sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Holiday Romance (8º Capítulo)

Olá pessoal!
Para encerrar outubro no Halloween, vamos ler meu capítulo com 3 Pov's. E devo confessar que está meio grande e deu trabalho mas rendeu boas ideias! Boa leitura!



Capítulo 8: Surpresas da vida


Louise POV

O próximo passo foi abraçá-lo. Pela primeira vez senti algo incrível, uma proteção e segurança nele. E sem falar que ele é realmente fofo, tão fofo que parece um urso de pelúcia.

-- Oh Gerd, como você é fofo. – Eu dizia.

Ele por sua vez estava completamente envergonhado e não sabia se me abraçava ou pedia ajuda. Só o ouvi falando algo em alemão para o goleiro Sepp Maier e eu continuava abraçando-o.
Mickey e Chris aproveitaram a chance e tiraram foto nos seus celulares. Outra vez falei o quanto ele é fofo.

-- Err... desculpe. Eu não falar em inglês. – Respondia ele, num inglês muito esquisito porém engraçado.

Me afastei dele e continuei a olhar em seus olhos. Eram lindos. Agora não sabia como manifestar a ele minha paixão. Não tive outra escolha se não dizer o que ouvi no meu sonho anterior.

-- Ich liebe dich, Gerd Müller! – Falei.

A conseqüência disso tudo foi que todos, eu disse todos, no hospital pararam o que estavam fazendo e direcionaram seus olhares a mim. Até o Bayern inteiro me olhou.
Fiquei tão constrangida e corri para fora do hospital, ignorando Odile que saía do quarto onde estava Franz Beckenbauer.

-- Lulu, volte! Mickey, vem me ajudar!

-- Ok! Muito obrigado pessoal, sou fã de vocês! – Falava Mickey, que conseguiu autografo de todos os jogadores na camiseta.

Do lado de fora comecei a chorar de vergonha. Nunca passei por esse tipo de coisa. Agora era certo que afastei Gerd de mim. Depois disso não irei mais aos estádios com Odile ou com meu irmão.

-- Louise, o que deu em você? Por que disse aquilo?

-- Eu falei aquelas palavras dita no meu sonho. Poxa, era a única forma que encontrei para ele notar que eu o adoro. Eu... não sabia....

Odile me consolou e Mickey chegou logo atrás. No final agradecemos ao segurança que nos levou ao hospital e desejamos uma boa recuperação a Beckenbauer. A mesma van nos levou até o hotel onde estamos hospedados.  No domingo, acordamos cedo para poder aproveitar um passeio de turismo pelas ruas de Madri. Mesmo desanimada, continuei a caminhar com eles e conversando sobre muitos assuntos. Odile também conta do beijo que acabou dando em Franz.

-- Você beijou o Franz Beckenbauer? – Perguntei um tanto chocada e Mickey ouvindo tudo.

-- Beijei sim. Ele me beijou, mas foi um pouco leve. Ai eu acabei continuando, só que mais quente. – Sorria Odile, por lembrar do beijo.

-- Puxa, pelo menos você realizou seu sonho. E eu estraguei tudo. – Me lamentei e em seguida baixando a cabeça.

-- Acontece, Louise. Procura esquecer esse fato e vamos aproveitar o turismo por aqui, pois à tarde precisamos partir ao aeroporto e voltar imediatamente para Londres.
E conseguimos aproveitar muito bem nosso passeio. Tiramos fotos e selfies de nós três juntos. Foi num desses momentos de tirar fotos que acontece algo.
Mickey queria tirar minha foto na praça principal e percebi que Odile ficou um tanto estática e tentou fazer gestos para notar algo.

-- Não se mexa, Lulu. Vou agora tirar a foto.

Mesmo querendo sorrir, desejava saber o que deixou Odile assim.

-- Pronto. Pode ver a foto. – Respondeu meu irmão.

Fui na direção deles e já questionei minha amiga.

-- O que aconteceu?

-- Olha ali perto do restaurante.

Acabei vendo uma parte dos jogadores do Bayern. Estavam ali Uli Hoeness, Paul Breitner, Sepp Maier e... Gerd Müller. Quando o vi, gelei depressa.

-- Caramba, são eles de novo! – Mickey estava empolgado desta vez.

-- Mas você não conseguiu autografo de todos? – Questionou minha amiga.

-- Sim, mas quero ajudar minha irmã.  – E terminando a afirmação, Mickey me arrastou junto para onde eles estavam.

-- Mickey, o que pretende?

-- Esclarecer umas coisas pro seu ídolo!

Não foi preciso mais alguns passos. Os únicos que nos reconheceram foram Sepp Maier e Uli Hoeness.
Tentei fugir igual a uma criança quando vê a agulha da vacina e começa a chorar de medo. Contudo, Mickey segurava meu pulso bem forte para não escapar. Olhei para o lado e vi Paul Breitner conversando com Chris Romanov alguma coisa e Ana bem desligada, fotografava outras paisagens, como se não estivesse nem aí. Pensei em gritar para ela me ajudar. Quer saber, eu gritei mesmo.

-- ANA! Por favor, me ajuda aqui! – Gritei e Ana veio em minha direção.

Só que, Mickey parou diante de Gerd Müller que olhava para o nada.

-- Sr. Müller! – Meu irmão falou como se fosse um chefe. E Gerd se virou para nós. Aquele olhar poderoso... agora posso dizer que os olhos dele eram hipnóticos. A vergonha antes sentida, sumiu rápido. – Eu sou Michael McGold. E esta é minha irmã Louise.
Ana percebeu pelos gestos de Mickey seu pedido de tradução e ela conversou com o jogador com seu conhecimento de alemão fluente.
Ele também começou a dizer mais algumas coisas e Ana responde na tradução.

-- Gerd está pedindo desculpas pela atitude sem ação dele, de quando o abraçou e quando disse “eu te amo”.

Meu deus, outra vez aquela cena de ontem. O constrangimento retornou e acabei cobrindo meu rosto com as mãos, só para ele não me ver daquele jeito. Pude ouvir Gerd dizendo mais coisas e através das minhas mãos, entreabri os dedos e vi que ele estava bem perto de mim.

-- Louise, Gerd está dizendo que seu “eu te amo” foi sincero. Ele gostou e quer lhe retribuir.

Retribuir como? Eu pensei. Recusava-me a tirar as mãos do rosto, para encobrir o mico pagado no hospital. Contudo, um par de mãos grossas tocaram as minhas, me fazendo parar de cobrir a face e finalmente olhei para quem era.  Pude então ver mais claramente a cor daqueles olhos. São pretos. E confesso mais: adoro caras de olhos negros, mesmo que meus “amados” de mentira sejam azuis ou outras cores.

No mesmo instante o atacante tocou meu rosto com as duas mãos e me deu um beijo na bochecha, daquele tipo demorado cinco segundos. Meu coração parou um momento e depois voltou a bater rápido. Era a mesma sensação que tive quando me apaixonei por Jeff Beck.

Pena que o encanto daquele dia terminou. Os rapazes do Bayern tiveram de ir embora e nós para voltarmos logo para Inglaterra.

Durante o vôo, toquei a bochecha direita onde foi depositado o beijo. Deu pra ver o quão tímido ele era. O que importa? Eu gosto dele mesmo assim. Talvez volte com Odile para o estádio em algum novo jogo pela Liga dos Campeões.

Agora era hora de voltar à realidade. Ou seja, para faculdade de Londres. Na segunda-feira, Odile e eu almoçamos juntas no restaurante do campus e depois vimos minha prima Felicity e Marie aparecendo para almoçar junto e carregavam um jornal.

-- Suas doidas, onde se meteram? – Perguntou Felicity, em seguida jogando o jornal, London Evenning Standard, na mesa e na primeira página, já mostra Odile e seu cartaz com a seguinte manchete: “Jovem torcedora conquista o coração do kaiser Beckenbauer.”

-- Fomos para Madri assistir um jogo pela Liga dos Campeões. E foi épico! – Respondeu alegremente minha amiga.

-- Odile, a mamãe ficou preocupada. Sorte sua que papai não surtou. – Falava Marie, a irmã dela.

-- Estou pasma, Louise. – Agora Fefe demonstra um pouco mais de indignação. – Poxa, tentei te mandar mensagens no domingo e você não me respondeu. Quase que os tios me ligam e  eu não saber responder.

-- Calma. Deu tudo certo e também o Mickey foi com a gente. E junto a Anastacia e o irmão dela, Chris.

-- Anastacia indo a um jogo de futebol? – Questionou Marie.

-- Isso é inusitado. Nunca foi do feitio dela.

Apesar dos questionamentos sobre os gostos de Ana, procurei ignorar e voltei aos devaneios. E tudo por causa de Gerd Müller.
Por dias, vi que Odile conversava muito no celular e mais tarde descobri que era o próprio Beckenbauer. Eles haviam trocado telefones e desde então um liga pro outro e às vezes conversam nas mensagens via What’sApp.

Quanto a mim, segui minha rotina... até numa noite, na casa da Rosie quando me preparava para dormir e Odile tomava banho, meu celular apitou uma mensagem.  Verifiquei e era no Whats. Achei que fosse a Fefe, me enchendo o saco por causa da viagem ou meu irmão pedindo mais alguma coisa emprestada. Vi um número de contato jamais visto no meu celular. Conheço todos os números de telefone e aquele com a mensagem, não tinha visto. Resolvi abrir, temendo ser um daqueles vírus de celular. Não apitou o antivírus, significa que não há ameaças, ufa!

Na mensagem dizia apenas “hallo”. Pelo pouco conhecimento, aquela palavra significa olá em alemão. Outra mensagem apareceu e foi ali que percebi quem era.

“Lembra de eu? Gerd Müller. No hospital me abraçou, pedi desculpas e te dei um beijo.”

Era inacreditável. Como o atacante do Bayern soube do meu telefone? Por acaso era mágico ou sabia ler mentes como o Professor X, de X-Men?
Respondi a mensagem.

“Lembro sim. Como pegou meu número?”

Mais uma resposta dele.

“Franz conseguiu para mim, através do amiga dele”

Ótimo. Foi Odile. Deveria ter sacado, agora que ela e Beckenbauer eram unha e carne.  Quando deitei na cama outra mensagem de Gerd veio.

“Se pudesse, quero outro beijo, mas não simples como foi este dado por último”

Então ele gostou do beijo? E será que ele notou minha intenção em receber um beijo dele? Mil questionamentos na mente e eu com celular trocando mensagens com um jogador.

Aquele foi o inicio de muitas trocas de mensagens com ele.




Ana POV

Desde a aventura no estádio não consegui descansar direito. E muito menos estudar. Nora e Marie chegaram a me dizer que precisava de repouso e um tempo livre só meu. E foi o que fiz.
Quinze dias se passaram desde que assisti o jogo de futebol pela Liga dos Campeões da UEFA e agora estou no quarto acessando meu Facebook. Além de mim, moram Felicity, Nora e Marie no apartamento perto do campus da Universidade.  Durante as visualizações, aparece uma solicitação de amizade de um tal de Paul Breitner.

-- Quem é ele? – Me perguntei e resolvi dar uma “fuçada” no perfil dele, só pra confirmar se ele existe ou é fake.

A principio vi muitas informações dele, mas as fotos estavam bloqueadas. Resolver não dar importância nisso e fui ver o Twitter e ouvir um pouco de música no Last Fm. E mais surpresas. O tal Paul Breitner também me adicionou no Last Fm e ficou comprovado que nossa compatibilidade musical é enorme. Bom saber que ele curte The Smiths e Morrissey.
No Twitter ele começou a me seguir. Aquilo já estava me preocupando. Resolvi dar uma passada no Blogger onde tenho um blog só de fotos e lá coloquei as que tirei em Madri.
Nova surpresa. Ele também segue me blog e comenta numa das fotos o seguinte.

Você fotografa muito bem. Devia ter conhecido o outro lado da cidade.

Aquilo já é demais! Primeiro me adiciona no Facebook, agora no Twitter, Last e Blogger. E afinal como ele soube dos meus endereços das redes sociais que participo?
Resolvi passar o antivírus no notebook, pois pode ser um desses tipos que invadem o sistema, burlando todos os bloqueios.
Nada consta de ameaça no note. O que é bom sinal. Agora preciso saber quem foi que me adicionou.

No dia seguinte, resolvi procurar Odile e Lulu, já que soube que elas estavam de papo com aqueles dois jogadores do Bayern de Munique, Franz Beckenbauer e Gerd Müller.
-- Não fui eu, Ana. Pode ter certeza que Franz não perguntou nada de você. – Disse Odile enquanto ajeitava o figurino.

-- Nem de mim. Sou inocente. – Disse Lulu, ainda digitando no celular.

-- Droga! Afinal quem passou minhas informações? – Me questionei o tempo todo. A única pessoa no mundo que poderia ter feito... era meu irmão!

-- Chris!

-- Que foi, maninha? – Perguntou meu irmão, fazendo mais um dos seus desenhos arquitetônicos.

-- Foi você que passou meus endereços de redes sociais para um tal de Paul?

-- Se for o McCartney, ele tem namorada, querida.

-- Engraçadinho! Falo de um tal de Paul Breitner. Quem é ele?

-- Ah sim. Ele é jogador de futebol. É do Bayern de Munique.

Era tudo que precisava. Meu irmão entrega minhas informações a um jogador de futebol que mal e mal vi no jogo, com exceção do Beckenbauer e Müller.

-- Mas por que, Chris? Se o Clapton descobre, eu...

-- Relaxa, maninha. Me entendo depois com ele mas a verdade é que Paul gostou de você. Quis te conhecer e saber o que estava lendo o tempo todo no IPad.

-- Juro que não vou perdoá-lo, Chris.

Depois disso, não fiz mais nada e nem tive mais coragem de ver. Por esses dias notei meu namorado conversando com certa freqüência com minha amiga, Rosie Donovan. De inicio pensei que fosse apenas por amizade ou coisa assim. Contudo, vi mais que isso. Até quando espero alguma atenção dele, Eric parece estar distraído, distante de tudo e fechado pro mundo. Tenho certeza que não é problema com os pais adotivos.

Na quinta-feira, ele e eu resolvemos conversar sobre um trabalho da faculdade e recebi uma resposta.

-- Não dá mais, Ana. Já solicitei minha troca de curso pro próximo semestre.

-- Amor, prometi que vou te ajudar nos estudos. Pra quê isso?

-- Eu não gosto de literatura russa e odeio ler aqueles livros. Já falei mil vezes pra você. E não entendo como não vê minha insatisfação?
Fiquei quieta com essa revelação. Eu devia ter dado apoio ao Clapton e não forçá-lo a continuar num curso que o deixe infeliz. Em vez disso bati na mesma tecla diversas vezes mais.

-- Me desculpe meu amor. Eu devia ser mais atenciosa. – Abracei meu namorado e segui falando. – E para qual pretende fazer?

-- Vou fazer História com meu amigo Graham.

Quando ele falou História, imediatamente lembrei-me de Rosie. Ela também cursava junto com Graham Bond, o namorado de Marie. Será que ele....? Não pode!

Não consegui dormir a noite pensando na possibilidade de Clapton me trocar pela Rosie. Afinal, ela é bonita com seus cabelos vermelhos e olhos verdes. O que a deixa “diferente” das garotas é o fato de ter uma prótese na perna esquerda, devido um acidente de carro. Com tudo isso... existem tantos cursos melhores do que História.
Clapton pode muito bem optar por Música.

Para esquecer isso, resolvi ligar o notebook e voltar a acessar meu Facebook. Lembrei que nas solicitações de amizade, não respondi a de Paul Breitner. Mesmo com a justificativa de Chris, não quis aceita-lo. Porém, eu não cliquei para aceitar ou não. E mais questionamentos veio na mente do tipo, como um jogador conseguiu me notar na multidão agitada?

Então, nada melhor do que aceitar aquela solicitação e mandei uma mensagem para ele. Não demorou muito e ele logo me respondeu.

Olá, Anastacia! Como vai você?

Além de jogador, é educado. Continuei a responder.

Um pouco bem. Não consigo dormir.

Não podia dizer logo de cara o motivo do meu desanimo mas Paul demonstrou muito interesse e atenção para mim. E isso admiro muito num cavalheiro.

Se quiser desabafar comigo, não há nenhum problema.

Assim como aconteceu com Louise e Gerd se comunicando via What’s App, Paul e eu trocamos idéias sobre livros, aplicativos de computador, aventuras dos seriados e coisas bem nerds.



Felicity POV

Faltava um dia para a grande festa de Halloween, realizada por mim e outros alunos calouros da universidade. Minhas amigas, mais as irmãs Fitzwilliam e uma turma de amigos do quarto ano me ajudaram na decoração do salão de festas. Na semana passada enviei para todos o convite do evento via Facebook e mensagens no What’sApp.  Verifiquei quais pessoas confirmaram presença e resolvi dedicar mais nas preparações decorativas. Percebi que minha prima Louise anda conversando com alguém no celular.

Por muitos meses, desde que ela inventou de assistir um jogo de futebol no estádio, vem estado diferente. Talvez mais alegre e ria de alguma coisa no celular. Pensei em perguntar quem era a pessoa ou se ela conheceu algum rapaz neste meio tempo.

Decidi ver quem era a pessoa.

-- Quem é o cara, Louise? – Perguntei e já me sentando ao lado dela pra ver. Lulu foi mais esperta e tapou a tela com a mão.

-- Ninguém que você conheça!

-- Ok... – Disse e quando sai de perto, aproveitei a distração dela e peguei o celular de sua mão.

-- Ei, Fefe! Me devolve! – Louise tentava pegar o celular das minhas mãos e por ser mais alta que ela, me deu vantagem.

-- Não sem antes de me mostrar quem é essa pessoa com quem ta conversando.

Comecei a vasculhar o bate papo e vi uma foto enviada. Abri e me deparei com um jovem rapaz muito atraente por sinal. Cabelos e olhos negros, cara de bom moço e usava uma camiseta de time. Reconheci de cara que era do Bayern de Munique, da Alemanha.

-- Quem é esse cara? – Perguntei, rindo.

-- Ninguém! – Lulu estava furiosa comigo e tirou o celular das minhas mãos. – É... um colega, nada mais!

-- Ele me lembra alguém.... – Falei e parece que a deixei apreensiva.

-- Não lembra nada! Agora me deixa!

Não pensei que Lulu pudesse mudar assim de uma hora pra outra. Bem, era melhor se focar nas atividades. Aproveitei a tarde para ir ao Hotel Hilton, localizado no centro de Londres. Lá, meu pai trabalha como gerente do hotel e naquele dia iria receber hospedes ilustres. É ninguém menos do que o time alemão Bayern de Munique.  Meus irmãos, Jonathan e Brandon me pediram expressamente autógrafos dos jogadores e eu como toda boa irmã, prometi cumprir esta missão.
Fiquei na recepção conversando com Harry, o porteiro, até estacionar na entrada um ônibus bem personalizado de vermelho e o escudo do time bávaro. Primeiramente desceu o técnico do time, Pep Guardiola e depois os outros jogadores.

-- Fique aqui, Felicity. Vou assumir agora o trabalho. – Disse meu pai, ajeitando rápido a gravata.

-- E o autógrafo nas camisetas?

-- Depois, filha. Depois.

Papai recepcionou bem Guardiola e os outros. Eu fiquei na espera só um pouco e logo ataquei de supetão com a ajuda do porteiro (Harry é fluente em alemão) e pedi para alguns jogadores (não todos) para autografarem as camisetas. Lembro que Bran pediu de somente um, o tal Gerd Müller. Harry me apontou onde o atacante se encontrava e lá fui eu, caçar assinaturas nas camisetas. Depois de assinado, olhei bem pra cara dele e imediatamente lembrei-me do cara na foto do celular visto de Louise no What’sApp. Por curiosidade fui perguntar, mas eles foram para os quartos.

Não foi desta vez a minha decisão de investigar as coisas realmente darem certo.

Na saída, encontrei um rapaz bem vestido e cara de nerd, me lembrando um pouco Clark Kent, feito pelo Christopher Reeve.

-- Olá! Sou Edmund Jones, sou jornalista do The Guardian e queria saber se o Bayern de Munique está hospedado aqui?

-- Está sim mas... – Antes de dizer mais coisas, o jornalista mostra suas credenciais e notei o quanto ele é parecido com a amiga de Rosie, Marianne Jones. – Você é parente de uma garota chamada Marianne Jones?

-- Sim. Sou irmão mais velho dela. Você deve ser a Felicity, não é?

-- Sou sim. – Respondi alegre.

-- Mari me falou muito de você e suas amigas por email. Hoje tenho de entrevistar apenas o técnico Guardiola, mas preciso do contato do assessor de imprensa alemã.

-- Ora, por que não disse antes? Deixa comigo!

Falei com Harry e pedi para ele ligar ao interfone e pedir para o assessor de imprensa do time alemão vir conversar com um jornalista britânico. Dito e feito, o assessor veio ao nosso encontro e Edmund foi muito educado e conseguiu não só a entrevista do Guardiola e sim eu, Felicity, ajudá-lo a fotografá-los.  

Enquanto tirava fotos deles, Edmund recebe uma ligação de Marianne.

-- Sim, entendi Mari. Tô aqui entrevistando os jogadores. To carregando a sacola com a fantasia e não esqueci a focinheira...

Quando ele falou em focinheira, visualizei a sacola e continha uma calça cinza de presidiário (ao menos é parecida), camisa de força e lá estava a focinheira.
Franz sem querer chutou o saco e tirou tudo dali, espantando os presentes.

-- Certo. Vou levar amanhã. Tchau! – E em seguida desligou o celular.

O capitão do Bayern tentou falar algo em inglês, mas sofrível.

-- Esta é seu fantasia? – Perguntou

-- Não. É da minha irmã. – Respondeu Edmund, arrumando e guardando tudo na sacola. – Ela tem uma festa de Halloween na Universidade de Londres.

-- Universidade.... de Londres? – Agora quem questionou era Paul Breitner.

-- Sim.  Minha irmã estuda lá.

-- Eu conheci uma menina no jogo da Liga há uns meses atrás e quero muito ir vê lá.  Tem como me levar? – Paul estava interessado. Edmund pensou e acabou aceitando contudo, intervi nesta história.

-- Não permitem pessoas de fora lá na festa. Só universitários. – Depois de ter dito, acho que minei as chances deles e ficaram de repente desanimados e Edmund desolado. Era melhor correr o risco. – Se quer ir mesmo nesta festa, terá de usar uma fantasia que ninguém o reconheça. Se a faculdade descobre, acabo me ferrando e junto às pessoas que me ajudaram. Você quer ir ou não?

-- Sim! – Paul aceitou de cara.

-- Ich auch! Eu estar lá também! – Franz que até então não se manifestou, acabou respondendo e juntamente Gerd Müller, Uli Hoeness e Sepp Maier. E junto o reserva Manuel Neuer.

A responsabilidade estava caindo em mim.

Combinamos de encontrar o grupo alemão as cinco da tarde no hall de entrada. Não sei e nem perguntei ao Franz como conseguiram enganar o Guardiola para permitirem eles de freqüentar a festa universitária. Para a sorte deles, o próximo jogo da Liga seria contra o Manchester United e só daqui uma semana.

Edmund me levou ao hotel e levamos nossos visitantes para a casa dos pais da Mari. E aproveitei para carregar minha roupa. Um vestido medieval que minha mãe conseguiu confeccionar e junto uma espada. Sim, uma espada estilo valiriano do mundo de Game Of Thrones.

Marianne Jones nos recebeu do lado de fora.

-- Edmund, que bom que veio. Fefe, que saudades! – Mari nos abraçou e cumprimentou os jogadores. Ela sabe do meu plano. – São eles, Fefe?

-- São sim. Olha, tem fantasias para eles irem? De preferência algo que não os reconheça.

-- Eu e o Edmund temos um guarda-roupa especial destas roupas. Entrem logo!

Quando entramos na casa de Mari, o irmão dela tratou de pegar todas as roupas disponíveis e eles aceitaram numa boa. Sepp se vestiu de Leão Covarde, do Mágico de Oz. Manuel optou por ser o Lanterna Verde. Uli era indeciso e ajudei a escolher uma roupa legal e no fim quis ser o Batman. Gerd Müller logo de cara decidiu ser o Drácula e inclusive Mari colocou um pouco de tinta vermelha na roupa para representar pingos de sangue e um pouco na boca. Paul Breitner foi o que deu mais trabalho. A roupa de Homem Aranha era um pouco apertada e a máscara mal dava para cobrir sua cabeça devido ao cabelo dele que era enorme.

Foi preciso eu, Mari e Uli para arrumar um pouco aquele cabelo e depois colocar a máscara e ainda assim, ele se queixou por causa da dificuldade em respirar.
E por fim restou Franz Beckenbauer. Ele demorou um bocado para escolher. Neste meio tempo aproveitei em tomar banho e me vestir logo. Mari fez o mesmo porém não vestiu ainda sua camisa de força, pois preferiu ajudar Franz escolher uma roupa boa pra vestir. Retornei na sala e ainda sem resultados.

-- Poxa vida, Franz! Não tem muitas opções. Escolha uma roupa e vamos logo! – Apressei o alemão. Já estava impaciente.

-- Eu ser péssimo de escolha. – Franz me responde com seu inglês quase fajuto. Tive de morder a língua pra não rir. O único que conseguia falar em inglês fluentemente era sem dúvida Paul Breitner.

-- Quer uma sugestão? Use essa do Jack’O Lantern. O símbolo máximo do Halloween e ninguém vai te reconhecer. – Disse Edumund, mostrando a roupa e vi que ela se encaixa perfeito para o porte físico do zagueiro.  – Contudo, vai ter de usar essa abóbora na cabeça. É sério!

O irmão de Mari mostrou a dita cuja de plástico e para a surpresa de todos, acabamos rindo. Até eu. Tive pena do capitão.

-- Ok, vestir isso não ser bom. Minha única escolha...

E lá foi Beckenbauer se vestir de Jack O’ Lantern e colocar a abóbora na cabeça. Encaixou bem só que o problema eram os furinhos dos olhos. Mari pegou um estilete e cortou um pouco mais, aumentando os furos para dar visibilidade maior para Franz.

Mari pede ajuda para o irmão vesti-la com a camisa de força quando a campainha toca. Abri a porta e revelou ser Ginger Baker, o namorado dela. Ginger faz Direito e está vestido de Will Graham, personagem da série Hannibal, que alias, a fantasia de Mari era justamente do famoso médico canibal. Sempre achei Mari muito doida, mais que minha prima. Desta vez o nível de loucura ultrapassou os limites.

Ginger trazia um carrinho igual visto nos filmes de ação, quando o prisioneiro é altamente perigoso e é preciso transportar de uma penitenciaria pra outra, ele deve ficar imóvel.

-- Está pronta, pequena Hobbit? – Perguntou Ginger, ansioso.

-- Sim. Ai Edmund, amarra direito essa camisa!

-- Eu to tentando, calma!

Edmund consegue amarrar Mari e eu a ajudei a colocar a focinheira. Pra falar a verdade, ela estava uma autentica Hannibal Lecter. Os alemães estavam assustados com aquilo, mas Paul os tranqüilizou e assim partimos rumo Universidade. Mari e eu fomos no carro de Ginger e os alemães foram com Edmund.

Nem deu vinte minutos e conseguimos chegar a tempo.  Na entrada do salão, avistei Mary Anne McCartney, irmã de Paul e Evanna Davies, prima dos irmãos Davies e da detestável Jenna e... namorada de Pete. Cada vez que pensava no narigudo meu coração doía mais, mesmo estando com Eric Burdon.

Meu namorado me vê e logo me beija na frente dos meus convidados especiais.

-- Amor, fiquei preocupado. Por que demorou?

-- Desculpe, fui pra casa da Marianne ajudar nas fantasias dela e dos meus amigos. – Mostrei a turma germânica para Burdon, que deu de ombros. Notei que Manuel não gostou disso. Não quis me questionar mais e fomos todos juntos para a entrada.

-- Oi Fefe. – Cumprimentou Evanna. – Adorei sua fantasia. É a Mérida do filme Valente?

-- Se fosse a Mérida, meu cabelo seria ruivo e cacheado e não liso e preto. Adorei como vocês ficaram, Sherlock e Watson. Benedict e Martin agradecem! – Respondi em tom de brincadeira.

--  Obrigada, Felicity, creio que o Benny e o Martin vão adorar. Nomes por favor... – Mary Anne pronta para anotar e sem querer Franz responde e eu intervi mais uma vez.
-- Mary, Evanna, é o seguinte. Eles são... – Mesmo detestando mentir, era necessário. – Alunos intercambistas vindo da Alemanha. A recém se matricularam e eu os convidei como forma de boas vindas.

-- Sabe que não é aceito isso. – Alertou Mary Anne, séria.

-- Eu sei. Vou assumir toda responsabilidade. Prometo não ferrar vocês. Por favor...

Elas pensaram um pouco, no final foi aceito e conseguimos ficar no salão de festas totalmente decorado da festa. Sentamos no sofá redondo, que continha uma mesa redonda cheia de petiscos e copos para quem quisesse beber um ponche ou outra bebida.

-- Fiquem aqui! Vou ver os convidados e .... – Parei de falar quando visualizei no celular de Gerd uma foto de minha prima.  – Escuta, onde conseguiu essa foto?
Gerd gelou um pouco de medo e Paul veio em sua defesa.

-- Ele conheceu a menina no hospital.

-- Hospital? Como assim?

-- É uma longa história...

Paul me contou do jogo pela Liga dos Campeões ocorrido em maio deste ano, quando o Bayern confrontou o Real Madrid. Nesta hora lembrei daquele dia ao ver no jornal a manchete onde Odile e Lulu ficaram conhecidas pela torcida do time bávaro, ao mesmo tempo outra recordação veio na mente: a foto do cara misterioso de Lulu. Paul admite que tem uma foto de Ana no celular, no qual me mostrou. Sim!

Eu sabia que conhecia aquele rosto! Ao final da história contada, encarei os alemães e falei rindo.

-- Vocês me aguardem só uns cinco minutos? Preciso fazer uma ligação.

Me afastei deles e peguei logo o celular, digitando mensagens para as três amigas.

Para Lulu foi esta aqui:

AHA! Descobri quem é o tal carinha que você anda conversando. Por que não me disse antes?

Nem deu cinco minutos e Louise me responde assim:

Me desculpe. Não queria que soubesse disso por medo de me dedurar pro meu pai.
Por dentro ria da situação e agora mandei uma mensagem para Odile:

Agora entendi por que você ficou tão famosa no campus. Não sabia que Franz Beckenbauer está  louco por você!

Odile logo me respondeu:

Ah desculpa Fefe! Tinha medo da Marie encher de perguntas. E como você  sabe? Franz falou com você? Ele falou de mim?

A próxima era Anastacia:

Tem um jogador alemão aqui no hotel onde pro meu pai trabalha e tem uma foto sua no celular. Eric sabe disso?

Ana respondeu:

Foi meu irmão que fez isso. Ele passou meus contatos pro Breitner e eu e o Eric estamos mais pra do que pra cá. Explicarei depois sobre isso na festa.

Após a última mensagem de Ana, fiquei bastante curiosa. Estava explicado tudo isso sobre os jogadores, seus motivos e por que estavam animados por estarem na Universidade em plena festa.

Acabei indo ao banheiro para me acalmar e me maquiar. Quando terminei, ouvi gemidos vindo de uma das cabines e avistei meu namorado (agora decretado ex) transando com Meg Johnson, a ninfomaníaca da faculdade. E pivô do termino do namoro de Louise e Jeff Beck.

Sai do banheiro enfurecida e louca pra matar aqueles dois. Agora estou livre. Eric Burdon não faz mais parte de minha vida.

-- Felicity! – Minha amiga Alana Watson me chama. Ela estava toda gótica e a English Band, no qual faço parte também gótica nas vestimentas. – Vamos tocar agora?

Mesmo abalada com a revelação e com a traição imperdoável de Burdon, não deixei que isso me impedisse de cantar. Subi no palco e cantei alguns sucessos do indie rock!


Continua...

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Holiday Romance (7º Capítulo)

Olá pessoas!
Novo capítulo de Holiday, escrito por Mariana Greyjoy. Odile cara a cara com seu ídolo Franz Beckenbauer, Lulu revelando sua paixão por Gerd Müller e as "pérolas" que os alemães falam em inglês. Boa leitura!



Capítulo 7: Der Kaiser


Odile POV

Quando me vi em todos os telões do estádio, segurando aquela cartolina meio amassada de tanto que eu abria para conferir se aquelas frases em alemão estavam inteligíveis, não acreditei que fosse verdade. Era tudo muito surreal. Até meus amigos ficaram sem reação com aquilo tudo.

--Vejam só! – Disse um dos narradores do  jogo. – Beckenbauer está roubando muitos corações ultimamente!

--Pois é – Respondeu o outro, a câmera focou em Franz e os telões mostraram a sua reação. - Ele ficou um pouco envergonhado! Mas pelo visto gostou da homenagem! – Franz estava um pouco corado e deu uma piscadela pra câmera e eu quase caio dura no chão, de tanta alegria.

Louise me ajudou a guardar o cartaz na mochila, enquanto Mickey postava a foto no Instagram daquele momento em que nós ficamos famosos no estádio.
-- Cara, eu deixo você sozinho por algumas horas e você já fica famoso? – Olhei para trás e vi que os irmãos Christopher e Anastácia Romanov se aproximando e se sentando perto da gente. Eles nos cumprimentaram e Christopher se sentou ao lado de Mickey, enquanto Anastácia se sentou a meu lado.

-- Pensei que não gostasse de futebol, Ana. – Disse eu. Nós duas fazíamos um curso sobre cinema contemporâneo, junto com Nora Smith, aos sábados e eu sabia que só o namorado dela e o irmão que eram malucos por futebol ali.

--Mas eu não gosto. – Respondeu ela. – Meus pais me obrigaram a vir, disseram que eu estava estudando muito e precisava conhecer algo novo e cá estou aqui.

Rimos e o jogo começou. Expliquei quem era quem ali para Louise para ela não ficar perdida e ela me encheu com milhares de perguntas sobre Gerd Müller, sobre o que ele fazia sobre o que ele gostava e outras coisas.

-- Amiga, é impressão minha ou você ta tendo uma crush pelo Gerd? - Perguntei para ela. Ela ficou da cor da minha camiseta do Bayern, vermelha.

-- N-não! – Respondeu ela. – Eu só o conheço faz poucas horas, como eu vou ter uma crush pelo cara?

-- Sei lá! – Respondi. – Você não disse que se apaixonou pelo Ikki no primeiro episódio de Saint Seiya que assistiu?

-- Foi. – Respondeu ela, um pouco pensativa. – Mas eu não to tendo uma crush pelo Gerd não!

-- Sei – Respondi. Ela estava tendo uma por ele sim.

O primeiro gol do Real saiu aos 15 minutos de jogo e foi feito pelo James Rodriguez. Chris Romanov gritou feito um louco e tentou fazer com que sua irmã também gritasse junto, uma tentativa frustrada, pois eu já estava ficando brava. Aos 20 minutos, Uli Hoeness sofreu pênalti e quem foi cobra foi Paul Breitner, o primeiro gol do Bayern saiu e foi a minha vez e de Louise e Mickey de ficarmos louco no meio da torcida.

-- Tô amando esse jogo! – Gritou Louise para mim, enquanto a torcida gritava “Bayern! Bayern!”. – Quando você for a outros jogos do Bayern você pode tratar de me levar!

--Pode deixar!

O primeiro tempo acabou e fomos comprar alguns lanches para nós. Fiquei conversando com Mickey e Chris sobre a compra que o Real pensava em fazer de Paul Breitner depois da Copa do Mundo que estava por vir e também sobre o último GP de Fórmula 1. Enquanto Ana e Lulu conversavam sobre Karekano, um mangá que elas estavam lendo juntas.
Voltamos para nossos lugares e quando chegamos lá, havia um homem com mais de dois metros de altura, vestindo um terno preto e com um ar muito sério.

-- É você a menina do cartaz? – Disse ele num inglês sofrível.

-- Sou eu sim – Respondi. Ele me entregou o um bilhete e saiu. – Ih, ele ta todo em alemão.

-- Me deixa ver isso aqui. – Anastácia pegou meu bilhete, abriu o tradutor do Google no seu Ipad e traduziu ele. – Olha, hoje é o seu dia de sorte! Ele disse aqui que depois do jogo, ele quer conhecer você e seus amigos!

Quase cai dura no chão. Se não fosse Christopher para me segurar, eu tinha já caído nos bancos do estádio. Passei o resto do segundo tempo todo tentando controlar a minha ansiedade, mas estava um pouco difícil.
Até que aos 30 minutos do segundo tempo, Franz acabou dando uma trombada feia numa tentativa de uma roubada de bola do Cristiano Ronaldo, este conseguiu se levantar, mas Franz não. Ele acabou ficando no chão, ali jogado por bastante tempo.

-- Ai meu Deus! – Falei apertando a mão de Lulu.  – Será que ele esta bem?

-- Parece que ele se machucou feio! – Falou ela para mim. Eu estava com medo que isso fosse acontecer e acabei meio que sem querer cravando as minhas unhas na mão dela com força, enquanto observava os médicos se aproximavam de Franz, que ainda estava estirado no chão – Odile, está me machucando!

Larguei da mão dela e pedi desculpas por aquilo tudo. Ela apenas balançou com a cabeça e observou os outros caras do Bayern se aproximarem de Franz e dos médicos.

-- Odile, você não vai querer saber o que aconteceu! – Disse Chris. Ele se sentou ao meu lado e colocou um dos fones que ele usava para escutar a partida pelo rádio em meu ouvido.

--É Bill. – Disse o jornalista. – Franz Beckenbauer esta com a clavícula quebrada! E Gerd Müller e o resto do Bayern estão prontos para matar o Cristiano Ronaldo!

Ao ver a gravidade da trombada, o juiz, acabou dando um cartão amarelo para Cristiano e ele acaba ficando bravo com o juiz e brigando com este. Gerd Müller que já estava bravo com Cristiano pelo fato de ter derrubado Franz, acabou ficando furioso e entrou na briga também, desferindo um grande tabefe na cara de Cristiano. Sepp Maier saiu de seu gol e tentou segurar Gerd, porém não conseguiram. Foram precisos quatro jogadores para segurar Gerd e mais dois pra tirá-lo de perto de Cristiano, enquanto este fazia brincadeiras para deixar o alemão mais furioso.
-- Agora eu que tô com vontade de bater no Cristiano! – Gritava Louise ao meu lado.

-- Eu já não gostava dele. – Falei – Agora eu o odeio!

Continuei a escutar rádio com Chris e os jornalistas continuaram a contar como estava a situação da lesão de Franz.

-- Espera! Ele esta se levantando! – Gritou o jornalista chamado Bill. – Ele vai voltar a jogar, é isso mesmo Arthur?

-- Sim, Bill! – Gritou Arthur do campo, me deixando com um pouco de dor de ouvido – Beckenbauer esta se levantando e disse que vai jogar de ataduras e gases atadas ao corpo!

Sai Beckenbauer e entra o Kaiser, pensei comigo mesma. Achei que Guardiola iria substituí-lo, mas Franz se recusava a fazer isso, uma atitude muito ousada. Era por isso que eu o amava tanto.
-- Kaiser! Kaiser! Kaiser! – O estádio inteiro gritava por ele, até os torcedores do Real.

-- Ele está mesmo mostrando que é realmente o Kaiser da Alemanha! – Gritou Mickey.

-- Não só da Alemanha, mas do mundo e da Odile também! – Respondeu Chris rindo.
Dei um beliscão em Chris e ele soltou um pequeno “Ai!” e todos começamos a rir daquilo.

-- Por que você não mostra o seu cartaz de novo? – Sugeriu Ana.

-- É uma ótima idéia! – Abri o cartaz e novamente apareci nos telões.

-- Rápido Odile, escute isso! – Chris colocou de novo o fone em meu ouvido e vi que os dois narradores só falavam de mim.

-- Parece que esta mocinha arrebatou o coração do Kaiser! – Disse Arthur.

-- Ela pode se sentir sortuda a partir de agora! – Disse Bill – Talvez ela possa ser a nova rainha da Alemanha!

O jogo retomou e Franz jogou como nunca, marcando e driblando sem se importar com a dor e com seu machucado. Gerd conseguiu marcar um gol e Lulu foi à loucura, junto com o estádio todo, mas o juiz deu como impedido.

-- ONDE ELE TÁ IMPEDIDO, ME FALA, SEU JUIZ! – Eu estava muito brava já e não seria Gerd Müller que mataria este juiz.

--Calma Odile! – Dizia Chris – Assim vão achar que somos malucos!
--MALUCOS AONDE? ESSE JUIZ TÁ ERRADO E EU SOU A MALUCA AQUI? – Ok, eu estava muito brava.

O juiz consultou os bandeirinhas e esses afirmaram o gol como válido e eu acabei ficando um pouco  mais aliviada. Mas faltando dois minutos pro fim do jogo o Real consegue marcar o seu segundo gol, empatando em 2 x 2 pro Real.Chris comemorou gritando na minha orelha e eu quase bati nele. O jogo terminou e nós saímos de nosso lugar na arquibancada e seguimos pelo corredor onde os torcedores estavam saindo e encontramos aquele segurança enorme que tinha me dado o bilhete de Franz.

-- Menina do cartaz! – Gritou ele – Você e seus amigos vêm comigo!

-- Mas pra onde? – Perguntou Mickey.

-- Apenas me sigam! – Disse ele.
Seguimos ele e saímos para fora do estádio, onde encontramos uma van toda preta e com os vidros também pretos.

-- Entrem, por favor! – Disse ele.

-- Tem certeza que vocês não são mafiosos como o pessoal do Poderoso Chefão? – Perguntou Louise.

-- ENTREM LOGO! ANTES QUE VOCÊS PERCAM ESSA OPORTUNIDADE DE CONHECER O FRANZ! – Gritou o segurança. Com medo, entramos todos na van e depois ele fechou a porta com força e disse alguma frase em alemão e o motorista ligou a vã e começou a dirigir.

-- Será que ele está muito machucado? – Perguntou Ana para mim.

--Acho que sim. – Respondi com a voz um pouco tremula. Ela segurou minha mão e sorriu para mim.

-- Vai dar tudo certo! Eu tenho certeza. – Respondeu ela.
Pouco depois a van parou e o segurança alemão abriu a porta. Estávamos na porta do hospital do Central de Madrid.

--Alguém aqui esta doente? – Perguntou Chris.

--Seu trouxa, a gente veio ver o Beckenbauer! – Respondeu Mickey.

Olhei em volta e vi muitos fotógrafos e repórteres em volta do hospital, tentando entrar nele ou conseguir uma entrevista com alguém dali. Seguimos por um pequeno corredor atrás do hospital e entramos nele por uma pequena porta onde sós funcionários tinham acesso. Tomamos um elevador e fomos para no terceiro andar do prédio.
Quando saímos deste, andamos por longo corredor e quando chegamos ao final deste, ao lado do último quarto, o time do Bayern de Munique sentado no chão, perto da porta do quarto onde Franz estava.

-- OH MEU DEUS! – Gritou Louise atrás de mim. Todos olharam para nós e comecei a sentir o meu corpo todo tremer – Olha amiga! É o Gerd Müller! Ai Meu deus ele é lindo!

Não tive tempo de responder, pois o segurança me puxou pelo braço, abriu a porta do quarto e me colocou lá dentro.

-- Mon dieu! – Quando dei por mim, Franz Beckenbauer estava sentado na cama, sorrindo para mim!

-- Gunten Tag! – Disse ele em meio à dor.

-- Gu-gu-te tag – Disse eu. Estava tremendo tanto que mal conseguia andar.

Aproximei-me da cama dele e tentei sorrir, mas continuava a tremer demais.

--É você ser a moça do cartaz? – Perguntou ele.

Tirei a cartolina da bolsa e mostrei para ele.

-- Eu realmente adorar esta cartaz! – Disse ele. Ele estava tão lindo quanto o wallpaper que eu tinha dele no meu celular. – Você me motivara a continuar a jogo!
Quando ele disse isso eu quase morri. Eu fora a causa dele continuar a jogar! Eu não estava conseguindo acreditar! Alguém me belisque para eu saber se é verdade ou não!

-- Sério? – Perguntei ainda incrédula.
-- Yah! Wie heisst Du? – Perguntou ele. Droga! Eu devia ter me inscrito nas aulas de alemão como o papai havia me sugerido! – Me desculpa, acho que você não falar alemão, como se é o seu nome?

-- Odile Greyhound. – Respondi, tentando não rir.

-- Você ter uma nome muito bonita. – Respondeu ele sorrindo.

-- Você é fofo demais. – Falei.

-- O que você disse? Eu não entender sua língua muito bem.

-- Sie sind ein fluffy! – Era uma das poucas frases em alemã que eu havia aprendido com o meu ex-namorado, Niki Lauda.

-- Vielen Dank! Sie sind! – Respondeu ele.
Senti que eu estava ficando corada, ele continuava sorrindo. Sentei-me ao lado dele na cama e ele se aproximou de mim, murmurou algo em alemão e roubou um pequeno beijo, e depois sorriu. Por dentro eu estava soltando fogos de artifício, mas por fora me controlei. Me aproximei dele e roubei-lhe um beijo, mas só que desta vez o beijo foi mais quente.

-- Ai, essa machucado esta matando eu. – Disse ele, quando tentava me abraçar.  Ele pegou o celular dele que estava no criado mudo na cama e me entregou – Coloque sua numero por favor, para eu ligar pra você depois!
Digitei meu número no celular dele e adicionei este aos contatos.

-- Agora me passa o seu. – Falei. Ele me disse o numero dele e eu salvei nos contatos do meu celular.

-- Rufst Du mich oder ich Dich an? Eu te ligo ou você me liga?  - perguntou ele.

-- Pode ser você! – Respondi sorrindo.

Pouco depois o médico entrou no quarto e disse que iria levar Franz para a cirurgia. Colocaram-no numa cadeira de rodas e levaram ele para fora do quarto.

-- Pass auf Dich auf! – Falou ele. – Eu te ligar depois!

Acenei para ele e sai do quarto, e encontrei minha amiga...abraçada com Gerd Müller.


Continua...


domingo, 26 de outubro de 2014

Hold Me, Thrill Me, Kiss Me (Oneshot What If - Grindhouse)

Olá pessoas! Hoje vamos postar mais uma what if e ela faz parte da sub série "O Casamento de Paul Breitner e Anastacia Rosely". É imprescindível a leitura desta fic para entender essa nova postagem. E mais um aviso: Esta oneshot contem cenas NC-17 (cenas para maiores de 18 anos). Esta é a segunda vez que escrevo assim (a primeira foi em PS I Love You, John. Está neste blog para quem quiser ler) e para finalizar, leiam ouvindo KC And The Sunshine Band - That's The Way (I Like it) na cenas da discoteca e Spice Girls - 2 Become 1. E no final da fic She & Him - Hold Me, Thrill Me, Kiss Me. De resto, boa leitura!



-- Já falei mil vezes, Odile. Não quero outro cara na minha miserável vida, que alias, tá uma merda! – Reclamava Louise, se arrumando para sair com sua amiga, Odile Greyhound e o namorado dela, o jogador Franz Beckenbauer.

-- Calma. Franz garantiu que ele é muito gentil, atencioso. E ele também saiu de uma relação complicada.  – Explicava Odile, enquanto pegava sua bolsa.

Sabia que a amiga tentava de tudo para conseguir alguém para alegrar outra vez sua vida após o termino nada agradável com piloto de Fórmula 1, James Hunt.  Quando enfim saíram, Franz abriu a porta do carro para as duas e juntos foram a um restaurante e lá na mesa aguardava o pretendente de Louise.

Após se cumprimentarem, Gerd Müller e Louise ficaram cara a cara. Enquanto Franz e Odile conversavam sobre suas vidas, Gerd tentava de todas as formas arrancar um sorriso singelo da menina-mulher, como ele a chamava desde que a viu na avenida, caminhando a esmo em Munique com a amiga.

Louise se mostrava indiferente e muito indelicada. Estava decidida a acabar com aquele encontro. Mesmo diante de Gerd, a moça não se deixou encantar fácil assim, contudo, admitia que Gerd é mesmo um cavalheiro. Parece o Mr. Darcy, só que alemão, pensou ela. Numa das tentativas do jogador, ele falou algo em alemão e Louise se mostrou indiferente e no final alegou não saber falar naquela língua, enfurecendo Gerd e envergonhando o casal.

Dias após a “sabotagem” de Louise, outra vez eles saíram juntos e por sugestão de Odile foram para uma discoteca badalada. E foi neste dia que mais uma vez aconteceu uma série de coisas estranhas e ... engraçadas. Gerd se distanciou de Franz e Odile, para o casal ganhar um pouco de privacidade e começou a beber um pouco, quando Louise, já bêbada começa a conversar com ele.

-- Olá... Gerd Müller! Você... tá um... glamour de h-homem.... – Mesmo bêbada e desequilibrada, a atriz falava em alemão fluentemente, surpreendendo o atacante.

-- O- oi. Está tudo bem? – Perguntou Gerd, falando normalmente na língua nativa.

A próxima cena que Gerd presenciou era de Lulu enchendo outro copo de uísque, bebendo e dançando desengonçado por causa da sandália.

-- Olha pra mim, seu alemão... hic up.... cretino. Só... por que não...hic up... não dei atenção...hic up... não quer... dizer... dizer... que...

Mal terminou de falar e Louise perde o equilíbrio, mas Gerd foi rápido o bastante para agarrar seu braço e puxá-la para perto de si.

-- Nossa... hic up! Salvou minha vida... hic up... – Dizia ela, com o rosto bem perto dele. Gerd por sua vez tentava suportar o cheiro forte de bebida que exalava da boca dela.

-- Olha, vamos para casa. Já se divertiu o bastante.  – Já se preparando para ir embora e ajudá-la se equilibrar.

-- Só mais uma... hic up... rodada.

O jogador afastou rápido o copo sob protestos e xingamentos de Louise e no final carregou na marra a atriz e desta vez não abriu a boca para nada, simplesmente ficou quieta.  Os dois foram de táxi e chegaram em dez minutos no apartamento onde ela vive com Odile. Além disso, Gerd teve de ajudar Lulu até para o manuseio das chaves, abrir a porta e levá-la para a cama. Era mais um momento engraçado.

Gerd colocou Louise deitada na cama e no mesmo instante, agarrou o alemão e o abraçou, achando se tratar do travesseiro. Gerd tentou desvencilhar dos braços dela, contudo, ele também havia bebido, não o suficiente para ficar no mesmo estado que ela. Adormeceram juntos...

O dia mostrou os raios de sol iluminando a janela de Louise, mesmo encoberto um pouco pelas cortinas. Naquele momento, Franz e Odile retornam ao apartamento. Os dois passaram a noite juntos na casa da garota francesa.

-- Lulu deve estar dormindo, melhor não fazer barulho, amor. – Alertou Odile.

Entraram no apartamento sem fazer muito barulho e Franz percebe que a porta do quarto de Louise estava aberta e visualizou uma cena muito engraçada.

-- Odile, vem aqui, rápido! – Chamou o capitão da seleção alemã. – Advinha quem passou a noite fora?

Odile olha Lulu e Gerd Müller deitados de forma esquisita, porém, cômica demais. Gerd pousara a mão na perna da garota, que por sua vez estava abraçada no alemão como se ele fosse um ursinho de pelúcia ou travesseiro fofo.
Mal conseguiram conter o riso e Lulu abre os olhos e quando viu o casal rindo ali na porta, emitiu um grito.

-- Ah meu deus! O QUE ESTÃO OLHANDO? – Gritou Louise, quase caindo da cama e vendo Gerd dormindo ao seu lado ao mesmo tempo em que ele acorda com dor de cabeça – E... O QUE ESTÁ FAZENDO NA MINHA CAMA?

-- Calma, ai! Minha cabeça... –Gerd sofria de ressaca. – Você bebeu demais, te levei pra casa e... dormimos assim.

-- Você... ME TOCOU???

Louise partiu para cima de Müller, por pensar que este fez mais do que dormir junto dela. Franz e Odile acabaram rindo mais e separaram a atriz do jogador, que estava com ressaca.

-- Aquele maldito! – Reclamou Lulu, tomando banho.  – Desgraçado! Ele vai me pagar!

-- Pare de reclamar. Ele foi um cavalheiro em te trazer aqui e te protegeu. Gerd nunca se aproveitaria de você.

-- Fala isso por que ele é amigo do seu namorado, sendo assim devia me defender, amiga!

Odile não disse mais nada e preferiu rir mais da atitude engraçada de Louise. Enquanto se arrumava, Lulu pensa na possibilidade dita por Odile. Apesar das primeiras intenções não terem sido boas, no final Lulu refletiu sobre isso e acabou no final concordando sobre Gerd Müller.  Daquele dia em diante não se encontraram mais.

Louise não sabia bem ao certo. Depois da ressaca de semanas atrás, não conseguiu ver mais Gerd. Por mais raiva que sentia dele, no fundo tinha um leve sentimento por ele. Não conseguia admitir para si mesma que estava atraída por ele. Por diversas vezes dizia que preferia caras como George Best a um “certinho” como aquele alemão amigo de Franz.

Outra vez, Odile e Franz arrastaram Louise e Gerd para uma nova festa, para comemorar o aniversário do capitão da Alemanha Ocidental. E desta vez o casal de solteiros não ingeriu uma gota de álcool. Na pista, Louise dançava alegremente com movimentos incríveis, impressionando os rapazes que a observavam. Ela não precisava da bebida para dançar, bastava apenas colocar uma música e seu corpo correspondia o ritmo dela.

Gerd a principio não quis se manifestar por ver Lulu se movimentando sob a música e as luzes do globo espelhado. Contudo, ficara incomodado por ver aqueles homens “comendo” a atriz de cima a baixo.

-- Vai dançar com ela, Gerd! Não perca tempo e mostre que sabe! – Motivou Beckenbauer, também dançando.

Se o amigo percebeu isso, então não havia o que negar. O atacante realmente se encantou pela jovem e agora mais que tudo, decidiu caminhar até a pista e se balançar ao som da discoteca. Pouco a pouco foi se aproximando de Louise e tirando os concorrentes do caminho até tocar na mão da jovem e puxa - lá para perto.
Louise não disse uma palavra sequer, apenas permitiu o alemão dançar ao seu lado. Além de jogador, também é pé de valsa, pensou Louise, enquanto se deliciava com toque das mãos de Gerd nos seus braços e ao mesmo tempo com os beijos no pescoço que ele a proporcionava.  Não conseguindo resistir, Louise o beija ardentemente no momento da troca de música e em seguida sussurra no ouvido:

-- Sabia que não ia ficar sem mim. – E depois encarando os olhos dele o beijou mais uma vez, com mais vontade.

No primeiro beijo, Gerd ficou um pouco surpreso com a atitude vinda da atriz e depois veio o prazer. Como um simples ósculo poderia lhe dar sensações tão inimagináveis. Gerd também percebeu que ela o seduzia daquela maneira, então resolveu jogar com ela. Já abraçando Lulu, afastou o cabelo dela e sussurrou em alemão:

-- Quero você pra mim!

Ao ouvir aquelas palavras, Louise e Gerd tentaram procurar Franz e Odile, mas não conseguiram encontrar.

-- Ela deve ter ido com ele pra outro lugar. Vamos! – Disse a jovem atriz.

Saíram da discoteca, pegaram juntos um taxi que os levou para o apartamento de Louise. Ao entrarem, o casal ouviu uns ruídos semelhantes a gemidos. Discretos, caminharam silenciosamente até a porta entreaberta, viram o capitão da Alemanha Ocidental e Odile fazendo amor. Envergonhados e rindo, saíram de perto e tentaram fechar a porta sem serem notados.

-- Quer uma bebida? – Perguntou Louise, indo para a cozinha.

-- Aceito. – Respondeu Gerd, admirando o aconchegante apartamento das garotas. Na primeira vez que entrou no local, estava cansado e apenas preocupado em deixar Louise a salvo pelo fato dela ter ficado bêbada.

Aproveitando da distancia, Gerd entra no quarto de Louise, tirou rapidamente a roupa e só vestindo uma cueca e ficando deitado na cama dela.

Lulu preparou dois uísques e caminhou até a sala. Gerd não se encontrava ali.

-- Onde você está? Gerd Müller? – Procurou na sala e depois no banheiro. Não encontrou ninguém.

Achando que ele tenha ido embora, Lulu resolveu ir pro quarto beber sozinha, mas leva um susto quase se engasga com a bebida ao se deparar com a nudez do atacante do Bayern de Munique. Ele vestia apenas a cueca com uma estampa de onça, deixando-o com ar de selvagem. Não podia negar, ele era ousado.

-- O que está fazendo no meu quarto e sem roupa? – Já largando os copos na cômoda e encarando Gerd ou ao menos tentar já que sua atenção estava presa naquela cueca de onça.
-- Apenas te esperando. Vem aqui. Vem! – Gerd a chamava de forma sedutora e puxando de leve para perto.

Louise quase cedeu, mas deu um basta naquilo.

-- Não! Veste sua calça e caia fora daqui! – Ordenando para o jogador, que sabia bem quando uma mulher fala sério ou não. E Louise não estava seria.

-- Vai ter de me obrigar!

-- Ótimo... – Disse a atriz, indo para a área de limpeza e pegando uma vassoura. – Se não sair por bem, sairá por mal e com vassouradas!

Lulu tentou acertar Gerd, mas este foi rápido o bastante para segurar o golpe e depois encurralar a atriz na parede, tentando segura-lá um pouco.

-- Me deixa, seu alemão abusado e... – Mal terminou a frase e o atacante a beijou a força. A garota lutou para afastar-se dele e inclusive o beliscou para ver se a dor podia enfraquecer seus braços e deixá-la livre.

Não conseguiu. Além de forte, Müller era resistente e poderoso.  Contudo, o beijo era mais delicioso que os outros que trocaram na discoteca. Outra vez se rendeu a sedução dele. Louise jogou a vassoura pro lado e decidiu se entregar para ele...

Voltaram a se beijar com mais intensidade e completamente tomados pelo desejo e uma espécie de sentimento misterioso que nem sabiam ao certo. Gerd tirou as roupas de Louise quase apressado. A garota o tranqüilizou, permitindo mais caricias e beijos no corpo.
Deitaram na cama e o jogador pode ver o quão lindo é o corpo dela, igual de uma deusa caída na terra e agora era cuidada por um mortal, no caso, ele. Considerou-se um homem de sorte por estar com ela. Beijou o pescoço dela e foi descendo até os seios e a barriga. A jovem gemia baixo de prazer e sussurrava palavras misturadas de inglês com alemão.
Já pronto para agir, o atacante ficou por cima dela, ainda a beijá-la e suspirando. O primeiro toque começou. No inicio uma dor, depois virou o prazer.  Müller a penetrava devagar, evitando o máximo possível de dores e machucar a amada. Já Louise conseguiu ignorar isso e apenas permitiu as estocadas, uma mais prazerosa que a outra.
Aos poucos Gerd avançava mais rápido e gemia junto com Louise, que aranhava as costas do jogador num ato selvagem. No último avanço, atingiram juntos o orgasmo. Se encararam nos olhos por alguns segundos e logo trocaram outro beijo. Ofegante, Gerd deitou de lado e abraçou Louise com o corpo suado.

-- Ich liebe dich.. – Disse Gerd, abraçando mais a amada.

Lulu não respondeu. Aquela noite marcou sua vida. Nunca sentiu tanto prazer num homem como aquele alemão. Nem Chris Dreja, com quem teve uma química sexual perfeita, foi capaz de proporcionar tudo isso. Acabou aceitando aquelas palavras e mirando seu rosto no jogador que dormia, disse também.

-- Ich liebe dich, meine Liebe...

Adormeceram juntos e felizes.

Louise foi a primeira a acordar. Levantou-se sem acordar Gerd. Vestiu a calcinha e pegou a camisa dele da seleção que usava na noite anterior. Por momento olhou para ele. Dormia tranquilamente como uma criança, um anjo. Pensou se era possível estar apaixonada por ele, já que ela não o queria e ainda tava com raiva de James Hunt, fazendo-a ficar ressabiada de homens.  Depois de se questionar muito, resolveu chegar perto dele e depositou um beijo na testa e em seguida seguiu para cozinha preparar um café da manhã.

Para a surpresa dela, sua amiga Odile também se acordou. Ela apareceu na cozinha vestida da mesma forma que Lulu: usando apenas uma camiseta, com escudo da seleção alemã, com a diferença que a numeração da camisa de Odile era a cinco e a de Louise a treze.
Quando Odile viu o fogão aceso, imediatamente viu Lulu com o bule numa mão e na outra segurando uma xícara e... Vestindo a camisa treze.

-- Você... e o Gerd... vocês... – Odile tentou questionar, mas recebeu uma resposta positiva da amiga.

-- Tivemos uma noite muito, muito louca. E você e o Franz fugiram pra cá?

-- Sim. Ele e eu queríamos mais diversão, se é que me entende. – Respondeu a atriz francesa, que tirava as bolachas guardadas na sacola e colocava no prato.

Quanto aos jogadores, eles também se acordaram e se surpreenderam ao verem suas amadas usando as camisas da seleção. Tiveram um café da manhã animado, com conversas sobre a noite anterior e outros planos.

Por semanas saíram juntos, iam a discotecas e restaurantes e terminavam com uma noite de amor no apartamento.

Quando Gerd e Franz voltaram para Munique, as meninas retomaram as atividades no mundo artístico. Pela primeira vez, Louise adquiriu mais confiança e determinação para voltar a atuar.

Naquele dia, receberam uma grande noticia.

-- Adivinha a boa noticia, Louise! – Disse Odile, lendo o jornal no caderno de esportes.

-- Minha nossa! Eles foram convocados para a Copa!
A alegria era tão grande que Louise não pensou duas vezes. Arrumou as malas e junto com a amiga, rumaram para Berlim. Mesmo que a competição começaria em três dias, elas preparam tudo para poderem ficar nos jogos. E para isso telefonaram para Anastacia Rosely, que trabalha agora como correspondente da Rolling Stone em Munique. Disseram sobre a noticia para a jornalista e ela também deu dicas dos estádios onde seriam os jogos. Após a conversa, pegaram vôo e desembarcaram em Berlim. Odile e Lulu se hospedaram no hotel perto do estádio onde será a primeira partida da Copa do Mundo.

Farei uma surpresa pra ele, pensou Louise, mal contendo a felicidade em poder ver seu amado atacante alemão em campo.

Então chegou o grande dia. O maior evento de futebol do mundo começou. A seleção da Alemanha Ocidental confrontaria o Chile. Chegando ao estádio, encontraram as garotas da Rolling Stone, Anastacia Rosely, Nora Smith, a irmã de Odile, Marie e por fim Felicity, a prima de Louise.

-- Graças a deus nos encontramos aqui, garotas! – Dizia Ana, num estado de animação muito grande.

-- Tenha calma, Ana. Assim você morre antes de entrar no estádio. – Brincou Lulu, enquanto as garotas adentraram o estádio e conseguiram lugares nas arquibancadas, junto com a torcida alemã.

-- Meninas, não posso morrer antes de ver o Paul jogando.

-- Paul? – Questionou Louise e Odile ficando de olhos arregalados com a revelação.

-- Ana, quem é Paul? – Agora é Nora quem questiona.

-- Paul Breitner. Estou... namorando com ele.

-- NÃO ACREDITO! – Exclamaram as atrizes, chocadas pela idéia de verem Ana e Paul Breitner juntos.

-- Mas... Como, Ana? Por que justo o Breitner? Ele é esquisito. Por que não escolheu o Uli Hoeness? – Perguntou Odile, incrédula.

-- É meio complicado explicar isso durante uma partida.

Durante o jogo, Ana contou aos poucos como conheceu Paul Breitner e seu romance ter ficado muito intenso. Ao mesmo tempo Odile também da sua relação com Franz Beckenbauer e o quanto estava feliz com ele.
Louise e Felicity também conversaram sobre suas vidas. A atriz conta como se separou de James Hunt, a traição dele e depois de como conhecer Gerd Müller através de Odile e Franz.

-- Pelo menos você tem sorte em arranjar caras tão espetaculares, Lulu. Eu não tenho esse tino. – Dizia Fefe, um pouco depressiva.

-- Logo encontrará alguém que te faça especial, prima. Não deixa as lembranças do Pete estragar o que lhe resta da sua personalidade. Talvez, fale com Gerd e ele te apresente o Uli ou Sepp. Eles são legais.

-- Muito obrigada, prima. Mas a última coisa que quero é um jogador no meu pé. Talvez eu fique mesmo pra titia!

Após o jogo não conseguiram se encontrar devido aos jornalistas que estavam em maior número no campo. Decidiram voltar para o hotel, mas antes cruzaram na casa de Anastacia para comemorar a primeira vitória.

Foi neste dia que houve uma descoberta para Louise. Durante o jantar, a atriz começou sentir tonturas e enjôos. As garotas por acharem que ela estava cansada, decidiram cuidarem dela até que esteja preparada para voltar ao hotel com Odile.
Dias depois, retornaram para Londres para resolver alguns assuntos no mundo cinematográfico. E Lulu aproveitou para comprar o teste de gravidez na farmácia, escondido de Odile e foi para o apartamento.

-- Não pode ser... – Lamentou a jovem, ao ver aquele tubinho com a ponta azulada.

Sabia que estava “atrasada” e as tonturas se tornaram freqüentes, junto com os enjôos sentidos em momentos desnecessários. E agora se tornou realidade sua teoria. O problema era revelar isso para sua amiga, sua prima e as garotas e principalmente para Gerd Müller. E nada melhor do que contar primeiramente para Odile e suas amigas no dia seguinte.

-- Estou grávida do Gerd. – Falou Louise um pouco triste para as outras.

Odile ficou chocada, Ana completamente sem ação. Marie e Nora não sabiam ao certo se deviam dar os parabéns e ficarem felizes ou lamentar junto com Lulu. Já Felicity, estava furiosa.

-- Grávida? – Dizia ela, séria. – Como pode, Louise? Nunca ouviu falar em anticoncepcional? Me diz?

-- Aposto que o alemão dele nem ouviu falar de camisinha. – Falou Nora.

-- Parem, meninas! Eu cometi um erro. – Louise começou a chorar mas foi consolada por Odile.

-- Não é um erro. Mas poderia ter se cuidado. É cedo para ser mãe. – Falava Marie, estendendo um lenço para a jovem

-- Agora não dá mais para voltar. O estrago está feito. – Odile ficou de frente para Lulu e continuou a dizer. – Precisa contar pro Gerd!

-- Não posso. Se contar, ele vai me acusar de traição e outras coisas. Odile, ele sabe como eu fui e sou. Não vai nem olhar pra minha cara.

-- Mas acima de tudo, ele precisa saber da existência desta criança. Ou você contra pra ele, ou eu conto, nem que seja através do Franz! Qual vai ser sua escolha?

-- Eu mesma conto. Mas vai ser após a final da Copa!

-- E se os alemães perderem pra Holanda? Como fica? – Perguntou a prima.

-- Contarei de qualquer forma!

E assim chegou a final da Copa do Mundo. A Alemanha Ocidental confronta a Holanda, que tinha como destaque Johan Cruyff, jovem revelação no futebol holandês. O que as meninas não sabem (com exceção de Ana), é que uma delas estaria apaixonada pelo jogador da seleção holandesa e justamente a disciplinada Felicity, para tanto ela comemorou de forma discreta o gol de pênalti  do time “laranja mecânica”, como eram chamados os jogadores da seleção.

Contudo, os alemães conseguem vantagem no empate também com gol de pênalti feito por Paul Breitner, deixando Anastacia completamente feliz. E mais tarde Gerd Müller completa com um gol surpreendente, conseguindo o desempate e após o segundo tempo sem gols por nenhuma das seleções, o jogo acaba. A taça fica nas mãos dos poderosos alemães.

Um mês depois acontece o casamento de Paul e Anastacia. Toda comitiva alemã e mais a turma da revista Rolling Stone, juntamente com os parentes de Paul e Ana estavam ali na igreja. Outra surpresa era que a banda The Who foi convidada para tocar na festa de casamento, mas os convidados temiam que o baixista John Entwistle tentasse algo contra o casal.  Não aconteceu isso e correu tudo bem.

Na festa, o casal Breitner é o primeiro a dançar sua valsa, para os olhares de felicidade de todos. No meio da dança, Lulu resolve contar para Gerd.

-- Eu preciso te falar uma coisa.

-- Aconteceu algo? – Questionou Gerd e vez ou outra assistindo Paul e Ana valsando.

-- Eu... estou grávida.

-- O que?

-- Estou grávida.

-- Não consigo te ouvir, meine liebe. Repete! – Pedia Gerd, devido à música ser muito alta e dificultava para ouvir a amada.

Irritada, Louise resolveu gritar sem se importar que os outros ouvissem.

-- EU ESTOU GRAVIDA!!!!

Não é preciso dizer que a dança parou e todos voltaram seus olhares para Gerd e Louise. Felicity por sua vez pensou em tirar a prima de perto dele, para evitar mais complicações.
O atacante estava chocado. Franz Beckenbauer puxou o amigo pelo braço, afastando-o de Louise e das vistas de alguns curiosos.
Louise caminhou até a janela e chorou. As meninas e Ana a consolaram.

-- Não chora, amiga. Pelo menos contou pra ele.  – Disse a amiga Odile, sempre dando apoio a Louise.

Momentos depois, alguém sobe ao palco e fala no microfone, interrompendo o show do Who.

-- Senhoras e senhores, desculpe interromper a música da banda em questão aqui. Mas preciso falar uma coisa.

As garotas voltaram à atenção para o palco e ficam mais surpreendidas por verem Gerd Müller discursando ali.

-- Algum tempo atrás, conheci uma garota, uma atriz. Mal a conheci pessoalmente e já me encantei por ela. E mais ainda quando a vi pela primeira vez. Eu sei que no começo foi... Bem estranho. Depois, fui conhecendo mais sobre ela e sei que não posso ficar sem você, Louise.

Gerd começou a caminhar em direção a amada, ainda carregando o microfone.

-- Me desculpe pela falta de atitude de minha parte. Fui pego de surpresa. Agora sou eu que quero falar. Louise McGold, quer casar comigo?

O pedido deixa todos mais surpresos e para completar, os recém casados Paul e Ana decidem motivá-los.

-- ACEITA, LOUISE! – Grita Ana segurando o buquê.

-- ACEITA LOGO ESSE PEDIDO. GERD DEIXOU CLARO QUE TE AMA DEMAIS! ACEITA!

Após muitos pedidos...

-- Eu aceito, seu alemão abusado! – Respondeu Lulu, abraçando seu amado na frente de todos e trocando seu beijo apaixonado.
As garotas vibram de felicidade total pelo mais novo casal a ser formado. Ana finalmente joga o buquê, mas quem consegue pegar é Odile. Gerd e Lulu já prevêem que o casamento será duplo...



FIM




Por enquanto...