Boa noite, pessoas!
Hoje vamos ter uma dobradinha final de Love Sell Out. Bateu a inspiração e escrevi um pouco mais. Esse capítulo é curtinho, mas o capítulo cresceu um pouco mais. E em breve teremos um epílogo. Boa leitura!
Capítulo
26: You are Forgiven
Felicity POV
Fazia três horas que retornei ao hotel. Estou
angustiada. Por quê? Não sei. Ou talvez soubesse. Nora dormia na minha cama tão
tranquilamente e não quis acordá-la. Fui para janela e chorei. Por que eu
chorava? Devia estar feliz. Ganhei a Eurovision. Eu cantei para o continente,
me dei orgulho e para aqueles que me apoiaram. Fui tomar água, me acalmei. Ouvi
de longe a música Leaving On A Jet Plane. Suspirei e quando voltei
para cama Nora já estava de pé.
-- Está tudo bem? -- questionou, segurando minhas
mãos. -- É nele que está pensando?
-- Eu não sei. -- Como havia dito, talvez soubesse,
mas não reconhecia totalmente.
-- Você o ama?
-- Ficará brava se eu disser que sim?
-- Não... -- Ela me beijou. -- Você é minha
sassenach e ele é seu amor também.
Chorei de novo e Nora me abraçou.
-- Por que ele?
-- Não sabemos. O amor é estranho…
Pensei no Pete. A essa hora, pode estar no avião,
numa turnê, talvez me esqueça… E nunca mais nos veremos.
-- Às vezes nosso coração sabe o que faz. -- Nora
me dava carinho. -- Ele vai te aceitar de volta.
-- Ele já deve ter saído de Viena. -- disse, mais
triste.
Nora me olhou, sorrindo.
-- Ele não foi. Keith me disse que eles vão ficar
só mais um dia em Viena. Vá atrás dele!
Não é de minha natureza fazer esse tipo de coisa.
Peguei apenas um roupão, dei um beijo em Nora e sai do quarto. A sensação que
tinha era de enfrentar uma tormenta e tudo aquilo era perdido. Quando saí do
corredor, olhei para o bar… Ele está lá. Na consciência, não queria ir até lá.
Meu coração e minhas emoções foram além. Embora o barman e uns quatro clientes
bebiam nas mesas, a impressão era só nós dois existir no lugar.
Ele me olhou. Tanto Pete, quanto eu não sabia o que
fazer. Cadê minhas palavras?
-- Então… -- ele disse. -- Você venceu no
Eurovision.
-- É… -- de novo minha gagueira. -- A única coisa
boa que não teve Cliff Richard e Congratulations.
Pete não sabia que eu detestava essa música e mesmo
assim deu risada. Ele tocou minha mão.
-- Não engravidei a Jenna. E… Eu amo você!
Esperei tanto tempo para que me dizer isso.
-- Vamos dançar?
-- Não estou
apresentável para ocasião.
-- E isso importa?
Dançamos. Ainda me
sentia insegura com tudo. E de repente lembrei de quando o conheci. Antes da
sessão de fotos no Grahamshire para o álbum The Who Sell Out, lembrei certa vez
no Marquee Club no ano passado, numa sexta-feira chuvosa.
Cheguei
acompanhada das garotas. E pela primeira vez escutei o som dos mods. Logo eu,
uma rocker acostumada com Elvis, Buddy Holly e Eddie Cochran.
-- Que foi? – Ele
perguntou e parou de dançar. – Fiz alguma coisa?
-- Estava
lembrando de algo. Você se lembra no ano passado no Marquee?
-- Ah... Você!
-- Confesso que
não esperava te ver tão cedo. Ou que nem se lembrasse de mim.
-- Como não? –
Pete me puxou para perto. O nariz grande... Por um segundo imaginei ele como
Cyrano de Bergerac. Seria ele meu Cyrano e eu a Roxanna? Bem... Só comprovo
agora. – A imagem dos seus cabelos pretos ondulados, seus olhos como duas
obsidianas preciosas, sua pele bronzeada. Seu corpo...
-- Danadinho!
E nos beijamos. A
diferença é que não tivemos um final trágico como Cyrano e Roxanna.
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