segunda-feira, 31 de julho de 2017

Stop! In Name of Love! (22º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham um bom fim de tarde e começo de  noite e fiquem com novo capítulo decisivo de Stop! Boa leitura!



Capítulo 22: Prova de Fogo


Rosie POV
Esta é uma prova de fogo
Você vai dizer
Se gosta de mim.
Sei que você não é bobo,
Porém seu reinado
Vai chegando ao fim...



O trecho da música que toca no rádio combina bem com o momento que vou ter. Uma prova de fogo. Por um lado estava aliviada por sair de um casamento que por sinal não deveria ter acontecido. E por outro tive pena do Best. Ele não merecia toda minha raiva e ciúme que tinha da Marianne. Eu não devia descontar nele tudo isso.

E fomos para o camarim, fechamos a porta. Encarei meu marido, sentada na cadeira.

-- Por favor... – ele suspirava para evitar mais prantos. – Me diz que isso é uma piada e de mau gosto.

-- Piada é esse casamento. – disse. Eu devia falar a verdade. – Eu disse pra você que não queria casar. Mas não adiantou. Você disse pra toda sua família, pro time, pros seus amigos, pro mundo que vamos nos casar. Eu nem disse se aceitava. E no outro dia a igreja pronta, o salão pronto e até providenciado um vestido com todas as minhas medidas! EU NÃO QUERIA ME CASAR COM VOCÊ!

-- Mas nos amávamos. – Best ainda insistia com a conversa de amor. – Por quê?

-- Amar? – me espantei. Sai da cadeira e fiquei cara a cara com ele, muito brava. – Best, nós tínhamos começado a namorar logo depois que o Bobby Moore me deixou. Eu falei um milhão de vezes. Não quero me casar ainda.

E continuamos falando. Best parecia uma garota inconformada. Me dava mais pena dele.

-- Então por que me deixou acreditar? – indagou Best.

-- Eu sempre fui clara que não quero me casar. E sim viver um relacionamento bom.

Uma pausa na nossa conversa. Percebi que uma parte do elenco ouvia meus gritos. Dou razão pra eles. Literalmente não dava pra falar calmamente.

-- Vou ser mais direta. Praticamente você tomava todas as decisões por mim. Começando por nosso casamento, depois essa escalação para o filme da Odile. Você sabe que não gosto dela, mesmo ter ficado com ela uma vez e eu já tinha aceitado um trabalho com Lars Von Trier. E por sua culpa e da francesa eu perdi minha oportunidade. E pra piorar, ainda chamaram aquele embuste da Rússia chamada Anastacia Rosely pra escrever o roteiro. Você mais do que ninguém sabe que não gosto daquela mulher por razões óbvias. – chorei. – E então eu desisti. Procurei a única pessoa que realmente viu que estava sofrendo. Edmund.

Best se calou mais e não ouvi os burburinhos dos curiosos que encostavam as orelhas na porta ou na parede.

-- Quer saber como nós concebemos o bebê? Foi na noite que você saiu com Charlton e o Law. E foi a melhor noite de minha vida. E quando descobri que estava grávida, deu tudo errado porque você achou que era seu.

-- Achei que ia gostar de atuar comigo. – ele comentou. – Você reclamava que nunca estava presente.

-- Admito, eu reclamava. Mas depois desejava que você ficasse longe de mim. Meu Deus, eu rezei que você se apaixonasse por outra ou pela Odile. Enfim, depois das gravações da minha parte, vou entrar com pedido de divórcio.

A próxima atitude foi do Best. Ele saiu do camarim sem dizer nada. Absolutamente nada. Minhas mãos tremiam mesmo não ter me arrependido do que disse. Quando me retirei, todos me olhavam estranho. Até mesmo Ana.

-- Se eu soubesse que você tinha aceitado trabalhar com Von Trier, não teria te convidado. – disse Odile.

-- Chorar pelo leite derramado não adianta mais, Odile. – falei, bem grosseira. – Só vim pra finalizar essa porra de filme, pelo menos da minha parte. Vamos logo gravar isso!

-- Tudo bem, Rosie. – Odile me olhava torto e foi assim o resto do dia.

As gravações ocorreram tudo bem, houve poucos erros e tomadas a serem corrigidas e feitas. A cena final seria de Candice dizer adeus pro namorado dela, Ross (definido segundo o novo roteiro) e encerrando minha participação e a do Best. Quando Odile falou corta, Best largou fora do estúdio, sem falar algo. Quanto a mim, fiz o mesmo e me juntei com Edmund. Tínhamos outros compromissos.

-- Certo, pessoal. Próxima cena será dos ursinhos e uma do Gene.

Conversei rápido com Odile.

-- Não está brava com que aconteceu?

-- Já aconteceram tantas coisas aqui neste set que não adianta me estressar por outras que estão surgindo.

 -- Acho que a destruição do seu antigo set, os surtos da Louise, o fim do meu casamento e minha briga com Marianne e Ana não é nada perto do que vem por aí daqui a dois dias... Nas bancas de revistas.

Odile abriu um pouco os olhos e só disse:

-- Tudo bem, Rosie.

Conversamos com um advogado de confiança do Ed e os documentos mais do que prontos. No entanto tinha outro problema: um casamento. De quem? Daquele alemão chamado Gerd Müller com a poetisa Dianna Mackenzie. O elenco e a equipe de filmagem foram convidados. Droga!  Vou adiar mais um pouco a assinatura do Best pra depois do casamento.

E dois dias depois aconteceu a bomba da semana. A revista Gates of Eden publicou sobre o filme da Odile, intitulado “O maior fracasso insistido do cinema!”. Contei tudo para o Ed o que se passava naquele set, inclusive das minhas desconfianças que aconteciam entre os casais reais (Davy e Lulu, Gerd e Dianna) e os da ficção, mais os surtos que Louise teve durante as gravações, as tretas e mais outras loucuras. Era minha vingança contra Odile, Marianne e Anastacia.


Mickey POV

Esses dias que se passaram foi tipo uma marcha lenta. Em compensação estava com o pressentimento que as coisas podem melhorar. Era o pensamento que tinha até comprar a revista Gates of Eden e me deparar com a bombástica manchete.

-- Puta merda!

Em casa li, reli e não tomei mais café. Santo Deus! O que fizemos para merecer isso? Como Edmund teve a audácia de publicar esses fatos ocorridos anteriormente nas filmagens?

Então me lembrei da treta que teve entre Rosie e Best e contra todo mundo. Foi ela a delatora de tudo. Puxa vida! Como se afundar Odile não bastasse, a matéria avacalha com Ana e Marianne e critica duramente Louise, dizendo que suas atuações se tornaram duvidosas por conta do alto número de aparições sem roupa.

Neste momento Louise e Ana apareceram no apartamento e me mostraram a revista. Louise gritava de raiva e Ana se segurava pra não quebrar algo do meu apartamento.

-- Esse cara é um abutre! – comentei. – E ainda se diz jornalista isento.

Odile entrou no apartamento e conversou com Louise.  Enquanto Ana e eu planejávamos o que fazer sobre Rosie, pude ouvir a quantidade de “porras” que Louise berrava pra Odile.

-- Deus que me perdoe, Odile. Você é minha melhor amiga. Mas eu juro. Foi um tremendo erro ter participado deste filme! Você disse que vou ganhar um Oscar, mas depois disso, duvido que os críticos queiram me colocar na disputa pela estatueta. Neste momento só quero que esse pesadelo termine!

Odile se sentiu mal o resto do dia. Nem Franz conseguiu animá-la de alguma maneira. Ana saiu de casa. Ela decidiu conversar com Rosie.


Rosie POV

A revista escrita não era dessa forma que imaginei. Mas foi o bastante pra chamar atenção da mídia e finalmente trazer as atenções pra mim e críticas para Louise.  Culpa dela e da Odile perdi trabalhos importantes, com gente importante pra atuar neste filme e ainda consegui poucos trabalhos e todos ruins. Liguei pro Best e não me atendeu mais. Liguei mais uma vez pra saber como ele está e nada. Deixei um recado no celular.

-- Best, é a Rosie. Eu sei que está me ouvindo. Me mande mensagem ou me ligue. Você saiu do estúdio sem falar com ninguém. E eu quero saber como você está. Me liga.

Mal desliguei o telefone e ouço batidas na porta. Abri me surpreendi com a presença de Ana. Ela entrou sem convite da minha parte. Já sei do que se trata.

-- Ainda tem raiva de mim? – ela perguntou.

-- Não mais. – respondi de forma cínica.

-- Rosie, independendo do que eu fiz, peço desculpas por prejudicar você. E sobre eu e Marianne, já acabou. Somos amigas. Ela só sabe falar de você.

Não proferi uma palavra. Em vez disso tomei água, ofereci pra ela e servi. Voltei a falar.

-- Ana, vou ser um pouco honesta com você. Não tenho raiva de você. Na verdade gosto de você. Meu ódio começou quando Chelsea O’Malley me trocou por você. E aumentou mais quando vi você e Marianne juntas e se beijando no restaurante e fiquei tipo sem ação. Sem pensar num argumento.

-- Rosie, fiquei com Chelsea porque vocês tinham terminado e eu terminei com a Mari porque ela se manifestou. Disse estar amando você. Sei que erramos por falta do dialogo, por falta de contato.

Por mais a raiva ter inflamado ali, me senti melhor com a honestidade de Ana. No fim eu mesma reconheço que peguei pesado.

-- Eu também peço perdão por te arruinar e não só você mas também a Marianne, Odile e Louise.

-- Tudo bem, sei que elas te desculparam mas gostaria de que você publicasse essa carta na revista do seu namorado.

-- Que carta é essa?

-- Eu escrevi em nome da equipe e Odile está ciente. É uma resposta a aquele texto do Edmund.

Quando ela se retirou, li a carta e dizia isso:

Prezado Edmund Jones

Devido às recentes matérias publicadas na revista Gates Of Eden sobre o filme, no qual traça críticas errôneas e caluniosas sobre tal obra, antes mesmo que a película estivesse nos cinema.
Por meio dessa carta veio salientar que houveram brigas e desavenças durante as gravações, mas todos souberam reconhecer seus erros e trabalharam em conjunto para que o filme fosse filmado e pronto.
Em nome da equipe, esclareço que não somos  “um bando de gente despreparada para fazer cinema” e que a diretora Odile Greyhound não é uma “estúpida francesa que não sabe traçar argumento”, que todos os atores, roteiristas e produtores deram seu melhor para que a obra fosse feita.
Cinema não é um trabalho de um só e sim de um grupo. Somos contra todos esses comentários.

Atenciosamente,

Anastácia Rosely Romanov, escritora e roteiristas




Convencer Edmund aceitar aquela carta foram outros quinhentos mas no fim ele aceitou. Mas debochou.

-- Ed, não acha que pegamos pesado com eles? – perguntei. – Talvez não sejam tão ruins, apenas deu azar de certas coisas acontecerem pra sabotar o projeto.

-- Rosie, eles são ruins. – Ed continuava negar sobre o trabalho deles.

-- Acho que ao menos devia dar esse espaço a essa carta. – mostrei. -- Por favor!

-- O que eu não faço por você, cabelos de fogo? – ele aceitou a carta.

-- Tem mais uma coisa. – avisei enquanto preparava a postagem no site. -- Vou conversar com Best. Preciso saber se ele está bem.

-- Tudo bem e ai você se divorcia quando tudo isso terminar, vamos viajar e esquecer que esse filme aconteceu.

O problema não era o filme. E sim precisava saber do Best...


Louise POV

Passei sozinha o resto do dia. Não me atrevia a ligar pro Gerd pois ele estava ocupado com Dianna na preparação do casamento. E depois do que li na revista, me desmotivei demais. Olhei-me no espelho. A barriga já estava começando ganhar uma pequena forma e minha fome aumentou. Não comia mais por estar deprimida e sim pela gravidez. A campainha toca. Rezei que fosse Alice.

-- Me desculpa, ursinha. – Gerd entrou apressado e carregando uma sacola  e uma caixa. – Decorações nunca foi meu forte e a Dianna, coitada, também não sabia responder.

Normalmente tenho respostas pra tudo. Foi diferente. Voltei pro quarto, deitei na cama e liguei a TV smart, comendo os bombons. Trinta minutos depois senti um cheiro de fritura forte, o bastante pra provocar enjôos.

-- Gerd, pare com isso. – pedi em voz alta. – Eu... Merda!

Corri para o banheiro e botei tudo pra fora. Gerd me ajudou e a fritura parou. Em compensação ele fez uma sopa leve.

-- Eu não to bem. – disse.

-- Louise, isso tudo é por causa da revista?

-- O que acha?

Gerd riu um pouco.

-- Não entendi a graça. Gerd, é sério. Você gosta de ser comparado ao Neymar Jr?

-- Louise, aprendi a lidar com comparações e críticas desse tipo. Se ele me comparou ao jogador brasileiro do Barcelona é porque sou bom no que faço.


-- Isso é verdade. – sorri.

-- A única diferença entre Neymar e eu é que ele não ganhou uma Copa do Mundo.

-- Isso também é verdade. Embora não nego que torcia pelos brasileiros na Copa passada. Aquilo foi... Foi... Sem palavras.

-- Mostramos quem é a melhor seleção! – me abraçou e tocou minha barriga. -- Nosso ursinho.

--Nosso ursinho. Quero muito segurá-lo. – comentei. Desde a gravidez aquele medo havia sumido e a vontade de ser mãe aumentou.

-- Quando tudo isso acabar você vem comigo pra Munique. Nosso bebê vai ter um grande espaço pra crescer.

-- Uma casa só nossa?

-- Só nossa.

Tomei a sopa e me recuperei do choque. Gerd se mostrava mais cuidadoso comigo. A idéia de formar uma família me pareceu boa. A casa cheia de crianças, aquela alegria contagiante.

-- Estive pensando. – terminava de lavar a louça. -- Nosso bebê não será o único... quero dizer, filho único.

-- Quero um time de futebol e já temos um técnico. – ele disse bem divertido.

-- Gerhard! – joguei o pano de secar os pratos na cara. -- Se quer um time, no futuro um dos nossos filhos terá seu nome!

-- Ótimo!

Agora vem a parte mais legal quando surpreendemos o parceiro com outra parte da moeda.

-- Mas convertido em inglês!

Gerd bebia água e quando ouviu isso cuspiu, assustado. Dei risada.

-- Vamos ver se entendi. Nosso filho terá meu nome... Em inglês? Gerald?

-- Sim.

-- Bem... acho também  muito boa a versão italiana do meu nome... Gaetano... O que acha?

Com tanta conversa e ele sem querer menciona a Itália. Por quê? O riso acabou e eu não toquei mais no assunto. Gerd dormiu de conchinha comigo e adormeci. Quando amanheceu me acordei com o ruído da campainha. Vesti o roupão bem atrapalhada e abri a porta. Alice.

-- Meu solzinho! – me abraçando e me beijando na bochecha. – Bom dia. Espera! McDreamy, digo, Gerd está aqui?

-- Dormindo. – respondi e bocejei. – Alice, são oito da manhã. Eu quero ficar na cama.

-- Não antes de receber seu presentinho.

Ela me entrega uma caixa embalada com papel presente personalizado de bebê. Abri aquilo e encontrei um lindo macacão de ursinho pardo muito fofo. Me emocionei pelo presente.

-- Alice, isso é tão lindo! – abri bem os olhos pra admirar o presente adorável. – Adorei!

E mais abraços fortes. Ela ainda completou mostrando o tablóide The Sun e na primeira página a carta de Anastacia para a revista Gates of Eden sobre a matéria que publicaram sobre o filme e críticas sobre o elenco. Alegrou meu dia e aliviou meu coração. Agora não sou mais considerada atriz duvidosa.

Alice ficou para o almoço e ela mesma cozinhou. Gerd chegou trazendo mais presentes. Almoçamos juntos, conversamos sobre seu programa na TV, a relação confirmada com Serguei e a possibilidade de terem um filho. Na parte da tarde ela foi embora e ficamos nós dois, assistindo a série Bloodline quando a campainha toca. Pelo modo como soava deduzi quem era: minha família. Confirmei no olho mágico da porta.

-- Ursinha... – Gerd quase falou alto.

-- Se esconda. – avisei. – Embaixo da cama, rápido!

Abri a porta e mamãe já foi entrando sem convite.

-- Por que demora sempre pra nos atender? – perguntou meu pai e mamãe se sentando no sofá.

Ia responder mas eles entenderam. Ou pensaram que entenderam por conta da luz fraca no quarto e a cama desarrumada. Papai fez aquela cara de espertinho.

-- Não responda, filha. – ele piscou e falou alto. – Fica tranqüilo, Davy. Não vou brigar com você.

-- Pai! – repreendi, um tanto constrangida.

-- É melhor irmos pra casa. Vamos, Mary. Nossa tumbelina está em perfeitas mãos.

-- Acho bom. Detesto saber que meu genro não está cuidando da minha filha e do meu neto.

Eles saíram e Gerd depois surgiu, todo torto e espirrando.

-- Nunca mais me escondo ali! Nunca mais!

Vou me lembrar de nunca esconder um homem de 1,76 de altura embaixo da cama. Gerd achou melhor no outro dia passar mais tempo com Alice. E foi o que fiz. Minha Lua apareceu de manhã e ele assistindo sua série.

-- Me sinto mal por dizer aquilo pra Odile. – comentei, triste e por lembrar.

-- Você pode falar com ela. – disse Alice mais solícita. – Meu sol, ela anda muito triste pela publicação da Gates of Eden. Agora não sei como se encontra, já que o The Sun publicou a carta de Ana em resposta.

Resolvi visitar Odile. Não foi uma boa recepção que tive.

-- Odile...

-- Louise eu não quero mais ouvir você! – ela falava com braveza. – Você mesma disse que não gostava da idéia do filme ter um elenco diversificado. E depois agora diante da crítica da Gates...

-- Mas Odile..

-- Mas nada! – Odile berrava e se encontrava numa fúria matadora.

-- Odile, deixa de ser dramática. – falei, sem pensar que enfureci mais. – Você fica dramática quando se embravece.

-- Dramática? Eu? Quem surtou duas vezes no estúdio com Gerd? Quem disse que meu filme não daria certo? Você! Meu Deus, onde estava com a cabeça pra te colocar no elenco? Mas não é. Minha falta de dinheiro impossibilitou de contratar atrizes de alto escalão como Marion Cotilliard e você por ser minha amiga, tive de chamá-la. E agora vejo o tremendo erro. Eu não só afundo isso, como também destruí seu relacionamento com Davy.

-- Você não destruiu. – disse. – Me dei conta tarde demais que não o amo. E sim o Gerd. Inclusive... Estou grávida dele.

Odile me olhou espantada.

-- Mesmo?

-- Sim. Por favor, não se sinta culpada...

-- Minha nossa! – Odile se sentou no sofá com as mãos na cabeça. – Meu erro ficou agora grotesco....

-- Odile, pare com esse drama...

-- CALA ESSA BOCA! – ela gritou e se voltou total contra mim. – Me chama de dramática, sendo que você botou defeito em tudo, brigou com todo mundo, agüentei você o tempo todo e engravida de outro? CAIA FORA DA MINHA CASA.

Praticamente ela me expulsou de sua casa e ouvi o grito na janela.

-- Quando esse filme acabar, me lembre de não trabalhar mais com você, vadia!

Agora pegou pesado. Em nossos anos de amizade Odile nunca me chamou de vadia, nem na forma afetiva com nossos milhões de apelidos toscos e estranhos. E ainda ela gritou comigo. Isso deve ser o fato como a tratei nesses meses de trabalho no filme. Voltei pra casa e não encontrei Gerd mas um bilhete dele escrito:

Dianna me ligou. A data do casamento foi adiantada. Vou me ausentar mais, ursinha.

De tão decepcionada dormi na sala e passei o resto da semana incomunicável. Não falava com ninguém no What’s App, Facebook ou SMS. Nada. Passei dia e noite chorando na cama.


E CHEGOU A DATA DO CASAMENTO

Quando você chora a noite toda, usando um pijama horrível e seu cabelo tá uma bosta e não consegue se levantar? Pois é, essa sou eu, deprimida. Acho que Odile tinha razão. Sou mesmo dramática. Ouvi batidas fortes no apartamento. Depois parou. Em seguida o celular tocou. Atendi.

-- Alô? – com voz de sono.

-- LOUISE! – Davy berrou no telefone e nem coloquei no viva voz. – Acorde logo! É hoje!

-- Hoje o quê, bastardo?

-- Como pode ter esquecido? Hoje Dianna e Gerd vão se casar.

Tinha mesmo esquecido do plano. Abri mais os olhos, abri a porta pro Davy entrar.

-- Quanto tempo nós temos?

-- Duas horas e meia!

Duas horas e meia? É pouco tempo. Tomei banho depressa. Escovei o cabelo e coloquei um vestido qualquer por conta da barriga.

-- Como estou? – perguntei e sem querer me dei conta a irrelevância. – Esquece! Precisamos impedir um casamento.

Descemos de elevador e fomos pegar um táxi. Totalmente impossível.

-- Davy, este trânsito está bem pior que em São Paulo! – reclamei.

-- O casamento é na abadia de Westminster. Por isso esse congestionamento.

Tive vontade de vomitar quando ouvi isso. Na abadia... O casamento não era numa igreja qualquer. Era em Westminster. A igreja da família real britânica. Davy me amparou e sugeri que chamasse o Uber por ser mais fácil.

-- Tenho uma idéia melhor. – ele garantiu.

Enquanto me acalmava no hall de entrada do condomínio, pensava como ia impedir o casamento num lugar como a Abadia de Westminster. Com certeza as imprensas britânicas e alemãs estarão lá. Melhor imaginar a manchete dos jornais mostrando a famosa troca de casais em plena igreja de sua majestade.

Davy me conduziu para dentro do carro de... Mike Nesmith e... Alana Watson? O que a baixista da English Band fazia ali?

-- Oi Mike! – ele cumprimentou. – Olá, Alana. Bem vinda à nossa família.

-- Obrigada, Davy. – ela sorria e depois beijava o Nez.

Mike dirigia em alta velocidade. Não sei como ele conseguia desviar dos carros e não cruzando sinal vermelho. Resistia a vontade de perguntar pra Alana sobre ela e Nez. Deixei para depois.

-- Quanto tempo nós temos, Davy?

Olhou pro relógio. O tempo passou rápido mesmo.

-- Meia hora.

À medida que pensava no padre unindo meu ursinho com Dianna aumentava aflição e respirava fundo pra não ter um troço e perder meu filho.

-- Acelera, Mike! – pedi, impaciente.

-- Mas, Louise...

-- ACELERA!

Vamos definir um pouco ironia. Nesmith dirigia em alta velocidade enquanto o rádio tocava You Can’t Hurry Love, das Supremes. Que merda! Diana Ross, com certeza você não sabe o que é impedir o homem que você ama num casamento onde toda realeza britânica e alemã se encontram. Chegamos à igreja e as portas fechadas. Contudo, ouvimos aquelas palavras em alto e bom som.

-- Se houver alguém que seja contra esse casamento, que fale agora ou cale-se para sempre!

Entrei em pânico.

-- Davy... – como eu estava receosa demais! Encarei meu amigo. – Você não tem medo de provocar certas... comoções?

-- Nenhum pouco. E você?

Só de saber da convicção dele, me motivou. Respirei fundo e me recuperei.

-- Não tenho medo!

Nem precisamos contar. Entramos na maior cara de pau e gritamos juntos.

-- EU SOU CONTRA!

Agora vem aquela parte que todos te olham. Maravilha, todo clã McGold estava lá. Meus pais, meus irmãos mais velhos, meus tios e primos. Até a Fefe e o Peter Tork (isso é sério?) e as amigas da Dianna. Odile e Franz, juntamente com Sepp e Nora se encontravam chocados.

-- O senhor não pode casa-los, padre! – exclamei. – Eu amo esse homem! E ele é o pai do meu filho!

A velha comoção se transformou em dúvidas nos convidados.

-- E o eu amo essa mulher! – gritou Davy, afastando Dianna do Gerd. – E... O filho que ela espera é meu.

E mais choque. O Sr. Mackenzie foi o primeiro a se levantar.

-- Dianna Sophie Mackenzie, explique isso!

-- Senhor! – me intrometi. – Não exija da Dianna uma resposta destas...

-- E por que, Srta. McGold? – Ok, admito que senti medo do pai da Di. – Ah claro, eu lhe digo! Porque você destruiu o dia mais feliz de minha filha aplicando o golpe da barriga no noivo dela! Uma vadia!

-- Hey, Mackenzie! – meu pai se levantou, com cara de bravo. – Minha filha não é nenhuma vadia.

-- ENTÃO O QUE É ISSO QUE VEJO? – ele apontou para nós quatro.

-- Vamos, Louise. – meu pai me olhou, tão furioso. – Justifique pro Sr. Mackenzie e para mim essa história toda.

Breves segundos comigo mesmo pude observar tudo ao meu redor. O padre abismado, as famílias dos noivos completamente chocados, alguns parentes riram e outros me olhavam. Meus parentes também esperavam a explicação. Os amigos de Davy e da Di nem se preocupavam, já sabiam da historia toda.

-- Eu amo outro homem. – disse na maior naturalidade e me aproxime de Gerd. – É ele, pai. E o Davy ama a Dianna pra caramba.

Papai parecia não absorver as informações. E ainda dialogou.

-- Não... Não... Louise... Não confunda as coisas do cinema com a vida real...

-- Não estou confundindo. – disse, bem séria. – Eu amo Gerd Müller.

-- Sr. Mackenzie... – Davy conversou com o pai da noiva. – Me apaixonei por sua filha no dia da festa de encerramento de Ligações Perigosas. Ali eu soube que ela é a mulher da minha vida. Louise é minha melhor amiga. Certo, nós namoramos por dois anos e ela é linda mas Dianna é muito mais. Ela tomou meu coração.

-- Faço minhas palavras as do Davy. – afirmou Dianna.

-- Mas e os bebês? – perguntaram os pais.

-- Meu filho... – Dianna tirou o véu do vestido. – É do Davy.

-- Tem certeza?

-- Se o bebê da Dianna é do Davy mesmo... Então...

Agora papai lançou um olhar espantado para mim e pro Gerd e se transformando em nojo total, soltando o mais alto grito que a igreja já ouviu.
-- OH MEU DEUS! – gritou. – MEU NETO VAI NASCER ALEMÃO!

Não sei se rio ou choro com aquele dramalhão que papai fez em plena abadia, mas Gerd e eu estamos felizes e livres. Impedi um casamento sem amor e ainda Davy e Di foram beneficiados. Mas ainda tinha mais coisas a serem resolvidas na igreja...


Continua...

domingo, 30 de julho de 2017

Brit Characters: Laurent Chapelle

Agora vamos conhecer o irmão lindinho de Renée.


Nome Real: Laurent Antoine Dumas Chappelle

Idade: 22 (em Rush)

Data de nascimento: 25 de setembro de 1950

Cidade natal: Saint-Étienne, França

Cidade atual: Londres

Profissão: Ator, dublador, produtor e professor da escola de atores

Hobby: Pintar, desenhar

Relacionamentos: Karen Greenlef (1972 a 1974), Duncan Smith (1975 a 1976)

Características: Laurent é o irmão mais novo de Renée, é mais extrovertido e mesmo sendo ator, trabalha em outro grupo teatraL. Ele também é especialista em musicais
e dublagens de filmes de animação. Hoje ele exerce bem como professor na escola de atores gerenciado por Louise McGold e Odile Greyhound.

Medo: Acidentes

Do que mais gosta: Passear sozinho, conhecer pessoas.

Do que menos gosta: das loucuras e gafes que Denis Law comete.

Brit Characters: Moses Smith- McGold

Olá pessoal!
Andei um bom tempo sem postar novos personagens mas hoje vamos conhecer uma tríade de irmãos. Vamos lá!



Nome Real: Moses Darren Smith Williams (Moses Smith-McGold)

Idade: 28 (em Laços do Blues)

Data de nascimento: 5 de junho de 1939

Cidade natal: Inverness, Escócia

Cidade atual: Londres, Cardiff, Buenos Aires

Profissão: Médico clínico geral e Obstetra

Hobby: Escrever, praticar tiro com armas de fogo 

Relacionamentos: Mary McGlory (1963 a 1965), Brianna Randall (1966 a 1967), Marianne Jones (1967), Valleri Mackenzie (1970 a 1972), Marianne Jones (1972 em diante).

Características: Moses compõe uma perfeita mistura de seus pais, Robert McGold e Rosamund Smith. Formado em Medicina na universidade de Oxford, ele voltou para Londres em 1967, trabalhando no hospital central e conhecendo seu grande amor: Marianne Jones. Ele possui o amor intenso de sua mãe,mas sabe ser ardente na cama como o pai. Moses é o filho de Robb e irmão mais velho de Felicity.

Medo: Moses tem síndrome do pânico mas está tratando.

Do que mais gosta: Vestir kilt, cozinhar, andar de bicicleta e tocar guitarra.

Do que menos gosta: Indecisão

terça-feira, 25 de julho de 2017

Bears Comedy (4º Episódio)

Olá pessoal!
Lembram do pronunciamento? Pois bem, como estava numa bad horrível, ia encerrar as atividades mas, foi mais forte do que eu. E hoje resolvi postar mais um ep da comédia dos ursos. Boa leitura!



Episódio 4: Festas e desapegos


As garotas do call center chegaram cedo e se logaram nas máquinas mas antes de ativar, esperaram mais alguns minutos para iniciar a jornada de trabalho. Na vez de Suzan, o computador apitou três vezes e por fim queimou parando os apitos. As garotas e outros operadores se assustaram e viram a fumaça exalando do cooler da CPU.

-- Ihh Sue, já era! – ironizou Elena.

-- Vou comunicar o Ed sobre isso. – Rosie saiu de seu ponto de atendimento e chamou o supervisor.

Edmund também viu e ligou para a equipe de manutenção, solicitando que o computador fosse retirado e colocado outro que estivesse em perfeitas condições de funcionamento. E pela falta de p.a, Suzan acabou permanecendo na cadeira, conversando com as garotas um pouco. E foi assim durante a jornada inteira, com a equipe colocando outro computador, fazendo as devidas configurações e outras coisas.

Na pausa do almoço, elas se juntaram com Louise McGold, a jovem auxiliar administrativa de Edmund e conversaram sobre diversos assuntos.

-- Me esqueci de falar. – disse Suzan. – Tenho uma boa e uma má notícia. Qual querem ouvir?

-- A boa. – respondeu Rosie, de cara.

-- A boa notícia é que meu vizinho poetinha atrapalhado trabalha aqui e na área de back-office.

Rosie cuspiu o suco e Jane quase se engasgou.

-- Sério? – todas se impressionaram, menos Louise que estava rindo.

-- Ela diz a verdade. – confirmou Lulu, bebendo o suco. – Aliás, ele está bem ali. – apontando para Peter Tork comendo um sanduíche com alguns supervisores.

Olharam disfarçado e logo riram. Voltaram a sua conversa.

-- E qual é a má notícia? – questionou Elena.

-- A má é que ele voltou pra irlandesa. – lamentou Suzan. – Parece que foi tudo um mal entendido e o melhor amigo dele nunca faria isso.

-- Caramba! Ele parece aquele outro supervisor paranóico, o Simon. – disse Rosie, se lembrando do ex-chefe que namorou sua colega, Fanny Fitzwilliam mas terminaram por conta do ciúme exarcebado dele, o que levou sua demissão por justa causa.

-- Aproveitando que a Sue disse uma má notícia eu também tenho algo pra contar. Eu terminei pra valer com Facchetti e decidi desapegar do crush alemão que é meu vizinho.

As meninas exclamaram negativamente. Sabiam de toda história de amor enrolada de Louise e tentavam ajudar com conselhos e cuidados.

-- Olha, Lulu, não quero ser megera nem nada, mas não acha que toda vez que você arranja um cara legal ou tem crush numa pessoa, Alice trata de tirar bem debaixo do seu nariz?

Lulu tinha mesmo reparado nisso mas por amar Alice demais não dizia nada e por essa razão desistiu por completo do vizinho.  Na realidade a menina andava cogitando em viver sozinha...

-- Não tinha percebido. – disfarçou e mudou de assunto. – Garotas, que tal hoje à noite fazermos um happy hour?

Todas toparam. O local foi definido num karaokê. As horas custaram para passar ainda mais para elas que ansiavam pela noite das garotas no karaokê. Rosie também comenta sobre o cliente abusado que vive ligando para seu ramal unicamente para conversar com ela e jogar charme. Elas riram.

-- E qual é o nome dele? – perguntou Louise, enquanto olhava o celular.

-- Acho que é.. Graham... Graham Nash.

Um raio de ideia atingiu Lulu, se lembrando quem é a pessoa.

-- Nossa!

-- O que foi? – indagou Suzan, assustada.

-- Ele é meu vizinho! – confirmou Louise.

-- Seu vizinho? – Rosie se chocou. – Ele me liga todos os dias.

-- Sim. Ele divide o apartamento com Gerd.

-- Com seu crush alemão. – mencionou Jane.

Lulu corou e fechou a cara.

-- Me desculpem. Não devia falar dele, logo eu que quero desapegar.

-- Às vezes é bom falar do boy até quando queremos desapegar, amiga. – confirmou Suzan.

O problema era que Louise conseguia com dificuldade esse desapego.

Bond terminou de corrigir as provas e após guardar tudo na pasta, ligou o notebook de Nash e acessou o Youtube. Dos canais mais populares havia um que chamava bastante atenção e era de um tal de George Best, o homem dos animais fofinhos.

-- Farsante! – resmungou Bond. – Diz que ama os animais só pra chamar atenção. Fala sério.

Neste momento Gerd chegou em casa, cansado por conta do trabalho exaustivo em limpar o bar e fazer umas mudanças.

-- O que tem de bom aí? – perguntou o alemão.

-- Nada que realmente preste! – respondeu e desligou o notebook. – Hoje você abre o bar?

-- Não. Só no domingo. – Gerd caminhou até o banheiro. – E também hoje vamos sair.

-- Mas pra onde?

-- Tem um pub que tem um karaokê. – sugeriu Gerd, ligando o chuveiro. – Fica no Soho. E eu soube que a crush francesa vai comparecer.

O inglês abriu um sorriso e foi para o quarto verificar roupas boas para saideira. Nash também entrou na casa e sentou-se no sofá.

-- Estou cansado.

-- Mas hoje é sexta-feira. – resmungou Nash, quase dormindo.  – Qual é? Vamos dormir e aí amanhã caímos na gandaia.

Não deu em outra. Os três seguiram para o Soho no fim da tarde e chegaram ao pub que há um karaokê. Sentaram numa das mesas perto da janela.

-- Nash, para de usar esse telefone. – Bond reclamava cada vez que o amigo leva o celular em dias de saideira.

-- O Tinder não vai te ajudar, Nash. -- afirmou Gerd, brincando e depois avistando a garçonete Alana Watson, chamando para sua mesa. – Alana, minha querida. O que vai ser para nós?

-- Seu sorriso não vai te salvar, Gerd. – Alana servia os petiscos para os rapazes. – Meu chefe tá no meu bico porque não quer que eu sirva fiado pra vocês.

Neste momento Nash mostra seu cartão de crédito.

-- Ponha na minha conta, Smurfette. – sorrindo.

Alana ria dos três e pegou o bloco para anotar os pedidos.

-- O que vão querer?

-- O de sempre. – respondeu Bond. – Pizza tamanho família com sabores de pepperoni, quatro queijos e presunto e sua melhor bebida.

-- E vão cantar no karaokê? – indagou a garçonete.

-- Se o Gerd ficar bêbado, sim. – disse Nash e em seguida dando gargalhadas.

Alana serviu os rapazes com cerveja e se retirou. Gerd bebeu um pouco e vendo que há pouco movimento na máquina de karaokê, decidiu.

-- Quero cantar!

-- O que vai ser? – perguntou Bond, se divertindo e vendo Alana trazendo a bandeja de pizza com os pratos e talheres.

-- Eu tava brincando. – Nash parava de rir. – A última vez que ele ficou bêbado, atacou de Blue Velvet do Bob Vinton.

-- Hoje vou de Johnny Cash.

Os rapazes e a garçonete se surpreenderam.

-- Bem, tenha sorte de encontrar sua June Carter. – finalizou e entregando a conta.

Subindo ao palco, escolheu com cuidado a música. E justamente foi Ring of Fire.

-- Quer apostar, Nash? – Bond adorava apostar mesmo envolvendo Gerd.

-- Já tentamos isso, Graham. E não deu certo.

Enquanto Gerd cantava, a porta se abriu, revelando as meninas do call Center do London Bank e Louise. Se sentaram numa mesa atrás dos rapazes. Rosie foi a primeira lamentar.

-- Merda! Chegamos tarde. Já tem gente cantando. – reclamou a ruiva.

Nash ouviu a voz da moça e se virou.

-- Eu conheço essa voz...

Como por instinto, ele e Rosie se viram e o técnico de informática se encantou. A mais bela ruiva de olhos verdes que já viu.

-- Meu Deus... Conheço Você?

Rosie ficou vermelha e logo Louise reconheceu o vizinho.

-- Hey Nash e Bond. Quero que conheçam minhas amigas e colegas de trabalho. Esta é Elena Valdez. Ela é estudante de Enfermagem e operadora 18-06, Suzan Hardison, do departamento financeiro e o ramal é 10-03, Jane Berkley a doce, porém boca suja operadora 25-06 e Rosie Donovan a operadora....

-- 20-01. – Nash respondeu de cara, completamente apaixonado. – Você é a dona daquela voz que gentilmente me atendeu, conversou comigo nos outros dias e...

-- E me fez ser pontuada pelo TMA*. – Rosie ria, mas estava surpresa. – Desculpa, mas não imaginava conhecer agora o meu cliente, que é vizinho da Louise.

-- Eu sim. – Nash beijou a mão dela. – Por vários dias sonhei com o dia que ia te conhecer. Só não imaginava que você é bonita mesmo. Oh meu Deus! Eu...Eu devia ter vestido uma calça e uma cueca da Calvin Klein pra ficar melhor apresentado.

Rosie deu risada. Ela gostou do rapaz e gentilmente o convidou e junto com Bond para se juntar a confraternização. Depois que Gerd é ovacionado pelo público, ele vê seus amigos com uma turma de garotas e... a vizinha loira lésbica.

-- Olá! – cumprimentando todos. – Meus amigos me abandonaram mas ganho novos amigos.

Lulu quase se engasgou e fez as devidas apresentações. Ele ainda fez questão de sentar-se ao lado da loira. Neste momento Rosie faz um convite a Nash.

-- Sabe, eu adoro karaokê e adoraria cantar. Quer ir comigo? – convidou Rosie.

-- Nossa... Faz tempo que não canto mas... Só se me deixar escolher uma música.

-- Combinado.

Os dois subiram ao palco e Nash de cara solicitou Crazy On You, do Heart.

-- Pronta?

-- Sim!


If we still have time, we might still get by
Every time I think about it, I want to cry
With bombs and the devil, and the kids keep comin'
No way to breathe easy, no time to be young
But I tell myself that I was doin' all right
There's nothin' left to do at night
But go crazy on you
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, oh
My love is the evenin' breeze touchin' your skin
The gentle, sweet singin' of leaves in the wind
The whisper that calls after you in the night
And kisses your ear in the early moonlight
And you don't need to wonder, you're doing fine
My love, the pleasure's mine
Let me go crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, ohhh
Wild man's world is cryin' in pain
What you gonna do when everybody's insane
So afraid of one who's so afraid of you
What you gonna do, ohh
Oohh crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you
I was a willow last night in my dream
I bent down over a clear running stream
Sang you the song that I heard up above
And you kept me alive with your sweet flowing love
Crazy
Yeah, crazy on ya
Let me go crazy, crazy on you, oh
Crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you, yeah
Crazy on ya
Crazy on you
Let me go crazy, crazy on you



Enquanto os dois cantavam, Elena e Jane foram pro banheiro e Suzan flertava com um rapaz que viu no balcão.

-- Gente, com licença. – ela se retira da mesa.

Louise ia alertar a amiga que o tal cara era ninguém menos que Micky Dolenz, o amigo de Peter Tork. Bond também pediu licença para ir ao banheiro e deixando somente Gerd e Louise sozinhos.

-- Faz algum tempo que não te vejo. – comentou o barman, tomando mais uma cerveja. – Quer dizer, a última vez foi... Na sua casa, com Alice...

-- É, eu sei. – concordou Louise, fria e olhando para os lados.

-- Posso te pagar uma bebida?

Louise mostrou um copo de Martini ainda cheio.

-- Já estou bebendo uma que eu mesma paguei. – falando em tom de grosseria.

-- Então... – ele ficava mais perto da garota e quase tocando a mão dela. – Gostaria de cantar algo comigo?

Louise o olhou, muito brava.

-- Não. – respondeu mais fria do que antes e em seguida pediu. – Gerd, você é um cara legal, mas... Por favor, pare. Está feio.

-- Tudo bem... – ele concordou e continuou insistindo. – Eu quero essa noite me divertir com você. Te fazer sorrir porque vi que andava triste por esses dias.

Apesar das boas intenções do vizinho, Lulu não se abateu e continuava brava.

-- E se eu disser que quero me divertir, mas sem você?

-- Eu vou entender. – respondeu resignado.

-- Quer saber... – ela sacou duas notas de dinheiro e deixou na mesa. – Eu vou embora. Só de ver você estragou minha noite.

E foi embora, sem se despedir das amigas. No meio do caminho Louise resistiu a vontade de ligar para Facchetti. Sempre que se deprimia ela discava o número dele no celular para conversar. As garotas, Bond, Rosie e Nash retornaram para mesa.

-- Poxa, cadê a Louise? – estranhou Jane.

-- Foi embora. – respondeu o alemão, tomando seu último gole de cerveja.

Meia hora depois ouviram mais uma música no karaokê. Gerd de novo cantando e um pouco bêbado.

I could feel at the time
There was no way of knowing
Fallen leaves in the night
Who can say where they're blowing
As free as the wind
And hopefully learning
Why the sea on the tide
Has no way of turning


-- O que deu no Gerd pra cantar Roxy Music? – Bond estranhou pois o amigo alemão nunca canta músicas tristes.

-- Acho que levou o fora da vizinha. – confirmou Nash.

As meninas concordaram ao mesmo tempo em que viram Suzan indo embora com Micky.

-- Quem mandou ele se envolver com a morena, sabendo que ele quer a loira. – Bond se servia de mais cerveja.

-- Nós avisamos mas ele não nos ouve. – disse Nash. – Ele tem que se acertar logo com a Louise.

-- A Lulu quer desapegar. – comentou Rosie. – E do jeito que está... Não sei...


More than this, there is nothing
More than this, tell me one thing
More than this, there is nothing


Lulu voltou pro apartamento, ainda chorando. Cada dia ela estava mais apaixonada pelo vizinho alemão, contudo Alice demonstrou mais essa paixão, tornando mais difícil de lidar com a situação amorosa.


Continua...

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Stop! In Name of Love (Capítulo 19 e 20)

Olá pessoal!
Mal terminei uma postagem e já temos outra. Este capítulo não tem nada de McGüller mas tem uma carga dramática média com outros ships. Preparem os lencinhos. Boa leitura!



Capítulo 19: The Girl I Knew Somewhere


Alana POV

Sabe aqueles momentos de Lei de Murphy? Quando acha que vai dar errado, é certo que vai e da pior maneira possível? Pois é... Vou contar exatamente o porquê e onde terminou essa palhaçada.

Começou com a filmagem na boate, fugi do Nesmith e ele me seguiu no banheiro. Ok, digo que rolou um “repeteco” e dos bons! Quando saí do banheiro, dei de cara com... a giganta loira chamada Emma Carlisle. E eu com o cabelo desarrumado, o vestido todo baganhado, o batom desmanchado e sem calcinha (o maldito teve a audácia de rasgá-la) saí de fininho dali e dei uma virada pra trás e ela entrou, mas Mike não saiu do banheiro feminino.

Como pude ser burra em cair nessa?

Tento não pensar que Mike e Emma ficaram também no banheiro ou numa negativa e quanto mais eu pensava, mais ansiosa ficava e mais triste também. Às vezes chorava, mas não perto dos rapazes. Até que um dia Kroos percebeu isso e foi numa noite.

-- Smurf, o que aconteceu? – perguntou ele, alisando meu braço.

-- Nada. – neguei. – É coisa minha.

Toni me abraçou por trás e de novo aquela sensação do mau caratismo de minha parte. Mesmo ele ausente, se mostrava gentil, carinhoso e se preocupando comigo. E ainda sim meu coração balançou mesmo com Mike Nesmith, o pior tipo de cara.  Antes de ir para o estúdio passei em frente a uma loja de roupas. Bastou um relance e vi Nez beijando sua ex, ou melhor, uma de suas ex namoradas e justamente Alice Stone. O que fiz? Dei dois passos pra trás e dei a volta no quarteirão, desejando esquecer isso.

Lei de Murphy é certa do pessimismo. Nunca duvide disso. No outro dia gravamos mais faixas para a trilha sonora e estive sozinha na sala. Foi aí que Nez apareceu.

-- Oi, Alana!

E o próximo ato foi jogar o baixo contra ele.

-- O que foi? – ele perguntou, espantado.

-- E ainda pergunta? Canalha! – peguei a guitarra do Edward e errei em acertar um golpe no Nesmith. – AFINAL DE CONTAS, O QUE VOCÊ QUER DE MIM? ME TORNAR MAIS UMA DA SUA LISTA?

-- Alana...

-- VAI À MERDA!

Em ponto de bala caí fora da sala e nem encarei os outros. Me dei um dia de folga sem avisar ninguém. Obrigada Lei de Murphy.


          Capítulo 20__ A Kiss from the rose


Rosie POV

Respire fundo... Apague tudo em sua mente... Como sentia falta do cigarro e da minha bebida. Mas parei terminantemente por causa da gravidez. Best não parava de falar nisso, idealizando o nosso filho e tal. De certo modo gostava, mas agora tem me irritado constantemente e para não me incomodar, ignorei.

Mas não era só George Best que me irritava. Marianne Jones também. Desde que ela se uniu a Anastacia Rosely para serem as co-autoras do roteiro novo, percebi que elas andavam se (re)aproximando. Antes de eu conhecer Marianne, ela estava com Ana num relacionamento bom e no momento que entrei na vida dela, se separaram. Agora vejo que elas voltaram, ou pelo menos acho. Para evitar mais complicações na gravidez, deixei de novo pra lá.

Apesar de serem poucos meses, tomava todo cuidado para não me irritar e provocar outros problemas na minha saúde. Certo dia aquele nhem-nhem-nhem delas estourou meu limite e saí sem avisar o Best ou outra pessoa. Embarquei no carro e segui para meu apartamento. Comecei arrumar as malas e depois escrevi uma carta de demissão do elenco da Odile. O celular tocou. Era o Best na tela. Ignorei a chamada e disquei o número de Liverpool.

-- Oi, sou eu. Desisti daquela filmagem. Você sabe o motivo.

-- Rosie... Elas não voltaram. Acredite em mim. Marianne é co-autora.

-- Já estou me incomodando demais e Marianne é só um bônus que veio junto.

-- Fala da Anastacia?

-- Ela também e do Best! Não agüento mais ele!

A voz do outro lado se calou e deu um suspiro.

-- Você pode ficar em Liverpool com sua mãe e depois vir comigo. Tenho uma casa aqui na Escócia. Só pra você e eu. E o bebê.

Aceitei e finalizei a ligação. Ouvi alguém abrindo a porta e pensei que fosse o Best e aí teria de enfrentar. Não era e sim Marianne.

-- Por que você sumiu?

-- Isso não é da sua conta! – tentei passar, mas Marianne não deixou.

-- Odile e eu esperamos você para terminar de filmar.

-- Arranje outras. – disse enquanto vestia um casaco. -- Peça pra Ana te ajudar, vocês parecem se acertar.

-- Ana e eu? – Mari se espantou. – Rosie, somos amigas.

-- O cacete de amizade! – levando a mala e Marianne insistindo na afirmação.

-- É amizade sim!



-- Não! – Ela fechou a porta pra mim.

-- Vai me ouvir também! Não estou tendo caso com ninguém. Você nunca acredita em mim?

-- Passei a não acreditar desde que Ana apareceu.

-- Ana é minha amiga de longa data e ela sabe que eu amo você. Ela tem uma namorada também.

-- Vai à merda! Some!

-- Vai tomar no seu... – Marianne agora começou me xingar. -- Eu sei que está indo ficar com o meu irmão. O Best me ligou.

-- Se acha que estou indo ficar com Edmund, é porque se enganou. Vai ficar com a Ana. E para sua informação, estou indo para Liverpool ficar na casa da minha mãe pra me afastando de tudo!

-- Não vou deixar você ir embora. Não estou ficando com ela e o bebê é  dele, não é?

Não respondi e dei as costas para Marianne. Peguei o elevador e embarquei no táxi que chamei. Vi atrás que o Best correu até mim.

-- Acelera! – pedi ao taxista.

E não dei nem ao menos um adeus.


Best POV

Eu sabia que Rosie não estava bem. Na verdade as coisas começaram a ficar tensas quando ela engravidou. Tentava fazer de tudo pra ela sentir-se bem, mas nada do que fazia adiantava e pra piorar, ela evitava meus carinhos, negava meus beijos e minha atenção, preferindo se isolar. Cheguei a suspeitar que ela ainda estivesse apaixonada por Bobby Moore, seu antigo namorado. Mas não pode ser. Eles são amigos e se respeitam.

E hoje, quando ficamos perto de finalizar uma cena, Rosie abandonou o set sem avisar ninguém. Liguei pra ela e não fui atendido.

-- Best! – Odile apareceu. – O que deu na Rosie? Poxa, falta pouco pra encerrar a parte dela.

-- E-eu não sei. – como poderia explicar isso que minha esposa foi embora. – Ela saiu e não me mandou mensagem e estou ligando pra ela e não sou atendido.

Me lamentar não adiantava e então fui a Liverpool no outro dia e chegando a casa da minha sogra, com quem não tenho bom convívio, chamei por Rosie. Por três vezes e nada. Da janela encontrei Vivian, a irmã adolescente.

-- Best, o que está fazendo? – ela usava pijama, presumo que Vivian estava dormindo.

-- Vivian, me ajuda. Rosie está aí? Preciso falar com ela.

-- Rosie? Ela não está aqui.

Como assim? Marianne tinha dito que ela foi para Liverpool ficar com a mãe. Será que...

-- Tem certeza?

-- George,  eu falo com a Rosie toda semana e ela não me disse nada em vir pra cá e nem de alguma viagem. A última vez que falei com ela foi semana passada e era do filme e o bebê.

Antes de dizer algo, o telefone tocou e era ela.

-- Rosie, onde você está?

-- Não interessa. – respondia friamente. – Best, vou ser curta e grossa. Acabou nosso casamento.

O coração pesou. O que eu fiz para ela? Eram tantas perguntas...

-- Rosie... O que eu fiz? – me desesperei.

-- Você não me ama, eu não te amo, não nos amamos. Acabou nosso casamento.

-- NÃO! EU TE AMO E VAMOS TER UM BEBÊ! – gritei.

-- George, onde você não entendeu? Quando podemos ser felizes e também esse filho não é seu. É do Edmund Jones.

Não ouvi mais nada, apenas desliguei. Por quê?



Rosie POV

Se ele desligou, era que entendeu. Guardei o celular na bolsa e fui para cozinha. Edmund fazia outra daquelas omeletes que amo comer.

-- Não é como em Liverpool, mas fiz como você gosta.

Comi com extrema vontade e depois assisti um pouco de tv. Ed escrevia bastante para revista, como editor chefe exigia muito dele. Mas quando ficávamos na cama, ele se mostrava um vulcão sexual. Não posso reclamar da minha estadia, pois foi mais que perfeita. Foram muitos dias vivendo ali. Até que recebi, mesmo na casa do Edmund, uma caixa. Abri e era um dvd gravado e escrito: “Não me importa se volta ou fica, mas precisa assistir isso”.

Coloquei no PC e vi a cena que Best e eu gravamos. Começa com a discussão nossa e depois com um olhar penetrante e finaliza com um beijo e a cena de sexo. Que por sinal era boa. Quando anoiteceu, não dormi pensando no Best e no que eu fiz. Toquei na barriga e deu angústia.

-- Amor? – Edmund se acordou e passou a mão em minhas costas.

-- Volte a dormir. Amanhã quero voltar para gravar as cenas.

-- Tem certeza?

-- Sim.

-- Só pra não dizer que abandonei o trabalho.

E retornei ao estúdio. Olhei para Odile, depois para Marianne, Anastacia e meu marido, se é que posso chamar de marido.

-- Rosie... – Best estava destruído e pela primeira vez, penalizei.

-- Precisamos conversar sério, antes de filmar.

Best merecia saber da verdade sobre eu e Edmund e meu filho. E se meu casamento iria acabar não me importava, apenas que nada saísse errado...




Continua...