Olá, pessoal!
Tenham uma boa tarde e fiquem com novo capítulo.
Capítulo 6: Blue Eyes
Louise POV
O que estava sentindo no momento? Bom, estava respirando fundo, ouvindo meu coração batendo forte e rápido e as mãos suando. Estou demorando em perguntar ou falar algo.
-- Cansei de formular as palavras, vou ser direta. Não devia estar aqui. Pra mim, você confundiu um pouco a ficção com realidade.
-- Como é? – Gerd parecia não entender.
-- É isso mesmo. Não pode estar me amando. Nos conhecemos há pouco tempo e de repente você está assim.
-- Não confundi. – Ele insistia ainda naquilo. -- Tenho sentimentos muitos profundos por você, loirinha. Tão profundos quanto o oceano, eu realmente te amo.
Mesmo me recusando acreditar, a declaração dele me pegou de um jeito surpreendente. Não me lembro de ter ouvido algo parecido vindo do Davy ou de algum outro. Para tanto senti aquela onda de calor nos pulsos. Era um sinal. Quando me dei por mim, ele beijou minha mão e depois me puxou para perto dele e em seguida um beijo. Que beijo maravilhoso! Quente, envolvente, delicioso.
Paramos para recuperar o ar e eu praticamente fiquei abalada.
-- Não! Vai embora! Não posso! Não posso me entregar assim.
Era verdade. No fundo, acreditava que Davy retornaria para mim e desta vez seriamos um só. Voltando a ser a dupla dinâmica.
-- Vai embora, Gerd! – Fui até a porta e abri. – Amanhã fale com Dianna e desfaça esse erro. Não pode ocorrer nada entre nós!
-- Bonequinha linda! – De novo não. Aquela sensação e ainda mais me abraçando por trás. – Me deixe ser seu!
Ele beijou meu pescoço e me arrepiei. Mais sensações e tão boas. Fechei a porta e ele me virou. Trocamos outro beijo e mais forte e prazeroso. E no quarto... Aconteceu de tudo e mais um pouco.
Quando acordei, eram quase oito da manhã. Olhei no chão as roupas espalhadas por aí e ao meu lado... o urso alemão. Procurei lembrar o que houve na noite passada e consegui. Uma onda de culpa me invadiu e de repente a campainha toca. Vesti meu robe e fui abrir a porta. Era Davy.
-- McLovely!
-- McCutie! – Fique verdadeiramente com medo. – O que faz aqui?
Ele entrou no apartamento e olhou atentamente.
-- Queria saber se está tudo bem. – Respondeu, com cara normal e tranqüila. – Se importa se eu for pro quarto pegar minhas coisas que restam?
Droga! O que poderia dizer a ele? Como não pensei, acabei deixando-o entrar e eu rezei mentalmente. Agora eu dancei legal, comentei para mim mesma. No entanto quando Davy saiu do quarto, ele carregou mais uma mala.
-- Obrigado, Louise. – Ele me agradeceu, educado. – Te vejo hoje de manhã no estúdio.
Por uns momentos pensei que Gerd tenha se escondido. Procurei no quarto e não havia ninguém. E nem as roupas. Abri a porta do banheiro suíte e lá estava ele no box.
-- Eu não sabia que o anão estava aqui.
-- Vai embora, Gerd! – Mandei. –Nós não deveríamos ter feito isso! Eu ainda estou com Davy e...
-- Bonequinha, linda, ursinha, mein liebe. – Ele me puxou para perto e me encheu de beijos. --Você é minha! Esqueça o anão. Eu sou seu e você é só minha!
Fizemos amor no chuveiro e foi tão bom, gostoso. Apesar da euforia e prazer, ainda não me sentia bem. Seguimos para o apartamento de Odile, um duplex. Gerd segurava minha mão. Olhei para ele, incrédula e afastei. Deixei minhas coisas num dos quartos que era meu camarim e fui para o estúdio improvisado.
-- Odile... preciso conversar com você e...
Sem querer peguei Odile no flagra. Ela e sua paixão por ruivas. Por um momento achei que era Rosie Donovan, a namorada do melhor amigo dela, George Best. Para meu desagrado... Era Joanna Martin.
-- VOCÊ! – Gritei.
-- Lulu... Desculpa... foi mal... – Odile saia do meio das pernas dela e ria.
-- Esqueça!
Voltei para o quarto e fui me preparar para tal cena. Por cerca de uma hora só fiquei lendo para decorar. Fefe me chamou para a gravação e fomos para o estúdio. Ali estava uma cama de casal. Gerd também apareceu. Tanto eu quanto ele estávamos tensos e nervosos. Ele tirou o roupão, revelando aquele corpo maravilhoso e usando uma cueca boxer. Naquele momento fiquei vermelha. E na minha vez parecia ter voltado à adolescência. Mesmo usando sutiã, ainda me sentia tímida.
-- Muito bem... – Avisava Odile. De repente a voz dela se transformou num misto de ódio e nojo para mim. – Estamos prontos?
Mickey apareceu com aquela claquete digital, mostrando na câmera.
-- Cena da cama com Poppy e Felix, tomada 1!
-- AÇÃO!
Um fato sobre mim. Não costumo errar minhas falas e quando isso acontece, são raras vezes. Mas ali num dado momento, eu errei demais.
-- CORTA! – Odile ordenou e depois veio até mim. – Está tudo bem, Louise?
Como queria enfiar um soco na cara daquela francesa. Mordi a língua e menti.
-- Sim! Estou bem... – Respirei fundo. – Estou distraída!
-- Eu vou expulsar o Davy e a Di!
-- NÃO! – Gritei. -- Estou bem!
Repetimos a tomada da cena e não errei mais. Num outro momento, Gerd (Felix) tinha que tirar meu sutiã e me beijar mais. Rezava para Davy e Dianna não verem isso. E outra vez um corte na cena. Franz entregava uma camisinha Gerd. Ao que parece ele se excitou. Ele colocou a camisinha e voltamos para nossas posições. Antes de Mickey mostrar a claquete, fiquei nervosa. Não deveria estar já que gravei cenas assim de nudez antes, seja com Davy ou com outro ator. Mas com Gerd parecia ser... estranho. Ele percebeu e tocou minha mão.
-- Vai ficar tudo bem... – Ele dizia, baixinho evitando que alguém ouça.
Neste momento Odile caminhou até e me olhou daquele jeito terno.
-- Sei que esta assustada, mas você consegue. Qualquer coisa você grita que eu paro.
Ela beijou minha testa e voltei minha atenção com Gerd. Me concentrei e segui a cena. Ignorei praticamente quem estava vendo as gravações. Apenas eu, Poppy e Gerd como Felix estavam ali, na cama, reproduzindo os mesmos movimentos que fizemos na noite passada. Ao final dos movimentos, atingimos o clímax e deitei esparramada nele e inconscientemente nos abraçamos. Não pude ouvir o grito de corte do final da cena. Simplesmente dormi e alguns diziam que desmaiei. Acordei no quarto de Odile e ao meu lado estavam minhas roupas.
Quando terminei de me vestir, dei de cara com... Emma Carlisle.
-- Emma? O que faz aqui? – Indaguei, assustada.
-- Acabar com sua raça, hobbit dos infernos!
Odile POV
Com o fim das gravações e levando Lulu para meu quarto, guardei os objetos e fui conversar com Felicity e Mickey, que ajudavam com o elenco nas falas ou nos figurinos e maquiagem.
-- Louise está tão estranha. – Comentei. – Aconteceu algo?
-- Tirando o fato do Davy ter pedido um tempo para ela... não sei. – Respondeu Mickey. – Ela está diferente, mas só me contou sobre o anão.
-- Ela não te pegou no flagra com “alguém”? – Fefe havia jogado uma indireta e sei perfeitamente que era para Joanna.
-- Sim... Foi com a...
-- Eu sabia! – Exclamou Fefe. – Louise te avisou sobre ela e mesmo assim ficou com a ruiva? Não deveria esperar uma reação boa, Odile.
Meses antes Louise havia se queixado para mim sobre Joanna. Ela havia arruinado o namoro de Alice e Michael Palin e depois quase destruiu o dela com Davy, na época quando os dois estavam começando. E mesmo sob essas verdades e inclusive Davy confirmando, não acreditei e acabei me apaixonando por ela. Me senti culpada.
-- Sou uma babaca mesmo! – Exclamei. -- Vou falar com ela, pedir desculpa e me redimir.
Porém, antes mesmo de fazer isso ouvi um grito.
-- LOUISE! – Todos falaram.
Fefe foi mais rápida, abriu a porta e me deparei com a pior das cenas. Emma surrava bastante Louise e ela com nariz sangrando.
-- Pára, Emma! Me solta!
-- Vai sofrer mais do que a Dianna!
Felicity apartou a briga mas foi golpeada. Muito furiosa, Emma arranhou o rosto da prima da Lulu, sagrando o rosto dela. Micky Dolenz, (ex) namorado da Emma, socorreu Felicity e a afastou dali. E eu afastei Emma.
-- O QUE DEU EM VOCÊ, SUA LOUCA? INGRATA! MALDITA! E PENSAR QUE FIQUEI COM VOCÊ! AGORA MACHUCA MINHA AMIGA! -- Exclamei de raiva e olhei para Dianna. – TIRA ESSA DOIDA DE PERTO! ELA VAI MATAR A LOUISE!
Nez e Di afastaram Emma e eu resgatei Louise.
-- Michael, vamos levar Louise ao hospital, vou avisar ao Gerd o que aconteceu.
Mickey e eu levamos Louise para a emergência. Os médicos anestesiaram minha amiga pra não sentir as dores quando forem colocar o nariz dela no lugar. Foi assim por meia hora. Quando finalmente conseguiram, eles se retiraram e ela deitou na cama, quase sonolenta.
-- Me perdoe, me perdoe mesmo. Sei que errei em dormi com a Joanna, errei mesmo. Se quiser você pode quebrar meu nariz, eu mereço.
-- Como... Vou quebrar seu nariz? Se nem tenho força? – Notei que Louise se esforçava para falar algo mas a paralisia facial por conta da anestesia a impedia.
-- Você tem razão. – Segurei a mão dela. -- Existe algo que eu possa fazer pra me redimir pelo meu erro?
-- Estou muito mal, Odile. Eu quero ficar sozinha. Nem sei se quero voltar... cof cof ... a gravar esse filme com o nariz desse jeito. Pode por a Joanna no meu lugar.
-- Você não vai ser substituída, mon cheri. Neste tempo que ficar afastada, serão gravadas as cenas de Rosie e Best. – Respondi. – Louise, esse filme que estou fazendo é para você. Unicamente pra você.
-- Pra mim? Mas, por quê?
-- Porque você merece. É a minha musa inspiradora.
Quase beijei minha amiga e ela se queixou de dor.
-- Estou horrível, Odile.
-- Está mais linda que o Malcolm MacDowell no filme Laranja Mecânica. – Elogiei.
Neste momento ela recebeu a visita de Gerd. Ele trouxe um buquê de rosas. Era mais que óbvio. Ele está apaixonado por minha amiga. E mesmo ter escolhido os dois para ser protagonistas, nunca imaginei que isso pudesse acontecer de verdade.
-- Eu vou deixar os dois a sós.
Sai do quarto e me encontrei com Felicity. Ela também estava horrível mas não tanto quanto Louise.
-- Não pensei que Emma fosse tão longe na agressão. - Disse Fefe, meio devagar nas palavras por medo de abrir os ferimentos no rosto.
-- E pensar que eu fiquei com ela por algumas noites e ainda num ménage..
-- Tenho pena do pobre "Francis". Suportar essa doida.
Mesmo sabendo que Felicity e meu namorado Franz são grandes amigos, às vezes me incomodava chamando ele de Francis.
--Me desculpe. - Fefe percebeu meu leve incômodo. - Me esqueço que você não gosta que eu chame Franz assim.
-- Estou bem... - Relaxei um pouco e resolvi perguntar. - Louise e Alice são.... almas gêmeas?
-- Elas se amam. Mas Louise sempre te viu como sua pessoa favorita. -- Respondeu Fefe, se arrumando.
De certo modo me deixou feliz. Significa que posso amar Louise sem culpa ou receios. E aquele sentimento por ela era mesmo verdadeiro.
No outro dia gravamos as cenas de Rosie Donovan e George Best naquela manhã e tarde. Ao fim de tudo, comprei flores e o livro favorito de Louise, O Conde de Monte Cristo.
Antes de ir ao apartamento dela, refleti sobre meus atos e erros e neste momento Franz aparece.
-- Está tudo bem? --Perguntando e me abraçando bem forte.
-- Podemos ficar assim um tempo?
-- Claro.
E ficamos naquela posição. Ele sabia bem sobre o motivo e ainda me deu força pra procurar Louise.
No outro dia fui visitar ela. Toquei a campainha e rezei para não ser o Davy a me atender. Por sorte era ela. O nariz desinchou mas ainda pode ver as marcas e umas manchas roxas.
-- Odile...
-- Por favor, Louise. -- Peguei a mão dela e segurei no outro braço os presentes. -- Não me perdoaria se perdesse você.
-- Odile, eu...
-- Não diga mais nada, mon cher. Eu te amo acima de tudo. Só quero que me perdoe por não te ouvir, por ter sido babaca com você e outras coisas.
Louise ficou em silêncio e em seguida me puxou para dentro do apartamento e me beijou. E devo confessar: eu gostei.
-- Eu também te amo, Odile. Minha pessoa favorita!
Passei o dia ao lado da minha hobbit, seja cuidando dela, amando ela.
Felicity POV
Fiquei o dia todo em casa. Embora Nora tenha me convidado pra sair e comprar seu vestido de noiva, acabei recusando. Na verdade eu queria me recuperar depois do que me aconteceu dois dias atrás. Por isso optei em ficar por casa.
Neste tempo fiquei pensando em Nora e em como tentava se desdobrar pra falar alemão, algo difícil ainda mais pra ela. E também recebi mensagens no celular. Uma era de Mickey, me convidando para ir hoje à noite numa boate. As outras eram de Emma Carlisle, me pedindo desculpas e inclusive mandando mensagens românticas.
Não que estivesse pronta pra aceitar o perdão dela mas prefiro não dizer nada até que esteja totalmente bem.
Fui ligar o note para trabalhar um pouco na edição de vídeo quando tocou o celular. Era Ana.
-- Alô?
-- Felicity? -- Reconheci a voz dela. -- Sou eu.
-- Oi, Ana. Como vai você e o "Sr. Breitner"?
De brincadeira me referia Paul Breitner, o namorado de Ana, de "senhor". Soa ironia mas bem divertida.
-- Estamos ótimos. -- Respondeu Ana, bem feliz. -- Mas o motivo para te ligar é outro. Peter quer falar com você.
-- Ana, por favor. -- Suspirei pesadamente. -- Não quero saber do Townshend.
Pete Townshend, o guitarrista do Who e meu ex- namorado. Pete me incomodava demais depois que terminamos. Pensei que ele sossegou agora que está namorando Evanna Davies.
-- Mas quem falou do Townshend? Me refiro ao poetinha.
-- Peter... Tork?
-- Ele mesmo! -- Confirmou minha amiga. Achei bem estranho. Afinal, o que Peter Tork, o monkee atrapalhado quer comigo? -- Bem, ele sonhou com você. Nele você pintava e ele fotografava.
-- Mas, Ana...
-- Ah, mais uma coisa. Ele terminou com a Erin.
Ana me contava o motivo do término do namoro. Estavam juntos quase um ano e Peter resolveu também terminar. Ele havia se cansado da rotina que levava. Ana também contou que depois disso Erin expulsou Peter e Davy de casa e eles foram morar com Mike Nesmith. Então, o único que se salvou foi Micky. Gosto daquele macaquinho doido e confesso que não gostei nada por vê-lo sofrer pela Emma e quando o dispensei, dei a real: ou ele reconquistava Emma, se realmente vale a pena, ou ele partisse pra outra mas não comigo.
-- Ok, passa pra ele. - Solicitei.
Segundos depois Peter conversou comigo.
-- Olá, Felicity.
-- Olá, Peter. -- Cumprimentei, meio sem jeito.
-- Eu gostaria de saber se tem algo pra fazer hoje à noite?
-- Mickey me convidou pra ir na boate UFO. Se quiser me encontrar lá...
-- Ok... Então até mais.
Pela voz dele acho que não vai rolar. Ou talvez seja a timidez dele. Devo admitir que nesses dias que começou as gravações do filme da Odile, andava observando Peter e achava uma gracinha. Agora ele está desimpedido.
Quando anoiteceu, meu primo veio me levar pra boate e chegando lá, azarou muitos rapazes e eu só observando e bebendo. Até que tocou Miss You, dos Rolling Stones. E depois uma mão pousou no meu ombro.
Me virei e quase me assusto.
-- Posso lhe acompanhar, senhorita?
-- Claro!
Acho que Peter não tem nada de atrapalhado com esse olhar que lançava em mim. E mesmo se tivesse, eu gostava assim.
Continua...
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