quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Feel (Saga 1) - Norse Myth - Final

Final da saga 1


-- Ela é forte e dura. – Garantiu Uli, enquanto guardava o martelo e se trocava. – E sabe se cuidar.

Depois os dois ficaram em silêncio, cada um na sua cama.

-- Que preocupação exagerada é essa que você tem pela vanir.  Por acaso gosta dela? – Indagou o deus do trovão.

-- Por tudo que é mais sagrado neste mundo, sim. Mas por favor, Ulrich, não conte isso para o Pai de Todos ou para Andrew. – Pediu Gerd.

-- Ficou louco? – Uli saltou da cama, indignado. --  Aquela vanir foi casada. O Pai de Todos não vai aprovar isso!

Irritado, Gerd pegou a Notung e apontou a lâmina na garganta do deus trovejante.

-- JURE QUE NÃO VAI CONTAR OU TE MATO! – Exigiu o deus da guerra. – JURE!

Uli suava frio e por fim responde.

-- E-eu juro!

Após isso ele voltou para a cama, se acalmando e Gerd deixa a Notung perto da cama e volta a se deitar. No dia seguinte os dois se acordaram e seguiram para seu desjejum no salão dos deuses.

-- Gerd, eu tive de novo aquele sonho. – Confessou Uli, um pouco intrigado. – Sonhei outra vez que fui mandado para Midgard e desta vez foi papai. Eu perdi o Mjölnir e tirava aquilo que me dava poder!

-- Calma! – Dizia o deus guerreiro, tranqüilo. – Foi só um sonho. Fica calmo...

Minutos depois de terminarem as refeições os dois seguiram para o treinamento e viram que Peter estava triste. Não ostentava o sorriso de antes.

-- Aposto que isso tem a ver com aquela Valquíria loira... – Dizia o deus, girando o Mjölnir, sorrindo. – Eu soube que ela se deitou com aquele seu pupilo, o anão, que é amigo da deusinha.

-- Pobre Peter... – Lamentou Gerd. – Se fosse comigo, também sofreria.  E você devia respeitar a vida dos outros e não falar assim.

Quando se preparavam para treinar, um dos guardas se apresenta.

-- Pai de Todos exige sua presença, Gerhard!

Ele obedeceu e ficou diante do rei.

-- O que foi, meu pai? – Perguntou Gerd, curioso e preocupado.

-- Venho comunicar uma excelente notícia. – Sorriu Tony, bastante satisfeito. -- Consegui uma noiva para ti, meu filho. Uma mulher digna de suas qualidades e creio que você a conhece.

Será que ele sabe sobre Louise e meus sentimentos? Será que ele aprovou,  se perguntou Gerd, feliz com a possibilidade de seu amor por Louise ser aceito.

-- E onde ela está? – Questionou o jovem, mais curioso.

-- Ela está vindo... Ou melhor já chegou.

Gerd se virou e o sorriso que antes tinha, havia sumido. A mulher que se apresentava não era Louise. E sim uma... Valquíria. E pior: era Felicity, a prima de Louise.

Felicity havia saído de seu treinamento com suas colegas guerreiras e se apresentou na sala do trono, encontrando o Pai de Todos e Gerd.

-- O que deseja, Pai de Todos? – Perguntou Felicity, formalmente e ignorando a presença de Gerd.

-- Quero apresentar seu noivo, minha amada sobrinha.

A principio a guerreira não entendeu e quando olhou novamente para Gerd, exaltou-se.

-- ELE?

-- E POR QUE ELA, MEU PAI? – Perguntou Gerd, irritado.

Antes que pudesse ter uma resposta, Gerd faz surgir na mão esquerda um machado e Felicity saca seu martelo Gjall, presente dado por seu pai, o gigante  Robb. O deus guerreiro e a Valquíria se confrontaram, um golpeando o outro mas se defendendo e esquivando das ofensivas até se encararem porém, Tony os separa.

-- Já chega!

-- Pai de Todos eu me recuso a casar com esse homem! – Apontando para Gerd. – Eu desejo morrer a ter que fazer isso!

-- Me desculpe, meu pai. Mas não caso com ela. Eu amo outra.

-- Como é? – Indagou Tony, surpreso.

Sabendo que seu segredo seria revelado mais cedo ou mais tarde, o deus da guerra resolve admitir, mesmo correndo riscos.

-- Eu amo Louise!

Todos ficaram espantados demais, até mesmo Tony.

-- Argh! Você ama Louise? – Enojou-se Fefe com a revelação. – Agora que verá seu fim.

Ela quase o golpeia com o martelo e outra vez é detida pelo rei de Asgard.

-- Boa sorte pra você. – Disse a Valquíria sarcasticamente. – O primeiro marido dela sumiu sem deixar rastros, quem garante não tenha o mesmo destino?

-- Eu nunca abandonaria ela. Aonde ela for estarei junto a ela. Louise é minha razão de viver!

-- PAREM JÁ OS DOIS! – Ordenou Tony, usando o cajado mágico.

-- Deixo claro que não me casarei com ele! – Disse Fefe, guardando o martelo.

-- Que seja, com quem deseja se casar então? Aquele guerreiro George Smith ou outro?

Gerd também guarda o machado e antes de se retirar, aproveitou para revelar algo sobre sua rival Valquíria.

-- Desde que não seja com o deus maluco que é casado com a valquiria Emma...

-- Como é? Está se deitando com um deus casado? – Perguntou o rei, enfurecido com Fefe. -- Sabe o que eu penso em relação a adultério!

-- Mas todos sabem que você teve uma filha fora do casamento e a rainha também, então quem é o senhor pra opinar sobre o assunto?

Tony se calou pois sabe o que Felicity disse é a verdade.

-- Mas então, quem você escolheu para ser seu futuro marido?

-- Ainda não me decidi...—Respondeu a guerreira, olhando pro chão.

-- Deve decidir logo! Tem até o amanhecer de hoje!

Mal terminando a frase e Tony desapareceu, deixando Felicity pensativa sobre o assunto do casamento.

Enquanto isso Gerd também pensava mas em outro lugar. Ele não voltou a treinar mais. De repente veio na mente a giganta de fogo, Alice. Sentiu-se culpado por ela ter perdido seu poder de fogo naquele beijo.

-- Preciso me redimir com ela, mas tenho medo de causar alguma mágoa a Louise... – Comentou consigo mesmo. – Mesmo assim, preciso fazer isso.

Ele pediu a Sembene que abrisse a Bifrost e rumou para Muspelheim, o reino dos gigantes de fogo. Apesar do calor, ele conseguiu agüentar e caminhou alguns quilômetros para encontrar a moradia da giganta na montanha. Porém, Alice estava colhendo lenha e foi abordada pelo deus guerreiro.

-- O que você quer? – Perguntou, um tanto assustada com a presença dele.

-- Estou aqui pra te ajudar. – Respondeu o deus, gentil.

-- Você já me ajudou muito tirando meu poder, o que mais quer de mim? – Exigiu Alice, mais irritada com a presença dele.

-- Devolver aquilo que lhe tirei.

Ele a encarou nos olhos azuis dela e se encantou. Alice tem a mesma coloração azulada ocular de Louise, como o céu. Tocou a mão dela e a puxou para um beijo muito envolvente. Ali mesmo uma aura mágica envolveu Alice, como se o corpo dela estivesse incandescente. Ela conseguiu recuperar seu poder e mais ainda: a maldição foi quebrada. Quando pararam, Alice sentiu tudo aquilo que antes teve com Louise, agora era correspondida por ele, o deus guerreiro por quem se apaixonou.

-- Quer entrar? – Convidando-o para entrar em sua montanha.

Gerd aceitou e ali mesmo os dois se entregaram a paixão carnal. Alice finalmente conseguiu ser amada. Na verdade era sua primeira vez com um homem. E não pretendia estragar aquele momento...

Em Vanaheim, Louise chorava em sua cama. A deusa recebeu a visita desagradável de Noone. E como aconteceu com Peter, a vanir viu o que o deus das trapaças lhe mostrou: Gerd e Alice se amando intensamente na montanha. De início não queria acreditar contudo, ao ver mais uma vez, comprovou a verdade.

Completamente raivosa, ela seguiu rumo à montanha e entrando ali encontrou os dois, dormindo juntos.  Ela fincou a espada na pedra, despertando os dois, que encobriam seus corpos.

-- LOUISE! – Exclamaram os dois.

A deusa chorou mais lágrimas douradas, soluçava e voltou a encarar os dois.

-- Eu não queria acreditar! Como podem fazer isso comigo? Por quê? POR QUÊ?

-- Minha deusa...me perdoe... – Alice saía da cama, enrolada com o lençol mas foi esbofeteada por Louise.

-- Eu vim devolver os poderes da Alice. – Justificou Gerd, se vestindo.

-- Só bastava beijá-la, não tinha necessidade de deitar-se com ela! – Disse Louise, cravando mais a ponta da Gram no chão, causando mais estrondo na montanha.

-- Eu correspondi ao ósculo. – Alice se ajoelhava, implorando por perdão para a deusa do amor. -- A culpa é toda minha.

-- Chega! Eu te amaldiçôo! – Empurrando Alice para longe.  -- Perderá todos os seus poderes outra vez. Está banida para Jotunheim e que todos os gigantes de lá, a violem!

Alice sentiu outra vez seu fogo incandescente sumir e não só isso. Sua força também sumia.

-- E quanto a você, Gerhard, espero que se entenda com o Pai de Todos, afinal você mentiu para mim... Na verdade você é uma fraude! Um deus adotado, você é fraco, um inútil! Se está entre os deuses foi por complacência de meu pai!

Após isso Louise desaparece, deixando o casal ali, humilhado. Alice chorava demais por ter magoado o coração da deusinha, a única que realmente ama e ao mesmo tempo ter se deitado com Gerd, que também é amado por ela, ao mesmo tempo ela era transportada para Jotunheim. Sabendo que a maldição começou, a giganta de fogo fugiu o quanto antes e se abrigou em uma caverna gélida, evitando que algum jotun sinta sua presença.

Gerd voltou para Asgard, completamente decepcionado. Não demorou para Tony saber do ocorrido e ele foi castigado, retirando sua lança, seus poderes e ainda sendo preso. Uli tentou argumentar com o pai para que seu irmão adotivo fosse perdoado e foi recusado. Em Midgard o inverno retornou com mais força, devido à tristeza de Peter. O deus do verão descobriu que Dianna, sua amada Valquíria o traiu com Davy. A tristeza praticamente invadiu Vanaheim.

-- Se quiser, posso transformar Dianna num animal... – Dizia Louise para Peter. – E colocarmos Davy no calabouço como castigo!

Peter se preparava para dizer algo quando um dos guardas chamou Louise.

-- Pai de Todos deseja sua presença, Louise.

A deusa foi conduzida para a sala do trono.

-- O que desejas meu pai?

-- Chamei você aqui para falarmos da punição de Gerhard. – Disse Tony.

-- O que o senhor decidir eu aprovo, meu pai.

-- Não sou eu que vou fazer isso, será você!

Louise se assustou. Ela mesma tem agora o direito de castigar o deus guerreiro.

-- Eu? Mas por que eu?

-- Ora, ele feriu você e não a mim, nada mais justo que você puni-lo.

Ela refletiu um pouco sobre isso. Apesar de evitar qualquer coisa relacionada ao dia que encontrou o amado na cama com a giganta de fogo, no fundo a deusa queria realizar isso. Fazer com que ele fosse punido.

-- Está bem... Quando posso fazer isso?

-- Se desejar, pode fazer isso agora!

Ela foi conduzida para a prisão e entrou na sala de tortura, onde Gerd, com os braços acorrentados e de pé, se preparava para o destino final. Louise entrou na cela e encarou o guarda.

-- Se precisar, estarei aqui para proteger, Lady Louise. – Em seguida se retirando, fechando a porta.

A deusa caminhou devagar, se aproximando dele. Viu os ferimentos abertos por conta da pancadaria que possivelmente os carrascos fizeram nele, uma vez que Gerd não é mais um asgardiano.

-- Se queria tanto ajudar Alice recuperar seu poder, era só beijar ela. – Disse a jovem, tentando conter as lágrimas e pegando uma adaga. – Por que se deitou com ela? POR QUÊ?

-- Eu confesso, eu a desejei ela. – Respondeu Gerd, encarando Louise. -- Cuidou dos meus ferimentos numa batalha.

Ela ouviu atentamente e tomada pelo ciúme e a insegurança, cravou a adaga no braço, causando a dor imensa. Os dois guardas que ali estão na porta ouviam os gritos de Gerd e nada faziam. Pareciam apreciar aquele momento...

Louise então abriu o armário das armas e dali tirou um açoite.

-- Os guardas e carrascos não foram capazes de te machucar... – Ela balançava de um lado pra outro o chicote. – Mas eu sim. Eu sou capaz. Saberá da pior forma que não se deve enganar... UMA DEUSA!

O açoite começou. Gerd sangrava e gritava a cada golpe que Louise aplicava. Ainda insatisfeita, ela cravava mais a faca no corpo dele, desta vez na mão e até nas pernas. Num dado momento, ela olhou para um pequeno martelo e sorrindo maleficamente, imaginou ali usar aquelas armas também para castigar Dianna por trair Peter e depois Davy por ceder.

-- O que vai fazer agora? – Perguntou Gerd, quase sem voz por conta dos gritos.

-- Continuar seu castigo...

Mal terminou e Louise golpeia bem forte o martelo contra o dedo de Gerd, quebrando completamente e fazendo-o emitir um desesperado grito que fez Asgard inteira ouvir.

-- Pare, Louise! Eu imploro!

A deusa deixou o martelo de lado e voltou aos açoites, mais fortes. No entanto, a cada golpe, ela sentiu uma fisgada de tristeza. E desta vez não conseguiu evitar as lágrimas douradas caírem de seus olhos. Ela disfarçou esse momento de fraqueza e novamente se armou com o martelo, apontando para o meio das pernas do deus guerreiro, que agora é um mortal.

-- Nunca mais vai gerar outros, como você!

Gerd se contorcia de dor, medo e arrependimento. Rezou mentalmente para o Pai de Todos lhe perdoar, rezou para Louise perdoá-lo. Ele viu a mão dela com a arma, prestes para o golpe final...

Fechou os olhos para não ver o pior. Em vez disso... Louise quebrou as correntes dele com a arma, libertando o jovem. Ele a viu chorando e se desmanchou. Nunca foi sua intenção machucar os sentimentos da deusa. Ele a amava com todas as forças de seu coração e por ela, sacrificaria tudo. Até mesmo arriscar a própria vida viajando até a árvore de Sophie e arrancar uma das maçãs douradas, para presentear sua amada deusa amorosa.

Ela por sua vez, chorou mais ainda e ficou de costas para ele.

-- Pode ir embora! Está livre, Gerhard!

Ele caminhou com dificuldade e meio manco, abraçou a deusa por trás.

-- Me perdoe, me perdoe, meu amor.

Ela aceitou e se virou para ele, retribuindo o amplexo. A deusa teletransportou-se para o quarto de Gerd, levando o deus castigado consigo. Ele se deitou e ainda foi cuidado. Louise curou todos os seus ferimentos e inclusive restaurou seu dedo e outras partes do corpo que foram quebradas. 

-- Obrigado. – Agradeceu.

Louise não respondeu e voltou a derramar mais lágrimas douradas. Gerd a abraçou mais uma vez e se encararam. Aquele sentimento ainda vive neles e trocaram um beijo forte e ardente.

A deusa do amor abraçou bem forte o corpo atlético do deus guerreiro e ele num só puxão rasgou a roupa dela, deixando-a nua. Deitou-a em sua cama, beijando seu rosto e  depois o pescoço e os seios.

-- Gerd... ahhhh... – Ela gemia à medida que o carinho dele aumentava.

Ele descia os beijos até as pernas de Louise. Abriu com calma ali e continuou, desta vez fazendo sexo oral na deusa, provocando mais prazer. Louise gemia mais alto, sem se importar se o palácio, as valquirias, os deuses ou até mesmo seu pai ouvisse. Ela queria fazer Gerd sentir o amor...

Depois disso a deusa ficou por cima dele, repetindo todo o carinho dele, contudo, ela pegou uma das facas de Gerd e apontou a lâmina na garganta dele.

-- Ouça bem... O que vou dizer! – Disse Louise, cavalgando nele e ofegante. – Se me trair com outra, eu arranco sua cabeça! Esquartejo você, jogo seu corpo no Helheim e ainda devoro seu coração no café da manhã! Você me entendeu?

-- S-sim.

-- Você jura?

-- Eu juro! – Mal terminou de responder e Gerd tirou adaga da mão de Louise.

Ele se levantou, continuando a trazer de forma sensual o corpo de Louise e enchendo-a de beijos e invertendo as posições, ele a dominava, penetrava com força e prazer. No último ato, gemeram alto demais, atingindo o orgasmo.

Ficaram deitados na cama, abraçados e felizes.

A deusa acordou primeiro, deixando Gerd ainda adormecido. Se vestiu e correu para o portal.

-- Abra a Bifrost. – solicitou Louise.

-- Para onde, deusa?

-- Jotunheim.

Minutos depois ela adentrou a terra dos gigantes de gelo, munida com a espada Gram e um casaco de pele. Ela nunca gostara do frio e lamentou ter deixado o colar em Asgard. Caminhou em direção a uma montanha gélida e resistente. Encontrou uma caverna com uma fogueira e uma giganta toda tremendo de frio e coberta com lã de ovelhas tosqueadas.

-- Alice...

A giganta acordou e reconheceu a deusinha de olhos azulados. Sua amada.

-- Louise, minha deusa... – Alice mal conseguia falar por conta do frio e o medo. – Me perdoe...

-- Não diga mais nada. – tocou seus lábios com carinho e renovando seus poderes. – Retirei a maldição e não está mais condenada a viver aqui entre os jotuns.

-- Mas... – A lembrança de trair sua amada com o deus guerreiro magoava demais. – Eu a desapontei. Amei um homem. Recebi-o em meu leito na montanha. Mas não sabia... que ele e você se amam.

-- Você o ama? – perguntou a deusa, compadecida.

-- Sim. – admitiu Alice, de olhos baixos. – Ele me deu esses dois.

Ela mostrou um cesto enorme coberto com mais lãs e dali revelou dois bebês, branquinhos e com uma marquinha de nascença no pé.

-- Gerd me deu eles...

Apesar de toda doçura que demonstrou para Alice e os filhos dela, Lulu não conseguia ocultar o ciúme. Havia perdoado Gerd, libertado de seu suplício e agora iria garantir que o mesmo recupere seus poderes. E depois disso ia deixa-lo para sempre. Alice viu uma lágrima dourada pingar do rosto de Louise.

-- Louise...

-- Estou feliz, meu amor. – disfarçando a tristeza. – Agora pegue essas crianças e volte para sua casa. Se Hunt ou Noone descobrem sobre seus filhos, não quero imaginar.

-- Você pode levá-los daqui e me deixar aqui.

-- Não, Alice! Eles precisam é da mãe verdadeira. Recuperou agora seus poderes e és livre.

Antes que a giganta pudesse insistir, a Bifrost transportou Louise de volta para Asgard. Alguns deuses a esperaram e Tony era um deles.

-- O que deu em você? – questionou o pai, muito indignado. – Libertando Gerd?

-- Ele pagou com as dores. Mereceu todo o castigo aplicado por mim. – respondeu Louise, mais séria. – Meu pai, todos erramos mas também somos perdoados. E Gerd possui um coração tão bom e é justo. E sem falar que ele conseguiu prender Verratti. Ele nos salvou.

-- Vi a batalha e como Gerd mudou. – Tony pausou um pouco, encarou Gerd que estava com as mesmas roupas esfarrapadas da prisão e Uli por perto, caso fosse persuadir o pai. – Farei como pediu. Ele está livre.

Num movimento de mão, fez a lança Notung surgir e entregou nas mãos do filho adotivo, envolvendo-o numa aura mágica. Gerd voltou a ser o deus da guerra e ainda com suas vestimentas.

-- Obrigado, Pai de Todos. – agradeceu Gerd, fazendo reverência.

-- Apesar dos receios, eu tive de dar essa segunda chance para você.

-- Meu pai! – chamou a deusinha, puxando o pai para um pouco longe dos outros deuses. – Seria pedir demais se libertasse Davy?

-- Está abusando, Louise.

-- Eu sei mas ele vai ser pai.

-- Peter também vai ser pai.

-- Por isso mesmo. – Louise explicou todo o caso de amor de Peter com Dianna e a intromissão de Davy, no qual a deusa jura de pés juntos que não tinha intenção alguma de provocar essas desavenças.

Tony concedeu esse pedido e os outros deuses comemoraram o retorno de Gerd. Uli foi mais ainda e convidou todos para a festa.

Em seu quarto, Louise se vestia adequadamente e colocou a Brisingamen no pescoço. Se juntou aos deuses e valquirias na celebração. E foi durante o jantar, o inevitável aconteceu.

Gerd tocou o berrante, despertando atenção de todos.

-- Obrigado por estarem reunidos aqui. Não só quero festejar meu retorno ao panteão asgardiano, mas também quero fazer um pedido diante de todos.

Internamente Lulu estava entendendo do que se trata...

Na mesma mesa, Dianna sentava ao lado de Davy e Peter permanecia com sua irmã postiça no exato momento que Gerd caminhou até a deusa e mostrou um anel dourado, gravado o nome de Louise.

-- Louise, deusa do amor. A mais formosa e valente das deusas... Quer casar comigo?

Algumas divindades e valquírias  chocaram-se com o pedido, por causa do casamento anterior de Louise. A própria desejava aceitar, afinal, desde que Jim desapareçou, fechou-se para o amor e se concentrou em juntar outros casais e abençoa-los, como foi o caso de Emma e Micky. No entanto, lembrou-se de Alice.
Também ama sua giganta. Se não fosse a infidelidade de Gerd e os filhos que gerou com Alice, poderia muito bem se casar com ele. E foi este pensamento que a fez responder.

-- Não!

E mais espanto foi provocado no salão.

-- Como?

-- É isso mesmo que ouviu! – respondeu séria. – Não aceito.

Lulu se retirou da sala mas foi seguida pelo deus guerreiro.

-- Louise... Pequena deusa... Eu posso explicar.

-- Explicar o quê? Que além de ter se deitado com Alice, teve dois filhos com ela? Um menino e uma menina? E mesmo ter recuperado seus poderes e a Notung, você ainda não os procurou?

-- Sei que errei e deixei os três para morrerem na montanha.

-- O que disse? – a deusa se espantou com a crueldade de Gerd e acerta um soco no rosto dele. – Que espécie de deus é você? Eles não merecem isso.

-- Merecem. – disse, sem receios. – Eu errei ao me deitar com Alice.

-- Já dei minha resposta e não insista! – ameaçou a deusa, furiosa. – A menos que queira voltar para prisão.

Ele continuou a seguir.

-- Você falou com a maldita giganta? – indagou, embravecido.

-- Eu a libertei e a fiz recuperar seus poderes.

-- Devia ter deixado ela morrer lá com as crianças!

Louise ignorou e continuou andando até perceber que escurecia em Asgard...

Os deuses saíram do salão e avistaram o céu. Tudo escuro. E depois um pouco de ar congelante. Rapidamente um portal mágico se abriu e dele surgia dezenas de gigantes de gelo e atacaram os deuses. Outros portais se abriam e mais gigantes gelados apareciam. Mesmo com a Bifrost fechada, tinha algo de errado.

Tony combatia os seres enormes e junto com Uli e Peter, foram até a sala das armas e se espantaram.

-- Não pode ser. – disse Uli.

-- O TESSERACTO FOI ROUBADO! – bradou Tony, enfurecido.

Peter já deduziu quem pode ter feito isso.

-- Noone!

No exato momento que ia dizer mais, Gerd correu até a sala.

-- LEVARAM A LOUISE!

Tony correu o máximo que pode até a Bifrost e encontrou Noone e o rei dos jotuns, Hunt, carregando Louise e Dianna. As duas, presas em esquifes de gelo, gritavam e socavam com força o caixão gélido.

-- Pai!

Tony disparou seus raios contra o rei e o deus das trapaças mas o ataque foi defendido. Reconheceu a feiticeira Meg, de Niflheim.

-- Maldita Megan! – exclamou o deus. – O que pretende ganhar levando minha filha e ajudando esses patifes?

-- Poder, Pai dos Deuses! E sabe que gosto muito de lucrar com o caos. – disse a bruxa. Ela havia prendido Sembene e manteve a Bifrost aberta para Noone e Hunt escaparem. – Mas posso libertar Louise... se me entregar o colar de sua filha.

O colar Brisingamem é um tesouro mágico e somente Louise pode controlar o poder que há nele.

-- Enquanto pensa, nós levaremos sua menina e esta valquíria de bônus.

Ela desaparece no portal e Tony finca a lança com raiva no chão e liberta Sembene. Retornando para o palácio, encontrou os gigantes mortos e alguns deuses feridos. Encontrou Gerd, socorrendo Micky.

-- Gerhard, preciso de sua ajuda! Salve minha filha.

Mesmo com a briga que tivera com a deusa, Gerd não negou isso.

-- Vou salvá-la. Mesmo que isso me custe minha vida.

Ele caminha rumo a Bifrost mas foi barrado por Uli.

-- Ela recusou seu pedido de casamento e ainda sim vai salvar aquela deusa?

-- Eu a amo.

-- Mas Gerd...

-- Não me importa! – embraveceu Gerd. – Se não quer me ajudar, fique aqui, Uli!

Deixando seu irmão para trás, ele chegou a pequena redoma onde Sembene se recuperava e protegia o portal.

-- Tem outros que desejam te ajudar, Gerd. – avisou o guardião da Bifrost.

E na sala surgiam Peter, o irmão de Louise e Felicity, a líder das valquírias.

-- Ela é minha irmã e também levaram a Dianna. – justificou o deus do verão, preocupadíssimo.

Fefe não queria responder mas acabou dizendo a verdade.

-- Louise é minha prima. Mesmo pondo minha vida e de outra pessoa junto, vou lutar ao seu lado.

Tony também apareceu, carregando um pedaço dourado e entrega para o filho.

-- Isto é o que restou da Brisingamen. – em seguida explicou. – Louise fragmentou em nove pedaços o colar. Juntando todos, irá rastrear minha filha.

-- Nove pedaços? Isso corresponde... aos reinos. – Gerd pressentiu mais coisas. – Tudo bem. Mas, Tony... posso pedir algo?

-- Diga.

-- Em Muspelheim há uma giganta de fogo chamada Alice. Tive dois filhos com ela. Caso eu venha cair nesta luta, pode cuidar deles por mim?
Tony não negou o pedido e abraçou o filho e desejou boa sorte para Peter e Fefe. Sembene abriu a Bifrost para os três.

                                    
Continua na SAGA 2

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