quinta-feira, 25 de julho de 2013

The Air That I Breathe (2º Capítulo)




Capitulo 2: Bus Stop

Allan POV
Agora sou eu que não consigo dormir. Se antes era Tony e por causa de suas composições, pela primeira vez sinto como é sofrer de insônia. Contudo, isso é culpa da namorada do Graham, a bela Carrie Anne.  Ainda me lembro de quando a vi pela primeira vez. Foi na parada de ônibus rumo à escola. Aquele dia foi marcante. Desde então me tornei seu amigo e ela começou a frequentar minha casa, ficou amiga de minha prima Holly e da amiga dela, Mandy e das outras amigas dela, Gabrielle, Mary, Anna e Alys. Além de criar laços de amizade, Anne conseguiu firmar uma parceira com a banda. E foi aí que cometi um erro.  Quando levei Anne para garagem da avó de Bern e apresentei-a para o grupo, imediatamente ela se encantou com Graham, meu melhor amigo. Não desmerecendo Bobby, Bernie e Tony, mas foi com Nash que desenvolvi uma verdadeira relação entre a música e amizade verdadeira.  Hoje começou a chover e meu pai hoje veio me incomodar que deveria ir pra escola. Não deu outra, fui mesmo com chuva e me arriscando a pegar um resfriado.
Fui pra velha parada de ônibus debaixo daquela chuva e ao longe vi uma menina correndo, usando casaco pra tempestades.
Ela conseguiu chegar a tempo na parada e suspirava de cansada e ela me viu.
-- Ah... Oi Allan. Que chuva!
-- Oi Annie. Pois é... —Falei sem jeito para ela. --- Queria muito ficar em casa, sem fazer nada.
-- Eu também.
Naquele momento, o ônibus apareceu e embarcamos. Nossa conversa rendeu demais até a chegada à escola. Fomos para aula de Biologia. Graham nem suspeita de nada.

Graham POV
Dias de chuvas me causa uma preguiça suprema de não estudar e não fazer nada. Hoje a aula de Biologia era puro blá blá blá. Não entendia patavinas do que aquele professor dizia... até o momento que Annie chega na aula acompanhada pelo Allan. Até aí não via nenhum problema. Mas depois vi que os dois ficavam conversando quase que sem parar até o ponto do professor ameaçar de coloca-los na pra fora da sala.  Annie ficou do meu lado, dizendo que está tudo bem. Algo dentro de mim não estava.
No segundo período, veio Matemática e uma prova em dupla. Perfeito para mim, sempre que tinha trabalhos e provas desse jeito, Annie e eu ficávamos juntos ou as vezes com Allan eu ficava. Só que...
-- Pessoal, antes de se prepararem, eu vou dizer quem serão seus respectivos parceiros. Primeiro, Allan e Carrie.
Droga! Não acredito que Annie vai ficar com Allan na prova. Logo ele que não era bom em cálculos e geralmente pedia ajuda pra mim e pro Tony.
-- Bernard e Robert Elliott, Anthony e Jennifer...
Pelo menos Tony se deu bem. Desde o primeiro dia ele gostara de Jennifer Eccles e isso não era nenhum segredo para nós, mesmo ele não admitindo para nós. Quando todas as duplas estavam formadas, alguém chega atrasado à aula.
-- Srta. Winstead, ainda bem que apareceu justo para prova. Seu parceiro será o Sr. Nash.
De todas as pessoas que esperava Suzanne Winstead não estava nas minhas expectativas, mas salvou minha vida.
-- Oi Graham. – Ela me cumprimentou bem educadamente. Notei que sua roupa estava meio úmida por causa da chuva.
-- Oi Sue. – Me surpreendi em chama-lá de Sue. Apenas as amigas delas e Allan que a chamam desse jeito. – Opa, me desculpe. Não devia...
-- Não esquenta. Eu deixo que me chamem de Sue. Olha, eu não sabia dessa prova.
-- Somos dois então. Igual, vamos arriscar.
-- Certo.
E lá fomos nós, dois nerds despreparados fazerem uma prova de matemática.

Tony POV
Jennifer queria chorar. Ela não tinha estudado, mesmo sabendo que teria prova e entendo o motivo. Seu irmão mais velho tinha ido pro hospital  pois sofreu acidente de carro e ela cuidou dele a noite toda.
-- Fica calma, deixa que eu faço a prova.
-- Mas não vou poder te ajudar e a professora não vai deixar.
-- Deixa comigo!
Fiz a prova como se não tivesse acontecido nada e Jennifer continuava nervosa. Para nossa sorte, a professora não notou nada de anormal e fui entregar com meu nome e da minha colega. 
Após a aula, a professora anunciou que semana que vem vai entregar as notas, o que aumentou mais o medo em todos. Que eu saiba, Bob Elliott estava meio mal das pernas em Matemática e Lingua Espanhola. Bern estava com serias dificuldades apenas em Física e Graham e Allan eram perfeitos CDFs e Annie também estava com nota baixa nesta matéria.
Hoje na saída, combinado de sempre, ensaio na casa da avó do Bern hoje a tarde, mesmo com aquela maldita chuva.
Meus pais não queriam que eu fosse pros ensaios, mas ignorei e fui mesmo assim. Cheguei ao mesmo horário e logo vi Bern ajeitando as cordas do baixo. Logo após chegaram as meninas (Annie, Suzanne acompanhada do Allan e da prima dele, Holly e Jennifer Eccles segurando seu violão) e o restante do grupo.
Allan e Graham compuseram mais uma música e já definiram a melodia e ritmo. Não demorou muito para que pegássemos bem como seria cantado a nova música. Se chama “Bus Stop”.
Bus stop, wet day, she's there, I say
Please share my umbrella
Bus stop, bus goes, she stays, love grows
Under my umbrella
All that summer we enjoyed it
Wind and rain and shine
That umbrella, we employed it
By August, she was mine
Every morning I would see her waiting at the stop
Sometimes she'd shopped and she would show me what she bought
Other people stared as if we were both quite insane
Someday my name and hers are going to be the same
That's the way the whole thing started
Silly but it's true
Thinkin' of a sweet romance
Beginning in a queue
Came the sun the ice was melting
No more sheltering now
Nice to think that that umbrella
Led me to a vow
Every morning I would see her waiting at the stop
Sometimes she'd shopped and she would show me what she bought
Other people stared as if we were both quite insane
Someday my name and hers are going to be the same
Bus stop, wet day, she's there, I say
Please share my umbrella
Bus stop, bus goes, she stays, love grows
Under my umbrella
All that summer we enjoyed it
Wind and rain and shine
That umbrella, we employed it
By August, she was mine

-- Caramba, Nash, escreveu hoje essa música? – Perguntou Bobby, bem impressionado.
-- Eu já a escrevi no ano passado, mas parei e o Allan terminou pra mim.
-- É muito legal, eu adorei. – Elogiou Holly pela criatividade do primo.
Após duas horas de muita música, todos foram embora. Jennifer e eu fomos juntos até porque ela trouxe o guarda-chuva e eu mais uma vez esqueci em casa. Quando chegamos em frente a casa dela, conversamos.
-- Obrigada, Tony, por me acalmar na prova. Puxa, com tudo que me aconteceu...
-- Tudo bem, eu fiz o que achei certo. Tenho certeza que vamos tirar uma boa nota.
-- A nota em matemática é o de menos. Hey Tony, sua banda vai participar do Concurso Anual de Bandas na escola?
-- Concurso de Bandas? Confesso que não sabia.
-- Acontece todo ano lá na escola. É sempre uma festa. No ano passado ganhou uma banda chamada The Who, cujos integrantes são namorados de umas amigas minhas.
-- Puxa, bem interessante. O que eles ganharam?
-- Tudo que eles desejaram se tornou realidade. Eles queriam gravar seu primeiro disco e conseguiram.
-- É uma ótima ideia, Jennifer. Contudo, eu vou falar com a banda.
-- Ah Tony, participa. Vale a pena e vocês tem muito talento. Eu vou torcer por vocês na primeira fila.
Além de ficar animado que enfim nosso grupo pode realizar algo, Jennifer estava me motivando. E aquilo era muito bom.
-- Obrigado, Jenny.
-- Não por isso, Tony e ...
Ficamos nos olhando por algum tempo e logo senti o beijo doce de Jenny. Abracei como se quisesse protegê-la daquela chuva incessante. Paramos por causa do trovão que foi soado ao longe. Voltei pra casa já pensando que a próxima composição era pra ela.


Continua...

sábado, 20 de julho de 2013

Love Sell Out (13º Capítulo)

É chegado o aniversário de Nora Smith e nada melhor que celebrar o dia da amizade com um capitulo cuja festa será muito louca! Boa leitura!


Capítulo 13: O Aniversário de Nora – Parte 1


Nora POV

--Ei Nora, você não vai para casa?

Assustei-me. Estava tão concentrada em escrever a resenha de Bonnie & Clyde que nem vi a hora passar e percebi que todo mundo da redação já tinha ido embora e só restará eu por lá. Olhei para Harry, o guarda do prédio e sorri.

--Eu vou ao supermercado primeiro --Respondi. Me levantei, guardei algumas coisas na minha mesa e coloquei a capa na minha máquina de datilografar, peguei minha bolsa, apaguei a luz da minha luminária, acenei para Harry e fui em direção aos elevadores.
E antes de sair, ouvi-o falando no telefone e por curiosidade voltei e ouvi um pouco da conversa.

--Alô, aqui é o Harry e sim ela já foi embora.

Dei os ombros e continuei andando. O dia estava estranho, não só porque era meu aniversário, mas porque todo mundo estava meio estranho (na minha opinião eles estavam meio drogados, mas tudo bem). As meninas compraram um pequeno bolo pra mim e cantaram "Parabéns pra você!" e eu não consegui comer nada do bolo e não vi o meu Moonie naquele dia.
Fui até o supermercado e comprei comida para o Godard e fui para casa calmamente, aproveitando aquela noite de Lua cheia perfeita.
Quando cheguei a casa e liguei às luzes, tomei um baita de um susto que fez a sacola onde estava a comida do Godard cair no chão.

-- SURPRESA!!!!! FELIZ ANIVERSÁRIO NORA SMITH!!!!!!

Estavam todos envolta de uma mesa e no centro dela havia um bolo, dessa vez grande cheio de velas e novamente o pessoal cantou parabéns para mim e as meninas me abraçaram e me deram alguns presente, me emocionei bastante.

--Escuta Fefe – Disse enquanto comia um pedaço de bolo -- Você viu  Keith?

--Qual deles? -- Perguntou ela enquanto se sentava no braço da minha poltrona, perto do colo de Pete.

--Como assim qual deles? O meu Moonie, é claro -- Respondi.

--Ah sim - respondeu ela – Olha, eu não vi ele não e você amor viu o Keith? -- perguntou ela a Pete

--Não o vi -- Respondeu ele.

Continuei conversando com eles e dois e depois Mick Jagger e Marianne Faithfull se aproximaram e me chamaram.

--Parabéns amiga! -- Gritou Marianne me abraçando, agradeci e depois Mick me abraçou e desejou felicidades.

--Temos presentes para você! -- Disse Marianne e Mick me entregou um quadro enorme embrulhado num papel amarelo repleto de flores -- Abra você vai gostar!

Rasguei todo papel e quando vi meio que surtei! Era o pôster do novo filme do Stanley Kubrick que só ia ser lançando no ano seguinte, 2001 - Uma Odisseia no Espaço, e todos me olharam com uma cara estranha.

--Oh muito obrigada!

--Temos mais um presente -- Disse Mick. Ele mexeu no bolso interno de seu paletó e tirou um cartão e me entregou. Abri com certo cuidado e notei naquela confusa caligrafia uma mensagem de parabéns em francês e eu fiz uma tradução rápida.

"Feliz aniversário Nora Smith, muita saúde, amor e paz e obrigado por ver todos os meus filmes. Jean-Luc Godard"

--Oh meu deus! – Gritei de emoção, não dava pra acreditar que ele havia escrito aquilo para mim! -- Muito obrigada! -- Mick e Marianne sorriram e conversamos um pouco sobre o relacionamento deles e de como eles conseguiram aquele cartão para mim.

Pouco depois chegou Keith Richards, com uma sacola e colocou com certo cuidado no chão e tirou dela uma garrafa embrulhada com o mesmo papel de presente que Marianne havia usado.

--Pra você e o Moon se divertirem depois dessa festa -- Disse ele, com um sorriso malicioso entre os lábios. Agradeci e depois ele foi à mesa onde estava o bolo e tirou algumas outras garrafas e as colocou na mesa e gritou -- Divirtam-se!

Anastacia e John me ajudaram a guardar meus presentes no meu escritório e perguntei se eles haviam visto Moonie pela festa e eles me responderam que ele havia saído antes da festa começar, junto com meu gato e eu perguntei por que ele levaria Godard e eles não souberam responder.

Depois que sai do quarto encontrei a última pessoa que eu queria ver, Ray Davies.
--Feliz aniversário, meu bem -- Ele me abraçou e me entregou uma caixa de bombons, beijou minha testa e sussurrou em meu ouvido -- Eu ainda eu amo você.

--Obrigado Ray -- Respondi educadamente -- Viu Moon por ai?
-Er...não -- Respondeu ele. Fiz um sinal de sim com a cabeça e sai de perto dele --Ei, aonde você vai?

--Achar o meu amor - Respondi.

Cruzei com os Beatles e eles me presentearam com o novo disco deles, Sgt. Pepper's, que tinha acabado de ser lançado. Conversei com George, ele era o meu ex-namorado e é o que  me dava mais bem, falamos sobre nossa vida, até que ele se despediu de mim e ele o Ringo foram para o compromisso que eles tinham, deixando John e Paul conversando comigo. Até que alguém cutucou meu braço, era Bill Wyman dos Rolling Stones.

--Feliz aniversário! -- Disse ele, me abraçou e eu agradeci e ele me deu uma caixa com o mesmo papel que Marianne usou no presente que ela havia me dado. Rasguei o papel e encontrei uma câmera fotográfica alemã -- Acho que você vai querer usa-la agora!

Ele se afastou e Charlie Watts se aproximou e com ele trouxe um grande urso de pelúcia marrom e em seus braços um buque de rosas claras e fotografei-o sorrindo junto ao urso.

--Oh Charlie! –Eu disse, abraçando-o. -- Muito obrigada! É tão fofo! Obrigada Charlie!

--Não tem de que. -- Respondeu ele -- Tudo por você! -- Ele beijou minha bochecha.

Pouco depois a campainha tocou, Felicity apressou-se e abriu a porta e atendeu os convidados e os trouxe para perto de mim e do meu urso de pelúcia.

--Nora -- Disse ela -- Esses são Roger Waters, Ricky Wright, Nick Mason e...

--Syd -- Respondeu o último, tomando minha mãe direita e a beijando -- Syd Barrett.

--Err... Muito prazer -- Respondi meio sem jeito.

--Parabéns! -- Disseram todos, agradeci  e notei que Syd me olhava surpreso com os olhos pretos brilhando.

--Oh minha musa, deusa de todas as galáxias existentes!-- Gritou ele, fazendo com que todos olhassem para nós-- Venha para Gallifrey comigo! Viaje comigo! E como viajaria!
Para todos os planetas
Que existem no universo
Veria a Lua
Passaria algum tempo em Netuno 
Mas se me cansasse 
Veria Júpiter em seu maior esplendor
Correria entre Roma e a Idade Média
Veria Antonieta perdendo sua cabeça
Às 8 da manhã
Da porta da minha Tardis
Venham comigo, Nora Smith!

--Desculpe Nora -- Disse Ricky meio sem jeito -- É que ele está... Bem...,"viajado".

--É! -- Respondeu Nick -- Ele sempre esta assim!

Olhei para trás e Charlie estava perplexo e cheio de raiva. Felicity estava se perguntando como ele sabia daquelas coisas sobre Doctor Who e Bill só ria.
Até que eu vi a porta do meu quarto se abrir e Godard saltar de lá e vir em minha direção, peguei-o e notei que em seu pescoço estava amarrado numa pequena fita vermelha um cartão e uma rosa vermelha. Tirei a rosa e o cartão, Godard pulou do meu colo e foi andar pela festa. E li o cartão.

"Boneca, feliz aniversário! Eu a muito e não sei o que seria da minha vida sem você! Eu a amo mais do que tudo nesse mundo e tenho um grande medo de perdê-la. Eu a amo, feliz aniversário.
Com amor, Moonie."

--Você gostou? -- Perguntou Moonie, que já estava na minha frente.

--Eu amei – Respondi enquanto começava a chorar. Ele me abraçou e me beijou apaixonadamente e depois limpou minhas lágrimas.
--Eu te amo, Nora Smith - Disse Moonie.

--Não! -- Um grito abalou a sala e era Syd que estava perto de uma janelas. -- Eu amo mais!

-O que?! - Perguntou Moonie.

--Sim, Eu te amo Nora Smith! - Gritou Syd -- E se eu puder ter o seu amor, eu vou voar até as estrelas e trazer uma pra você!

Todos ficaram chocados, eu também não acreditava nisso. Roger Waters falava que aquilo era normal, pois ele estava drogado e pedia para ele parar com aquilo. A campainha soou, Anastacia atendeu, era Peter Asher e Gordon Waller, com seus violões cantando "Parabéns pra você" e Syd gritava que iria voar.

A festa só estava começando.



Continua...

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Laços do Blues (5º Capítulo)

Oi gente. Demorei mas está aqui, o quinto capítulo de Laços do Blues. Boa Leitura!



Capitulo 5: Spoonful


Eric POV

Acordar com dia nublado em Oxford não era bem minha ideia, mas a única coisa que me fez levantar da cama foi minha alegria em saber que hoje, exatamente hoje, vou me encontrar com Rosie.  Depois que tomei banho, escovar os dentes e colocar uma boa roupa, fui para cozinha lavar a louça (já que ninguém se prontificava só eu e às vezes nosso empresário Danny Gillian) e preparar o café da manhã do grupo. Havia pão, manteiga, queijo e bacon e acabei preparando um pouco de omelete. Meia- hora depois vi Ginger com cara ainda de sono e sentando junto na mesa do café. Ele não perdeu tempo em perguntar.

-- Pela mesa de café que está preparada, só pode ter vindo de você.

-- Alguém tinha de fazer o café. Não rendemos sem isso. – Respondi, sorrindo.

-- É verdade. Mas me conta aí. Está realmente interessado na secretária ruiva do Benson?

Aquela pergunta... Esperava alguém me dizer isso, no entanto, me sentia despreparado em responder.  Respondi a verdade.

-- A Rosie me conquistou por completo. Sei lá, aquela garota tem um encanto natural que me prendeu a ela. Sou ligado a ela por laços.

-- Que romântico... – Ginger ria, mas acabou acreditando. – Só cuidado para o “Jekyill” não ficar sabendo disso, se não, da problema.

Antes que pudesse dizer mais uma alguma coisa, Jack aparece na porta da cozinha, só de cueca, com a cara de sono e o cabelo totalmente bagunçado.

-- E ai? Que vamos comer hoje no café? – Perguntou com a maior cara de folgado, também, depois da noite passada, com show que demos na faculdade e ele com seu “espetáculo particular”, o que poderia resultar?

-- Apenas pão e omelete. Está servido? – Ofereci.

Jack atacou todo o lanche matutino. Puxa vida, isso tudo é fome? Voltamos a comer em paz, depois nos arrumamos para esperar Danny Gillian nos levar de novo na agência publicitária de Sam Benson. No fundo estava muito eufórico, eu veria Rosie antes da grande noite de hoje.

Danny chegou antes do horário combinado e logo nos reportou.

-- Pessoal, vamos logo para agência, precisamos acertar mais alguns shows com Benson e também hoje vocês receberão uma fotógrafa da revista Rolling Stone para tirar umas fotos para publicar na edição do mês seguinte.

Não me importei em saber se seria fotografado, embora eu seja de fato o mais tímido e prefiro evitar qualquer tipo de contato com a imprensa.  Contudo, o que mais me motivava era o meu encontro com Rosie. Durante a ida ao prédio de Sam Benson, só pensava nela. Quando chegamos lá, vimos uma jovem de cabelos negros como a noite, pele branca e segurava uma câmera fotográfica e ajeitava o cenário improvisado.

-- Pessoal, deixem-me apresentar Felicity McGold, fotógrafa da revista Rolling Stone que contratei para tirar umas fotos de vocês.

Cumprimentamos a garota e logo fomos para o camarim nos arrumar. Saímos de lá vestidos de cowboys e começou a sessão de fotos. Felicity é uma ótima profissional, comparada aos outros fotógrafos, ela deixava todos seguros e fazia brincadeiras. No rápido intervalo porque ela iria trocar a lente, vislumbrei uma fisionomia conhecida: era de Rosie, que chegara fazia 5 minutos e estava lá, conversando com Benson.
Ela me viu e sorriu para mim. Outra vez meu coração disparava de forma alucinada. Quando tudo terminou, fui procurá-la e encontrei-a com Felicity, conversando como se fossem velhas amigas.

-- Oi, Clapton.—Cumprimentou Rosie, sem perder o sorriso.

-- Olá, meninas. Espero não estar interrompendo nada.

-- Oh, não. Mr. Clapton. Acabamos de nos conhecer. Bem, vou indo para Londres e revelar as fotos. Avise ao Mr. Gillian que as enviarei na terça que vem. Adeus!

-- Adeus, Miss McGold!

Depois da despedida, agarrei minha ruiva e a levei pra cozinha, onde comecei uma série de beijos.

-- Ei, calma! Vamos devagar, certo? – Dizia ela, um pouco ofegante dos beijos.

-- Não dá... – Realmente não dava para me conter. Estava num nível de felicidade que só Deus sabe. – Puxa, quero você só pra mim.

-- Então espere, meu amor. Espere por hoje à noite. E a propósito, vamos ao cinema?

-- Cinema é ótimo. Aceito. Te pego às 20h, ok?

-- Vou te esperar, amor.

Foi uma despedida rápida entre nós. Rosie ficou para ajudar Benson naquela manhã e eu junto com os rapazes tocamos umas músicas pra passar o tempo em casa. Todos os dias era sempre a mesma coisa. Jack ficava estressado com Ginger, pois ele não seguia os compassos de tempo da música e muitas vezes faziam solos de bateria muito prolongados e Ginger cada vez mais gostava de irritar Jack e muitas vezes procurava “avacalhar” alguma coisa dele.

E a noite chegou. Ginger se arrumou todo para se encontrar com Marianne, a amiga da ruiva as 17h30, para assim não despertar curiosidade no Jack (sim, além de doido, ele é muito curioso!).

Jack por sua vez ficou vendo tv e depois saiu, avisando que vai num clube. Sei bem onde aquele cara está indo. Num clube repleto de groupies malucas para agarrar o primeiro famoso que encontrar pela frente.

Rapidamente, aproveitei esse momento para tomar banho, passar roupa e me vestir com elegância. Estou pronto para ver minha garota. Cheguei cedo para encontro com ela. Bati na porta e rezei desesperadamente que não fosse algum outro colega de quarto além da Marianne.

Sorte minha, era ela. Mais bonita, usando meia calça preta, sapatos pretos com salto baixo, uma saia não muito curta, uma blusa branca longa, um pequeno colete preto e um casaco.

-- Oi.—Ela me cumprimentou, me beijou e me deu uma caixa de bombons.

-- Oi. Ei, como soube que gosto de doces e chocolate?

-- Pra falar a verdade, eu não sabia mesmo. Quis te presentear com isso.

-- Queria te dar um presente melhor.

-- Já me deu um presente. Você, Eric Clapton.

Aquilo foi o suficiente para me fazer amar mais aquela menina de olhos verdes como duas esmeraldas e cabelos cor de fogo.

Finalmente fomos ao cinema. Havia uma sessão de filmes retro e Rosie estava a fim de assistir “O Destino Bate A Sua Porta”, direção de John Garfield e estrelado por Lana Turner*.  No entanto, sugeri ver “Blow Up”, de Michelangelo Antonioni. Ela aceitou ver o filme e pegamos uma boa sessão. Apesar de pouca gente ali, aproveitamos muito bem, comendo pipoca e tomando Coca-Cola. Também quis namorar ali e passei a mão em seu corpo e depois mais uma sessão de beijos, mais ousados que os anteriores e desta vez, confesso que me deixou excitado. Depois de merecidos cinco minutos de beijos ardentes, ouvimos umas risadas ao fundo e procuramos saber de quem pertencem e vimos duas pessoas que conhecemos: Ginger Baker e Marianne Jones.

Rosie ficou perplexa pelo flagra e perguntou:

-- O que vocês dois fazem aqui?—Ela estava muito surpresa.

-- Ah, nada não. É que o Ginger ficou de me levar à livraria. —Responde Marianne, bem sapeca.

-- Livraria? Livraria onde, mulher? – Agora Ginger falou com os olhos arregalados e mirando para Marianne.

-- Sim, você falou, vou te levar na livraria amor, pra você comprar aquele livro que falou que estava a fim de ler.

Eu sabia que não era verdade. Rosie estava quieta, mas no fundo ela também não acreditava e ainda assim falei.

-- Mas aqui não é livraria, é um cinema.

Rosie insistiu em tentar descobrir a verdade.

-- Vocês nos seguiram?

Pela cara de risonha da Marianne, ela não resistiu e soltou o verbo.

-- Errr... Sim. Admito foi minha ideia te seguir hahahaha...

-- Que engraçado, Marianne!—Disse Rosie, de forma bem irônica e depois me dirigi ao Ginger.

-- Por que aceitou nos seguir, Ginger?

-- Ah desculpa, eu faço tudo pela minha pequena. – Acabei meio que rindo disso, embora tanto Rosie, quanto eu, estávamos frustrados pela nossa noite ter sido descoberta por outras pessoas. – As coisas que faço por amor... —falou Ginger bem apaixonado.

-- Está bem, deixa pra lá. Vamos continuar nosso filme.

Quando apareceram os créditos finais, vimos Ginger e Marianne dormindo. Oportunidade perfeita para fugirem dos olhares deles.

Levei Rosie para casa e na entrada os beijos foram trocados mais uma vez.

-- Quer entrar?

-- Sim.

Nossa noite encerrou com um som vindo do outro prédio e reconheci que era Spoonful. Amanheceu e acordei bem cedo para poder voltar pra casa sem dar sinais ao Jack. Outra vez me surpreendi com a presença de Ginger Baker (sim, ele passou a noite na república onde as meninas moram), desta vez Marianne preparando o café.

-- Bom dia, Eric. Junte-se a nós no café da manhã. Vou avisar a Rosie.

Apreciei o café servido e Ginger também, afinal estava bem animado com tudo que aconteceu.

-- Você ama mesmo sua pequena Marianne.

-- E você ama mesmo sua ruiva Rosie.

-- Ela é perfeita. E muito melhor que a Charlotte.

-- Graças a deus que você a esqueceu. Aquela piranha preferiu ser modelo e ficar com aquele fotografo do que você. Parta pra outra, meu amigo.

Brindamos com as xícaras o bom momento que cada um de nós passavam... até Marianne e uma outra colega com nome de Jane, acordam Rosie.

-- Rosie, acorda pelo amor de deus! ACORDA!

-- Hmm... que... Que Foi, Marianne? Jane, o que está acontecendo?

-- Advinha: O Mike estava na faculdade e viu o reitor conversando com Brian Epstein e estava ali junto os Beatles. OS BEATLES VÃO SE APRESENTAR NA FACULDADE!!

-- COMO É QUE É???

Quase cuspi o café ao ouvir aquela revelação. Os Beatles... o grupo mais popular da Inglaterra e, talvez, do mundo, vão se apresentar na faculdade de Oxford? Decerto agenciado pelo Benson. Isso significa que... Oh meu deus, isso poder um pequeno problema.



Continua...


*Esse filme antigo é mencionado em Kill Bill Vol.2,  quando Esteban fala do filme que Bill gostava, principalmente quando aparecia a Lana.