Olá!
Hoje teremos dobradinha de POVs e no meu capitulo, encaro Fefe e Nora, excepcionalmente hoje! Boa leitura e em breve uma votação!
Capitulo
16: Um coração partido e mais situações
Felicity POV
Uma luta tripla. Perguntei-me por uns instantes se
estava na idade média ou no século XX para haver uma disputa assim. Richards estava meio bêbado e nem deve saber
por que queria brigar. Gordon não aceitou o fato de me perder e Pete quer muito
arrebentar a cara deles, mesmo usando uma guitarra velha encontrada no apto. da
Nora.
-- Gente, por favor, PAREM COM ISSO!!!!!
E eles pararam mesmo, me olhando com misto de
indignação e pena.
-- Vou matar você, narigudo! – Dizia Richards,
balançando a guitarra de um lado pra outro.
-- Não! Eu é que vou mata-lo! Ele tirou a única mulher
que eu realmente amei, minha Fefe! – Falava Gordon, muito furioso.
-- Vocês não veem? Ela não quer nenhum de vocês e se
conformem com isso ou então vou partir a cabeça de cada um com minha guitarra!
– Ameaçou Pete.
De repente ouvi uma série de cliques incessantes e
quando olhei para as cadeiras vazias, vi Jenna Davies fotografando tudo. Não sei quem a convidou, mas tenho certeza
que o jornal The Mirror não iria convoca-la para esse tipo de coisa, até por
causa do seu ódio sem sentido por mim e pela aniversariante. Imediatamente
tirei a guitarra das mãos de Keith Richards e fui em direção dela, bem rápido
em não haver chance de defesa.
-- Fefe, é minha guitarra! – Gritou Richards,
recuperando sua sanidade aos poucos.
Ignorei total Richards e Jenna continuava fotografando
tudo, mesmo estando em sua frente. Segurei a guitarra igual ao meu taco de
cricket e joguei sua câmera na janela aberta. Jenna ficou sem ação. Olhou pra
janela e viu o espatifado aparelho no chão úmido e totalmente avariado. Ela me
olha com muita fúria.
-- SUA DESGRAÇADA! VIU O QUE FEZ COM MINHA CÂMERA? VAI
TER QUE ME PAGAR COM SEU SALARIO DE MERDA!
-- Peça pro seus priminhos famosos de presente e estou
mandando minhas lembranças. E além do mais você mereceu. Não foi nem convidada
pra festa e mesmo você sendo jornalista, jamais iriamos te convidar!
-- Ora sua...
Jenna tentou me bater, mas fui mais rápida. Segurei seu
pulso e acabei acertando dois tapas seguidos nela a ponto de cair.
-- Agora, vai embora daqui, Jenna! Ou se quiser,
chamarei a policia!
Ela ria da minha ameaça e de novo vi aquele sorriso
maléfico.
-- Não saio sem antes de revelar uma coisa.
-- Não queremos ouvir nada de você. Já nos perturbou
demais, vai embora Davies! – Mandou Keith.
Jenna se recompôs e com semblante orgulhoso, falou em
voz alta.
-- PETE, EU ESTOU GRÁVIDA!
Aquela revelação... pela primeira vez me senti mal,
terrivelmente mal. Todos ficaram mais chocados. A dupla Peter & Gordon,
John Lennon e Paul McCartney que até então estavam totalmente alheios do que se
acontecia, ficaram perplexos. Jeff Beck cuspiu a cerveja e correu rápido pro
banheiro vomitar. Marianne Faithfull e
Mick Jagger murmuraram um Oh meu deus e o Pink Floyd que tentava acalmar Syd
Barrett para fazê-lo parar de gritar pela Nora, ele finalmente parou com isso e
disse também um oh meu deus.
-- C... como assim grávida? – Falei, perdi as palavras.
-- Pois é... – Falava Jenna com tranquilidade e
adorando me ver chocada e ela olhava pro Pete, que por sua vez ficou boquiaberto.—Naquele
dia que aconteceu a confusão no estúdio, Pete terminou comigo e eu queria
avisar também que estava grávida. Contudo, fiquei tão brava e fui embora sem
falar disso.
-- Pete... – Balbuciei e sentindo que logo eu iria
chorar.
-- Não entendo. Eu sempre me cuidei... Jenna esse filho
não pode ser meu!
-- Acredite! – Ela deu uma copia pra mim e outra pro
ele. Um exame dela comprovando a gravidez e ainda com DNA compatível do
guitarrista.
Como queria gritar de raiva pro mundo! Outra vez a felicidade
não estava no meu lado. Amassei o papel
de tanta raiva e o transformei em bola e joguei contra Pete.
-- TE ODEIO! TE ODEIO, PETE!
Jenna estava feliz com tudo aquilo. Ela se vingou de
mim da pior maneira possível como dizia a Lei de Murphy.
-- Fefe eu... – Ele balbuciava e tentava me acalmar mas
já era tarde.
-- Me deixa! Vocês, homens, são todos iguais. Um bando
de traidores!
Corri para o quarto de Nora e me tranquei lá. Até
Godard se assustou com minha presença e ficou na escrivaninha dela. Deitei na
cama e chorei.
Naquele momento me lembrei da separação dos meus pais,
mamãe me renegando e meus relacionamentos sempre fracassados. Eu não era fofa
como Marie, nem atenciosa como Ana e nem alegre como Nora.
Por isso eles terminavam comigo. Eu sofria, mas logo
superava. Hoje foi dez vezes pior. Agarrei um dos travesseiros de Nora e
continuei com meu rio de lágrimas. Estava decidida que não iria mais saber de
Pete, Gordon, Dave, Burdon ou quem quer fosse o próximo.
Nora POV
Aquilo não podia estar acontecendo, justo na minha
festa de aniversário. Todos olhavam para Jenna com muita raiva, nojo e
indignação. Ela parecia nem se importar, desde que Pete falasse algo. E também,
como falaria, se ele perdeu a mulher que ama por uma revelação?
Não deixei que isso continuasse. Pedi para Rosie e Mari
pegarem o meu bolo e irem por trás sem que ela as visse e fui conversar com
minha inimiga.
-- Meus parabéns, Jenna. Não só separou o Pete da
Felicity, como também estragou meu aniversário.
-- Oh, mil desculpas, Eleonora. Não era minha intenção.
Eu só queria dizer isso de maneira amigável, Foi sua amiga que não deixou isso
e... tive de fazer. – Dizia Jenna, bem falsamente. – Mas é tão bom saber que
Felicity é uma boa perdedora. E mais uma vez, Nora querida, peço desculpas por
estragar sua festa.
Era agora o momento.
-- Desculpas não bastam as lagrimas e a dor que causou
a minha amiga!
Dei um tapa nela e Rosie a virou para seu lado, dando
chance para Mari acertar um golpe de torta na cara.
-- Ahhhhhh! ELEONORA, SUA VACA! ME SUJOU!
-- Opa, foi mal, Jenna. Deve saber que quem sacaneia
minhas amigas, não sai imune daqui! Tirem essa mulher do meu apartamento,
pessoal!
Minhas amigas se uniram e a expulsaram com direito a
derramadas de cerveja e champanhe nela e um empurrão. Jenna foi embora
resmungando e jurando que todas nós sofreríamos.
Eu não liguei para isso e fechamos a porta. O clima não
era dos melhores. John, Keith e Roger tentavam conversar Pete que chorava
também. Os convidados não estavam com uma cara boa e Richard foi até mim
conversar.
-- Nora, precisamos encerrar essa festa.
-- Tem razão, contudo preciso conversar com Felicity
e... ei, que cheiro é esse? – Havia sentido um cheiro forte e enjoado vindo do
banheiro e lá saiu Jeff Beck, com a roupa suja e fedendo.
-- Opa, foi mal aí. É que a noticia me pegou de
surpresa. Desculpem! – Respondeu Jeff, um tanto constrangido e foi embora.
Todos estranharam o modo de Jeff e no fim foi-se
esquecido. Rosie e Mari se despediram de mim e da turma e Rosie desejou que eu
convencesse Fefe a esquecer tudo,
consolar e dar apoio.
O Cream também se despediu e notei que Eric e Rosie
andavam meio distantes. O que houve com eles? Gordon carregava Peter que ficou
bêbado e começou a cantar para Mari. Ginger que é muito nervoso, quase partiu a
cara dele se não fosse a intervenção de Jack e do próprio Gordon.
Graham Bond conversava mais um pouco com Marie e Roger.
Pelo visto ele se conformou mesmo em perder sua Mon Petit.
Já Pink Floyd se preparava para irem embora quando Rick
Wright pediu permissão em falar com Felicity.
-- Nora, acha que Felicity tem um rápido tempo pra
conversar comigo? – Ele perguntou.
-- Olha, do jeito que ela se encontra, talvez.
Rick subiu até o quarto e bateu na porta. Ouvi Fefe
gritando.
-- VAI EMBORA, PETE! NÃO QUERO SABER DE VOCÊ!
-- Miss
Felicity, sou eu. Rick Wright.
Felicity abriu a porta e vi claramente seu rosto, antes
branco e oval, ficar inchado e os olhos totalmente vermelhos. Pelo visto ela
chorou bem demais.
-- Sinto muito pelo o que ocorreu. Você não merecia
isso. Puxa... você uma boa moça e tal... – Rick falhava na voz e nem encarava
direito.
-- Tudo bem, eu é que peço desculpas. Eu não estou boa,
semana que vem falo com você.
Fui me sentar perto de Syd e Roger Waters só pra ver o
que vai acontecer.
-- Eu queria te dizer uma coisa. – Falou Syd, me
encarando com olhos meio esbugalhados.
-- Sim sim. Já sei. Que você me ama e tal. Não se dê ao
trabalho de falar.
-- Também era isso. Eu ia dizer que vi você em
Manchester, no evento do Doctor Who. Tirou foto com Hartnell e com Troughton junto
com suas amigas.
-- Ah, eu não sabia...
Confesso que fiquei feliz em saber disso, no entanto, o
encanto foi quebrado com um grito de Pete.
-- EU NÃO ACREDITO! ATÉ VOCÊ, SEU ESQUISITÃO?—Ele
gritou para Rick.
-- Não é isso que está pensando! – Rick tentava se
explicar o que parecia bem impossível.
Ele já ia partir pra cima dele quando Daltrey o
impediu.
-- Quer parar com isso, Pete? Ele só está conversando
com ela, nada demais!
-- Olha o mico que está pagando. – Disse Ox, também o
segurando.
Rick se despede de Felicity e chama seus amigos para
saírem. Roger Waters reclamou um pouco por causa da confusão que Syd armou, não
teve tempo nem para comer os salgadinhos ou um pedaço de bolo. Prometi a eles
que amanhã mesmo irei visitar o estúdio deles e entregar pessoalmente um pedaço
para cada um, o que alegrou um pouco Syd.
Antes que eles fossem mesmo embora, uma nova surpresa
me surge na porta.
Não podia ser verdade que meus pais chegaram.
-- Nora, chegamos! Mas o que é isso? – Perguntou minha
mãe, Catelyn, abismada com a bagunça vista.
-- Meu deus, cruzou aqui um furacão, querida! –
Exclamou meu pai, Eddard, que sempre folgado, deixou seu casaco no sofá onde
estava o Syd.
Quando ia explicar o que realmente aconteceu, meu chefe
Richard se prontificou educadamente para isso.
-- Oh permita-me explicar e me apresentar. Sou Richard
Sullivan, dono da Rolling Stone londrina, senhor. Agora vamos aos fatos...
Depois da conversa com meus pais, minhas amigas e seus
namorados e também Graham Bond ficaram em me ajudar a arrumar a casa. Mamãe
ajeitava os quadros fora do lugar e ouviu sem querer Felicity chorando no meu
quarto.
-- Quem está no seu quarto, Nora?
-- É a Felicity. Está chorando muito.
-- Ora, o que houve com ela?
-- Bem, ela namorava aquele guitarrista ali, de nariz
grande. – Apontei para Pete, que ainda chorava e falava para Roger Daltrey o
quanto sentia arrependimento.
-- E a ex-namorada dele apareceu aqui, dizendo que
estava grávida dele e tal. – Completou Graham Bond guardando os pratos lavados.
-- Estragou toda a festa e sem falar que a amiga da
minha boneca terminou com ele. – Falou Moonie e me abraçando.
Meus pais logo sacaram.
-- Então você é o Moonie que minha filha tanto
fala?—Disse meu pai, com sorriso.
-- Sim! Eu sou Keith. Mas vocês podem me chamar de
John!
-- Ok, “John”. Então faça o seguinte, ajude minha filha
a arrumar essa bagunça, por favor!
-- Sim senhor!
Mas antes de Keith começar, ele logo comenta com John.
-- Parece que não terei mesmo de apresentar a segunda
parte do presente dela.
-- Pelo amor de deus, Moon. Olha o caos nesta casa e
você ainda pensando naquilo?!—Comentou John um pouco indignado.
Depois de tudo arrumado (me impressionei do Bond ter
guardado os pratos), minhas amigas foram embora. Bond até tentou mais uma vez importunar
Marie, mas ela foi mais rápida e disse adeus. John e Ana se ofereceram em levar
Felicity pra casa e esta aceitou, com a condição de que Pete não ficaria perto
dela.
E entrou mais uma semana em minha vida. Depois do
conturbado fim de semana, as coisas vão estar em ordem. As meninas apareceram e
ficamos conversando, com exceção de Fefe. Ela andava muito triste, até demais.
Quando ia falar com ela, Teddy Cooper, o editor gráfico
que faz dupla com Fefe, nos avisa da reunião com Richard. Imediatamente fomos
para a sala de reuniões e nosso chefinho nos mostra a enorme capa do jornal The
Mirror, mostrando Keith Richards, Pete e Gordon armados com as guitarras e Fefe
tentando impedir.
-- Vocês viram? O jornal de maior circulação do bairro
quer nos afundar. – Ele falava um pouco soturno.
-- Richard, sentimos muito... – Marie tentava se
desculpar mas Ricky a impediu.
-- Sentem nada. Quer saber, eu não ligo para aqueles
escrotos! Meninas, vamos balançar a Rolling Stone e quero que escrevam sobre o
aniversário de Nora! – Disse ele agora com mais alegria.—Reunião encerrada!
Enfim nos retiramos, porem...
-- Menos você, Felicity. Venha aqui! Tenho uma missão
especial para você!
Ele fechou a porta e vi na janela (não pude ouvir, era
a prova de som) o chefe falando algo pra ela. Tive medo que pudesse ser uma
repreensão ou demitir minha amiga. Contudo, vi o semblante dela ganhando outra
forma e era de felicidade.
Subitamente, ela abriu a porta e foi-se ao telefone do
escritório dos editores e ficou discando um número. Pensei por um momento que
fosse ligar para o Pete. Coisa que não era o que pensava.
-- Alô, Brian? Sou eu Felicity. Soube que quer a
entrevista. O que... ? Esta semana? Tá ótimo! Na quarta- feira irei para Califórnia, ok? Adeus!
Não pude deixar de perguntar pela tamanha curiosidade.
-- Quem é Brian?
-- Brian Wilson, líder dos Beach Boys, Nora! Eu vou
entrevistar Brian Wilson! Partirei na quarta!
Minha amiga recebe o que seria uma boa noticia, mas
para mim, foi uma surpresa. Tudo podia acontecer...
Continua...