segunda-feira, 29 de junho de 2020

Drabbles Grindhouse Part One (Décimo primeiro capítulo)

Último do dia.



11 – Tarzan Astrônomo

 Quando criança Leon adorava ler as revistas do Tarzan. E os filmes também. E sonhou com o dia em que visitaria a África. Andar, correr e manejar os cipós, voar entre as árvores. Se comunicar com os animais. E não é à toa que gostava de subir em árvores. Entretanto, numa noite de verão, estava na parte alta da copa de uma macieira e olhou as estrelas. Nunca tinha visto assim de perto. Ele desceu da árvore e pegou o velho telescópio do avô. Apontou para o norte. Avistou a mais brilhante das estrelas. Batizou internamente de Tarzan.

Na fase adulta, Leon se tornou astrônomo. Enquanto tomava seu chá no escritório, se lembrou de algo no final dos anos 60. Ele estudava na sala quando quatro mulheres entraram. Uma delas era sua irmã, Ana. As outras três eram suas amigas. Pegou seus livros e se retirou e deixou alguns cair no chão. Ele recolheu e ao mesmo tempo se perdeu num belo par de pernas longas e esguias. Aquelas pernas usavam botas pretas de salto. Olhou para o alto. Ela era uma estrela. De perto, usava um vestido vermelho, cabelos longos e negros, lábios rosados e incríveis olhos castanhos.

-- Tudo bem? – Ela perguntou.

Leon não conseguia falar. Gaguejava.

-- Mim... Mim....

--“Mim” é coisa de índio. – Ela ria.

-- Mim.... Leon...

-- Leon.... Eu, Felicity.

Leon sorriu. Passou a noite toda pensando na mulher. Sua “Jane” real.


Drabbles Grindhouse Part One (Décimo capítulo)

Mais um capítulo.


10 – A fé e o amor: Parte 2


-- Posso ajudar? – O rabino o recebeu.

-- Quero entrar para o judaísmo... – Jon vacilou um pouco nas palavras e suspirou.

O rabino olhou bem para ele. Jovem, com sotaque meio francês, jeito moderno.

-- Quando foi seu bar mitzvah?

-- Aos dezessete anos.

-- Venha comigo.

Caminharam para fora da sinagoga e os habitantes cumprimentavam o rabino. Absurdamente, ouviu uma música de longe vindo do rádio residencial. Olhou para um prédio e na sacada, uma garota e sua irmã ouviam... Beatles.

Por fim chegaram ao Muro das Lamentações. Jon e o rabino colocaram as mãos no muro e conversaram.

-- Sabe o que acontece se entrar para igreja? – O religioso sorria.

-- Sei e por isso eu quero.

-- Qual foi o motivo para esta decisão?

-- Minhas decisões implicam nas minhas escolhas?

-- Não. Só quero ter certeza que não vá se arrepender mais tarde. Jon, eu vi em seu olhar que quer fugir. Do quê?

-- A mulher que eu amo vai se casar com outro. Antes disso, eu havia pedido ela em casamento e recusou. E nunca me disse o motivo. E agora ela reaparece com outro e data pra se casar.

-- E vai se juntar a igreja de raiva?

-- Quero liquidar com minha liberdade. Não existe nada neste mundo que me importa.

O rabino tirou os óculos e esfregou os dedos nas têmporas. Era comum essa atitude.

-- A desilusão é a raiz de nossas atitudes, Jonathan. – Ele disse e continuou falando enquanto olhava para frente. – A gente acha que tudo está perdido. E acabamos não vendo o que há de melhor no mundo. Diga-me, esta mulher vale a pena pra você?

-- Era o que pensava.

-- Então... – Ele recoloca os óculos. – Veja o mundo como vê. O sinal está mais perto do que imagina. E existem pessoas fascinantes que o farão mudar de ideia.

Jon sorriu. Um dia depois voltou para Inglaterra, disposto a seguir as palavras do rabino.


Drabbles Grindhouse Part One (Nono capítulo)

Boa noite, pessoal!

Depois do post de ontem, hoje vamos de drabbles. Boa leitura!





9 – A fé e o amor: Parte 1

Ele teve escolhas óbvias. E dúvidas o atormentaram por quase toda vida. Não era como ser batizado nas duas igrejas por causa de seus pais. Ele sabia o que escolher. E por isso arrumava as malas para sua próxima viagem. Era suportável ver sua amada se casando com outro? Ou era suportável levar uma recusa de seu pedido de casamento e vê-la se casar com outro?

Jon não se despediu de ninguém e sequer olhou para Marie. Embarcou no táxi e seguiu para o aeroporto. Seus amigos sabiam o quanto ele sofria e o orgulho não o permitia mostrar sua fraqueza.

Seguindo as escalas de viagens, chegou de madrugada na cidade santa: Jerusalém.

E no dia seguinte, desrespeitando seu mal estar provocado pelo jetlag, entrou na sinagoga...

domingo, 28 de junho de 2020

Grind LGBTQ

Olá, pessoal!

Hoje não tem fanfic ou atualização de capítulos. E sim uma homenagem ao Dia do Orgulho LGBT. Como sabemos, desde a estréia da primeira fanfic deste gênero na Grindhouse em 2015 (vide Headlights), se tornou comum ter fanfics com nossos personagens em romances assim. E hoje selecionamos 10 casais que conhecemos. Vamos!


10) Louise e Alice


O sol e a lua. A lua que interpõe o sol num eclipse sensual. Essa é a descrição de Louise e Alice. Apesar da diferença menor de idade e de personalidades, ambas demonstram um amor imenso entre elas. Lulu, inclusive, perdoou Alice após o casamento com Gerd. E hoje cultivam um amor e cumplicidade em família.

9) Mickey e George


Como foi mostrado num drabble, esses dois não se suportavam e o motivo era óbvio: xenofobia. Mickey era xenófobo contra escoceses e pouco tempo atrás teve um colega de quarto drogado que acabou morrendo. E George veio depois. Entre farpas e loucura, os dois se conheceram melhor e se tornaram um casal intenso. Nos anos 80 a relação dos dois estava acabada pois Mickey se apaixonou pelo diretor alemão Rainer Werner Fassbinder e ele morreu em 1982. George se culpa por não ter ajudado Mickey e o impedido de sua tentativa de suicídio. Entretanto, os dois se perdoaram algum tempo depois. A relação foi restaurada. Hoje, Joj faz a declaração do imposto de renda do Mickey e ainda continuam com seu amor.

8) Tony e Alexei


Agora vamos conhecer um dos casais de pais da Grind que começou de forma gostosa e terminou de forma trágica. Primeiro de tudo, o que esses dois têm em comum? A resposta é simples e diferente: Tatiana Romanov. 
Tatiana era a namorada de Tony na faculdade e se casou com Alexei Romanov pois acreditou que Tony tivesse morrido na guerra. Anos depois ela descobriu que seu pai escondeu todas as cartas que seu antigo amado escreveu. Alexei também conheceu Tony na guerra, sem saber que ele amava Tatiana. Quando a guerra acabou, jurou matá-lo. Não conseguiu. O amor entre os dois falou mais alto. Mesmo casados com suas esposas, os dois viveram um sentimento verdadeiro a ponto de construírem uma cabana no quintal de suas casas para o uso de ambos. Infelizmente Tony morreu em 1971 de infarto. Alexei nunca se recuperou disso e só saiu do luto após os nascimentos de seus novos netos.

7) Robb e Ned (pai)


Este casal é outro da geração antiga. Diferente de Tony e Alexei, Robb e Ned se conhecem desde crianças. Da amizade surgiu o amor. Na época, Robb se relacionou com Thomas Smith, o irmão do Ned por pouco tempo e em seguida conquistou seu "sassenach". O amor dos dois é tão forte que mesmo Robb sendo prisioneiro de guerra dos alemães e Ned seguro em algum lugar da França, ele soube que o amado estava vivo e sua insistência fez com que a Resistência o ajudasse no resgate do amigo. E conseguiu. Tiveram um desentendimento em 1948 e 5 anos depois se perdoaram. Esse amor gerou frutos para as próximas gerações McGold-Smith.


6) Lyla e Catelyn


As pioneiras. As que deram o pontapé inicial nas fics LGBT neste blog. Catelyn e Lyla não fogem dos esteriótipos. Eram grandes amigas e se separaram em 2006, um ano após a morte de George Best, pai de Lyla e o nascimento da filha dela, Pauline. Lyla deixou a filha com os pais de Max Breitner para trabalhar em Nova Iorque. Alguns anos depois voltou para Inglaterra e reencontrou sua amada. Cat vivia com saudades de Lyla e agora perto de seu amor, não quer se separar dela.

5) Marianne e Rosie


Esse casal não está mais junto mas tiveram um envolvimento bom no final dos anos 60, voltaram na metade dos anos 70 e novamente terminaram na década de 80. Marianne e Rosie começaram como amigas da faculdade de forma descontraída e depois pelo fato de namorarem Ginger Baker e Eric Clapton, integrantes do Cream. Em 67, a relação ficou mais pessoal e Marianne se declarou para Rosie e foi correspondida. O término se deve quando Rosie estava na casa de Marianne para passar as férias de verão. E um dia viu Mari saindo apressada para um restaurante. Rosie viu sua amada beijando Anastacia Rosely. Ali ocorreu o fim da relação e amizade delas e a rivalidade de Rosie e Ana. Mesmo separadas, Rosie ajudava e ainda ajuda Marianne em algumas ocasiões e ela é madrinha de Sofia Baker Townshend. Marianne ainda sonha com o dia que Rosie finalmente a perdoar...


4) Arthur e Paul


Outro casal que nasceu das tretas e hoje são casados de verdade. Arthur Müller e Paul McGold se odiavam e tiveram muitos momentos de trocas de farpas e tapas e socos. Tudo começou quando Paul avistou Artie em muitas festas da faculdade e também ele organizava os trotes aos calouros de medicina e por vezes, agressivo. Além de escrever uma matéria pro jornal da faculdade e expondo os alunos, Paul também recriminou Artie pelas notas. Diversas vezes Arthur ficava na corda bamba com suas notas e por um milagre, se safava. E como esses dois se apaixonaram? Certo dia, Paul e mais alguns alunos assistiam um documentário dos filmes de Nora Smith e Artie narrava. Paul se apaixonou pela voz de Artie e decidiu dar uma chance. Descobriram muitas coisas em comum e depois... o amor. 3 anos depois decidiram se casar no civil. As famílias aprovaram. Hoje estão juntos e enfrentando tudo.

3) Joey e Ned (neto)


Lembra que Robb e Ned pai resultaram nos frutos das novas gerações? Joey e Ned são a prova disso. Seus netos. Ned neto afirma até hoje que ama o Joey desde que era um bebê. Joey confirma. Os dois são exatamente tudo: amigos, irmãos, companheiros, aventureiros, amantes, namorados e marido e esposo um do outro. E juntos compartilham tudo em família.


2) Tommy e Max


Mais um casal que se amam desde crianças. Tommy e Max vem desde o berço. A infância toda Tommy protegeu Max e ele retribuía ajudando Tommy nos estudos. Um apoia o outro. Max sempre admirou seu amigo, até quando ele virou jogador de futebol e obteve prêmio. Tommy também foi a inspiração de Max para os livros dele e seus trabalhos. O momento que mostrou que o amor venceu tudo foi em 2007 quando Max salvou Tommy da leucemia. Um ato de bondade. E hoje são inseparáveis. 

1) Felicity e Nora


E finalmente elas. O segundo casal LGBT que começa a onda na Grind. Essas duas estavam mais do que marcadas como amigas. E decidimos oficializar. Fefe e Nora também se conheceram na infância, ficaram um tempo sem se ver e voltaram já na adolescência. Foram colegas de quarto na faculdade de Cambridge, se formaram, trabalharam juntas, moraram juntas. Cada uma delas têm uma história de vivência. O amor total veio em 1967 antes de Fefe se apresentar no festival Eurovision. E elas são a prova que McSmith é um ship persistente.




Menções honrosas

Ana e Marie
Anastacia Rosely e Marie Greyhound não são um casal, mas se quer shippá-las, tudo bem. Coloquei elas aqui por conta das relações que cada uma teve com mulheres e homens. São mulheres fascinantes. Mesmo com os erros, cada uma reconheceu e compensa com novas coisas.


Jamie Maier e Edward Griffths

Este é um amor através do tempo. Veremos esses dois em Echoes of the Past. Edward era um marinheiro que foi resgatado por Jamie no litoral inglês e passou a agir junto com a squad formado por ele, Robb McGold, Ned Smith e Nate Welsh. Os dois se apaixonaram intensamente. Edward pintou diversos quadros do Jamie e guardou uma foto dele. Ele nunca soube que o jovem alemão era um viajante do tempo. Edward morreu sem saber disso e alimentando esperança sobre a volta de Jamie. Lola Banks, a filha de Edward, procurou por ele e se chocou ao saber que o amado de seu pai é na verdade, o neto de Nora Smith. E Jamie por sua vez, sofreu desse amor não concretizado e principalmente por não ter mantido sua promessa de voltar para ele.


E é isso pessoal! Espero que gostem!












terça-feira, 16 de junho de 2020

We Belong Together - Wildest Dreams (Parte 16)

Boa noite, pessoal!

Hoje o capítulo tá bombando. E tô na vibe ainda de Castlevania (Reborn vai voltar). Boa leitura.

PS: tem dobradinha de lutas e um casal yaoi a vista!



Parte 16

Fefe acordou ofegante e assustada. Era dia em Londres. Na noite passada dormiu tarde por conta do evento assustador. Na realidade seu corpo não estava tão habituado a dormir pela noite. Em seu casamento com Manuel, ela dormia de dia e só acordava no início da tarde, para seus afazeres domésticos e cuidar das crianças. E agora o que restou dela?

Neste momento o criado Sembene abriu a porta, trazendo uma bandeja com o café da manhã.

-- Bom dia, senhorita.

-- Bom dia.

Ela se ajeitou e se alimentou. Em seguida chorou.

-- Me desculpa...

Neste momento, seu irmão mais velho, Moses, entrou no quarto e vendo a irmã chorando, consolou e dispensou Sembene.

-- Nada do que aconteceu é sua culpa. – disse ele.

-- Até mesmo a morte do meu marido?

Moses havia previsto isso meses atrás e tocou a mão da irmã, sentindo um enorme peso de culpa, tristeza, ressentimento e dúvidas. Além de profeta, Moses tem uma capacidade de sentir o que realmente as pessoas sentem ao toca-las. Um empata.

-- Ele a protegeu. Foi um homem honrado.

Uma hora depois, ela estava arrumada e de banho tomado. Moses e Serguei prontos para sair.

-- Já voltamos, Felicity. – avisou Serguei.

Logo que saíram, Fefe sentiu a presença de uma terceira pessoa. Viu uma mulher de cabelo curto e usando roupas masculinas.

-- A irmã do Moses... – comentou a garota, se aproximando da profetisa e cheirando ela. – Você cheira a banho tomado, campo úmido e um pouco de luxúria.

-- E você é Mary McGlory.

-- Sabe o que sou?

-- Uma loba. Conheço pessoas como você. Em Munique.

Mary puxou Fefe para a mesa. E confidenciou.

-- Eu quero ir para lá. Reencontrar a alcateia inglesa que vive. Você os conhece?
-- Talvez.

-- Se não for pedir muito, convença o Moses de ir com você. Eu quero ir para lá, mas não posso abandoná-lo. Ele é meu imprinting.

Fefe não respondeu, mas internamente prometeu ajudar Mary. Só não garantia se Moses aceitaria a proposta...



Munique

Mike olhava para janela e pensava em Alana. A cada dia que passava, a saudade pela loba aumentava. Ela sabia que tinha culpa e ao mesmo tempo não. Ele nunca foi interessado em Alberta Mann, mesmo ela sendo bonita. Desde a batalha da retomada da Ilha dos Lobisomens, ele cogitava em ir atrás da amada e traze-la de volta em sua vida. Se Gerd Müller, o chamado de “sacripanta”, foi capaz de recuperar Louise, ele mesmo pode trazer Alana. Pensou em avisar os amigos e quem sabe os próprios irem com ele nesta jornada. No entanto, lembrou das esposas e filhos. Davy e Dianna criavam as gêmeas Cecilia e Rebecca e agora Di está grávida novamente e o vampiro adotou Freddie, o filho de Louise, como seu próprio após a morte desta. Micky era outro que é pai de dois filhos com Emma e está criando Karin, a filha vampira de Felicity e Manuel. Peter e Erin tinham Sally contudo, o feiticeiro ainda estava de luto pelo fazendeiro vampiro e tinha certas dúvidas com relação aos seus sentimentos.

Diante destes pensamentos, reconsiderou em chama-los e decidiu seguir sozinho. Mike era um lobo experiente em longas viagens. Levava apenas algumas armas cortantes, um pote de ervas medicinais e uma bússola. Micky passou pelo quarto de Mike e assistiu tudo.

-- Para onde vai?

-- Encontrar Alana. Me acertar com ela e trazer de volta para a Ilha.

-- Não acha perigoso? Podia ter falado para mim, Peter e Davy?

-- E suas esposas e filhos? – replicou Mike. – Não posso exigir isso. E duvido que o pessoal do Moore me ajude. Muitos estão sofrendo com as baixas que tiveram na batalha.

Antes de falar mais, Peter e Davy viram a cena.

-- Onde você vai? – perguntou Peter.

-- Buscar Alana.

-- E sabe para onde ela foi? – foi a vez de Davy perguntar.

-- Não. Eu vou farejar o rastro dela. Não deve ser difícil.

-- E se não encontrar? – indagou Micky, preocupado.

Tanto Davy quanto Peter perceberam algo no ar e se retiraram do quarto, fechando a porta.

-- Sei me cuidar, Micky.

-- Mike, eu me preocupo com você. Está totalmente vulnerável a qualquer coisa.

-- Não estou.

-- Mike...

-- Micky!

Eles se olharam. Realmente algo entre eles acontecia. Micky beijou Mike na boca com uma vontade imensa de fazer o lobo ficar. O beijo durou cinco minutos. Tempo suficiente para Micky entender.

-- Me desculpa!

-- Micky...

-- Você ama mesmo Alana. E faria qualquer coisa para resgata-la e seu filho. Independente do que for.

-- Quer ir comigo, Micky?

Não foi preciso uma reposta. O lobo da Califórnia aceitou na hora. E na sala, estava mais do que definido quem ajudaria Mike.

-- Vocês também?

-- Falamos com nossas esposas e elas aceitam nossa decisão. – disse Davy.

-- Erin pediu apenas algo para mim. Que traga Alana imediatamente. – respondeu Peter.

-- Eu também irei com vocês. – Renée se prontificou.

-- E Mike, se importa se mais um for conosco?

-- Quem?

Minutos depois o quarteto e mais Rénee estavam diante da porta principal do castelo Beckenbauer.

-- Espero que não seja quem estou pensando. – resmungou o lobo texano.

-- Eu também não o quero! – Davy passou a culpar Gerd pelo sacrifício de Louise.

-- Não é para ele que estamos pedindo ajuda.

Bateram na porta e foram recebidos por Oliver Kahn.

-- O conde foi caçar, mas chamarei o Dr. Cruyff.

Esperaram no hall de entrada pacientemente e nas escadas avistaram Johan descendo, tentando vestir uma camisa e a calça quase caindo. Peter deduziu que ele estivesse acompanhado, mas de quem? Davy leu a mente do médico e se constrangeu em dobro. Primeiro por saber quem era que o doutor dava atenção e segundo.... poderia prejudicar Mike.

-- Peter... Pessoal... – o médico se recompôs. – Aconteceu algo?

-- Você quer nos ajudar a resgatar Alana Watson? – convidou Peter. – Ela é esposa do nosso amigo, Mike Nesmith.

-- Por mim tudo bem. Só que... Por que precisam de mim?

-- Precisaremos de um médico, caso algo nos aconteça e ninguém melhor do que você com conhecimentos medicinais pode nos ajudar.

Johan não se opôs, contudo, teve medo que algum dos amigos de Peter descobrissem que ele estava dormindo com Alice Stone e lhe denunciar para Mike.



Londres

Naquele fim de tarde Felicity saiu um pouco sozinha para caminhar. Entrou numa biblioteca e ao pegar um livro qualquer, outra mão lhe encosta, no intuito de pegar também o livro. Ela vê o dono. Um rapaz pálido com uma marca de costura no rosto, loiro e usando sobretudo preto e pesado.

-- Pode pegar, senhorita. – disse em seguida se afastando. – É “Madame Bovary”. Muito bom.

-- Eu nunca o li.

-- Deve ler.

Fefe se afastou dele e saiu da biblioteca. O tempo que ficou na floresta, longe da civilização e cuidando de uma fazenda, um marido e dois filhos, a fez desacostumar com o contato de outras pessoas. Interagir. Voltou para casa e ficou no quarto, pensando sobre sua vida.

Voltando para casa, se acalmou no quarto. Moses sentiu a presença da irmã.

-- Fefe...

-- Não consigo.

-- O quê?

-- Conversar com as pessoas normais. – ela parou de chorar. – As últimas que conheci foram lobos, vampiros, feiticeiros, alquimistas e cientistas.

O irmão a abraçou e depois de um tempo, perguntou sobre sua vida.

-- Você lembra do Manuel?

-- O fazendeiro que vendia chocolate, verduras e legumes na rua? Eu lembro.

-- Ele virou um vampiro. E me casei com ele. Tivemos dois filhos.

-- E o que houve com ele?

-- Assassinaram meu marido.

Moses pôde entender o sofrimento dela.

-- Foi... O barão?

-- Sim. – Ela suspirou e após isso, tentou falar sobre o assunto que Mary McGlory havia pedido. – Sei que não quer ir a Munique, mas seria melhor para nós, irmão.

-- Eu não tenho essa coragem. – Disse Moses, receoso.

-- Tem a mim e a loba.

-- Mas...

-- Afinal de contas, o que te prende, Moses? – se exaltou a profetisa.

-- Eu quero saber quem matou nosso pai!

Fefe se chocou. Será possível que depois de todos aqueles anos de tortura psicológica e verbal, com direito agressão física, Moses se importe com Robb, o pai deles.

-- Você não quer saber? – Ele perguntou.

-- Não. Eu não nego que fiquei triste em saber que ele morreu, mas por um lado estou aliviada.

-- Ele é nosso pai.

-- Não interessa! Ele fez coisas contra mim. Me odiava por ter esse poder. Me forçou a casar com o conde pra manter as aparências. Me batia, me humilhava, me fazia chorar seja na frente de todos, seja sozinha e até teve dias que ele me trancou num sótão sujo, passando fome e sede. E ainda quer que eu diga que me importe com ele porque é meu pai? Nunca espere isso de mim, Moses.

Moses se calou. Era óbvio que a irmã não teria esse pensamento. Contudo, ele tem e sabia que envolvia algo muito além de suas habilidades...


Nuremberg

A alcateia de lobos que vive na floresta de Nuremberg ficara em volta das duas lobas. Jason se escondia nos braços de Gram Parsons e todos estavam apreensivos.

-- Não sabia que estava viva. – dizia Kathy, maléfica. – Achava que tivesse morrido quando Harry e Edward sofreram aquele ataque dos vampiros do Barão Lauda ou até mesmo não sobrevivesse sem uma alcateia para acolher.

-- Eu posso muito bem viver sozinha. Só com meu filho. Mas você ficou dependente de homem. Ainda bem que o Hillman largou você.

-- Ora, sua...

O ataque das lobas começou. Kathy na sua forma lupina, arranhou Alana e mordeu forte a orelha e as patas. A loba menor se esquivava e num rápido movimento empurrou forte Kathy, atingindo num tronco de árvore e arranhando bastante a inimiga. Voltando a forma humana, as duas se encaram. Alana cheia de feridas no rosto e as mãos sujas de sangue e terra. Kathy suada e com a roupa rasgada.

-- Não vou deixar barato. – Kathy se enfureceu e parte para cima de Alana.

Alana entrou em desvantagem. Kathy era 7 centímetros mais alta e em combate corpo a corpo, era mais habilidosa, enchendo a loba liverpooliana de pancadas. Todos compadeciam por Alana, com exceção de Roger McGuinn, que desejava que Allie morresse de qualquer jeito.  Ainda deitada, ela pensou que a derrota já estava ali. Olhou para seu filho. Não poderia morrer ali. Pensou em Mike, Erin, seu amor. Seus amigos. E lembrou do treinamento da ilha. Se levantou com dificuldade.

-- Ainda não desistiu? – Kathy esperava que Alana se rendesse. – É melhor se render. Vai ser melhor pra você e seu filho. Eu prometo te poupar.

-- Mas eu não! – insistiu Alana.

Era mais um ataque. Desta vez Alana acertou mais socos e um chute que desestabilizou a adversária. Kathy por sua vez, carregava uma adaga grande e cravou no braço de Alana.

-- Trapaceira! – gritou Graham Nash.

-- Jogou sujo! – concordou Stephen Stills.

-- Mandou bem, Kathy! – McGuinn não escondia sua torcida por Kathy. – Acaba com a raça dela!

-- CALA A BOCA! – gritaram todos.

A loba menor gritou de dor à medida que Kathy aprofundava a adaga no braço. Se concentrando ao máximo, Alana reagiu e agarrou os dois braços da outra e empurrou para uma parte distante da floresta, chegando até uma região mais escura, cheia de árvores com pedaços de tronco pontiagudos e cipós. Chutou Kathy e se livrou da adaga.

-- Vou te matar!

E no último embate, Alana pegou um dos braços de Kathy, imobilizando forte a loba, golpeou no nariz e pegando um dos cipós, enrolou no pescoço dela de modo que não haveria como desfazer o laço. Apertou com força, asfixiando Kathy e empurrou a loba contra uma das árvores, matando em seguida. Kathy Giordano morreu empalada e sufocada, com a boca aberta jorrando sangue.

Neste momento, os moradores da floresta encontraram Alana mais ferida e cansada.

-- Alana... – Marianne Faithfull tocou nos ferimentos dela. – Calma. Ela está desmaiada.

-- Levem ela para minha cabana! – Ordenou uma voz grave e poderosa.

Todos se viraram e era o líder da comunidade.

-- Sr. Presley... – Marianne carregava Alana em seus braços. – Ela precisa de cuidados.

Elvis observou Alana. Retirou seu casaco de pele e a envolveu.

-- Eu mesmo cuido dela. E Hillman, deixe o garoto também na cabana.

-- Sim, senhor!

Mais tarde Hillman e Parsons se afastaram do bando e conversam.

-- Isso vai dar um problema. – Comentou Parsons. – Se Elvis quer desposar a Alana, você não só ganhará outro concorrente, Chris, mas teremos de ser mais convincentes.

-- E quanto a Phillys? Ela vai manter o Nesmith fora.

-- Eu sabia! -- Os dois se assustaram quando viram que Roger McGuinn escutou toda conversa. – Vocês tiraram Alana do lugar onde estava segura e a trouxeram pra cá!

-- Olha, Roger... – Parsons ia falar, mas Roger o interrompeu.

-- Olha nada! Escutem, se vocês não me obedecerem, eu conto tudinho pra Alana. Que vocês armaram pra ela se separar do marido.

-- E quem ela vai acreditar? – Chris debocha. – Não esqueça que Alana nunca gostou de você.

-- Ah, ela vai. Não vou contar pra ela. E sim pro Elvis. E ele certamente, vai fazer a cabeça dela. E aí terá raiva de vocês e vão se dar mal.

-- Eu dei muito trabalho encontrando a minha loba, sofri quando soube que ela casou com outro, eu a separei e não vou perde-la para nosso líder.

-- Então pense num plano de fazer a lobinha voltar pra você.

Na cabana, o líder limpava os ferimentos de Alana e a deixava dormir sossegada. O menino também dormia junto da mãe. Fazia dias que procurava uma esposa para governar a comunidade recém-formada em Nuremberg. E Alana Watson é a escolha mais que perfeita.




Distrito de Whitechapel, Londres – noite

Em um quarto de pensão encontra-se um corpo quase sem vida. O rapaz, um jovem de quase vinte e nove anos, com a camisa semi aberta, caído no chão e as mãos abertas. Ele tentou se suicidar ingerindo uma quantidade exagerada de medicamentos e injetou em si um pouco de heroína. Valentin Greene, um alienista e investigador, era seu nome e função...


Limbo

Bran McGold, um pré adolescente de treze anos e quase fazendo catorze. Teve um fim abrupto nas mãos de um vampiro, Barão Lauda. O garoto foi atirado do alto de um penhasco, bem diante dos olhos de sua irmã mais velha, Felicity, que apesar das suas tentativas de salvá-lo, nada adiantou.

O jovem se encontrava na mesa, jogando sozinho xadrez quando uma sombra se apresenta.

-- Me disseram que você não desejava morrer.

-- Eu acho que quem tem minha idade, não quer morrer. – Respondeu Bran.

-- Eu concordo com você. – A figura deu o primeiro passo ao mover o cavalo na frente do bispo.  – E foi difícil de trazê-lo pra cá.

-- Que quer dizer?

-- Por que achas que não foi para o inferno ou para o paraíso?

-- Hã... – Bran não havia pensado nisso desde que morreu. – Não sei.

-- Quero dizer que te oferto uma nova oportunidade de viver em um novo corpo.

-- Sério? – A possibilidade fez Bran parar de jogar e deu-lhe um sorriso. – Serei eu mesmo? Assim?

-- Não. É no corpo de um adulto. Mas sua essência estará lá. Você aceita?

-- Eu aceito qualquer coisa.

Num segundo a mesa se desfez e se transportaram para uma sala cheia de imagens.

-- Neste caso, fará um favor a mim. – Disse a figura.

-- Qual?

-- Levará meus filhos até a mãe deles, que vive na terra.

-- E quem são?

Imediatamente ele os chamou e dois garotos, completamente idênticos e de olhos azuis como a entidade, se apresentaram para Bran. Os garotos pareciam ter uns oito anos.

-- São meus filhos. Christopher e Nikolai.

Bran os cumprimentou e logo simpatizou com as crianças. Desejou internamente que fossem seus irmãozinhos.

-- Serei o irmão deles? – Questionou o jovem.

-- Quase isso. Um tio. Melhor ainda: um pai.

Bran se espantou.

-- Cuidará deles, ajudará a mãe deles. Os meninos não podem mais ficar aqui.

-- E se eles quiserem voltar pra cá quando forem adultos?

O pai das crianças encarou os pequenos.

-- Vocês querem voltar a morar comigo depois de um tempo?

-- Quem sabe um dia, papai. – Respondeu Chris.

-- Mas agora queremos a mamãe. – Nikolai era bem ansioso.

-- Tudo bem... – Bran segurou na mão de cada um dos gêmeos. – E quando poderei voltar?

-- Bem... – A figura olhou para os lados e em seguida sorriu. – Agora!

Empurrou Bran bem forte para fora da sala e a alma do pré adolescente caiu perfeitamente no corpo de Valentin. Poucos minutos depois da queda, o corpo, antes inerte, se mexeu e acorda ofegante e assustado, quase gritando.

-- Ainda bem que acordou. – disse uma voz de criança.

Valentin olhou para o garoto.

-- Sei que vai demorar para você se acostumar, mas te ajudaremos em tudo, Bran.

-- Bran? – O rapaz disse.

Os garotos pegam um espelho e ele vê seu reflexo. De um garoto, agora era um adulto.

-- Minha nossa! Estou tão... diferente!

-- Agora você é um homem.

Levou vários dias para Bran entender sua condição e o que aconteceu com o rapaz que está usando o corpo dele como seu receptáculo.



Upwest Downing

Felicity tinha tomado banho e se preparava para sua oração quando a porta se abriu. Era Mary e Serguei em pânico.

-- Felicity, por favor. – Mary chorava desesperada. – Me ajuda... O Moses...

-- O que houve com ele? – Agora a galesa se encontrava nervosa.

-- Ele não está acordando. – Justificou Serguei.

Entraram todos juntos no quarto de Moses. Ele dormia com as mãos segurando o crucifixo no ventre e suava, mesmo numa temperatura baixa. Fefe tentou chama-lo e nada. Bateu de leve no rosto e Moses não acordava. No entanto, ao tocar as mãos dele, sentiu uma onda quente que a repeliu.

-- O que é? – Mary estava sentada no outro lado da cama.

-- Alguma coisa prendeu o Moses... – Disse Fefe, temerosa. – Uma força poderosa. A alma dele em outra dimensão.

-- Será que as mesmas bruxas que nos atacaram naquela noite, estão fazendo isso pra ele? – Questiona Serguei.

-- Ou outra pessoa. – Disse a irmã de Moses.

Felicity fez o sinal da cruz e tocou as mãos do profeta.

-- Nora uma vez me ensinou como salvar uma pessoa cuja alma está presa. Irei salvar meu irmão.

-- Vou com você. – A loba também juntou suas mãos com as do amado e da cunhada.

-- Eu também. – Serguei fez o mesmo. – É assim mesmo?

-- Sim e quero avisar: Temos que ser rápidos e evitar que nenhum de nós morra.

O trio fechou os olhos e Felicity iniciou sua oração em latim. Na hora exata disso, as nuvens se interpõem sobre a lua e iniciando a escuridão...


Dimensão do pesadelo

Moses caminhava na praça municipal de Inverness. Ele conhecia bem o lugar. Ao mesmo tempo percebeu que tudo ali estava preto e branco. Como era possível? Seguiu para a prefeitura e notou a aglomeração. Os moradores se moviam em câmera lenta e não se ouvia algo. Porém, ele soube do que era tudo aquilo. Avistou a mãe, Rosamund, sendo amarrada num poste de madeira e os moradores incitando a fogueira. Era a lembrança dele. Aos dez anos, Moses viu a mãe sendo queimada viva sob acusação de bruxaria e o responsável disso era seu pai, Robert.

Ele colidiu nas pessoas e chegou até lá.

-- Mãe! – Gritou o profeta.

-- Essa voz... – Rosa olhou para os lados e viu seu filho. – Moses. Meu menino.

-- Estou chegando, mãe. Vou salva-la. – Moses correu e foi impedido pela voz da mãe.

-- Não, Moses. – Deteve Rosamund, tentando se mexer mesmo amarrada. – Não venha aqui.

-- Mas, mãe...

-- Não tem problema. – Rosa sorria. – Se minha morte salvar outros, estou mais do que satisfeita em aceitar.

-- Não diz isso, mãe! – Moses chorou. – Por favor...

-- Sim, Moses... E ouça bem minhas últimas palavras.

-- Sim, mãe... – O profeta estava ajoelhado, ainda em lágrimas.

Rosa mostra um sorriso nada benéfico e um dos olhos brilha.

-- Você tem que desprezar as pessoas. – Disse a bruxa celta. – Por nos temerem, eles têm que ser destruídos!

Moses tremeu. Que tipo de conversa era? Sua mãe nunca o ensinou sobre o desprezo e olha que tinha motivos para tal.

-- Como?

-- É melhor assim, meu filho. Eles devem morrer do que continuar vivendo e pecando. Mate aquele ali.  -- Apontando para o homem que mais parecia uma autoridade. Certamente, o prefeito.

-- Não... Não! – Moses se levanta e retrucou. – Isso não está certo.

-- O que há de errado, meu filho?

-- Minha mãe nunca diria tais coisas...

-- Moses, estou ordenando! – Rosa se enerva. – Sou sua mãe e ordeno que mate esses cretinos e traga sua felicidade!

Antes de dizer algo, o empata ouviu um grito conhecido.

-- MOSES!

-- Mary? – Ele disse.

Se virou e enxergou a loba, acompanhada de Fefe e Serguei.

-- Ela não é sua mãe, Moses! – Avisou Fefe, abraçando o irmão.

Ele acreditou e voltou-se para a “mãe”.

-- Tem razão. – Disse, furioso. – Quem é você, que está assumindo a forma de minha mãe?

Em seguida risos maléficos e femininos foram ouvidos e um feixe de luz ofuscou sua visão. E depois revelou uma figura alada, olhos vermelhos e as presas sendo mostradas.

-- Eu achei que o Conde Benites tivesse matado você, profetisa. – Disse a vampira. – Agora tenho oportunidade de me livrar de você, do seu irmão e seus amigos!

Mary se transformou em loba e partiu para o ataque. A súcubo desaparece. Serguei estava armado com a besta e a flecha pronta. Fefe se utilizava do punhal prateado, o mesmo que usou para matar o vampiro espanhol Iker Casillas.

A profetisa era que mais tinha sensibilidade naquela dimensão. Por um lado, admitiu que Nora e Joj a ensinaram bem. Sentiu uma onda de calor e jogou o punhal para cima, acertando a vampira, que se encontrava invisível. Lily gritou de dor e retirou o punhal.

-- Malditos!

A criatura lança uma série de trovões contra o quarteto. Serguei atira as flechas e erra demais. Lily era muito rápida. Mary deu um grande uivo, fazendo a vampira sofrer de dor de ouvido. Aproveitando disso, mordeu ferozmente a adversária, arrancando sua mão. Lily arremessou a loba longe.

-- Vamos ver se são espertos mesmo!

A vampira num estalo de dedos, criou diversas duplicadas suas e todas atacaram o quarteto. Embora os ferimentos causados por elas serem reais, ao acertar um golpe numa duplicada, não era atingida e evaporava. E parecia que quanto mais se livrava dos clones, mais apareciam.

-- E agora? – Moses estava machucado nos braços com arranhões.

-- Serguei, me empresta?

-- Pegue, Felicity.

A profetisa mirou a flecha nas duplicadas. Lily riu.

-- Tola! Como vai me acertar? Somos todos iguais.

Ela olha para a lâmina do punhal o reflexo das duplicadas. Não mostrou nenhum, exceto uma que estava perto do palanque. Fefe enxergou a verdadeira e atirou, acertando o ventre. As duplicadas desaparecem.

-- Não pensem que acabou! – Lily expelia sangue preto.

E antes de cair, ela disparou estacas contra os inimigos. Fefe se desviou e Serguei também. Moses não consegue e é ferido na perna e outra estaca voa em sua direção.

-- Moses!

A cena ali era trágica. A loba Mary se jogou, sendo acertada em cheio no peito, protegendo Moses.

-- MARY! NÃO!

O profeta, em sua ira, arrancou a estaca na perna e caminhou rápido em direção a Lily. Nenhuma estaca jogada o acertava. Era como se um escudo se formou e protegeu Moses. Ele agarrou pelo pescoço a vampira e aplicou o golpe da estaca, mas ela se desvia e socou o rosto do profeta. Fefe surge por trás e estrangula Lily com uma força descomunal. Ela não sofreu possessão alguma. Era tinha raiva incontida. Moses de novo agarra a estaca e desta vez acertou o alvo, enterrou bem no coração de Lily.

A vampira gritou e em seguida se transformou em cinzas...


Realidade

Moses acorda assustado e o restante do pessoal. Todos estavam sujos, feridos, cansados e abatidos. Ele olha para o cadáver de Mary McGlory. Abraçou o corpo e chorou bastante. Serguei se sentou na cama e deitou. Fefe estava trêmula. As nuvens desaparecem e a lua se mostra em seu total brilho. Venceram sua primeira batalha contra as trevas...



Continua...