domingo, 7 de janeiro de 2018

Stop! In Name of Love (McGüller Final)

Olá, pessoal!
Tenham uma boa noite e vamos começar 2018 com o capítulo final de Stop! pelo menos da parte de McGüller. Teremos um epílogo revelando umas coisas e dando fim a outras.A troca-destroca de casais foi boa e em breve teremos mais uma. Vamos lá!



Capítulo Final (McGüller):  We’ve Only Just Begun


Louise POV

Apesar dos berros, profanações e outras coisas que meu pai dizia na abadia, não ligava. E ainda vi a Sra. Müller aceitar numa boa. Logo eu que achava que a velha não ia com a minha cara depois da pérola do quadril grande, não imaginava uma reação dessas. Minha mãe era a única da família que não demonstrava nada. Estava tranqüila e favorável.

Gerd e eu tentamos falar com meu pai e levei mais pedrada.

-- O que quer me dizer mais? Ah, quer minha benção?

-- Pai, só quero pedir perdão. – eu disse. – Por esconder isso e revelar num lugar assim. Eu sinto muito...

-- Sente muito uma ova! – ele gritou e desta vez, sem drama. Ele estava bravo. – Você é uma irresponsável! Deus do céu, é triste criar uma filha com sacrifício e dedicação, pra depois entregar ao primeiro idiota que aparece!

-- Hey! – Gerd se ofendeu e eu impedi.

-- É isso mesmo que você é! Um idiota alemão, desgraçado! Afinal, o que você quer com a minha filha? Amor com certeza não é. Eu conheço jogadores do seu tipo. Namoram atrizes e cantoras famosas, ganham destaque maior, aparecem em todos os jornais, revistas, a mídia inteira. E mesmo jogando terrivelmente mal, todo mundo te elogia porque tem uma namorada famosa! Eu não vou dizer que eu lhe avisei, mas espero quando Louise der com a cara no chão e se arrepender de perder o namorado pra... essa menina! – apontando o dedo para Dianna.

-- Não envolva a Di nisso tudo, pai. – pedi, mesmo com lágrimas.

-- Por quê? É a verdade! Já tive muita decepção por hoje.

Ele não esperou mamãe e saiu porta fora. Esperei um pouco e também saí com Gerd pra fora da igreja. Chorei bastante. Meu próprio pai, a pessoa que mais admiro no mundo e que está acima dos meus amados atores de cinema, foi a segunda pessoa me condenar. A primeira foi Odile.

-- Ursinha...

-- Eu quero ficar sozinha. – disse, soluçando e me rendendo ao abraço do meu amor. – Desculpa, Gerd. Meu pai...

-- Está tudo bem... Louise, vou ser sincero. Se não fosse o fato de estar numa igreja e na frente de toda aquela gente, eu dava um soco no seu pai por todas aquelas ofensas.

-- Não ia... adiantar nada. – não conseguia parar de chorar e continuei falando. – Eu quero sair daqui. Ir embora da Inglaterra e viver com você.

Ele sorriu e tocou minha barriga.

-- Imediatamente! – confirmou.

No outro dia a notícia espalhou-se como vírus. Todos os veículos de comunicação não paravam de falar da “troca-destroca de casais”. Humilhante. Esqueceram o filme e focaram na fofoca do momento. Mamãe veio sozinha me visitar.

-- Papai não vai gostar de saber... – não terminei de falar.

-- Dane-se seu pai! Eu vim por você. – me abraçando e dando carinho. – Daqui a pouco Dasha aparece. Então, você vai se mudar?

-- Sim e desta vez é pra valer. – respondi, sério. – Não é só pra fazer o povo britânico esquecer esse incidente e sim porque eu quero. Desejo recomeçar.

-- Na Alemanha é pouco provável um reconhecimento.

-- Vou continuar trabalhando com diretores famosos. – sorri. – Recentemente aceitei meu primeiro papel num filme de super herói. E da Marvel.

-- Sério? – mamãe abriu bem os olhos. – Estou feliz por você, meu bebê. Amadureceu bastante e que seja nos Vingadores: Guerra Infinita!

E mais risos. Depois falamos da minha gravidez, como aconteceu meu relacionamento com Gerd e tudo mais. Mesmo na narração, ela não demonstrou surpresa e continuou calada.

-- Diga alguma coisa. – pedi.


-- Louise, vou falar a verdade. Isso não me surpreendeu. Tenho percebido que desde sua convocação no filme da Odile, o Davy se afastou de você. Deduzi milhares de vezes o motivo e um deles seria uma briga dele com a Odile, já que eles não se bicam. Ou vocês terem discutido ou ele conheceu uma pessoa ou vice-versa. E confirmei com a vinda deste alemão na nossa casa. Louise, você não leva seus colegas de trabalho pra nossa casa. Você é discreta. Seu pai desconfiou e eu não disse nada pra ver até onde ia.

-- E chegamos esse ponto. – lamentei.

-- Fiquei tão brava com seu pai ontem que nem passei a noite em casa. Fui para o apartamento do Serguei. Ele se esqueceu sobre uma coisa.

-- O quê?

Sabe o silêncio de suspense quando alguém quer te contar algo que não sabe? Eis que minha mãe revela algo.

-- Eu ia me casar com o pai do Serguei. Estava exatamente como a Dianna. Thiberius respondeu a pergunta do padre e na minha vez, o seu pai aparece na igreja, trajando o figurino do Coronel Brandon. Ele saiu no meio da peça pra me impedir de casar com o homem errado.

Chorou na minha frente e eu a abracei.

-- Mas isso não justifica o que ele fez na igreja. – repliquei.

-- Não mesmo mas digo o motivo de ter xingado o Gerd. – ela parou de chorar. – Ele lembra o Thisbe.

-- Thisbe?

-- Era assim que o chamava. – mamãe riu da lembrança. – Thiberius era alto, grande, um urso de descendência russa e fala em inglês. Gerd tem o mesmo formato. Só é alemão puro e jogador. Decerto essa parte é por causa do relacionamento que Dasha teve com aquele goleiro do Dínamo de Kiev e teve medo que acontecesse o mesmo com você.

-- Puxa vida...

-- Contudo, eu acredito que com você e o alemão vai ser diferente. Na verdade deu uma sorte. Caras como ele são difíceis de achar.

-- Pra falar a verdade, não sei nem como aconteceu.

É claro que eu sei mas era complicado demais pra explicar e entender. Os dias seguintes foram desse jeito: arrumava minhas coisas para a mudança, falava com meus amigos, menos com Odile. Mantinha contato com Davy e Dianna e ignorava tudo relacionado a troca de casais.

Antes da minha partida, procurei o único obstetra confiável que mora na Inglaterra. Cheguei ao consultório dele e a secretária me olhava sério.

-- Bom dia. – me cumprimentando sério. – Em que posso ajudar?

-- Quero falar com o Dr. Smith.  – disse, sorrindo.

-- Tem hora marcada?

-- Não. Apenas diga que Louise McGold está aqui. Ele vai me receber.

Esperei sentada e tomando água. Por enquanto só eu na fila de atendimento. Gerd chegou a tempo de o doutor me chamar.

-- Ele não está? – perguntou, meio ansioso.

-- Está. Só... – Gerd ainda não conheceu meu médico. – Só é meio preguiçoso.

Neste momento a secretária aparece com a cara da derrota. E me olhando irritada.

-- Pode entrar, Srta. McGold. O doutor Smith a espera.

Entramos juntos na sala e encontrei Moses jogando League of Legends no computador. Meio antiético isso se um paciente o flagrar assim.

-- Dr. Smith?

-- Ah, Louise. – ele minimizou a tela e me abraçou. – Faz tempo que não te vejo. E este deve ser o Gerd.

-- Meu namorado. – confirmei. – Gerd, este é o Dr. Moses Smith. Meu primo.

Gerd nos olhos espantado.

-- Como assim, primo?

Moses riu comigo.

-- Vamos ter que dizer pra ele que meu pai teve um caso com a minha mãe, antes dele casar com a Sophie?

-- Não será preciso. – respondi.
-- Mas vai me explicar. – exigiu.

-- Depois, ursinho. – e voltei atenção pro doutor. --  Estou pronta para o ultrassom.

Receei um pouco ali não por conta do pudor e sim por desejar que fosse uma menina. Gerd deseja tanto um menino. Falando nisso, a frase que meu pai proferiu na abadia sobre seu neto nascer germânico, viralizou como meme na internet.

Neste momento, vi a forma do bebê.

-- Calma, vou verificar... – dizia o doutor, passando o sensor em outro canto da minha barriga. – Aí está! É um menino!

-- Menino? – eu disse, não acreditando no que ouvi.

-- Ein junge! (Um menino!)

-- Sim, um menino! Forte e saudável. Olhem o coraçãozinho dele.

Imaginem um casal. A mulher por carregar uma vida dentro da barriga, o homem que deu sua semente e gerou com a mulher aquele ser humaninho fofo, muito feliz.  Os dois felizes, embora Gerd fosse a parte mais alegre nisso tudo, porque admito: queria mesmo uma menina. No entanto, só de ver aquele bebê se formando no ventre e dentro de alguns meses vou segurar em meus braços, amamentar e cuidar dele por dias, noites, todo momento, me enche de alegria.

-- Tommy... – disse baixinho, não o suficiente para Moses e Gerd ouvirem.

-- Este vai ser o nome do garoto? – questionou o obstetra, terminando o exame.

-- Ya! – Gerd concordou. – Thomas! Meu ursinho.

-- Nosso ursinho bebê.

Nos beijamos e minutos depois quando me vesti corretamente, a secretária apareceu com a cara menos amarrada, porém preocupada.

-- Dr. Smith, aquela paciente outra vez está aqui para a consulta.

Moses mudou completamente. Antes sorridente, agora completamente sério.

-- Remarque a consulta, Mariah. Diga para Srta. Jones que não estou em condições de atendê-la por motivos sérios.

A secretária Mariah voltou para a recepção e na hora da minha saída, eis que entra Marianne Jones, a roteirista.

-- Ah, não, não e não! Você não vai me fazer remarcar esta consulta, Moses!

Estava chocada. O que Marianne e Moses tinham? Suspeito de algo...

-- Bem, eu já vou, primo! – me despedi dele. – E obrigada.

-- Não tem de quê! – agradeceu o médico e ele volta a falar com Gerd. – E não esqueça, Gerhard. Façam posições que deixem Louise confortável.

E saímos da clínica, sem perguntar ou teorizar os motivos de Mari e Moses estarem no mesmo lugar.

E mais alguns meses finalmente fechou meu tempo de gravidez. Moses previu que meu filho nasceria antes do natal. Sempre sonhei com o nascimento no dia 24 ou 25 de dezembro. Não dá pra desejar tudo. E neste tempo a casa dos sonhos já estava pronta. Meus dias ali foram tranquilos, poucos aborrecimentos com a imprensa e com meu pai. Ele se recusava a falar comigo. Será que ele não pode ser mais compreensível?

Em meio a esses pensamentos, parei de ler meu livro e já ia dormir quando recebo
visita de alguém: Odile.

-- Oi.

Não respondi e fechei a porta. Odile impediu.

-- Louise, me perdoa por ter falado aquelas no momento que pediu desculpas.

-- Não! Você sempre aceitou mas quando saiu aquela resenha e te xinguei, devolveu tudo pra mim. Passei dias e meses sofrendo com essa gravidez, meu pai me renegando e minha melhor amiga com suas palavras. ME CHAMOU DE VADIA!

-- Eu sinto muito...

-- Vai se f....

Não consegui dizer. A dor começou, uma contração maior que a outra e a sensação de umidade no meio das pernas.

-- Ai... Não... – gemi e sentei no sofá. – Não...

Odile me ajudou mesmo sob minhas recusas.

-- Vai embora...

-- Não vou até você ficar bem...

As dores aumentaram e logo chorei. Partos são assim, tão dolorosos? E quanto mais pensava, mais agia e mais dor eu tinha. Por fim segurei a mão da Odile.

-- Não me deixa... – estava bem desesperada.

-- Não vou, meu universo.

E realmente se não fosse Odile, teria ganhado meu filho ali mesmo na sala de casa. Com o táxi que conseguimos, chegamos ao hospital central e logo fui para emergência. Pensei no Gerd. Droga! Hoje era dia de jogo pelo campeonato e ele não sabe da minha situação. Ironia é ser colocada no bloco cirúrgico com o rádio ligado no jogo.

-- Frau Müller, procure dormir um pouco... – logo vi que enfermeira ia injetar a anestesia e impedi.

-- Não quero dormir! – agarrei o pulso dela. – QUERO GANHAR MEU FILHO COMO ESTÁ! ENFRENTANDO A DOR!

O doutor (usando aquelas máscaras), concedeu o pedido e verificou depois.

-- Está muito adiantado.

-- Doutor...

-- Tenha calma, frau Müller, vai dar tudo certo...

Naquele instante, Odile entrou, já devidamente vestida conforme os médicos e de máscara, se ajoelhou.

-- Eu mandei mensagens para eles e liguei. – ela suspirava e chorava. – Vou ficar do seu lado.

-- E minha mãe? – mal conseguia dizer por conta da dor.

-- Liguei pra todo mundo. Estão vindo.

Gritei mais e Odile segurava forte minha mão.

-- Frau Müller, se esforce mais um pouco. Respire fundo e empurre com toda sua força.

Conforme os lances narrados do jogo pelo rádio, gritava e empurrava. Cheguei a um ponto que não conseguia e queria apagar. Odile não deixava e me acordava com tapinhas no rosto.

-- LOUISE! – Odile berrava. – EMPURRA DE NOVO!
Exclamei algo que nem lembro e ouvi todo clamor da torcida do Bayern com o gol marcado pelo ursinho.

-- É um menino, frau Müller! – disse o médico e trazendo o bebê chorando e manchado de sangue.

Então aquele serzinho tão pequenininho, semelhante a um grão, foi a obra que Gerd e eu geramos no nosso amor. Odile vibrava, tirava fotos no celular. As enfermeiras secavam meu rosto suado e me parabenizavam. E eu chorava de emoção, de felicidade. A dor sumiu, dando lugar a uma extrema alegria.

-- Qual o nome dele? – perguntou o doutor.

-- Thomas. – respondi, segurando meu grãozinho. – Meu ursinho bebê.

A enfermeira depois avisou que teria de deixar o Tommy no berçário mas antes precisava ser limpado. E uma onda de fraqueza invadiu meu corpo.

-- Louise, não apague agora.

-- Odile, me perdoa...

-- Sempre, meu universo...

Foi um sono gostoso e no meio dele vi uma luz forte igual vista no filme Ghost. Seguia na direção dela até alguém me chamar. A voz era familiar. E acordei com a mão grande e quente do Gerd.

-- Ursinha?

Gerd estava de uniforme, suado e chuteira. Seria possível ele ter saído em pleno campo pra vir aqui?
Odile segurava melhor Tommy, com uma toalha limpa e azul.

-- Quanto tempo eu dormi?

-- Foram três horas de sono. – confirmou minha amiga. Ela entregou o bebê pra mim. – Ele é lindo.

Admiramos o bebê. Tommy abriu os olhos. Azuis, como os meus.

-- Ele tem seus olhos. – disse Gerd, admirado.

-- Mas o rosto e tudo ele tem de você. – sorri e olhei para Odile. – Quer ser a madrinha do meu filho?

-- Eu? Mas...
-- Não aceito sua recusa.

-- Sim.

Apesar de todas as dores, contratempos e situações, valeu a pena. Foi um ano muito agitado mas de certa forma divertida, com alguns momentos dramáticos. 

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