domingo, 29 de dezembro de 2019

CSI Munchen (8º Capítulo)

Olá pessoal! O ano tá acabando. Não tenho nenhuma postagem de especial de fim de ano e sim atualização de fanfic. Boa leitura!




Capítulo 8: Um corpo no aquário

Estudo em azul

Rosie se levantou às 9 horas e fez todo trabalho. Após se arrumar, olhou o celular e nele a mensagem de Marianne. Pelo teor dele, era muito sério. Ignorou os preceitos do passado e seguiu para Schon Industries. Quando subia as escadas, avistou algo suspeito: o empresário Niki Lauda e mais dois homens cercando o funcionário Alexei Romanov. Conversavam baixinho. Rosie filmou com seu celular cada detalhe. Ao final, Niki ainda disse:

-- Prazo final, sr. Romanov. Até semana que vem, esses documentos tem que estar assinados por sua filha. Ou prepare-se para o pior.

Pela cara do ex-funcionário, não era nada bom. Alexei se retirou da sala, desolado. Rosie encontrou Marianne, escondida debaixo da mesa.

-- Mari?

-- Eu vi você filmando. – puxando a amiga para debaixo da mesa. – Que sorte de não te verem.

-- O que aconteceu?

Mari entrega uma pasta, juntamente com um pendrive.

-- Tem alguns documentos da Schon Industries, com a lista de acionistas e participantes dos lucros. O dono entregou duas. Uma para mim e outra para Dianna, que era a secretária de Helmut.
-- Vou tentar falar com esta moça.

-- Rosie...

Elas se olharam. Mari não conseguia falar. A outra percebeu e tocou-lhe a mão.

-- Vou te proteger. Eu prometo. – Em seguida Rosie mudou de assunto, para disfarçar seu sentimento. – Afinal, qual é o interesse do Niki Lauda sobre a empresa?

-- Aquele rato austríaco é um devorador de empresas. Seu dinheiro multiplica e empresas fecham. Ele compra todas as fábricas e empresas, independentes ou terceirizadas, que estejam falindo ou abandonadas. Ele é mais do que um empresário. É praticamente um agiota.

-- Muito aproveitador. – Concordou Rosie. – Vou investigar sobre ele. Pra mim, ele é mais do que um empresário e agiota.

Após a saída de Rosie, Mari ficou um tempo na sala, pensando e chorando...



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Louise teve uma boa recuperação. Os pontos retirados, a cicatrização rápida e conseguia trabalhar numa boa. Ela não tinha mais aquele ar de rivalidade pelo dr. Müller e deixou de lado esse sentimento. Gerd percebeu que Louise o tratava normal e não o olhava mais nos olhos, mas continuava o tratamento profissional.

Até que um dia quando chegou mais cedo para trabalhar, encontrou Louise e mais um médico conversando e não era o irmão de Alice.

-- Ah, doutor. – Louise recepcionou o chefe. – O delegado pediu que eu ajudasse o Dr. Rain no “turismo” do nosso trabalho.

-- Quem? – Gerd não fazia ideia do que falavam.

-- Sou o Dr. Lawrence Rain. Legista e cirurgião geral do Hospital Central de Londres. – Se apresentou o médico estendendo a mão.

Gerd não respondeu. Louise deu risada.

-- Calma. O dr. Müller não confia em estranhos.

-- Uma sábia política. – Respondeu sorrindo. – O delegado Beckenbauer permitiu que eu fique aqui pra conhecer o trabalho de vocês.

-- E isso conta até no Hospital Central de Munique? – Perguntou o médico.

-- Exato. A delegacia e o hospital. Pode ser que alguns momentos, participarei do front.

-- Hã?

-- A hora da ação, sabe?

Louise estava animada e puxou o Dr. Rain pelo braço.

-- Doutor, eu tenho tanta coisa pra te mostrar...

Gerd jogou fora o copo de café vazio, frustrado. Odiava ter alguém em cima de você, lhe cuidando o que vai fazer. Decidiu falar com diretor do hospital sobre este assunto mais tarde.



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Enquanto isso, na sala de interrogatório, se ouvia os gritos e batidas na mesa. Haviam 3 policiais, dois federais e o delegado Franz, que encarava o criminoso, um rapaz de olhos azuis, loiro e com nariz sangrando, o lábio cortado e um dos dentes faltando. Resultado do soco que Franz desferiu nele.

-- Não vai dizer, não é?

O outro não dizia nada e forçava um sorriso estranho, mostrando a ausência do dente.

-- Cacete! – Resmungou o delegado e saindo da mesa.

Franz saiu da sala, respirando fundo e o policial federal o seguiu.

-- Calma, Franz. – pediu Karl.

-- Não acredito que isso tá me deixando nervoso, Rummenigge. – socou a parede.

Gunter Netzer, outro policial federal, decidiu falar.

-- Chamamos outro policial.

Franz arregalou os olhos.

-- Por favor, me dizem que não é da Corregedoria? – o delegado odiava o pessoal da Corregedoria de Munique, a parte burocrática e por vezes, problemática da polícia.

-- Ah não. Esse não é daqui. Veio do País de Gales.

-- Como é? E minha jurisdição?

-- Enfiada no ralo. – respondeu o homem de terno, com uma aparência de quarenta e poucos anos, grande e olhos castanhos. Ele tirava o blazer e... uma caneta dourada.  – Bom dia, senhores. Ou melhor, gutten morgen!

Gunter e Karl cumprimentaram o recém-chegado.

-- Bom dia, senhor...

-- Robb!

-- Robb... – Karl pigarreou e o levou até a sala de interrogatório. – Ele está lá.

-- Então, Roger Taylor foi preso. – dizia, sorrindo. – Vamos ver se ele dá com a língua nos dentes.

O policial galês entrou na sala e Franz ainda olhava, chocado e em seguida para os federais.

-- O QUE DERAM EM VOCÊS? CHAMARAM O ROBERT BARATHEON PRA INTERROGAR A “ROGERINA”?

-- Peraí Franz! – Gunter ria. – Robert Baratheon era mais gordo.

-- Esse aí tá conservado. – confirmou Karl. – Até demais.

-- Não interessa! – Franz jogou o casaco no chão, de tão bravo que estava. – Isso é trabalho nosso e sem intervenções de outros países!

-- Não sei se está sabendo, Franz. – explicou Karl. – O bando chamado Queen tem assaltado diversos bancos nas grandes metrópoles europeias. Este policial está na cola deles há bem mais tempo que você.

-- E o que ele vai fazer? Oferecer um chá? Odeio ingleses.

Neste momento, o capitão Moore chegou e ouviu essa parte.

-- Me odeia, Franz?

-- Você não! – engoliu em seco e ficou quieto.

Ficou observando da janela o que estava rolando. Até o momento, nenhuma palavra. Na sala, Robb estava tranquilo e pegou do bolso um maço de cigarro. Acendeu um e ofereceu para Roger, que aceitou prontamente. Eles fumavam.

-- Você sabe tratar uma dama. – disse o loiro machucado.

-- Obrigado. Acredito que vamos nos acertar, Roger. – disse calmamente.

Roger sorria ainda forçado da dor.

-- Me diga onde estão seus colegas. – questionou o galês, brincando com a caneta de ouro.

O outro olhava, fascinado.

-- Que linda caneta.

-- É um presente. – comentou o policial. – Guardo para ocasiões importantes.

-- Presente de uma garota?

-- Da minha esposa. – Robb se emocionou um pouco. – O amor da minha vida. Ela partiu e sinto a falta dela.

Os olhos de Roger se encheram de lágrimas.

-- Roger?

-- Desculpa... – se acalmou. – City Bank Munchen. A gangue inteira vai. Vamos fechar com chave de ouro.

-- E quando será o assalto?

Rogerina piscou os olhos tentando se lembrar.

-- Hoje!

-- E o horário?

Todos ficaram pertos para ouvir. Roger falou, mais sério.

-- Está a meia hora atrasado.

Em questão de minutos viaturas da polícia se dirigiram para leste. O inspetor garantiu que estava tudo bem. Para Franz, não era verdade.

-- Espere, delegado. – pediu o inspetor.

Ele não ouviu. Franz entrou no banco. Sua estratégia era arriscada. Ao se deparar com o hall de entrada, os clientes e mais os funcionários, rendidos por dois rapazes vestidos de mulher, um parecia uma vovozinha e outro com bobes no cabelo e encobertos por um lenço e vestia uma camisola. O outro usava roupas masculinas. Calça jeans, tênis e jaqueta e ostentava um bigode. Ele mantinha o gerente do banco, que usava um colete com bomba como escudo humano.

-- Quem é você? – perguntou o líder, ainda apertando o cano da arma na cabeça da vítima.

-- Delegado Beckenbauer da Polícia de Munique. E você deve ser Paul Prenter, ou como devo chamar de Trixie, como seus amigos Freddie e Roger te chamam?

Franz jogou as perucas aos pés de Paul.

-- São das colegas de vocês!

Um dos rapazes, o que se vestia como vovó, segurava na mão o detonador da bomba e se queixou, nervoso.

-- Eu tô passando mal. Ele vai nos matar.

-- Querida, ele não vai fazer nada. Temos armas e dinamites. Esse aí só tem petulância.

-- Há! Chama isso de arma? – zombou o delegado. – Isso mal dá pra furar uma orelha.

-- Quieto, bofe! Mostra o que tem!

Sem cerimônia, Franz abriu o casaco, apenas revelando seu revólver. Prenter mal tinha palavras para dizer. Os outros dois piscaram, com medo.

-- Isso machuca! – comentou um deles.

-- Vamos negociar, Trixie.

-- Jogue essa arma no chão!

Franz obedeceu. Colocou o revólver no chão e chutou levemente para o líder pegar sem problemas.

-- Viram, meninas? – vangloriou-se. – Agora estou poderoso.

-- Ok, o jogo acabou. Vou contar até dez. Vai ser devagar.

-- E o que vai fazer no “dez”, delegado? – debochou.

O delegado seguiu a passos rápidos e contando. Numa das mãos, guardava as balas retiradas da Magnum .357 e encarava Trixie.

-- 1, 2...

Paul se enervou. O homem se aproximava rapidamente.

-- Afaste-se! – apontando a arma.

-- 3...

-- Eu tô avisando!

Mal terminou a frase e ele apertou o gatilho e ouviu um clique conhecido. Sinal que não tinha munição.

-- 10! – Franz aplicou um chute forte no meio das pernas de Paul, derrubando-o de joelhos e abriu o punho contendo as munições.

Um deles, vestido como vovó, se chama Brian e sacou seu punhal e golpeou Franz no ombro. Eles lutam e Franz socou o nariz dele, retirando a arma e num rápido movimento, cortou os fios que ligavam a bomba no colete do gerente. Quando se virou, o outro que segurava o detonador, corria até a porta e antes mesmo de abrir, ouviu um tiro, que acertou John nas costas. Franz pensou que fosse do capitão Moore, que era franco atirador. John gemia de dor e chorava, clamando por um nome.

-- Bettina... Bettina.... Me perdoa...

O delegado abriu a porta e olhou para todos os policiais. Nenhum deles era o responsável pelo tiro. Olhou para o teto de outro prédio. Avistou o tal Robb, segurando um rifle com luneta e sorrindo. Em seguida os policiais adentraram o banco, resgatando os reféns e o gerente e prendendo os meliantes. Prenter reclamava e espumava de raiva contra o delegado, ao mesmo tempo que andava esquisito por conta da dor nos países baixos.



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No hospital, Louise esperava na sala o Dr. Rain até presenciar a entrada de várias macas e feridos. Franz avistou a assistente e a chamou.

-- O que foi? – questionou a menina.

Franz entrega uma pistola Beretta 9mm para Louise.

-- Eles estão presos e feridos. Vão ser tratados logo pelos médicos. Vigie eles enquanto sou socorrido.

A enfermeira Joanna levou Franz para outra sala para tratar do ferimento.

E enquanto isso, Lulu olhava para cada um deles e achava engraçado. O bando de assaltantes travestis que ela vinha investigando com o delegado estava ali. Gerd chegou neste momento.

-- É o Queen?

-- Eles mesmos. – Lulu estende a Beretta. 

– Ouça, por que tenho que ficar aqui? Minha missão é cuidar do Dr. Rain.

-- Porque confio em você.

-- Pede pra Alice! – se aborreceu.

-- Ela está na cirurgia, operando um paciente.

-- Ah, liberou ela? – ironizou e em seguida falou para os feridos. – Vocês sabiam que esse cara, o doutor, ele nunca me correspondeu por dois anos?

-- Sério?  -- perguntou Brian, tentando se ajeitar e tirava os rolinhos do cabelo.

-- Conta mais. – se interessou John.

-- Ele nunca me correspondeu porque eu não tenho peitos grandes. – dizia Louise, fingindo drama.

Os rapazes, menos Paul Prenter, se apiedaram de Louise e Gerd ficava envergonhado.

-- Moça, você é linda do mesmo jeito. – em seguida John encarou o doutor. – Se eu fosse você, doutor, eu não perderia essa loirinha de jeito nenhum.

-- Esse cara aí é um panaca por negar você. – disse Brian, bravo.

-- Chega! – berrou Gerd e antes que pudesse fazer algo, o pager bipou e ele logo se retirou.

-- Estão vendo o que tenho que lidar? – comenta Louise.

-- Por favor, moça, me leve logo pra prisão. – implorou Paul. – Me leva logo antes que eu fique louco ouvindo essa ladainha! ME TIREM DAQUI! ME PRENDAM!

Era só mais um dia comum...

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Rosie digitava seu relatório que deve ser entregue ao capitão no final da tarde quando recebeu uma mensagem do mesmo, pedindo que ela viesse. Ela não questionou e foi de moto até o Aquário Municipal de Munique, localizado na área sul da cidade. Notou o alvoroço nele, com viaturas, ambulâncias de emergências e uma van escolar que transportava crianças da escola municipal. Policiais interrogavam os presentes. Encontrou o capitão Moore, o tenente Hoeness e os legistas.

-- O que aconteceu?

Bobby suspirou duas vezes. O que ele tinha pra contar poderia desencadear algo para Rosie.

-- Vou começar desde o início. Hoje no começo da tarde, o dono me ligou dizendo que os alunos da quarta série avistaram algo estranho dentro de um dos aquários contendo corais e alguns peixes raros. Os funcionários trataram de ver e era um cadáver. Estão retirando neste momento.

-- E daí? – perguntou indiferente a hacker.

-- Reconhecemos o corpo... É de alguém que você conhece.

Rosie se desesperou. Não esperou que Moore continuasse. Caminhou até os legistas que fechavam o saco contendo o corpo.

-- Abram! – pediu ela.

Sepp abriu, embora desejasse não ter feito isso. O corpo era de John Lennon. Moore e Hoeness ficaram ao lado dela, temendo reações negativas. Rosie olhou para o lado, caminhou até uma distância e gritou, desferindo socos no vidro dos mostruários e Uli a segurando. Sepp fechou o saco e Charlton percebeu que no mostruário ao lado de onde Lennon foi encontrado, estava uma palavra escrita com tinta suvenir azul e em letras garrafais.

-- “Blau”?

-- O que foi, Charlton?

-- Isso.

E mostrou a palavra.

-- Se não me engano, significa “azul”, não é?

-- Sim. – confirmou Sepp em seguida tirou a foto e enviando para o delegado. – Vamos levar o corpo para a delegacia e depois ao IML.

Todos voltaram para delegacia, uns cansados, outros consternados. Rosie era uma delas.

-- Capitão... Sobre o relatório...

-- Me entregue semana que vem. Ou quando você estiver bem. – respondeu o inglês, abraçando e consolando sua protegida. – Tire o resto da semana de folga.

-- Mas...

-- Está tudo bem. Falarei com Franz. – Em seguida deu a ordem para Uli. – Leve Rosie para casa.

-- Ok.

George Best avistou de longe e sentiu pena de Rosie. Queria de alguma forma ajudar a inglesa. Na realidade, ele está apaixonado por ela desde o início. Rosie sabe deste amor mas também Best era um mulherengo de marca maior. E ele está totalmente disposto em conquistar a hacker.




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Enquanto isso no escritório de Niki Lauda, seus empregados se reuniram na mesa.

-- Ele entregou os documentos. – Disse François Cevert. – E ela não assinou.

-- Você quis dizer “ainda não”. – Niki brincava de balançar um relógio com corrente.

-- Ela não quis assinar. – Afirmou Manuel Neuer. – Acha ultrajante.

O empresário parou de balançar o relógio. Se levantou, caminhou de um lado para outro e em seguida lançou um olhar ameaçador para seus comandados.

-- Acho que está na hora do nosso plano dito antes...

-- Quer dizer se livrar do Sr. Romanov? – Questionou Tony Hicks.

-- Não. Ele é fácil demais e muito óbvio. A mãe e as gêmeas seriam uma boa opção. Hicks e Neuer, vocês serão os responsáveis.

Ambos sorriram e se retiraram. Agora ele se revelava um homem diabólico, capaz de qualquer coisa para atingir seus objetivos, mesmo se envolvesse parentes de outras pessoas.




Continua...

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