segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Um aniversário muito louco (Oneshot)

Olá pessoal! Desta vez última postagem do ano. Na vibe dos aniversários de Mike Nesmith e Davy Jones, escrevi essa oneshot, baseada num episódio do Chaves. Espero que gostem. Boa leitura!




Um aniversário muito louco__ Maya Amamiya


Nem Davy nem Mike imaginariam que seus amigos e agregados puderam fazer por eles. E naquela manhã de 30 de dezembro de 1975 foi este caso. Nez não tinha nada que pudesse esconder. Estava feliz com Alana Watson, a baixista da English Band e o casamento já estava marcado para o início de janeiro. Porém, neste dia ele acordou e notou que Alana estava evasiva.

-- Está tudo bem, Little Bass?

-- Ah sim! – Alana derrubou sem querer uma caixa contendo uns objetos.

-- Que é isso?

-- É coisa minha! Mike, eu te vejo mais tarde! A banda vai ensaiar... muito! Tchau, amor!

-- Espera! – Não deu tempo. Ela se foi rapidamente.

E hoje Mike seguiu para o estúdio se encontrar com seus amigos. Encontrou Micky Dolenz, arrumando os instrumentos.

-- Oi Micky... – Cumprimentou Mike, meio desanimado.

-- Hey! – Micky percebeu. – Sente-se mal?

-- Por que?

-- É que parece... Sabe?

-- Que tô doente?

-- Você está tão... Triste... E não posso acreditar que seja porquê...

-- O quê?

Micky se calou. Ele quase entregou o motivo.

-- Não é nada. Achei que fosse outra coisa. Mas vai passar, Mike!

No lado de Davy, não foi diferente e com algo mais. Quando saiu do banho, ouviu uma parte da conversa entre Dianna e Emma.

-- ... Eu acho que ele lembra, mas pensa que eu não sei. --- Disse Dianna.

-- Faça com que ele não desconfie.

-- Eu vou tentar. E já falou com a Alana?

-- Olha... – Emma pausou. – Essa foi a primeira conversa que tivemos desde que o Nez e ela começaram a namorar. E foi bom. Ela vai ajudar.

-- Oh, que bom Emma! Espera! Davy terminou o banho. Te ligo mais tarde.

Quando desligou, Davy se aproximou dela.

-- O que estavam falando de mim?

-- Não é de você. – Dianna disfarçou. – Era sobre o casamento do Mike e da Alana. A Emma pela primeira vez conversou com a Allie.

Davy franziu. Sabia que não era verdade.

-- Tem certeza?

-- Ah eu tenho que ir, meu bem. Vou me encontrar com a Erin. Ela está tão feliz com novo namorado.

A desconfiança aumentou quando Davy encontrou Peter Tork junto com as amigas Anastacia Rosely, Nora Smith e Marie Greyhound.

-- Isso foi tudo que consegui. – Disse Ana. – Não acredito que saí da minha lua de mel para isso?

-- E eu que estou grávida?

-- Eu não digo mais nada. – Respondeu Nora.

-- Já é o bastante. E a Louise? Ela é a melhor amiga do Davy.

-- Ela está participando.

“Participando do quê?”, pensou Davy. No entanto a conversa terminou quando todos foram embora.

-- Isso não acabou.

Perto do meio dia ele questionou para todas as amigas de Dianna e a resposta era mesma: Não sabem de nada.

-- Só existe uma pessoa que não esconderia nada de mim: Louise.

Antes de seguir para a casa de sua amiga, Davy encontrou Mike, perambulando perto do Rio Tâmisa.

-- Sente-se mal, Mike?

-- Ah não! – Reclamou o texano. – Até você, David?

-- O quê, posso saber?

-- Todo mundo me perguntou se me sinto mal.  Micky, Peter, Erin e o namorado alemão gostoso, Edward e o Harry. Até a Jane Roselyn me perguntou isso.

-- Pela sua cara, tá parecendo doença.

-- Eu não tô doente, cara! – Mike se enervou e puxou Davy pelo colarinho. – Eu tô muito bem!

-- Ok, acredito! Agora dá pra me soltar? Por favor?

Ele soltou Davy. Se sentaram nas cadeiras de frente pra ponte de Londres.

-- A Dianna me esconde algo. – Comentou o vocalista.

-- Ela tá grávida de novo?

-- Que eu saiba, não. Tivemos nossas gêmeas quase recentemente.

-- Ah...

Ambos pensaram mais um pouco. Davy sabia que escondiam algo. E Mike acha que seus amigos o pensem que está doente.

-- Eu vou para a casa da Louise, investigar isso.

-- E acha que ela vai contar?

-- Louise é fiel. Sempre conta tudo pra mim.

Mike concordou em acompanhar o amigo. Afinal o que poderia dar errado? A única possibilidade era não encontrar Louise. Davy tocou a campainha. Para a surpresa dos dois... Não era Louise.

“Puta merda!”, pensou Mike.

-- Bom dia, Gerhard!

Gerd sorriu mas forçado. Por ele receber Davy Jones não tinha nenhum problema. Agora Mike Nesmith... era outro assunto.

-- Bom dia, Davy. E Nesmith!

-- Bom dia... – Mike foi bem discreto.

-- Gerd, a Louise está em casa?

-- A ursinha fugiu de mim.

-- Fugiu? – Mike segurou um riso. – Fugiu?

-- Fugiu como, Gerd?

-- Ela tinha coisas pra... fazer. – O alemão tentava disfarçar. – Querem chá?

Davy percebeu de novo. Ele mentia e descaradamente. Decidiu forçar um pouco.

-- Gerd, eu sei que a Louise tá fazendo algo. E sabe como eu sei? Porque eu ouvi um papo da minha esposa no qual ela menciona a minha melhor amiga como cúmplice de algo que não faço ideia.

-- Davy, desculpa. Eu não sei de nada.

-- Eu prometo não colocar você na reta. E nem provocar a ira da Louise. Faz isso, por mim. Pela Becky.

Nez não podia acreditar. Davy conseguiu ser convincente.

-- A ursinha vai me matar. – Ele bebia um pouco de cerveja e passava a mão no rosto. – Ela e a Dianna estão planejando algo. Eu também não ouvi tudo muito bem. Mas parece que elas compraram caixas. Duas caixas correspondendo vocês e falaram algo sobre morte.

-- Ah não pode ser! – Mike se desesperou. – Elas compraram um caixão e pra mim!

-- Calado! – Davy pediu que continuasse.

-- E as amigas do Peter pretendiam fazer um café ou chá e a ursinha comprou as velas.

-- As velas pro velório! – Mike chorava.

-- O que deu no seu amigo cowboy de mentirinha? – Gerd se zangou.

-- Ele acha que vai morrer porque todo mundo perguntou se ele se sente mal.

-- Pra que perguntar? Olha pra ele e já tem a resposta.

-- Escuta aqui! – Mike ameaçou Gerd, mesmo com Davy impedindo. – Se eu morrer, eu te levo junto!

-- Parem! – Gritou Davy. – Obrigado, Gerd.

-- De nada!

Os dois saíram do apartamento e entraram no carro. Davy consolou Nez.

-- Davy, se eu morrer, diga a Alana que eu a amo e amei desde o primeiro dia.

-- Mike você não vai morrer!

Duas da tarde e os dois depois de almoçarem juntos, decidiram seguir seus amigos. A reunião era feita no antigo apartamento de Nora Smith.

-- Eu me lembro deste lugar. – Comenta o vocalista. – Foi aqui que teve o aniversário da Nora em 1967.

-- Aquele que o Syd Barrett ameaçou se jogar da janela?

-- Isso mesmo. Foi hilário, porém tenso.

-- Eu não fiquei muito tempo na festa.

Os dois tentaram entrar e escondidos em outra sala mais perto, assistiram tudo. Avistaram as garotas, mais Alana e Dianna, Alice, Louise e os alemães.

-- Gostaria de saber o que os amigos do Gerd fazem aqui?

-- Franz é marido da Odile.

-- Olha lá, Davy. O namorado da Erin.

-- Jupp Heynckes?

-- Você o conhece?

-- No casamento da Ana. Bem que notei que ele olhava muito pra Erin na época, mas não quis falar pra Dianna.

Apesar da distância, os dois ouviram partes da conversa.

-- Mein liebe, a caixa do Davy tá estragada. – Comentou Franz.

-- Se salvou Davy. – Disse Mike.

-- A Louise conseguiu outra. E melhor.

-- Lulu, como pode fazer isso comigo? – Davy quase chorava e depois voltou ao normal. – Pelo menos você sabe como eu gosto.

-- Escuta, quem vai cortar eles? – Fefe perguntou, usando um avental. Ela preparava os quitutes.

-- Eles??? – Os dois se espantaram.

-- Deixa comigo! – Sepp se ofereceu e carregando uma faca cuteleiro. -- Eu sei cortar muito bem.

-- Não! – Mike chorava. – Não vão me cortar!

-- E nem a mim!

-- Pessoal! – Johan Cruyff, o marido de Felicity trazia flores. – As flores.

-- Eles vão fazer uma coroa de flores pra nós.

Os dois se retiraram, totalmente desolados.

-- Por que a Di tá fazendo isso comigo?

-- Alana é boa demais para não me contar.

-- Eu tenho um motivo, Mike. – Davy começou a justificar. – Duas semanas atrás eu fiz o exame de sangue de praxe e o meu médico disse que estou com colesterol alto e devo me cuidar pra evitar doenças no coração. E três dias depois descobri que um conhecido meu e da Louise morreu e ele tinha a minha idade.

-- Morreu de que?

-- Acidente de carro.

-- Davy...

-- Desde que me casei eu tive medo da morte um tanto cedo. Igual aos nossos conhecidos, sabe? Brian, Janis, Hendrix, Morrison.

-- Davy você passou dos vinte e sete anos. Então está no lucro.

Ambos se encaravam e ao passarem na vitrine de uma loja qualquer, os rostos deles se transformou em caveiras.

-- Ah não! – Eles fugiram.

No salão...

-- Está tudo pronto! – Dianna brilhava os olhos. – Meu Cuddly Toy vai amar essa festa! Maior e melhor que a anterior!

-- Tornamos tudo possível! – Emma abraçava Erin e Alice.

-- Louise, amadinha, dê o próximo passo.

-- Pode deixar.

Louise entrou no apartamento para usar o telefone de Nora. Discou os números.

-- Alô? Ursinho! Convide o Davy para um passeio e traga o Nez.

-- Eu nem sei onde os dois estão, ursinha.

-- Como assim?

-- Eu fiz como me pediu. E depois saíram daqui meio chateados. O Nesmith chorava, dizendo que vai morrer.

Louise não sabia se brigava por telefone ou se atirava da janela.

-- Tudo bem, Gerd. Eu vou dar um jeito.

E em seguida ela contou para o pessoal.

-- NÃO ACREDITO! – gritou Emma. – Seu namorado fez tudo errado, Louise.

-- Hey! O Gerd fez certo. O problema que o Davy e o Mike ficaram chateados.

-- E onde esses dois estão? – Peter se preocupou.

-- Acho que sei. – Disse Alana. – Com certeza para a ponte de Londres. Foi lá que eu e o Mike nos acertamos pela segunda vez.

-- Obrigada Alana!

Louise ligou para o marido e o mesmo pegou o carro e seguiu para o local. “As coisas que faço por amor... Pela minha ursinha.” Gerd comentou para si mesmo. Não foi difícil de encontrar os dois. Mike e Davy jogavam pedras no rio.

-- Posso conversar com os dois?

-- Não deboche de mim, alemão! – Mike fechou o punho, pronto pra socar Gerd. – Olha, se é sobre a Alice, eu errei com ela e comigo mesmo. Eu errei com muita gente. Mas o que sinto por ela não mudará. Está guardado no fundo do meu coração e hoje esse amor é preenchido pela Alana.

-- Que bom pra elas! – Ele disse e em seguida falou para Davy. – Talvez eu não tenha me expressado bem.

-- Não. Falou bem. – Davy bateu de leve no ombro dele. – Elas me escondiam algo. E querem me matar.

-- É que... Como? Esquece isso. Olha... Eu preciso de uma ajuda.

-- Do que?

-- A ursinha me chamou para o antigo apartamento da Nora e eu não conheço totalmente a cidade. Me ajudem?

Davy estranhou e concordou em ajudar. Mike foi junto. Nem ele e nem Gerd trocaram farpas, o que para o vocalista foi ótimo. “Minutos em paz. Obrigado”, disse Davy em pensamentos. Chegando no local, os três desembarcaram.

-- Então? – Davy olhava para o jogador.

-- A ursinha me pediu que trouxesse vocês. Entrem!

-- Espera! – Mike relutou. – Quem garante que não é armação?

Ele nem respondeu. Gerd abriu a porta dupla do salão de festas e revelou algo maravilhoso!

-- SURPRESA! – Exclamaram todos. – FELIZ ANIVERSÁRIO!

O rosto de Mike mudou completamente, de angustiado e temeroso, para uma felicidade sem igual. Alana o beijou bem forte.

-- Eu te amo, meu grandão! E feliz aniversário!

-- Ah... – Ele suspirou e riu. – Era por isso. Meu aniversário! Eu tinha até esquecido.

-- Eu também. – Davy ria de nervoso e era abraçado pela esposa, as amigas dela, Louise e até por Odile. – Você também Odile?

-- Escuta, nós temos algo em comum: a Louise.

Chegava ser engraçado. Davy e Odile, melhores amigos de Louise, mas nunca se bicaram.

-- Que negócio é esse que vai morrer? – Micky ria do relato de Mike.

-- Vocês me perguntaram se me sentia mal. Eu presumi.

-- Você tá muito bem, meu amor! – Alana comemorava. – A gente que fez essa surpresa.

De repente um estalo de ideias surgiu em Davy.

-- O Gerd...

O casal de ursinhos ria.

-- Era tudo um plano. Eu sabia que você de um jeito ou de outro iria pressionar o ursinho e então eu o orientei a contar, mas em partes.

-- Desculpa, Davy. Fiz tudo pela minha ursinha!

Davy não se zangou. Estava mais do que contente. Estava na presença dos seus amigos e da esposa e filhas.

-- Tudo bem! Vamos curtir meu aniversário!

-- Davy! – Mike pigarreou. – Nosso aniversário, ok?

-- Ah é!

Em seguida, Louise trouxe as caixas, abrindo ambas. Eram os bolos de aniversários!

-- Não eram os caixões! – Mike gritou de felicidade. – Eu não vou morrer!

Foi sem dúvida a melhor festa de aniversário que os dois monkees ganharam. Festa essa inesquecível!



FIM


*Cena pós crédito da Marvel*


Quase um ano depois, Davy brincava com as filhas já maiores quando recebeu uma ligação.

-- Alô?

-- Davy? Sou eu, Gerhard.

-- Diga aí, compadre!

-- Me ajuda a fazer uma festa para ursinha!

Pelo visto o repeteco vai acontecer e para sua melhor amiga. Davy tinha mil ideias.

-- Pode contar comigo!

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