domingo, 29 de maio de 2022

Rush 2: Amor a toda prova (4º Capítulo)

 Boa noite pessoal!

Hoje teve a corrida da Fórmula 1 e na vibe escrevi o novo capítulo de Rush 2. Boa leitura!


Capítulo 4: O que acontece em Mônaco, fica em Mônaco

 

 Freddie POV

 Acordei com a porta abrindo subitamente com a entrada do Oskar.

 -- Acorde! – Ele me batia com o travesseiro e puxou rápido o cobertor. – Anda! Temos que trabalhar. A próxima corrida será em Mônaco!

 Mônaco! Abri os olhos e lembrei da melhor pista da Formula 1. A pista onde o Senna ganhou do Prost. Há anos desejava correr e vencer nas melhores.

 --Vamos Freddie! Tem que ir para academia.

 Depois de muito protelar finalmente saí da cama e fiz tudo naquela manhã. Entretanto na academia não conseguia me exercitar. Ainda pensava na Mia, no que aconteceu da treta. Pensava no Noel, principalmente nele. Fui um babaca com ele. Não rendi bem. Voltei pra casa cedo. Apesar dos treinos ainda não era a corrida. Então aproveitei em viajar para Alemanha e assisti jogo do Bayern com os Maiers. Esperei Noel ir para o vestiário.

 -- Você! – Disse Noel.

 -- Oi! – Sorri e tentei abraçar ele. Noel recusou. – Podemos conversar?

 -- Vai me mandar pro inferno, me xingar ou algo pior?

 -- Não. – Ainda me sentia mal pelo que fiz. – Quero pedir desculpas pelas coisas que disse. Você é meu amigo mais antigo além dos Maiers.

 -- Se sou seu amigo, por que disse que dou azar pra você?

 -- Estava com raiva de você, do Tommy, de todo mundo e da Mia. Ela está na melhor scuderia e eu tô numa mequetrefe que não vence desde os tempos do Ayrton. Eu tô ralando muito pra vencer.

 -- Eu também Freddie. Mas diferente de você, não vejo o que você vê na Mia. Uma rivalidade. Fico puto quando querem que eu seja como meu pai e me colocar como capitão do time e no final jogam elogios no Tommy.  Eu deixo que falem porque é verdade. E até melhor que a responsabilidade caia no Tommy. Assim me deixam em paz.

 -- Calma, Noel. – Tentei convencê-lo disso. – Você é o melhor jogador do time.

 -- Que melhor jogador é esse que não ganha uma Bola de Ouro? Uma chuteira de ouro, prata ou bronze? Que jogador é esse que ganha um prêmio Puskas? Que jogador é esse que faz gol contra 3 vezes em times diferente e cito eles. Dortmund, Hoffenheim e Gladbach.

 -- Acontece com todo mundo. Eu mesmo não sou vencedor e serei. Noel, eu assumo que foi um idiota. Me perdoa?

 -- Tá bom. Mas terá de assistir os jogos. Não todos, mas quantos puder.

-- Você estará me vendo no Les Mans?

 -- Sim. Pra ver a Mia e você.

 Sorri e dei um beijinho no rosto.

 -- Minha próxima corrida é em Mônaco. A pista que amo.

 -- Estarei de férias e logo verei vocês.

 

 Mia POV

 -- VÁ SE FODER SCHUMACHER!

 -- Isso prova que sou melhor que você. Só tá aqui pelo papai campeão do mundo.

 Mostrei o dedo do meio pra ele e a equipe de bundões. Cada dia é pior em trabalhar com pessoas que não gosta e um colega piloto idiota. Pareço Senna e Prost na época que corriam pela MacLaren.

 

FLASHBACK ON

 Era 1991. Tinha 20 anos e cursava Engenharia Mecânica. Assistia a corrida na arquibancada de Mônaco com minha mãe, meu padrasto e meu pai com pequeno Matthias. Adorava acompanhar a competição em alta velocidade. Tinha meus pilotos favoritos. Rosberg, Mansell, Nakajima, Berger. E um piloto que odiava: Prost. E nos últimos finalmente notei um que se destacava desde o final dos anos 80 e só agora prestei atenção nele. Um piloto novato brasileiro chamado Ayrton Senna.

 E naquela corrida o brasileiro venceu. Foi emocionante. Foi no box que nos conhecemos. A aura de tímido, concentrado e sensível foi que me atrai nele. Apesar dos gracejos do Prost, minha atenção era só nele. Foi um ano incrível para nós. Meu pai não aceitou bem, mas minha mãe e papa Mickey aprovaram. Namoramos até o ano seguinte pois ele estava gostando de outra. Nosso fim de namoro foi o mais tranquilo que tive. Quando disse que seria pilota, Senna sorriu.

 -- Não deixe que os outros ditem o que faz ou o que não é pra ser. Seja você. E sei que será melhor do que eu.

 Foi uma das coisas mais lindas e motivadoras que ouvi. Nos falamos por cartas... até 1994. Em San Marino tudo mudou...

 

FLASHBACK OFF

 

Me afastei do lugar e chorei. Não por raiva do alemão filho da mãe. E sim da última vez que vi Ayrton.  A morte dele me destruiu por completo. Daquele dia em diante jurei que seria a melhor como ele desejou. Vencerei todos. Incluindo Freddie Hunt.

 -- Mia. – Meu pai apareceu e tentou me consolar ao me ver chorar. – Não perde a cabeça e se concentre na pista.

 -- Eu sei disso pai. Tô chorando por ele. Meu ex-namorado morto.

 Ele entendeu e suspirou pesadamente.

 -- Sei que o amava. – Ele olhava para os lados. – E não esqueça de Mônaco. É uma pista sinuosa e traiçoeira. Com grande número de acidentes e resultando em morte.

 -- Eu sei papai. Eu sei!

 No treino da Fórmula 1 tudo normal. Schumacher saíra em primeiro e Freddie em quarto e eu em terceiro. Freddie estava estranho. Aparentemente normal e quieto. Logo ele, que afirmava da pista de Mônaco ser sua favorita.  Antes de dormir, recebi uma visita. Abri a porta e me surpreendi.

 -- Freddie?

 -- Boa noite, Mia. – Ele falava calmo, sem a atitude de porra louca. – Posso entrar?

 Apesar da desconfiança, permiti. Ele sentou na poltrona e eu na cama.

 -- Pedi desculpas pro Noel. E ele vai nos ver também em Les Mans.

 -- Ah tá. – Limite apenas nisso e sorri. – Ainda tô curiosa em saber o porquê de estar aqui. E não acredito que seja o Noel ou a treta de tivemos.

 Não tinha percebido que ele carregava uma sacola e tirou dali uma caixa de doces e me entregou.

 -- Pra que isso?

 -- Um gesto de “vamos ser amigos”.

 -- Você nunca foi meu amigo. Oskar que é meu amigo porque nascemos na mesma época.

 -- Mia... – Ele mostrava um certo arrependimento. – Isto é uma forma de me redimir. Tenho sido chato nos últimos tempos.

 -- Eu sei. Minha mãe disse que você saiu de casa puto da cara com sua mãe.

 -- Ela não entendia os meus propósitos.

 -- Dou um desconto porque quase ninguém entende os meus.

 Suspiramos um pouco cansados. E olhei a caixa com doces.

 -- Gosta de chocolate quente?

 No final tomamos juntos e comemos. Conversamos sobre nossas vidas. Freddie lembrava das vezes que Noel e ele comiam batata frita e tomavam coca cola escondido do tio Franz.

 -- Você conhece os parentes de seu pai? – Ele questionou.

 -- Muito pouco. Mal lembro deles. E você?

 -- Sei lá. De todos só o tio Peter é legal. E o Oskar.

 Outra vez nos olhamos daquela forma e nos beijamos. Diferente da rapidez que acabou pela moralidade, desta vez não paramos.

 Sentei no colo dele e o beijo transcorria mais intenso. Ele me abraçou e me carregou até a cama. Tiramos as roupas e pude ver em seus olhos. Era a mesma coisa como na Alemanha. Era algo diferente, gostoso e macio o encontro do corpo dele com o meu. Nossa diferença de cinco anos não impediu que o sexo fosse travado. Pra falar a verdade, era incrível. Parece casual, mas tem um fundo romântico e safado.

 Ele abriu minhas pernas e senti a língua dele apreciando cada canto dali de baixo e as mãos dele antes massageando agora puxava-me para perto e eu gritava mais de prazer. Lembro das cenas quentes de Modern Vampires com vampiros transando com lobisomens, humanos com bruxos, relações com mesmo sexo e até trisal se formando. O que Freddie e eu reproduzimos é exatamente o que o conde de Munique fez com sua condessa antes humana.

 Fiquei por cima do meu piloto inglês e eu mesma o guiei, controlei a velocidade dos movimentos. Suas mãos eram o volante do meu carro. Os freios eram os beijos, lambidas e mordidas em seus lábios. E conforme nosso tesão foi aumentando, aumentei a velocidade. Cavalguei forte nele e chegamos juntos. Um orgasmo conjunto, inteiramente nosso.

 

Nosso começo foi em Mônaco. Uma noite antes de nossa corrida. Não é uma mera rivalidade. Nunca o vi como inimigo e sei que ele não me via assim. Rivais aos olhos dos outros. Amantes sobre quatro paredes. Antes de dormir, lembrei do que minha mãe falou sobre os McGolds. Ela ficou com todos. Com a tia Louise, papa Mickey, tia Felicity, os tios Jon e Bran e até com Robert. Ela dizia que no começo é quente e depois sente uma proteção inigualável. E o Freddie demonstra isso ao me abraçar e adormecer. E aquela proteção é maravilhosa. Ali mesmo dormi nos braços dele.

O que aconteceu em Mônaco, fica em Mônaco...

 

Continua