terça-feira, 19 de maio de 2015

Sea of Love (Oneshot - Grindhouse oficial)

Olá pessoal!
Hoje é aniversário de Pete Townshend, o guitarrista do Who e maridão da Felicity na Grindhouse oficial e vamos conhecer a versão mitológica do romance de Poseidon e Anfitrite na pele desses dois amados pelas autoras! Boa leitura!




Sea of Love__ Maya Amamiya


Ela estava naquela caverna por cerca de 1 ano. Não tinha a menor intenção em retornar a sua vida de antes. Ainda mais depois daquela tentativa ousada por parte dele, o soberano dos mares e oceanos.

-- Deus parvo... – Ela resmungava enquanto penteava seu cabelo liso no reflexo da pedra. – Acha que pode me ter a hora que quiser? Onde se viu?

A nereida era teimosa demais. Mas não tanto. No fundo ela sentia falta daquele deus insolente, dos olhos da cor do oceano e seu sorriso.

Pete estava nervoso. Por dias percorreu em sua carruagem marítima, conversou com seus amigos e conhecidos e inclusive com as criaturas do mar. Nenhum sinal da bela nereida. Por mais difícil que fosse, admitia que foi estúpido com ela. Não deveria ter sido tão apressado.

-- Oh, Felicity... – Lamentava o deus, com saudade de sua nereida.


1 ano antes...

Pete como sempre estava aborrecido com tudo. Desde que venceu os Titãs ao lado de seus amigos, Roger, John e Keith, ainda sentia que algo lhe faltava. Com a divisão dos reinos, ficou dessa maneira. Roger governa o Monte Olimpo, John mora agora no Submundo o reino dos mortos e Keith foi atribuído a ser o deus da alegria e do vinho. Pete se encarregou de morar no oceano.

E mesmo com o vasto reino, nada o deixava satisfeito. E como forma de manifestar isso usou seu tridente dourado com leve balanço, causando ondas gigantes que se quebravam na arrebentação contra as rochas e muitas vezes se atribuía a tempestades. E quando fincava o tridente na pedra, criava terremotos e às vezes erupção vulcânica. Os deuses se irritavam com seu temperamento.

-- Pete nunca está satisfeito. – Dizia Odile, a deusa amorosa, já irritada.

-- Ele sente que falta algo. – Louise, a jovem e pequena deusa, atribuída a sabedoria, sabia disso e tentava defender esse lado “importuno” do seu aliado.

-- Como se isso fosse desculpa para causar destruições e nem estamos em guerra! – Disse Franz, o deus da guerra, mas diferente de sua pequena e jovem irmã, adorava as lutas por esporte. Já Louise sabia que a guerra possa ser a única forma de encontrar a respostas e chegar a um acordo.

-- De qualquer forma, vamos falar com Roger. – Disse por fim ao se levantar de sua cadeira, mas ainda olhando para seu irmão e sussurrando em seu ouvido. – E você, caro Franz, não seja tão pessimista.  Sei bem que andas procurando Odile toda noite quando Niki fica ocupado nas forjas.

Franz não disse mais nada. Até porquê sua irmã tem razão e decidiu não se intrometer no assunto.
Louise adentrou a sala imperial e lá Roger Daltrey, o rei dos deuses observava da janela os mortais.

-- Diga, Louise.

-- Meu senhor – Ela se dirigiu a ele de modo formal. – Precisamos ajudar Pete. Os deuses reclamam sobre seu... jeito impetuoso. Veja! – Ela apontou para as regiões onde ocorriam as catástrofes.

-- Pete é um caso difícil. Totalmente impossível. Já procurou falar com Gerd?

-- Confesso que não. E se conheço bem meu meio irmão, ele deve estar com alguma mortal.

-- Mas fale com ele. E depois discutiremos sobre o que fazer com o deus irritável.

Louise se recusava a conversar com Gerd. Ela não tinha nada contra o deus do sol, contudo, devido a sua habilidade de clarividência, poderia saber da resposta. Outro motivo seria do lado volúvel do deus. Certa vez Gerd tentou abusa – lá após as rejeições por parte da pequena deusa da guerra. Desde então Louise renunciou aos homens, mesmo eles sendo deuses e mortais. Apenas protegeria aqueles que realmente merecessem.

Na ilha de Delfos, Louise caminhou um pouco na região naquela tarde e ouviu uns sussurros. Se aproximou e viu seu o deus da profecia fazendo amor com a mortal chamada Alice.

-- Odeio ter que interromper seus excessos amorosos, mas preciso de você. – Disse a jovem, rindo da situação e interrompendo o casal.

Alice tentava se vestir e após isso fugiu, com rosto coberto de vergonha. Louise sorria de forma divertida sobre a situação.

-- Já é a enésima vez que faz isso. – Resmungava Gerd, se vestindo. – O que quer desta vez?

-- Calma, meu amado Gerd. Obviamente não é pra dizer que te quero na minha cama e sim para o uso de seu poder.

Gerd sabia que Louise nunca seria sua e mesmo assim insistia e tirar a pureza divina dela, o que ele não desconfiava era que a pequena deusa da sabedoria tinha certa afeição mais do que fraterna por ele, porém ocultada para todos.
-- Então – Ele acendia a pira que fica ao centro do oráculo. – Quem estamos falando?

-- Pete. Ele anda...

-- Eu sei. Um ser irritável. Isso está bem óbvio. Ele precisa de uma mulher. E digo que não deve ser qualquer como ele fez com Evanna. Olhe no que resultou. Geraram o gigante Jamie.

-- Certo. Mas quem deve ser? – Louise não sabia quem poderia ser a mulher que possa curar o temperamento de Pete.

-- Aquela sua prima, a nereida. Pobrezinha, outra vez foi rejeitada pelos mortais. – Lamentou Gerd.

-- Assim como você. – Debochou Louise, não se entregando ao sarcasmo do deus.

-- Vou transformar Alice em imortal e ela espera um filho meu.

-- Que bom! – Mesmo com a noticia, Louise ocultou a pontinha que fincava em seu coração. – Acha mesmo que Felicity é capaz disso?

-- Está na hora de colocar um pouco de divindade nela. – Respondeu Gerd, praticando agora o arco e flecha.  – Sobre transformar Alice, tem como conseguir para mim a ambrosia?

Com um movimento da mão direita, Louise fez aparecer um frasco cinzento e entrega para ele.

-- Obrigado.

-- De nada, Gerd.

Trocaram um olhar significativo e o deus da profecia tocou de leve o rosto da jovem deusa que estava assustada, porém queria o toque dele.

-- Gerd... quer mesmo transformar Alice... numa deusa? – Indagou a pequena deusa.

-- Quero muito... uma palavra sua e eu mudo de idéia, Louise. Só basta... sentir... isso --- Sussurrou ele aos poucos encostando as bocas e quase acontecendo um beijo, se não fosse a intervenção de Mickey, o mensageiro dos deuses.

-- Opa, me desculpe por interromper, mas o poderoso Daltrey convocou uma reunião no Olimpo. – Disse Mickey, sorrindo.

-- É sobre o Pete?

-- Na verdade é um seqüestro. Parece que John Entwistle levou à força a filha da deusa da agricultura, Tatiana.  E a deusa está berrando para todos.

Os três deuses compareceram a torre olimpiana e viram ao centro da sala a deusa Tatiana, regente da agricultura e da fertilidade, gritando para todos sobre o ocorrido.

-- AQUELE MORIBUNDO LEVOU A MINHA FILHA! MINHA MENININHA!

-- Senhora, por favor, tenha calma, iremos resolver isso. – Acalmava Roger.

-- Vocês não sabem de nada! Este ano se Ana não voltar à superfície, a terra perderá toda a colheita! Não adiantam oferendas, sacrifícios e consultas do oráculo ao Gerd. Tragam minha filha de volta e a colheita voltará ao normal!

Dito isso a deusa desapareceu em meio às luzes cósmicas. Roger mandou Mickey convocar uma reunião no Submundo onde ele mesmo irá comparecer no lugar.

-- Deseja que eu vá também? – Indagou Louise, solícita e disposta a ajudar.

-- Não precisa, querida.  Conseguiu a resposta do problema de Pete?

-- Sim. Irei colocar em prática sobre isso.

Roger e Mickey saíram rumo ao reino das sombras. Chegando a entrada infernal, Cerberus, o cão de três cabeças que protege seus mestres, quase latiu para os deuses se não fosse uma voz telepática ordenando recuar e permiti-los.

No hall de entrada, seguiram pelo tapete vermelho até o trono do deus dos mortos. Ao seu lado estava Anastácia, filha de Tatiana.

-- Mamãe! – Ela correu até a mãe e se abraçaram.

-- Minha filha! – Tatiana se emocionou ao rever sua filha, desaparecida por cerca de seis meses. – Vamos para casa.

Antes mesmo de dizer algo,  Roger e John começaram a falar.

-- Tem idéia do que acabou de fazer? Trazendo esta moça para cá e a distanciando da mãe?

-- Eu a amo, Roger. – Disse John, com a voz quase baixa e depois se dirige para Ana. – Se quiser, pode ir com sua mãe, minha querida.

Ana ficou um pouco estática com aquela permissão e falou.

-- Mas não quero ir e sim ficar com o senhor.
-- Como assim? Ana o que está acontecendo? – Tatiana não acreditava na resposta da filha.

-- Eu sou a esposa dele.

A próxima cena foi de uma deusa mãe mais indignada a ponto de desmaiar e sendo socorrida por Mickey e Ana. Roger e John discutiram mais sobre isso.

-- Vocês nunca deixam ter algo que eu estimo e só porque trouxe a menina para cá, fazem esse maremoto todo?! – John praticamente explodiu diante do soberano rei do Olímpo. – Vão se preocupar com Pete e me deixem em paz com minha rainha!

-- Não ainda! – Deteve Roger. – Você seqüestrou essa menina e isso não se faz. Veja o que a mãe dela anda fazendo. Secou toda a terra. Não há mais colheita, flores, frutos e folhas verdes.

Foram minutos de conversa longa e vendo que não há se resolver sem prejudicar um dos lados, Ana resolve acordar a mãe e falando para os deuses presentes, disse o seguinte acordo.

-- Faremos desta maneira: metade do ano viverei com minha mãe e a colheita volta ao normal. A outra metade estarei aqui com meu marido. – E olhando para mãe. – Concorda com isso, mamãe?

Pelo rosto da deusa mãe, Tatiana não queria, mas se Ana amava agora o senhor do submundo e desejava permanecer ao seu lado, resolveu aceitar por amor a sua filha.

-- Ótimo. – Disse Roger ao mensageiro. – Agora sim, vamos para o Olimpo e se preocupar com Pete.

Os três deuses e mais a mãe e a filha saíram do Tártaro, deixando John com o coração partido, mas ciente que sua esposa voltaria dentro de seis meses.

Louise se preparava para se encontrar com sua prima naquela tarde. Ao sair do quarto, se depara com Gerd, bloqueando seu caminho.

-- Com licença, mas quero passar. – Falou a pequena deusa, séria.

-- Esses olhinhos parecendo duas pedrinhas raras azuladas me seduzem... – Disse o deus profeta, sorrindo para ela. – Só um beijo e deixo passar.

-- E sua amada mortal?

-- Hoje mesmo a faço beber a ambrosia. Só quero te agradecer.

-- Suas palavras são o suficiente. – Depois disso ela deposita um beijo na bochecha dele. – Agora preciso falar com a nereida.  Até mais, “urso”.
Ele riu do novo apelido que a deusa colocou nele e retribui dizendo.

-- Até mais, pequena deusa!

Quando desapareceu, Gerd caminha até seu quarto e lá estava Alice um pouco assustada em sua cama.  Ele se senta na beira, perto da mortal e entrega o frasco.

-- Tem certeza que é necessário? – Questionou Alice, receosa.

-- Se quer mesmo ser minha esposa, renuncie sua mortalidade bebendo a ambrosia.

Diante das palavras do deus, Alice bebe todo o frasco e sente pequenas vertigens e olhou para suas mãos. Pareciam ganhar algum tipo de magia por estar sendo envolvida com raios de luzes e agora para o corpo todo. Depois disso veio a euforia. As luzes sumiram e voltam-se ao normal. Gerd sorri e beija a amada.

-- Bem vinda ao Monte Olimpo, Alice!

Ela retribuiu o sorriso e ambos foram entregues aos movimentos amorosos no leito dourado do deus da profecia. Alice não é mais uma mortal e ganhou enfim o afeto do seu amor.

Na praia, Louise caminhava na areia sem suas sandálias prateadas. Ficou nas rochas esperando por ela, a nereida. Avistou um rápido movimento numa parte do oceano e logo ganhou forma. Era Felicity, nadando rapidamente e dando mais saltos com sua cauda. Ao chegar à superfície, com um toque da mão, a cauda virou um par de pernas bonitas e sai caminhando em direção a prima.

-- Ainda bem que me esperou. – Abraçou Felicity. – Tive medo que não a encontrasse.

-- Relaxe, meus assuntos sérios terminaram... pelo menos por enquanto. – Disse Louise. – Vamos caminhar um pouco.

Por vários minutos elas seguiram sem rumo naquela praia. Louise falou de Pete, o deus do mar que anda irritado com tudo e com todos e os deuses temem que sua fúria seja o bastante para criar uma guerra santa.

-- E o que tenho a ver com isso?

-- Tudo a ver, prima. – Disse a astuta deusa. – Achamos que você consiga convencer de modo diplomático o deus do mar.

-- Mas você é a razão para tudo. Fale você mesma.

-- Dá ultima vez que fiz isso ele quase tomou a Península da Ática de mim e isso não desejo. Nem mesmo Franz é capaz de vencê-lo.
-- Ainda não entendo por que acha que vou conseguir convencer ele?

Um pouco distante das duas deusas, estava atrás delas Odile, a deusa do amor sorrindo diante da missão.

-- Meu menino já os flechou e seu destino está traçado ao dele. – Sorria a deusa amorosa. – Só você pode controlar Pete.

Pete tentava emergir no oceano, como movido por uma vontade inimaginável e mágica. Avistou a praia paradisíaca ateniense e lá estavam elas. Observou cada uma dela minuciosamente e reconheceu a pequena deusa loira Louise. Ao lado dela estava outra. Esta última Pete não sabia bem quem era, contudo, seu coração disparou velozmente vendo a bela ninfa. Ou seria mesmo uma ninfa?

Só de olhar para ela Pete se sentiu fascinado pela beleza radiante dela. Os cabelos lisos caiam em perfeita sintonia nas costas dela, a pele tão bronzeada, os olhos da mesma cor dos cabelos e a boca tão vermelha. Uma linda mulher para ser mais exato. Linda demais para ser uma mortal ou ninfa. Sua conclusão foi repensada quando a viu caminhando no mar e ganhando outra forma. A moça deu um salto e suas pernas ganharam a forma de... escamas e uma cauda e em seguida mergulhou.

Ele a seguiu por várias horas até ela estar na presença dos pais numa caverna e tentou se aproximar dela quando esta saiu da caverna.

-- Moça... – Ela não ouviu e já irritado tão fácil gritou com ela. – MOÇA ESPERE!

Devido ao susto, Fefe o golpeia sem querer com a cauda de peixe no rosto do deus do mar, deixando-o atordoado.

-- Quem é você? Está me seguindo? – Indagou a nereida, um pouco indignada. – O que quer de mim?

-- Te segui sim. – Pete passava a mão no rosto no lugar onde recebeu o golpe. – E quero... seu amor!

-- Meu... amor? – Surpreendeu-se a nereida. – Mas como se nem te conheço?!

-- Me desculpe, agi sem pensar. Amo-te mais que essa morada, mais que minha existência,  meu reino e tudo o que tenho. – Disse, completamente apaixonado por ela e tocando as mãos da nereida, continuou. – A única coisa que desejo é a ti, minha rainha.

Aquele pedido tão inusitado pegou de certo modo Felicity. Aconteceu tudo rápido, pois o deus apaixonado enlaçou a nereida na cintura com um braço e com a mão esquerda puxou o rosto dela para um beijo quente e delicioso. Fefe tentou se desvencilhar do deus do mar, mas era impossível.  Pete além de forte e alto, era excitante e possui um beijo fenomenal. Algo nunca experimentado nem pelos poucos mortais que amou. Entregou-se ao carinho dele proporcionado pela boca macia dele e quando pararam, Pete ainda olhou nas belas orbes castanhas de Fefe e foi-se embora, deixando a nereida um tanto atordoada, esquecendo-se do seu retorno a superfície para ver seu amado capitão holandês.

Na caverna, Sophie, sua mãe, percebeu que a filha andava alegre de modo estranho e depois entrou no quarto.

Pete, como és poderoso, pensava a nereida, deitada na cama e tocando os lábios. Por mais que quisesse esquecer, Pete sempre voltava a dominar seus pensamentos.  No outro dia, ela emergiu na praia pela manhã, fazendo a cauda de peixe virar pernas. Por achar que o deus do mar não pudesse aparecer, resolver tentar algo. Ela ficou um pouco no mar, ainda com as pernas e passou a se banhar usando as mãos, pegando um pouco de água em forma de concha e jogando nos seios e no pescoço.

Em Atlantis, Pete observava através da mágica à bela Felicity. Ela se banhava perto da praia e a visão tão bonita atraiu demais o deus. Decidido, saiu do seu imenso castelo marítimo e seguiu rumo de encontro dela.  Felicity esperou por mais uns minutos e então mergulhou até um recife de corais alaranjados e lá encontrou o deus do mar.

-- Pete... – Ela o chamou, esquecendo-se de se referir como “vossa majestade” ou “Grande Pete”.

-- Você! – Exclamou o deus, animado por rever sua nereida. Não se contendo, abraçou a jovem e tomou sua boca de modo ávido e depois parando. – Senti saudades de você.

-- Eu também... – Ela disse, sentindo os braços dele.

Nadaram juntos por toda imensidão do mar e Pete também a levou para Atlantis, seu reino e ainda a presenteou com um tubarão e uma lula gigante, a quem Fefe batizou de Francis e Victarion.

-- Obedeçam as ordens de Felicity como se fossem as minhas. – Ordenou o deus as suas criaturas e estas fizeram reverencia a sua nova mestra e depois seguiram mergulhando.

Felicity passou grande parte ao lado dele, conhecendo o castelo, as sereias e tritões e muitas outras pessoas e criaturas do oceano. Ela ficara encantada com tudo. Nunca em seus sonhos mais loucos estava em conhecer o poderoso soberano do mar e ainda se apaixonar por ele daquela maneira.  Após isso eles mais uma vez saíram pelo imenso oceano, conversando sobre suas vidas, ao mesmo tempo se divertiam em meio às ondas do mar e mergulhos.

Ao cair da noite, Felicity emergiu e lançando um olhar sedutor a Pete, perguntou.

-- Quer vir comigo?

Aquele convite foi o bastante para o deus saber das intenções da nereida e emergiu junto dela na ilha de Naxos.

Ele a beijou mais uma vez e a deitou ali em meio a areia e as pequenas ondas molhando o casal de amantes. A cauda ganhou forma de pernas e Pete as massageou bem, excitando a amada, que retirava as poucas vestes do deus. Eles se abraçavam, beijavam o corpo um do outro e gemiam entre um toque e outro.

-- Oh, Pete... – Ela dizia em meio aos sussurros por sentir os lábios dele beijando seu corpo e a língua dele passeando em seus seios. – Pete...

Depois a nereida ficou por cima do deus, enchendo-o de carinho e mais beijos. Os movimentos eram executados. Começaram devagar, depois ganharam mais velocidade e isso os proporcionou um prazer inigualável para ambos. Atingiram o clímax juntos e permaneceram abraçados e cansados, ainda sob as ondas.

-- Seja minha rainha – Ele pediu enquanto tocava em seus cabelos. – Governe ao meu lado.

Felicity não sabia se aceitava. Por breves momentos pensou em aceitar ao mesmo tempo temia por ser rejeitada da pior maneira possível, como aconteceu com marinheiro naufrago Johan. Se amaram por meses e inclusive ela prometeu a imortalidade e ele o amor eterno por ela. Algo não concretizado, pois ele fora resgatado e ainda ficou noivo de outra mulher, quebrando o coração da nereida.

-- Eu... preciso pensar. – Respondeu – Logo lhe darei a resposta.

-- Por que não pode ser agora? Esperei por toda vida para encontrar uma mulher cujo coração pudesse me pertencer.

-- Sinto muito... Mas não posso.

-- NINFA TOLA! – Berrou o deus, se levantando. – Deveria ter imaginado que alguém como você pudesse me proporcionar alegria. Me enganei! Volte para seu coral!

-- IDIOTA! DEUS PARVO! – Xingou a nereida, imediatamente mergulhando para o mar, sumindo das vistas de Pete.

Os golfinhos que antes vibravam de alegria por verem seu rei fazendo amor com ela, agora saíram dali e nadaram rumo Atlantis. Depois daquele dia, Pete retornou a forma irritável de antes, causando mais maremotos e agitando o oceano com seu tridente. No Olimpo os deuses temiam demais a revolta do deus e novamente voltaram ao fator.

-- Não entendo – Disse Roger, preocupado. – Pensamos que a nereida seria a resposta para curar Pete e em vez disso só piorou?

-- Vamos ser bastante claros, Pete é muito apressado. – Franz comia uma maçã enquanto falava. – Ele não foi delicado o bastante para compreender os medos dela.

Louise estava calada e também pensando se realmente o deus do mar fora tresloucado para espantar Felicity. Ficaram separados por 1 ano e neste tempo Pete tivera os mesmos relacionamentos com as mortais. Uma delas, Barbara, uma sacerdotisa do templo de Louise, entregara-se aos prazeres do deus do mar e ainda fez amor no próprio lugar das orações, causando dissabor terrível a pequena deusa. Como punição, transformou a numa espécie de monstro. Seus cabelos, antes lindos e escuros, ganharam a forma de serpentes e seus olhos ficaram cinzentos e a maldição era transformar em pedra quem a encarar.

Outro relacionamento fracassado de Pete foi com Anya, uma ninfa que vivia na floresta. Esta ninfa se gabava por ser bela e boa no arco e flecha, causando fúria a Rosie, a deusa caçadora e irmã postiça de Gerd. Anya foi castigada não só por Rosie, mas também pelo irmão dela, como uma criatura horrenda cujas partes eram uma mistura de feras sanguinárias e garras pontudas. Como apelido ela foi referida como Cila e hoje vive na tenebrosa caverna marítima, matando os navegantes que ali se aproximam.

Depois desses relacionamentos todos trágicos, Pete se deu conta que a única que realmente está em seu coração é a nereida e finalmente reconhece que sem ela, nada disso lhe vale, nem mesmo seu reino. Saiu em procura dela por toda extensão do oceano, inclusive pediu ajuda aos outros deuses, como Gerd, com quem não tem uma afinidade legal, desde a disputa pela ilha de Delfos no qual o deus arqueiro venceu por méritos. E nada de Felicity ser encontrada.

-- Onde você está, minha nereida? – Perguntou Pete, louco de saudade dela.

Roger decidiu intervir e junto com o mensageiro Mickey, partiram rumo ao fundo do mar, onde se encontraram com os pais da nereida, Robert e Sophie.

-- Somente as caricias de sua delicada filha podem suavizar o temperamento do meu amigo e, além disso, ela se tornará rainha de todo um império! – Argumentou Roger aos pais dela.

-- “Rainha de todo um império”... – Resmungava Sophie. Mesmo com aquela afirmação, não fazia questão de ser considerada a mãe da rainha de todo um império.

-- Me digam, onde Felicity está? – Pete se encontrava impaciente, porém não demonstrou isso a eles.

-- Existe uma caverna de liquens no mar do sul. Ela vai para lá quando está triste. – Respondeu Robert, ainda bravo. – Mais uma coisa, Grande Pete, se outra vez magoar minha filha, eu juro que moverei os céus e a terra para acabar com você e não me importo se é o deus do mar!

Dito isso, ele seguiu na carruagem marítima, disposto a recuperar sua amada.

Na caverna, Felicity chorava na cama de pedra e balançava a cauda freneticamente. Definitivamente ela sofria por estar sem seu deus do mar de olhos azuis. O tubarão Francis e a lula Victarion se encontravam por perto, observando sua mestra e tentaram persuadir mais uma vez.

-- Milady – Disse Francis se aproximando da nereida. – Não acha melhor vir conosco a Atlantis?

-- Será melhor para a senhorita. – Disse Victarion, tocando a mão dela com um dos tentáculos. – Assim vocês terão mais privacidade em conversar.

Antes mesmo de responder, ouve-se uma voz imperiosa.

-- Não será preciso, Victarion. – Pete surge na entrada da caverna encarando a nereida e as criaturas.  – Por favor, me deixem a sós com ela.

O tubarão e a lula se retiraram e ficaram no lado de fora, junto dos golfinhos que conduziam a carruagem de Pete.

-- Saia daqui! Não quero te ver mais! – Se afastou a nereida.

-- Por favor, me deixe dizer umas coisas...

-- Não quero ouvir nada de você! Você é como aquele mortal holandês! E acha que sou cega? Eu vi você tempos atrás com uma sacerdotisa no templo da minha prima e outra na floresta. Não o culpo, pois és um deus mas... – Fefe não conseguia mais falar por conta das lágrimas e a tristeza sentida.

-- Sei o que você passou foi algo difícil, que a deixou assustada. Os mortais gostam de brincar com nossos sentimentos, mas eu não ousaria a fazer isso com você. – Pete a abraçou e segurando seu rosto, admirou os lindos olhos dela. -- Você é preciosa demais para mim, não imagino mais viver sem você.

Aquela declaração mexeu no coração dela e não havendo mais dúvidas, puxou-o para um beijo.  O tempo perdido serviu para revelar o nível de saudade dos dois.

-- Quero ser sua, Pete... – Pediu Felicity, sendo carregada pelo deus em direção a cama dela.

Enquanto isso os peixes, delfins e outras criaturas ficaram ao redor da entrada da caverna, dispostos a não deixar ninguém entrar, ao mesmo tempo ouviam gemidos e alguns gritos vindos de dentro, chegando a ecoar. Neste momento, Robert e Sophie, chegaram numa carruagem cinza conduzida por tubarões, viram o aglomerado de seres.

-- Saiam todos! – Ordenou o tritão de barbas escuras. – Quero falar com minha filha!

Francis, o tubarão imediatamente se opôs na frente dele.

-- Senhor Robert, não pode entrar aí!

-- Fora daqui, Francis! – Empurrou o tubarão, mas ainda sendo barrado pela lula Victarion.

-- Senhor, por favor, a mestra Felicity está ocupada!

-- Não para os seus pais, saiam da nossa frente! – Sophie empurrava cada ser para o lado e puxando o braço do marido, entrou na caverna.

Ouviram as vozes e seguiram para onde estava uma cama de pedra e ficaram chocados por verem quem estava ali. Era o deus do mar e a nereida se amando e aos beijos.

-- FELICITY! – Gritou a mãe, chocada!

-- Oh mamãe... – O grito assustou Fefe e Pete, que pararam seus movimentos e num passe de mágica, se vestiram.  – O que faz aqui?

-- Viemos ver você e avisar sobre o deus do mar... – Robert estava bravo demais, mas se conteve e calmamente continuou. – Pelo visto não será preciso.

-- Senhor, eu quero pedir a mão de sua filha em casamento. – Pediu Pete.

-- Quem decide isso é a Felicity. – Respondeu o pai.

-- Sendo assim... – A nereida beijou o amado de forma intensa. – Aceito governar ao seu lado!

Algumas semanas depois ocorreu o casamento deles. Os deuses do Olimpo, John e sua amada esposa Ana acompanhados do seu exército e os moradores do oceano presenciaram a união definitiva do deus e da nereida, que ganhava enfim a imortalidade suprema. Após a grande festa, os deuses voltaram para seus lares e os peixes puderam nadar em paz.

Meses depois Roger convoca uma reunião dos deuses no Monte Olimpo por conta de uma ameaça de guerra entre os mortais. Na sala, todos se sentaram diante da mesa redonda e o rei dos deuses percebeu algo: Pete não se encontrava ali.

-- Mickey!

-- Diga, grande rei Roger! – Apresentou-se o mensageiro.

-- Avisou Pete sobre a reunião no Olimpo?

-- Sim e ele mandou dizer que não poderá comparecer.

-- Mas por que?

-- Ele disse que está ocupado demais em “recuperar o tempo perdido”. – Piscou o mensageiro.

Roger a principio não entendeu o que Mickey quis dizer, mas ao lembrar-se dos últimos acontecimentos, acabou dando risada e os outros deuses ficaram sem saber o que dizer, exceto Louise, Odile e Gerd, que já entenderam de cara o motivo.

Enquanto isso o oceano se encontrava bastante calmo e isso por meses e um momento de tranqüilidade foi colocado.
No castelo atlante, dois amantes se entregavam aos prazeres da paixão no quarto.

-- Pete... – Dizia Fefe aos beijos com seu marido. – Não tem uma reunião no Monte Olimpo?

-- Sim... – Respondeu ele, enquanto beijava os seios da esposa e massageava suas pernas. – Mas quero ficar aqui com você.

-- E se for importante?

-- Mickey me diria, oras! Agora você é mais importante!

E 1 ano separado da nereida amada, foi demais para o deus. E desde que se casou com ela, luta para recuperar esse tempo perdido sem o carinho e os beijos dela.




FIM

terça-feira, 12 de maio de 2015

Brit Charcters: Igor Kotovski

Olá pessoal!
Vamos conhecer mais um personagem e este terá ligação especial com Ana Rosely. Confiram!



Nome Real: Igor Gueóguei Riévkin Kotovski

Idade: 26 (em Glow Girl , 27 em Love Sell Out)

Data de nascimento:  14 de junho de 1939

Cidade natal: São Petersburgo 

Cidade atual: Moscou (Já residiu em Berlim Oriental, Munique e Londres)

Profissão: Sociólogo (Depois ele é recrutado pela KGB)

Hobby: Pintar, esculpir, fotografar

Relacionamento(s): Anastacia Rosely (1960 a 1964),  Joanna Martin (1966 a 1968), Natasha Karamazov (1969 a 1997), Anastacia Rosely (2003 em diante)

Características: Igor em natureza é calmo, mas em ação se transforma. É engenhoso, culto, observador e sempre questionador. 

Medo: Morrer em combate

Do que mais gosta: Ter um tempo para se dedicar aos seus hobbies e o sorriso de Anastacia Rosely

Do que menos gosta: Investigações esquisitas do trabalho

domingo, 10 de maio de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 6)

Olá pessoal!
Um feliz Dia das Mães e ficam agora com a parte 6 da mega oneshot da saga Vampires!


Na Ilha dos Lobisomens, Bobby Moore carregava uma jovem em seus braços. Fazia poucos minutos que aconteceu um ataque feroz na região central de Munique. Os nosferatus praticamente exterminaram alguns humanos e no meio disso, estava o Barão Niki Lauda, liderando aquelas criaturas sugadoras de sangue. Entre as vitimas, os pais da garota se encontraram ali em meio aos cadáveres. Ela pulou a janela e antes de ser pega por um dos servos do barão, o psicopata François Cevert, Bobby metamorfoseou-se de lobo e lutou contra o vampiro, que saiu ferido e se queixando. A menina  havia desmaiado por estar diante da fera e para afastar do perigo, a levou para a Ilha e a abrigou em seu quarto na mansão. Enquanto ela dormia, resolveu deixar o quarto e descendo as escadas, encontrou seus amigos por ali na grande sala.

Paul McCartney lia um dos livros de poesia no sofá, Ringo bebia um pouco de vinho e jogava cartas com George Harrison e Mary Anne costurava mais roupas. Avistou Rosie, olhando para a janela com a expressão fria. Sabia bem para quem ela olhava com tanta frieza. Caminhou na sala, sem ser visto pelos visitantes e se aproximou da loba.

-- Ainda observando o vampiro? – Disse Bobby, um pouco baixo para os outros não ouvir.

-- Não interessa!

-- Venha comigo até a biblioteca! – Conduziu o líder dos lobisomens até o local. Rosie ficou um pouco receosa, mas aceitou.

Ao entrar ali, ela observou as estantes de livros e em seguida sentou-se na cadeira junto à mesa e Bobby na poltrona diante da menina.

-- O que quer conversar, milorde? – Perguntou a loba, curiosa.

-- Primeiramente – Disse o lobo alfa, se servindo de vinho na mesa.  – Vou contar uma história que meu pai sempre me dizia. Você e os lobos devem se perguntar o motivo para ser proibida a relação amorosa entre vampiros e lobisomens. Bem, irei contar. Há muitos anos atrás, uma moça nobre chamada Cassandra Turner, descendente de lobos, teve a família morta por vampiros. Ela fugiu para esta parte da floresta e lá conheceu Arthur Price, um vampiro caçador. Não é preciso dizer que eles se apaixonaram de modo intenso. E desse amor, nasceu um ser hibrido. No entanto, os mesmos vampiros que mataram os pais de Cass, perseguiram o casal, levando o recém nascido, que cresceu rápido e em questão de tempo, se transformou numa fera maldita. Uma mistura de vontade sangrenta com fúria animal. Ele matou os vampiros algozes, mas perdeu o controle de si próprio, a ponto de matar seus pais. Foram precisos lobos e vampiros para vencerem aquela criatura.  E quando isso aconteceu, o líder dos lobos e o poderoso vampiro aliado decretaram essa lei, para não haver um rebento que nascesse hibrido do cruzamento entre um lobisomem e um vampiro.

Rosie ficara bastante chocada com a história de Moore, sobre a lei proibida. Apesar de questionar o motivo daquele fato, no fundo a loba ruiva mais ou menos entendeu onde Moore pretende chegar.

-- Isto é impressionante! – Exclamou Rosie. – E o que esta história tem a ver com a atualidade?

-- E ainda pergunta, menina? Acha que nasci ontem? Há vários dias tenho notado que anda olhando para o nosso hóspede vampiro, George Best.

-- Não é verdade. – Negou Rosie. – Tenho asco por vampiros...

-- Menos aquele do conde Beckenbauer, o jovem Müller.  – Disse Moore.

-- Ele foi um cavalheiro ao me salvar das mandrágoras. E assim como meu amado John, que sacrificou sua vida para vencer o Barão Lauda e ainda vive esse desgraçado!

-- Que seja! Só aviso de uma coisa, Rosie: se eu descobrir que andas envolvida com um vampiro, serei obrigado a te expulsar daqui! Entendeu?

-- Entendi, milorde.

-- Ótimo. Agora preciso de sua ajuda.

Saindo da biblioteca, os dois subiram as escadas e entraram no suntuoso quarto do líder e na cama dorme uma menina de estatura média, cabelos negros e rosto delicado.

-- Quem é ela? – Questionou a loba em voz baixa.

-- Eu não sei seu nome. A família dela foi exterminada pelo Barão e a salvei da morte. Vou ficar com ela e quero que a ajude se adaptar na Ilha.

-- Ela não é um cão para você adotar! – A loba quase se exaltou ali em voz alta e foi contida por Bobby, que abafou os gritos dela com a mão e a afastando para a janela.

A moça quase se acorda e mais uma vez volta a dormir na confortável cama do macho alfa da alcatéia.

-- Quieta, menina! – Exclamou Bobby, em voz baixa. – Assim vai acorda - lá.

-- Ela não pertence ao nosso mundo, milorde. Devolva para a civilização, antes que o barão sinta a presença dela e termine o que começou ou o conde queira transforma - lá em sua serva ou noiva.

-- Franz é incapaz disso. – Afirmava o lobo. – E, além disso...
Achou melhor se calar. Na verdade não havia necessidade para dizer pois todos os lobos já sabiam que o conde roubara a noiva francesa do barão e com isso está desencadeando uma guerra interna, que aos poucos ganhava força.
Não vendo outra escolha, Rosie acabou por concordar, e antes de se retirar, Bobby ainda fala.

-- Dê uma chance ao Mike. Ele ainda sofre por Alice.

-- Prefiro ficar sozinha!

Rosie se trancou em seu quarto, ainda refletindo sobre a conversa com líder da alcatéia. Haviam se passado vários dias e meses ali. Viu o conde seqüestrar Odile, a noiva prometida do Barão Lauda, também viu Bobby Moore acolhendo mais lobos e uns vampiros e por fim uma jovem aprendiz chamada Alana.
Outro fato presenciado foi à expulsão de Christopher Romanov, irmão da cientista Anastacia, pelo assassinato de Alice, na época uma vampira. Mike Nesmith não aceitara isso e gerou um conflito com o lobo russo, resultando no seu exílio. Obviamente, Vivian não concordou e também confrontou Nez, mas devido a pouca idade, não tinha forças suficientes para lutar e foi impedida por Mary Anne.

No mesmo dia, Vivian anunciou sua partida.

-- Estou indo embora. – Disse a lupina mais nova. – Vou viver com Christopher!

Todos da alcatéia se despediam de Vivian, menos Nez. O lobo não tinha nada contra a lupina liverpooliana e achava que ela não deveria se intrometer no assunto referente à Alice.

-- Não posso impedi - lá disso se esse é seu desejo. – Bobby estava desolado com a saída de Vivian, porém tinha de respeitar a vontade dela. – Contudo, saiba que as portas de minha residência estarão abertas sempre.

Ao terminar de dizer, Bobby abraçou Vivian com ternura paterna e a presenteou com uma correntinha de ouro e um pingente em forma de lua para a menina e depois a viu indo para longe com o amado.

No quarto de Bobby, a moça acorda meio assustada.

-- Ah...

-- Calma, está sã e salva. Volte a dormir, minha amada.

-- Onde estou? – Perguntou um pouco sonolenta.

-- Em minha casa, na Ilha dos Lobisomens. Durma, por favor.

E ela adormeceu quase por encanto pelas palavras suaves proferidas por ele.
Terminada a sessão de lembranças, Rosie adormece, sem saber de outra presença ali no seu quarto. O vampiro a olhava atentamente e via cada detalhe sobre a loba. Belíssima, pensou consigo mesmo. Mesmo sabendo da história que resultou na lei de proibição, George Best não queria saber disso. E sim da loba ruiva, de cara amarrada e sempre pronta pra lutar. Já observara antes, na época quando servia ao conde e depois buscou abrigo na Ilha.  Aproximou-se lentamente da cama e tocou os pés delicados de Rosie. Ela encobre com o contato frio dos dedos do vampiro e segue dormindo sob o cobertor. George então se sentou na beira da cama, perto dela, tocando seu rosto e num impulso, beijou de leve os lábios da loba, sem acordá-la e depois sussurrou:

-- Eu te amo, loba. Sempre estarei ao seu lado.

Em seguida ele desaparece do quarto dela e seguiu caminhando na estrada, onde avistou uma vítima.

Rosie acorda um pouco assustada, não sabendo se foi um sonho ou realidade quando sentiu seus lábios um contato frio, porém sedento de paixão. Tocou a boca e em sua mente veio Lennon, seu amado lobo. Queria muito você aqui, pensou consigo mesma. Em seguida providenciou seu banho matinal e após isso, se vestiu e desceu as escadas. Chegando a sala, encontrou a moça que Bobby Moore salvou na noite passada, caminhando pelos cômodos e com olhar perdido.

-- Onde estou? Que lugar é esse? – Questionou a menina e em seguida viu Rosie e correu até ela. – Por favor, me diga que lugar é esse?

-- Tenha calma. – Dizia Rosie, numa tentativa de ser paciente com a nova moradora. – Vamos do começo. Eu sou Rosie Donovan, estamos em Munique, na Alemanha. Não vamos te fazer mal. Agora nos diga quem é você.

-- Meu nome é Marianne Jones. – Respondeu a menina um pouco assustada. – Estava aqui na cidade com minha família e de repente teve um incêndio e estou aqui.

Neste momento, Bobby Moore também adentra o local, ouvindo as vozes das duas mulheres.

-- Vejo que acordou, meu amor.

Aquelas palavras chocaram as duas, principalmente Marianne, que pensava ser um absurdo pelo fato de conhecer pouco tempo aquele homem e já a chama de meu amor.

-- Eu não sou seu amor! – Esbravejou Mari, ainda em choque.

-- Mas agora se tornou. Ele teve o imprinting. – Disse Rosie.

-- O que? O que é isso?

-- É um incidente que acontece nos lobos. Como se fosse amor a primeira vista. Quando os lobisomens vêem uma determinada pessoa, eles sentem que ela nos completa e aí passamos a proteger. No caso do nosso líder, ele sentiu esse imprinting porquê você o completa, é a alma gêmea dele.

Marianne não conseguia processar aquelas palavras e Rosie sentindo que ela “se perdeu”, decidiu leva - lá para o quarto e prometeu trazer o café da manhã. Bobby percebeu que não será uma tarefa fácil convencer sua nova amada ficar na mansão e aceitar seu destino, seja qual for ele.

À noite, quando os todos os lobos se reuniram na mansão de Moore para o jantar, George e Rosie ficaram cara a cara, porém, ela o evitava a todo o momento. Antes de todos se sentarem, George sussurra para a loba ruiva.

-- Até sob a luz do luar fica mais linda do que és, loba.

O elogio pegou Rosie de surpresa e ela se afastou do vampiro. Paul McCartney, um dos lobisomens, percebeu isso e tentou ajudar sua aliada.

-- Quer que eu acabe com ele?

-- Isso é assunto meu, Macca. – Respondeu Rosie, séria. – Cuide da Mary Anne. Sei muito bem me proteger.

-- Mas sabe que pode contar comigo. – Disse o lobo, muito solícito.

-- Obrigada.

Após o jantar, Rosie subiu para o quarto, um tanto desconcertada na presença do vampiro charmoso. Não conseguia admitir que tivesse o incidente chamado imprinting com ele e isso era ruim, ainda mais com a lei proibindo lobos e vampiros se relacionarem.  Andou de um lado para outro, procurando esquecer a imagem dele e se concentrar em Lennon.  Ao se lembrar da morte do lobo pelas mãos do Barão Lauda, Rosie chora e se deita. Quase adormecendo, alguém entra em seu quarto, sorrateiramente e fechando com cuidado, ele observa a moça. Best foi tomado por uma tristeza sem igual. Sabia o quanto o antigo amado da loba ruiva era importante e o fato de ser proibida aquela relação, só aumentou mais a afeição por ela. Porém, se for da vontade dela, certamente iria se afastar.

Naquele instante, George não pensou em ficar longe dela. Tocou o rosto dela, acordando-a.

-- Best! O que faz aqui? – Perguntou, surpresa pela presença dele.

-- Calma. – Disse, tocando os lábios quentes de Rosie. – Só me deixe fazer isso...
As mãos dele seguraram o pescoço dela e puxaram para perto de seu rosto. Os lábios por breves momentos sentiram o leve contato e não resistindo a intensa vontade, Best a beijou de modo voraz, louco de desejo. Rosie por sua vez o correspondeu. Como tomada por um feitiço, ela aceitou o delicioso ósculo, pela primeira vez sentiu prazer. Tanto que ela sussurrou entre o beijo.

-- Best... – Dizia a loba. – Me... possua...

O pedido era muito tentador. Quando pensou em tomar aquela loba para si, ouve-se uma batida na porta.

-- QUEM É? – Gritou a loba ainda abraçada no vampiro.

-- Sou eu, Ringo. Moore disse ter ouvido vozes daí do quarto. Está tudo bem?

-- SIM.

-- Ok... hum... então vou indo. Até mais!

-- Até mais, Ringo!

Se desvencilhou rapidamente, para recuperar o fôlego. Mais um pouco e seriam pegos por ele, que não mediria esforços em denunciar Rosie para Bobby Moore.

-- Me encontre as margens do rio perto do castelo Beckenbauer dentro de uma hora! – Disse em seguida se transformando em morcego e saindo voando pela janela aberta.

Por breves momentos, Rosie se questionou se vale a pena mesmo comparecer ao encontro com o vampiro. Para disfarçar, saiu um pouco do quarto e ficou na sala de estar com seus aliados. Macca ainda lia um dos livros e Ringo conversava com George. Mary Anne costurava um lençol rosa, seu presente para as filhas gêmeas recém nascidas de Davy Jones e Dianna Mackenzie.  Rosie pôde ainda ver Bobby tentando ser cortês com a nova hospede, Marianne. Desta vez a mocinha não demonstrava medo e parecia se acertar com o macho alfa da alcatéia e inclusive tomava chá com ele.

Vendo que ninguém percebeu sua presença, ela sai da mansão e segue caminhando até o rio cristalino.  George não estava ali, pelo menos ainda. Ficou ali esperando debaixo da árvore por cerca de meia hora até ouvir uns risos e gemidos. Temendo por sua vida, Rosie subiu na árvore e ficou sentada num dos galhos grandes e ficou observando quem se aproximava. Era ninguém menos que Gerd Müller e sua agora esposa, Louise McGold. Os dois estavam aos beijos e amassos debaixo de uma árvore do outro lado.

-- Ursinho... – Falava com dificuldade a vampira. – Precisamos conversar sobre aquele assunto.

-- Dá pra ser amanhã? Quero muito te amar aqui. – Disse o marido, sedento de paixão e quase rasgando o vestido da amada.

O amante demonstrava mesmo vontade de possuir a vampira, que se recusava.

-- Mas eu não quero! – Resmungava a vampira.

-- Ursinha, eu preciso de você. – Gerd beijava o pescoço de Louise e em seguida suavizou a voz no ouvido dela. – Agora!

A vampira loira se desviou dele, deixando-o irritado.

-- Afinal, qual é o seu problema?

-- Você sabe bem o motivo. – Disse a menina. – É sobre aquele assunto.

Gerd se indignou e socou a árvore, causando uma onda estrondosa, fazendo Rosie perder o equilíbrio.

-- Você... quer mesmo ter um filho? – Questionou Gerd.

-- Sim. Por que ninguém me leva a sério?

Apesar do medo, Rosie não evitou rir da discussão de casal e continuou vendo até onde iria.

Gerd por sua vez notou que sua esposa falava mesmo a verdade sobre ter um filho. Revirou os olhos e novamente encarando Louise, disse por fim.

-- Se tivermos um bebê, não vamos poder nos amar assim... com tanta freqüência.

-- Mas ursinho – Louise acariciava o rosto gelado de Gerd e ainda falava. – Teremos a eternidade para nos amar.

-- Sim, mas... e agora? É cedo pra um bebê.

Ainda rindo, Rosie acaba caindo da árvore, emitindo um estrondo que interrompeu a conversa do casal vampiresco.

-- Ouviu isso, ursinha? – Gerd apurou sua audição para saber de onde vem.

Louise tentava farejar a presença. Rosie se levantava, mas seu braço estava ferido e sangrando. Tentou estocar a hemorragia e viu que os vampiros estavam caminhando. Mesmo Gerd sendo seu aliado, ele não pensaria duas vezes em matá-la seja para proteger ou satisfazer algum capricho da esposa. Preferiu ignorar isso e se rastejou, contudo ouviu mais passos e eram dos vampiros. Rezou para não ser encontrada e de repente sentiu sendo erguida e deu de cara com George Best, que tampava a boca da vampira que queria exclamar de susto.

-- Calada! – Sussurrou.

Em seguida, Best deu um grito estridente, quase semelhante de uma mandrágora e tentou fazer com que esse som fosse atravessado à distância. Os vampiros ouviram o grito e seguiram para onde a onda sonora levava, afastando os possíveis algozes do rio e de Rosie.

-- Pronto, agora o riacho é só nosso, minha loba ruiva. – Disse por fim e arrancando um beijo na garota.

-- Espera... – Tentando se desviar dos lábios ávidos de Best. – Os vampiros... podem voltar...

-- Não vão mesmo!

Rosie enlaçou-se no vampiro, que a carregava para mais perto do rio e a deitou na relva, onde começou a desabotoar o vestido da loba com uma mão e com a outra massageava as pernas dela. Entregue ao desejo, Rosie arrancou as roupas dele, ao passo que Best queria aproveitar aquelas preliminares, seja beijando o corpo dela ou tocando em diversas regiões que a deixavam sensível e excitada. De repente sentiu um cheiro de sangue e viu que era uma das mãos dela, que estava machucada devido à queda sofrida. Ele pegou a mão dela e lambeu com vontade cada mancha rubra, dos dedos até a palma, deixando a bela ruiva mais excitada. Olhou para a loba e depois sugou um pouco do sangue dela, no machucado e depois de estancado, disse:

-- O melhor sangue que já provei na minha vida.

Ele a puxa para mais um beijo ardente. Se deitaram sem as vestes e Best ficou por cima da loba, tentando evitar que ela sentisse alguma dor.

-- Está tudo bem para você? – Questionou o vampiro, receoso. – Não quero fazer algo contra sua vontade.

Mesmo com medo de ser descoberta e tachada como traidora do clã, Rosie não se importou com isso.

-- Sim. Me possua, vampiro!

Ainda olhando para os olhos  cor de esmeralda de Rosie, o vampiro avançou aos poucos, causando poucos momentos prazerosos. E enquanto isso, ela tateava o corpo dele, também transmitindo a mesma excitação a ele. Depois de poucos minutos, os dois estavam completamente entregues a isso e Rosie passou a exigir mais do amante.

-- Mais... Mais... Best... – Ela gemia e pedia mais.
O vampiro não negou aquele pedido e seguiu com as estocadas, cada vez mais rápidas e agressivas. Tanto o vampiro quanto a loba queriam demais aquele momento e os gemidos de Rosie viraram uivos de prazer.

-- Meu amor... – Gemia Best. – Não grite senão Bobby vai nos achar!

Não adiantava, pois no último instante, os dois atingiram o clímax e Rosie emitiu seu mais alto uivo, ecoando por toda floresta, a ilha e até mesmo no vilarejo e no castelo Beckenbauer.

Terminado o ato, Best saiu de cima de Rosie e depois a abraçou, recuperando o fôlego. Rosie arfava devido ao clímax atingido. Nunca sentira tanto desejo assim por uma pessoa que lhe causava o imprinting.  Ainda mais uma fúria sexual nada visto nem na época do seu relacionamento com John Lennon.

Depois de alguns minutos em silêncio, resolveram conversar.

-- Sobre o quê aqueles vampiros discutiam? – Questionou Best.

-- Querem ter um filho. Louise quer muito, mas Gerd teme que com isso, seus dias de “diversão” acabem. – Ria a loba ao se lembrar da conversa.

-- E vampiros podem se reproduzir?

-- Claro que podem.

-- E... nós dois? Podemos ter um...

-- Isso não! – Respondeu Rosie, de forma ríspida. – Você sabe que não podemos!

-- Tudo bem... – Best ficou frustrado com a lei que proíbe a relação amorosa dos lobos com vampiros.  – De qualquer maneira... Você é minha loba, minha mulher.

-- Mas... se Moore descobre sobre nós, estaremos condenados e exilados da Ilha.

-- Eu sei. E adianta ficar longe de seus olhos, sua boca e seu corpo? Não e não. Eu quero você! Somente você!

Diante da declaração, Rosie beijou seu amado e novamente os carinhos foram trocados até ela ouvir uns passos e parando o ósculo, viu ali perto Ringo, o lobo, encarando furioso o casal.

-- Ringo...

-- TRAIDORA! EU VOU FALAR PRO MOORE SOBRE ESTA OFENSA A NOSSA RAÇA! – Vociferou o lobo.

Best se levantou rápido e agarrou pelo pescoço o lobo que se debatia e mal conseguia respirar.

-- Ouça aqui, promete não contar ao Moore sobre eu e a loba? Por que senão, arrancarei sua cabeça e jogo seu corpo para as plantas carnívoras na Ilha das Mandrágoras. Entendeu?

Ringo acabou por concordar e Best o deixa no chão. Imediatamente ele e a amada voltam a se vestir e se retiram dali. No outro dia, na hora do jantar, todos comiam e bebiam a vontade. Best continuava a flertar com Rosie e a loba desta vez correspondia, mas de modo disfarçado para não levantar suspeitas aos outros. Ringo decidiu falar.

-- Sir Moore, não acha melhor frisar sobre a lei contra a relação de vampiros e lobisomens?

Bobby olhava para a parede ao lado, com ares de distraído e “viajado”. Como se algo ou alguém fosse responsável de seu momento sonhador.

-- Sir Moore! – Exclamou Ringo.

-- Hã... sim? Ah sobre... a lei... está tudo bem, Richard. Nenhum lobo ou loba vai se entregar ao prazer carnal a um vampiro. Não se preocupe.

Ringo sabia bem o motivo da distração do líder contudo, optou em não aborrecê-lo com isso e seguiu comendo, ainda olhando para o casal proibido que trocava pequenos flertes ali na mesa. Isso não vai ficar assim, pensou o lobo.

 Odile sentia frio naquele quarto enorme de casal. Mesmo sob as cobertas, ela se sentia trancada num lugar com temperatura baixa. Haviam se passado várias semanas desde o incidente que a levou ali para o castelo...


FLASHBACK ON

Ela dormia tranquilamente na mansão de sua família, até ouvir uma voz chamar calmamente seu nome. E aquele timbre... de alguma maneira a seduzia...

-- Odile... Odile... – Chamava a misteriosa voz.

Como por encanto, teve a sensação de ser tocada por dedos frios em seus pés e uma respiração perto do pescoço. A voz estava perto dela. Bem perto.

-- Odile.

Ela acordou e viu a imagem de um rapaz de vinte e três anos ou mais, trajando roupas de nobre e olhos azuis reluzentes que em seguida as cores azuladas ganhavam outra tonalidade: o vermelho como sangue.

-- Venha comigo! – Ele estendia a mão, convidando-a para seguir com ele.

Odile acabou aceitando. No lado racional, ela tentou recuar e permanecer no quarto. No lado emocional, a doce voz do homem tocou seu coração e sua alma, confortando-a para futuros momentos.

-- Me leva... – Disse a menina e em seguida desmaiou, mas foi segurada por ele.

Ninguém naquela casa viu o rapaz carregar em seus braços  a filha do importante negociante francês e a levar para seu lar, o castelo Beckenbauer.


FLASHBACK OFF

Quando acordou, foi tudo uma surpresa para se adaptar ao lugar, seus moradores e seu raptor. De inicio pensou que Franz fosse cruel, pelo fato de vê-lo matar suas vítimas para se alimentar e outras vezes como modo de defesa. E também por saber que seus seguidores também foram transformados por ele (com exceção de Gerd que foi mordido por Louise) e possuem uma lealdade para com o conde.

Niki me salve, por favor, pensou Odile ainda deitada na cama, se aquecendo do frio e em seguida a porta se abre e assustada, vê que se trata de Louise, carregando uma bandeja contendo fatias de pão, batata cozida, um pouco de arroz cozido e um copo de leite. A vampira deixou a bandeja na mesa e encarou sorridente para a hóspede.

-- Não tenha medo de mim. Não vou morde-lá, mesmo que seu sangue seja tentador. Só quero que se sinta a vontade.

-- Merci. – Agradeceu Odile e a vampira se retirou dali.

A humana se alimentou pouco e logo voltou para a cama, ainda amedrontada com tudo ali no castelo.  Quando tentou dormir, ouviu um barulho estrondoso de algo sendo arremessado e gritos. Reconheceu ser de Louise.

-- CONDE MALDITO! VOCÊ O MATOU! ASSASSINO!

-- Menina mimada! Eu não sai naquela noite para caçar e sim para achar Alice!

-- Mentiroso!  -- Esbravejava a vampira, jogando um dos quadros artísticos no conde, que se desviou.

-- Eu não matei Richard Wright! – Afirmava o conde.
-- ENTÃO QUEM O MATOU? SEPP? MANUEL? OU UM DOS SEUS ALIADOS LOBISOMENS?  ME DIZ! QUEM MATOU RICK?

-- Fui eu. – Disse Gerd, adentrando o hall de entrada do castelo. – Eu o matei, ursinha.

Tanto Louise quanto o conde, Sepp e Manuel estavam chocados ao ouvir aquela revelação.

-- Isso tudo por que matei a Uschi, ursinho?

-- Quem dera... Mas fiz isso... Para salvar você.

-- Matando meu noivo humano? – Falava Lulu ainda brava e chorando. – Ele... era a única garantia de permanência aqui!

Agora era Gerd que ficava enfurecido. Primeiro ela era noiva do conde, lutou contra tudo e todos para ter aquela vampira ao seu lado, mesmo prejudicando de forma indireta Alice e descobre que Louise só ficava no castelo por conta da vida do noivo humano, poupada pelo conde?
Tamanha era sua fúria que ele agarrou os braços da menina e apertou com força, infringindo dor.

-- ME SOLTA, GERHARD!

-- VOCÊ NUNCA ME AMOU! NUNCA! – Esbravejava o vampiro, ferido.

Franz e Sepp tentaram afastar Gerd e Louise, mas o caçador ainda estava bravo e queria a todo custo lutar, mesmo contra uma mulher. Por fim, ele se acalma e respirando fundo, encarou os olhos vermelhos e cheios de lágrimas de Louise.

-- É assim que me agradece depois daquele dia quando bebeu o sangue dele para se alimentar? Saiba que ele adotou outra mulher para ser sua nova esposa, uma prostituta para ser mais exata. E mesmo assim o ama?

Em seguida ele soube as escadas e se dirige para as masmorras e dormir. Os outros vampiros também se retiraram para dormir e Louise permaneceu ali sozinha, chorando mais ainda.  Odile saiu do quarto e notou ser observada pelo conde, que por sua vez não mexeu um dedo sequer para ver o que vai acontecer.

Ela desceu as escadas e viu a vampira bebendo um pouco de sangue e choramingando mais ainda. Ela viu a humana, segurando um lençol encobrindo as costas por conta do frio.

-- Está tudo bem, moça? – Perguntou Odile, preocupada.

-- Como posso estar bem? – Louise tinha dificuldade em responder devido as lágrimas. – Ele agora não me ama mais. Fiz de tudo para ter perto de mim, suportei em silêncio vendo-o com Alice, tentei mostrar meus sentimentos de forma sutil para ele e ainda agüentei as duas noites de estupro à toa?

-- Calma... – Dizia a menina francesa, passando a mão nos cabelos da vampira. – Ele não foi malvado. Talvez fosse apenas uma fúria... logo passa.

Ao ouvir aquelas palavras, Louise abraçou a humana sem se importar com forte cheiro de sangue vindo dela.

-- Muito obrigada. Você será minha nova amiga aqui no castelo. – Disse e em seguida olhou para Odile. – Terá minha lealdade e vou te proteger de tudo.

Odile estranhou aquilo, mas viu que Louise mesmo vampira, é uma menina. Uma adolescente com gosto de sangue e pelos olhos azulados tão tristes, ela transmitia sinceridade e aceitou a amizade e lealdade dela.
Elas passaram a noite toda conversando sobre suas vidas, os sentimentos e gostos de cada uma. Odile confessou sobre seu antigo noivo contudo, em algum momento não disse sobre seu desejo de ir embora por medo de ser denunciada ao conde. Poucos minutos do amanhecer, Louise se retira para o quarto e Odile permaneceu ainda ali e depois caminhou um pouco, conhecendo os cantos do castelo e quando se sentiu cansada voltou para o quarto e deitou-se. Viu ali o caixão ao lado da cama. O conde dorme nesta hora, pensou e depois dormiu.

Um mês se passou e o casamento de Gerd e Louise se tornou algo tenso. Eles não conversavam mais um com o outro, não dormiam mais no mesmo quarto e tampouco sentiam o fogo da paixão que possuíam. E nem caçavam mais juntos. Porém, ela tentou conversar com o vampiro diversas vezes e ele sempre a rejeitava e por vezes era hostil com ela.  Cansada dos desvios dele, Louise resolveu tentar algo mais drástico. Quando o vampiro voltou de mais uma caçada, ele entrou na masmorra e retirando suas roupas, abriu o gigante caixão e encontrou Louise, usando uma camisola e deitada ali.

-- O que está fazendo aqui?

-- Por favor, ursinho... – Ela tocava o peito nu de Gerd numa caricia provocante. – Me perdoa pela minha impulsividade.

Por mais que quisesse perdoá-la e agarra - lá ali mesmo no caixão e fazer amor de modo furioso e apaixonado, Gerd não aceitou. Pegou as mãos dela e disse.

-- Saia do meu caixão! Não quero você aqui na masmorra! Saia!

-- Mas ursinho – Louise insistia muito. – Precisamos conversar...

-- Pare de me chamar de ursinho e me chame pelo meu nome! – Se afastando da vampira. – E não! Não temos nada para conversar. Você nunca me escuta e nem pensa em mim. Tudo é você, o mundo inteiro gira em torno de você!

Louise ouvia tudo atentamente e não sabia se chorava, corria para longe ou simplesmente deixava seu coração se quebrar.

-- E querida, eu tenho uma noticia para você: o mundo não gira em torno de você e digo mais que deveria ter ficado com Alice!

A cada palavra, a vampira loira parecia ter sido socada. Mais que no dia em que o lenhador a surrou. As primeiras lágrimas começaram a cair, contudo, ela ouvia mais e procurava não se entregar a tristeza.

-- Então... – Disse a menina olhando para o chão e depois ergueu a cabeça, peitando Gerd e ainda seguindo nas palavras. --  Volte para ela. Ana conseguiu ressuscitá-la, mate o lenhador de novo e a traga de volta ao castelo. E digo também que deveria ter deixado você morrer nas mãos daqueles humanos fracotes!

Gerd riu um pouco nervoso e mesmo assim protelou.

-- Vou fazer isso e sabe, deveria ter deixado você morrer naquele dia onde o lenhador a espancou ali mesmo! Alias, eu queria que você nunca tivesse aparecido na minha vida – Ele vacilou um pouco na voz e aos poucos as lágrimas também saíram de seus olhos. -- E só pra você saber, quando apareceu aqui eu me apaixonei, eu me devotei a você, eu vivo por você, Lady Porquinha!

Ao dizer aquilo, um choque emocional tomou conta de Louise.  Como ele ainda se lembrava daquele dia onde ela se transformou numa porquinha? Sendo que o pai de Nora, o feiticeiro Eddard Smith conjurou palavras em latim fazendo Gerd, Franz e Sepp desmaiarem e dormirem, sem se lembrar de nada. Ou ao menos pensou isso.

-- Como... você lembrou disso? – Questionou ela.

-- Estou me lembrando, de você sendo uma porquinha e voltando ao normal nos meus pés. Era isso. E desde então... – Gerd ainda vacilava nas palavras. Para ele, era difícil ter que admitir aquele sentimento que foi alimentado desde a época em que era humano. – Droga, Louise, não me faça dizer o que não queria, lutei para ocultar isso comigo e...

Rapidamente, a vampira puxou o amado para perto dela e o beijou ali mesmo, com ela arrastando para dentro do caixão.

-- Meu ursinho... – Ela gemia no beijo. Ali mesmo os dois se amaram, de modo apaixonado sem se importarem se estavam ali na masmorra.

Manuel segurava a vontade de quebrar o pescoço do médico. Era a décima visita que o dr. Cruyff fazia para Felicity, alegando que precisava saber se ela estava bem e que nada pudesse ameaçar o bebê que carregava no ventre. E principalmente depois daquele dia onde sofreu a possessão do mal, passou a temer mais pela vida dela, causando mais preocupação para seu amigo, Neeskens. Na décima segunda visita a casa de Ana, o segundo médico advertiu seu amigo.

-- Sei que está apaixonado por ela, mas terá de se afastar do lugar!

-- Não estou – Negou Cruyff, sobre estar amando Felicity. – Só me preocupo com ela.

-- Mesmo? Viu que o noivo dela não gosta das suas visitas e se continuar assim, nem mesmo fraulein Anastacia vai nos proteger.

Não adiantou. Cruyff a visitou e justo no dia em que a bela profetisa vai se casar. Antes disso, apareceu Lyanna Smith, a avó de Nora, acompanhada de suas aprendizes, Piper e Melisandre.  A velha senhora sabia de tudo que se passava e inclusive os motivos que levaram Felicity estar abrigada na casa da cientista russa.

Ao aparecer na casa da médica, Cruyff é bem recebido pelos residentes. Acostumou-se com as presenças dos caça-vampiros que tinham sido mortos por uma nosferatu e agora foram trazidos de volta a vida graças a Ana. O padre Uli se preparava para o sermão e ouviu uma conversa curiosa entre ele e a noiva.

-- Como assim não usar água benta, minha filha? – Questionou o padre.

-- Ele é... alérgico, padre. – Mentiu a profetisa sorrindo, para não dizer sobre Manuel ser um nosferatu.

Mesmo não gostando da resposta, Uli acabou por concordar e fez todo o procedimento divino da união dos dois.

-- Se existe alguém presente, sendo contra o casamento?  Que diga agora ou cale-se para sempre!

Todos em silêncio. Ao fundo Cruyff deixou escapar uma lágrima e suportou em silêncio sua amada se casando com outro homem. Mesmo sendo ele o pai verdadeiro do filho que ela espera, o holandês desejava mesmo assumir o bebê e... estar ao lado da moça.

-- Felicity Jane McGold, aceita Manuel Peter Neuer como seu legítimo esposo? Prometendo amá-lo e respeitá-lo na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, até que a morte os separe? – Perguntou Uli.

-- Eu aceito. – Respondeu a profetisa, olhando para Manuel, que sorria com a decisão da amada.

-- E você, Manuel Peter Neuer, aceita Felicity Jane McGold como sua legítima esposa?

-- Ich akzeptiere und Versprechen liebt es immer! (Eu aceito e prometo ama-lá para sempre!).
 
Dito isso, o padre traz uma pequena almofada vermelha, apresentando duas alianças douradas. Manuel pegou uma e colocou no dedo anelar direito de Felicity. A profetisa fez o mesmo para o noivo e finalmente o padre diz.
 
-- Neste momento em diante, o que Deus uniu, não pode ser separado. Eu os declaro marido e mulher. Herr e frau Neuer, podem se beijar agora.
 
O vampiro puxou delicadamente o rosto de Felicity e a beijou calmamente, sendo aplaudido pelos convidados. Nora chorava ao lado de Sepp pela alegria de sua amiga. Os Pythons também aplaudiam, Palin e Alice se beijavam felizes. Ana e Paul trocaram olhares discretos. Era visível a paixão nascendo entre eles. Lyanna também chorava emocionada. Lembrou-se de seu amado do passado, Rickon, o avô de Felicity. O tempo não foi generoso para ela, quando o amado morreu dois anos atrás. Desde então, Lyanna permaneceu sozinha, apenas se dedicando a concluir o treinamento de Nora e agora ajudar sua neta e a amiga dela.
 
Cruyff acabou por ir embora, não querendo ficar para o banquete. Ele não se despediu de Felicity, mas deixou um pequeno presente: Uma caixa contendo um colar com pingente de rubi e um poema escrito por ele. Fefe guardou o presente longe das vistas de Manuel, contudo, ficou um pouco cabisbaixa por saber que ele não ficou ali para a festa. Antes de o banquete começar, mais convidados adentravam a casa e eram os vampiros do castelo Beckenbauer, inclusive trazendo a humana Odile e alguns membros da Ilha dos Lobisomens, apenas os que conheciam Fefe e tinham de certo modo um respeito por ela. Estes são Bobby Moore, o líder e sua amada, Marianne Jones, o vampiro George Best e a loba Rosie Donovan (que veio mais para reencontrar sua irmã). De inicio os Pythons se sentiram incomodados por estarem diante de Louise. Afinal, fora ela a responsável por suas mortes, mas tiveram de se calar por ordem e consideração a Ana.

Louise conversava com sua prima e acabou por se distanciar do marido. Num dado momento quando saiu para pegar um pouco de ar fresco, avistou uma cena que a perturbou: era Gerd beijando Alice, não como antigamente, mas era inocente.

Seu coração pesou demais como o chumbo. E novamente a tristeza sentida na discussão de dias atrás sobre a morte de Rick, estava voltando. Porém, ela procurou ser forte e aguentar para não demonstrar dor a sua prima.