Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e mesmo me recuperando da cirurgia da vesícula, não me impede de escrever e agora fiquem com a nova fic McGreyhound com carga dramática pesada e ainda com romance Romagold yaoi. Esta é a primeira parte!
Hey, That’s No Way to Say
Goodbye__ Maya Amamiya
Michael guardava as roupas
na mala e pegava alguns pertences, deixando-os numa sacola. Enquanto isso na
sala Odile acalmava os filhos, que praticamente ficaram contra Franz
Beckenbauer. Tudo desencadeou quando Mickey retornou de viagem e os filhos
tinham ido ao aeroporto esperar por ele. Jacques, o filho mais novo, havia
saído cedo da escola para acompanhar seus quatro irmãos na espera. Com a chegada de Mickey. Todos rumaram para
casa e quando entraram... Se tornou a queda de tudo.
Todos viram o beijo
intenso e apaixonado que Odile e Franz trocavam. Quando
terminaram, Odile se
espantou por ver o marido e os filhos ali...
Eram oito horas da noite e
Mickey chegou a seu antigo apartamento que hoje pertence à Sage, o filho mais
velho de Odile. Ele abriu a porta, dando de cara com o padrasto. Os olhos dele
estavam vermelhos e ele carregava suas malas.
-- Papa Mickey!
-- Sage, meu filho! –
Mickey abraçou Sage. Ele tem o hábito de chamá-lo assim em sinal de carinho. –
Sua mãe... Me separei dela!
-- O que disse? – Sage
ficou chocado.
Os dois permaneceram na
sala de estar e enquanto bebia um pouco de água, Mickey explicou toda situação
para o enteado. Este ouvia tudo e na mente não conseguia conceber a idéia de
sua mãe ter feito isso na frente do marido e de todos os filhos.
-- Sage, eu vou ficar até
o ano que vem. – Avisou Mickey. – Só até o Jacques terminar o colegial e depois
vou para Cardiff.
-- Você... vai se separar
da mamãe? – Indagou o enteado.
-- Sim! E nada do que me
disser vai me fazer mudar de idéia. Amanhã vou falar com advogado, depois pegar
o que resta de minhas coisas e ficar aqui, só até janeiro de 2007.
-- Mas, Papa Mickey, por
que isso? O que realmente aconteceu?
-- Eu vi sua mãe beijando
Franz Beckenbauer, na minha frente e dos seus irmãos.
-- Mamãe...
Sage não sabia bem como
reagir, mas permitiu que Mickey morasse no apartamento e inclusive abriu pela
primeira vez o quarto antigo dele, fechado há anos.
-- Às vezes abro esse
quarto para limpeza. – Explicou Sage. – Agora ele é seu de novo, Papa Mickey.
-- Obrigado, Sage.
Ele deitou na cama,
tirando os sapatos e com a roupa no corpo. E chorou no travesseiro.
Na casa de Odile, os
irmãos tentavam conter Jacques, que queria socar o pai de Noel e agora
esbravejava a todo pulmão.
-- SUA.... VACA! – Xingava
o adolescente. – COMO PODE FAZER ISSO COM PAPAI? E COM TODOS NÓS? ME SOLTEM!
Josy e Charlie levaram
Jacques para o quarto, enquanto Noel discutia com os pais.
Charlie empurrou Jacques,
deixando o menino caído no chão.
-- Como você pode chamar a
nossa mãe desse jeito! – Repreendeu Charlie.
-- Mas não é isso que ela
é? Uma grande puta!
Josy desferiu um tapa na
cara do irmão e se surpreendeu. Nunca foi de levantar a mão contra ninguém e
naquele momento se mostrou apropriado.
-- Você pode ser nosso
irmão e entendemos sua raiva, mas chamar a mamãe de puta eu não aceito,
Jacques!
-- Vocês são idiotas!
Vocês a defendem! Vocês deviam ficar do lado do meu pai! Ele cuidou de todos
como se fosse o pai de vocês, ele as ama demais! Mais do que o pai verdadeiro
de vocês.
Mais uma vez Josephine
agiu. Ela chutou seu irmão mais novo por pura raiva.
-- Você não sabe o que não
é conhecer seu verdadeiro pai, seu pirralho mimado! Eu falei pra mamãe não te
mimar! Mas não, o pequeno Jacques, fazia tudo o que você queria!
-- Nestas horas eu queria
que você morresse, Jacques. Tudo o que você disse contra a mamãe deve servir de
seu castigo! – Berrou Charlie, cega de raiva e não medindo palavras.
Os três se calaram e as
duas irmãs viram o que fizeram com seu irmão mais jovem. Jacques chorava
demais.
-- Jacques... me perdoa...
eu não queria ter dito isso...
O menino saiu do quarto de
Josy e se trancou, ignorando a presença da mãe, de Noel e do pai dele.
Poucos minutos depois ele
saiu do quarto, carregando duas mochilas.
-- Para onde vai, Jacques?
– Questionou Odile.
-- Vou procurar o Oleg!
Vou ficar na casa dele e amanhã procurarei meu pai e morar com ele porque se
esse chucrute velho ficar, eu não fico!
-- Menino! Volte aqui e
peça desculpas pra sua mãe! – Ordenou Franz.
-- Você não é meu pai, seu
nazista desgraçado! Adeus!
-- Jacques Anthony
Greyhound McGold volte aqui! – Odile agarrou o braço do adolescente e este se
desviava.
-- Eu odeio você! Eu odeio
você demais! Você é uma puta que se deita com qualquer um! Odeio o fato de ter
saído de você!
-- Do que você a
chamou?!DO QUE VOCÊ A CHAMOU? – Noel ouviu aquilo e se enfureceu, partindo pra
cima do irmão e não se importando se ele é menor de idade ou não tão forte.
Jacques chutava contra
Noel mas errava e levava socos no rosto e teve o nariz quebrado, os olhos roxos
e um dos dedos quebrados. Vendo que seu filho poderia matar o menor, Franz e as
duas filhas seguraram Noel e no canto Odile estava pasma com tudo que aconteceu
e as ofensas do filho.
O adolescente se levantava
com dificuldade, tossia e cuspia sangue e pegou as duas mochilas e seguiu porta
fora, sem olhar para trás. Minutos depois ele chegou à nova residência dos
Entwistles e lá vivia Oleg, o filho de Ana e seu melhor amigo. Ana abriu a
porta e se espantou com estado do garoto.
-- Jacques! O que houve? –
Ana deu entrada pro menino e ele chorava.
-- Meu pai abandonou minha
mãe, porque ela o traiu com o pai do Noel. E tudo isso bem na minha frente, do
papai e dos meus irmãos. EU OS ODEIO!
Oleg saiu do quarto e viu
o amigo ali.
-- Jacques, andou brigando
com alguém? Encrenca de novo?
Ele contou toda história
para o amigo e para Ana e Igor, que cuidavam dos ferimentos dele e procuravam
acalmá-lo.
-- O que pretende fazer
amanhã? – Perguntou Ana, enquanto enfaixava a mão onde teve o dedo quebrado.
-- Vou procurar meu pai e
morar com ele!
-- Jacques, não gosto de
me intrometer na vida das pessoas, mas acho que deve pedir desculpas a sua mãe.
– Ana entendeu toda história e resolveu conversar com o menino.
-- Não quero fazer isso! –
Recusou Jacques.
Neste momento, Igor, o
novo marido de Ana, surgia no quarto e também deu sua opinião.
--Deve fazer isso rapaz,
ela é a sua mãe!
-- Ela é uma... – Jacques
não terminou de falar devido à dor que Ana infligia ao tocar o dedo dele.
--Mãe! Pára com isso! Poxa
o Jacques está transtornado! – Pediu Oleg. -- Veja o que aconteceu com ele!
Compreenda!
-- Filho eu entendo o
Jacques está passando! Mas o que ele chamou a mãe dele é errado!
Depois de cuidado dos
ferimentos, Jacques adormeceu no quarto de Oleg no beliche. O menino chorou um
pouco.
Na casa de Odile, um mero
silêncio. Franz estava na sala, refletindo. Os três filhos foram no quarto de
Jacques e encontraram a mãe, transtornada, deitada e abraçando o travesseiro do
filho sob as lágrimas.
-- Eu liguei para tia Ana.
Jacques está lá. – Informou Josy.
-- Mãe, você não vai
buscar o Jacques não é? – Charlie queria descartar essa possibilidade.
-- Ele disse aquelas
coisas contra você. Por que quer aquele pirralho de volta? – Noel se encontrava
indignado e notou depois que a mãe estava silenciosa. -- Mãe? Está tudo bem?
Odile respirava com
dificuldade devido às palpitações. Franz subiu as escadas e viu os três filhos
socorrendo Odile.
-- Mein liebe! –
Entregando para ela um saquinho de papel. – Respira, respira!
-- Jacques precisa
refletir o fez! – Disse Odile, enquanto se recuperava da taquicardia. -- Ele é
meu filho como vocês!
Os outros filhos não
disseram nada, apenas voltaram para o quarto, exceto Noel. Permaneceu na sala,
pensativo.
-- O que está pensando? –
Franz se juntou ao filho na sala.
-- Eu andei refletindo...
– Suspirou um pouco e continuou. – E se fosse com você, pai? Quer dizer, se
fosse você, casado com mamãe e de repente nós todos encontrássemos ela e o Papa
Mickey se beijando?
A pergunta pegou Franz de
surpresa. De fato ele faria coisa pior. Gritaria com Odile, ofenderia os filhos
dela e principalmente, o pai.
-- Eu entendo o lado do
Jacques e realmente não gostei das ofensas contra a mamãe, contudo, o que eu
fiz...
-- Você defendeu sua mãe.
-- MAS EU PODIA TER MATADO
O JACQUES! – Berrou Noel, socando a parede. -- Pai eu iria matar meu irmão! Meu
irmão! Eu não queria ser Caim matando Abel.
Eu ainda lembro quando o
segurei nos meus braços, pai, de como eu acalmei Papa Mickey dizendo "Vai
dar tudo certo, mamãe vai ficar bem, o nosso irmãozinho também". Ele
segurava a Charlie quando o médico disse que Jacques tinha nascido. Quando
vimos mamãe segurando ele, todos nós estávamos chorando e lembro de mamãe
dizendo “Mon amour,posso dar o nome do meu pai a ele?” Vovô Jacques estava bem
velho, ele morreu um mês depois que meu irmão nasceu. Eu me sinto tão culpado.
Franz abraçou o filho bem
forte e compreendeu toda a dor. Ao mesmo tempo entendeu bem toda situação.
Sentiu pena de Odile e ao mesmo tempo de Mickey. Por mais que sentisse raiva do
galês, reconhecia que ele foi muito importante. Agora que ele deixou Odile,
pode ser a oportunidade que aguardou por anos. De reconquistar seu amor pela
francesa.
No dia seguinte, Jacques
acordou cedo e ficou sentado na cadeira reconfortante do jardim, pensando em
suas atitudes. Sentia falta da mãe e no fundo estava arrependido pelas ofensas.
Contudo, a raiva que sentia por Franz e Noel era maior. Antes que pudesse fazer
algo, Igor surgiu diante dele, conversando com o jovem em francês.
-- Avez-vous bien dormi?
(Dormiu bem?)
-- Oui ... Pourquoi es me
parlez-vous en français? (Sim... Por que está falando comigo em
francês?)
-- Elle est l'une des techniques la KGB. Pour les approches, nous avons besoin de
parler dans leur langue maternelle. (É uma das técnicas da KGB. Para
abordagens, é preciso falar em sua língua materna.) – Explicou Igor, ainda mantendo diálogo com
Jacques na língua francesa.
-- Vous allez me tuer? (Você vai me matar?) – Questionou
Jacques, temeroso.
-- Je tué de nombreux
rebelles qui voulaient à l'information gouvernementale, pourquoi aurais-je un
enfant turbulent tuer? (Eu matei muitos
rebeldes que queriam informações do governo, por que eu mataria um filho
desordeiro?)
-- Pourquoi es manqué de
respect à ma mère et mes frères me détestent. Charlie m'a dit que ce serait
génial si je mourais.(Porque desrespeitei
minha mãe e meus irmãos me odeiam. Charlie me disse que seria ótimo se eu
morresse.)
-- Au moment de colère,
nous disons ce que nous ne voulons pas. Ses frères l'ont fait et je vous
garantis qu'ils se repentent. Tout comme vous êtes au sujet de sa mère. Ne le
niez pas, Jacques. Et je pense que vous devriez présenter des excuses à elle. (No momento da raiva, dizemos o que não
queremos. Seus irmãos fizeram assim e garanto que estejam arrependidos. Do
mesmo modo que você está em relação sua mãe. Não negue isso, Jacques. E acho
que deve pedir perdão a ela.)
Em casa, Oleg e Ana
observavam os dois conversando em francês.
-- Mãe, Papa Igor vai
matá-lo?
-- Não! – Respondeu Ana,
ainda prestando atenção. – Ele não faria isso.
Quando a conversa
terminou, Jacques abraçou Igor amigavelmente e depois entrou na casa.
-- Eu vou pedir perdão
para minha mãe. – Decidiu Jacques.
-- Espere! – Oleg se
oferece para ir. – Vou com você!
-- Oleg, não! – Ordenou
Ana. – Vá agora para o colégio!
-- Mas hoje não tem aula!
– Avisou o filho. – O colégio entrou em greve!
-- Ah sim... – Ana havia se
esquecido deste detalhe e acabou permitindo os meninos saírem.
Jacques e Oleg seguiram
para a casa de Odile. O mais velho hesitava em tocar a campainha.
-- Vai, amor! Toque! –
Incitava Oleg.
Ele tocou e não foi
atendido. Oleg apertou o botão repetidas vezes e nada.
-- Quer saber, eu vou
entrar! – Jacques pegava na mochila a chave de casa.
Inseriu na fechadura e
depois girou a maçaneta. Entrou com cuidado e observou ao redor. Aparentemente
não há ninguém.
-- Fica aqui, Oleg! Eu vou
subir!
-- Ok!
Chegando ao corredor dos
quartos, o adolescente entrou no quarto de seus pais e encontrou muitas caixas.
Ao pegar uma das caixas de sapato, encontrou vários cadernos, blocos de
anotações e diários. Um dos cadernos, havia citações sejam de autoria do pai,
outras de filósofos, atores, pessoas conhecidas na mídia. Numa delas encontrou algo em especial.
“Lidar com a perda é algo muito difícil. Mas é o
que nos torna mais fortes e maduros. Para enfrentar o dia de amanhã.”
-- Bem interessante... –
Comentou Jacques, guardando a caixa na mochila, que era razoavelmente grande e
conseguiu caber o objeto.
Saindo do quarto, ele
desceu as escadas e encontrou Oleg e Noel... aos beijos.
-- Oleg? – Chamou Jacques.
Os dois pararam o beijo.
Oleg praticamente estava constrangido.
-- Errr... Jacques... Não
é o que está pensando. – O mais novo tentava se explicar.
-- Jacques, podemos
conversar? Em particular? – Noel estava com outra expressão. Era de pena.
-- Eu te encontro na casa
da tia Ana. – Avisou Jacques para Oleg.
Antes mesmo de embarcar no
carro, o mais novo impediu.
-- Jacques... Me perdoa!
Mas aconteceu. – Oleg chorava. – Eu não resisto a um alemão. Me perdoa...
-- O que você faz ou deixa
de fazer não me interessa. Eu não sou seu namorado nem nada. Eu vou conversar
com Noel e pronto! – Disse Jacques.
-- YA znayu, chto ya
isportil , ya sovershil grekh , ya zhivu pokho (Sei que eu errei, cometi um
pecado,eu vivo de luxúria). – Oleg falou em russo e depois se ajoelhou. – Me
perdoa, meu Louis Garrel!
-- Já falei! Faça da sua
vida o que quiser! Eu não tô nem aí!
De raiva Oleg empurrou o
amante. Irritado, o francês empurrou Oleg e trocou socos contra ele. Noel
aparta a briga dos dois e neste momento Charlotte aparece, desembarcando no
carro, um Bentley negro. Os dois adolescentes, um pouco mais calmos, se
encaravam.
-- O que deu em vocês? –
Perguntou Charlie.
-- Nada! – Responderam em
uníssono.
-- Mais tarde eu vou à sua
casa, Oleg e pego minhas coisas.
Jacques embarcou no carro
de Noel. Nenhum deles trocou uma palavra. Noel se sentiu culpado por ter
beijado Oleg. Admite que realmente gostou mas também não foi uma atitude legal.
Afinal, ele é o grande amor de Jacques.
Os dois entraram num
restaurante comum. Jacques pediu batata frita e Noel optou por um sanduíche.
Minutos depois os pedidos chegaram.
-- Jacques, eu quero
conversar com você...
-- Sobre o que? – Jacques
não olhava para o irmão. Apenas numa mão ele digitava algo no celular e com a
outra mão pegava as fritas e comia. –
Não gosto de rodeios e fale logo!
-- Eu quero pedir perdão
por ter te espancado na noite anterior. Fiquei com muita raiva de você quando
falou aquelas coisas contra mamãe. – Noel quase se exaltou ao lembrar-se da
noite passada, mas se controlou. – E então acabei te enchendo de pancada. Quase
matei você! Portanto peço perdão e queremos você de volta para a casa. A mamãe
sente sua falta.
-- Hum... – Jacques não
esboçava nada. Ele olhava para a tela do celular, comia e bebia seu
refrigerante. – E o que mais?
Noel percebeu a frieza do
irmão mais novo. Era óbvio que ele estava chateado por conta de tudo e pra
piorar, viu o rapaz que tanto ama beijando outro.
-- Eu sei que você e o
Oleg se amam. Me arrependo de ter feito isso. Por favor, perdoa ele. Perdoe-me
por sentir atração por ele.
Jacques fechou o celular,
comeu a última batata frita e terminou de beber a latinha de coca-cola. Ele
encara o irmão.
-- O que me diz respeito
ao Oleg não me interessa mais! Não quero saber daquela boneca russa que dá pra
Deus e o mundo! O meu objetivo é pedir perdão a mamãe. Eu admito que errei!
Sim, eu errei! E quero me redimir. Mas com você, Josephine e Charlotte não! E
muito menos com Oleg! – Jacques pega a mochila e deixa uma nota de dinheiro na
mesa. – Eu perdôo você, Noel Beckenbauer. Fica com ele e sejam felizes! Afinal,
seu pai fodeu com meu pai e agora você!
-- Ei! Vamos com calma,
pirralho! As atitudes do meu pai não refletem as minhas. Por mais que ele errou
em ter beijado mamãe, não tenho culpa disso. Admito que beijei Oleg para fazer
ciúmes a você mesmo, mas o que quero dizer é que você é meu irmão mais novo e
tem que voltar pra casa.
--Eu prefiro morrer a
voltar a morar naquela casa, eu quero ir pro inferno só pra não olhar na sua
cara de verme, eu quero morar em outro país pra não encontrar você. – Jacques
destilava ódio contra Noel. -- Graças a Deus eu não sou alemão pra ter que ver
sua cara em todos os jornais, seu chucrute maldito!
O adolescente voltou para
a casa de Ana, onde se despediu dela e de Igor. O casal de anfitriões ficou
sabendo dos últimos acontecimentos por Oleg. O filho mais novo chorava no colo
da mãe.
-- Jacques! – Deteve Ana,
vendo o menino carregando as mochilas pegas no quarto. – Para onde vai?
-- Morar com meu pai. Ele
está na casa do Sage. – Avisou.
-- Menino, eu sei que
todos erramos mas...
-- Eu sei disso, tia Ana.
– Jacques falava com calma e depois afagou o rosto de Oleg. – Ouça o que tenho
a dizer. Eu te perdôo, Oleg. Mas não quero voltar a ficar com você. Seja feliz
com Noel.
Os dias se passaram e
Mickey ainda morava com Sage e agora com Jacques. Para não dar despesa para o
filho mais velho de Odile, Mickey pediu a sua irmã, Louise, que deixasse seu
filho morando com ela até terminar o ano letivo dele. Lulu concordou e o
adolescente passou a conviver com os tios e os primos.
Mickey manteve dando aulas
na Universidade de Londres de dia, a tarde ele escrevia e a noite bebia e
chorava escondido de Sage. Ele pensava se é uma boa idéia se separar de Odile.
No colégio, Oleg e Jacques estavam distantes. O mais velho rejeitava muito o
menor e por vezes falava mal dele nas costas, o que deixava Oleg deprimido e
com ódio. Ao mesmo tempo ele dividia seus momentos com Noel. Ele adora o irmão
mais velho de Jacques e sente prazer quando fazem amor.
Porém numa noite, enquanto
executavam os movimentos, Oleg chorou.
-- O que houve, meu Czar?
– Noel se referia Oleg assim, pelo título de nobreza russa.
-- Desculpa... – Ele
chorava muito e não queria fazer Noel sofrer.
– Noel, eu não quero te fazer sofrer. Deixei bem claro que tenho... uma
queda por alemães. Contudo, eu amo o Jacques. Ainda. Espero que me perdoe.
Noel se levantando, um
pouco bravo e encarou o russo.
-- Quer dizer que fui mais
um alemão na sua vida? – Ele perguntou, furioso. – É isso, Oleg? Quem além de
mim você transou? Thomas? Ned? Florian? Quem mais?
-- Só você mesmo, mas
admiro muito a beleza de vocês nórdicos. – Justificou Oleg e também se
defendendo. -- Não sou essa bicha que sai dando para qualquer um.
-- Então... você ama mesmo
o Jacques? Como pode, se ele não te quer mais?
-- Não desistimos das
pessoas que amamos. Veja seu pai, ele nunca desistiu dela, eu jamais vou
desistir daquele francês egocêntrico.
Ao ouvir aquilo Noel se comoveu
internamente e abraçou Oleg. Compreendia tudo. Porém, ao mencionar seus pais,
lembrou-se de Mickey. Por mais que não quisesse se meter no que diz respeito
aos três, sentia uma parcela de culpa. Era como se renegasse Mickey. Logo seu
padrasto, que tanto lhe quis bem e ainda o ajudou em tudo, agora estava
sozinho. Mesmo desejando durante anos que seus pais se acertassem, no fundo ele
quer a permanência de Mickey na vida de todos.
Vários dias se passaram e
chegou a Copa do Mundo. Odile não pode acompanhar Franz. Já fazia dias que
voltaram aparentemente a ficar juntos. Os filhos de Odile não se opuseram. Por
dentro desejavam desesperadamente a volta de Mickey. E de Jacques. Quanto ao
filho mais novo cada vez mais se dedicava aos estudos, tirava boas notas e ao
mesmo tempo dividia seu tempo de estudo com procrastinação, seja com sua banda,
formada por dois colegas de classe e Karin Townshend, sua prima. No mesmo mês
ele recebeu a surpreendente visita de seu amigo de longa data, Nicholas Reed,
filho de Lou Reed e Irene Adler.
-- Eu disse que voltaria
pra você! – Dizia Nico, abraçando o amigo e amante.
-- Senti sua falta, seu
tarado!
Nico Reed é um velho
conhecido da banda e todos gostam dele. Embora ele estudasse em colégio
particular e longe da região agitada de Londres, ele nunca deixou de se
comunicar com Jacques.
-- Vai estudar aqui, Nico?
– Indagou o baterista Luke Hayes, filho de Talia Hayes e Colin Black.
-- Eu queria mas vocês
conhecem minha mãe.... – Dizia Nico, modesto e sorrindo.
Quando a conversa ia mais
longe, a turma percebeu o clima que há entre Jacques e Nico e os três
integrantes deixaram os dois sozinhos na sala de ensaio.
Na diretoria, Oleg teve
suas notas avaliadas pelo coordenador e a diretora do colégio.
-- Sem dúvida suas notas
são especulares, Mr. Entwistle. – Elogiava a diretora Lucy Kellog. – Tens alguma universidade?
-- Já me inscrevi para
estudar em Oxford. – Respondeu, um pouco
temeroso.
-- Então, o que está
esperando? Vá para Oxford. Enviamos seu requerimento e eles te aceitaram. –
Dizia o coordenador Gary Steele.
A alegria de Oleg era tão
grande que ele poderia gritar. Ele falou com todos seus colegas e foi bem
aceito. Inclusive o motivaram a conversar com Jacques, pois todos sabiam do
forte laço de amizade que os mantém unidos. Aconselhado a procurar o amigo na
sala de ensaio musical, ele correu até lá e ao abrir a porta, seu rosto mudou
completamente.
Encontrou Jacques beijando
Nick Reed. Os dois pararam de se beijar por serem interrompidos por um soluço
de Oleg.
-- O que está fazendo
aqui? – Perguntou Jacques, demonstrando raiva. – Sai daqui!
-- É o que vou fazer, seu
francês nojento! – Berrou o russo, irado.
Ele voltou para a casa, se
trancando no quarto. Ana percebeu isso e pensou em ligar para Jacques, contudo
foi impedida por Igor e este a sugeriu que chamasse Noel.
Minutos depois o filho de
Franz Beckenbauer abraçava o adolescente.
-- Não chore mais, Oleg!
Odeio te ver assim, ainda mais pelo Jacques.
-- Ele me despreza tanto
assim... – Murmurou Oleg, com a voz embargada.
-- Você vai mesmo desistir
dele?
-- Eu quero comprovar
isso! – Disse o menino, parando de chorar e secando os olhos. – Se não me ama
mais, ele terá de olhar nos meus olhos e dizer!
Impressionado com a
determinação de Oleg, o jovem resolveu confidenciar um segredo.
-- Não conte para ninguém,
Oleg. Estou apaixonado pelo meu melhor amigo.
-- Mas quem?
Noel hesitou. Era a
primeira vez que estava abrindo seu coração para alguém. Poderia muito bem
confidenciar para a mãe ou com alguma de suas irmãs. Até mesmo para Stefan, seu
outro meio irmão, filho de Franz com Brigitte, a primeira esposa.
-- Freddie Hunt. –
Respondeu Noel, ofegante e nervoso.
-- E por que não diz isso
para ele?
--- E como vou falar
disso? . – Noel caminhou até a janela, olhando para rua. – E se ele me rejeitar
e nunca mais falar comigo?
-- Ele não ousaria disso.
– Alegou o adolescente. – Freddie valoriza demais as amizades. No máximo pode
ser rejeitado e com certeza ele vai te ouvir. Falo isso porque eu e Jacques
vimos que Freddie é um sujeito legal. Parece ser sério, mas é uma pessoa
brilhante. E engraçado.
Noel não queria acreditar
sobre a personalidade de seu amigo, contudo, aceitou as palavras de incentivo
de Oleg.
Na casa de Louise, Jacques
tocava violão lembrando-se de Oleg. A saudade o corroia por dentro. Admitia que
ainda amasse o russo e sente saudades de estar com ele, falar com ele, beijar
ele e amar.
--- Mais um pouco e você
se torna o melhor! – Disse Freddie, seu primo, recém chegado.
Os dois se abraçaram e
vendo que não havia mais ninguém, os dois prepararam seu almoço, uma lasanha
com molho branco.
-- Fazia tempos que não
comia essa lasanha. – Comentou Jacques, apreciando a comida.
Freddie já sabia de todos
os acontecimentos, desde a separação de Mickey e Odile até as desavenças de
Jacques com a família e com Oleg. Quando ficou sabendo que Noel Beckenbauer
beijou o russo, teve raiva e ao mesmo tempo pena.
-- Sabe-me dizer se Noel
ainda está com... – O piloto não conseguiu terminar a frase devido ao ciúme.
-- Com Oleg? Acho que sim.
– Afirmou Jacques e ao mesmo tempo percebendo algo. – Você... gosta do...?
-- Deixa pra lá!
Jacques pensou em jogar Freddie contra
Noel em vingança por ele ter tirado Oleg de perto. Mas pensou bem e resolveu
falar.
-- Noel não ama Oleg, como
eu. Mas se serve de consolo... Ele tem muitas fotos suas no quarto. E inclusive
escreveu muitos textos sobre você, até intensos.
-- Mesmo?
Com aquela afirmação, o
filho de James Hunt sentiu uma pequena esperança, talvez não fosse tarde para
dizer o que sente para Noel...
Naquela tarde, os dois
primos dormiram em quartos separados mas Jacques se acordou com a campainha
tocando, abriu a porta e viu que era Ned Maier.
-- Olá, Eddard!
-- Olá, Jacques. Eu posso entrar?
Os dois ficaram
conversando na sala. Obviamente o assunto era a separação dos pais do jovem e
principalmente sobre a mãe.
-- Por que todo mundo quer
que eu perdoe minha mãe pelo que ela fez? – Jacques se irritava por sempre
mencionar esse assunto.
-- Eu sei bem o que está
passando. Passei por esse tipo de situação, quando um dia vi minha mãe e meu
pai se beijando enquanto ela está com papa Godard. Mas depois, compreendi tudo.
A ligação entre eles é muito forte. Não pode ser quebrável. – Disse Ned,
olhando para Jacques.
O adolescente ficou
mirando o chão, sem jeito com aquelas palavras. Talvez fosse mesmo compreender
que sua mãe e o pai de Noel fossem ligados.
Ele ergueu a cabeça e viu um lindo filhote de gato, de pelagem branca e pequenas
pintas pretas.
-- É pra mim?
-- -É meu presente para
você! O nome dele é Lewis!
Jacques pegou o filhote.
-- Na família Smith, temos
a tradição de presentear as pessoas que amamos com um filhote de gato e este
vai te seguir para toda vida.
-- Obrigado, Ned!
-- Eu torço para que você
encontre seu lugar no mundo.
No período de oitavas de
final da Copa, Mickey visitou Odile. Se tornou o pior dia dos dois. Eles não só
discutiram como também apresentou os papeis do divorcio.
-- Só pode estar
brincando! – Berrou Odile e em seguida desferindo um tapa na cara de Mickey. –
Eu não quero me divorciar de você.
-- Essa não é sua vontade
e sim a minha! – Replicou Mickey, impaciente. – Está mais do que claro que tudo
que vivemos foi pra nada. Eu fui apenas um suporte para não sofrer mais. Eu te
dei tudo e você joga fora pra outra vez retornar para os braços do Franz!
Assina logo esse divórcio e eu saio do caminho de vocês!
Odile rasgou o documento e
jogou fora, encarando Mickey firmemente.
-- Eu tenho as cópias. – Disse
o psiquiatra, calmamente. – O advogado aceita. Assina esses papeis e eu não te
peço mais nada.
-- Eu me recuso! – Dizia
Odile.
--Odile, não me tire à
paciência. Assina logo! ASSINA DE UMA VEZ, DROGA!
-- NÃO VOU ASSINAR!
-- Terei de falar diretamente
com seu Kaiser pra ele te convencer a assinar? – Mickey se encontrava sem
paciência.
-- NÃO VOU ME DIVORCIAR DE
VOCÊ!
-- Assine de uma vez,
Odile ou...
Mickey não conseguiu falar
mais por conta das palpitações no coração.
-- Michael? Michael, Mon
dieu...
Odile e Mickey ficaram no
sofá, até que ele se recupere. Trocaram um
olhar intenso. O mesmo olhar de anos. Ela segurou a mão dele e trocaram
um beijo lindo e intenso.
-- Odile... pare... eu não
posso... – Mickey queria se desviar mas as mãos de Odile eram alvas e ela
desabotoava a camisa dele.
-- Mon amour... – Odile
beijava o pescoço de Mickey e aproveitou para apalpar a região íntima dele, que
se encontrava em ereção. – Deixe-me dar um pouco de carinho.
-- Não... É que...
Ahhhh...
-- Sei que você está com
saudades... – Odile seduzia o marido de tudo quanto é forma.
-- Odile...nós não
devíamos... – Ele não terminou de falar pois sua mão apalpava os seios dela.
Os dois não resistiram e se entregaram a paixão.
Mickey abria a blusa de Odile e afundou o rosto entre os seios dela, lindos e
perfeitos, mesmo no fim da meia idade. Ele mordiscava e lambia os mamilos e
depois se livrou da calça e a peça íntima dela.
-- Mon amour... – Ele suspirava e caia de boca na
intimidade dela.
Odile gemia de puro prazer sentindo a língua
atrevida de Mickey, invadindo sua região. Depois do sexo oral, ele abriu sua
camisa e a esposa ajudou-o se livrar do restante das roupas.
-- Odile...
-- Sinta, meu amor...
Ela sentou ali e começou a cavalgar devagar e ao mesmo
tempo colocava as mãos dele em seus seios, apertando e massageando a cintura
dela. Ao mesmo tempo seus dedos desenhavam os lábios de Odile. Minutos depois a
velocidade foi aumentada a ponto de atingirem um perfeito orgasmo.
Ficaram deitados no sofá,
em silêncio e ofegantes. Odile esfregava suas pernas com as de Mickey,
excitando-o mais.
-- Eu te amo... – Ela
disse antes de adormecer nos braços dele.
Mickey não disse nada,
apenas dormiu no sofá. Perto da meia noite, Charlie apareceu em casa e deparou-se
com uma cena. Viu sua mãe e seu padrasto, deitados na cama e nus. Odile colocou
a mão no meio das pernas de Mickey. Achando que os dois tenham se acertado,
Charlie tirou seu casaco de pele e cobriu os corpos deles. Ela subiu as escadas
e entrou em seu quarto. De madrugada, Mickey se acordou e se deu conta do que
fez. Sentiu culpa.
-- O que? – Procurando
suas roupas. – Droga, isso não devia acontecer.
-- Mon Amour... – Odile se
aproximou do marido e o beijou, outra vez acendendo o desejo. – Vamos dar um
tempo.
-- Não deveríamos fazer...
isso. – Mickey estava quase em pânico e ao mesmo tempo excitado.
-- Então vamos para o
quarto...
A noite deles foi
perfeita. Charlie era única dos filhos que estava em casa e ouviu os gemidos
dos pais. Sorriu e voltou a dormir.
No outro dia, Mickey saiu
imediatamente da cama e Odile se acordou.
-- Foi um erro. – Comentou
para a esposa. – Um erro. Odile, por favor, assine o divórcio e não te peço
nada.
Odile se calou e segundos
depois, disse.
-- Quando puder, me procure
na minha produtora.
Aquilo estava longe de
terminar.
Jacques terminava de
selecionar seus documentos para faculdade de Cardiff e ao mesmo tempo ansiava
para o ano letivo terminar. Quando a
aula terminou, ele seguiu calmamente para a casa da mãe e antes de entrar, viu
o carro de Noel estacionado. Imediatamente, pensou que ele e o pai estivessem em casa. Mesmo assim
entrou na casa e encontrou a mãe e o pai de Noel, discutindo.
-- ... Ainda bem que não
assinei os papéis do divórcio. – Disse Odile, brava com Franz. – Por uns
momentos eu pensei em
assinar. Mas não o fiz.
-- Mein Liebe...
-- Eu quero que cale a
boca!
E antes de falar mais
coisas, Odile enxergou o filho na porta e sorriu.
-- Olá, mon amour! –
Abraçando o filho. – Como você está?
Jacques retribuiu o
carinho e ao mesmo tempo olhava com ódio para Franz. Só de lembrar do beijo e
também de Noel e Oleg juntos, o sangue lhe fervia.
-- Eu... quero lhe pedir
perdão por tudo que disse... contra você.
-- Está perdoado, meu bem.
Jacques aproveitou aquele
amplexo e viu a chave do carro de Noel. Ali mesmo teve um plano pra sacanear o
meio irmão...
-- Você já escolheu onde
estudar? – Indagou a mãe.
-- Eu vou para Cardiff. Já
enviei minha documentação semanas atrás. – Em seguida encarou o casal. – E você
vai ficar com... ele?
-- Sua mãe está pensando
nisso. – Respondeu Franz, calmo.
-- Eu não pensei! –
Replicou Odile, lançando um olhar de ódio. – Já dei minha resposta e é não.
-- Se não vai ficar com
ele, porque esse nazista está aqui? Isso que não entendo. – O jovem se exaltava,
mas não a ponto de querer partir pra cima do pai de Noel. – Já não bastou o que
vocês fizeram com Europa nos anos 40 e querem fazer de novo com a minha
família?
Neste momento, Noel desceu
as escadas, ouvindo toda conversa.
-- Acho que não devia ter
vindo aqui, mãe. – Disse o mais jovem, beijando a bochecha da mãe. – Amanhã eu
venho conversar com você... De preferência sem esses dois chucrutes.
Ele saiu de casa, batendo
a porta atrás. No lado de fora, Jacques tirou do bolso a chave do carro de
Noel. Ele havia aproveitado a rápida distração da mãe e Franz e conseguiu
furtar a chave. Embarcou no carro e ligou a ignição.
-- Vamos ver, Noel. Como
vai reagir ao encontrar seu lindo carro avariado num ferro velho! -- Cantarolou o francês dirigindo calmamente
nas ruas.
Em meio à alegria, o
estudante ligou o rádio do carro e ficou selecionando alguma estação de rádio.
Quando finalmente encontrou, tocou a música In
My Place, do grupo Coldplay. Porém, ele cruzou o sinal vermelho, resultando
num caminhão colidir violentamente com o automóvel e o jogar contra uma
árvore....
E na casa de Odile, Noel e
Franz conversavam com a cineasta.
-- Então foi isso mesmo,
Noel? – Perguntava Odile, ao saber pelo filho que ele separou Oleg e Jacques. –
VAMOS, NOEL! FALE A VERDADE!
-- Está bem! Fui eu! –
Admitiu Noel. – Eu separei Jacques e Oleg mas por raiva. Depois... Vi que não
devia ter feito isso. Por mais que ele me odeie, foi covardia da minha parte.
Noel chorou mas não foi o
bastante para evitar um tapa na cara que Odile aplicou.
-- Por mais coisas erradas
que fez, essa foi à pior. Por que prejudicar seu irmão e através da pessoa que
ele mais ama? Jacques nunca fez isso com você e com nenhum dos seus irmãos.
-- Eu sei disso, mas
estava com raiva dele! Eu o queria sofrendo. Mas não imaginava que pudesse ser
isso, ao extremo e a ponto de desprezar o Oleg. Ele nem sequer o procurou no
colégio e nem o parabenizou quando conseguiu vaga para Oxford.
Antes que Odile pudesse
falar algo, sentiu uma dor muito forte no coração e um pressentimento ruim.
-- Mãe? Mãe!
-- Mein liebe! – Os dois
ajudaram Odile e a fizeram se sentar no sofá.
-- O que foi isso? – Ela
tentava interpretar aquela dor. Não era infarto nem nada. – Sinto como se meu
coração levasse um soco...
Neste momento a campainha
tocou e Noel abriu a porta, recebendo um policial.
-- Com licença. Aqui é a
casa de Odile Greyhound e Michael McGold?
-- Sim. Por quê? – Indagou
Noel.
-- Aconteceu algo,
policial? – Odile estava curiosa. – Eu
sou Odile Greyhound, a dona.
-- Sra. Greyhound,
encontramos seu filho, Jacques.
-- O que? – A mãe quase
desmaiou ao falar do seu filho mais novo. – O que... O que aconteceu com
Jacques?
-- Ele dirigiu um Audi
preto em alta velocidade, ouvindo música. Passou o sinal vermelho e o carro
colidiu com um caminhão, jogando-o contra uma árvore. Ele foi encaminhado para
o Pronto Socorro.
Odile passou mal e gritou,
sendo amparada por Noel, Franz e os filhos dela. Charlie foi a última a chegar
em casa e notou aquela agitação.
-- Hughes, eu vou indo. –
Beijando seu amante, Harry Hughes.
-- Até mais, Charlie.
Entrando na sala, ela viu
a mãe chorando.
-- Mãe, o que aconteceu?
-- Seu irmão... Ele...
Ele...
-- QUEM?
-- Jacques! – Respondeu
Noel, triste. – Ele sofreu acidente de carro.
Charlie quase desmaiou.
Aos poucos as lágrimas brotaram de seus olhos e se juntou a mãe e os irmãos.
Oleg saiu da aula naquela
tarde e foi abordado pelos colegas.
-- Sinto muito pelo
Jacques. – Disse um deles, triste.
Oleg não havia entendido.
A principio achou se tratar do fato dos dois estarem separados por conta de
Noel e Nicholas. Enquanto caminhava no corredor outro colega disse.
-- Seja forte, Oleg. O
Jacques vai sair dessa.
-- Melhoras pro Jacques.
-- Mas... Por que isso? O
que aconteceu com Jacques? – Perguntou o russo, sem entender ainda.
Neste momento Karin
Townshend apareceu, correndo e chorando compulsivamente, abraçando Oleg.
-- Karin! O que aconteceu?
O que houve com Jacques?
-- Ah, Oleg! O Jacques tá
no hospital Pronto Socorro. Ele sofreu um acidente de carro.
Ao ouvir isso, Oleg caiu
de joelhos, catatônico. Parecia que as palavras de Karin geraram um eco fraco
em sua mente e de repente se fez um grito.
-- Jacques...
Jacques...—Repetindo o nome do amigo inúmeras vezes.
Seus colegas telefonaram
para o irmão mais velho dele, Nicolai. Este veio o mais rápido o possível e
buscou o jovem no colégio.
-- Vamos pro Hospital. –
Dizia Nicolai, colocando o cinto de segurança em Oleg.
-- Jacques... – O jovem
russo começou a chorar. – É culpa minha! Não! Meu Louis Garrel, meu Alain
Delon! Ele não pode morrer!
-- Calma! Ele está sob
observação. – Nicolai dirigia meio rápido e continuou a falar quando pararam no
semáforo. – Mas o acidente foi destruidor. Jacques é jovem e forte. Ele sairá
dessa.
Chegando no hospital, Oleg
saltou pra fora do carro e perguntou para as enfermeiras onde estava seu amigo.
Uma delas conduziu o estudante para um dos quartos e lá estava ele, respirando
com ajuda de aparelhos, tomando soro e os batimentos cardíacos regulares.
-- Meu Jacques! – Oleg
pegou a mão do amado e o colocou em seu rosto. – Eu vou cuidar de você, meu
Jude!
-- Cuidará porra nenhuma!
– Exclamou uma voz. Era de Nicholas Reed. – Saí daqui, Oleg! Jacques não
precisa de você. E antes que reclame, eu falei com tio Michael. Ele me deu
autorização para vir aqui. Mas você não!
-- Não vou deixar isso
acontecer.
-- Então fale com ele!
Agora saía! Fora!
Ao sair do quarto, Oleg
viu o pai de Jacques chegando.
-- Sr. McGold! – Oleg
tentou abraçá-lo, mas foi empurrado pelo próprio Michael.
-- O que está fazendo
aqui? Veio tripudiar meu filho?
-- Nunca. – Oleg tentava
se desculpar. – Sr. Eu...
-- Mas nada! Jacques me
contou tudo. Seu envolvimento com Noel e o beijo trocado. Não bastasse o pai
dele, agora o Noel?! Oleg, faça um favor para todos nós e se ama mesmo o
Jacques, sugiro que vá embora!
O coração do menino batia
rápido por conta do nervosismo. Até mesmo Mickey estava contra ele. O que
Nicholas disse era verdade.
-- Senhor McGold...
-- Vai embora! – Mandou
Mickey, calmamente. – Meu filho não precisa mais de você.
-- Mas eu permito! – Odile
também aparece na entrada e ouvindo toda conversa. – Vá para o quarto dele,
Oleg. Eu permito.
-- Obrigado, Sra.
Greyhound. – Oleg beijou a mão de Odile e seguiu para o quarto de Jacques.
-- Vai ser a última vez
que isso acontece, Odile. – Disse o psiquiatra, furioso. – Amanhã eu não quero
ver esse moleque! É A ÚLTIMA VEZ!
-- Eu sou a mãe dele e eu
permito a entrada de Oleg! – Odile peitou Mickey ali na frente dos médicos.
Mickey ia discutir mais
com ela mas sentiu outra vez as dores agudas no peito. Ele foi socorrido por
alguns enfermeiros, tiraram sua pressão e ouviram seus batimentos cardíacos.
-- Deve repousar, Sr.
McGold. – Disse um dos médicos para Mickey. – Evite aborrecimentos.
Nem sob os avisos dos
médicos o casal ainda brigou mais.
-- Mesmo sabendo da
verdade ainda permite que aquele menino russo venha visitar Jacques?
-- Noel está arrependido. Ele
mesmo admitiu...
-- Admitiu que gesto! –
Ironizou Mickey e respirando fundo. – Mas fale isso pro Oleg, que não pensou
duas vezes antes de beijar Noel na frente do Jacques e nos dias seguintes se
deitar com ele. Ele não passa de uma sanguessuga!
Sem saber, a família
Entwistle ouviu tudo e Mickey os viu.
-- Me desculpe, Ana e
Igor... Eu estou...
Mickey simplesmente apagou
na frente de todos e só acordou a noite na casa de Ana e juntamente com Odile.
Quando acordou, ele estava na cama de Oleg, sem seus sapatos e ao seu lado
estava Odile. Mickey tentou voltar a dormir, mas só pensava em seu filho, sua
vida e sobre Odile.
No quarto de Ana, ela
conversava com Oleg e o mesmo admitiu tudo o que aconteceu, deixando a mãe
espantada. Ela se sentou na cama e respirou fundo.
-- Acho melhor... Você não
visitar Jacques. – Sugeriu Ana. – Mickey está furioso e mesmo com Odile
permitindo, evite atritos. Ainda mais ele que acabou de sofrer um quase
infarto.
-- Mas mãe... – Oleg
tentou se explicar.
-- Oleg! É melhor assim.
Espere Jacques se recuperar e depois vocês conversam.
O menino se trancou no
quarto de hóspedes e chorou...
Odile acordou e notou que
o marido olhava pro teto.
-- Que bom que acordou,
mon amour. – Afagando o rosto dele. – Achei que ia te perder.
-- Onde estou? – Olhou ao
redor. – Sinto que pedir minhas forças... Que ia embora...
-- Você desmaiou, mon
amor. Igor te trouxe no colo até aqui na casa da Ana.
-- Não consigo dormir... –
Disse o psiquiatra, baixinho. – Odile, eu não vou mais tocar no assunto do
divórcio. Só quero Jacques vivo...
-- Mickey, vamos esquecer
isso por enquanto e focar no nosso menino.
Os dois ficaram abraçados
e chorando. Poucos minutos depois os dois trocaram um beijo quente.
-- Estou com desejo... de
você. – Sussurrou no ouvido dela.
-- Mickey... aqui mesmo?
-- Sim.
A cineasta retirou a
calcinha e abriu a calça do marido, sentando por cima dele, cavalgando devagar.
-- Está tão linda como em
72... – Gemeu o homem. – Aaaah... aaaaahh...
-- Sei... Que me... Ama...
Fizeram sexo em silêncio
para não despertar atenção. E perto de chegar ao clímax, Oleg entrou no quarto
e flagrou o momento.
-- Desculpem! – Disse o
adolescente, ainda com os olhos vermelhos. – Vou voltar pro outro quarto.
Quando amanheceu, o casal
se juntou aos Entwistles. Oleg não desceu para a refeição.
-- Oleg não desceu. –
Avisou Igor.
-- Eu vou falar com ele. –
Se ofereceu Mickey.
-- Não! – Impediu Ana,
séria. – Ele precisa ficar sozinho, refletir o que fez.
-- Michael, antes de ir
para o hospital, quero falar com você.
Igor e Mickey foram para o
escritório, falaram.