sábado, 25 de junho de 2016

Stop! In Name of Love (12º Capítulo)

Olá!
Uma boa noite e demorou mas está aqui mais um capítulo da troca-destroca. Boa leitura!



Capítulo 12: She Hangs Out

Louise POV

Não dormi naquela noite. Mesmo que Davy e eu tivemos um bom momento na cama, pela primeira vez em toda minha vida, não me senti bem. Não sei se Davy percebeu (gostaria que não percebesse), mas passei a ser exigente na cama. Na hora da penetração, queria que fosse mais forte e principalmente que ele sussurrasse para mim. E eu desacostumei com a voz dele. Passei a preferir a voz grave e rouca de Gerd. Definitivamente não era normal.

Sai para o shopping e Davy para o estúdio. Quando fechou meio dia, liguei para ele.

-- Alô?

-- McCutie, sou eu. Estou ligando para te convidar para um almoço aqui no shopping Harrods.

-- Ah, está bem. – Pela voz dele, demonstrou uma má vontade. – Te encontro no restaurante italiano que eu gosto às 12h30.

Antes que eu pudesse dizer algo, ele desligou. Davy nunca foi de desligar na minha cara assim.  E lá fui eu no restaurante italiano. O meu tempo de espera? Foi de uma hora e meia. Fiquei bastante aborrecida. Davy sabe da minha impaciência e principalmente odiava que me fizessem esperar, por isso procurava ser sempre pontual. E pior, não me ligou para avisar de um imprevisto ou atraso. Nem sms ou mensagem no What’sApp.  Aquilo me enervou e sai do restaurante, bufando de raiva.

Para me acalmar, fui à livraria. Entre muitas estantes, encontrei o livro que marcou minha vida, O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas. Quando ia pegar o livro, outra mão, só que maior, encostou com a minha. Olhei para quem é e advinha? O intérprete de Felix Helström ali. Segura a vontade de chamá-lo de misógino,  falei para mim mesma nos pensamentos.

-- Pode pegar. – Disse Gerd, com uma voz triste. – Vou encontrar outro.

-- Pegue você. – Eu entreguei o livro de boas. – Talvez a Di goste, já que ela é dada a leitura.

-- Acha que ela vai gostar desse livro? – Perguntou.

-- Ela é fã mesmo da poesia, mas tenta. – Eu sorri.

Me afastei dele e percebi o quanto ele estava bem decepcionado. Ele ligava e pude ouvir que sempre caia na caixa de mensagens.

-- Dianna, atenda, por favor. – Ele falava a mensagem. – Me desculpa por ter sido um grosso com você. Me perdoa.

O que pode ter acontecido com ele e a Di? Espero que não seja por minha causa. Naquele momento me arrependi de ter chamado Gerd de misógino. Fui conversar com ele.

-- Hey! – Ele me olhou. – Eu quero... Pedir...

-- Sobre a cena de agressão, olha, eu não sei o que deu em mim. – Gerd gesticulava e ainda falava. – Devo ter misturado meus sentimentos com atuação. E você não me ensinou isso.

-- Acidentes acontecem. – Me limitei a dizer isso.

Ficamos um pouco em silêncio e nos sentamos no sofá disponível da livraria.

-- Briguei de novo com a Dianna e a chamei de “hobbit mimada”.

-- Ah, Gerd... – suspirei pesadamente.

-- Desta vez eu fiquei com raiva. Porque eu fazia tudo por ela e não ganhava um reconhecimento. Às vezes me culpava se fiz algo de errado.

-- Não acho que deva se culpar. – tentei amenizar. – Gosto da Dianna, mas ela não é minha alma gêmea.

-- Então o que devo fazer? Já que você não me quis.

-- Gerd...

-- Você e o anão de jardim voltaram. Ele inclusive me deu um soco. Não nego que mereci mas...

Se calou e me encarou.

-- Vamos esquecer isso. Meu dia não foi bom. – pedi. – Eu preciso me alegrar.  Quer ajuda pra procurar um livro? Para Di?

-- Aceito.

Passamos o resto do tempo ali nas estantes, conversando e por vezes rindo. Pela primeira vez estava me sentindo bem com ele. Descobri que Gerd não é tão bruto assim e ainda sabe dar um pouco de alegria. Me perguntava o que Di esperava nele? Poxa, ele é tão perfeito... Será que toda essa perfeição não era o bastante?

De qualquer maneira, saímos da livraria, ainda rindo das historias engraçadas que um contava para o outro. E mal demos três passos e encontramos na rua, Dianna e... Davy? Os dois juntos?

-- McLovely? – indagou Davy por me ver com sacolas. – O que faz aqui?

-- Bem... – Fiquei um pouco com medo e lembrei-me da decepção deixada no restaurante. --- Eu fiquei te esperando por uma hora e meia no restaurante italiano, não comi nada e vim para a livraria pra passar o tempo. E acabei encontrando Gerd.

Davy pensou em dizer algo e Dianna ia abrir a boca pra falar, mas não deixei.

-- Mas antes que sua cabeça pense merda, só conversamos, compramos livros e outras besteirinhas.

Agora os dois não reagiram.

-- Certo... – Davy suspirou. – Então, vamos pra casa.

-- Ok...

E nos afastamos, Davy segurou minha mão e eu não quis. De qualquer maneira ele pegou de novo contra minha vontade. Voltamos para o apartamento e nada. Na minha impaciência e raiva não fiz o jantar e Davy encomendou uma pizza. Droga! E eu não estava com saco pra comer pizza. Liguei então pedindo comida chinesa. Quando fui guardar os livros, um pedaço de papel caiu no chão. Peguei e vi que era... O número do Whats do Gerd. Meu coração acelerou e sorri. Ainda bem que Davy conversava com Micky no telefone, comendo pizza e vendo TV.

Salvei o número no celular e já tratei de mandar uma mensagem, apenas como teste. E para minha surpresa, ele respondeu.

Hallo! Você demorou para me responder. Estava contando quantos minutos levará pra receber uma mensagem de você.


Meio convencido, agora vou responder.

Fiquei desconfiada. Davy poderia ter visto.


Até parece...

Quando a comida chegou, fiz a refeição na cama (sei que Davy proibiu comer na cama) e ainda digitava mensagens.


Estou meio ansioso para as próximas cenas.

A ansiedade dele é bem compreensiva.

Eu te entendo.

Quando fechou dez da noite, nos preparamos para dormir. Nem eu e nem Davy tivemos vontade de fazer amor e devo confessar que fiquei aliviada. Davy adormeceu fácil e eu peguei de novo o celular.

Quer jantar comigo amanhã?

O convite de Gerd me pegou de surpresa.

Mas onde?

Aqui no apartamento da Alice. Ela vai sair com aquele piloto sueco e deixou o apartamento para mim... e você.


Ah minha lua amada. Só você pra pensar nas coisas. Respondi na hora.

Que horas devo ir?

Venha às 20h.

Ok. Vou levar um vinho!

Desliguei o celular e dormi, sonhando com ele. No outro dia acordei cedo, animada e fiz o café pro Davy, inclusive fiz os famosos ovos mexidos da mãe dele, pois sei que meu McCutie adora. Espera um momento! Davy é “meu” McCutie? E o Gerd e sua animação? Melhor não pensar nisso. Davy até se surpreendeu com tamanha alegria, já que ontem tinha vontade de jogá-lo na janela. E tudo isso completou ouvindo Rolling Stones e Queen. Enquanto tomava banho me veio um pensamento relevante. Dianna. Desta vez não nego e devo parar de fingir. Mesmo que não ame o Davy daquela maneira antiga, ele ainda é meu amigo e sinto que aos poucos ele se afasta de mim e não é a Odile a culpa (como se a culpa fosse dela) e sim... da Dianna. Já me afastei por enquanto dela por causa da Emma, a girafa que luta mais que a Holly Holm (já que Fefe é praticamente a Ronda Rousey de cabelo preto), agora ela quer me afastar do Davy? ISSO NÃO!

Seguimos para o estúdio e ri sozinha. Lembrei da pergunta de Davy por conta do meu bom humor misterioso e eu justifiquei que era melhor esquecer. Chegamos lá e fomos atacados pelos dois produtores, Bob Rafelson e Bert Schneider.

-- Graças a Deus encontramos vocês. – Rafelson parecia desesperado. – Falta aqueles três atrasados mas ao menos estão aqui vocês dois.

Nem deu tempo de subir no outro apartamento pra falar com Odile. Rafelson e Schneider já nos disseram que os Monkees gravarão um vídeo clip e a música escolhida é She Hangs Out.

-- Certo, Sr. Rafelson mas agora Davy e eu precisamos trabalhar. Temos uma sessão fotográfica. Vamos, Davy?

Davy olhava fixo pra xícara do Schneider. E quando ele fica com olhar perdido é porque pensava em outra coisa. E isso definitivamente me irritava.

-- DAVY! – gritei.

-- O que?

-- Vamos subir! Pra sessão de fotos.

-- Ah sim. – ele sorriu amarelo. – Desculpem.

E fomos para o outro apartamento e conheci a fotógrafa Emily Fitzwilliam, que trabalha na revista Vogue da Inglaterra. Ela é prima de Fanny, uma das amigas de Fefe. A sessão de fotos era pra divulgar o filme e o elenco se vestiu com as roupas do figurino feito por ninguém menos que Chelsea O’Malley e Holly Grey. No meu caso, minha personagem, Poppy, usa vestidos floridos e cores mais alegres como sua personalidade. Dianna apareceu no camarim junto com Odile, Fefe, Nora, Rosie e Marianne.

-- Meninas! Vamos dar as boas vindas para Marianne Jones. Ela e Bobby Moore acabaram de integrar o elenco!

Aplaudimos. A personagem de Mari era de uma colega comum de Poppy e namoradinha ninfeta do personagem de Bobby Moore, que aliás, ele será Harry, o tio da protagonista e o único da família dela que sabe do romance da sobrinha com o professor alemão. Troquei de roupa e abri um pouco a porta. Os rapazes faziam as poses e tudo mais nas lentes. Na vez de Gerd, abri um sorriso. Cada vez mais esse alemão que parece um urso me fascina. Alguém me cutucou. Era Dianna.

-- Ai, Di! Que susto! – imagina se eu suspiro e falo o nome dele. O que ela ia pensar?

-- Desculpa... Está tudo bem? – ela sorria também.

-- Estou legal. – fechei a cara e voltei para o camarim.

Minutos depois foi minha vez e das garotas. Cada uma fazia uma pose. No meu caso tinha de ser uma estudante.

-- Louise, agora deve ficar perto do Gerd. – ordenou Emily.

O problema era olhar pra ele sem rir. Só de lembrar-se das histórias engraçadas contadas ontem na livraria me dava vontade de dar risada.

-- MAS QUE PORRA É ESSA? – Felicity perdeu a paciência. – Vocês parecem hienas. Não param de rir.

-- Gerd, para de fazer graça pra Lulu. – pediu Franz.

-- Não é isso... – definitivamente ele também foi tomado pelo senso hilariante.

-- Gerd, olha pra mim. – eu também ria mas tentava ficar séria. – Presta atenção. Ouça, morda a ponta da língua.

-- Pra quê?

-- A dor retira a vontade de rir. – respondi.

E ele fez o que mandei e voltou à postura séria.

-- Obrigado! – me olhando com certa intenção.

-- De nada.

Na vez de Davy e Di percebi os olhares. Agora o riso pra mim se foi sem que eu mordesse a língua e depois disso fui dizer pra ele.

-- Preciso falar com você quando chegarmos em casa.

Almoçamos juntos no estúdio com toda equipe. Não aconteceu nada de anormal, exceto que Peter olhava pra Fefe como um cachorrinho indefeso, mesmo com a Erin ao seu lado. E Felicity estava mesmo decidida a não querer mais o poetinha. Tanto que ela digitava no celular sem parar. Como estava ao lado dela, perguntei.

-- Tá falando com seu carcamano? – achei mesmo que fosse o Buffon, o goleiro da Juventus.

Fefe suspirou e respondeu.

-- Johan Cruyff.

Peter cuspiu o suco, assustando Erin e o pessoal.

-- Me engasguei. – ele disse.

Ri um pouco da cara dele e Felicity se divertia mais ainda, contudo, tinha pena dela. Ela realmente gostava de Peter. Na verdade ela o ama. Já vi Fefe chorando pelos cantos e falando sozinha o nome do Peter e isso na época que ele estava com a Erin.

Depois do almoço Rafelson arrastou os Monkees e eu para o outro estúdio. O inicio da gravação do vídeo clip e iria ser gravado uma tomada só. Ou seja, sem erros. A banda ficaria num palco tocando e as chamadas “monkees girls”, no caso Erin, Emma e eu (não quero ficar perto dessa Holly Holm) teríamos de dançar com a música.

How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
You know you'd better keep an eye on her (eye on her, eye on her)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

I heard you taught your sister the bugaloo (bugaloo, bugaloo)
I heard you taught your sister the shigaling too
(shigaling
too, shigaling too)
Well, she can teach you a thing or two (a thing or two, thing or two)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

Well, she hangs out, hangs out
every night, every night
You know you best get down here on the double
Before she gets her pretty little self in trouble
She's...so fine...so fine

I say, how old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
How old d'you say your sister was? (sister was, sister was)
You know you'd better keep an eye on her (eye on her, eye on her)
Do the ronde ronde ronde do the rond rond
She hangs out
She hangs out

She's very, very, very, very, very fine
And she's gonna be mine, so fine
She hangs out
She hangs out

Olhei para Dianna e pela cara dela, não gostou. Desculpe, amadinha. Uma coisa é perder o Davy no amor, agora na amizade, jamais! Porém, quando olhei para Gerd, ele também gostou. Ok, isso machucou. Não deveria ser egoísta mas quando se trata dos meus amigos fico tão assustada. Continuei dançando, sorrindo e por dentro magoada.  Quando terminou, Peter teve de retornar para o estúdio de cima. Ele finalmente vai gravar a cena com Fefe e Erin o seguiu. Dei risada. A prima da Dianna seguia Peter feito a Yoko Ono com John Lennon, credo!

E na hora de arrumar minhas coisas, o celular vibrou. Era Gerd. E advinha?

Melhor não vir hoje à noite. Não estou bem.

Certo. Meu lado egoísta estragou o dia de hoje. Então fui pra casa, sozinha. Davy também apareceu no apartamento, abalado. Agora eu tinha de falar.

-- O que está havendo, Davy?

-- Como assim? Havendo? Nada! – ele ignorava.

Joguei minha sapatilha na parede.

-- PARA COM ISSO! – berrei, chorando. – Eu percebi tudo. Davy você está se cansando de mim? Até como amigo?

-- Não... – parece que ele se tocou. – Eu...

-- Eu vejo como olha pra Dianna, seu obcecado. Você a prefere a mim. E prefere não ser mais meu amigo por inúmeros motivos.

-- McLovely... Eu nunca quis isso. Não pense assim.

-- Para, Davy... – disse numa voz baixa. – Vou dormir.

Ele optou por dormir na sala e eu fiquei sozinha. No celular sem mensagens. Não dormi naquele dia e só às cinco da manhã consegui. Acordei eram dez da manhã e bem atrasada. Tomei banho rápido e me arrumei meio desleixada. Apenas passei um gloss rosa. Cheguei ao estúdio e me deparei com o terror. O que fizeram com o estúdio improvisado da Odile? E ao fundo surgia Davy e Micky, segurados por Nez e Peter e no outro lado, Sepp, Franz e Michael segurando Gerd e ele parecia um urso furioso. Santo deus! O estúdio da Odile ficou um caos só. Olhei para Mickey e todos nos olhamos, como num impasse mexicano, segundo os filmes de Quentin Tarantino.

-- Não vamos contar para Odile, está bem? – pediu Franz para todos.

Obviamente não contamos, mas detestava esconder isso de minha amiga. Ajudei o pessoal a “limpar” a bagunça. Gerd parecia zangado.

-- Aquele anão impertinente! – ele quebrou um cabo com as mãos, pura raiva. – Se safou muito bem, mas na próxima não deixarei barato.

-- Quer parar com isso? – já estava enervada com as reclamações dele. – Já basta o estrago que causou?

-- Agora a culpa é minha? A culpa de tudo é minha? Poderia ser das estrelas mas não. Hoje é o dia que Gerhard Müller é julgado culpado!

Agora Gerd se irritou e continuou a falar pelos cotovelos. E eu? Só fiquei olhando aquela cara dele de vítima.

-- Já acabou, Gerhard? – perguntei em tom blasé.

-- Não! Porque quero jogar nessa carinha de anjo o quanto você é detestável.

-- Mas que engraçado! Até dois dias atrás você era o piadista, o cão arrependido e abandonado e agora vem me chamar de detestável? – encarava Gerd e o olhava firme. Adoro encarar as pessoas altas assim.

-- Detestável sim! Ainda mais quando esqueceu o convite.

-- Espera aí, seu alemão grosseirão! – arregalei os olhos e fechei a cara. – Você mesmo mandou mensagem cancelando nosso jantar.

-- Não fui eu.

-- Canalha! – dei um tapa no rosto dele. – E ainda é bem mentiroso. Olha aqui, veja!

Mostrei na tela do celular a mensagem. Ele viu e depois se espantou.

-- A mensagem veio do meu celular mas eu não mandei!

-- Baita desculpa...

-- É sério!

-- Não acredito em você!

E sai do estúdio.


Gerd POV

-- O que foi aquilo? – perguntou Franz. – Sorte sua do anão inglês e os macaquinhos não terem visto a discussão.

-- Discuti com Louise. – justifiquei. – Joguei a culpa nela e principalmente por ela não ter aparecido ontem no apartamento. Ela disse que recebeu uma mensagem no celular com meu número, dizendo que foi cancelado mas eu juro que não enviei mensagem alguma.

-- Deixe-me ver.

Franz verificou o horário da mensagem enviada, pensou um pouco e por fim disse.

-- Tem certeza que não foi você? Não escreveu e de repente sem querer apertou o botão de “enviar”?

-- Absoluta.

-- Ouça, este estúdio tem algumas câmeras de monitoração. Ninguém, exceto a Odile e eu, sabem da existência disso. Vem comigo.

Franz ligou o notebook de Odile, já com a internet conectada e acesso as câmeras. Observei cada detalhe quando ele colocou nos vídeos da data de dois dias atrás com os horários mais aproximados do envio da mensagem e para nossa surpresa, vimos uma pessoa mexendo na mochila de Gerd quando a gravação do clipe dos Monkees terminou. Foram apenas cinco segundos. Pausei o vídeo.

-- Ele! – apontei. – Foi ele. O loirinho que é amigo do Davy.

-- Fala do Peter Tork?

-- Esse mesmo!

Agora tudo fazia sentido. Será que Davy tenha mandado Peter fazer isso? Sendo assim... o anão sabe... E Louise está encrencada.

-- Vou acabar com o loiro!

-- Já está com certa... má fama e quer piorar mais ainda?
-- Franz, ele...

-- Eu sei, agora nosso foco é como vamos dizer para minha namorada que o estúdio.

Não demorou para Odile surtar, brigar e jogar a culpa em todos. Confesso que agora mereci mesmo pela causa de tudo. À noite recebi um email de Odile, avisando sobre os custos de tudo. Isso pra mim não era um problema e sim como recuperar Louise?


Felicity POV (No dia anterior)

Após a gravação do clipe dos Monkees, tive de esperar um pouco mais por Peter. Aproveitei esse tempo de espera para repassar as falar na minha personagem Sabrina Franklin. A cena consistia num encontro no restaurante onde ela e Gene, seu amigo, iriam conversar livros e no final acabaria com um beijo e, claro, com cena de sexo. Segundo o caderno de roteiro, também está especificado que deve ser o mais real possível. Será que foi dessa maneira que Lulu e Gerd reproduziram daquela maneira? Porque realmente eles estavam mesmo trepando nas câmeras.

Neste momento Peter apareceu, um pouco feliz e atrás dele, Erin. Coitada, acho que ela queria estar no meu lugar. Tive pena dela por ter feito o que fiz e sobre o beijo que vi, deixou claro que eu não deveria ter roubado o Peter.

-- Está pronta, Fefe? – perguntou Odile, sentada na cadeira de diretora.

-- Sim.

-- E você, Peter?

-- Estou. – respondeu Peter, bem agitado e me olhando com certa ternura.

-- Ok. Michael, já mostre a claquete.

Mickey apareceu com aquele negócio na câmera.

-- Cena romântica de Gene e Sabrina, tomada 1!

-- Ação! – gritou Odile.

A cena começa com Sabrina aparecendo no restaurante e já toca Baby It’s You, da cantora Smith. O jeito como ela caminha enfeitiça Gene e ela sentou na mesa com ele. Fazem os pedidos e conversam pouco. Esse pouco é preenchido com silêncio, parecendo que tanto Sabrina quanto Gene querem ouvir a música que toca no jukebox.

-- Adoro essa música. – disse na forma de Sabrina.

-- Eu também. – concordou Peter, como Gene.

Trocamos um olhar intenso. Fiz algo que não estava no roteiro. Toquei os lábios de Peter e ele os beijava e sugava um pouco na boca. Por fim completou.

-- Estou louco por você... – notei ai que ele ia dizer meu nome, mas demorou uns segundos. – Sabrina. Sempre a desejei mais do que um amigo. Seja minha. E você não terá motivos para se arrepender.

Quando afastei a mão, Peter agarrou meu pulso, com um pouco de força. Surpreendi-me ali.

-- Aquele beijo que viu foi meu pior erro. Nunca trai e se te escolhi, foi porque te amo pra valer, minha supernova!

Esta última fala também não estava no roteiro e não tive tempo pra pensar ou ver o que os outros achavam.

-- E quem garante que você não é um buraco negro que vai engolir minhas estrelas novas? – perguntei mas não estava no roteiro.

-- Porque se eu fosse, não declararia isso e não a deixava viver em seu esplendor. – pegando minha mão e a beijando.

A declaração de Peter foi tocante. Não é a toa que ele é o poeta. E por fim aconteceu o beijo, tão ardente, cheio de paixão. O beijo foi tão forte, envolvente e demorado que não ouvimos o grito de “corta!” da Odile. Meu primo é que teve de nos separar.

-- Ficaram surdos, é? Já acabou!

Estranhei um pouco e Odile explicou.

-- Vocês não falharam. A cena ficou ótima mas terei de avisá-los que o tempo expirou. Vamos deixar a noite de amor de Gene e Sabrina para amanhã. Pode ser?

Trocamos um olhar significativo. Sorri para Peter.

-- Por mim, está bom.

-- Concordo com a Fefe. – aceitou Peter.

Depois disso Odile chamou Nora e Sepp para gravar. Deveria ser o Best e Rosie contudo, ultimamente ela não tem se sentido bem, o que é meio suspeito.

-- Quer ensaiar comigo, na minha casa? –convidei Peter.

-- Só nós dois? – ele se animou.

-- Sim!

Trocamos outro beijo e ele foi embora. Quando voltei para o camarim, encontrei Erin, me olhando feio. Me aproximei dela.

-- Ponha uma coisa nesta sua cabecinha. Peter não agiu como Davy. Antes que pergunte, sim, estou sabendo que ele está saindo com sua priminha nanica maldita! Agora caia fora antes que eu dê um bom chute em você, senhorita!

Ela saiu da minha frente e ainda Emma estava lá, ouvindo tudo.

-- Não trate a Erin desse jeito!

-- Ela está merecendo. – respondi para Emma. – Ou por acaso se esqueceu o que você fez com a Louise?

Agora Emma recuou. Aos poucos refletia se valia à pena continuar com a loira, sabendo que ela é amiga de duas garotas que passei a odiar. Melhor esquecer isso e me focar somente hoje à noite...


Louise POV

Se passaram dois dias após aquele incidente do estúdio. Davy, Micky e Gerd conseguiram pagar pelos estragos e minha convivência com meu McCutie se tornou bem delicada. Continuávamos nos falando mas bem pouco. Ao mesmo tempo me odiava. Odiei a mim mesma por trair Davy com Gerd, odiei o fato de ter ouvido de todos que a cena de sexo que gravei foi realista demais, odiei Davy por criticar Odile, odiei minhas tentativas infrutíferas de reconquistá-lo, odiei tudo. E por conta de meu erro, estou perdendo-o para Dianna. Mas também devia ficar brava com ela. Gerd se mostrou dedicado a ela e o resultado? Olhando somente para meu namorado. Mas também Gerd é outro culpado. Nunca deveria ter me olhado, me beijado. E agora... me pego absurdamente apaixonada por ele e sou correspondida.

Naquela manhã fiz o café da manhã normalmente e Davy arrumava as malas. Outra vez penso que ele vai me deixar pra morar com Peter.

-- Hoje começa a turnê, McLovely. – ele disse, meio triste.

-- Durará quanto tempo? – perguntei enquanto preparava uma torrada para mim.

-- São quinze dias. De Londres, iremos agora para Amsterdã, Roma, Madri, Berlim, Estocolmo e pra encerrar é em Paris. E depois volto para Londres para mais gravações de músicas pra trilha do filme da Odile.

Ficamos um pouco em silêncio e continuei com o café.

-- Vem comigo! – ele tocava minha mão e me olhava como se estivesse desesperado. – Vamos reacender tudo, Louise. Nossa amizade, nossa paixão...

Davy pegava minha mão e a beijava igual ao cavaleiro Danceny, quando cortejava Cecile. Fomos para o quarto e aconteceu.

Nosso beijo foi calmo e se transformou em algo sensual, a ponto dele sugar meu pescoço como fazia antigamente. Abriu meu robe e tocou meus seios e gemi.

-- Davy... – tentava negar isso mas, era impossível. – Você vai se atrasar...

-- O vôo sai às 11h. – respondeu quando me deitou na cama e tirou minha calcinha. – Ainda é cedo, McLovely... Vamos aproveitar.

Davy fez sexo oral de forma incrível e com vontade, me fazendo gritar e puxar sua cabeça para continuar.

-- Lembra quando gravamos aquela minissérie Fight For The Glory?

-- Sim... oooooh... Davy... – a minissérie meio erótica romana onde Davy era o guarda Marcus e eu era Lucretia, a melhor amiga dele e por vezes amante, mesmo ela casada com o general Vetius.

Quando parou, Davy se despiu, deitando por cima de mim e me penetrando com aquela vontade. A cada movimento era prazeroso. Abracei o corpo dele bem forte e olhei em seus olhos. Não vi Davy... E sim... Gerd. O urso alemão. O amor germânico de Lucretia, o gladiador Darkian, imaginei ser o jogador alemão. Alto, musculoso, poderoso.

-- McLovely... meu amor... – Davy sussurrou bem sensual e lambeu minha boca.

Apesar do sussurro, tinha mesmo de admitir que a voz de Davy para mim foi desacostumada e queria ter ouvido o timbre rouco e perfeito de Gerd com seu sotaque alemão chamativo.

-- Ursinho! – apertei Davy, incitando para mais estocadas. – Mais forte!

Davy foi mais rápido e forte, fazendo a cama ranger.

-- Minha leoazinha! Aaaaaah!

Estranhei um pouco ele me chamar de leoazinha. Na verdade não gosto de ser tachada como leoa... E depois... veio o orgasmo.

Ficamos vinte minutos na cama e Davy tomou banho e eu me vesti, um pouco sem jeito. Pela primeira vez fiquei tímida diante dele mas não era Davy que desejava e sim Gerd. Ao sair do banheiro, ele se vestiu e me olhou.

-- Eu não vou. – recusei. – Eu quero ficar em casa, sair com meus amigos. Não se sinta ofendido.

Davy fez cara de quem não gostou. Era raro eu recusar viajar com ele nas turnês. E quando isso acontecia, era sério.

-- Você não me perdoou?

-- Eu quero pensar melhor. – justifiquei e peguei a mala dele, entregando em suas mãos. – Se foque na turnê. Vai se sair bem.

-- E quanto às mulheres? – ele tentou me provocar, pra ver se me fazia mudar de idéia.

-- Mato todas, sem exceção! – falei friamente. – E também não quero olhar na cara da Emma Carlisle sem lembrar-se da surra que levei.

-- Emma não vai. – garantiu Davy mas eu sei que ela vai. – Pedirei pro Micky em não levá-la.

-- Mas aí  vai dar na cara que foi por minha causa. E advinha, vou levar outra pancada daquela... daquela giganta!

-- Lulu...

-- Por favor, David Thomas Jones. Não force a barra! Faça boa viagem!

Nos despedimos de forma discreta e ele embarcou no carro de Micky. O resto do dia passei só arrumando o apartamento. Quando Davy falou nas mulheres, não só lembrei das fãs fervorosas mas também... da Dianna. Se Davy quisesse me trocar, seria melhor pela Talia Hayes, a atual namorada de meu primo, Colin Black. Tirei esse pensamento da cabeça e passei o resto do tempo “maratonando” minhas séries favoritas. Foi à noite que recebi uma mensagem de texto...

Sei que está um pouco brava comigo por conta do falso cancelamento do nosso jantar, mas peço que me perdoe por te ofender. Me redimi com todos. Quer viajar comigo para Alemanha amanhã?

Viajar para Alemanha? Já me basta Davy tentando me arrastar pra turnê dos Monkees agora isso? Respondi.

Não. Mas aceito seus argumentos pra me convencer.

Ele levou alguns minutos para digitar. Prevejo um texto.

Dianna não vai comigo. Ela quis viajar com Emma.


Não me convenceu!


Eu quero você perto de mim. Quero te conhecer melhor, como pessoa. E essa viagem vai ser boa. Terei amistoso contra Suécia. E podemos ver Alice.


Ok, agora estou me entregando. Também pensei por outro lado. Não conheço direito a Alemanha. Sorri com a possibilidade e também vai ser bom para conhecer o urso.

Que horas é o vôo?



Por volta das 10h.



Venha ao meu apartamento às 8h.


Agora era só esperar pelo dia seguinte...


Continua...

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