domingo, 13 de fevereiro de 2022

Rush 2: Amor a toda prova (3º Capítulo)

 E vamos pra mais um capítulo!

Capítulo 3: Train in Vain

 

Freddie POV

 

Após a comemoração no pódio, fui ao box e encontrei a equipe, meu irmão e... a família Müller. Beckenbauer e a família Maier em peso.

 

-- Freddie! – O velho Sepp, sem animado, abria os braços e me recebia daquele jeito. – Meus parabéns! Desde a Fórmula Indy sou seu fã!

 

-- Sepp não perde uma corrida sua. – Nora completava e também me parabenizava. – Mereceu essa vitória.

 

Os gêmeos Fred e Joj também se encontravam alegres. Diziam que eu era invencível.

 

-- Cadê a Flick? – Perguntou um deles.

 

-- Flick? – Achei estranho o nome.

 

-- Felicity. – Disse Nora. – É o nome da minha filhinha mais nova. Porém, para não confundir com minha amiga, digo ex-amiga, chamo de Flick.

 

Atrás do Ned saia uma menina gordinha de cabelo ruivo, muito ruivo e sardas no rosto. Ela parecia um anjinho.

 

-- Oi, pequena. – Me tornando amável e estendendo a mão. – Não tenha medo.

 

A garota pegou minha mão e ergueu a cabeça. Os olhos e o nariz vermelho.

 

-- Ei, por que chorou?

 

-- Porque tive medo... – Ela soluçava e após um longo suspiro, finalizou. – Eu gosto de você, Freddie.

 

-- Eu também gosto de você, pequena.

 

Dei o melhor abraço naquela menina.

 

-- Freddie, esta é a pequena Flick.

 

Adorei aquela menina. Absurdamente, imaginei tendo uma filha ruivinha como ela... Isso se eu tivesse uma esposa ruiva como Sofia Baker...

 

Aproveitei o frenesi e a conversa para provocar Ned.

 

-- Ned! – Bati no ombro dele. – Você e sua família são meus fãs. Quanta gentileza sua. E nunca me passou na cabeça que você me admirava.

 

-- Minha família adora você. Incluindo minha esposa e meus filhos. Eu não!

 

Ned se afastava e eu o seguia.


-- Não precisa ficar bravo. Fico feliz que seja meu fã.

-- Vai se foder, Freddie! A minha torcida é pra Mia.

 

-- E é por isso que você continua sendo esse frango no gol. Bayern precisa trazer o Kahn de volta ou vocês vão perder a Salva de Prata.

 

Enfurecer Ned Maier: missão concluída!

 

Provocar seus desafetos pode dar uma sensação de vitória. Entretanto, pode ser um problema quando se dá conta que outras pessoas que te admiram e você quer evita-las. As meninas Müllers, Nicole e Meredith se agarravam em mim e me dando beijos.

 

-- Meninas! Calma!

 

-- Ah Freddie, estou tão feliz. – Nicole era que mais demonstrava. – A Meredith ficava nervosa, mas torcia pra você.

 

-- É...

 

Meredith parecia a menina Flick. Abaixava a cabeça e vez ou outra levantava e sorria. Percebi que ela é tímida. Meus irmãos mais novos também saudavam. Heinrich desejava correr em kart e avisava que não era tipo o vídeo game. Lorie e Arthur tinham planos de aprender. O problema era que o velho Müller não deixava.

 

Segui para cumprimentar meus amigos da scuderia e de repente Noel e o pai dele aparecem.

 

-- Parabéns Freddie. – Disse o velho. – Você melhorou.

 

-- Obrigado. – Falei de forma fria.

 

Noel me puxou para uma sala e fechou a porta.

 

-- Por que não retornou minhas ligações?

 

Não respondi. Só mudei o olhar para os lados.

 

-- Freddie me responda! – Exigiu Noel, nervoso.

 

-- O que vai fazer se eu não responder? – Puxei pelo colarinho. – Você nunca me apoiou!

 

-- Como não? – Noel pegava minha mão e seu rosto ficava vermelho como tomate. – Sempre assisti suas corridas. Fui a vários testes com você. Eu torci por você!

 

-- Nunca Noel. Às vezes penso que você me dava azar. Tudo que contava pra você, dava errado.

 

Soltei o colarinho e o vi chorando.

 

-- Sai daqui!  Você, o Tommy e seus amigos me odeiam. Tudo isso porquê preguei aquela peça no Max.

 

-- Você não mede as consequências. E não se importa com que o outro pense. Naquele dia, fechou a décima vez que a tia Ana comprava os materiais do Max. Tudo porque você pegava e dava sumiço ou destruía.

 

-- FORA DAQUI! – Gritei.

 

Noel foi embora e eu surtei, chutando as paredes e jogando o capacete longe.

 

 

2019

 

-- Por isso que achava que o Noel nunca o ajudou? Por causa do bullying que fez no passado? – Perguntou o psiquiatra enquanto anotava.

 

Tinha vontade de fumar. E respondi.

 

-- Sim.

 

-- Sabe que magoou o Noel ao agir assim.

 

-- Na hora não percebi. Só fiquei com raiva.

 

Jacques caminhou até a janela e abriu a persiana.

 

-- Pode fumar cara.

 

-- Como sabe disso?

 

-- Sua mão tá brincando o tempo todo com o isqueiro.

 

Então sai do divã e acendi um cigarro. Uma tragada ilumina suas ideias. E naquele instante eu percebi o quão escroto fui com Noel.

 

-- Talvez seja um mal de família. – Comentei. – Meu pai e meu irmão são esquentados.

 

-- Mas tem ideia do que causou? – Ele insistiu. – Falando como seu psiquiatra, causou um trauma no Max e marcou seus amigos como persona non grata. Entretanto, Noel ficou do seu lado. Só que não você não viu isso.

 

É, definitivamente não vi...

 

2003

 

Durante a festa da minha vitória, Mia entrou na minha sala, bem furiosa.

 

-- Agora tá tratando meu irmão assim?

 

-- O assunto do Noel é meu! Não se meta!

 

Mia jogou a mesa de plástico em mim.

 

-- Você é louca!

 

-- E você é um lixo! Um escroto invejoso!

 

-- Se sou invejoso, por que ganho de você?

 

-- Desgraçado! – Ela me empurrava. – Noel é meu irmão mais novo e me abraçou chorando. Eu posso brigar com ele, mas ninguém o faz chorar.

 

-- Me deixa em paz! O que vai fazer comigo? Me matar? Faça na pista, assim ninguém te prende por homicídio.

 

Quando fiquei de costas, Mia se socou nas costas e seguiu a porrada em mim. Segurei o pulso dela e recebi um chute entre as pernas. Derrubei Mia no chão e fiquei por cima.

 

-- Filho da puta! – Ela xingava e me acertava mais socos.

 

Segurei seus braços e nos encaramos. Não sei o motivo daquilo. Só sei que paramos a agressão e nos olhamos por um bom tempo. A próxima coisa foi... um beijo. Os dois tiveram iniciativa. E por fim ela ficou por cima e a abracei. Paramos o beijo.

 

-- Vou pedir desculpas pro Noel. – Falei com certo medo.

 

Mia se levantou e foi embora. E sinceramente não sei ainda o que levou essas atitudes...

 

 

Continua... 

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