Lanterna Verde... dando uns pegas na Fefe? Impossível! – Dizia Suzan um tanto chocada.

-- Mas é possível, amiga. – Agora Rosie começa a falar. Algo me diz que ela sabe bem disso tudo. – Odile e Louise moram na minha casa que minha mãe cedeu para os estudantes. Elas me falaram uma história assim...
Rosie nos contou de quando Odile e Louise, juntamente com irmão Michael, resolveram ir num jogo da Liga dos Campeões. Depois conheceram os jogadores e por incrível que pareça, elas conseguiram impressionar dois deles. Odile se apaixonou pelo capitão e Louise adquiriu uma queda por Gerd Müller, o atacante.

-- Isso é incrível! – Falei. – Mas, como explica o fato de Manuel e Franz estarem aqui?

-- Ou foi a Odile que os convidou ou a Fefe. Afinal, o time bávaro vai enfrentar no sábado que vem o Manchester United pela Liga. E também o pai da Fefe é gerente do hotel Hilton, o melhor e mais caro hotel de Londres. E é lá que os jogadores se hospedam. Peter, não fala isso pra ninguém. A Felicity e as outras me matariam!

-- Não falarei nada. – Prometi para Rosie.

Agora tudo faz sentido. A tarde fiquei mais calmo e então resolvi passear com Suzan e Jane, juntamente com meus amigos e suas namoradas. Passamos pelo parque e lá vi um pessoal reunido. Notei que eram Felicity, Louise e suas amigas. Espere, tem mais gente ali. Mais uma vez os vejo ali com elas.

-- Peter, está tudo bem? – Suzan tentava me “acordar” para realidade junto com os outros.

Não agüentei e falei para eles.

-- Ai meu deus! É ele! Franz Beckenbauer! – Falei alto e apontei onde estava.

Mike e Davy olharam atentamente e se surpreenderam!

-- Tork não mentia. É ele mesmo! – Davy ficou boquiaberto.

Agora sim eles iriam acreditar em mim!


Continua...