Tenham uma boa noite e depois de muito tempo, Rush retorna de seu hiatus. Aviso: NC-17! Boa leitura!
Capítulo
11: Hot Love
Louise POV
Estava descansando nos braços do
Hunt e Odile também. Ele fumava, feliz e nos acariciando quando ouvimos alguém
entrando no apartamento e depois no quarto. Era Niki Lauda, chocado com que
viu.
-- Odile!
-- Niki! – Disse minha amiga, se
levantando, um pouco com medo.
-- O que... está acontecendo? E por
que ele está assim... com a Louise e você... nua?
Intercedi rapidamente.
-- Niki, olha pra mim. – Não me
importei se estava nua, apenas tirei Niki do quarto e fechei a porta atrás,
deixando Hunt e Odile sozinhos ali.
Quando o ratinho austríaco ia
reclamar mais, eu o beijei ali no corredor. Nosso beijo ficou mais envolvente e
paramos. Niki me olhava meio safado e apertou um pouco minhas nádegas.
-- Vem comigo...—Levando ele pro
meu quarto e trancando a porta.
Niki estava um pouco travado no inicio e então o beijei mais uma
vez, tirando seu casaco e desabotoando aos poucos sua camisa azul. Entre beijos
e caricias, fiz o namorado de Odile se sentar na cama e ainda apalpei ali
embaixo entre suas pernas, sentindo sua ereção.
-- Louise... – Ele gemia. – Por favor...
Abri sua calça e tirei junto sua cueca. Niki se deitou e eu beijei
todo seu corpo, até resolver fazer sexo oral. Sugava seu membro com vontade,
fazendo Niki gemer mais alto. Depois disso, foi à vez dele retribuir todo o prazer
para mim. Ele me tocou usando dois dedos para a penetração e depois me chupava
tanto que acabei gritando.
Niki ficou por cima de mim e me penetrou devagar. Eu o abraçava e
gemia em seu ouvido.
-- Niki... Oooohhh... meu amor... Você é tão... ohhhh... quente...
Enquanto ele seguia nos movimentos, ele mordia meus seios e os
apertava mais. Niki aumentava mais a velocidade nas estocadas e gritei mais de
prazer e num dado momento, deixei marca de chupão no pescoço dele.
-- Louise... aaahhhh... eu não... vou agüentar... oooohhh...
Atingimos juntos o orgasmo e ao mesmo tempo ouvimos os gritos de
Odile e Hunt no outro quarto.
Minutos depois James abre a porta,
entrando em meu quarto.
-- Minha vez. Pode voltar para
francesa, ratinho.
Niki me olhava com certa pena e
sorriu.
-- Gostei muito, Louise.
E pegando suas roupas, ele caminhou
para o quarto de Odile, nu. E eu e Hunt finalizamos. Cerca de duas horas depois
eles foram embora e eu fiquei na cama, suspirando pelos dois. Não é certo, já
que Niki é o namorado de Odile. Mas quem garante que ela não esteja assim pelo
meu namorado? E estranhamente... não estava com ciúmes.
-- Quer tomar banho comigo,
mocinha? – Odile me convidava, sem roupa, para um banho.
Não neguei e nos banhamos ao mesmo
tempo um pouco de amor. Durante o café ela me confessa algo. Que estava
apaixonada por uma de nossas colegas de palco, Joanna Martin, uma ruiva galesa
de Swansea e recentemente integrou o elenco de Barry Thompson, junto com sua
irmã, Miranda. Adoro Joanna, juntamente com suas duas amigas, Alberta Mann e
Renée Chapelle. Esta última descobri que é prima de Felicity por parte da tia
Sophie. Durante a conversa sobre almas gêmeas no qual Odile sempre falava com
vontade, refleti um pouco. Na verdade meus pais haviam falado disso para mim e
meus irmãos.
Por duas vezes acreditei que
tivesse encontrado minha alma gêmea. A primeira foi Anastacia Rosely. Desde que
conheço por gente, nós duas convivemos desde que éramos bebês. Aliás, meu pai
foi namorado da mãe de Ana e também sua alma gêmea é justamente Alexei Romanov,
o pai de Ana. A segunda vez que me enganei foi agora com Odile. Não sinto raiva
ou frustração. Estou até feliz por Odile. Contudo, me veio o pensamento de que
eu não tenha alma gêmea...
-- Um níquel por seus pensamentos.
– Odile afagava meu cabelo. -- Esse olhar significa que você esta pensando em
algo.
-- Vejo que não escondo nada de você.
– fingi lamentação e ri um pouco. -- Estou feliz por você e a Jo. Só que... Eu
pensei que você fosse minha alma gêmea. Não estou brava. Só um pouco pensativa.
Acho que não tenho.
-- Ah sim. – Odile compreendeu meus
pensamentos. -- Por mais que Joanna seja minha alma gêmea, você sabe que é a
minha pessoa favorita nesse universo?Talvez você seja minha segunda alma gêmea.
-- Sim... eu acredito. – concordei.
-- Mas quem é a minha primeira alma gêmea? Isso que me vem tirando o sono
algumas vezes. – reclamei um pouco.
-- Se não é a Anastacia, então é a
Alice.
-- ALICE? – fiquei espantada com a
certeza de minha amiga. -- Odile, por favor, tudo bem que Alice é linda,
maravilhosa mas... sem chance.
-- Sem chance por que, mocinha?
Você mesma não disse que sentia uma estranha ligação por essa moça?
-- Sim mas deve ser passageiro, Odile.
Eu quero uma pessoa que me complete como você. De modo verdadeiro.
-- Então, vou te propor algo. Só
pra desencargo de consciência eu sairei com Joanna e você com a Alice. Faremos
amor com elas. Se não sentirmos nada é porque eu e você somos almas gêmeas.
-- E se você sentir algo pela Jo e
eu nada pela Alice? Ou vice versa?
-- Eu prometo, por tudo que rege
este universo que vou te ajudar a achar sua alma gêmea.
Abracei Odile com carinho e sorri.
Ela é sem dúvida minha verdadeira amiga.
-- Obrigada, Odile. Agora eu quero
saber. Só entre nós. – cheguei mais perto dela. -- Sentiu algo quando conheceu
pela primeira vez Franz Beckenbauer?
-- Sabe quando um raio te atravessa
e depois você sente uma descarga de mil voltz no seu coração? – perguntou ela e
sorrindo. -- Então, foi isso que senti. E que fique entre nós, às vezes eu
imagino eu e ele....você sabe...fazendo amor.
--Você sabe que guardo segredo
muito bem. Pelo menos se deu bem.
-- Como assim? Você mesma disse que
sente atração pelo Gerd.
-- ODILE! – de novo me espantei.
Mas com a diferença que havia se esquecido desse detalhe. -- Eu disse porque
era a brincadeira da verdade e conseqüência. Não me imagino com... ele! Ai meu
deus!
-- É nesses momentos que
descobrimos as piores verdades. – disse a francesa, servindo mais leite. -- Ah
Louise, conta outra! Você já deve ter se tocado pensando no Der Bomber.
-- Não... eu não fiz isso. Ele é
horrível!
Odiava admitir mas a verdade é que
realmente me masturbava pensando em Gerd. Até no banheiro chegava a gemer o
nome dele e a noite pensava nele demais.
--E ele não é bonito. E também ele
disse que brigo igual a um marinheiro. Se eu o odeio, ele me de detesta! –
garanti.
-- François Truffaut me disse em
sua ultima carta que o amor pode começar como uma briga dessas.
-- E ele disse uma solução pra
isso?
-- Aceitar os sentimentos.
Abri os olhos, mais assustada e
coloquei as mãos na cabeça, em sinal de derrota.
-- Então estou perdida!
-- Então...quer fazer amor mais um
pouco ou sair pra passear? – perguntou Odile.
-- Eu quero passear.
E nós duas caminhamos pelas ruas de
Londres, conversando agora sobre a viagem rumo ao Brasil para a corrida de
Fórmula 1. Quando passamos pelo Hyde Park, avistamos dois ônibus
personalizados. Um era verde com um símbolo de cruz. Olhei mais atentamente e
era da seleção norte irlandesa. Isso significa que George Best vai jogar. No
entanto não avistamos Best. O outro ônibus era amarelo com detalhes em preto e
vermelho e escrito “Alemanha”.
-- Louise... – Odile praticamente
sorria. – Isso significa que...
-- Sim. – falei em tom de derrota
de novo. Juro que o universo está conspirando para que meu caminho se cruze
com... com ... aquele urso germânico! – Odile, eu não quero encontrar ele!
-- Tudo bem. Mas eu queria ver o
Franz, Gerd vem no combo.
-- Por favor, Odile. Eu não quero
falar com ele. Você pode mas me deixe fora disso.
Com tudo isso, ela caminhou em
direção a mannschaft e conseguiu atrair atenção de Franz e de toda comitiva.
Assim fica melhor. Desse jeito não irei conversar com ninguém. Fiquei atrás das
árvores um pouco. Nestas horas eu desejava estar na arquibancada do autódromo
de Crystal Palace e admirar as corridas. Na verdade relembrar o dia que conheci
por completo Hunt. Não tinha dúvidas que o amava mas... Por que o jogador
alemão vive nos meus pensamentos? Me culpei demais nestes pensamentos. De uma
forma engraçada, interrompi tudo quando vi... uma meia! Vermelha e conversando
comigo.
-- Hallo!
Pisquei duas vezes achando se
tratar de um delírio ou efeito de alguma droga. O problema é que não consumo
drogas desde 1969 em Woodstock. Olhei de novo pra seleção alemã e não encontrei
Gerd. Foi aí que saquei tudo. Puxei o braço da pessoa e lá estava ele, rindo e
tirando a meia da mão.
-- O que você quer? – me irritei.
-- Calma. Só queria conversar com
você. Notei que sua amiga dá atenção pra todos e senti sua falta.
-- Está mais que claro que não
estou a fim de conversar. Portanto vai embora.
Ele ficou ao meu lado, assobiando
uma canção qualquer. Na verdade reconheci a música.
-- Hooked On a Feeling. – eu disse enquanto olhava para grama.
-- O que disse?
-- A música que você está cantando
é Hooked On a Feeling, do Blue
Sweede. – respondi.
Ele não disse mais nada. Só depois
de uns minutos.
-- Não consigo parar de pensar em
você.
-- Cobiçar a mulher alheia é
errado, sabia? – perguntei. – Eu tenho namorado!
-- Eu sei disso. – ele tocando
minha mão e paralisei. Na verdade eu tremi. – Acho que penso em você mais que
Franz pensa na sua amiga francesa.
De novo me culpei. E admiti.
-- Você também não desaparece dos
meus pensamentos. – encarei em seus olhos. – Na verdade... Eu... – cheguei
perto dele, sussurrando em seu ouvido. – Quero sentir você... dentro de mim.
Conhecendo bem os homens, quando
ouvem essas palavras, logo se animam. Ele ainda segurava minha mão, mais forte.
-- Você me faz ficar desconcentrado.
Como se a única coisa que me importa fosse você.
-- E isso é ruim?
-- É ótimo.
Pela primeira vez eu sorri para um
cara que não é meu namorado.
-- Seu... namorado ainda está na
cidade?
-- Sim. – respondi. – Amanhã Odile
e eu iremos viajar com Niki e o Hunt. Grande Prêmio do Brasil.
-- Puxa... – ele parecia se lamentar. – Se quiser me
ver, pode ser hoje à noite? A seleção está hospedada no Hilton.
-- Talvez eu vá. – sorri, um pouco
divertida. – Eu vou mesmo. Me espere as sete?
-- Procure um tal de “Oliver Mann”
ou por “Hans Solo”. Podemos comer batatas fritas e assistir TV.
Ri um pouco e de repente vi Odile e
Franz se beijando e bem forte. Ao que parece ela não se importa se Niki
aparecer e ver aquilo.
-- Te vejo hoje à noite. – fui
embora.
Odile e eu nos encontramos fora do
Hyde Park.
-- Você...viu aquilo?
-- Se você fala do beijo, sim. Niki
é meu amigo, mas não vou falar nada. – garanti.
--Me sinto tão culpada por nutrir
sentimentos por Franz. Amo Niki mais do
que tudo, mas quando estou com Franz meu mundo pára. E ele me convidou para ir
vê-lo no hotel, disse que ia pensar. Acho que não vou.
-- É exatamente isso que sinto
quando estou com aquele urso alemão grande. E eu vou ir. Vamos. A viagem é amanhã, Niki tem reunião com o
pessoal da scuderia e Hunt está lá
com Hesketh e lá pela meia noite voltaremos pra casa logo.
-- Tudo bem, eu vou com você.
A tarde toda só pensei numa coisa. Dividida
entre meu namoro e um caso. No meio da tarde ouvi Odile falando com alguém no
telefone.
-- Sinto muito, mas não dá. – e desligou.
Ela me encarou triste.
-- Não irei ver o Franz. Não é
certo o que estamos fazendo com Niki e o Hunt.
-- Concordo plenamente. – disse.
E anoiteceu, não fomos ao encontro
e ficamos em casa para preparação. Aproveitei para uma ligação. Mamãe atendeu.
-- Alô?
-- Oi, mãe. – me alegrei. Era tão
bom ouvir a voz dela. – Como você está?
-- Um pouco cansada. – ouvi barulho
de sapatos caindo. – Faz cinco minutos que cheguei em Ripley.
-- Onde esteve?
-- Moscou. Com a Olga.
Olga Romanov é a tia de Ana e
amante ocasional (melhor dizer antiga já que o romance delas começou desde antes
de eu nascer) e ela mora com os Romanov.
-- Foi muito bom. – ela pausou um
pouco e disse por fim. – Vou passar o telefone pro seu pai e eu vou tomar
banho.
-- Ok. – enquanto esperava, senti
uma dor no peito meio angustiante. – Oi, pai.
-- Olá, mocinha. – papai é uma
figura. Ele sempre me chama de mocinha. – Como está a vida londrina?
-- Melhor do que antes e me
divertindo. – pausei um pouco pra massagear o peito por conta da dor e voltei a
falar. – Pai, amanhã vou viajar com a Odile e meu namorado.
-- Tudo bem. E para onde? E quem é
seu namorado?
-- O nome dele é James Hunt. Ele é
piloto da Fórmula 1.
-- Um piloto!? – se tornou normal
para mim que papai não aceitasse nenhum dos meus namorados. – Olha só, quando
você voltar, traga este rapaz para cá. Queremos conhecer.
-- Sem problema. E mandarei um cartão
postal do Brasil.
-- Brasil? Ah, o Brasil... Não vou
desde 54, quando conheci minha grande amiga Lota e a Elizabeth Bishop. Mas
enfim, boa viagem e aproveite lá. É verão e o calor é intenso.
-- Pode deixar.
Desligando o telefone, a dor
passou. A insônia me atacou. Pensava no Gerd e minha tentativa frustrada de
infidelidade, James, Niki, a viagem, a corrida...Não costumo ter dores no peito
por nada e na mesma hora que liguei pra minha família, aconteceu. Eu sei que é
um sinal. Seria de um acidente na corrida com meu amigo ou com meu namorado? Ou
do avião que nos levará? Nunca tive medo de avião mas depois disso associei com
a morte de Buddy Holly. Fui para a cozinha e tomei um copo de leite. Voltei a
dormir, mesmo chorando.
Acordamos atrasadas. Hunt e Niki
quase perderam o vôo e a paciência. Saímos do apartamento e rumamos para o
aeroporto. Para nossa sorte (ou seria azar?) o nosso avião sairia atrasado por
conta de problemas técnicos. Agradeci um pouco por não embarcar num avião
defeituoso. Niki e Odile foram conversar com a equipe, James seguiu com Hesketh
para definir os últimos detalhes e eu fiquei de novo sozinha, sentada no sofá
de espera e olhando para a janela os aviões chegando e levantando vôo. Foi aí
que ouvi uma voz.
-- Por que não apareceu ontem?
Ele apareceu com a carinha de um
urso sonolento. Meu Deus, por que ele demorou para entrar na minha vida? Deveria
ser ele e não o Hunt como meu namorado. E como desejei ninar este ursinho alemão.
-- Não vou trair meu namorado! –
respondi. – E eu estava fora de mim. Sei lá... Por favor, esqueça o que eu
disse ontem.
O próximo ato dele foi tirar um
pedaço dobrado de papel e me entregou discretamente. Ainda bem que Hunt não
viu.
-- Me escreva, por favor... – os olhos
dele embora quase se fechando, notei um pouco os leves tons de vermelho.
-- Gerd... – me culpei por ter o
chamado em voz alta.
-- Só me conte se é realmente muito
quente lá. – ele sorria. – Eu... terei um amistoso e quero me preparar.
Aquele sorriso salvou meu dia ruim.
E ouvi claramente meu coração bater mais forte de quando conheci o Hunt. O suor
nas mãos, o corpo incendiando. O sinal que esperei para quando for me
apaixonar.
-- Eu prometo te contar. – sorrindo
de volta e guardando o bilhete na bolsa. – E também me perdoa por não aparecer.
-- Eu perdôo. – ele toca minha mão
suada. – Um dia quero te levar pra jantar, Louise. Se você permitir.
-- Sou uma garota exigente. – disse
bem sapeca.
-- Saberei como te agradar. – e depois
me deu um beijo quente na bochecha e voltou a me encarar. – Ursinha.
Depois ele foi embora com a
seleção. Não fazia idéia qual era o itinerário esportivo deles, contudo voltei
para perto do meu namorado. E se passou uma hora e conseguimos embarcar no avião.
Não senti medo mais. E nem a dor. O coração batia a mil e eu sorria como uma
louca. Hunt dormiu junto com Niki e o pessoal das scuderias. Odile e eu
permanecemos juntas. Ela lendo e eu desenhando.
-- Bélgica. – disse Odile.
-- O que disse? – perguntei, meio distraída.
-- Franz me contou que a mannschaft
vai pra Bélgica. É um amistoso e depois vão para o Brasil.
Agora entendi, embora no fundo tivesse
esperança de reencontrar Gerd em terras brasileiras, desta vez eu tinha que
esperar. Liguei o rádio portátil e coloquei um fone de ouvido. Ouvi Ne me
laisse pas l'aimer, da Brigitte Bardot e só pensei no Gerd e neste momento só
desejo visitar outro lugar, um país que sempre quis conhecer: Brasil.
Continua...