Demorou mais está aí o capítulo! Maris Greyjoy bateu o recorde de capítulo com maior número de páginas(21), parabéns! E agora fiquem com a leitura!
Capítulo 18: Churrasco
Paul POV
-Não vai se trocar? – perguntou meu
amigo e colega de quarto Uli, ao sair do banheiro – O treino começa daqui a
pouco.
-Deixe-me só eu terminar este capitulo
e logo vou me arrumar – respondi. Terminei de ler o terceiro capítulo de Guerra
e Paz de Leon Tolstói, coloquei de volta o marcador de página que Ana havia
feito para mim e deixei-o no criado mudo ao lado de minha cama.
Levantei-me da cama, peguei o meu
uniforme na mala e fui tomar um banho. Durante esse, escutei alguns gritos
acalorados vindo de fora do quarto, mas não dei muita importância. Sai do
chuveiro, me troquei e arrumei meu cabelo no espelho.
-Quand il me prend dans ses bras, Il me
parle tout bas,Je vois la vie en rose...- Fiquei observando da porta do
banheiro, Uli cantar enquanto cuidava da rosa que Marie, a irmã de Odile, dera
para ele.
-Cara se você quiser ser florista é
melhor ir pro Ajax. – respondi, sentando na cama para calçar as meias e as
chuteiras.
-Acho que é melhor você ir pra merda,
Breitner! – respondeu ele, cortando uma parte do caule da rosa – Ontem, eu e a
Marie trocamos alguns emails.
-E ai? O que conversaram? – perguntei,
enquanto amarrava os cadarços da chuteira.
-Ah ela me contou sobre como o semestre
está difícil, que ela e a menina que o Sepp esta afim, foram tentar serem
estagiarias em um jornal mas não conseguiram a vaga – respondeu ele – e também
sobre o namorado dela esta viciado em sexo.
-Aquele gordo esquisito fã de Harry
Potter? Não da para acreditar! – falei, vendo se havia alguma mensagem no
celular.
-Nem eu acreditei, mas pelas mensagens
dela, eu notei que ela estava um pouco...Triste – disse ele, um pouco
cabisbaixo – Não gosto de vê-la triste.
-Sei como é – respondi, pensando
em Ana.
O celular apitou e vi que havia uma
mensagem.
“Bom dia Pauly, tudo bem com você?”, disse Ana
num sms.
“Bom dia princesa, estou bem e você?
Estou esperando o Uli terminar de cuidar da flor dele para irmos tomar o café –
da – manhã.” , respondi ela com outro sms.
Enquanto esperava a resposta, Manuel
Neuer entrou no nosso quarto, pálido e ofegante, trancando a porta do quarto.
-O pai de Fraulein Felicity – disse ele
– Ele esta no corredor com o Guardiola.
-É de lá que estava vindo toda essa
gritaria? – perguntei.
-Sim! – respondeu Manuel – Guardiola
descobriu nossa saída com as meninas e o pai de Felicity descobriu sobre nós
dois!
-Parabéns! – falei – Agora você
conheceu seu sogro!
Ouvimos batidas fortes na porta e
alguém tentando abrir.
-EU SEI QUE VOCÊ ESTA AI, SEU ALEMÃO
FILHO DA MÃE! – rugiu um homem do outro lado da porta.
-Vamos Neuer! – gritou Mario Gotzë do
outro lado da porta – Cedo ou tarde você teria que conhecer a família dela!
-Gotzë nos dedurou pro Guardiola! –
disse Manuel suando frio.
-Vou matar aquele gnomo! – falei,
tentando controlar a minha raiva.
-Manu! Por favor, saia logo daí! – gritou
Felicity.
Empurrei pra longe da porta, ele acabou
se escondeu no banheiro e abri a porta. Deparei-me com um homem, de uns 40
anos, gordo – que por um momento me fez lembrar-se do namorado esquisito de
Marie – de cabelos pretos e com a feição no rosto que lembravam muito as de
Felicity. Na tarja grudado ao terno dele, lia-se “Gerente McGold”.
-Cadê ele?Aquele alemão?Eu sei que ele
esta aqui! – perguntou o senhor McGold.
-Senhor, todos aqui neste quarto são
alemães – respondi – Seja mais específico, por favor!
-O goleiro! – respondeu ele furioso.
-Sepp esta ali atrás – respondi,
apontando para o meu amigo.
-O outro goleiro! – bufou ele.
-Uli, traga-o! – falei. Uli foi até o
banheiro e arrastou o Manuel para o quarto e o fez sentar na cama. Felicity se
apressou e sentou-se ao lado dele e segurou a sua mão.
Guardiola e o resto do time entraram em
nosso quarto. Uli escondeu o vaso com a rosa e postou-se ao meu lado.
-Por onde começamos – disse Guardiola –
Ah sim! A fuga de vocês cinco! – ele apontou para Franz, Sepp, Manuel, Uli e
por fim, eu.
-Vocês vão se ferrar, agora! – disse
Gotzë.
-Calado Gotzë! – gritou Guardiola – Ou
você vai se ferrar também!
-Vamos Felicity! – disse o Senhor
McGold – Conte para todos nós como você e esse alemão ai começaram a namorar!
Felicity contou que veio até hotel
buscar os autógrafos, nos conheceu, o jornalista que nos entrevistou, sem
mencionar quem ele era, da nossa fuga para universidade e a festa.
-Então isso explica o olho roxo de Uli?
– perguntou Guardiola.
-Sim – ela confirmou – Ele se envolveu
numa briga com universitário.
-Então, podemos concluir que a idéia de
tirá-los da concentração foi sua, não é mocinha? – disse Guardiola – Você é
culpada desse transtorno todo!
-Sim... Quer dizer não! – respondeu ela
– N-n-não foi culpa minha! Fala pra eles Manu!
Manuel ficou sem reação. Estava
assustado e com medo. Não sabia o que responder ou que atitude tomar fazendo
com que Felicity entrasse em pânico e começa-se a chorar.
-Felicity, Felicity! – resmungou o pai dela
– O que eu faço com você, menina?!
-A culpa foi minha! – disse Franz – Eu
queria ir pro festa pra ver uma menina que eu conheci durante os jogos da Liga!
-A culpa ser minha também – respondeu
Gerd.
-Agora está explicada àquela sua
estranha alergia no pescoço, Müller! – bufou Guardiola – Você andou namorando
as universitárias!
-Um universitária só e meu namorada,
Louise – respondeu Gerd – Prima de Felicía!
-VOCÊ ESTA NAMORANDO A LOUISE? –
perguntou o Senhor McGold – A MINHA SOBRINHA?
Gerd foi até o senhor McGold e mostrou
a ele uma foto de Louise que ele tinha no celular.
-Eu amar o seu sobrinha demais! – disse
Gerd.
O senhor McGold incrédulo com toda
aquela situação, acabou quase caindo na cama e Felicity ajudou o pai a
sentar-se com calma.
-Eu ser culpado também – disse Sepp –
Eu conhecer uma garota que gosta de gatos e eu gostar muito dela!
-Nora?- suspirou o senhor McGold.
-Yah! – respondeu Sepp – Essa ser o
nome dela!
-Ai meu Deus, o que Ned vai pensar?! –
disse o senhor McGold – Felicity, pegue um pouco de água para mim, por favor!
Felicity foi até o frigobar, pegou uma
garrafa d’água pro pai, abriu-a e entregou a seu pai que tomou esta
praticamente toda.
-Senhor – falei – A culpa foi minha
também.
-Sabe que eu não esperava isso de você,
Breitner – disse Guardiola – O mais culto e inteligente desse time, fugindo da
concentração do time e indo pra uma festa!
-Eu sei que eu errei, mas fiz isso com
razão – respondi – Conheci uma moça depois de um jogo da Liga, me apaixonei,
mas não tive a mesma sorte de Franz e Gerd! A menina namorava e eu tive de
aceitar…
-Poupe-nos da sua vida amorosa,
Breitner! – gritou Robben.
-Espera que eu ainda não terminei! –
gritei em resposta – Quando a senhorita Felicity apareceu aqui e nos contou
sobre a festa, tive de agarrar essa possibilidade e pedi pra ela que me levasse
e ainda incentivei os rapazes a irem comigo! Sendo assim, a culpa não é desta
senhorita e sim minha, se tiver que receber algum castigo ou punição, eu a
aceito!
-Felicity, porque você não ficou com
esse alemão inteligente em vez desse medroso ai? – perguntou o senhor McGold a
filha.
-Pai! Eu gosto do Manuel e o Paul gosta
da Ana e ela gosta dele – respondeu Felicity.
-Ela gosta de mim? – perguntei
esperançoso.
-Ela só fala de você! – respondeu
Felicity – O dia todo!
-Precisamos apresentar o medroso aí e o
namorado de Louise pra família – comentou o senhor McGold.
-Acho que mamãe vai querer conhecer o
Manuel – falou Felicity.
-Lembra-se do churrasco que eu estava
pretendendo fazer? – disse o senhor McGold – Vamos fazê-lo amanhã!
-Amanhã? – perguntou
Felicity,levantando-se em sobressalto – Não acha isso cedo demais?
-Não, é o momento certo! – Robert se
levantou e foi caminhando em direção a porta – Quero todos vocês lá e se não
aparecerem tomarei como ofensa da parte de vocês!
-Senhor – chamou Franz – Fraulein
Felicity pode chamar... A minha namorada e as amigas delas?
-Pode e deve! – disse Robert – Convide
todas as suas amigas, Ned e Cat Smith e também os pais de Louise! Enfim, vejo vocês,
amanhã a uma da tarde!
O senhor McGold saiu andando e
Guardiola ficou nos encarando.
-Estamos atrasados para o treino! –
disse Guardiola saindo do quarto – Se despeça dela agora Manuel!
Todos nós saímos do quarto para darmos
um pouco privacidade pro casal e algum tempo depois os dois saíram do quarto.
-Felicity – chamei-a – Você poderia
fazer um favor pra mim?
-Claro Paul – respondeu ela – O que
precisa?
-Pode comprar um livro de presente para
Ana, por mim? – perguntei.
-Tudo bem – respondeu ela. Peguei
algumas notas de dinheiro e entregue para ela – Qual que você quer que eu
compre?
-O Anjo Azul de Henrich Mann –
falei.
Uli me chamou para tomar café com o
time e me despedi dela. Tomamos o elevador juntos e chegamos ao hall do hotel e
fomos em direção ao restaurante do hotel, onde tomamos o café da manhã e
seguimos para o treino no Boleyn Ground, estádio do West Ham.
Guardiola nos fez pagar a nossa pequena
fuga com um treino pesado. Durante quatro horas seguidas treinamos sem parar.
Corremos em volta do campo, fizemos vários tipos de aquecimento e algumas
flexões. Quando terminamos, achei que iria morrer e fiquei jogado no campo,
tentando descansar.
-Almoço! – gritou Guardiola.
Almoçamos um pouco no refeitório do
estádio. Sentei-me junto a Franz, Sepp, Gerd, Uli e Manuel juntos e
tentemos comer alguma coisa, mas estávamos mortos demais.
-Se o Gotzë não tivesse nos dedurado,
nada disso teria acontecido! – resmungou Uli.
-Qualquer dia ele iria acabar
descobrindo da nossa fuga – respondeu Franz, entre um bocejo.
-Mas tinha que ser desse jeito? –
perguntou Sepp – Com aquela treta entre o pai da Felicity e o Guardiola?
-Falando nessa briga, por que você não
tomou nenhuma atitude durante ela, Manuel? – perguntei.
-É verdade – concordou Gerd – Ficou ali
parado, pálido como se tivesse visto um fantasma!
-Eu tomei um susto quando o vi e
Fraulein Felicity entrando no meu quarto – disse Manuel Neuer.
-Susto, por quê? – indagou Franz –
Qualquer dia você teria que conhecê-lo! Não precisava ficar como um gato
assustado!
-Nem eu que sou um gato, fico desse
jeito com as pessoas! – disse Sepp, tentando-se manter acordado.
-E quando você for conhecer seus novos
sogros, Franz – disse Manuel, encarando Franz – Com certeza você vai ficar
assustado!
-Eu, com medo dos pais de Odile? –
perguntou Franz – Você deve ter algum tipo de merda na cabeça, não é?
-Eu não tenho nada disso na minha
cabeça! – respondeu Manuel – E você Gerd, não pode falar nada! Amanhã irá
conhecer os seus sogros e pelo que dizem são piores que os meus!
-Se eu consigo agüentar 90 minutos no
campo, o pai da minha namorada vai ser uma fichinha – respondeu Gerd – Você
verá!
Terminamos de almoçar em silêncio e
depois voltamos para o treino, onde fizemos um pequeno jogo de vinte minutos.
Durante este, Gerd conseguiu fazer quatro gols de forma espetacular e
perguntada sobre tal façanha no final do pequeno jogo, ele apenas respondeu:
-Talvez o meu namoro com Louise esteja
me fazendo bem!
-O que você e Louise andam fazendo? –
perguntou Franz.
-Coisas – respondeu Gerd, com uma
piscadela – Algumas coisas.
-Acho que vocês não fazem nada, só
ficam naquele celular mandando mensagem um pro outro – disse o gnomo Gotzë em
tom de deboche.
Todos nós encaramos o gnomo, enquanto
ele ria de todos nós.
-Sepp, Uli, tragam o balde de gelo! –
disse Franz – Tem um gnomo de jardim que precisa urgentemente de um banho!
Segurei Gotzë pelo braço junto com Gerd
enquanto Sepp e Uli se aproximavam com o balde de gelo e postaram-no na frente
do gnomo.
-Isso é pra você aprender a nunca mais
dedurar seus amigos – falou Franz.
Quando Gerd e eu fomos mergulhar o
gnomo no balde, ele gritou “Socorro” como uma criança desesperada e num ato de
desespero soltamos ele no chão e voltamos para o treino.
-Isso vai ter volta! – alertei-o.
Quando o treino terminou voltamos para
o hotel, mortos de cansaço. Voltei para o meu quarto desejando nunca mais sair
dali. Tomei um banho e coloquei uma bolsa com gelo nas minhas pernas para
amenizar a dor, enquanto eu conferia as mensagens e todas eram da Ana.
“Uli conseguiu manter aquela flor que
Marie deu para ele? Não consigo acreditar!”
“Felicity apareceu aqui na faculdade
chorando, contando para nós sobre a briga no hotel e sobre o churrasco, você
vai não é?”
“Olá princesa, desculpe pela demora! O
treino de hoje foi bem puxado e sobre a briga, bem, expliquei que foi culpa de
todos nós, principalmente minha pelo fato de ter incentivado os rapazes a
saírem da concentração. Mas o que me deixou profundamente bravo foi a falta de
atitude de meu colega Manuel Neur diante de seu sogro!Ele não tomou nenhuma
atitude!”, respondi numa mensagem, até que me lembrei que tinha
esquecido de falar sobre o churrasco e mandei outra.
“Sobre o churrasco, estarei lá sim e
você, vai?”
No mesmo instante chegou outra
mensagem, não era de Ana e sim de Felicity.
“Olá Sr. Breitner, comprei o livro que
pediu para a sua amada! Agora quero mostrar uma coisa que fiz e que é muito
errada, se minha amiga descobre que fiz isso, ela com certeza acabará comigo!”.
Junto com a mensagem veio anexada uma a
foto, era um diário e eu reconhecia aquela letra em qualquer lugar.
“Amo-o, mas não sei como me declarar.
Ele sabe que eu gosto dele só que não sei me expressar em palavras! Talvez ele
me ache tola demais ou talvez esquisita, mas desde aquela noite da festa onde
dançamos Ask e depois dormimos abraçados na minha cama, eu sinto que ele também
sente algo por mim”.
-Uli, recebi a confirmação – falei,
acordando meu amigo.
-Confirmação do que cara? – perguntou
ele, bocejando.
Mostrei a mensagem para ele e ele disse:
-Meus parabéns! Agora só falta a amiga
dela, terminar com o gordo esquisito e nós dois começarmos a namorar –
dizendo isso, ele tornou a dormir e eu liguei para Felicity.
-Viu, só? – disse ela – Eu disse que
ela só falava de você!E eu shippo demais vocês dois e quero que fiquem
logo juntos!
-Pelo que soube a torcida é grande! –
respondi – E você e o Manuel conversaram, depois da briga?
-Ele me ligou agora pouco – falou ela –
Mas conversamos pouco, ele me pediu milhares de desculpas e prometeu não ser
mais o leão covarde do Mágico de Oz!
Conversamos sobre o caso do gnomo e de
como todos queríamos matá-lo e pouco depois ela se despediu de mim para tentar
falar com o namorado medroso dela. Coloquei o celular no criado mudo e adormeci
pensando que minha princesa gostava de mim.
Eu e Uli acordamos juntos com o
despertador tocando. Ainda era cedo, 9h30 da manhã, ficamos assistindo um pouco
de televisão, tomamos café da manhã, conversei por mensagem com Ana e depois
fui me aprontar para ir pro churrasco na casa de Felicity.
Quando eu, Uli, Franz, Sepp e Gerd já estávamos
no saguão do hotel, Guardiola me entregou um pequeno mapa da região com o
trajeto até a casa e as chaves do carro.
-Consegue levá-los sãos e salvos até
lá? – perguntou ele.
-Sim – respondi – E trazê-los inteiros
quando voltamos!
-Por favor, não voltem tarde – pediu
Guardiola – Eu tenho uma reputação a zelar nesse time e não quero meus
jogadores em baladas!
-Ei Paul – chamou Sepp – O medroso
ainda não desceu!
-Alguém mande uma mensagem para ele,
avisando que já estamos aqui! – falei.
-Eu acabei de mandar uma – respondeu
Franz.
-Ele nem apareceu no café da manhã –
disse Gerd.
Esperamos por mais dez minutos e nada
do Manuel aparecer. Resolvemos todos irmos até o quarto dele e quando chegamos
lá, o encontramos dormindo como um anjo e roncando feito o demônio.
-Mal foi apresentado aos sogros e já
esta causando má impressão – observou Sepp.
-Dá um desconto pra ele – disse Gerd
–Talvez ele não tenha dormido nada
pensando em como iria conhecer os pais dela!
-Alguém vai ter que acordá-lo – disse
Uli.
Todos me olharam como se eu fosse a
única opção.
-Tudo bem – respondi – ACORDA NEUER!
-Que horas são? – perguntou ele,
bocejando.
-Uma da tarde – respondeu Uli.
-UMA DA TARDE? AI MEU DEUS! ESTAMOS
ATRASADOS! – disse ele, saindo da cama e quase caindo pelo chão, tentando
chegar até sua mala para pegar uma muda de roupa.
-Vamos deixá-lo sozinho – disse Franz –
E esperá-lo no saguão do hotel.
Saímos do quarto e voltamos pro saguão
do hotel. Ficamos esperando e nada de novo do Manuel aparecer.
-Será que ele dormiu durante o banho? –
perguntou Gerd.
-Talvez – respondeu Uli.
Vinte minutos depois ele apareceu.
-Finalmente! – disse Franz.
-Achamos que nunca iríamos sair daqui –
falei.
Caminhamos até o estacionamento até
acharmos o carro, depois de uns 10 minutos procurando encontramos ele do outro
lado estacionamento. Entramos nele, dei partida e comecei a guiar o carro,
enquanto Uli no banco do carona me falava o caminho.
Pegamos a auto-estrada e Manuel que
estava no banco de trás junto a Franz, Sepp e Gerd acabou cochilando e babando
na janela. Os rapazes tentaram acordá-lo diversas vezes, mas ele tinha sono
pesado e roncava demais.
Depois de cruzarmos os bairros de
Lambeth e Southwark, chegamos ao Greenwich, bairro onde ela vivia. Uli me
mostrou o mapa mais uma vez e atravessamos aquele bairro, até chegarmos numa
parte afastada deste, onde as casas eram maiores e imponentes.
-É aqui – disse Uli, apontando para uma
grande e imponente casa cinza ao estilo inglês, que mais parecia um pequeno
castelo.
-Aqui? – perguntei. Conferi a rua e o
numero da casa, era ali mesmo.
Ouvi um caro parando ao lado do nosso e
buzinando para nós.
-Olá senhor Breitner – era Felicity,
trazendo em seu carro as meninas
Baixei o vidro do carro e sorri para
ela.
-Olá Fefe – cumprimentei-a e depois
apontei para a sua casa – É aqui que você vive?
-Sim – respondeu ela - Me siga!
Ela entrou na casa e estacionou na
garagem de carros e eu fiz o mesmo. Os rapazes conseguiram acordar Manuel e
começamos a falar para ele ficar calmo.
-Só não aparentar medo – falou Gerd –
Mostre que você pode ser um bom futuro marido para a Felícia!
-É isso mesmo que eu vou fazer –
respondeu Manuel.
Saímos do carro e fomos ao encontro
delas. Todos nos cumprimentamos até que Uli perguntou:
-Onde esta Marie?
-Ela já esta chegando – respondeu
Odile, beijando Franz – Esta provavelmente terminando de fazer amor com o
namorado dela.
***
Marie POV
Tomei um banho rápido e tentei me
aprontar o mais rápido o possível.
-Foi uma péssima idéia! – murmurei pra
mim mesma, enquanto vestia a calça jeans – Nunca mais vou fazer amor com ele
antes sairmos! Nunca mais!
Vesti minha camisa de botão e fui até o
quarto, ver se Graham já estava se aprontando. Quando cheguei lá, encontrei-o
ainda deitado na cama enrolado no edredom, jogando Angry Birds no meu celular.
-Graham! – gritei – Estamos atrasados
para o churrasco na casa da Fefe!
-Tem certeza que não podemos ficar aqui
em casa, Mon Petit? – perguntou ele – Não estou a fim de sair hoje!
Peguei a muda de roupa dele que eu
havia separado e joguei na cara dele.
-Você nunca esta a fim de fazer nada! –
falei – Agora vamos! Já pro banho!
Sob protesto ele foi tomar seu banho,
enquanto eu tentava dar uma geral no quarto dele.
-Noite intensa essa sua! – disse uma
sonolenta Marianne Jones, namorada de Ginger Baker aparecendo na porta do
quarto, vestindo somente uma blusa.
-E a sua então – falei.
-Nossos namorados não nos dão uma folga
– disse ela.
-Pequena! – disse Ginger aparecendo de
cueca branca no corredor e abraçando ela – Volte para o quarto! Quero te amar
mais um pouco!
-Daqui a pouco, ruivo – disse ela –
Daqui a pouco. Agora eu preciso de um pouco de café.
Ela se virou e foi em direção das
escadas, enquanto Ginger descia atrás dela pedindo para que esta voltasse para
o quarto e nesse momento Bond sai do banheiro, limpo, com o cabelo penteado,
vestindo uma camisa pólo verde e uma calça jeans azul.
-Por que sempre verde Ursão? –
perguntei – Que tal variar a cor, só hoje!
-Sou de Sonserina – respondeu ele, se
sentando na cama e calçando seu sapato – Você sabe muito bem disso!
-Mas você só usa verde e preto, Mon
Amour! – falei – Um azul ou vermelho te cairia bem!
-Marie, não venha com essa! – disse
ele, se levantando – Já tivemos essa conversa antes e eu não quero tê-la outra
vez!
-Tudo bem, mas quando eu for te levar
pra conhecer meus pais, você irá com aquela camisa pólo vermelha que eu comprei
pra você! – respondi e ele fez um sinal de sim com a cabeça – Então vamos já
estamos atrasados! Ainda temos que encontrar Chris e Ana!
Quando estávamos já saindo do quarto
dele, me lembrei de uma coisa.
-Ursão, que tal você levar o seu
saxofone, pra tocar no churrasco?
-Eu? – perguntando a mim e apontando
pra si mesmo – Tocando nesse churrasco? Com um monte de estranhos e jogadores
famosos de futebol alemão?
-Sim – respondi - E ainda fará o maior
sucesso!
Ele pensou um pouco e depois voltou
para o quarto, pegando o estojo do saxofone e uma apostila cheia de partituras
-Agora vamos! Antes que eu mude de
idéia – respondeu ele.
Descemos as escadas e pegamos a
carteira, o maço de cigarros dele e as chaves do carro da mãe dele. Despedimo-nos
de Marianne e Ginger e fomos para a garagem. Ele abriu a porta do carro para
mim e depois embarcou no carro guardando o estojo do saxofone e as partituras
no banco de trás, ligando-o e saindo dirigindo.
Encontramos os irmãos Romanov no final
da rua onde Bond morava. Chris segurava algumas caixas de papelão, enquanto Ana
segurava algumas sacolas com garrafas de refrigerante.
-Finalmente! – disse Ana, enquanto
segurava as sacolas para ela entrar no carro – Achei que não iriam vir mais!
-É ela já estava com medo que não veria
o Pauly dela! – respondeu Chris se acomodando no banco, enquanto Bond colocava
as caixas no colo dele.
-Chris! – disse Anastácia brava.
-Quem é Pauly? – perguntou Graham,
enquanto ligava o carro.
-Paul é um jogador de futebol, ele joga
pelo Bayern de Munique e também meu amigo – respondeu Anastácia.
-Amigos, sei – falei rindo, enquanto
tirava o espelho da bolsa e passava o batom – Você fala o dia todo nele!
-Não falo! – respondeu ela.
-Olha alguém esta corando! – disse
Chris – Eu sei que você o ama maninha e sei que quando ficarem juntos vou ter
um monte de ingressos grátis para as partidas de futebol!
-Parem todos vocês – disse ela, brava –
Agora, vocês podem nos explicar o porquê de demorarem tanto?
-Estávamos fazendo amor – respondeu
Graham, calmamente – E acabamos nos atrasando um pouco!
Todos nós ficamos em silêncio e ouvi
Chris murmurando “Eca”.
-Então...Christopher... O que tem
naquelas caixas? – perguntou Graham.
-Não me chame de Christopher! Parece
que sou um velho com um nome de criança! – respondeu Chris – Me chame apenas de
Chris, cara!E nas caixas tem torta de morango com creme bávaro, quem teve a
idéia de comprar foi a Ana, ela disse que os alemães iriam gostar!
-Devem estar deliciosas! – disse Bond.
-Cara, to louco pra ver esse churrasco
pegar fogo! – disse Chris – Ainda mais quando o Mickey e sua família aparecem!
-Vai ter treta? – perguntou Bond –
Porque eu me amarro numa treta!
-Na verdade a treta é de família –
respondeu Chris - Ouvi falar que o pai da Louise é da pesada. Não vai aceitar o
Gerd tão fácil!
-Acho que já chegamos – falei,
apontando pra casa. Estacionamos e na hora que estávamos descendo do carro,
vimos Mickey e Louise chegando ao carro do irmão dela.
-Olá pessoas – disse Chris, quando
estes desceram do carro – Preparados pro circo pegar fogo?
-Cara, não começa – respondeu Mickey –
To sentindo que vai acontecer muita coisa tensa hoje!
Chris riu e Mickey o ajudou com as
tortas e Louise ajudou Ana com as sacolas de refrigerantes. Eu me aproximei da
porta e toquei a campainha e Felicity abriu a porta.
-Oi gente! – disse ela, abrindo a porta
para nós – Nossa, acho que vai chover, até o Bond veio!Vamos entrem, por favor!
-Uau que casa! – disse Graham bem baixo
para mim, enquanto atravessávamos a soleira da casa dela – Quando formos ricos,
vamos viver numa casa assim!
-É claro que sim, meu amor! – Com o
seu futuro salário de professor acho que não vai dar certo meu amor, pensei
comigo mesma.
A casa de Felicity era linda. Era
grande, com escada em direção aos quartos, possuía um mini estúdio fotográfico
da Fefe,um ateliê de sua mãe, área de lazer e cinema em casa, uma piscina, um
jardim de inverno com uma estufa linda e rica em flores de várias espécies e um
outro jardim de verão de tirar o fôlego.
Fefe nos conduziu até o jardim de
verão, onde o pai estava assando o churrasco, onde lá encontramos as meninas e
os jogadores.
-Acho melhor você se preparar para
conhecer o meu irmão, Gerd – disse o pai de Felicity, Robert McGold – Ele é bem
diferente de mim, ele é mais...do Mal.
-Eu agüentar noventa minutos na campo –
falou Gerd Müller, abraçado com Louise e bebendo uma cerveja – Conhecer o pai
dela, será fichinha!
-Então meu caro, leva isso como uma
prorrogação daquelas bem chatas onde nenhum time marca gol. E ganha quem tiver
fôlego – respondeu Felicity, se aproximando dos alemães e abraçando Manuel.
Todos nós rimos, enquanto Gerd Müller
percebia que não ia ser tarefa fácil enfrentar os pais de Louise. Eu e o
pessoal que tinha acabado de chegar, cumprimentamos todos os jogadores que
estavam ali. Quando chegou a vez de Uli, trocamos um pequeno aperto de mão.
-Mas calma Gerd – disse Felicity –
Tenho certeza que minha tia vai gostar de você!
-Se ela gostou do Hunt e do Jeff Beck,
com certeza irá amar o Gerd – respondeu Robert, enquanto virava uma lingüiça na
grelha.
Fui me sentar com Nora e Anastácia em
uma das mesas que estavam perto da piscina, enquanto meu namorado foi ensaiar
com Felicity, o pequeno show que eles iriam fazer para nós. O churrasco estava
meio divido, o grupo de alemães estavam perto de Robert e junto a eles estavam
Odile e Louise, e nós três sentadas perto da piscina. Pouco depois o irmão mais
novo de Fefe, Bran, de apenas doze anos, apareceu me serviu um pouco de
Coca-Cola e depois o irmão do meio, Jon, de dezesseis, apareceu e me serviu um prato sanduíche de
lingüiça.
-Consegui! – gritou Nora, que não
tirava os olhos do PSP de Louise – Comprei o sofá!
-Você comprar a sofá? – perguntou Sepp,
do outro lado do churrasco.
-Sim! – respondeu Nora com outro grito,
fazendo meus ouvidos doerem um pouco.
-Que cor ser? – perguntou ele,
arrastando uma cadeira e sentando perto da Nora.
-Verde – respondeu ela, mostrando o
console para ele.
Pouco depois, Paul e Uli apareceram e
sentaram junto conosco e acabei vendo minha irmã ir dar um passeio com Franz.
-Então – falei, tentando quebrar o gelo
– Churrasco legal esse hein!
-Vi que o Bond trouxe o saxofone – disse
Ana – Ele vai tocar pra gente?
-Acho que sim – respondi – ele e Fefe
foram ensaiar agora.
-Não deveríamos chamar o Manuel pra
ficar aqui com a gente? – perguntou Paul – Eu sinto que ele sozinho pode fazer
alguma coisa de errado!
-Ele ficar bem – respondeu Uli.
Chris apareceu do nada e puxou uma das
cadeiras e sentou-se entre Paul e Ana e tirou de sua jaqueta jeans um baralho
de Uno.
- Vamos jogar? – perguntou ele – Estou
vendo que esse churrasco pode capengar e detesto quando isso acontece!
-Você não ia jogar Fifa com o pessoal?
–perguntou Ana.
-Então Mickey foi atrás do jogo com os
primos dele – respondeu Chris, enquanto embaralhava as cartas.
-Então vamos jogar – respondi.
Sepp e Nora deram um pause no The Sims
e resolveram jogar com a gente. Pensamos em chamar Gerd e Louise
pra jogar também, mas eles estavam conversando com Franz e Odile. Já Manuel
havia sumido de novo e meu namorado apareceu de novo, segurando um prato de
plástico com alguns pedaços de carne, peguei uma cadeira e coloquei-a ao lado
da minha e ele se sentou.
-Como foi o ensaio? – perguntei,
organizando minhas cartas que Chris tinha me dado.
-Foi até que bom – respondeu ele,
comendo um pedaço de carne – Conseguimos ensaiar algumas músicas e até que
ficaram bem bacanas.
Ele me contou que Manuel havia
atrapalhado o ensaio no estúdio do pai dela, dizendo que estava com saudades e
queria ficar um tempinho a sós com ela. Ele saiu de lá e o pai dela lhe deu
aquele prato cheio de carnes.
-Se você quer saber, eu estou louco
para comer aquelas tortas – ele me confidenciou.
Ganhei três rodadas seguidas, até que
troquei de lugar com Graham para poder ir comer um pouco.
-Conseguiu começar a ver Bates Motel? –
perguntou Ana a Paul, enquanto os dois jogavam.
-Eu vi cinco minutos do piloto e acabei
dormindo – respondeu Paul, jogando uma carta na mesa – Mas vou tentar assistir!
E você? Começou aquela série de médico que estava a fim de ver?
-House? – perguntou Sepp – Porque eu
adorar House!
-Não, é Grey’s Anatomy – respondeu ela
– Acabei viciando todo mundo naquele apartamento, menos Fefe, ela não curte
muitas coisas românticas!
-Ah sim – respondeu ela – Você já leu
aquele livro do Neil Gaiman, o novo que saiu, o Oceano no fim do caminho?
-Santo Deus, vocês vão só discutir
sobre livros e séries? – perguntou Chris se irritando – Vocês só falam disso ou
é impressão minha?
-UNO! – gritou Nora.
-ACHEI! – Mickey apareceu gritando para
nós, segurando o Fifa 13, como se fosse um troféu.
Chris se levantou largando as cartas na
mesa foi na direção de Mickey e os dois pularam juntos, colidindo o peito, como
os marinheiros dos antigamente faziam.
-YAAAAAY! – gritaram os dois, enquanto
todos nós observamos aquela estranha cena.
-É sempre assim? – perguntei para Ana.
-Você não viu nada ainda – respondeu
ela.
-PAUL BREITNER! – gritou Chris,
apontando para um assustado Paul Breitner– EU TE DESAFIO PARA UMA PARTIDA DE
FUTEBOL!
-E EU TE DESAFIO TAMBÉM, GERHARD MÜLLER
– gritou Mickey para o seu cunhado, que estava beijando Louise.
-Eu agüentar 90 minutos na campo,
ganhar de você será fichinha! – respondeu Müller.
-Eu topo Chris! – respondeu Breitner.
-E o jogo? – perguntou Nora – Quem
ganhou?
-Você! – respondeu Sepp – Agora vem,
vamos jogar The Sims!
-Aonde vocês vão? – perguntou o Sr.
McGold mexendo ainda nas carnes na churrasqueira, quando viu, todos nós
entramos de volta para a casa.
-Vamos jogar FIFA, não se preocupe tio
– respondeu Mickey.
Fomos para a sala e nos acomodamos no
sofá, enquanto Jon terminava de instalar o X-BOX na televisão. A mãe de
Felicity nos trouxe mais alguns sanduíches e pedaços de carne, enquanto Bran
nos servia mais refrigerantes.
-Manuel, você viu a Felicity? –
perguntou a Sra. McGold a Paul Breitner.
-Senhora, eu não sou o Manuel, eu sou o
Paul! – respondeu Breitner.
-Ah sim – respondeu ela – Você é o
alemão que gosta da Ana!
Ana que estava sentada do lado de Paul
ficou roxa de vergonha.
-Err... Madrinha, nós vamos atrás da
Fefe, não é meninas? – perguntou Nora a mim e Ana. Nós nos levantamos e subimos
as escadas atrás de Nora – Relaxa Ana, a tia Sophie meio que dá essas gafes,
nos eventos!
-Fica calma – tranqüilizei a Ana
que ainda estava um pouco corada com aquela situação, enquanto
caminhávamos até o corredor – Vocês são uma OTP maravilhosa!
-Mas eu estou saindo com o Entwistle
também – falou ela – Estou confusa!
Quando fui responder, ouvi alguns
risinhos e alguns gemidos, vindos de um quarto de porta verde.
-Ela esta ai com ele não é? – perguntou
a Sra. McGold aparecendo atrás de nós e me dando um susto.
-Acho que sim – respondeu Nora, um
pouco sem jeito.
-FELICITY JANE MCGOLD – gritou a mãe,
batendo na porta – Eu sei que você esta ai com o Manuel! É melhor sair daí logo
antes que eu chame seu pai!
-Já vou mãe – respondeu Felicity.
Alguns instantes depois, Manuel saiu do quarto desconcertado e depois Fefe o
seguiu, sorrindo.
-Vocês dois estavam fazendo o que
dentro desse quarto? – perguntou a Sra. McGold para filha.
-Só estava mostrando meu estúdio
fotográfico para o Manu – respondeu Fefe.
-Sei e eu nasci ontem, não é, Felicity?
– respondeu Sra. McGold – Vocês estavam fazendo amor, que eu sei bem!
-Mãe! – disse Felicity – Eu já disse,
estava mostrando minhas câmeras para o Manu!
-Acho melhor nós descermos, não é
meninas? – falei para Nora e Ana que estavam do meu lado
Nós três deixamos as duas brigando e
saímos de perto da briga.
-Meninas, escutem isso! – disse Ana,
parando na ponta da escada.
-Então Breitner, vamos deixar esse jogo
mais divertido – disse Chris – Vamos apostar algo!
-O que vai ser Chris? – perguntou
Breitner.
-Ana! – respondeu Chris – Quem ganhar a
leva pra casa!
-Fechado! – os dois trocaram um aperto
de mão forte e cada um seguiu para um lado.
-Esses dois são uns filhos da mãe! –
respondeu Ana – Me apostar? Onde já se viu uma coisa dessas!
-Relaxa Ana! – disse Nora – Pelo menos
você vai ganhar uma carona especial hoje!
Descemos as escadas e nos acomodamos no
sofá com os rapazes.
-Venha Bond – chamou Mickey, quando me
sentei ao lado do meu namorado – Você fazer a chamada desse jogo!Que nem o cara
do UFC!
-Tudo bem – respondeu Graham. Mickey
entregou um microfone que estava plugado a um amplificador a ele, enquanto ele
pigarreava – Tudo bem vamos lá....IIIIIIIIIIIIIIIIIT’S TIME! DO LADO ESQUERDO
TEMOS OS DESAFIANTES, CHRIS ROMANOV E MICKEY MCGOLD, JÁ DO LADO DIREITO TEMOS
OS JOGADORES DO BAYERN DE MUNIQUE, ALEMÃES PAUL BREITNER E GERD MÜLLER QUE
DEVEM JOGAR FUTEBOL MELHOR QUE ESSES DOIS!
-Cala boca Bond! – disse Chris,
enquanto os quatros faziam a pose igual aos lutadores antes da luta começar –
Alguém pode tirar uma foto nossa, pelo amor de deus?
-Deixa comigo – falei. Levantei-me,
peguei meu celular e tirei uma foto desse momento inesquecível – Pronto!
Os quatro tomaram seus lugares no sofá
enquanto Jon inseria o jogo no console. Os alemães escolheram é claro, o
Bayern, enquanto Chris e Mickey brigavam se jogariam com o Manchester United ou
o Arsenal, por fim acabaram escolhendo o Real Madrid.
-Vai torcer pra quem, Lulu? – perguntou
Mickey a Louise.
Ela olhou para o irmão e depois para o
namorado.
-Bem, pra ninguém – respondeu ela –
Durante esse jogo estou neutra!
-Pois eu vou torcer pro Gerd! – disse
Bran.
-Enquanto eu torço pro Mickey! –
respondeu Jon.
-Você torcendo pro Mickey? – perguntou
Louise – Quanto ele te pagou pra isso?
-Nada, priminha – respondeu Jon dando
uma piscadela – Estou fazendo isso de boa vontade mesmo!
-Marie, empresta o seu celular para eu
mostrar a foto pro meu pai? – perguntou Felicity. Entreguei o celular a ela e
ela mostrou a foto para o pai que também viera assistir o jogo.
-Meu deus – disse ele – Isso parece uma
luta do Vitor Belfort contra Chael Sonnen! Coitado desses meninos!
O jogo começou com Mickey e Chris se
saindo bem. Os dois conseguiram interceptar vários passes dos alemães, até
conseguiram fazer um gol.
-GOOOOOOOOOOL! – Chris Romanov se
levantou e saiu correndo gritando pela casa, depois ele voltou e se sentou –
Esse gol foi pra você irmãzinha!
-Obrigado, Chris – respondeu Ana,
rindo.
Depois, Mickey roubou outro passe de
Gerd e fez outro.
-TOMA ESSA MÜLLER! – gritou Mickey.
-Perdendo de dois a zero pra dois
universitários, isso ser fim de carreira – comentou Franz.
Gerd bufou de raiva. Breitner conseguiu
roubar um passe de Chris e fez um gol. Depois de alguns instantes, Breitner
conseguiu fazer outro gol.
-Estamos empatados agora, Romanov –
disse Breitner.
-Vamos virar esse jogo, cara! – gritou
Mickey, tentando roubar a bola de Gerd, porém ele não conseguiu e Gerd
conseguiu fazer mais um gol no momento final do jogo.
-TOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR! – gritaram
todos os alemães, como se estivessem no final de uma copa do mundo.
Gerd largou o controle do vídeo game no
chão e puxou Louise para um beijo quente.
-Droga! Perdemos! – disse Chris.
-Eu disse que você ia perder! –
respondeu Breitner.
-Não acredito que perdi cem libras pro
meu primo! – murmurou Mickey – cem libras pra convencê-lo a torcer pra mim!
Depois dessa partida épica, outras
duplas se formaram como Graham e Franz contra Uli e Jon. Torci junto com
Odile e nossos namorados venceram. Depois por sugestão do pequeno Bran, eles
resolveram fazer um pequeno campeonato e Fefe e Louise resolveram participar
também. Eles me convidaram e respondi que dessa vez eu só ia ficar na torcida.
Numa das partidas entre Gerd e Paul
contra Lulu e Fefe, acabei me entediando e resolvi dar um passeio na pequena
estufa da mãe de Fefe.
Enquanto observava as rosas, ouvi Sepp
Maier pedindo Nora em casamento no The Sims e Gerd gritando gol durante a
partida.
-Eu não saber que você gostava de
flores – disse uma voz atrás de mim. Virei-me e vi Uli Hoeness sorrindo para
mim.
-Ah eu adoro flores – respondi – Mas
não consigo cuidar delas! Elas sempre morrem em minhas mãos!
-Uma pena – respondeu ele, pegando na
minha mão e a observando com cuidado – Você ter mãos delicadas!
-Obrigado – respondi, tirando a mão de
perto dele.
Ele foi até um dos vasos, tirou uma
rosa e me deu.
-Pra você – disse ele.
-Obrigada – agradeci e notei que o dedo
dele começou a sangrar por conta dos espinhos da rosa – Uli seu dedo!
-Ah não ser nada! – respondeu ele,
colocando o dedo na boca para tentar estancar o machucado.
-Eu posso ajudar vocês! – acabei
tomando um susto. A mãe de Felicity estava na porta, nos observando.
Ela foi até uma pequena escrivaninha,
abriu uma das gavetas desta e tirou uma pequena caixa de primeiro socorros e
dela retirou uma caixinha de band-aid.
-Ponha um desses no dedo dele – falou
ela. Tirei um da caixinha, abri-o e coloquei no dedo dele.
-Um beijo pra sarar mais rápido –
beijei o dedo dele e ele corou.
-Uli! – Paul chamou-o, aparecendo na
porta – É a sua vez cara!
Uli pediu licença a nós duas e foi com
seu amigo. Percebi que ela olhava para a rosa e entreguei a ela.
-Desculpe pela rosa – falei – ele tirou
daquela roseira ali.
-Pode ficar com você – respondeu ela,
me devolvendo à rosa – Foi um presente dele!
Sorri e agradeci-a.
-Notei que você esta tendo uma queda
pelo Thor – disse ela.
-Thor? – perguntei – O nome dele é Uli!
-É que ele se parece com aquele ator, o
Chris Hemsworth – respondeu ela.
Eu nunca tinha reparado nisso, ele
realmente se parecia com o Deus Trovão e por um momento comecei a imaginá-lo
com aquela roupa que o Thor usava e ele ficava perfeito.
-Quando conheci o pai de Felicity, ele
era igualzinho a ele – disse a mãe de Felicity – Alto, grande e forte.
Apaixonei-me logo de cara! Mas com o casamento, as crianças e o trabalho, ele
começou a ficar como o seu namorado esquisito!
-Meu namorado não esquisito! – respondi
– Ele só diferente!
-Robert também é assim – respondeu ela
– E eu nunca deixei de amar aquele homem!
Ela começou a caminhar até a porta,
virou-se e sorriu.
-Seu segredo está guardado comigo –
disse ela, me dando uma piscadela.
Ela saiu da estufa e Bond apareceu.
-Mon Petit! – disse ele vindo e
abraçando-me – Cheguei a final com o namorado da sua irmã! –Ele olhou para rosa
e perguntou – Que rosa é essa?
-Ganhei da mãe de Felicity – respondi –
Vai jogar contra quem, ursão?
-Paul e Gerd estão jogando de novo
contra Mickey e Chris para decidir quem vai jogar – respondeu ele – Agora só
nos resta esperar.
Acabei não me resistindo e roubei-lhe
um beijo.
-Será que eu ganho outro desses, se eu
ganhar o campeonato? – perguntou ele.
Quando fui responder ouvimos um grito
na sala.
-LOUISE CHRISTINA MCGOLD, O QUE
SIGNIFICA ISSO?
Fomos para sala e vimos Louise com a
mão na coxa de Gerd, enquanto os pais dela e os pais da Nora apareciam na sala.
Sinto que vai treta!
***
Nora POV
Sepp e eu jogávamos The Sims no psp de
Louise na cozinha, enquanto os pais de Fefe preparavam mais sanduíches, já que
Tio Robb tinha desistido de assar mais carnes por conta da chuva que apareceu.
-Papai e mamãe irão vir pra cá,
padrinho? – perguntei ao tio Robb, enquanto servia um pouco de refrigerante
para mim e para Sepp.
-Eu chamei os dois – respondeu ele –
Mas não tenho certeza, se apareceram.
Sepp e eu seguimos concentrados
montando uma casa no The Sims, até que ele deu um pause no jogo e perguntou:
-Quer casar com eu?
-C-Como assim? – perguntei espantada.
-Casar com eu no The Sims – ele
respondeu.
-Casar? – perguntou Tio Robb, mais
espantado ainda – Ela só tem 17 anos!
-Não casar desse jeito – respondeu Sepp
– Casar ...No The Sims!Eu e ela jogarmos bastante tempo e agora, eu querer
casar com ela!
-Ufa, ainda bem que é pelo vídeo game!
– disse tia Sophie, aliviada.
-Você aceitar? – perguntou ele.
-Eu aceito! – respondi.
Trocamos um abraço e ele deu um pequeno
beijo na minha testa.
-Agora eu querer outro beijo...-
sussurrou ele, levantado as sombra celhas de forma cômica e puxando meu rosto
para perto do dele e me beijando calmamente.
-Não atrapalha Robert! – ouvi Tia
Sophie dizendo.
Soltei-me dos braços de Sepp e acabei
sentido que estava ficando corada.
Foi quando ouvimos um grito vindo da
sala.
-LOUISE CHRISTINA MCGOLD, O QUE
SIGNIFICA ISSO?- ouvimos aquele grito que mais parecia um rugido de um
leão furioso vindo da sala.
-Parece que meu irmão acabou de chegar
- comentou a tio Robb indo para a sala e depois eu, tia Sophia e Sepp o
seguimos.
Os pais de Louise, Anthony e Mary
McGold haviam acabado de chegar e se deparando com uma cena um tanto quanto
chocante para eles: Louise tinha colocado sua mão na coxa de Gerd, enquanto ele
jogava vídeo game e aparentemente ela estava acariciando está.
-EU QUERO UMA EXPLICAÇÃO SOBRE ISSO!
- Rugiu Anthony novamente.
-Tony, por favor vai com calma - disse
o tio Robb - Não precisa gritar com a menina!
-NÃO SE META ROBERT! - GRITOU TONY
NOVAMENTE - ISSO É ASSUNTO ENTRE MIM E MINHA FILHA!
-É claro que eu vou me meter sim -
respondeu Tio Robb -Ela é minha sobrinha!E além do mais,foi idéia minha trazer
todos eles e vocês aqui em casa, pra esse churrasco!
-Aquela surpresa que você tinha me
falado pelo telefone, era...- disse Anthony.
-Acho melhor ela contar - disse tio
Robb.
O jovem casal de ursinhos se levantaram, um pouco
trêmulos do sofá. Louise segurou a mão de Gerd e falou:
-Mãe, pai, esse é Gerhard Müller, atacante
do Bayern de Munique e meu namorado!
-Um jogador de futebol, era só o que me
faltava! - disse Anthony.
-Muito prazer Gerhard - cumprimentou a
mãe de Louise, com um aperto de mão - Eu sou Mary McGold, mãe da Louise e esse
é o meu marido mal educado e pai de Louise, Anthony McGold!
Gerd estendeu a mão para Anthony,
enquanto este somente o encarava.
-Vamos Anthony! Parece que seus pais
não te deram educação! - disse Mary, num tom bravo.
Anthony acabou cedendo e Gerd trocaram
um aperto de mão. Nesse instante a campainha toca e tia Sophia foi atender e na
sala surgem meus pais, Eddard e Catelyn Smith.
- Achamos que você estava no plantão
hoje, Cat - disse Tia Sophie a minha mãe, enquanto ela tirava seu casaco.
-Robert disse que tinha uma surpresa
pra nós e consegui a folga - minha mãe é médica e meu pai é empresário - Só não
conseguimos trazer George porque ele foi trabalhar com a minha cunhada na
clínica veterinária dela.
-Não vai falar Oi pra gente, Norinha?
- perguntou meu pai. Fui até os dois e lhes dei um abraço e depois voltei
para lado de Sepp - então é essa surpresa, Robert?
-Que surpresa? - perguntei.
- Trocou de namorado, é isso? -
perguntou meu pai ao Tio Robb.
-Namorado? -respondi - Eu e Ray
terminamos já faz umas duas semanas!
-Então como explica o fato de estar de
mãos dadas com...Ele? - perguntou minha mãe, apontando para mim e Sepp que
estamos mesmo de mãos dadas.
Larguei da mão dele e falei:
-Pai e mãe, este é Josep Maier, goleiro
do Bayern de Munique e... Meu amigo!
-É...minha bom amiga, Nora - respondeu
ele, fazendo o sinal de positivo com o polegar esquerdo e eu fiz com o polegar
direito.
-Sei bem - comentou a minha mãe, dando
uma piscadela.
-Então - começou Tia Sophie - Vocês
gostariam do que? Um chá? Um refrigerante?
-Uma cerveja bem forte - respondeu
Anthony ainda encarando Gerd.
-Vou pegar algumas para nós - respondeu
Tio Robb, indo até a cozinha e voltando com algumas latas de cerveja e as
distribuindo a todos menos para mim, Anastácia e Louise dizendo que nós não
tinhamos idade para beber.
-Mal sabem eles que eu bebo vodca com o
meu pai desde os 14 anos! - disse Ana, num tom bravo.
-Maninha, papai só deixou você beber
uma única vez! - respondeu Chris.
-Então, a que brindamos? - perguntou
Ned.
-Aos novos casais? - sugeriu tia
Sophie.
-Aos novos casais! - todos entoaram em
coro.
-Mal sabem eles que eu bebo desde a
minha festa de debutante! - comentou Louise.
-Quando eles forem pra cozinha, eu pego
umas cervejas pras três - disse Breitner.
Mesmo sob protestos Mary levou Anthony
para a cozinha, junto com os meus pais e os pais de Fefe, já que segundo a mãe
de Louise a sala estava repleta de gente jovem que queria “curtir” um pouco
daquele churrasco. E como prometido Breitner pegou algumas cervejas pra nós
três, sendo que eu tive de rachar uma com a Ana já que ela estava com medo de
beber e ficar de porre.
-Fefe, por que você não toca uma música
pra gente? - sugeriu Mickey.
Bond e Fefe foram até o estúdio e
voltaram para a sala cada qual com seu instrumento: ele com o saxofone e ela
com sua guitarra vermelha e um pequeno amplificador. Jon também ajudou trazendo
dois microfones para eles.
O pequeno show começou com eles
atacando de St. James Infirmary, um clássico do blues. Depois Fefe fez
uma linda versão acústica de Mardy Bum do Arctic Monkeys.
-A próxima música é uma composição
minha - disse Felicity no microfone - Ela se chama Germany In Love e
quero dedica - lá a Odile e Louise e seus namoradinhos!
A música falava sobre duas amigas que
viajavam pra outro país para assistir um jogo de futebol de um time alemão e lá
as duas conquistaram os corações das principais estrelas do time: o capitão e
seu principal atacante.
-EU AMEI! -gritou Odile, ao fim da
música e indo abraçar Fefe junto com Louise.
- Foi um dos melhores presentes que nós
já ganhamos! - disse Louise.
-Fico muito feliz que vocês tenham
gostado da música - agradeceu Fefe- Agora é a vez do Bond cantar!
-E- eu cantar? - gaguejou Bond - Eu não
sei cantar!
-Ora não minta, Ursão, isso é
feio demais! - ralhou - lhe Marie - É claro que você sabe cantar!
-Eu não posso cantar na frente desses
estranhos! - disse Bond.
- É claro que você pode, Ursão! -
respondeu Marie - Se você consegue cantar chuveiro, então consegue cantar pra
eles!
Bond relutou um pouco e por fim
aceitou.
-A próxima música - anunciou ele no
microfone, um pouco assustado - é uma explícita declaração de amor que eu
escrevi para minha namorada durante uma aula vaga e a música se chama Baby
Can't it Be True.
Quando Bond começou a cantar todos nós surpreendemos
com o poder da voz dele. Parecia uma mistura delicada de Frank Sinatra com
Muddy Waters. Enquanto ele canta cantava, todos os adultos apareceram na sala.
-É o gordinho que esta cantando? -
perguntou minha mãe.
-Por incrível que pareça, sim -
respondi.
-Acho que vou convidar esse menino para
a minha banda - comentou Tio Robb.
-Talvez assim ela acabe ficando famosa
- respondeu Tia Sophie.
Quando ele terminou de cantar, a
pequena platéia explodiu em
palmas. Marie correu até ele e roubou-lhe um beijo, deixando
o gordinho sem ar.
-Ele cantar muito melhor que Franz na
noite do karaokê - comentou Sepp comigo.
-Você também canta? - perguntei.
-Canto, às vezes - respondeu ele
- Mas que se empolgar mais é Franz, Gerd e Paul.
Enquanto minha mãe e tia Sophie traziam
da cozinha alguns pedaços de tortas em pratos de plásticos, eis que Louise se
levanta e fala.
-Por que não fazemos um momento de
karokê?
-Karaokê? - perguntou Odile - ninguém
aqui sabe cantar!
-Eu saber cantar - respondeu Franz à
sua namorada - Gerd também cantar!
Fefe plugou os microfones e colocou o
dvd do karaokê, enquanto Franz tentava convencer sua namorada a cantar com ele.
-Mas eu não sei cantar! - respondeu
Odile.
-Eu também não - respondia Franz - Mas
eu cantar sempre!Eu gosto de cantar!
-Façamos assim, primeiro você canta com
o Gerd e depois comigo, o que acha? -sugeriu ela.
-Tudo bem - concordou Franz.
-Ah, quero vocês dois cantando Frank
Sinatra - sugeriu Odile outra vez.
Franz e Gerd começaram a resmungar
entre eles sobre qual música do Sinatra eles deveriam cantar, enquanto Sepp
resmungava ao meu lado.
-Isso não ser bom - dizia ele - Isso
não ser nada bom!Eles não saber cantar e eu tenho certeza que os vidros desse
casa irão quebrar!
Acalmei Sepp dizendo que tudo ia dar
certo e depois tive que acalmar Tia Sophie, que também estava com medo dos
vidros se quebrarem com aquelas cantorias todas.
-Os dois vão cantar o que? - perguntou
Fefe.
-Fly Me To The Moon do Frank
Sinatra, Felícia - respondeu Gerd.
Fefe um pouco brava entregou o
microfone aos dois e deu espaço aos dois cantores. Franz contou até três e os
dois começaram cantar.
O que surpreendeu todos nós foi que os
eram ótimos cantores, conseguindo cantar a música quase num inglês perfeito e
também vidros continuaram intactos enquanto os dois cantavam.
-Olha, até que eles não cantam mal -
respondi,comendo um pedaço de torta.
-É porque você não os viu bêbados -
respondeu Sepp - Cantando músicas sobre futebol as duas da manhã!
Quando a dupla terminou de cantar,
todos nós aplaudimos de pé. Odile abraçou o seu Kaiser dizendo que se ele
quisesse largar o futebol e virar cantor, ela o apoiaria. Já Louise apenas
abraçou e beijou o seu ursinho. Os quatro se sentaram no sofá e foi a vez do
casal nerd, Paul e Ana se levantaram e pegaram os microfones
-Eu tenho tirar uma foto desse momento!
- gritou Chris, tirando uma foto dos dois com seu celular.
-Tudo bem, chega de fotos! - disse Fefe
- O que os dois vão cantar?
-Ain’t No Mountain High Enough
do Marvin Gaye - respondeu Ana, um pouco envergonhada.
-Vocês dois, sabem mesmo cantar? -
perguntou Fefe.
-Sabemos! - responderam os dois em
coro.
Fefe soltou a música, Paul começou a
cantar, surpreendendo a todos nós com o seu poder de voz. Mas pelo o que nenhum
de nós imaginava era a voz de Ana, cantando, tão delicada, que combinava com a
voz potente de Paul. Os dois se empolgaram tanto que até começaram a dançar com
a música.
-Acho que vocês poderiam largar tudo e
virarem um novo “She & Him do Soul”! - comentou Fefe, quando os dois
terminaram de cantar.
-Não sabia que você cantava tão bem
assim, irmãzinha! - disse Chris.
-Nem eu sabia disso, Chris - respondeu
Ana.
Louise se levantou e pegou um dos
microfones.
-Vamos ursinho - chamou Louise - Eu
quero cantar “Sugar, Sugar” com você!
-Por que você não canta com o
Christopher, filha? - disse Anthony surgindo do nada na sala.
-Mas eu quero cantar com o meu ursinho!
- respondeu Louise, impaciente.
-Acho que o chucrute, quero dizer, o
Gerd esta cansado, minha filha - replicou Anthony.
-Tudo bem ursinha - respondeu Gerd - Eu
não saber esse música, pode cantar com o Chris!
Chris se levantou do sofá e Fefe lhe
entregou um dos microfones.
-Pronta? -perguntou ele.
Louise contou até três e Fefe soltou a
música. Os dois cantaram de forma doce e calma,sob os olhares atentos do pai
dela.
-Sabe, nós poderíamos cantar algo -
comentei com Sepp, enquanto os dois cantavam.
-Nós dois? - perguntou ele - Eu não
saber cantar!
-Eu também não - respondi - Mas acho
que nós formaríamos uma bela dupla!
-Se eu cantar,eu ganhar algum presente?
- perguntou ele.
-Talvez - respondi - Se cantar bem,
posso até te dar um beijinho!
Ele aceitou cantar comigo e acabou me
beijando de novo.
-Era para depois! - comentei, rindo.
-Eu sei,mas não agüentar de vontade! -
respondeu ele.
A apresentação dos dois já estava quase
no fim, quando vimos que Louise e Chris estavam alcançando a maior pontuação no
karaokê.
-Nossa Fefe, ela canta melhor que você!
- disse Jon.
-Canta nada! - respondeu Fefe, um pouco
enciumada.
-Canta sim! - respondeu Anthony - Já
estou vendo ela nos grandes musicais da Broadway!Tudo o que ela tem que fazer
para chegar lá, é largar esse alemão!
-Tio, vai com calma ai no ciúmes! -
alertou Fefe.
Os dois terminaram de cantar e todos
nós aplaudimos a dupla.
-Você tem uma voz realmente doce -
comentou Chris com Louise - Você parece um rouxinol cantando!
-Obrigado - respondeu Louise, sem jeito
- O que você achou ursinho?
-Vocês cantaram muito bem - respondeu
Gerd, fuzilando Chris com os olhos.
-Então,é a vez de quem? - perguntou
Fefe.
-Nossa - respondi, puxando Sepp.
-Você vai mesmo fazer isso? - perguntou
Franz à Sepp.
-O que eu não faço por ela - respondeu
Sepp.
-Tem certeza que você vai cantar? -
perguntou-me Fefe - Porque você se lembra do desastre que foi, quando fizemos a
noite do karaokê,há uns meses atrás, não se lembra?
-É claro que eu me lembro - respondi -
Mas dessa vez não vou me empolgar tanto,como da última vez! Eu prometo!
-Tudo bem - respondeu Fefe - O que
vocês vão cantar?
-Candy do Iggy Pop - respondi.
Fefe nos entregou os microfones e
colocou a música para tocar.
Quando a música começou, Sepp não
conseguiu cantar as partes do Iggy Pop, então acabei ficando com as partes dele
e ele ficou com as da Kate Pierson. Quando chegou o refrão da múisca,nós já
estavámos cantando em perfeita sintonia.
-É a Nora? Cantando? - ouvi meu pai
falando.
-Por incrível que pareça, sim! -
respondeu Fefe.
Continuamos a cantar e do nada
começamos a dançar no ritmo da música, fazendo nossa pequena platéia pirar.
Quando a música terminou, acabei não me contando e agarrei Sepp e roubei-lhe um
beijo. Meu pai e o pessoal acabaram ficando boquiabertos.
-Isso foi demais! - gritou Mickey - Foi
tipo a melhor apresentação num karaokê que eu já vi na minha vida!
-Obrigada - respondi, tentando retomar
o folêgo.
Foi quando ouvimos a campainha tocar e
Tia Sophie apareceu na sala com o meu irmão George e meu melhor amigo,George
Harrison.
-Geo! - falei,abraçando ele - Há quanto
tempo, a gente não se vê!Estava morrendo de saudades!
-Estava morrendo de saudades de você
também, minha gatinha! - respondeu ele, me abraçando mais forte ainda.
Dei um abraço em meu irmão e depois
peguei na mão de Harrison e levei-o até Sepp.
-Geo, este é Sepp Maier e Sepp,este é
George Harrison, meu melhor amigo - falei.
-Como vai? - Harrison estendeu a mão
para Sepp e os trocaram um aperto de mão simples.
-Eu vou bem - respondeu Sepp, um pouco
bravo.
Notei que Sepp estava com um
pouco de ciúmes de George, o que me fez rir um pouco.
-O que os bons ventos te trazem aqui?
-Acho que não são bons ventos -
respondeu ele.
-É melhor você se sentar - disse o meu
irmão. Sentei-me no sofá e Sepp e Harrison se sentou ao meu lado - É sobre o
Verão, Nora.
-O que tem ele? - perguntei. Meu
gatinho estava internado na clínica veterinária da minha tia e todos os dias eu
ligava para lá, para saber saber como ele estava.
-É difícil de dizer - respondeu meu
irmão - Tia Sam estava fazendo um exame ele, por conta da doença inflamatória
intestinal que ele estava tendo e ele acabou tendo uma parada cardíaca...
-Ele não acabou resistindo - disse
Harrison - Ele morreu Nora.Sinto muito.
Senti o mundo desabar ao meu lado.
-Não! Não! NÃO - comecei a chorar e
abracei Harrison.
-Nós tentamos fazer de tudo - respondeu
ele.
-O que aconteceu? - perguntou meu pai.
-Verão, papai, ele morreu! - respondi, soltando-me
dos braços de Harrison e abraçando meu pai.
-Quem ser Verão? - sussurrou Gerd pra
Louise.
-Era o gatinho dela - respondeu Louise.
Meu pai me consolou e depois abracei
Fefe.
-Calma, vai ficar tudo bem - disse ela
– Sepp, vá buscar um pouco de água, por favor!
Sepp voltou com um copo de água e me entregou,tomei-o por
insitência de Fefe.
-Tá mais calma? - perguntou Fefe.
-Não! - respondi, voltando a me
debulhar em lágrimas. Fui
consolada dessa vez por Sepp e ele me levou para cozinha, para assim o resto do
pessoal voltar a jogar video game. Lá meu irmão e George Harrison contaram aos
adultos o que tinha acontecido com o meu gatinho.
-O legista vem pela manhã, para
realizar a autopsia - respondeu irmão.
-George,será que na clínica da sua tia,
eles realizam cremações? - perguntou minha mãe.
-Não sei, mamãe - respondeu meu irmão -
Vamos ter que ligar pra tia Sam pra saber!
-Não quero que o Verão seja cremado! -
protestei, ainda nos braços de Sepp - Quero que ele tenha um enterro digno!
-Um enterro, mas aonde? - perguntou meu
pai.
-No jardim de nossa casa - respondi -
ao lado de Fluffy e Tom!
Depois de muita discussão entre os
adultos, eu, Fefe e até Sepp, que se meteu dizendo que:
-Ela ser dona da gato,os vontades dela
devem ser respeitados!
Enfim meus pais concordaram em fazer o
enterro no jardim de casa. Consegui para chorar, mas ainda estava na
pior,queria ficar com Sepp,mas com todos ali,não iria rolar.
-Sepp, esta na hora de irmos! - disse
Paul, aparecendo na cozinha.
-Mas já? - perguntou Fefe - Ainda é
cedo!
-Guardiola acabou de me ligar -
respondeu o alemão descabelado - Ele quer que a gente volte já pro hotel!
-Não podem ficar mais umas duas
horinhas! - sugeriu Fefe.
Fefe tomou o celular de Paul e ligou
para o Guardiola,mas sem sucesso, não conseguiu convencer o técnico espanhol.
Assim, começou o momento despedida entre nós e os alemães.Paul avisou aos
outros alemães que ele iria levar a Ana e depois voltaria para buscar todos.
-Não precisa, Paul - respondeu Ana, se
esquecendo que seu irmão apostou com o alemão, pra saber quem a levaria para
casa - Eu volto com a Fefe!
-Não insisto! - respondeu ele-
Por favor!
Ela aceitou,depois de muita insistência
por parte dele. Acabou que Franz,Manuel voltaram no carro de Fefe junto com
Odile. Já Sepp e Uli voltaram no carro de Mickey, junto com Louise e Gerd.E
Bond levou de volta sua garota,Chris e as tortas que sobraram.
Me despedi dos meus pais, dos meus tios
e dos pais de Louise.
-Se precisar de eu,me liga - disse Sepp
à mim. Trocamos um último beijo, antes de eu entrar no carro de Geo, que ficou
de me dar carona, junto com meu irmão.
-Tudo bem - respondi - Até logo,Sepp.
Durante a maior parte do caminho,
voltamos em silêncio,até que Geo o quebrou contando sobre estar apaixonado por
Mary Anne McCartney, porém não podia contar para ela por conta do namorado
barra pesada dela, Roger Daltrey e ainda tinha o irmão, Paul,que era seu melhor
amigo.
-Então, Keith Moon esta espalhando aos
quatro ventos que vocês ficaram, na biblioteca - comentou meu irmão, um pouco
enciumado.
-Sim,é verdade - confirmei, enquanto
tentava controlar minhas lágrimas - Ficamos a semana passada inteira juntos.
Ele até que beija bem,sabe?Mas só fiz isso pra me vingar do Ray!
-Ele falou isso também - comentou Geo -
O que aconteceu?
-A prima dele, Jenna, apostou que ele
não conseguiria ficar com uma caloura - respondi, chorando ainda mais - E
bem,ele conseguiu! Depois, parou de me dar atenção,ainda me largou na festa de
Hallowen sozinha e depois terminou comigo!
-Dizem por ai que ele esta fazendo um
inferno na vida de Annie Collins - comentou Geo.
-Isso é bem a cara dele mesmo -
respondi.
Chegamos a faculdade e me despedi do
meu irmão. Geo, acabou me levando até o apartamento, onde no hall, encontramos
Paul e Ana se beijando.Eles ficaram meio sem jeito e me pediram desculpas.
-Tudo bem - respondi, enquanto abria a
porta do apartamento - Prometo não contar pra ninguém do que vi!O segredo de
vocês esta bem guardado!
Deixei os dois ainda desconcertados na
porta e fui tomar um banho,enquanto Geo preparava um chá para nós. Quando sai, vestida
com o meu pijama, Ana me contou tudo o que aconteceu.
-Primeiro,Paul falou da aposta e
acabamos meio que brigando por isso - disse ela, enquanto tomavamos chá,junto
com Geo, no sofá da sala - Ai do nada ele falou que eu viu o Enty no shopping e
ainda disse que sabe que eu saindo com ele e ai eu me revoltei!
-A briga deve ter sido feia - comentei.
-E foi! - respondeu ela - ele jogou na
minha cara que eu estava brincando com os sentimentos dele, o que era
mentira!Ele estava brincando com meus sentimentos! Ai quando eu ia responder, ele
me roubou um beijo!Mas não foi um desses beijos!Foi um beijo daqueles!Desses
quando você para de beijar a pessoa, tem que recuperar o folego e foi isso o
que aconteceu!Ai quando você e o George chegaram aqui, acabaram pegando nós
dois no flagra!
Não me aguentei e tive de rir,até Geo
não se aguentou e começou a rir junto.
-Foi mais engraçado que eu e Sepp,
casando no The Sims - comentei.
-Espera, vocês se casaram no The Sims?
- perguntou Ana rindo.
-Como isso aconteceu, perguntou Geo? -
perguntou Geo.
-Nós jogamos The Sims juntos já faz um
tempo - contei a eles- sempre a noite,construimos uma casa cheia de gatos e
mobíliamos tudo! Ai no churrasco,quando estavamos na cozinha, ele me pediu em
casamento e de quebra acabamos ficando, na frente dos pais de Fefe!
-E eles não atrapalharam? - indagou
Geo, ainda mais curioso.
-Não - respondi - Eles são de boas!
Diferente dos meus pais, que demoraram a entender o meu rolo com Sepp!
Ana rui deste meu comentário e me
mostrou o presente que Paul havia dado para ela, um livro de capa dura azul com
letras pretas, chamado O Anjo Azul. Comentei que já havia visto o filme
e era lindo. Pouco depois Fefe e Marie chegaram. Fefe nos contou que Manuel
havia pedido ela em casamento.
-Falei pra ele ir com calma - contou
ela - Ele é sempre muito apressado!Depois disse a ele que acabamos de começar a
namorar, e essas coisas de casamento a gente deixa pra depois.
Marie nos contou que voltou para a casa
para não fazer amor com Graham e ainda conseguiu trazer uma torta para nós.
Dividimos ela entre nós e depois Geo se despediu, dizendo que amanhã iria me
acompanhar no velório do meu gatinho. Depois que Geo se foi, acabei indo tentar
dormir, mas voltei a chorar, pensando no meu gatinho.
Acabei acordando no outro dia, as 11 da
manhã. Era domingo e ia ter jogo do Bayern x Arsenal pela Liga dos Campões.
Quando sai do quarto, encontrei Louise e Odile vestidas com as camisas iguais a
de seus namorados, tentando convercer Fefe de ir ao jogo com elas.
-Por favor, Fefe! - disse Louise -
Manuel e os rapazes ficaram felizes de verem você na arquibancada!
-Eu já falei meninas! - disse Fefe -
Vou ficar aqui com Nora! Meu namorado vai entender que no momento eu preciso
ficar com a minha amiga!
-Você não vai, Ana? - perguntou Odile.
-Não vou - respondeu Ana - Já avisei o
Pauly por mensagem que vou ficar aqui também!
-Maninha, diga ao Uli que eu estou
torcendo por ele! - disse Marie.
Quando elas estavam indo embora, chamei-as.
-Odile, Louise! - falei - Avise ao
Katze que eu estou torcendo para ele defender muitos gols!
-Pode deixar! - respondeu Louise.
Quando elas se foram, Fefe me fez tomar
café - da - manhã, enquanto contava-me que meus pais haviam telefonado para me
falar que o corpo do meu gatinho iria para a casa dos meus pais às 15:00.
Acabei assistindo o “esquenta” do jogo e depois Fefe mandou que eu tomasse
banho, fui para o banheiro, tomei-o e vesti uma blusinha preta, uma jeans preta
e uma sapatilha preta. Quando voltei para a sala, encontrei Fefe tocando o seu
violão e cantando alguma coisa.
-Escute, essa é para você! - falou ela.
Ela cantou uma cançã sobre uma menina
que adotava um gatinho, num dia frio de inverno, de como ele era pequeno e
quente como um dia quente de verão. Os dois cresceram juntos e a menina começou
a escrever histórias sobre o gato. Até que num dia chuvoso de outono, o gato a
deixou e ela sofreu bastante.
-Mas não se preocupe menina do
outono, um gato ruivo alemão cuidará de você, nesses dias de cinzentos -
cantarolou ela para mim.
Não aguntei e comecei a chorar de novo.
Foi uma das coisas mais lindas que já haviam feito para mim. Abracei Fefe e ela
começoua a chorar junto comigo.
-Fico feliz que você tenha gostado -
respondeu ela,tentando controlar suas lágrimas.
-Eu não só gostei, eu amei! - respondi,
chorando mais ainda.
Fefe foi se arrumar e eu acabei
assistindo o começo do jogo com Marie e Ana. Depois as duas foram se arrumar
também.
Quando todas nós estavamos prontas, Fefe
nos levou para casa dos meus pais, que ficava a alguns metros da casa dos pais
delas. Lá encontramos os meus pais, os de Fefe,de Louise, George Harrison, John
Lennon e meu irmão. Almoçamos todos juntos e depois, meu irmão e meu pai foram
buscar o corpo do meu gatinho na clínica vetenária da minha tia.
Minha mãe colocou algumas cadeiras no
jardim e uma mesa no centro. Pouco depois, meu pai e meu irmão chegaram, junto
com meus tios e minha prima Angie. Meu irmão trazia uma caixa de sapatos nas
mãos e chorava, ele coloco-a na mesa e abriu-a. Foi onde eu vi, Verão, em volto
de flores e comecei a chorar. Fefe me segurou para que eu não caisse, mas o
mundo desabava ao meu lado.
-Calma - dizia ela também.
Angie me abraçou chorando também.
Depois foi a vez dos meus tios. Tia Sam me disse que fez de tudo para salvá-lo
e meu Tio Tom disse-me que tudo ia ficar bem. Tio Robb e Tia Sophie me
abraçaram também.
-Ele deve estar num mundo cheio de
novelos de lã e peixes! - disse Tio Robb.
-Ele vai ficar bem! - garantiu Tia
Sophie.
Continuei a vela-lo junto com as
meninas,até que Fefe resolveu mostrar sua composição ao pessoal.
Enquanto ela cantava, eis que vi um
pequeno grupo se aproximando, estretei os olhos e vi, eram os alemães que
tinham vindo para o churrasco, junto com Odile e Louise. Os cinco estavam
suados e fedidos por conta do jogo,e cada um trazia uma rosa branca. Ele se
aproximaram de mim e me deram cada um abraço e a rosa. Por fim, o último foi
Sepp, que trazia em suas mãos um buquê de rosas brancas e vermelhas.
Ele me abraçou e depois entregou-me o
buquê de rosas.
-Por favor, não chora! - disse ele,
limpando minhas lágrimas com suas enormes mãos. Abracei-o novamente e desejando
nunca mais sair daqueles braços.
Fefe terminou de cantar e me incentivou
a falar algumas palavras. Ela pediu silêncio e todos voltaram sua atenção
em mim.
-Bem, sei que é dificíl falar, na
situação que me encontro no momento - falei, tentando me acalmar, enquanto
segurava a mão de Sepp - Mas vou tentar dizer algumas palavras.
“Num dia de inverno, enquanto voltava
para casa depois da escola, encontrei numa caixa de papelão, um gatinho bem
pequeno, ele era cinza com pequenas listras pretas. Ele se encolhia de tanto
frio, peguei-o e coloquei ele dentro do meu casaco, para mantê-lo bem
quentinho. Levei ele para casa e perguntei aos meus pais se poderia ficar com
ele e depois de muitas conversas com os dois, eles deixaram, mesmo receosos,
pois nós havíamos acabado de perder nosso cão, Fluffly e nosso gato, Tom.”
“Então chamei esse pequeno gatinho de
Verão, já que ele era como um dia de verão. Crescemos juntos e eu comecei a
escrever histórias sobre ele, como Fefe mostrou na canção e quando fui para a
faculdade, queria levá-lo comigo, mas por conta da doença que ele teve, acabei
deixando ele aqui com os meus pais. Há algumas semanas ele teve uma recaída e
foi pro veterinário. E ontem... Ele faleceu”.
-Enfim, eu só queria dizer que... Ele
foi um dos meus melhores amigos… - falei, chorando ainda mais - E que ele nunca
saíra da minha memória. Adeus Verão.
Todos me aplaudiram, enquanto eu me
enterrava no peito de Sepp, chorando ainda mais.
-Chegou a hora de enterrá-lo - disse
Geo, para mim.
Meu pai fechou a caixa de sapatos e todos
foram para uma parte afastada do jardim, onde meu pai tinha cavado uma pequena
cova, embaixo da árvore que nós tinhamos. Ele colocou a caixa de sapatos dentro
da cova e Geo e Sepp a cobriram com terra. Quando eles terminaram, coloquei as
flores que os alemães haviam me dado e o buquê em cima da pequena cova.
-Adeus Verão - murmurei novamente.
-Auf Wiedersehen - murmurou
Sepp ao meu lado.
Voltamos para a minha casa em silêncio. Até que eu
quebrei o gelo.
-Você quer tomar um pouco de chá? -
perguntei.
-Eu adorar - respondeu ele.
***
Durante o treino de terça-feira, Sepp
Maier treinava com outros companheiros de time cobranças de pênaltis. Até quando
seu amigo, Gerd Müller cobrou um pênalti bem ao seu estilo, forte e rápido,
como uma bomba, fazendo que Sepp não conseguisse pegar. Foi quando Sepp,
escutou um miado atrás do gol.
-Está ouvindo isso? - perguntou Sepp a
Gerd.
-O que? Esse miado? - perguntou Gerd -
Acho que está vindo de trás do gol.
Sepp saiu do gol e foi atrás dele.
-Olha só o que temos aqui! -
disse ele, ao encontrar um filhote de gato, atrás do gol. O pequeno bichano era
quase do tamanho da palma de sua mão e era laranja como seu cabelo - O que você
faz ai atrás do gol? Se perdeu de sua mamãe? Veja Gerd, o que eu achei!
-Um gatinho! - comentou Gerd - O que
vai fazer com ele? Vai dar pra de presente para a amiga da Felícia?
-Exatamente! - respondeu Sepp - No
Natal!
-O que você achou ai, Sepp? - perguntou
Franz.
-Um gatinho! - respondeu o goleiro.
-A menina que gosta de gatos vai
adorá-lo - comentou o capitão do time.
-Ei Pep, você poderia cuidar dele para
mim, até o final do treino? - perguntou Sepp, levando o gatinho até o técnico.
-Tudo bem, Maier - respondeu o técnico.
No final do treino, quando dava um
pouco de leite para o gatinho, a quem chamou de Godard, em homenagem ao
cineasta favorito de Nora, Sepp mandou uma mensagem para ela.
“Tenho uma coisa para você!” , disse ele
num sms.
“O que é?! Estou curiosa!”, respondeu
Nora.
“Só no Natal! É uma surpresa” , respondeu
ele com outra mensagem.
-Por enquanto, Godard - disse ele,
cuidando do gatinho que se encolhia perto de suas mãos - Você será meu novo
companheiro de quarto! Até o Natal, onde você vai conhecer sua nova mamãe!