E vamos pra mais um capítulo!
Capítulo 3: Train
in Vain
Freddie
POV
Após
a comemoração no pódio, fui ao box e encontrei a equipe, meu irmão e... a
família Müller. Beckenbauer e a família Maier em peso.
--
Freddie! – O velho Sepp, sem animado, abria os braços e me recebia daquele
jeito. – Meus parabéns! Desde a Fórmula Indy sou seu fã!
--
Sepp não perde uma corrida sua. – Nora completava e também me parabenizava. –
Mereceu essa vitória.
Os
gêmeos Fred e Joj também se encontravam alegres. Diziam que eu era invencível.
--
Cadê a Flick? – Perguntou um deles.
--
Flick? – Achei estranho o nome.
--
Felicity. – Disse Nora. – É o nome da minha filhinha mais nova. Porém, para não
confundir com minha amiga, digo ex-amiga, chamo de Flick.
Atrás
do Ned saia uma menina gordinha de cabelo ruivo, muito ruivo e sardas no rosto.
Ela parecia um anjinho.
--
Oi, pequena. – Me tornando amável e estendendo a mão. – Não tenha medo.
A
garota pegou minha mão e ergueu a cabeça. Os olhos e o nariz vermelho.
--
Ei, por que chorou?
--
Porque tive medo... – Ela soluçava e após um longo suspiro, finalizou. – Eu
gosto de você, Freddie.
--
Eu também gosto de você, pequena.
Dei
o melhor abraço naquela menina.
--
Freddie, esta é a pequena Flick.
Adorei
aquela menina. Absurdamente, imaginei tendo uma filha ruivinha como ela... Isso
se eu tivesse uma esposa ruiva como Sofia Baker...
Aproveitei
o frenesi e a conversa para provocar Ned.
--
Ned! – Bati no ombro dele. – Você e sua família são meus fãs. Quanta gentileza
sua. E nunca me passou na cabeça que você me admirava.
--
Minha família adora você. Incluindo minha esposa e meus filhos. Eu não!
Ned
se afastava e eu o seguia.
--
Não precisa ficar bravo. Fico feliz que seja meu fã.
--
Vai se foder, Freddie! A minha torcida é pra Mia.
--
E é por isso que você continua sendo esse frango no gol. Bayern precisa trazer
o Kahn de volta ou vocês vão perder a Salva de Prata.
Enfurecer
Ned Maier: missão concluída!
Provocar
seus desafetos pode dar uma sensação de vitória. Entretanto, pode ser um
problema quando se dá conta que outras pessoas que te admiram e você quer
evita-las. As meninas Müllers, Nicole e Meredith se agarravam em mim e me dando
beijos.
--
Meninas! Calma!
--
Ah Freddie, estou tão feliz. – Nicole era que mais demonstrava. – A Meredith
ficava nervosa, mas torcia pra você.
--
É...
Meredith
parecia a menina Flick. Abaixava a cabeça e vez ou outra levantava e sorria.
Percebi que ela é tímida. Meus irmãos mais novos também saudavam. Heinrich
desejava correr em kart e avisava que não era tipo o vídeo game. Lorie e Arthur
tinham planos de aprender. O problema era que o velho Müller não deixava.
Segui
para cumprimentar meus amigos da scuderia e de repente Noel e o pai dele
aparecem.
--
Parabéns Freddie. – Disse o velho. – Você melhorou.
--
Obrigado. – Falei de forma fria.
Noel
me puxou para uma sala e fechou a porta.
--
Por que não retornou minhas ligações?
Não
respondi. Só mudei o olhar para os lados.
--
Freddie me responda! – Exigiu Noel, nervoso.
--
O que vai fazer se eu não responder? – Puxei pelo colarinho. – Você nunca me apoiou!
--
Como não? – Noel pegava minha mão e seu rosto ficava vermelho como tomate. –
Sempre assisti suas corridas. Fui a vários testes com você. Eu torci por você!
--
Nunca Noel. Às vezes penso que você me dava azar. Tudo que contava pra você,
dava errado.
Soltei
o colarinho e o vi chorando.
--
Sai daqui! Você, o Tommy e seus amigos
me odeiam. Tudo isso porquê preguei aquela peça no Max.
--
Você não mede as consequências. E não se importa com que o outro pense. Naquele
dia, fechou a décima vez que a tia Ana comprava os materiais do Max. Tudo
porque você pegava e dava sumiço ou destruía.
--
FORA DAQUI! – Gritei.
Noel
foi embora e eu surtei, chutando as paredes e jogando o capacete longe.
2019
--
Por isso que achava que o Noel nunca o ajudou? Por causa do bullying que fez no
passado? – Perguntou o psiquiatra enquanto anotava.
Tinha
vontade de fumar. E respondi.
--
Sim.
--
Sabe que magoou o Noel ao agir assim.
--
Na hora não percebi. Só fiquei com raiva.
Jacques
caminhou até a janela e abriu a persiana.
--
Pode fumar cara.
--
Como sabe disso?
--
Sua mão tá brincando o tempo todo com o isqueiro.
Então
sai do divã e acendi um cigarro. Uma tragada ilumina suas ideias. E naquele
instante eu percebi o quão escroto fui com Noel.
--
Talvez seja um mal de família. – Comentei. – Meu pai e meu irmão são
esquentados.
--
Mas tem ideia do que causou? – Ele insistiu. – Falando como seu psiquiatra,
causou um trauma no Max e marcou seus amigos como persona non grata.
Entretanto, Noel ficou do seu lado. Só que não você não viu isso.
É,
definitivamente não vi...
2003
Durante
a festa da minha vitória, Mia entrou na minha sala, bem furiosa.
--
Agora tá tratando meu irmão assim?
--
O assunto do Noel é meu! Não se meta!
Mia
jogou a mesa de plástico em mim.
--
Você é louca!
--
E você é um lixo! Um escroto invejoso!
--
Se sou invejoso, por que ganho de você?
--
Desgraçado! – Ela me empurrava. – Noel é meu irmão mais novo e me abraçou
chorando. Eu posso brigar com ele, mas ninguém o faz chorar.
--
Me deixa em paz! O que vai fazer comigo? Me matar? Faça na pista, assim ninguém
te prende por homicídio.
Quando
fiquei de costas, Mia se socou nas costas e seguiu a porrada em mim. Segurei o
pulso dela e recebi um chute entre as pernas. Derrubei Mia no chão e fiquei por
cima.
--
Filho da puta! – Ela xingava e me acertava mais socos.
Segurei
seus braços e nos encaramos. Não sei o motivo daquilo. Só sei que paramos a
agressão e nos olhamos por um bom tempo. A próxima coisa foi... um beijo. Os
dois tiveram iniciativa. E por fim ela ficou por cima e a abracei. Paramos o
beijo.
--
Vou pedir desculpas pro Noel. – Falei com certo medo.
Mia
se levantou e foi embora. E sinceramente não sei ainda o que levou essas
atitudes...
Continua...
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