domingo, 10 de dezembro de 2023

Literatura Comparada: Orgulho e Preconceito x Pride and Difference

Boa-tarde, pessoal. 

Hoje vamos de outra parte da nossa Literatura Comparada de nossos livros já lidos e/ou favoritos com fanfics e personagens da Grindhouse. A bola da vez é Orgulho e Preconceito, de Jane Austen. Em 2016, comecei minha adaptação (ainda não finalizada) chamada Pride and Difference, servindo de estreia para Bran McGold, o irmão caçula de Felicity que até então aparecia como uma criança. Vamos lá!

 

Quadro 1: Elizabeth Bennet e Angie Smith


Elizabeth (pelo que lembro do filme e um pouco do livro) começa sendo aquela moça de humor ácido, dando sempre seus pitacos e opiniões, tudo isso sem perder a alegria. E depois começa toda onda de julgamento social em relação o Sr. Darcy. 

Já Angie não demonstra isso. Ela é observadora, delicada, decidida e aventureira. E claro, como todos os Smiths, dona de uma jocosidade sem tamanho que contagia suas amigas e outras pessoas. 

Entretanto, fica uma pergunta: assim como Elizabeth julgava Sr. Darcy pelo preconceito a sua pessoa, Angie julgava Bran ou os McGolds? 

A resposta é não. Ela tem um bom convívio com a família de galeses e entendeu bem que a história de sua família é totalmente ligada a eles. Além disso, Angie consegue desafiar o pai quando se trata de defender suas escolhas e, ao contrário de Elizabeth, cuja convivência com pai é mais suave e compreensível.

Quadro 2: Sr. Darcy e Bran McGold

Bran McGold é o Sr. Darcy reverso. Não tem nenhum traço de preconceito. Mas… sofre com a diferença tanto por amar Angie que é 11 anos mais velha que ele quanto pela situação financeira que sua família viveu. Quando tinha 12 anos, Brandon conheceu Angie numa visita dela na fazenda Smith, tomando chá com Nora e as meninas. Daquele dia em diante, Bran nunca a esqueceu e fez de tudo para ser notado por ela, presenteando com livros, cartas e pequenas flores com poemas escritos. No entanto, certo dia em 1968, Bran ouviu a conversa de Angie para Nora, falando sobre seu noivado com Jackie Stewart, o piloto de Fórmula 1.

Sim, foi ladeira abaixo seus sentimentos. E com ele, o amadurecimento e sonhos em conquistar seus objetivos. Bran estudou História da Arte em Liverpool e estava quase tudo certo em ser curador de arte do museu municipal. Mas o universo conspirou a seu favor, transformando o menino sonhador criado na cidade portuária de Merseyside na maior lenda do time Liverpool F.C.

No primeiro momento acreditamos em Elizabeth quando ela fala que Sr. Darcy é um arrogante só por ter dinheiro e cheio de presunção as outras pessoas abaixo de sua classe. Conforme avançamos a leitura, descobrimos que não é bem assim e ele é a pessoa mais incrível em termos de lealdade e proatividade, fazendo Lizzie mudar de ideia. Já Bran não é arrogante e tem um senso de amizade alto e liderança e sempre disposto em ajudar seus amigos, sendo dotado de um sentimento paterno especial com as crianças, visto como cuida dos filhos gêmeos de Anastacia Rosely e John Entwistle. Depois de um tempo, Bran já está desapegado de Angie e parte em busca de um novo amor, e olha que ele conheceu muitas mulheres, mas de alguma forma, os ventos o levam sempre para Angela.

 Quadro 3: Charles Bingley x Charles Lucas e Moses Smith

Charles Bingley é aquele amigo carinhoso e meio ingênuo do Sr. Darcy. Impossível não amá-lo e torcer que seu romance com Jane Bennet aconteça. Bingley é a mistura (em partes) de dois personagens da Grind: Charles Lucas e Moses Smith. Os dois carregam traços semelhantes ao melhor amigo de Darcy.

Charles Lucas é o amigo de infância de Bran e diferente de amigo, tem personalidade espontânea, é engraçado e sempre motivando Bran a realizar seus objetivos e dando valiosas dicas. 

Moses Smith é o meio-irmão mais velho de Bran, fruto do relacionamento de Robert McGold com Rosamund Smith (veremos em Echoes of the Past) a irmã de Ned e Thomas Smith antes da guerra. Assim como Bingley sofreu ao separá-lo de Jane, Moses também se decepcionou quando seu amor, Marianne Jones o trocou por Bobby Moore. Poucos anos depois Mari o reconquista, mas se vê que não será fácil. Bran foi o mediador indireto deles, conversando com seu irmão mais velho e convencendo a fazer a melhor das escolhas, do mesmo modo como aconteceu com Darcy incentivando Bingley a reconquistar Jane e pedi-la em casamento.

Quadro 4: Catherine de Bourgh e Thomas Smith 

Já conseguem imaginar ou dispensa comentários? Pois bem, sobre esta bruxa Catherine de Bourgh vimos ser uma senhora chique e esnobe, mesmo que sutilmente, a ponto de irritar os leitores e quem viu o filme. No final ficou evidente que a dona madame não aceitou nadinha de imaginar Darcy se casando com Elizabeth, tanto que foi até a casa da moça para exigir a verdade e pedir que não prossiga caso acontecer o noivado.

Thomas Smith é um caso estranho. No passado, ele tinha bondade em seu coração e determinação em retornar da guerra para casar com Martha O'Connan (depois virou Donovan), mas seu pai dificultou isso. Martha se casou com outro e se mudou para Liverpool, acreditando que seu amado tinha morrido e Thomas nunca mais viu Martha. A partir daquele dia, ele mudou por completo.

Agora o próximo ponto em comum é o preconceito de classe. Thomas despreza os McGolds, constantemente se referindo a eles como “vassalos”. E o que mais irrita o pai de Angie é que mesmo com seu claro desagrado aos galeses de baixa renda, é que nada disso os atinge e sempre demonstrando acolhimento e alegria. Thomas foi contra alguns relacionamentos de Angie. Apesar de ser próximo de seu irmão, Ned, Thomas constantemente o humilhava por sua simplicidade. O único pretendente de Angie que foi aceito é Jackie Stewart. Depois foi John Bonham até o momento que se separaram. Por fim, Thomas mostrou sua faceta ao declarar jamais aceitar sua filha casada com Bran. Com o tempo, ele foi aceitando gradualmente até o fim da vida, mostrando grande arrependimento por depreciar os galeses.

Quadro 5: Sr. Collins e Jackie Stewart

Até as fuças são parecidos esses dois. Sr. Collins, o padre ou pároco do vilarejo que chegou com um propósito: casar com uma mulher e a escolhida foi Elizabeth Bennet. Claro que nossa mocinha do livro não aceitou e confrontou a mãe, deixando avisado que não aceita se casar sem amor. 

Com Jackie Stewart o amor deles aconteceu naturalmente nas idas ao padoque e assistir à Fórmula 1. E pouco tempo de namoro depois, veio o noivado. No entanto, terminou sem alguma razão aparente. Os dois tentaram voltar no meio da crise forte do casamento de Angie e John Bonham, resultando no nascimento do filho deles, François, batizado em homenagem a François Cevert, companheiro de Jackie na scuderia Tyrrel Ford, que morreu durante os treinos para o Grande Prêmio dos Estados Unidos em Watkins Glen (isso será mostrando nos eventos de Rush 1: No Limite da Paixão). 

Sr. Collins no exato momento que tentou pedir Elizabeth em casamento, fez uma exigência absurda: que Lizzie seja 100% submissa e entregue aos laços matrimoniais. Totalmente inaceitável para alguém como nossa Bennet. Jackie nunca exigiu absurdos para Angie, apenas amor, cumplicidade e família. O problema é nada disso aconteceu pois foi frustrado com a chegada de um certo jogador de futebol galês de 1,80, cabelos pretos e incríveis olhos azuis, capaz de arrastar um quarteirão. Pobre Jackie!


Quadro 7: George Wickham e John Bonham

 

 George Wickham e John Bonham são exatamente iguais em muitos momentos. Começaram como bons moços, comportados, agradáveis e cheios de charme. Mas, depois foi um inferno. 

No meio da trama, descobrimos a verdade sobre Wickham numa carta que o Sr. Darcy explica para Lizzie o porquê dele não ser flor que se cheire e mais pra frente, o soldado faz a maior das filha da putice: convence Lydia Bennet a fugir com ele. 

Com John Bonham foi pior, mas não envolve fuga de menininha menor de idade. Com a popularidade do Led Zeppelin em alta, as turnês, uso de drogas e bebidas a la vontê, aconteceu um episódio nojento: a banda pegou uma groupie qualquer e os dois empresários da banda, na ocasião, pescaram uns peixes. Em seguida levaram a tal moça no quarto e pediram que ela tirasse a roupa e a cena a seguir é perturbadora e altamente nojenta. Não descreverei os detalhes, pois até para mim me choca, apenas digo que envolveu a famosa história do peixe na vagina, além também de outro fato: Bonzo se embebedou tanto, mas tanto, que acabou fazendo número dois na bolsa de Angie. A esposa quando encontrou, se enojou e vomitou. Ali foi a queda do casamento deles. O resto já sabemos como foi.

 

Bem, isso é tudo, pessoal! Espero que gostem!


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