Olá pessoal!
Uma boa madrugada e fiquem com novo capítulo de Stop! A destroca de OTPs tá começando...
Capítulo 4:
You Can’t Hurry Love
Louise POV
-- Pessoal, vamos pausar
as gravações! – Avisou Odile, me lançando um olhar nada agradável.
Entrei no camarim, tomei
água e ainda ouvi Davy reclamando.
-- O que deu em você,
Louise? Você é não é assim, nem com os iniciantes.
-- Só acho que Odile não
deveria colocá-lo no elenco. – Tentei me defender. – Davy, ele e o Franz são os
financiadores. E vamos ser sinceros, ele é...
-- Eu sei! Mas não devia
falar desse jeito! Ainda mais na frente da Dianna e de todos. O que vão pensar
sobre isso e sobre você?
-- Davy, de que lado você
está? – Questionei a ponto de me irritar. – Da Dianna ou do meu?
-- Ora, do seu lado!
Louise, eu sei que ele não sabe atuar e é um jogador de futebol, mas por favor,
controle essa sua língua afiada!
-- A questão nem é sobre
Gerd. E sim sobre a Di. Desde a festa e hoje pela manhã você só falou dela.
E isso era verdade. Davy
me encheu de perguntas sobre Dianna, minha amizade com ela e inclusive falei
sobre minhas ficadas com ela, já que sou bissexual. E por incrível que pareça,
meu namorado gostou muito de ter ouvido.
Antes que Davy pudesse
falar, Odile chamou Davy, decerto pra entregar a parte dele na atuação. Fiquem
sozinha ali até minha prima, Felicity e meu irmão, Michael entrarem.
-- Eu já sei o que vão me
perguntar. – Disse, sem muita empolgação.
-- Na verdade viemos te
punir. – Disse Mickey, me olhando sério. – Odeio dizer isso mas Davy tem razão.
E o alemão também. Você está agindo como uma mimadinha.
-- Louise, só porque ele
está financiando e erra freqüente as falas, não significa que deve xingar e
espernear assim. – Felicity não aparentava estar brava. Na verdade ela não está
no filme, e sim ajudando no figurino e maquiagem.
-- Sabe o que deve fazer?
Pedir desculpas pro Gerd. -- Mickey continuava a me olhar sério e isso era
muito tenso.
-- Me recuso a fazer isso!
– Esbravejei, me levantando da cadeira e encarando meu irmão. -- Ele é um
alemão chato e quer mostrar que manda em tudo só porque está financiando esse
filme, grande coisa! Odile teve que dormir com eles dois para topar o
financiamento?
O que não contava era que
Odile ouvisse a conversa e entrou no camarim.
-- LOUISE! – Odile
praticamente me fuzilava com aquele olhar. -- Posso conversar a sós com você? Por
favor?
Mickey e Felicity se
retiraram e mais uma vez tinha de me preparar pra ouvir mais repreensões.
-- O que está acontecendo?
Por que está agindo assim como se fosse uma iniciante? Você tem um Globo de Ouro
e um BAFTA. Preze seu trabalho. E quero dizer que fiquei magoada com esse seu
comentário! Gerd e Franz toparam financiar o filme de bom agrado e só incluir
os dois no elenco para agradecer.
-- Eu peço desculpas pelo
meu comportamento. Eu não tinha intenção
de te magoar, Odile. Mas fiquei chateada mesmo porque não é o Davy que vou
contracenar e sim outro. Tudo bem estou acostumada a isso, mas... É difícil
explicar... – respirei fundo e voltei a falar. -- Eu vou pedir desculpas pra
ele e pra Dianna. Prometo que não vai mais acontecer.
--Minha hobbit, eu estou
fazendo isso porque quero te dar um Oscar e por que Gerd misteriosamente tem um
dom que magnetiza a câmera.
-- Que dom é esse? Ele
parece ser muito sério. Mais do que o
Mickey. – Inquiri.
-- Mon cherie, quando a
gente é cineasta, sabemos transformar um carvão num diamante. Ele tem o charme
do Mastroianni com a seriedade do Bruno Ganz, eu adoro essa mistura. Você vai
ver.
Depois desta conversa,
fiquei um tempinho no camarim, pensando nas minhas atitudes. Nem Davy veio me
procurar. Não me importei. Tomei coragem e me retirei, indo até o trailer onde
Gerd se encontrava. Bati na porta e rezei mentalmente para não encontrar
Dianna. Meio egoísta esse meu pensamento. Para minha surpresa, foi Alice.
-- Olá, vocês! –
Cumprimentei. – Gerd, eu posso falar com você?
Percebi que ele estava
repassando as falas com Alice.
-- Vou deixar vocês dois a
sós. Qualquer dúvida você me procura ou a Odile ou Marianne. – Ela havia
deixado o livro de roteiros na mesa e na saída, sussurrou no meu ouvido. --
Estava com saudades, meu sol.
Corei com a afirmação de
Alice e entrei no trailer. Gerd fez um sinal me convidando para sentar na
cadeira. Agora deixe o orgulho de lado e
enfrente o Valmont que se parece com Mr.Darcy, pensei comigo mesma. Melhor
parar com minhas referências.
-- Vim aqui pedir
desculpas por ter sido tão arrogante durante as gravações. Eu lhe julguei mal. Achei
que você não devia estar aqui, pois vi que não era o seu lugar. – Falei com
maior desenvoltura e ele parecia aceitar.
-- Tudo bem, entendo você.
Achei que tinha feito algo com você, loirinha. Seu pé ainda dói? – Ele
perguntou, preocupado.
-- Não... Quer dizer... Nem
tanto, mas consigo andar sem me queixar. – Respondi, sorrindo e meio sem jeito.
-- Me perdoa mesmo,
Louise. Existe algo que eu possa fazer por você?
-- Ah... – Ele se mostrou
solícito e... encantador, então resolvi convidá-lo. -- Amanhã quer tomar um
café?
-- Tudo bem, eu aceito. –
Ele se aproximou de mim e afagou meu rosto e confesso que adorei. -- Você anda
nos meus pensamentos demais, posso lhe pedir algo?
Geralmente digo que se
estiver ao meu alcance eu posso fazer. Desta vez meneei com a cabeça,
aceitando.
-- Passe uma cena comigo?
– Esse era o pedido dele. -- Já que você é atriz e pode me dar algumas dicas.
Se existe uma coisa que
adoro fazer é ajudar um ator ou atriz iniciante. Já fui uma e sei como é difícil.
Mas voltando ao que era mencionado, a cena em questão era dos nossos
personagens, na cama e se beijando. Quando li a palavra “cama”, já me causava
um tremor. Só de pensar que teria de gravar possivelmente um momento de sexo
com Gerd... não, melhor nem pensar na fúria do Davy e no ciúme da Dianna.
-- Fiz essa cena com a
Dianna mas não teve o clima que Odile especificou aqui. –Ele mostrou no roteiro
a cena e ali escrito em letras maiúsculas assim: CLIMA DA CENA: UMA CONVERSA
SIMPLES, QUE DEIXE OS DOIS CARA A CARA PARA UM BEIJO.
Respirei fundo e me
acalmei.
-- Não deve ser tão
complicado. – Disse para tranqüilizar Gerd. – Nesta cena, pense na Dianna e se
concentre, ok? Tente me imaginar como a Di, lembre-se dos beijos dela.
E lá fomos nós repassar a cena
e desta vez notei uma mudança muito boa no jogador. De verdade. Parece que Gerd
melhorou muito. Ele não errava mais. Ao
chegarmos na cena do beijo, ele respirou fundo e seguiu interpretando.
Finalmente nos beijamos conforme o roteiro. Parei por um segundo e ele me olhou
como se quisesse mais. E realmente rolou mais um beijo. Desta vez de verdade.
Eu parei e me afastei dele.
-- Não deveríamos... –
Falei, um tanto nervosa devido a atitude.
-- Alice tinha razão, você
tem os lábios mais doces do mundo. – Ele tocava meus lábios com o polegar.
Estava quase caindo em
tentação de novo se não fosse a aparição de Marianne Jones, uma das
co-roteiristas.
-- Gerd e Louise, hora de
gravar!
Ela se retirou e nós dois
saímos dali. Encarei Gerd novamente.
-- Seria melhor... se
esquecêssemos o beijo... Mas também se foque hoje. Lembre-se do que disse.
-- Pensar na Di enquanto a
gente grava... – Ele disse sem muita empolgação. – Farei isso.
Porém, ao chegar na sala,
vimos algo desagradável. Odile brigando com Davy e Dianna.
-- Gente! – Chamei atenção
de todos. – O que está havendo?
-- Nestas horas eu te dou
razão sobre o filme, McLovely. – Respondia Davy, com olhos furiosos. –
Realmente não tem como dar certo. Onde já se viu? Minha aparição é menor. Olha
eu já fui figurante mas nunca tive participações tão esporádicas assim! É tipo
três segundos e nada mais.
-- E tem mais: Eu não
gostei de saber que meu namorado vai gravar... CENAS DE SEXO COM A MINHA AMIGA!
– Agora era Dianna a demonstrar insatisfação. – Eu juro que se não fosse o Gerd
e o Franz a financiarem esse filme, eu pedia expressamente para ele não
aceitar!
A discussão chegou mesmo
às vias e Odile gritava com Davy e a Dianna. Aquilo me deixava louca. Na
verdade, me irritava mais. Se eu já havia surtado com Gerd errando as falas,
agora a discussão com as três pessoas que são meus amigos.
-- PAREM! – Gritei,
abrindo bem os olhos. – CHEGA, DAVY! PARE DE RECLAMAR! PARE DE CRITICAR, DIANNA
E PARE DE BRIGAR, ODILE! PA-Pare...
Senti meu coração palpitar
e uma sensação de fraqueza tomando conta de mim. Desmaiei. Tudo para mim havia
se apagado. Como se um breu se colocasse em meus olhos. Ouvi mais gritos e
alguém me segurando. Acredito que seja o Davy...
Tudo um silêncio e aos
poucos abri os olhos. Que luz forte focada em meus olhos! Vi dois vultos. Quase
chamei de Davy, contudo lembrei que meu namorado... não é alto.
-- Onde estou? – Me
questionei. – O que faço aqui? E onde está o Davy?
-- Você está no hospital, meu
sol.Você desmaiou. – Respondeu Alice, agora sim pude ver que era ela e... Gerd.
O noivo da Dianna aqui? Mas como?
-- Peguei você no colo e
eu e Alice trouxemos você pra cá. – Ele disse, segurando minha mão de forma
terna. Percebi isso e afastei.
-- Mas e o Davy?
-- Aquele projeto de gente
não fez nada, tomamos essa atitude porque não agüentamos te ver assim. – Alice
estava irritada com a atitude de Davy, mesmo eu me recusando acreditar que ele
não tenha feito nada. -- Além do mais, Odile também passou mal.
-- Não! Odile... – Tentei
me levantar e minhas pernas não obedeciam. -- Eu preciso vê-la.
-- Gerd, pegue uma cadeira
de rodas. – Pediu Alice.
Alice seguia empurrando a
cadeira e entramos na sala onde Odile, sentada naquelas cadeiras reclináveis,
respirando pelo inalador e ao seu lado estava Franz, segurando a mão dela.
-- Odile! Minha amiga me
perdoe por tudo. – Abracei minha amiga e chorei.
-- Eu que devo lhe pedir
desculpas. Errei em escalar vocês todos pro cast.
– Ela chorava muito. --Só queria fazer algo entre amigos, algo para nos divertimos
e Davy estragou tudo! E Dianna também! Por que eles sentem prazer isso comigo?
-- Calma, amor! Eu mesma
vou resolver! Davy é meu namorado e a Dianna é minha amiga. E...noiva do Gerd.
Eles não tiveram intenção de causar isso. – Defendi. Realmente me recusava
acreditar que Di seja assim.
-- Mein Liebe, respira,respira.
– Franz cuidava dela e segurava o inalador.
-- Não sei vamos continuar
noivos não depois do que aconteceu... – Comentou Gerd, abatido.
-- Conheço a Dianna, ela
só está um pouco aborrecida mas depois volta ao normal e conheço Davy há anos,
Gerd. Ele não é só meu namorado. Ele é meu amigo de infância. Ele nunca me
trairia e a Di é incapaz disso. Perdoa ela.
-- Ela me chamou de Davy
na cama enquanto dormia. – Justificou.
Aquilo me deixou com
dúvidas. Depois daquela festa, Davy e eu não nos amamos porém, pude ouvi-lo
falar o nome da Di. Até aí poderia estar sonhando mas porque com a Di? Ele a
viu uma vez...
-- Conversa com ela, Gerd.
– Insisti. -- Se acertem. Tudo ficará bem.
-- Não quero ficar com
ela.Louise,eu...
Ai meu deus. Por favor,
não seja o que estou pensando...
-- Conte a ela, Gerd. –
Franz motivava o amigo e ai seguiu falando.
-- Estou gostando de você
Louise...não como minha amiga, acho que me encontro apaixonado por você.
No mesmo instante entrou
Felicity e Mickey. E pior: eles ouviram a declaração e me olhavam como se
quisessem que eu diga algo.
-- Não, Gerd. Eu tenho o
Davy. Meu namorado. Olha, obrigada por me ajudar, mas vá pra casa, conversa com
a Di e pense melhor. Talvez seja um surto ou sei lá. Mas não há como isso
acontecer!
Pude ver em seus olhos a
clara decepção. E isso me corta o coração. Odiava decepcionar quem amo.
-- Amiga, vá pra casa e
amanhã nós conversamos. – Pediu Odile.
Mickey se ofereceu pra me
levar pra casa. Larguei a cadeira de rodas consegui pegar o elevador e caminhei
até a porta do meu apartamento. Fui recebida por Davy e pela cara dele, estava
em pânico.
-- McLovely! – Ele me
carregou até o quarto e me deixou na cama.
– Amorzinho, me perdoe por ter brigado daquele jeito. As vezes penso que
Odile me odeia.
-- McCutie! – Falei e
respirando fundo, falei. – Precisamos conversar. Eu não quero brigar com você
mas também não quero que culpe ou brigue com a Odile. E muito menos ponha culpa
nela. Ela é minha amiga desde Sorbonne.
-- E eu sou seu amigo de
infância. Mas... não quero perder você.
-- Eu também não quero. –
Abracei ele.
-- Louise... acho
melhor... darmos um tempo.
De novo paralisei e levei
trinta segundos para entender.
-- Um tempo? – Resmunguei.
– UM TEMPO?
-- Louise, é melhor para
ambos.
-- Sabe o que penso desse
“tempo”? – Perguntei. – É a maneira educada que os homens falam pra terminar o
namoro. David Thomas Jones, olha bem pros meus olhos e diga a verdade. Você
quer terminar o namoro?
-- Não! – Insistiu. –
N-não. É só um tempo pra refletir sobre nossa relação. Por favor...
Apesar desse pensamento,
não pude deixar de concordar. Eu precisava pensar se é essa relação que
gostaria com Davy. Aceitei de boas e ele pegou sua mochila e umas roupas e
pertences.
-- Vou ficar na casa do
Peter. Mas sempre vou aparecer pra te ver, McLovely.
-- Deveria ser McFriend! –
Falei, tentando sorrir. – Boa noite, Davy.
-- Boa noite, Louise. – Me
beijando. – Falo com você pelo WhatsApp.
Minutos depois recebi uma
mensagem de Alice.
Oi amor, posso ir te ver?
Aceitei de cara e ela me
aparece, com uma garrafa de vinho e DVDs da nova temporada de Grey’s Anatomy.
Fizemos amor no chuveiro e fomos para a sala, onde trocamos mais carinho, bebemos
juntas e assistimos os episódios.
-- Sabe por que estou
aqui? – Perguntou Alice, tocando meu rosto.
-- É o Nez? – Suspirei
pesadamente. Como odiava neste momento Mike Nesmith. Mesmo ele sendo amigo do
Davy, nunca vou perdoá-lo por trocar Alice pela Emma Carlisle.
-- Quem dera se fosse
aquele gigante de gorro. Nestas horas eu entendi porque Nora o odeia.
-- Ele vai ter o que
merece e se serve de consolo, acho que ele só tá com a Emma de birra, pra
irritar o Micky. Mas isso não vem ao caso. – Resolvi contar para ela sobre eu e
Davy e o “tempo”. – Davy pediu um tempo
para nós.
-- O tempo, às vezes é
algo necessário para ajudar uma relação ficar mais forte. Mas sinto dizer que
sua relação está ruindo como o Muro de Berlim.
-- Já me relacionei com
muitos caras e todos que pediam um tempo, acabavam terminando comigo no fim. –
Lamentei, um pouco brava.
-- Que horrível! Acho que
deveríamos nos casar, somos muito fracassadas no amor. – Alice serviu mais vinho no meu copo e eu
bebi. -- Mas bem, estou aqui porque Gerd saiu de casa e foi pro meu apartamento.
Quando ouvi aquilo cuspi
fora e tossi engasgada.
-- O que ele faz lá? –
Perguntei, surpresa.
-- Ele terminou com a Dianna
e foi pro meu apartamento. Essa hora deve estar vendo show do Campeonato Inglês,
bebendo minha cerveja importada e antes que você pergunte, não transamos. Não
transo com um homem já faz 1 ano. – Justificou Alice e ainda trocou o DVD. -- Ele foi pra lá, pois segundo ele, é a melhor
forma de te conquistar.
Outra vez a loucura dele
de que está apaixonado por mim. Isso não...
-- Eu não acredito... Ele
está louco, mas não rolou um tesão entre vocês? – Duvidava no fundo que Alice e
Gerd poderiam ter feito algo.
-- Olha, eu ainda gosto do
Gerd, mas ele quer você e ele estava estressado, quase esmagou o Sir Gallahad.
E antes que pudesse falar,
Alice recebe uma ligação. Pensei ser do Nez, com saudade ou Dianna lamentando o
fim do noivado.
-- Alô?
-- Traga ela, preciso
conversar com ela.
Mesmo não estando no viva
voz, pude ouvir a voz dele. Aposto que está bêbado.
-- Não acha meio tarde da
noite? Ela pode estar cansada. – Argumentou minha alma gêmea.
-- Então, me fala onde ela
mora que eu estou indo aí.
Alice me olhou querendo
minha autorização pra dizer o endereço. Mesmo duvidando que ele venha me ver,
dei a permissão para Alice. Agora só aguardar.
Gerd POV
Antes de subir para o
quarto no hotel, fiquei um tempo no carro pensando em tudo que aconteceu. E
cheguei à conclusão: eu não mereço Dianna Mackenzie. Nada contra, ela é
adorável, maravilhosa, ávida por sexo e ótima poetisa. Ela é tudo de bom... Mas
não é “a garota” que procurava. E sim... a amiga dela. Não a Emma ou Erin, sua
prima. E sim a loira, a hobbit que é atriz e que tem um namorado igualmente da
mesma altura.
Agora como Louise McGold
conseguiu prender minha atenção em tão pouco tempo? Poderia muito bem julgá-la
como uma atriz arrogante, preconceituosa e mimada. Isso foi o demonstrado
quando ela se irritou comigo por conta dos meus erros nas falas. Contudo, mostrei
que não tenho sangue de barata e coloquei-a
no seu lugar. Pra falar a verdade, exagerei ali. E para minha surpresa, ela reconheceu esse
engano.
Um pouco antes disso tudo,
havia acordado cedo pra preparar o café da manhã para Dianna e enquanto esperava
ela retornar do banho, fiquei assistindo aquela minissérie Ligações Perigosas. Louise estava belíssima como Cecile Volanges.
Muito delicada e meiga. Assisti todos os episódios e até mesmo Dianna se
surpreendeu pois não curtia minisséries épicas, exceto Spartacus ou Game Of Thrones.
E quando terminei, voltei
minha realidade. Enquanto decorava as falas, aí me dei conta porque me chamava
de Valmont. Eu ri disso e aqueles que
me viam, diziam que eu era louco...
Agora desembarquei do
carro e subi para o quarto, encontrando Dianna assistindo outra série no
Netflix.
-- Ursão! – Ela correu
para me abraçar e me beijar. – Fiquei preocupada. Como está Louise?
-- Ela se recuperou
bem...—Respondi e evitei os beijos de Dianna. – Só precisa tomar uns
remédios...
Então peguei minhas malas,
joguei as roupas ali dentro, peguei rápido as chuteiras, tudo. E guardei apressadamente
tudo. Dianna viu tudo, chocada.
-- O que está havendo?
Não respondi e continuei a
guardar.
-- Gerhard!
-- Dianna!
-- Me responde!
É agora! Vou admitir tudo
e além de ser excomungado por ela, também sofrerei com as palavras “lindas” de
Emma e Erin.
-- Acho melhor terminarmos
o noivado. – Retirei o anel e deixei na cômoda. – Dianna, olha bem. Eu não a
mereço.
-- Não diga isso, ursão! –
Ela me abraçava e beijava minha testa. – Se eu errei com você alguma vez, eu
peço desculpas. Eu estava muito insegura sobre você gravar cenas... de sexo com
a Louise.
-- Por isso mesmo. Eu não
quero atormentar você em momentos que a deixe assim, paranóica. Dianna, eu
adoro você de verdade. Mas não sou o cara pra você. Nem mesmo a inspiro em suas
poesias. Me perdoe...
Mal coloquei os pés pra
fora do hotel e peguei o táxi, pude ouvir os xingamentos de Dianna na janela.
-- Ich hasse dich, Deutsch
unbedeutend! Verdammt! (Eu odeio você,
alemão insignificante! Maldito!)
Mandei uma mensagem para
Alice, avisando sobre minha ida para o apartamento dela. Fui bem recebido.
-- Obrigado, Alice! –
Deitando na cama do quarto de hóspedes.
-- Sabe que pode contar
comigo. – Alice se sentou comigo na cama. – O que houve?
-- Pode me odiar, eu
terminei com a Dianna. Sei que ela é sua amiga mais querida. Pode me condenar,
mein himmel.
Já estava preparado em
ouvir xingamentos da Alice ou qualquer coisa contra mim. Até mesmo persuasões.
Em vez disso, ela me abraçou.
-- McDreamy, sou eu que
peço desculpas. Apresentei você pra ela, achando que tudo estaria bem. Eu errei
e não se culpe por ter terminado. Afinal, se ela não é a garota que você tanto
quis, então quem é?
Respirei fundo e alguns
segundos depois eu falei.
-- A namorada do tal Davy
Jones.
Nestas horas fico pensando
o que Louise viu naquele anão pra ser tão importante para ela. E na festa eu
percebi claramente o quanto ele olhava mais para Dianna do que para sua
“McLovely”, como ele chama Louise. E
também pude ouvir ele a chamando de “leoa” e Dianna o repreendendo, acusando de
estar flertando com ela.
-- Mas acho que ela ou não
me quer por causa do namorado... – Detestava mesmo pensar que aquele cotoco de
gente é o namorado de Louise. – Ou ela pense que fiquei louco.
-- Você não está louco. Só
está apaixonado e não tem nada demais. – Garantiu Alice e depois retornando com
uma cerveja e me oferecendo. -- É algo bom, aceite esse sentimento, McDreamy e
conquiste a Louise.
E foi assim que permaneci
assim. Alice foi passar a noite no apartamento de Louise e eu fiquei sozinho,
bebendo mais um pouco e assistindo o resumo da Premier League. Semana que vem
teria de enfrentar o Everton para pré temporada de retorno para Bundesliga. E
ainda tinha o filme. Pra falar a verdade nem prestava atenção ali, só pensando
em Louise.
Decidi ligar para Alice.
Eu quero aquela hobbit loirinha, a “Cecile”.
-- Alô?
-- Traga ela, preciso
conversar com ela. – Pedi um pouco com a
voz falhando.
-- Não acha meio tarde da
noite? Ela pode estar cansada.
-- Então, me fala onde ela
mora que eu estou indo aí.
Anotei o endereço, me
vesti adequado e peguei o táxi, me levando para uma região perto do centro de
Londres.
Não foi difícil encontrar.
Toquei a campainha e ela abriu a porta. Louise.
-- Pensei que ia vir
amanhã. – Louise não me esperava mesmo.
-- Não posso mais esperar.
Precisava te ver e esclarecer uma coisas...
Mesmo que ela me rejeite,
não vou recuar nem nada...
Continua...