terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Brit Characters: Patrick Shepherd

Olá pessoal!
Vamos conhecer mais um personagem masculino da linha Grindhouse. Se chama Patrick Shepherd, um ator da Companhia de Teatro de Barry Thompson, vai aparecer em Rush e futuramente em CSI: München. Confiram!




Nome Real: Patrick Douglas Shepherd

Idade: 37 (em Rush)

Data de nascimento: 15 de agosto de 1934

Data de falecimento: 6 de junho de 1988

Cidade natal: Aberdeen, Escócia

Cidade atual: Londres

Profissão: Ator e escritor

Hobby: Tocar piano, escrever, assistir Agente 86 e Star Trek

Relacionamento(s): Heidi Lawless (1966 a 1968), Mary Lucy Stapleton (1969), Louise McGold  (outubro de 1970 a dezembro de 1970), Bianca Grey (1975 em diante).

Características: Patrick é um excelente ator, com capacidade em se adaptar a diversos tipos de personagens, desde os mais simples até os complexos. É também premiado com um Globo de Ouro pela brilhante atuação de um filme ao lado de Odile Greyhound e Louise McGold (seus grandes amores, sendo que Louise foi o mais intenso e apaixonado, segundo o próprio). É um grande amigo e sempre que pode, dá conselhos as duas atrizes e procura ajuda-las nas atuações.

Medo: Perder quem ama

Do que mais gosta: Escrever e andar de bicicleta pelas ruas e parques.

Do que menos gosta: Falta de união e compromisso

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Brit Trailers: A White Demon Love Song

Olá pessoal!
Um trailer escrito de divulgação de uma nova minissérie da Grindhouse! Confiram!



White Demon Love Song__ Trailer


(Toca o inicio da música “All Day and All Of The Night” e imagens da Fórmula 1 e um pouco do futebol, partidas pela Bundesliga)


Ele é um grande piloto


Hesketh: Parabéns. Superstar! Mais uma vitória obtida!

Hunt bebendo ao lado dos amigos e mulheres: Com certeza! Ei, preciso avisar o Gerd sobre a novidade!


E ele é o atacante de um time de futebol


Beckenbauer: Aquele seu amigo piloto inglês ligou. Te convidando para um jantar na casa dele.

Gerd tomando banho: E ele falou o motivo?

Beckenbauer: Para apresentar a nova namorada.



E uma garota surge nas vidas deles...

 

(Toca em fade in The XX – Intro”)

 

Hunt abraçando a jovem na frente de Gerd e Alice: Pessoal, esta é Louise McGold, minha namorada.

 

(Mostra o sorriso singelo de Louise e a reação surpresa de Gerd)

 

Louise apertando a mão de Alice: Prazer em te conhecer, Alice.

 

Alice sorrindo: Obrigada e este é o Gerd Müller, meu noivo.

 

(Os olhos de Louise e Gerd se encontram em poucos segundos)

 

Gerd: Como vai, Louise?

 

(Mostra cenas do casal proibido se amando intensamente)

 

Louise: Estou bem, herr Müller (close para os lábios dela)

(Toca a música A White Demon Love Song)

 

Para mudar os destinos...

 

Alice jantando com Gerd: O que está havendo?

 

Gerd: Nada. Por que?

 

Alice: Anda muito estranho....

 

Vidas serão entrelaçadas...

 

 

James se arrumando: Não quero você conversando com meu amigo!

 

Louise: O que tem demais?

 

James: Já disse! Não fale mais com ele!

 

 

...E perdidas

 

 

James: FICA LONGE DELA, CANALHA! (desferindo um soco em Gerd)

 

Gerd: DESGRAÇADO! VOCÊ NÃO É O BASTANTE PARA ELA!

 

James saca uma arma em direção ao jogador: VOCÊ VAI MORRER, MÜLLER!

 

 

 

(Tela preta quando ouve um tiro. Silêncio em poucos segundos e é cantado o refrão da música e o título)

 

 

White demon, widen your heart scope
White demon, who let your friend go?
White demon, widen your heart scope
White demon, who let your friend... go?

 



A White Demon Love Song

BY: Maya Amamiya


EM BREVE







quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Holiday Romance (19º Capítulo)

Olá novamente!
Menos de 24 horas e temos mais um capítulo da mega fic da Grindhouse. Maris Campos é quem escreve! Em breve, o extra chapter de um único personagem... Boa leitura!



Capítulo 19: Ciúme e Cinema


(Davy’s POV)

           Tudo parecia estar correndo bem. Eu estava tirando boas notas nas minhas provas finais, tinha tempo para me dedicar aos ensaios de Grease...  Não, não estava tudo correndo bem. Eu tinha um sério problema. E esse problema era o ciúme de Dianna.
            Di sempre teve um pequeno ataque de ciúmes ou outro. Absolutamente normal. Porém, eu jamais imaginei que ela fosse ficar tão enciumada por causa da Odile.  Ela não pareceu se importar com as outras cenas, entretanto, quando Marianne, aluna de Psicologia e Psiquiatria e diretora da peça, anunciou que Danny e Sandy deveriam se beijar, minha namorada protestou, irritada:

- Como assim? Meu Cuddly Toy não vai beijar nenhuma garota que não seja eu!
- Mas, amor, você deveria saber que eu teria que fazer isso! Você mesma concordou que eu pegasse o papel! – eu disse a ela de cima do palco.
- Cale essa boca, David! – Dianna gritou, e eu gelei. Se ela me chama de David, significa que estou em apuros.
- Di, vamos conversar. – desci do palco e fui até ela.
- Não, não vamos conversar coisa nenhuma! Você pensa que me engana, David Jones, mas eu sei muito bem que você adora ser o centro das atenções femininas!
- De só duas atenções femininas, Dianna Mackenzie: da sua e da minha mãe!
- Aham, sei. – ela se virou e foi embora.
- Di! Espere!

                  Ela me ignorou. Tive vontade de segui-la, contudo, Felicity disse:

- Deixe-a ir, Davy. Quando ela se acalmar você a procura para conversar.
- Tem razão, Fefe. – suspirei.

                      Marianne disse:

- Bom, agora que ela foi, acho que podemos ensaiar o beijo! Davy, Odile, preparem-se!
- Ok... – nós dois respondemos.

                   Tentei agir como se fosse beijar minha Di. Peguei Odile pela cintura, e ela colocou os braços em volta do meu pescoço. E então trocamos o beijo técnico que fazia Di e Franz Beckenbauer arrancarem os cabelos.

- Ótimo! – exclamou Mari. – A parte mais importante está ok, então acho que o casal principal está dispensado! Agora, Alice, Jane, Emma e Lulu, quero mais um ensaio daquela cena no quarto da Frenchy, em que a Rizzo canta Look At Me, I’m Sandra Dee!

                As quatro subiram ao palco, e eu resolvi ficar no auditório por mais um tempinho, pois tinha quase certeza de que Mari pediria que os rapazes e eu ensaiássemos Greased Lightnin’ mais uma vez.
               Enquanto as meninas ensaiavam, mandei uma mensagem no WhatsApp para Di:

“Amor, me desculpe, eu não quis magoar você! Este mês vamos completar três anos de namoro... Depois de todo esse tempo, você não acredita em quanto eu te amo? Eu jamais trocaria você! Jamais!”
                
                   Desejei com todas as minhas forças que ela lesse e me perdoasse.  Meus amigos se aproximaram de mim e tentaram me animar:

- Relaxa, cara. – disse Mike. – Quem entende as garotas? Depois elas dizem que nós somos complicados!
- É verdade. – disse Micky. – Não vê a Sue e a Emma? Antes elas se odiavam por minha causa, mas hoje são superamigas!
- Por falar na Sue...  Eu preciso tomar coragem. – disse Peter.
- Precisa sim. – Mike, Micky e eu concordamos.
                                                          * * *
(Dianna’s POV)

      Eu estava triste. Toda aquela dedicação de Davy aos ensaios de Grease estava me matando de ciúme. Eu sei que dei permissão a ele para fazer o papel. Mas não imaginei que ficaria tão enciumada. Davy ficava exasperado por eu não querer que ele beijasse Odile Greyhound, de forma alguma.
          Mas o que ele vira na anglo-francesa? Desde que nos conhecemos, Davy repetia sempre que eu era a sua amada, a sua querida, a sua princesa. E ele era meu pequenino, meu Cuddly Toy, e, sobretudo, meu príncipe encantado. Desde o fim do segundo ano do Ensino Médio.

 * Flashback ON *


                  Desde o primeiro ano do Ensino Médio, minha amigas Alice e Emma, minha prima Erin e eu tínhamos uma banda, a SMCH, nome formado com as iniciais de nossos sobrenomes: Stone, Mackenzie, Carlisle e Hudson.  Alice era guitarrista, Emma era baterista, Erin era baixista e eu era a vocalista.
                    Certa vez, já no segundo ano, ficamos sabendo que haveria um concurso de bandas no colégio. O grupo vencedor, além de faturar 200 dólares, ganharia o direito de tocar na festa de encerramento do ano letivo.  Estávamos loucas para vencer, pois queríamos um pouco de visibilidade para nosso quarteto.  Porém, ao irmos à sala do diretor para fazer nossa inscrição, tivemos uma grande surpresa:

- Perdão, senhoritas, mas são aceitas apenas bandas mistas.
- Como assim, sr. McMillan? – fiquei indignada.
- Srta.  Mackenzie, nosso concurso sempre foi assim. É uma tradição.
- Mas, diretor, isso é um absurdo! – exclamou Erin.
- Regras são regras, srta. Hudson.

                         Desanimadas, fomos à casa de Emma para ensaiar.

- Isso é ridículo! – exclamou Alice.
- E extremamente injusto. Mas duvido de que possamos mudar a opinião do sr. McMillan. – disse Erin, suspirando resignada.
- Meninas, nós não vamos desistir! – disse Emma.
- E o que você sugere, Emma? Não podemos substituir nenhuma de nós por um garoto. – eu disse.
- Não digo substituir... Mas podemos vestir uma de nós como homem.  – disse minha amiga.
- Vestir?  - Erin, Alice e eu ficamos olhando para Emma com espanto.  – Vestir quem?
- Dianna.
- Só porque sou a vocalista?
- E porque é a que tem mais jogo de cintura. Vai convencer melhor do que qualquer uma de nós.
- Tem razão, Emma! – concordaram Alice e Erin.
- Não, nem pensem nisso! Não vou me vestir de garoto, por nada neste mundo!

                Apesar de todos os meus protestos, comecei a me vestir de homem para ensaiar, prendendo meu cabelo loiro-avermelhado e usando algumas roupas do meu irmão mais velho, Giles.  Além disso, comecei a empostar minha voz, para parecer um homem ao cantar. Não que isso adiantasse muito. Eu decididamente era um rapaz com voz de taquara rachada.
                  Depois de semanas assim, chegou a semana das audições. 

- Você está perfeita como Dylan Mackenzie, Dianna. – minhas amigas e minha prima riam.
- Se ganharmos essa porcaria de concurso, eu juro que vou cantar como eu mesma na festa de encerramento!
- Está bem, mas por enquanto tem que aguentar como menino. – disseram elas.

                  Eu dizia ser o meu próprio primo. Está bem, eu não tinha nenhum primo, mas o diretor não precisava saber disso.  Todo mundo nos adorou, e empatamos com uma banda chamada The Monkees, cuja vocalista tinha uma voz um pouco grave demais. 
                   Alice logo se interessou pelo guitarrista deles, Mike Nesmith. Emma desenvolveu uma queda pelo baterista, Micky Dolenz.  E Erin começou a sair com o baixista, Peter Tork. Certo dia, Alice e Erin iriam sair com Mike e Peter, e Emma resolveu ir junto para tentar a sorte com Micky, que iria acompanhar seus amigos. Elas tentaram me persuadir a ir junto, mas eu me recusava a sair com elas tendo de assumir meu disfarce masculino.  Então fiquei em casa.
           Porém, eu não aguentava ficar sozinha naquela tarde de sábado. Pedi permissão aos meus pais para sair e fui tomar um sorvete.  Estava sentada numa mesa tomando meu milk-shake de chocolate tranquilamente, quando o cara mais lindo e fofo que eu já tinha visto na vida se sentou na cadeira à minha frente. E o melhor de tudo: ele era idêntico ao Pavel Chekov, meu personagem favorito de Star Trek, a série que eu mais amo no mundo.

- Oi, gatinha. – ele me cumprimentou.
- Bem, oi. – eu devolvi o cumprimento, tão vermelha quanto o casaco e os tênis dele.
- Qual é o seu nome?
- Dianna Mackenzie. E o seu?
- David Jones, mas normalmente me chamam simplesmente de Davy.

              Eu me apaixonei por ele naquele momento. Depois de um tempo conversando, ouvi vozes conhecidas: Alice, Emma e Erin, acompanhadas por Mike, Micky e Peter.  Naquele momento, Davy me disse:

- Desculpe, Dianna, mas preciso ir.
- O que houve, Davy?
- Minha mãe acabou de me mandar uma mensagem de celular dizendo para voltar para casa. Adeus, gatinha. Até qualquer dia. – ele beijou minha mão e foi embora correndo.
- Espere, você esqueceu... O sapato.  – peguei aquele All Star vermelho e guardei na minha bolsa, que era grande. Quem sabe um dia eu o veria novamente e teria chance de devolver o tênis. Era como a história da Cinderela, com os papéis invertidos.

                 Dois dias depois, haveria a grande final. Nos bastidores, enquanto eu andava em direção à salinha onde Dianna se transformaria em Dylan, encontrei a vocalista dos Monkees. Ela usava apenas um pé de All Star vermelho, e me cumprimentou:

- Ei, Dianna! Lembra-se de mim?
- Ah, sim, você é a vocalista dos Monkees... Mas como sabe meu nome?
- A vocalista não. O vocalista. – disse, puxando o cabelo, que na verdade era uma peruca.
- Davy! – eu sorri. – Mas por que você está com essa roupa de mulher?
- O diretor impediu meus amigos e eu de nos inscrevermos para o concurso pelo fato de a banda ser composta apenas por garotos.  Então Mike, Micky e Peter decidiram me vestir de garota. Naquele dia em que nos encontramos, saí correndo porque eles apareceram na sorveteria, e não podiam saber que eu havia saído de casa, já que eu havia dito que me recusava a sair com eles por ter que usar a roupa de menina.
- Bem... – eu peguei meus cabelos e grampos, e fiz um coque que ficava extremamente parecido com cabelos masculinos.
- O vocalista da SMCH. Ou melhor, a vocalista. A mais linda que eu já vi.

                        Abaixei a cabeça, com vergonha, e comecei a mexer no celular. Davy aproximou-se, e me beijou. Deixei cair meu celular. Normalmente eu levaria um susto e o pegaria antes que caísse no chão. Porém, eu estava recebendo meu primeiro beijo, e justamente do cara por quem havia me apaixonado depois de míseros quinze minutos de conversa.  Soltamo-nos quando começamos a sentir falta de ar.

- Ah, bem, esse celular é seu. – disse ele, me entregando o celular como se fosse o príncipe da Cinderela colocando o sapatinho de cristal no pé dela.
- E eu tenho uma coisa que é sua. – eu disse, abrindo minha bolsa e tirando de lá o tênis de Davy.
- Mamãe quase me matou quando eu cheguei a minha casa com apenas um pé de tênis. – ele riu, calçando o tênis perdido.
- Bem, não podemos continuar com essa mentira. Precisamos dizer a verdade ao sr. McMillan.
- Eu concordo. Mas acabei de ter uma grande ideia.

            Fomos até o diretor e revelamos tudo. Ele nos deu uma bronca muito grande, mas não pôde desclassificar nem a SMCH nem os Monkees. Davy e eu transformamos as duas bandas em uma, com dois vocalistas, dois guitarristas, dois bateristas e dois baixistas. E foi com essa formação que tocamos na festa de encerramento daquele ano letivo.

* Flashback OFF *

                 Desde então, Davy e eu éramos namorados, e Mike e Alice também.  O namoro de Peter e Erin não sobreviveu à aprovação dele para a Universidade de Londres (para onde todos os oito se inscreveram e foram aprovados) e à necessidade da minha prima de ir para a UCLA, nos Estados Unidos, pois era lá que minha tia morava. E só agora, já na universidade, Micky e Emma ficaram juntos.
                 Eu estava com tanto medo! Seria possível que meu querido Davy me traísse? Fui conversar com Emma, que é e sempre será minha melhor amiga.

- Dianna, você é tão inteligente! Como pode imaginar uma besteira dessas? Imagine só, Davy te trocar pela Odile, ou por qualquer uma! Impossível! – Emma exclamou.
- Oh, Emma, ele fica tão irritado quando fico com ciúmes!
- Dianna, seu namorado atua desde pequeno! Ou melhor, desde mais novo, pequeno ele é até hoje. 

                Não pude deixar de rir disso.  Quando parei, Emma continuou:

- Ademais, ele fica irritado com seus ciúmes porque ele ama você e você não confia nele! E, se você ainda estiver com suspeitas, me ouça: eu estou na peça também. Fico observando as cenas em que eles atuam juntos.  E garanto: não há nada ali além de dois bons atores.
- Tem razão.

                     Quando eu deixaria de ser tão insegura?  Sentindo-me culpada, peguei meu celular para enviar uma mensagem para Davy.

“Eu tenho muita sorte por ter você, Davy! Você é o cara mais lindo, fofo, meigo e carinhoso que eu já conheci. Amo muito você, Cuddly Toy!”.

                          Assim que a enviei, vi que Emma digitava apressadamente em seu celular. Deveria estar falando com Micky. Mas por que a pressa? Eu ia fazer essa pergunta a ela, quando ela disse:

- Di, venha comigo! – e minha amiga me pegou pela mão, quase me arrastando com ela.
- Para onde, sua louca?
- Não faça perguntas! – respondeu Emma.
                      Tive que correr para acompanhar Emma. Eu sou baixinha, e minha amiga, muito alta.  Ao longo do caminho, ela não desgrudou os olhos do celular, e quase deu de cara com uns cinco postes.  Até que chegamos.

- O auditório? – perguntei.
- Sim. – Emma respondeu. – Entre, e fique bem quieta. Nem um pio.

                        Sentamos em cadeiras da última fileira do auditório.  Lá no palco, estava Davy, usando o figurino de Danny (que ficava muito bom nele, muito mesmo), parecendo esperar o comando de Marianne, a diretora da peça.
                      Marianne viu Emma e eu lá no fundo do auditório, e olhou para Davy, dizendo:

- Davy, vamos lá, mais uma vez! Mas daquele jeito que você vem ensaiando!

                          Ele finalmente olhou para as últimas fileiras do auditório. E me viu. Ele sorriu. E eu o ignorei. Ainda estava brava com ele. Então, ele tomou fôlego e começou a cantar, sem tirar os olhos de mim:


Stranded at the drive-in
Branded a fool
What will they say,
Monday at school?
Dianna, can't you see, I'm in misery
We made a start, now we're apart,
There's nothing left for me
Love has flown, all alone
I sit and wonder whyyy, oh why
You left me, oh Dianna
Oh Dianna, maybe some day
When high school is done
Somehow, some way, our two worlds will be one.
In heaven forever and ever we will be.
Oh please, say you'll stay, oh Dianna

Dianna, my darling
You hurt me real bad
You know it's true
But, baby, you gotta believe me when I say:
I'm helpless without you!

Love has flown
All alone
I sit, I wonder whyyy, oh why ,you left me, oh Dianna
Oh Dianna, Dianna
Whyyyy
Oh Dianna


                 Ele veio subindo a plateia enquanto cantava, e segurava minhas mãos ao cantar o último verso.  Eu olhava para ele, sem acreditar. Ele havia acabado de cantar Sandy, de Grease, trocando “Sandy” pelo meu nome.

- Oh, Davy... – eu sorri para ele. Se ele queria amolecer meu coração, conseguiu.
- Di, eu não fiz por mal... Perdoe-me, mesmo assim. – pediu ele, seus olhos fixos nos meus.
- Está bem. Está perdoado, Davy.  – eu disse. Ele beijou minhas mãos. Sua barba por fazer me fez cócegas. Ele é lindo de qualquer jeito, mas com barba fica especialmente sexy.  - Vai beijar só minhas mãos? – eu provoquei.
- Não. – disse ele, me pegando nos braços num estilo “noivo e noiva”. E ele me beijou. – Você é minha Sandy. – ele sussurrou no meu ouvido.
- Meu Danny. – eu sussurrei no ouvido dele também, e o beijei novamente.


                Mais tarde, em meu alojamento, entrei no 8tracks e comecei a fuçar nas playlists com a tag “Star Trek”.  Achei uma dedicada ao casal Spock e Uhura, um dos meus favoritos, apesar de só dar certo nos filmes do remake.  Eu me apaixonei pela primeira música da playlist, Cosmic Love, do Florence & The Machine. Enquanto a ouvia, percebi que aquela música tinha muito a ver com Davy e eu, começando pelo título. Também identifiquei nosso relacionamento com a letra. Peguei meu celular e abri o WhatsApp na conversa com Davy.

“Cuddly Toy, achei nossa música!”
“Qual?”
Cosmic Love, do Florence & The Machine.”
“Vou ouvir, Srta. Spock.”

                         Dali a alguns minutos…

“Mesmo que as estrelas e a Lua tenham explodido, sempre estarei com você, Dianna, na escuridão ou na luz! Pois este amor cósmico é infinito como o Universo!”

                          Eu chorei ao ler isso, e não encontrei mais nada para dizer além de:

“Eu também sempre estarei com você, Davy. Eu te amo!”
“Eu também te amo, Di!”


                                                              * * *

(Fanny’s POV)
               
            Bob e eu estávamos no alojamento que eu dividia com minha irmã e minha prima, fazendo uma maratona de Caverna do Dragão. Quando o episódio acabou,  e eu ia dar  play no próximo, ele perguntou:

- Fanny, você quer ir comigo ao cinema na sexta-feira para ver O Hobbit 3?
- Bob, isso não estava combinado desde que saímos do cinema no dia da estreia de Guardiões da Galáxia?
- Só estou confirmando.
- É claro que eu quero! Você é meu companheiro de nerdices!

              Bom, pelo menos até aquele momento. Eu tinha que admitir a mim mesma que queria ter Bob como mais do que meu melhor amigo e companheiro de nerdices. Todo mundo dizia que ele também me via como mais do que uma amiga. Mas isso era mesmo verdade?
           Na sexta-feira, vesti minha camiseta com estampa do pôster do primeiro filme de O Hobbit, uma calça jeans e All Star. Não me maquiei, apenas passei perfume. E penteei meu cabelo da forma costumeira.  A maioria das garotas se arrumaria mais para sair com o rapaz de quem gostava.  Porém, o rapaz de quem eu gostava era o meu melhor amigo. Por que eu me arrumaria mais para ele?
          Estava esperando no sofá da sala quando ouvi a campainha tocar. Corri até a porta e atendi.

- Oi, Bob. – então vi que ele também usava sua camiseta com a estampa do pôster do primeiro filme de O Hobbit. – Nós combinamos alguma coisa sobre vestimenta?
- Não. Mas admita que esta camiseta é perfeita para a ocasião.
- Óbvio.  Escuta, você acha que será um bom filme? Ouvi dizer que tem 45 minutos só de batalha! Vai precisar superar tudo o que já foi feito em termos de batalha na indústria cinematográfica!
- O Peter Jackson já fez tantas besteiras nos dois primeiros filmes que ele precisa se redimir. – disse Bob. – É questão de honra fazer um filme que preste. Eu não entendo! Três filmes de um livro de pouco menos de 300 páginas! Azog, que foi citado apenas brevemente no livro e já estava morto fazia tempo, ressuscita! Legolas nem é citado e aparece! Aquela elfa nem existe! E orcs andando em plena luz do dia! Faça-me um favor! Foi esse cara quem dirigiu os três filmes de Senhor dos Anéis????
- Bob, eu fico tão indignada quanto você. Mas vamos ver.
- Fanny, eu estou enchendo seu saco porque sei que você vai reclamar muito se o Episódio VII de Star Wars não corresponder às expectativas.
- Eu vou mesmo! Vou xingar o J. J. Abrams a plenos pulmões para quem quiser ouvir!
- Fico imaginando a Dianna xingando o Abrams enquanto vê os filmes do remake de Star Trek. – Bob deu uma risadinha.
- Ela quase deixa o Davy doido com isso! – eu ri também.

                     Lá fomos Bob e eu ao cinema. Ao chegar, encontramos duas filas de proporções épicas para comprar os ingressos e a pipoca.

- Vamos nos dividir. – eu sugeri. – Você compra os ingressos e eu compro os refrigerantes e as pipocas.
- Acho melhor mesmo fazermos isso. Dê-me o dinheiro do seu ingresso.

                Dei meu dinheiro para o ingresso a ele, e ele me deu seu dinheiro para a pipoca e o refrigerante.  Assim, conseguimos nos livrar mais rápido das terríveis filas quilométricas.
                    Entramos na sala e escolhemos um bom lugar.  Até que o filme não era ruim... Num certo momento, fui pegar pipoca, e senti a mão de Bob tocar a minha.

- Hã, Bob... – sussurrei. – Esse é meu balde de pipoca, não o seu.
- Opa. – mesmo no escuro era possível perceber a vermelhidão do rosto dele. – Desculpe.
- Tudo bem.  – eu confesso que fiquei bem feliz com aquele gesto inconsciente.

                           Passou algum tempo, e eu fiquei um pouco irritada com algumas cenas. Bob também.

- Estou me arrependendo de ter vindo assistir a esse filme.  – ele sussurrou.
- Olha... Eu também.  – respondi com um fiapo de voz.
- Que merda, Peter Jackson. Acho que vou me ocupar com outra coisa, bem mais interessante que essas pirações dele.  – Bob resmungou.
- Com o quê você pode se ocupar numa sala de cinema além do filme? – eu quis saber. – Dormir?
- Não. Diga-me, Fanny, por que em toda sessão de cinema sempre há um casal?

                          Fiquei mais vermelha do que Bob havia ficado quando sua mão roçou na minha.
- Hã... Por que eles tiram proveito do escuro para se beijar?
- Exatamente. – disse Bob, passando o braço por minha cintura e me beijando.

                   Sabe aquela expressão “borboletas voando no estômago”? Pois é, no meu caso elas não estavam voando. Estavam dando cambalhotas loucamente.

- Bob...
- Fanny, eu não posso mais esconder. Mas entendo perfeitamente se você não sentir o mesmo.
- Acontece que eu sinto, Bob.

                      Os olhos dele brilharam mais que todo o tesouro dos anões.

- Sério?
- Sério.  – eu sorri para ele.
- Acharia ridículo caso eu decidisse usar o Um Anel como nossa aliança de namoro?
- Claro que não! Eu acharia demais!  - na última Comic Con, Bob e eu havíamos comprado réplicas do Um Anel, e as usávamos no pescoço, como Frodo fazia com o verdadeiro Um Anel.
- Então... Fanny, quer ser minha namorada?
- É claro que eu quero. – eu sorri e dei um selinho nele.

                       Obviamente, se Kathy e Jenna soubessem, elas fariam questão de importunar meus ex-namorados, dizendo que estavam certas o tempo todo sobre o fato de Bob e eu termos uma ligação mais forte do que mera amizade.
                     Talvez eu já gostasse dele quando estava com Paul ou com Ray? Não era impossível. No entanto, a verdade é que eu havia me dado conta disso havia pouquíssimo tempo.
                        Bob e eu terminamos de assistir ao filme abraçados. Num balanço geral, era um bom filme, mas uma adaptação que deixava a desejar. Na saída do cinema, caminhamos de mãos dadas, e foi assim que chegamos ao meu alojamento.  Elinor e Emily ficaram muito surpresas quando nos viram assim.  Nunca vou me esquecer da cara de espanto das duas.

- Fanny... E Dylan? – minha irmã bem que tentou dizer algo, mas obviamente não conseguiu.
- Vocês... Estão...? – Emily também não teve sucesso.
- Juntos? – Bob completou. – Sim, nós estamos.
- Eu estava esperando por isso. – alisei os cabelos dele, feliz como nunca.



Holiday Romance (18º Capítulo)

Demorou mais está aí o capítulo! Maris Greyjoy bateu o recorde de capítulo com maior número de páginas(21), parabéns! E agora fiquem com a leitura!




Capítulo 18: Churrasco


Paul POV

-Não vai se trocar? – perguntou meu amigo e colega de quarto Uli, ao sair do banheiro – O treino começa daqui a pouco.

-Deixe-me só eu terminar este capitulo e logo vou me arrumar – respondi. Terminei de ler o terceiro capítulo de Guerra e Paz de Leon Tolstói, coloquei de volta o marcador de página que Ana havia feito para mim e deixei-o no criado mudo ao lado de minha cama.

Levantei-me da cama, peguei o meu uniforme na mala e fui tomar um banho. Durante esse, escutei alguns gritos acalorados vindo de fora do quarto, mas não dei muita importância. Sai do chuveiro, me troquei e arrumei meu cabelo no espelho.

-Quand il me prend dans ses bras, Il me parle tout bas,Je vois la vie en rose...- Fiquei observando da porta do banheiro, Uli cantar enquanto cuidava da rosa que Marie, a irmã de Odile, dera para ele.

-Cara se você quiser ser florista é melhor ir pro Ajax. – respondi, sentando na cama para calçar as meias e as chuteiras.

-Acho que é melhor você ir pra merda, Breitner! – respondeu ele, cortando uma parte do caule da rosa – Ontem, eu e a Marie trocamos alguns emails.

-E ai? O que conversaram? – perguntei, enquanto amarrava os cadarços da chuteira.

-Ah ela me contou sobre como o semestre está difícil, que ela e a menina que o Sepp esta afim, foram tentar serem estagiarias em um jornal mas não conseguiram a vaga – respondeu ele – e também sobre o namorado dela esta viciado em sexo.

-Aquele gordo esquisito fã de Harry Potter? Não da para acreditar! – falei, vendo se havia alguma mensagem no celular.

-Nem eu acreditei, mas pelas mensagens dela, eu notei que ela estava um pouco...Triste – disse ele, um pouco cabisbaixo – Não gosto de vê-la triste.

-Sei como é – respondi,  pensando em Ana.

O celular apitou e vi que havia uma mensagem.

“Bom dia Pauly, tudo bem com você?”, disse Ana num sms.

“Bom dia princesa, estou bem e você? Estou esperando o Uli terminar de cuidar da flor dele para irmos tomar o café – da – manhã.” , respondi ela com outro sms.

Enquanto esperava a resposta, Manuel Neuer entrou no nosso quarto, pálido e ofegante, trancando a porta do quarto.

-O pai de Fraulein Felicity – disse ele – Ele esta no corredor com o Guardiola.

-É de lá que estava vindo toda essa gritaria? – perguntei.

-Sim! – respondeu Manuel – Guardiola descobriu nossa saída com as meninas e o pai de Felicity descobriu sobre nós dois!

-Parabéns! – falei – Agora você conheceu seu sogro!

Ouvimos batidas fortes na porta e alguém tentando abrir.

-EU SEI QUE VOCÊ ESTA AI, SEU ALEMÃO FILHO DA MÃE! – rugiu um homem do outro lado da porta.

-Vamos Neuer! – gritou Mario Gotzë do outro lado da porta – Cedo ou tarde você teria que conhecer a família dela!

-Gotzë nos dedurou pro Guardiola! – disse Manuel suando frio.

-Vou matar aquele gnomo! – falei, tentando controlar a minha raiva.

-Manu! Por favor, saia logo daí! – gritou Felicity.

Empurrei pra longe da porta, ele acabou se escondeu no banheiro e abri a porta. Deparei-me com um homem, de uns 40 anos, gordo – que por um momento me fez lembrar-se do namorado esquisito de Marie – de cabelos pretos e com a feição no rosto que lembravam muito as de Felicity. Na tarja grudado ao terno dele, lia-se “Gerente McGold”.

-Cadê ele?Aquele alemão?Eu sei que ele esta aqui! – perguntou o senhor McGold.

-Senhor, todos aqui neste quarto são alemães – respondi – Seja mais específico,  por favor!

-O goleiro! – respondeu ele furioso.

-Sepp esta ali atrás – respondi, apontando para o meu amigo.

-O outro goleiro! – bufou ele.

-Uli, traga-o! – falei. Uli foi até o banheiro e arrastou o Manuel para o quarto e o fez sentar na cama. Felicity se apressou e sentou-se ao lado dele e segurou a sua mão.

Guardiola e o resto do time entraram em nosso quarto. Uli escondeu o vaso com a rosa e postou-se ao meu lado.

-Por onde começamos – disse Guardiola – Ah sim! A fuga de vocês cinco! – ele apontou para Franz, Sepp, Manuel, Uli e por fim, eu.

-Vocês vão se ferrar, agora! – disse Gotzë.

-Calado Gotzë! – gritou Guardiola – Ou você vai se ferrar também!

-Vamos Felicity! – disse o Senhor McGold – Conte para todos nós como você e esse alemão ai começaram a namorar!

Felicity contou que veio até hotel buscar os autógrafos, nos conheceu, o jornalista que nos entrevistou, sem mencionar quem ele era, da nossa fuga para universidade e a festa.

-Então isso explica o olho roxo de Uli? – perguntou Guardiola.

-Sim – ela confirmou – Ele se envolveu numa briga com universitário.

-Então, podemos concluir que a idéia de tirá-los da concentração foi sua, não é mocinha? – disse Guardiola – Você é culpada desse transtorno todo!

-Sim... Quer dizer não! – respondeu ela – N-n-não foi culpa minha! Fala pra eles Manu!
Manuel ficou sem reação. Estava assustado e com medo. Não sabia o que responder ou que atitude tomar fazendo com que Felicity entrasse em pânico e começa-se a chorar.

-Felicity, Felicity! – resmungou o pai dela – O que eu faço com você, menina?!

-A culpa foi minha! – disse Franz – Eu queria ir pro festa pra ver uma menina que eu conheci durante os jogos da Liga!

-A culpa ser minha também – respondeu Gerd.

-Agora está explicada àquela sua estranha alergia no pescoço, Müller! – bufou Guardiola – Você andou namorando as universitárias!

-Um universitária só e meu namorada, Louise – respondeu Gerd – Prima de Felicía!

-VOCÊ ESTA NAMORANDO A LOUISE? – perguntou o Senhor McGold – A MINHA SOBRINHA?
Gerd foi até o senhor McGold e mostrou a ele uma foto de Louise que ele tinha no celular.
-Eu amar o seu sobrinha demais! – disse Gerd.

O senhor McGold incrédulo com toda aquela situação, acabou quase caindo na cama e Felicity ajudou o pai a sentar-se com calma.

-Eu ser culpado também – disse Sepp – Eu conhecer uma garota que gosta de gatos e eu gostar muito dela!

-Nora?- suspirou o senhor McGold.

-Yah! – respondeu Sepp – Essa ser o nome dela!

-Ai meu Deus, o que Ned vai pensar?! – disse o senhor McGold – Felicity, pegue um pouco de água para mim, por favor!

Felicity foi até o frigobar, pegou uma garrafa d’água pro pai, abriu-a e entregou a seu pai que tomou esta praticamente toda.

-Senhor – falei – A culpa foi minha também.

-Sabe que eu não esperava isso de você, Breitner – disse Guardiola – O mais culto e inteligente desse time, fugindo da concentração do time e indo pra uma festa!

-Eu sei que eu errei, mas fiz isso com razão – respondi – Conheci uma moça depois de um jogo da Liga, me apaixonei, mas não tive a mesma sorte de Franz e Gerd! A menina namorava e eu tive de aceitar…

-Poupe-nos da sua vida amorosa, Breitner! – gritou Robben.

-Espera que eu ainda não terminei! – gritei em resposta – Quando a senhorita Felicity apareceu aqui e nos contou sobre a festa, tive de agarrar essa possibilidade e pedi pra ela que me levasse e ainda incentivei os rapazes a irem comigo! Sendo assim, a culpa não é desta senhorita e sim minha, se tiver que receber algum castigo ou punição, eu a aceito!

-Felicity, porque você não ficou com esse alemão inteligente em vez desse medroso ai? – perguntou o senhor McGold a filha.

-Pai! Eu gosto do Manuel e o Paul gosta da Ana e ela gosta dele – respondeu Felicity.

-Ela gosta de mim? – perguntei esperançoso.

-Ela só fala de você! – respondeu Felicity – O dia todo!

-Precisamos apresentar o medroso aí e o namorado de Louise pra família – comentou o senhor McGold.

-Acho que mamãe vai querer conhecer o Manuel – falou Felicity.

-Lembra-se do churrasco que eu estava pretendendo fazer? – disse o senhor McGold – Vamos fazê-lo amanhã!

-Amanhã? – perguntou Felicity,levantando-se  em sobressalto – Não acha isso cedo demais?

-Não, é o momento certo! – Robert se levantou e foi caminhando em direção a porta – Quero todos vocês lá e se não aparecerem tomarei como ofensa da parte de vocês!

-Senhor – chamou Franz – Fraulein Felicity pode chamar... A minha namorada e as amigas delas?

-Pode e deve! – disse Robert – Convide todas as suas amigas, Ned e Cat Smith e também os pais de Louise! Enfim, vejo vocês, amanhã a uma da tarde!

O senhor McGold saiu andando e Guardiola ficou nos encarando.

-Estamos atrasados para o treino! – disse Guardiola saindo do quarto – Se despeça dela agora Manuel!

Todos nós saímos do quarto para darmos um pouco privacidade pro casal e algum tempo depois os dois saíram do quarto.

-Felicity – chamei-a – Você poderia fazer um favor pra mim?

-Claro Paul – respondeu ela – O que precisa?

-Pode comprar um livro de presente para Ana, por mim? – perguntei.

-Tudo bem – respondeu ela. Peguei algumas notas de dinheiro e entregue para ela – Qual que você quer que eu compre?

-O Anjo Azul de Henrich Mann – falei.

Uli me chamou para tomar café com o time e me despedi dela. Tomamos o elevador juntos e chegamos ao hall do hotel e fomos em direção ao restaurante do hotel, onde tomamos o café da manhã e seguimos para o treino no Boleyn Ground, estádio do West Ham.
Guardiola nos fez pagar a nossa pequena fuga com um treino pesado. Durante quatro horas seguidas treinamos sem parar. Corremos em volta do campo, fizemos vários tipos de aquecimento e algumas flexões. Quando terminamos, achei que iria morrer e fiquei jogado no campo, tentando descansar.

-Almoço! – gritou Guardiola.

Almoçamos um pouco no refeitório do estádio.  Sentei-me junto a Franz, Sepp, Gerd, Uli e Manuel juntos e tentemos comer alguma coisa, mas estávamos mortos demais.

-Se o Gotzë não tivesse nos dedurado, nada disso teria acontecido! – resmungou Uli.
-Qualquer dia ele iria acabar descobrindo da nossa fuga – respondeu Franz, entre um bocejo.
-Mas tinha que ser desse jeito? – perguntou Sepp – Com aquela treta entre o pai da Felicity e o Guardiola?
-Falando nessa briga, por que você não tomou nenhuma atitude durante ela, Manuel? – perguntei.
-É verdade – concordou Gerd – Ficou ali parado, pálido como se tivesse visto um fantasma!
-Eu tomei um susto quando o vi e Fraulein Felicity entrando no meu quarto – disse Manuel Neuer.
-Susto, por quê? – indagou Franz – Qualquer dia você teria que conhecê-lo! Não precisava ficar como um gato assustado!
-Nem eu que sou um gato, fico desse jeito com as pessoas! – disse Sepp, tentando-se manter acordado.
-E quando você for conhecer seus novos sogros, Franz – disse Manuel, encarando Franz – Com certeza você vai ficar assustado!
-Eu, com medo dos pais de Odile? – perguntou Franz – Você deve ter algum tipo de merda na cabeça, não é?
-Eu não tenho nada disso na minha cabeça! – respondeu Manuel – E você Gerd, não pode falar nada! Amanhã irá conhecer os seus sogros e pelo que dizem são piores que os meus!
-Se eu consigo agüentar 90 minutos no campo, o pai da minha namorada vai ser uma fichinha – respondeu Gerd – Você verá!
Terminamos de almoçar em silêncio e depois voltamos para o treino, onde fizemos um pequeno jogo de vinte minutos. Durante este, Gerd conseguiu fazer quatro gols de forma espetacular e perguntada sobre tal façanha no final do pequeno jogo, ele apenas respondeu:
-Talvez o meu namoro com Louise esteja me fazendo bem!
-O que você e Louise andam fazendo? – perguntou Franz.
-Coisas – respondeu Gerd, com uma piscadela – Algumas coisas.
-Acho que vocês não fazem nada, só ficam naquele celular mandando mensagem um pro outro – disse o gnomo Gotzë em tom de deboche.
Todos nós encaramos o gnomo, enquanto ele ria de todos nós.
-Sepp, Uli, tragam o balde de gelo! – disse Franz – Tem um gnomo de jardim que precisa urgentemente de um banho!
Segurei Gotzë pelo braço junto com Gerd enquanto Sepp e Uli se aproximavam com o balde de gelo e postaram-no na frente do gnomo.
-Isso é pra você aprender a nunca mais dedurar seus amigos – falou Franz.
Quando Gerd e eu fomos mergulhar o gnomo no balde, ele gritou “Socorro” como uma criança desesperada e num ato de desespero soltamos ele no chão e voltamos para o treino.
-Isso vai ter volta! – alertei-o.
Quando o treino terminou voltamos para o hotel, mortos de cansaço. Voltei para o meu quarto desejando nunca mais sair dali. Tomei um banho e coloquei uma bolsa com gelo nas minhas pernas para amenizar a dor, enquanto eu conferia as mensagens e todas eram da Ana.
“Uli conseguiu manter aquela flor que Marie deu para ele? Não consigo acreditar!”
“Felicity apareceu aqui na faculdade chorando, contando para nós sobre a briga no hotel e sobre o churrasco, você vai não é?”
“Olá princesa, desculpe pela demora! O treino de hoje foi bem puxado e sobre a briga, bem, expliquei que foi culpa de todos nós, principalmente minha pelo fato de ter incentivado os rapazes a saírem da concentração. Mas o que me deixou profundamente bravo foi a falta de atitude de meu colega Manuel Neur diante de seu sogro!Ele não tomou nenhuma atitude!”, respondi numa mensagem, até que me lembrei que tinha esquecido de falar sobre o churrasco e mandei outra.
“Sobre o churrasco, estarei lá sim e você, vai?”
No mesmo instante chegou outra mensagem, não era de Ana e sim de Felicity.
“Olá Sr. Breitner, comprei o livro que pediu para a sua amada! Agora quero mostrar uma coisa que fiz e que é muito errada, se minha amiga descobre que fiz isso, ela com certeza acabará comigo!”.
Junto com a mensagem veio anexada uma a foto, era um diário e eu reconhecia aquela letra em qualquer lugar.
“Amo-o, mas não sei como me declarar. Ele sabe que eu gosto dele só que não sei me expressar em palavras! Talvez ele me ache tola demais ou talvez esquisita, mas desde aquela noite da festa onde dançamos Ask e depois dormimos abraçados na minha cama, eu sinto que ele também sente algo por mim”.
-Uli, recebi a confirmação – falei, acordando meu amigo.
-Confirmação do que cara? – perguntou ele, bocejando.
Mostrei a mensagem para ele e ele disse:
-Meus parabéns! Agora só falta a amiga dela, terminar com o gordo esquisito  e nós dois começarmos a namorar – dizendo isso, ele tornou a dormir e eu liguei para Felicity.
-Viu, só? – disse ela – Eu disse que ela só falava de você!E eu shippo demais vocês dois e quero que fiquem logo juntos!
-Pelo que soube a torcida é grande! – respondi – E você e o Manuel conversaram, depois da briga?
-Ele me ligou agora pouco – falou ela – Mas conversamos pouco, ele me pediu milhares de desculpas e prometeu não ser mais o leão covarde do Mágico de Oz!
Conversamos sobre o caso do gnomo e de como todos queríamos matá-lo e pouco depois ela se despediu de mim para tentar falar com o namorado medroso dela. Coloquei o celular no criado mudo e adormeci pensando que minha princesa gostava de mim.
Eu e Uli acordamos juntos com o despertador tocando. Ainda era cedo, 9h30 da manhã, ficamos assistindo um pouco de televisão, tomamos café da manhã, conversei por mensagem com Ana e depois fui me aprontar para ir pro churrasco na casa de Felicity.
Quando eu, Uli, Franz, Sepp e Gerd já estávamos no saguão do hotel, Guardiola me entregou um pequeno mapa da região com o trajeto até a casa e as chaves do carro.
-Consegue levá-los sãos e salvos até lá? – perguntou ele.
-Sim – respondi – E trazê-los inteiros quando voltamos!
-Por favor, não voltem tarde – pediu Guardiola – Eu tenho uma reputação a zelar nesse time e não quero meus jogadores em baladas!
-Ei Paul – chamou Sepp – O medroso ainda não desceu!
-Alguém mande uma mensagem para ele, avisando que já estamos aqui! – falei.
-Eu acabei de mandar uma – respondeu Franz.
-Ele nem apareceu no café da manhã – disse Gerd.
Esperamos por mais dez minutos e nada do Manuel aparecer. Resolvemos todos irmos até o quarto dele e quando chegamos lá, o encontramos dormindo como um anjo e roncando feito o demônio.
-Mal foi apresentado aos sogros e já esta causando má impressão – observou Sepp.
-Dá um desconto pra ele – disse Gerd –Talvez ele  não tenha dormido nada pensando em como iria conhecer os pais dela!
-Alguém vai ter que acordá-lo – disse Uli.
Todos me olharam como se eu fosse a única opção.
-Tudo bem – respondi – ACORDA NEUER!
-Que horas são? – perguntou ele, bocejando.
-Uma da tarde – respondeu Uli.
-UMA DA TARDE? AI MEU DEUS! ESTAMOS ATRASADOS! – disse ele, saindo da cama e quase caindo pelo chão, tentando chegar até sua mala para pegar uma muda de roupa.
-Vamos deixá-lo sozinho – disse Franz – E esperá-lo no saguão do hotel.
Saímos do quarto e voltamos pro saguão do hotel. Ficamos esperando e nada de novo do Manuel aparecer.
-Será que ele dormiu durante o banho? – perguntou Gerd.
-Talvez – respondeu Uli.
Vinte minutos depois ele apareceu.
-Finalmente! – disse Franz.
-Achamos que nunca iríamos sair daqui – falei.
Caminhamos até o estacionamento até acharmos o carro, depois de uns 10 minutos procurando encontramos ele do outro lado estacionamento. Entramos nele, dei partida e comecei a guiar o carro, enquanto Uli no banco do carona me falava o caminho.
Pegamos a auto-estrada e Manuel que estava no banco de trás junto a Franz, Sepp e Gerd acabou cochilando e babando na janela. Os rapazes tentaram acordá-lo diversas vezes, mas ele tinha sono pesado e roncava demais.
Depois de cruzarmos os bairros de Lambeth e Southwark, chegamos ao Greenwich, bairro onde ela vivia. Uli me mostrou o mapa mais uma vez e atravessamos aquele bairro, até chegarmos numa parte afastada deste, onde as casas eram maiores e imponentes.
-É aqui – disse Uli, apontando para uma grande e imponente casa cinza ao estilo inglês, que mais parecia um pequeno castelo.
-Aqui? – perguntei. Conferi a rua e o numero da casa, era ali mesmo.
Ouvi um caro parando ao lado do nosso e buzinando para nós.
-Olá senhor Breitner – era Felicity, trazendo em seu carro as meninas
Baixei o vidro do carro e sorri para ela.
-Olá Fefe – cumprimentei-a e depois apontei para a sua casa – É aqui que você vive?
-Sim – respondeu ela - Me siga!
Ela entrou na casa e estacionou na garagem de carros e eu fiz o mesmo. Os rapazes conseguiram acordar Manuel e começamos a falar para ele ficar calmo.
-Só não aparentar medo – falou Gerd – Mostre que você pode ser um bom futuro marido para a Felícia!
-É isso mesmo que eu vou fazer – respondeu Manuel.
Saímos do carro e fomos ao encontro delas. Todos nos cumprimentamos até que Uli perguntou:
-Onde esta Marie?
-Ela já esta chegando – respondeu Odile, beijando Franz – Esta provavelmente terminando de fazer amor com o namorado dela.


***


Marie POV

Tomei um banho rápido e tentei me aprontar o mais rápido o possível.
-Foi uma péssima idéia! – murmurei pra mim mesma, enquanto vestia a calça jeans – Nunca mais vou fazer amor com ele antes sairmos! Nunca mais!
Vesti minha camisa de botão e fui até o quarto, ver se Graham já estava se aprontando. Quando cheguei lá, encontrei-o ainda deitado na cama enrolado no edredom, jogando Angry Birds no meu celular.
-Graham! – gritei – Estamos atrasados para o churrasco na casa da Fefe!
-Tem certeza que não podemos ficar aqui em casa, Mon Petit? – perguntou ele – Não estou a fim de sair hoje!

Peguei a muda de roupa dele que eu havia separado e joguei na cara dele.
-Você nunca esta a fim de fazer nada! – falei – Agora vamos! Já pro banho!
Sob protesto ele foi tomar seu banho, enquanto eu tentava dar uma geral no quarto dele.
-Noite intensa essa sua! – disse uma sonolenta Marianne Jones, namorada de Ginger Baker aparecendo na porta do quarto, vestindo somente uma blusa.
-E a sua então – falei.
-Nossos namorados não nos dão uma folga – disse ela.
-Pequena! – disse Ginger aparecendo de cueca branca no corredor e abraçando ela – Volte para o quarto! Quero te amar mais um pouco!
-Daqui a pouco, ruivo – disse ela – Daqui a pouco. Agora eu preciso de um pouco de café.
Ela se virou e foi em direção das escadas, enquanto Ginger descia atrás dela pedindo para que esta voltasse para o quarto e nesse momento Bond sai do banheiro, limpo, com o cabelo penteado, vestindo uma camisa pólo verde e uma calça jeans azul.
-Por que sempre verde Ursão? – perguntei – Que tal variar a cor, só hoje!
-Sou de Sonserina – respondeu ele, se sentando na cama e calçando seu sapato – Você sabe muito bem disso!
-Mas você só usa verde e preto, Mon Amour! – falei – Um azul ou vermelho te cairia bem!
-Marie, não venha com essa! – disse ele, se levantando – Já tivemos essa conversa antes e eu não quero tê-la outra vez!
-Tudo bem, mas quando eu for te levar pra conhecer meus pais, você irá com aquela camisa pólo vermelha que eu comprei pra você! – respondi e ele fez um sinal de sim com a cabeça – Então vamos já estamos atrasados! Ainda temos que encontrar Chris e Ana!
Quando estávamos já saindo do quarto dele, me lembrei de uma coisa.
-Ursão, que tal você levar o seu saxofone, pra tocar no churrasco?
-Eu? – perguntando a mim e apontando pra si mesmo – Tocando nesse churrasco? Com um monte de estranhos e jogadores famosos de futebol alemão?
-Sim – respondi - E ainda fará o maior sucesso!
Ele pensou um pouco e depois voltou para o quarto, pegando o estojo do saxofone e uma apostila cheia de partituras
-Agora vamos! Antes que eu mude de idéia – respondeu ele.
Descemos as escadas e pegamos a carteira, o maço de cigarros dele e as chaves do carro da mãe dele. Despedimo-nos de Marianne e Ginger e fomos para a garagem. Ele abriu a porta do carro para mim e depois embarcou no carro guardando o estojo do saxofone e as partituras no banco de trás, ligando-o e saindo dirigindo.
Encontramos os irmãos Romanov no final da rua onde Bond morava. Chris segurava algumas caixas de papelão, enquanto Ana segurava algumas sacolas com garrafas de refrigerante.
-Finalmente! – disse Ana, enquanto segurava as sacolas para ela entrar no carro – Achei que não iriam vir mais!
-É ela já estava com medo que não veria o Pauly dela! – respondeu Chris se acomodando no banco, enquanto Bond colocava as caixas no colo dele.
-Chris! – disse Anastácia brava.
-Quem é Pauly? – perguntou Graham, enquanto ligava o carro.
-Paul é um jogador de futebol, ele joga pelo Bayern de Munique e também meu amigo – respondeu Anastácia.
-Amigos, sei – falei rindo, enquanto tirava o espelho da bolsa e passava o batom – Você fala o dia todo nele!
-Não falo! – respondeu ela.
-Olha alguém esta corando! – disse Chris – Eu sei que você o ama maninha e sei que quando ficarem juntos vou ter um monte de ingressos grátis para as partidas de futebol!
-Parem todos vocês – disse ela, brava – Agora, vocês podem nos explicar o porquê de demorarem tanto?
-Estávamos fazendo amor – respondeu Graham, calmamente – E acabamos nos atrasando um pouco!
Todos nós ficamos em silêncio e ouvi Chris murmurando “Eca”.
-Então...Christopher... O que tem naquelas caixas? – perguntou Graham.
-Não me chame de Christopher! Parece que sou um velho com um nome de criança! – respondeu Chris – Me chame apenas de Chris, cara!E nas caixas tem torta de morango com creme bávaro, quem teve a idéia de comprar foi a Ana, ela disse que os alemães iriam gostar!

-Devem estar deliciosas! – disse Bond.

-Cara, to louco pra ver esse churrasco pegar fogo! – disse Chris – Ainda mais quando o Mickey e sua família aparecem!
-Vai ter treta? – perguntou Bond – Porque eu me amarro numa treta!
-Na verdade a treta é de família – respondeu Chris - Ouvi falar que o pai da Louise é da pesada. Não vai aceitar o Gerd tão fácil!
-Acho que já chegamos – falei, apontando pra casa. Estacionamos e na hora que estávamos descendo do carro, vimos Mickey e Louise chegando ao carro do irmão dela.
-Olá pessoas – disse Chris, quando estes desceram do carro – Preparados pro circo pegar fogo?
-Cara, não começa – respondeu Mickey – To sentindo que vai acontecer muita coisa tensa hoje!
Chris riu e Mickey o ajudou com as tortas e Louise ajudou Ana com as sacolas de refrigerantes. Eu me aproximei da porta e toquei a campainha e Felicity abriu a porta.
-Oi gente! – disse ela, abrindo a porta para nós – Nossa, acho que vai chover, até o Bond veio!Vamos entrem, por favor!
-Uau que casa! – disse Graham bem baixo para mim, enquanto atravessávamos a soleira da casa dela – Quando formos ricos, vamos viver numa casa assim!
-É claro que sim, meu amor! – Com o seu futuro salário de professor acho que não vai dar certo meu amor, pensei comigo mesma.
A casa de Felicity era linda. Era grande, com escada em direção aos quartos, possuía um mini estúdio fotográfico da Fefe,um ateliê de sua mãe, área de lazer e cinema em casa, uma piscina, um jardim de inverno com uma estufa linda e rica em flores de várias espécies e um outro jardim de verão de tirar o fôlego.
Fefe nos conduziu até o jardim de verão, onde o pai estava assando o churrasco, onde lá encontramos as meninas e os jogadores.
-Acho melhor você se preparar para conhecer o meu irmão, Gerd – disse o pai de Felicity, Robert McGold – Ele é bem diferente de mim, ele é mais...do Mal.
-Eu agüentar noventa minutos na campo – falou Gerd Müller, abraçado com Louise e bebendo uma cerveja – Conhecer o pai dela, será fichinha!
-Então meu caro, leva isso como uma prorrogação daquelas bem chatas onde nenhum time marca gol. E ganha quem tiver fôlego – respondeu Felicity, se aproximando dos alemães e abraçando Manuel.
Todos nós rimos, enquanto Gerd Müller percebia que não ia ser tarefa fácil enfrentar os pais de Louise. Eu e o pessoal que tinha acabado de chegar, cumprimentamos todos os jogadores que estavam ali. Quando chegou a vez de Uli, trocamos um pequeno aperto de mão.
-Mas calma Gerd – disse Felicity – Tenho certeza que minha tia vai gostar de você!
-Se ela gostou do Hunt e do Jeff Beck, com certeza irá amar o Gerd – respondeu Robert, enquanto virava uma lingüiça na grelha.
Fui me sentar com Nora e Anastácia em uma das mesas que estavam perto da piscina, enquanto meu namorado foi ensaiar com Felicity, o pequeno show que eles iriam fazer para nós. O churrasco estava meio divido, o grupo de alemães estavam perto de Robert e junto a eles estavam Odile e Louise, e nós três sentadas perto da piscina. Pouco depois o irmão mais novo de Fefe, Bran, de apenas doze anos, apareceu me serviu um pouco de Coca-Cola e depois o irmão do meio, Jon, de dezesseis,  apareceu e me serviu um prato sanduíche de lingüiça.
-Consegui! – gritou Nora, que não tirava os olhos do PSP de Louise – Comprei o sofá!
-Você comprar a sofá? – perguntou Sepp, do outro lado do churrasco.
-Sim! – respondeu Nora com outro grito, fazendo meus ouvidos doerem um pouco.
-Que cor ser? – perguntou ele, arrastando uma cadeira e sentando perto da Nora.
-Verde – respondeu ela, mostrando o console para ele.
Pouco depois, Paul e Uli apareceram e sentaram junto conosco e acabei vendo minha irmã ir dar um passeio com Franz.
-Então – falei, tentando quebrar o gelo – Churrasco legal esse hein!
-Vi que o Bond trouxe o saxofone – disse Ana – Ele vai tocar pra gente?
-Acho que sim – respondi – ele e Fefe foram ensaiar agora.
-Não deveríamos chamar o Manuel pra ficar aqui com a gente? – perguntou Paul – Eu sinto que ele sozinho pode fazer alguma coisa de errado!
-Ele ficar bem – respondeu Uli.
Chris apareceu do nada e puxou uma das cadeiras e sentou-se entre Paul e Ana e tirou de sua jaqueta jeans um baralho de Uno.
- Vamos jogar? – perguntou ele – Estou vendo que esse churrasco pode capengar e detesto quando isso acontece!
-Você não ia jogar Fifa com o pessoal? –perguntou Ana.
-Então Mickey foi atrás do jogo com os primos dele – respondeu Chris, enquanto embaralhava as  cartas.
-Então vamos jogar – respondi.
Sepp e Nora deram um pause no The Sims e resolveram jogar com a gente. Pensamos em chamar Gerd e Louise pra jogar também, mas eles estavam conversando com Franz e Odile. Já Manuel havia sumido de novo e meu namorado apareceu de novo, segurando um prato de plástico com alguns pedaços de carne, peguei uma cadeira e coloquei-a ao lado da minha e ele se sentou.
-Como foi o ensaio? – perguntei, organizando minhas cartas que Chris tinha me dado.
-Foi até que bom – respondeu ele, comendo um pedaço de carne – Conseguimos ensaiar algumas músicas e até que ficaram bem bacanas.
Ele me contou que Manuel havia atrapalhado o ensaio no estúdio do pai dela, dizendo que estava com saudades e queria ficar um tempinho a sós com ela. Ele saiu de lá e o pai dela lhe deu aquele prato cheio de carnes.
-Se você quer saber, eu estou louco para comer aquelas tortas – ele me confidenciou.
Ganhei três rodadas seguidas, até que troquei de lugar com Graham para poder ir comer um pouco.
-Conseguiu começar a ver Bates Motel? – perguntou Ana a Paul, enquanto os dois jogavam.
-Eu vi cinco minutos do piloto e acabei dormindo – respondeu Paul, jogando uma carta na mesa – Mas vou tentar assistir! E você? Começou aquela série de médico que estava a fim de ver?
-House? – perguntou Sepp – Porque eu adorar House!
-Não, é Grey’s Anatomy – respondeu ela – Acabei viciando todo mundo naquele apartamento, menos Fefe, ela não curte muitas coisas românticas!
-Ah sim – respondeu ela – Você já leu aquele livro do Neil Gaiman, o novo que saiu, o Oceano no fim do caminho?
-Santo Deus, vocês vão só discutir sobre livros e séries? – perguntou Chris se irritando – Vocês só falam disso ou é impressão minha?
-UNO! – gritou Nora.
-ACHEI! – Mickey apareceu gritando para nós, segurando o Fifa 13, como se fosse um troféu.
Chris se levantou largando as cartas na mesa foi na direção de Mickey e os dois pularam juntos, colidindo o peito, como os marinheiros dos antigamente faziam.
-YAAAAAY! – gritaram os dois, enquanto todos nós observamos aquela estranha cena.
-É sempre assim? – perguntei para Ana.
-Você não viu nada ainda – respondeu ela.
-PAUL BREITNER! – gritou Chris, apontando para um assustado Paul Breitner– EU TE DESAFIO PARA UMA PARTIDA DE FUTEBOL!
-E EU TE DESAFIO TAMBÉM, GERHARD MÜLLER – gritou Mickey para o seu cunhado, que estava beijando Louise.
-Eu agüentar 90 minutos na campo, ganhar de você será fichinha! – respondeu Müller.
-Eu topo Chris! – respondeu Breitner.
-E o jogo? – perguntou Nora – Quem ganhou?
-Você! – respondeu Sepp – Agora vem, vamos jogar The Sims!
-Aonde vocês vão? – perguntou o Sr. McGold mexendo ainda nas carnes na churrasqueira, quando viu, todos nós entramos de volta para a casa.
-Vamos jogar FIFA, não se preocupe tio – respondeu Mickey.
Fomos para a sala e nos acomodamos no sofá, enquanto Jon terminava de instalar o X-BOX na televisão. A mãe de Felicity nos trouxe mais alguns sanduíches e pedaços de carne, enquanto Bran nos servia mais refrigerantes.
-Manuel, você viu a Felicity? – perguntou a Sra. McGold a Paul Breitner.
-Senhora, eu não sou o Manuel, eu sou o Paul! – respondeu Breitner.
-Ah sim – respondeu ela – Você é o alemão que gosta da Ana!
Ana que estava sentada do lado de Paul ficou roxa de vergonha.
-Err... Madrinha, nós vamos atrás da Fefe, não é meninas? – perguntou Nora a mim e Ana. Nós nos levantamos e subimos as escadas atrás de Nora – Relaxa Ana, a tia Sophie meio que dá essas gafes, nos eventos!
-Fica calma – tranqüilizei a Ana  que ainda estava um pouco corada com aquela situação, enquanto caminhávamos até o corredor – Vocês são uma OTP maravilhosa!
-Mas eu estou saindo com o Entwistle também – falou ela – Estou confusa!
Quando fui responder, ouvi alguns risinhos e alguns gemidos, vindos de um quarto de porta verde.
-Ela esta ai com ele não é? – perguntou a Sra. McGold aparecendo atrás de nós e me dando um susto.
-Acho que sim – respondeu Nora, um pouco sem jeito.
-FELICITY JANE MCGOLD – gritou a mãe, batendo na porta – Eu sei que você esta ai com o Manuel! É melhor sair daí logo antes que eu chame seu pai!
-Já vou mãe – respondeu Felicity. Alguns instantes depois, Manuel saiu do quarto desconcertado e depois Fefe o seguiu, sorrindo.
-Vocês dois estavam fazendo o que dentro desse quarto? – perguntou a Sra. McGold para filha.
-Só estava mostrando meu estúdio fotográfico para o Manu – respondeu Fefe.
-Sei e eu nasci ontem, não é, Felicity?  – respondeu Sra. McGold – Vocês estavam fazendo amor, que eu sei bem!
-Mãe! – disse Felicity – Eu já disse, estava mostrando minhas câmeras para o Manu!
-Acho melhor nós descermos, não é meninas? – falei para Nora e Ana que estavam do meu lado
Nós três deixamos as duas brigando e saímos de perto da briga.
-Meninas, escutem isso! – disse Ana, parando na ponta da escada.
-Então Breitner, vamos deixar esse jogo mais divertido – disse Chris – Vamos apostar algo!
-O que vai ser Chris? – perguntou Breitner.
-Ana! – respondeu Chris – Quem ganhar a leva pra casa!
-Fechado! – os dois trocaram um aperto de mão forte e cada um seguiu para um lado.
-Esses dois são uns filhos da mãe! – respondeu Ana – Me apostar? Onde já se viu uma coisa dessas!
-Relaxa Ana! – disse Nora – Pelo menos você vai ganhar uma carona especial hoje!
Descemos as escadas e nos acomodamos no sofá com os rapazes.
-Venha Bond – chamou Mickey, quando me sentei ao lado do meu namorado – Você fazer a chamada desse jogo!Que nem o cara do UFC!
-Tudo bem – respondeu Graham. Mickey entregou um microfone que estava plugado a um amplificador a ele, enquanto ele pigarreava – Tudo bem vamos lá....IIIIIIIIIIIIIIIIIT’S TIME! DO LADO ESQUERDO TEMOS OS DESAFIANTES, CHRIS ROMANOV E MICKEY MCGOLD, JÁ DO LADO DIREITO TEMOS OS JOGADORES DO BAYERN DE MUNIQUE, ALEMÃES PAUL BREITNER E GERD MÜLLER QUE DEVEM JOGAR FUTEBOL MELHOR QUE ESSES DOIS!
-Cala boca Bond! – disse Chris, enquanto os quatros faziam a pose igual aos lutadores antes da luta começar – Alguém pode tirar uma foto nossa, pelo amor de deus?
-Deixa comigo – falei. Levantei-me, peguei meu celular e tirei uma foto desse momento inesquecível – Pronto!
Os quatro tomaram seus lugares no sofá enquanto Jon inseria o jogo no console. Os alemães escolheram é claro, o Bayern, enquanto Chris e Mickey brigavam se jogariam com o Manchester United ou o Arsenal, por fim acabaram escolhendo o Real Madrid.
-Vai torcer pra quem, Lulu? – perguntou Mickey a Louise.
Ela olhou para o irmão e depois para o namorado.
-Bem, pra ninguém – respondeu ela – Durante esse jogo estou neutra!
-Pois eu vou torcer pro Gerd! – disse Bran.
-Enquanto eu torço pro Mickey! – respondeu Jon.
-Você torcendo pro Mickey? – perguntou Louise – Quanto ele te pagou pra isso?
-Nada, priminha – respondeu Jon dando uma piscadela – Estou fazendo isso de boa vontade mesmo!
-Marie, empresta o seu celular para eu mostrar a foto pro meu pai? – perguntou Felicity. Entreguei o celular a ela e ela mostrou a foto para o pai que também viera assistir o jogo.
-Meu deus – disse ele – Isso parece uma luta do Vitor Belfort contra Chael Sonnen! Coitado desses meninos!
O jogo começou com Mickey e Chris se saindo bem. Os dois conseguiram interceptar vários passes dos alemães, até conseguiram fazer um gol.
-GOOOOOOOOOOL! – Chris Romanov se levantou e saiu correndo gritando pela casa, depois ele voltou e se sentou – Esse gol foi pra você irmãzinha!
-Obrigado, Chris – respondeu Ana, rindo.
Depois, Mickey roubou outro passe de Gerd e fez outro.
-TOMA ESSA MÜLLER! – gritou Mickey.
-Perdendo de dois a zero pra dois universitários, isso ser fim de carreira – comentou Franz.
Gerd bufou de raiva. Breitner conseguiu roubar um passe de Chris e fez um gol. Depois de alguns instantes, Breitner conseguiu fazer outro gol.
-Estamos empatados agora, Romanov – disse Breitner.
-Vamos virar esse jogo, cara! – gritou Mickey, tentando roubar a bola de Gerd, porém ele não conseguiu e Gerd conseguiu fazer mais um gol no momento final do jogo.
-TOOOOOOOOOOOOOOOOOOOR! – gritaram todos os alemães, como se estivessem no final de uma copa do mundo.
Gerd largou o controle do vídeo game no chão e puxou Louise para um beijo quente.
-Droga! Perdemos! – disse Chris.
-Eu disse que você ia perder! – respondeu Breitner.
-Não acredito que perdi cem libras pro meu primo! – murmurou Mickey – cem libras pra convencê-lo a torcer pra mim!
Depois dessa partida épica, outras duplas se formaram como Graham e Franz contra Uli e Jon.  Torci junto com Odile e nossos namorados venceram. Depois por sugestão do pequeno Bran, eles resolveram fazer um pequeno campeonato e Fefe e Louise resolveram participar também. Eles me convidaram e respondi que dessa vez eu só ia ficar na torcida.
Numa das partidas entre Gerd e Paul contra Lulu e Fefe, acabei me entediando e resolvi dar um passeio na pequena estufa da mãe de Fefe.
Enquanto observava as rosas, ouvi Sepp Maier pedindo Nora em casamento no The Sims e Gerd gritando gol durante a partida.
-Eu não saber que você gostava de flores – disse uma voz atrás de mim. Virei-me e vi Uli Hoeness sorrindo para mim.
-Ah eu adoro flores – respondi – Mas não consigo cuidar delas! Elas sempre morrem em minhas mãos!
-Uma pena – respondeu ele, pegando na minha mão e a observando com cuidado – Você ter mãos delicadas!
-Obrigado – respondi, tirando a mão de perto dele.
Ele foi até um dos vasos, tirou uma rosa e me deu.
-Pra você – disse ele.
-Obrigada – agradeci e notei que o dedo dele começou a sangrar por conta dos espinhos da rosa – Uli seu dedo!
-Ah não ser nada! – respondeu ele, colocando o dedo na boca para tentar estancar o machucado.
-Eu posso ajudar vocês! – acabei tomando um susto. A mãe de Felicity estava na porta, nos observando.
Ela foi até uma pequena escrivaninha, abriu uma das gavetas desta e tirou uma pequena caixa de primeiro socorros e dela retirou uma caixinha de band-aid.
-Ponha um desses no dedo dele – falou ela. Tirei um da caixinha, abri-o e coloquei no dedo dele.
-Um beijo pra sarar mais rápido – beijei o dedo dele e ele corou.
-Uli! – Paul chamou-o, aparecendo na porta – É a sua vez cara!
Uli pediu licença a nós duas e foi com seu amigo. Percebi que ela olhava para a rosa e entreguei a ela.
-Desculpe pela rosa – falei – ele tirou daquela roseira ali.
-Pode ficar com você – respondeu ela, me devolvendo à rosa – Foi um presente dele!
Sorri e agradeci-a.
-Notei que você esta tendo uma queda pelo Thor – disse ela.
-Thor? – perguntei – O nome dele é Uli!
-É que ele se parece com aquele ator, o Chris Hemsworth – respondeu ela.
Eu nunca tinha reparado nisso, ele realmente se parecia com o Deus Trovão e por um momento comecei a imaginá-lo com aquela roupa que o Thor usava e ele ficava perfeito.
-Quando conheci o pai de Felicity, ele era igualzinho a ele – disse a mãe de Felicity – Alto, grande e forte. Apaixonei-me logo de cara! Mas com o casamento, as crianças e o trabalho, ele começou a ficar como o seu namorado esquisito!
-Meu namorado não esquisito! – respondi – Ele só diferente!
-Robert também é assim – respondeu ela – E eu nunca deixei de amar aquele homem!
Ela começou a caminhar até a porta, virou-se e sorriu.
-Seu segredo está guardado comigo – disse ela, me dando uma piscadela.
Ela saiu da estufa e Bond apareceu.
-Mon Petit! – disse ele vindo e abraçando-me – Cheguei a final com o namorado da sua irmã! –Ele olhou para rosa e perguntou – Que rosa é essa?
-Ganhei da mãe de Felicity – respondi – Vai jogar contra quem, ursão?
-Paul e Gerd estão jogando de novo contra Mickey e Chris para decidir quem vai jogar – respondeu ele – Agora só nos resta esperar.
Acabei não me resistindo e roubei-lhe um beijo.
-Será que eu ganho outro desses, se eu ganhar o campeonato? – perguntou ele.
Quando fui responder ouvimos um grito na sala.
-LOUISE CHRISTINA MCGOLD, O QUE SIGNIFICA ISSO?
Fomos para sala e vimos Louise com a mão na coxa de Gerd, enquanto os pais dela e os pais da Nora apareciam na sala. Sinto que vai treta!




***



Nora POV

Sepp e eu jogávamos The Sims no psp de Louise na cozinha, enquanto os pais de Fefe preparavam mais sanduíches, já que Tio Robb tinha desistido de assar mais carnes por conta da chuva que apareceu.
-Papai e mamãe irão vir pra cá, padrinho? – perguntei ao tio Robb, enquanto servia um pouco de refrigerante para mim e para Sepp.
-Eu chamei os dois – respondeu ele – Mas não tenho certeza, se apareceram.
Sepp e eu seguimos concentrados montando uma casa no The Sims, até que ele deu um pause no jogo e perguntou:
-Quer casar com eu?
-C-Como assim? – perguntei espantada.
-Casar com eu no The Sims – ele respondeu.
-Casar? – perguntou Tio Robb, mais espantado ainda – Ela só tem 17 anos!
-Não casar desse jeito – respondeu Sepp – Casar ...No The Sims!Eu e ela jogarmos bastante tempo e agora, eu querer casar com ela!
-Ufa, ainda bem que é pelo vídeo game! – disse tia Sophie, aliviada.
-Você aceitar? – perguntou ele.
-Eu aceito! – respondi.
Trocamos um abraço e ele deu um pequeno beijo na minha testa.
-Agora eu querer outro beijo...- sussurrou ele, levantado as sombra celhas de forma cômica e puxando meu rosto para perto do dele e me beijando calmamente.
-Não atrapalha Robert! – ouvi Tia Sophie dizendo.
Soltei-me dos braços de Sepp e acabei sentido que estava ficando corada.
Foi quando ouvimos um grito vindo da sala.
-LOUISE CHRISTINA MCGOLD,  O QUE SIGNIFICA ISSO?- ouvimos aquele grito que mais parecia um  rugido de um leão furioso vindo da sala.
-Parece que meu irmão acabou de chegar - comentou a tio Robb indo para a sala e depois eu, tia Sophia e Sepp o seguimos.
Os pais de Louise, Anthony e Mary McGold haviam acabado de chegar e se deparando com uma cena um tanto quanto chocante para eles: Louise tinha colocado sua mão na coxa de Gerd, enquanto ele jogava vídeo game e aparentemente ela estava acariciando está.
-EU QUERO UMA EXPLICAÇÃO SOBRE ISSO!  - Rugiu Anthony novamente.
-Tony, por favor vai com calma - disse o tio Robb - Não precisa gritar com a menina!
-NÃO SE META ROBERT! - GRITOU TONY NOVAMENTE - ISSO É ASSUNTO ENTRE MIM E MINHA FILHA!
-É claro que eu vou me meter sim - respondeu Tio Robb -Ela é minha sobrinha!E além do mais,foi idéia minha trazer todos eles e vocês aqui em casa, pra esse churrasco!
-Aquela surpresa que você tinha me falado pelo telefone, era...- disse Anthony.
-Acho melhor ela contar - disse tio Robb.
O jovem casal  de ursinhos se levantaram, um pouco  trêmulos do sofá. Louise segurou a mão de Gerd e falou:
-Mãe, pai, esse é Gerhard Müller, atacante do Bayern de Munique e meu namorado!
-Um jogador de futebol, era só o que me faltava! - disse Anthony.
-Muito prazer Gerhard - cumprimentou a mãe de Louise, com um aperto de mão - Eu sou Mary McGold, mãe da Louise e esse é o meu marido mal educado e pai de Louise, Anthony McGold!
Gerd estendeu a mão para Anthony, enquanto este somente o encarava.
-Vamos Anthony! Parece que seus pais não te deram educação! - disse Mary, num tom bravo.
Anthony acabou cedendo e Gerd trocaram um aperto de mão. Nesse instante a campainha toca e tia Sophia foi atender e na sala surgem meus pais, Eddard e Catelyn Smith.
- Achamos que você estava no plantão hoje, Cat - disse Tia Sophie a minha mãe, enquanto ela tirava seu casaco.
-Robert disse que tinha uma surpresa pra nós e consegui a folga - minha mãe é médica e meu pai é empresário - Só não conseguimos trazer George porque ele foi trabalhar com a minha cunhada na clínica veterinária dela.
-Não vai falar Oi pra gente, Norinha?  - perguntou meu pai. Fui até os dois e lhes dei um abraço e depois voltei para lado de Sepp - então é essa surpresa, Robert?
-Que surpresa? -  perguntei.
- Trocou de namorado, é isso? - perguntou meu pai ao Tio Robb.
-Namorado? -respondi - Eu e Ray terminamos já faz umas duas semanas!
-Então como explica o fato de estar de mãos dadas com...Ele? - perguntou minha mãe, apontando para mim e Sepp que estamos mesmo de mãos dadas.
Larguei da mão dele e falei:
-Pai e mãe, este é Josep Maier, goleiro do Bayern de Munique e... Meu amigo!
-É...minha bom amiga, Nora - respondeu ele, fazendo o sinal de positivo com o polegar esquerdo e eu fiz com o polegar direito.
-Sei bem - comentou a minha mãe, dando uma piscadela.
-Então - começou Tia Sophie - Vocês gostariam do que? Um chá? Um refrigerante?
-Uma cerveja bem forte - respondeu Anthony ainda encarando Gerd.
-Vou pegar algumas para nós - respondeu Tio Robb, indo até a cozinha e voltando com algumas latas de cerveja e as distribuindo a todos menos para mim, Anastácia e Louise dizendo que nós não tinhamos idade para beber.
-Mal sabem eles que eu bebo vodca com o meu pai desde os 14 anos! - disse Ana, num tom bravo.
-Maninha, papai só deixou você beber uma única vez! - respondeu Chris.
-Então, a que brindamos? - perguntou Ned.
-Aos novos casais? - sugeriu tia Sophie.
-Aos novos casais! - todos entoaram em coro.
-Mal sabem eles que eu bebo desde a minha festa de debutante! - comentou Louise.
-Quando eles forem pra cozinha, eu pego umas cervejas pras três - disse Breitner.
Mesmo sob protestos Mary levou Anthony para a cozinha, junto com os meus pais e os pais de Fefe, já que segundo a mãe de Louise a sala estava repleta de gente jovem que queria “curtir” um pouco daquele churrasco. E como prometido Breitner pegou algumas cervejas pra nós três, sendo que eu tive de rachar uma com a Ana já que ela estava com medo de beber e ficar de porre.
-Fefe, por que você não toca uma música pra gente? - sugeriu Mickey.
Bond e Fefe foram até o estúdio e voltaram para a sala cada qual com seu instrumento: ele com o saxofone e ela com sua guitarra vermelha e um pequeno amplificador. Jon também ajudou trazendo dois microfones para eles.
O pequeno show começou com eles atacando de St. James Infirmary, um clássico do blues. Depois Fefe fez uma linda versão acústica de Mardy Bum do Arctic Monkeys.
-A próxima música é uma composição minha - disse Felicity no microfone - Ela se chama Germany In Love e quero dedica - lá a Odile e Louise e seus namoradinhos!
A música falava sobre duas amigas que viajavam pra outro país para assistir um jogo de futebol de um time alemão e lá as duas conquistaram os corações das principais estrelas do time: o capitão e seu principal atacante.
-EU AMEI! -gritou Odile, ao fim da música e indo abraçar Fefe junto com Louise.
- Foi um dos melhores presentes que nós já ganhamos! - disse Louise.
-Fico muito feliz que vocês tenham gostado da música - agradeceu Fefe- Agora é a vez do Bond cantar!
-E- eu cantar? - gaguejou Bond - Eu não sei cantar!
-Ora não minta, Ursão,  isso é feio demais! - ralhou - lhe Marie - É claro que você sabe cantar!
-Eu não posso cantar na frente desses estranhos! - disse Bond.
- É claro que você pode, Ursão!  - respondeu Marie - Se você consegue cantar chuveiro, então consegue cantar pra eles!
Bond relutou um pouco e por fim aceitou.
-A próxima música - anunciou ele no microfone, um pouco assustado - é uma explícita declaração de amor que eu escrevi para minha namorada durante uma aula vaga e a música se chama Baby Can't it Be True.
Quando Bond começou a cantar todos nós surpreendemos com o poder da voz dele. Parecia uma mistura delicada de Frank Sinatra com Muddy Waters. Enquanto ele canta cantava, todos os adultos apareceram na sala.
-É o gordinho que esta cantando? - perguntou minha mãe.
-Por incrível que pareça, sim - respondi.
-Acho que vou convidar esse menino para a minha banda - comentou Tio Robb.
-Talvez assim ela acabe ficando famosa - respondeu Tia Sophie.
Quando ele terminou de cantar, a pequena platéia explodiu em palmas. Marie correu até ele e roubou-lhe um beijo, deixando o gordinho sem ar.
-Ele cantar muito melhor que Franz na noite do karaokê - comentou Sepp comigo.
-Você também canta? - perguntei.
-Canto, às vezes - respondeu ele  - Mas que se empolgar mais é Franz, Gerd e Paul.
Enquanto minha mãe e tia Sophie traziam da cozinha alguns pedaços de tortas em pratos de plásticos, eis que Louise se levanta e fala.
-Por que não fazemos um momento de karokê?
-Karaokê? - perguntou Odile - ninguém aqui sabe cantar!
-Eu saber cantar - respondeu Franz à sua namorada - Gerd também cantar!
Fefe plugou os microfones e colocou o dvd do karaokê, enquanto Franz tentava convencer sua namorada a cantar com ele.
-Mas eu não sei cantar! - respondeu Odile.
-Eu também não - respondia Franz - Mas eu cantar sempre!Eu gosto de cantar!
-Façamos assim, primeiro você canta com o Gerd e depois comigo, o que acha? -sugeriu ela.
-Tudo bem - concordou Franz.
-Ah, quero vocês dois cantando Frank Sinatra - sugeriu Odile outra vez.
Franz e Gerd começaram a resmungar entre eles sobre qual música do Sinatra eles deveriam cantar, enquanto Sepp resmungava ao meu lado.
-Isso não ser bom - dizia ele - Isso não ser nada bom!Eles não saber cantar e eu tenho certeza que os vidros desse casa irão quebrar!
Acalmei Sepp dizendo que tudo ia dar certo e depois tive que acalmar Tia Sophie, que também estava com medo dos vidros se quebrarem com aquelas cantorias todas.
-Os dois vão cantar o que? - perguntou Fefe.
-Fly Me To The Moon do Frank Sinatra, Felícia - respondeu Gerd.
Fefe um pouco brava entregou o microfone aos dois e deu espaço aos dois cantores. Franz contou até três e os dois começaram cantar.
O que surpreendeu todos nós foi que os eram ótimos cantores, conseguindo cantar a música quase num inglês perfeito e também vidros continuaram intactos enquanto os dois cantavam.
-Olha, até que eles não cantam mal - respondi,comendo um pedaço de torta.
-É porque você não os viu bêbados - respondeu Sepp - Cantando músicas sobre futebol as duas da manhã!
Quando a dupla terminou de cantar, todos nós aplaudimos de pé. Odile abraçou o seu Kaiser dizendo que se ele quisesse largar o futebol e virar cantor, ela o apoiaria. Já Louise apenas abraçou e beijou o seu ursinho. Os quatro se sentaram no sofá e foi a vez do casal nerd, Paul e Ana se levantaram e pegaram os microfones
-Eu tenho tirar uma foto desse momento! - gritou Chris, tirando uma foto dos dois com seu celular.
-Tudo bem, chega de fotos! - disse Fefe - O que os dois vão cantar?
-Ain’t No Mountain High Enough do Marvin Gaye - respondeu Ana, um pouco envergonhada.
-Vocês dois, sabem mesmo cantar? - perguntou Fefe.
-Sabemos! - responderam os dois em coro.
Fefe soltou a música, Paul começou a cantar, surpreendendo a todos nós com o seu poder de voz. Mas pelo o que nenhum de nós imaginava era a voz de Ana, cantando, tão delicada, que combinava com a voz potente de Paul. Os dois se empolgaram tanto que até começaram a dançar com a música.
-Acho que vocês poderiam largar tudo e virarem um novo “She & Him do Soul”! - comentou Fefe, quando os dois terminaram de cantar.
-Não sabia que você cantava tão bem assim, irmãzinha! - disse Chris.
-Nem eu sabia disso, Chris - respondeu Ana.
Louise se levantou e pegou um dos microfones.
-Vamos ursinho - chamou Louise - Eu quero cantar “Sugar, Sugar”  com você!
-Por que você não canta com o Christopher, filha? - disse Anthony surgindo do nada na sala.
-Mas eu quero cantar com o meu ursinho! - respondeu Louise, impaciente.
-Acho que o chucrute, quero dizer, o Gerd esta cansado, minha filha - replicou Anthony.
-Tudo bem ursinha - respondeu Gerd - Eu não saber esse música, pode cantar com o Chris!
Chris se levantou do sofá e Fefe lhe entregou um dos microfones.
-Pronta? -perguntou ele.
Louise contou até três e Fefe soltou a música. Os dois cantaram de forma doce e calma,sob os olhares atentos do pai dela.
-Sabe, nós poderíamos cantar algo - comentei com Sepp, enquanto os dois cantavam.
-Nós dois? - perguntou ele - Eu não saber cantar!
-Eu também não - respondi - Mas acho que nós formaríamos uma bela dupla!
-Se eu cantar,eu ganhar algum presente? - perguntou ele.
-Talvez - respondi - Se cantar bem, posso até te dar um beijinho!
Ele aceitou cantar comigo e acabou me beijando de novo.
-Era para depois! - comentei, rindo.
-Eu sei,mas não agüentar de vontade! - respondeu ele.
A apresentação dos dois já estava quase no fim, quando vimos que Louise e Chris estavam alcançando a maior pontuação no karaokê.
-Nossa Fefe, ela canta melhor que você! - disse Jon.
-Canta nada! - respondeu Fefe, um pouco enciumada.
-Canta sim! - respondeu Anthony - Já estou vendo ela nos grandes musicais da Broadway!Tudo o que ela tem que fazer para chegar lá, é largar esse alemão!
-Tio, vai com calma ai no ciúmes! - alertou Fefe.
Os dois terminaram de cantar e todos nós aplaudimos a dupla.
-Você tem uma voz realmente doce - comentou Chris com Louise - Você parece um rouxinol cantando!
-Obrigado - respondeu Louise, sem jeito - O que você achou ursinho?
-Vocês cantaram muito bem - respondeu Gerd, fuzilando Chris com os olhos.
-Então,é a vez de quem? - perguntou Fefe.
-Nossa - respondi, puxando Sepp.
-Você vai mesmo fazer isso? - perguntou Franz à Sepp.
-O que eu não faço por ela - respondeu Sepp.
-Tem certeza que você vai cantar? - perguntou-me Fefe - Porque você se lembra do desastre que foi, quando fizemos a noite do karaokê,há uns meses atrás, não se lembra?
-É claro que eu me lembro - respondi - Mas dessa vez não vou me empolgar tanto,como da última vez! Eu prometo!
-Tudo bem - respondeu Fefe - O que vocês vão cantar?
-Candy do Iggy Pop - respondi.
Fefe nos entregou os microfones e colocou a música para tocar.
Quando a música começou, Sepp não conseguiu cantar as partes do Iggy Pop, então acabei ficando com as partes dele e ele ficou com as da Kate Pierson. Quando chegou o refrão da múisca,nós já estavámos cantando em perfeita sintonia.
-É a Nora? Cantando? - ouvi meu pai falando.
-Por incrível que pareça, sim! - respondeu Fefe.
Continuamos a cantar e do nada começamos a dançar no ritmo da música, fazendo nossa pequena platéia pirar. Quando a música terminou, acabei não me contando e agarrei Sepp e roubei-lhe um beijo. Meu pai e o pessoal acabaram ficando boquiabertos.
-Isso foi demais! - gritou Mickey - Foi tipo a melhor apresentação num karaokê que eu já vi na minha vida!
-Obrigada - respondi, tentando retomar o folêgo.
Foi quando ouvimos a campainha tocar e Tia Sophie apareceu na sala com o meu irmão George e meu melhor amigo,George Harrison.
-Geo! - falei,abraçando ele - Há quanto tempo, a gente não se vê!Estava morrendo de saudades!
-Estava morrendo de saudades de você também, minha gatinha! - respondeu ele, me abraçando mais forte ainda.
Dei um abraço em meu irmão e depois peguei na mão de Harrison e levei-o até Sepp.
-Geo, este é Sepp Maier e Sepp,este é George Harrison, meu melhor amigo - falei.
-Como vai? - Harrison estendeu a mão para Sepp e os trocaram um aperto de mão simples.
-Eu vou bem - respondeu Sepp, um pouco bravo.
Notei que  Sepp estava com um pouco de ciúmes de George, o que me fez rir um pouco.
-O que os bons ventos te trazem aqui?
-Acho que não são bons ventos - respondeu ele.
-É melhor você se sentar - disse o meu irmão. Sentei-me no sofá e Sepp e Harrison se sentou ao meu lado - É sobre o Verão, Nora.
-O que tem ele? - perguntei. Meu gatinho estava internado na clínica veterinária da minha tia e todos os dias eu ligava para lá, para saber saber como ele estava.
-É difícil de dizer - respondeu meu irmão - Tia Sam estava fazendo um exame ele, por conta da doença inflamatória intestinal que ele estava tendo e ele acabou tendo uma parada cardíaca...
-Ele não acabou resistindo - disse Harrison - Ele morreu Nora.Sinto muito.
Senti o mundo desabar ao meu lado.
-Não! Não! NÃO - comecei a chorar e abracei Harrison.
-Nós tentamos fazer de tudo - respondeu ele.
-O que aconteceu? - perguntou meu pai.
-Verão, papai, ele morreu! - respondi, soltando-me dos braços de Harrison e abraçando  meu pai.
-Quem ser Verão? - sussurrou Gerd pra Louise.
-Era o gatinho dela - respondeu Louise.
Meu pai me consolou e depois abracei Fefe.
-Calma, vai ficar tudo bem - disse ela – Sepp, vá buscar um pouco de água, por favor!
Sepp voltou  com um copo de água e me entregou,tomei-o por insitência de Fefe.
-Tá mais calma? - perguntou Fefe.
-Não! - respondi, voltando a me debulhar em lágrimas. Fui consolada dessa vez por Sepp e ele me levou para cozinha, para assim o resto do pessoal voltar a jogar video game. Lá meu irmão e George Harrison contaram aos adultos o que tinha acontecido com o meu gatinho.
-O legista vem pela manhã, para realizar a autopsia - respondeu irmão.
-George,será que na clínica da sua tia, eles realizam cremações? - perguntou minha mãe.
-Não sei, mamãe - respondeu meu irmão - Vamos ter que ligar pra tia Sam pra saber!
-Não quero que o Verão seja cremado! - protestei, ainda nos braços de Sepp - Quero que ele tenha um enterro digno!
-Um enterro, mas aonde? - perguntou meu pai.
-No jardim de nossa casa - respondi - ao lado de Fluffy e Tom!
Depois de muita discussão entre os adultos, eu, Fefe e até Sepp, que se meteu dizendo que:
-Ela ser dona da gato,os vontades dela devem ser respeitados!
Enfim meus pais concordaram em fazer o enterro no jardim de casa. Consegui para chorar, mas ainda estava na pior,queria ficar com Sepp,mas com todos ali,não iria rolar.
-Sepp, esta na hora de irmos! - disse Paul, aparecendo na cozinha.
-Mas já? - perguntou Fefe - Ainda é cedo!
-Guardiola acabou de me ligar - respondeu o alemão descabelado - Ele quer que a gente volte já pro hotel!
-Não podem ficar mais umas duas horinhas! - sugeriu Fefe.
Fefe tomou o celular de Paul e ligou para o Guardiola,mas sem sucesso, não conseguiu convencer o técnico espanhol. Assim, começou o momento despedida entre nós e os alemães.Paul avisou aos outros alemães que ele iria levar a Ana e depois voltaria para buscar todos.
-Não precisa, Paul - respondeu Ana, se esquecendo que seu irmão apostou com o alemão, pra saber quem a levaria para casa - Eu volto com a Fefe!
-Não insisto! - respondeu ele- Por favor!
Ela aceitou,depois de muita insistência por parte dele. Acabou que Franz,Manuel voltaram no carro de Fefe junto com Odile. Já Sepp e Uli voltaram no carro de Mickey, junto com Louise e Gerd.E Bond levou de volta sua garota,Chris e as tortas que sobraram.
Me despedi dos meus pais, dos meus tios e dos pais de Louise.
-Se precisar de eu,me liga - disse Sepp à mim. Trocamos um último beijo, antes de eu entrar no carro de Geo, que ficou de me dar carona, junto com meu irmão.
-Tudo bem - respondi - Até logo,Sepp.
Durante a maior parte do caminho, voltamos em silêncio,até que Geo o quebrou contando sobre estar apaixonado por Mary Anne McCartney, porém não podia contar para ela por conta do namorado barra pesada dela, Roger Daltrey e ainda tinha o irmão, Paul,que era seu melhor amigo.
-Então, Keith Moon esta espalhando aos quatro ventos que vocês ficaram, na biblioteca - comentou meu irmão, um pouco enciumado.
-Sim,é verdade - confirmei, enquanto tentava controlar minhas lágrimas - Ficamos a semana passada inteira juntos. Ele até que beija bem,sabe?Mas só fiz isso pra me vingar do Ray!
-Ele falou isso também - comentou Geo - O que aconteceu?
-A prima dele, Jenna, apostou que ele não conseguiria ficar com uma caloura - respondi, chorando ainda mais - E bem,ele conseguiu! Depois, parou de me dar atenção,ainda me largou na festa de Hallowen sozinha e depois terminou comigo!
-Dizem por ai que ele esta fazendo um inferno na vida de Annie Collins - comentou Geo.
-Isso é bem a cara dele mesmo - respondi.
Chegamos a faculdade e me despedi do meu irmão. Geo, acabou me levando até o apartamento, onde no hall, encontramos Paul e Ana se beijando.Eles ficaram meio sem jeito e me pediram desculpas.
-Tudo bem - respondi, enquanto abria a porta do apartamento - Prometo não contar pra ninguém do que vi!O segredo de vocês esta bem guardado!
Deixei os dois ainda desconcertados na porta e fui tomar um banho,enquanto Geo preparava um chá para nós. Quando sai, vestida com o meu pijama, Ana me contou tudo o que aconteceu.
-Primeiro,Paul falou da aposta e acabamos meio que brigando por isso - disse ela, enquanto tomavamos chá,junto com Geo, no sofá da sala - Ai do nada ele falou que eu viu o Enty no shopping e ainda disse que sabe que eu saindo com ele e ai eu me revoltei!
-A briga deve ter sido feia - comentei.

-E foi! - respondeu ela - ele jogou na minha cara que eu estava brincando com os sentimentos dele, o que era mentira!Ele estava brincando com meus sentimentos! Ai quando eu ia responder, ele me roubou um beijo!Mas não foi um desses beijos!Foi um beijo daqueles!Desses quando você para de beijar a pessoa, tem que recuperar o folego e foi isso o que aconteceu!Ai quando você e o George chegaram aqui, acabaram pegando nós dois no flagra!

Não me aguentei e tive de rir,até Geo não se aguentou e começou a rir junto.

-Foi mais engraçado que eu e Sepp, casando no The Sims - comentei.

-Espera, vocês se casaram no The Sims? - perguntou Ana rindo.
-Como isso aconteceu, perguntou Geo? - perguntou Geo.
-Nós jogamos The Sims juntos já faz um tempo - contei a eles- sempre a noite,construimos uma casa cheia de gatos e mobíliamos tudo! Ai no churrasco,quando estavamos na cozinha, ele me pediu em casamento e de quebra acabamos ficando, na frente dos pais de Fefe!

-E eles não atrapalharam? - indagou Geo, ainda mais curioso.

-Não - respondi - Eles são de boas! Diferente dos meus pais, que demoraram a entender o meu rolo com Sepp!

Ana rui deste meu comentário e me mostrou o presente que Paul havia dado para ela, um livro de capa dura azul com letras pretas, chamado O Anjo Azul. Comentei que já havia visto o filme e era lindo. Pouco depois Fefe e Marie chegaram. Fefe nos contou que Manuel havia pedido ela em casamento.

-Falei pra ele ir com calma - contou ela - Ele é sempre muito apressado!Depois disse a ele que acabamos de começar a namorar, e essas coisas de casamento a gente deixa pra depois.

Marie nos contou que voltou para a casa para não fazer amor com Graham e ainda conseguiu trazer uma torta para nós. Dividimos ela entre nós e depois Geo se despediu, dizendo que amanhã iria me acompanhar no velório do meu gatinho. Depois que Geo se foi, acabei indo tentar dormir, mas voltei a chorar, pensando no meu gatinho.
Acabei acordando no outro dia, as 11 da manhã. Era domingo e ia ter jogo do Bayern x Arsenal pela Liga dos Campões. Quando sai do quarto, encontrei Louise e Odile vestidas com as camisas iguais a de seus namorados, tentando convercer Fefe de ir ao jogo com elas.

-Por favor, Fefe! - disse Louise - Manuel e os rapazes ficaram felizes de verem você na arquibancada!

-Eu já falei meninas! - disse Fefe - Vou ficar aqui com Nora! Meu namorado vai entender que no momento eu preciso ficar com a minha amiga!
-Você não vai, Ana? - perguntou Odile.

-Não vou - respondeu Ana - Já avisei o Pauly por mensagem que vou ficar aqui também!

-Maninha, diga ao Uli que eu estou torcendo por ele! - disse Marie.

Quando elas estavam indo embora, chamei-as.

-Odile, Louise! - falei - Avise ao Katze que eu estou torcendo para ele defender muitos gols!

-Pode deixar! - respondeu Louise.

Quando elas se foram, Fefe me fez tomar café - da - manhã, enquanto contava-me que meus pais haviam telefonado para me falar que o corpo do meu gatinho iria para a casa dos meus pais às 15:00. Acabei assistindo o “esquenta” do jogo e depois Fefe mandou que eu tomasse banho, fui para o banheiro, tomei-o e vesti uma blusinha preta, uma jeans preta e uma sapatilha preta. Quando voltei para a sala, encontrei Fefe tocando o seu  violão e cantando alguma coisa.

-Escute, essa é para você! - falou ela.

Ela cantou uma cançã sobre uma menina que adotava um gatinho, num dia frio de inverno, de como ele era pequeno e quente como um dia quente de verão. Os dois cresceram juntos e a menina começou a escrever histórias sobre o gato. Até que num dia chuvoso de outono, o gato a deixou e ela sofreu bastante.

-Mas não se preocupe menina do outono, um gato ruivo alemão cuidará de você, nesses dias de cinzentos - cantarolou ela para mim.

Não aguntei e comecei a chorar de novo. Foi uma das coisas mais lindas que já haviam feito para mim. Abracei Fefe e ela começoua a chorar junto comigo.

-Fico feliz que você tenha gostado - respondeu ela,tentando controlar suas lágrimas.

-Eu não só gostei, eu amei! - respondi, chorando mais ainda.

Fefe foi se arrumar e eu acabei assistindo o começo do jogo com Marie e Ana. Depois as duas foram se arrumar também.

Quando todas nós estavamos prontas, Fefe nos levou para casa dos meus pais, que ficava a alguns metros da casa dos pais delas. Lá encontramos os meus pais, os de Fefe,de Louise, George Harrison, John Lennon e meu irmão. Almoçamos todos juntos e depois, meu irmão e meu pai foram buscar o corpo do meu gatinho na clínica vetenária da minha tia.

Minha mãe colocou algumas cadeiras no jardim e uma mesa no centro. Pouco depois, meu pai e meu irmão chegaram, junto com meus tios e minha prima Angie. Meu irmão trazia uma caixa de sapatos nas mãos e chorava, ele coloco-a na mesa e abriu-a. Foi onde eu vi, Verão, em volto de flores e comecei a chorar. Fefe me segurou para que eu não caisse, mas o mundo desabava ao meu lado.

-Calma - dizia ela também.

Angie me abraçou chorando também. Depois foi a vez dos meus tios. Tia Sam me disse que fez de tudo para salvá-lo e meu Tio Tom disse-me que tudo ia ficar bem. Tio Robb e Tia Sophie me abraçaram também.

-Ele deve estar num mundo cheio de novelos de lã e peixes! - disse Tio Robb.

-Ele vai ficar bem! - garantiu Tia Sophie.

Continuei a vela-lo junto com as meninas,até que Fefe resolveu mostrar sua composição ao pessoal.

Enquanto ela cantava, eis que vi um pequeno grupo se aproximando, estretei os olhos e vi, eram os alemães que tinham vindo para o churrasco, junto com Odile e Louise. Os cinco estavam suados e fedidos por conta do jogo,e cada um trazia uma rosa branca. Ele se aproximaram de mim e me deram cada um abraço e a rosa. Por fim, o último foi Sepp, que trazia em suas mãos um buquê de rosas brancas e vermelhas.

Ele me abraçou e depois entregou-me o buquê de rosas.

-Por favor, não chora! - disse ele, limpando minhas lágrimas com suas enormes mãos. Abracei-o novamente e desejando nunca mais sair daqueles braços.

Fefe terminou de cantar e me incentivou a falar algumas palavras. Ela pediu silêncio e todos voltaram sua  atenção em mim.

-Bem, sei que é dificíl falar, na situação que me encontro no momento - falei, tentando me acalmar, enquanto segurava a mão de Sepp - Mas vou tentar dizer algumas palavras.

“Num dia de inverno, enquanto voltava para casa depois da escola, encontrei numa caixa de papelão, um gatinho bem pequeno, ele era cinza com pequenas listras pretas. Ele se encolhia de tanto frio, peguei-o e coloquei ele dentro do meu casaco, para mantê-lo bem quentinho. Levei ele para casa e perguntei aos meus pais se poderia ficar com ele e depois de muitas conversas com os dois, eles deixaram, mesmo receosos, pois nós havíamos acabado de perder nosso cão, Fluffly e nosso gato, Tom.”

“Então chamei esse pequeno gatinho de Verão, já que ele era como um dia de verão. Crescemos juntos e eu comecei a escrever histórias sobre ele, como Fefe mostrou na canção e quando fui para a faculdade, queria levá-lo comigo, mas por conta da doença que ele teve, acabei deixando ele aqui com os meus pais. Há algumas semanas ele teve uma recaída e foi pro veterinário. E ontem... Ele faleceu”.

-Enfim, eu só queria dizer que... Ele foi um dos meus melhores amigos… - falei, chorando ainda mais - E que ele nunca saíra da minha memória. Adeus Verão.

Todos me aplaudiram, enquanto eu me enterrava no peito de Sepp, chorando ainda mais.

-Chegou a hora de enterrá-lo - disse Geo, para mim.

Meu pai fechou a caixa de sapatos e todos foram para uma parte afastada do jardim, onde meu pai tinha cavado uma pequena cova, embaixo da árvore que nós tinhamos. Ele colocou a caixa de sapatos dentro da cova e Geo e Sepp a cobriram com terra. Quando eles terminaram, coloquei as flores que os alemães haviam me dado e o buquê em cima da pequena cova.

-Adeus Verão - murmurei novamente.

-Auf Wiedersehen  - murmurou Sepp ao meu lado.

Voltamos para a minha casa em silêncio. Até que eu quebrei o gelo.

-Você quer tomar um pouco de chá? - perguntei.

-Eu adorar - respondeu ele.

***


Durante o treino de terça-feira, Sepp Maier treinava com outros companheiros de time cobranças de pênaltis. Até quando seu amigo, Gerd Müller cobrou um pênalti bem ao seu estilo, forte e rápido, como uma bomba, fazendo que Sepp não conseguisse pegar. Foi quando Sepp, escutou um miado atrás do gol.
-Está ouvindo isso? - perguntou Sepp a Gerd.

-O que? Esse miado? - perguntou Gerd - Acho que está vindo de trás do gol.

Sepp saiu do gol e foi atrás dele.

-Olha só o que temos aqui!  - disse ele, ao encontrar um filhote de gato, atrás do gol. O pequeno bichano era quase do tamanho da palma de sua mão e era laranja como seu cabelo - O que você faz ai atrás do gol? Se perdeu de sua mamãe? Veja Gerd, o que eu achei!

-Um gatinho! - comentou Gerd - O que vai fazer com ele? Vai dar pra de presente para a amiga da Felícia?

-Exatamente! - respondeu Sepp - No Natal!

-O que você achou ai, Sepp? - perguntou Franz.

-Um gatinho! - respondeu o goleiro.

-A menina que gosta de gatos vai adorá-lo - comentou o capitão do time.

-Ei Pep, você poderia cuidar dele para mim, até o final do treino? - perguntou Sepp, levando o gatinho até o técnico.

-Tudo bem, Maier - respondeu o técnico.

No final do treino, quando dava um pouco de leite para o gatinho, a quem chamou de Godard, em homenagem ao cineasta favorito de Nora, Sepp mandou uma mensagem para ela.

“Tenho uma coisa para você!” , disse ele num sms.

“O que é?! Estou curiosa!”, respondeu Nora.

“Só no Natal! É uma surpresa” , respondeu ele com outra mensagem.

-Por enquanto, Godard - disse ele, cuidando do gatinho que se encolhia perto de suas mãos - Você será meu novo companheiro de quarto! Até o Natal, onde você vai conhecer sua nova mamãe!