segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Not Fade Away (Oneshot What If - Grindhouse)

Olá pessoal!
Hoje venho com mais uma what if da sub série O Casamento... E teremos Felicity McGold e Johan Cruyff protagonizando. É indispensável a leitura de Baby It's You pois tem algumas referências nela. Boa leitura!



Not Fade Away__ Maya Amamiya


Johan acordou com fortes dores de cabeça. Sabia muito bem que era conseqüência das altas doses na noite anterior. Bebeu unicamente para esquecer sua dor psicológica. Derrota no campeonato mais importante do mundo e a perda de um amor. Descobriu apaixonado por Felicity desde a entrevista e então procurou meios para poder ficar perto dela. E antes do jogo da semifinal, ele soube que sua esposa o traia e pediu o divorcio. Apesar da decepção, no fundo estava estranhamente contente. Poderia muito bem amar sem medo sua fotógrafa.

Ao se levantar, ele caminhou até a janela e viu o sol iluminando toda a cidade de Munique, ainda alvoroçada com a vitória da Alemanha na Copa. Em seguida virou-se para a cama e viu ela, dormindo como um anjo, apenas com o lençol cobrindo seu corpo nu.  Sentou-se na beira da cama e passou admira-la cuidadosamente e acariciou seu rosto, acordando a amada.

-- Hmmm... Johan... O que houve?

-- Nada. – Respondeu, sorrindo para ela. – Só estou te vendo dormir. Estou com uma dor de cabeça.

-- Tem aspirina na minha bolsa. Pode pegar... – Disse Felicity e em seguida voltando a dormir.

Pegando a bolsa dela que se encontrava na mesa, Johan pegou um dos remédios e o tomou com um copo de água. Novamente o jogador fica perto da amada por um tempo e depois caminha até a cozinha para preparar o café. Enquanto arrumava a mesa, ouviu Felicity gritando e correu até a cama.

-- Meu amor! Calma! – Pedia o jogador, apreensivo.

-- Tudo bem. Foi só um sonho. Nada demais. – Ela disse e se levantando, cobrindo seu corpo com o lençol e pegando as roupas.

Minutos depois o café foi servido aos dois. Ficaram em silencio por um tempo, até Cruyff perguntar a ela sobre a noite passada.

-- Quero lhe perguntar uma coisa.

-- Pode falar.

-- Eu... nós dois... fizemos amor?

Surpresa, Felicity tossiu um pouco enquanto comia um pedaço de pão. Recuperou-se logo e respondeu.

-- Não fizemos. Eu juro.

-- Então por que estava dormindo sem roupa?

-- Estava com calor. – Mentiu a fotografa.

Não era verdade. Johan tinha certeza que Felicity mentia, mas não sabia as razões dela negar da noite de amor deles.

-- Lembro de estar bebendo, depois conversava com você e aquele seu ex-marido, o narigudo veio até nós, ameaçando você e dei um soco nele.

-- E o que mais lembra? – Questionou ela, bebendo um pouco de leite.

-- Você me trouxe aqui no hotel e... eu te beijei ao mesmo tempo caminhávamos até o seu quarto e tirei sua roupa.

Vendo que não há como negar mais, Felicity suspira e resolve falar o restante de tudo o que aconteceu.

-- Até eu não acredito que fizemos ontem. Entretanto, eu gostei. – Admitia a jornalista. – Nós fizemos amor, Johan e foi lindo.

-- E você quer repetir a dose? – Johan tocava as mãos dela e beijava seu pescoço, numa forma de seduzir a amada.

Felicity não respondeu, apenas o beijou de forma ardente, acendendo o fogo da paixão. Foram para cama, tirando as vestes de cada um e repetiram todos os movimentos prazerosos da noite passada, com a diferença que Johan se encontra sóbrio.  Não havia mais sombras e nem obstáculos. Felicity se sentiu nas nuvens. Flutuava. A cada movimento, os dois se desejavam mais e mais.

Alguns minutos depois, ainda se amando, o telefone toca no criado mudo e a jornalista atende, sob os protestos do amado.

-- A... alô?

-- É a Louise. Sabe se a Marie e Nora estão aí no hotel?

--Hmm... não. Por quê?

-- Apenas por curiosidade. E sabe da Odile?

A prima não respondeu e Louise começou a ficar preocupada, pois ouvia na linha alguém sussurrando e Felicity gemendo.

-- Fefe, está tudo bem? – Insistiu Lulu, ficando um pouco irritada.
-- Está... está quase chegando... lá...  – Respondia ela, quase igual a uma drogada por remédios.

-- Do que está falando? – Em seguida, a atriz logo entende e questiona. – Fefe, por acaso está acompanhada do Johan Cruyff?

-- Sim – Respondeu com um pouco de dificuldade. – Eu acho... acho que vou...

Louise não disse nada, apenas colocou o telefone no gancho rapidamente, completamente envergonhado por presenciar esse tipo de acontecimento.  Começou a rir, despertando atenção ao namorado, Gerd Müller.

-- O que houve, ursinha? Por que está com essa cara?

-- Acabei de ligar para Fefe e ouvi coisas que não imaginava ouvir.

-- Ela te ofendeu?

-- Pelo contrário. Ouvi ela.... estava... num momento intimo com Cruyff. – Respondeu Louise, rindo ao se lembrar da ligação. Gerd por sua vez ficou um pouco espantado, mas sabia que a prima de sua amada está apaixonada pelo capitão da seleção holandesa e na discoteca presenciou na saída uma pequena movimentação e era o próprio Cruyff ainda socando o ex-marido de Fefe.

-- Foi uma péssima hora pra ligações, ursinha.

Depois disso Louise foi tomar banho, refletindo ainda como proceder no momento em que falaria sobre sua gravidez para Gerd.

Horas depois Fefe e Johan tomaram banho juntos e novamente se amaram antes de partirem.

-- Prometo voltar para você o quanto antes. Agora devo me juntar ao time no retorno a Amsterdã. – Disse enquanto se preparava para sair do hotel.

-- Eu sei. Ainda vou ficar em Munique, para ajudar Ana nos preparativos do casamento.

Trocaram últimas juras de amor e Johan vai embora, deixando saudades em Felicity. Alguns minutos depois, ela vê na janela o amado embarcar no táxi em direção ao hotel onde a seleção holandesa se encontrava. Depois Felicity resolveu ir visitar Ana e chegando ao apartamento dela, encontrou um bilhete na mesa e nele estava escrito:

Fui ao centro com Nora para escolher meu vestido. Avise a Fefe e nos encontre na igreja central. Uli deve saber onde fica.
Ana


-- Que ótimo! – Bufou Felicity, já ficando estressada. – Agora tenho de esperar a Marie. Se é que ela está aqui.

Antes de se sentar no sofá, a fotógrafa ouviu alguns gemidos vindos de um dos quartos. Curiosa, caminhou no corredor escuro e parou na última porta, onde o som estava mais proeminente. Abriu a porta com cuidado e levou um susto.

-- Marie... você está... AI MEU DEUS! – Gritou Felicity e colocando a mão nos olhos.

-- AH! FEFE, SAI DAQUI POR FAVOR! – Marie estava espantada e logo a jornalista saiu do quarto, fechando a porta e voltando para sala, muito constrangida.

Ainda rindo do flagra intimo de Marie fazendo amor com Uli, Felicity se lembrou imediatamente da ligação de Louise. Praticamente deu mais atenção aos carinhos quentes de Johan do que para a prima, que inclusive notou claramente do outro lado da linha o que se passava com Fefe.

Logo Marie aparece na sala, de roupão e atrás dela Uli Hoeness, com cara envergonhada.

-- Não sabia que viria hoje. Se não, iria preparar o café. – Falava Marie ajeitando a mesa.

-- Não estava nos meus planos e também ficaria sozinha hoje. Ah, Ana deixou um recado aqui. – Mostrando o bilhete escrito, a editora resolve perguntar ao amado.

-- Não se preocupe. Sei onde fica essa igreja. Levarei vocês agora.

Após o café com novo casal, Felicity foi junto com eles até a igreja e chegando lá encontraram Paul Breitner, Ana e Nora conversando com padre sobre a data do casamento e os padrinhos.

-- Herr Breitner, já sabe quem serão os padrinhos? – Perguntou o padre.

-- Sim. – Respondeu e apresentou as pessoas. Contudo, quando chegou à vez de Felicity...

-- Mas ela não tem o acompanhante. – Disse o padre.

-- Pode deixar, Paul. Assumo como uma simples convidada.  –Disse Fefe, demonstrando um pouco de tristeza.

-- Nem pensar, Fefe. Já sei quem poderá te acompanhar.  

Quando Paul falou aquilo, de iniciou pensou que o alemão adquiriu uma complacência de permitir a entrada de Johan Cruyff. Mas não foi isso.
Em vez disso, um rapaz de terno, estatura baixa, magro e de cabelos pretos e um pequeno bigode se apresentou ao padre e Paul.

-- Desculpe o atraso, Paul. – Disse ofegante o jovem, cuja aparência poderia ter mais ou menos a idade de Breitner ou menos.

-- Não tem problema. Aqui está o padrinho. O nome dele é Jupp Kapellmann.

Após as apresentações, Jupp ficou perto de Felicity. Esta por sua vez estranhava aquele baixinho.

-- Agora não está mais desacompanhada, Felicity. Kapellmann e você vão ser os padrinhos.

Eu te mato Breitner maldito, reclamou internamente a fotógrafa e sorrindo para todos os presentes ali. Nos dias seguintes aconteceu o famoso ensaio de casamento. Tirando a altura, Felicity até não reclamou mais, pois ela e Kapellmann se saiam muito bem nos ensaios, ao passo que os outros padrinhos estavam perdidos como o caso de Sepp Maier e Nora e outros eram bastante atrapalhados como Gerd Müller e Louise.

E num destes dias, Jupp acompanhou Fefe até o hotel e antes que ela desembarcasse, tentou falar algo.

-- E-e-eu tenho algo para falar. Gostei de você. – Gaguejou o jogador.

-- Também gostei de você, homenzinho. Como um amigo.

-- Claro. Como amigo...

Ele a viu sair do carro e entrando no hotel ao mesmo tempo se lamentava por saber que ela nunca o viria mais do que um mero padrinho ou amigo.

Fazia uma semana que Johan retornou a Amsterdã e na sua chegada a imprensa encheu de perguntas sobre os jogos, a derrota na partida final e a traição de sua ex-mulher Danny Coster. Em casa, ele tentou afastar toda agitação da capital e esquecer os problemas. O que era bastante impossível. Parecia que aquela derrocada fosse mesmo uma espécie de castigo. Amar outra mulher que não é sua esposa é um pecado? Questionou Johan em seus pensamentos.

Não conseguiu outra vez dormir. E seu motivo era sua amada inglesa.  Chorou um pouco até adormecer poucas horas depois. Quando acordou, tomou um pouco de café e folheou o jornal, contendo na primeira página a foto estampada da seleção derrotada. Ignorou isso e continuou a ler calmamente até visualizar nos classificados, o anúncio de venda de uma casa. Interessado, anotou o telefone e o endereço onde se encontra. Aos poucos construía sua vida nova após o torneio mundial.

A poucos dias do casamento, Felicity auxiliou suas amigas na organização da festa. A lista de convidados estava definida. A banda em questão? The Who. Quando soube disso, Fefe logo estremeceu. Ela temia se encontrar com ex-marido e criar mais atritos. Até por que a causa mais provável era o filho deles, Joseph. Sentia falta do filho, contudo, se recusava a ir a casa dele para não olhar na cara de Karen Astley, a nova esposa de Pete.  E foi num desses dias que Serena Greyhound, mãe de Marie e Odile, se responsabilizou para cuidar dos filhos de Marie e das amigas dela. Ela visita as garotas na igreja levando as crianças.

-- Oi meninas! – Cumprimentou a jovem senhora, segurando Lily nos braços e as outras crianças vinham atrás dela. – Trouxe seus anjinhos.

-- Oh mamãe! James, Lily! Venham aqui com a mamãe! – Marie abriu os braços para receber seus dois filhos com Roger Daltrey.

Nora e Mandy se abraçavam intensamente e Joey, como era chamado o filho de Felicity, correu até a mãe.

-- MAMÃE! – Gritou o menino abraçando a mãe.

-- Joey! Que saudades meu pequenino!

Durante muito tempo as mães conversavam e davam carinhos aos filhos e veio o momento em que as crianças conheceram seus futuros padrastos.  De inicio James estranhou um pouco Uli, mas depois se acostumou com sua presença. Mandy e Sepp imediatamente adquiriram uma amizade paterna e inclusive a menina ria das palhaçadas do goleiro.  Louise brincou um pouco com Joey e este conheceu Gerd, que passou a ensinar o garotinho a jogar futebol fora da igreja.

No hotel quando foi preparar o banho do filho, Felicity viu os braços dele com marcas roxas e verdes.

-- Joey, o que aconteceu? – Perguntou a jovem mãe, tocando os machucados.

A criança não respondeu receoso com a fúria da mãe.

-- Responda Joseph Gareth McGold Townshend! O que aconteceu nestes braços?

-- Foi... – Joey tinha dificuldades em responder por conta do choro e abraçou a mãe. – Karen. Ela... Me bate. Papai... Não acredita em mim.

Tomada pelo desespero e raiva, Felicity corre até o telefone e discou apressadamente alguns números até chamar.

-- Alô?

-- Quero falar com Pete. Sou a Felicity.

-- Ah, oi Fefe!

-- SEU CANALHA! É UM PÉSSIMO PAI, TOWNSHEND! NOSSO FILHO COM MARCAS NOS BRAÇOS CAUSADOS PELA SUA ESPOSA E VOCÊ NÃO FAZ NADA, SEU DESGRAÇADO! NUNCA MAIS VAI CUIDAR DO JOSEPH, OUVIU? NUNCA MAIS!

E desligou o telefone com agressividade. Ainda com as mãos tremendo, ela foi cuidar dos ferimentos do filho e procurando esquecer a irresponsabilidade provada por Pete. Depois de colocar o filho na cama, a jornalista foi verificar suas cartas. Algumas eram da família. Seu pai havia se casado de novo e justamente com a mãe de Rosie Donovan, Martha. Depois uma da mãe, informando que se divorciou de Serge Lamarc e que vendeu a casa em Manchester e hoje vive em Londres, perto de Tony e Mary McGold, os pais de Louise e Michael. A outra carta era dele. Seu amado holandês.  Ansiosa, abriu o envelope e ali tirou a carta e uma flor pequena amarela.
Começou a ler.


Felicity...

Minha amada deusa. Sinto falta de ti ao meu lado. Os dias que passo sem você é um tormento sem fim. As horas custam a passar sem sua presença.
Enquanto você se encontra em Munique, tratei de resolver meus problemas em Amsterdã. Uma experiência foi comprar uma casa. A segunda resolver os problemas pessoais com minha ex-esposa. Tudo resolvido.
Agora, só me resta você.
Deusa, desejo você mais que qualquer homem neste mundo. Desejo ver seu rosto iluminado, seu sorriso, seu jeito ora apaixonada, ora atrevida.
Anseio demais por seu amor, me perder em toda extensão de seu corpo, um verdadeiro infinito...


No meio da leitura, foi interrompida com a porta do quarto se abrindo e Joey aparecendo na sala.

-- Por que está vermelha mamãe?

-- Eu... – Felicity estava sem jeito devido à leitura da carta de Johan, chegando a um conteúdo um tanto... pessoal e íntimo. – Estou com calor, filho. Vou abrir um pouco a janela.

Ela deixou uma fresta da janela aberta para entrar um pouco de ar. Depois disso foi conversar um pouco com ele que estava sem sono e ligou a televisão.

-- Já pensou em morar em outro país, filho? – Comentou Felicity enquanto colocava um edredom no sofá.

-- Talvez... – Respondeu o menino.  – E para onde?

-- Quem sabe na Holanda?

-- É legal. Mas não quero ficar longe do papai.

-- Se fossemos morar na Holanda, com certeza vamos visitá-lo nas férias. Eu prometo.

Depois desta resposta, Joey acabou concordando e se ajeitou no sofá, deitando ao lado da mãe.
Assistiram juntos a maratona de episódios de Doctor Who, a série favorita de Felicity e dormiram na sala.

E chegou o dia do casamento. A igreja de Munique parecia pequena para muitos convidados. Eram desde os jogadores até mesmo os parentes da noiva e dos amigos dela. Até mesmo os funcionários da Rolling Stone de Londres se encontravam ali.
Pouco a pouco os padrinhos e madrinhas dos noivos entraram na igreja. Paul conversava com Franz e Gerd e finalmente veio a noiva.

Todos olhavam para ela e reconheciam uma coisa: Anastacia se parece com a lendária princesa russa, mesmo com vestido de noiva. Alexei, pai de Ana, carinhosamente afastou o véu do rosto da filha e beijou-lhe a bochecha, sussurrando algo em russo e em seguida entregando a mão da filha para o noivo.

Enquanto o padre recitava o sermão, a fotógrafa se lembrou de Johan. Idealizou pro breves momentos seu casamento com ele, se fosse realmente possível ele aceitar. Ao mesmo tempo lamentava por não ser ele seu acompanhante e sim o jogador Kapellmann. Não o menosprezava nem nada apenas desejava seu amado.

Depois disso, os dois filhos de Marie, James e Lily apareceram vestidos a caráter. O pequeno cavalheiro e a pequena dama entregando as alianças aos noivos.  Antes de colocarem, ambos responderam a clássica pergunta feita pelos padres.

-- Se existe alguém contra essa união, pois fale agora ou então se cale para sempre! – Disse o padre, decidido.

Os convidados se entreolharam e os padrinhos um pouco apreensivos. Felicity enxergou John Entwistle, com os outros membros do The Who ao fundo. Ele não quis se manifestar. Sinal claro que o ex-marido de Ana soube aceitar o fim do casamento deles. Porém, Pete Townshend não se conformava com isso. Mesmo casado com Karen Astley, no fundo ainda ama Fefe e a deseja secretamente. Quando a viu acompanhada do jogador holandês,  estremeceu de ódio e cego pelo ciúme, atacou os dois mas se deu mal e acabou levando um soco na cara nas mãos do próprio Johan, que se encontrava quase bêbado.

-- Neste momento, eu os declaro marido e mulher. Pode beijar sua esposa, Herr Breitner!

Todos aplaudiram por Paul e Ana selarem sua união através do beijo. Felicity chorou um pouco e foi cumprimentar os recém casados.

-- Fefe, pare de chorar. – Pedia Ana, vendo sua amiga grandona chorar.

-- Não consigo. Sempre choro em casamentos. Lembra quando chorei quando casei com Pete?

-- Lembro sim. Agora vamos comemorar!

Na saída, Fefe ficou um pouco na porta da igreja para fumar quando avistou ao longe um carro vermelho parado na sombra e na árvore estava possivelmente o motorista. Reconheceu ser ele.  Correu até o amado e se beijaram intensamente, demonstrando a saudade de ambos.

-- Meu amor... – Sussurrava Felicity.

-- Senti sua falta. Vem comigo para Amsterdã? – Johan convidava Felicity para recomeçar sua vida.

-- Irei com você. Mas antes venha comigo na igreja e ignore as repreensões, ok?

-- Está bem.

O casal seguiu os convidados e os noivos para o salão de festas e ao entrarem no local, foi imediatamente um choque principalmente para os alemães ao verem Cruyff e Felicity juntos, mas depois seguiu tudo normal. A fotógrafa levou o jogador até os noivos.

-- Paul, Ana, quero apresentar...

-- Meu deus, Felicity. Já sabemos quem ele é. Seu namorado, Johan “fracassado” Cruyff. – Disse Paul um tanto debochado.

-- Posso ter perdido essa copa, mas não sou fracassado!  -- Bufou Johan, sentindo o sangue ferver de ódio por lembrar-se da derrota.

-- Paul! Não trate assim as pessoas! – Repreendeu Ana em seguida tratando bem o convidado. – Desculpem meu marido. Seja bem vindo, Johan!


-- Muito obrigado, Srta. Rosely. Ou melhor, Sra. Breitner. E desejo felicidades a vocês.

-- Obrigado. – Agradeceu o casal, embora Paul estivesse um pouco desconfiado do que aquele holandês é capaz.

Após muitas apresentações, ela resolve apresentar o jogador para outra pessoa: seu filho. O menino brincava com a avó Sophie em companhia também de Mary e Michael McGold, respectivamente tia e primo de Felicity.

-- Mãe!

-- Minha filha! – Cumprimentou a mãe. – Este casamento é um luxo! E quem é esse cavalheiro?

-- Sou Hendrik Johannes Cruyff, ou simplesmente Johan.

-- Sou Sophie, a mãe de Felicity.  – Ao se apresentar, Joey aparece abraçando a avó porém se escondendo diante do estranho. – Ah este menino aqui atrás de mim é o Joseph, meu neto.

-- Joey, me abraça vai? Vem aqui com a mãe. --  Falou Felicity abrindo os braços para receber o filho.

O menino abraçou a mãe com enorme carinho e em seguida dirigiu seu olhar ao estranho homem que se encontra ao lado dela.

-- Quem é ele? – Perguntou Joey.

-- Este é Johan. O namorado da mamãe. Diga oi ao tio Johan.

Ainda olhando para ele, Joey estava com medo do estranho e depois de insistidas chamadas, acabou livrando-se da timidez e retribuiu o cumprimento.

-- Olá, tio Johan. – Falou baixinho e encarando os olhos dele.

-- Olá, Joseph. Eu sou Johan. Quer ser meu amigo? – Estendeu a mão e a resposta de Joey não foi diferente. Aceitou calmamente o jogador e num espaço de tempo se afeiçoou a ele.

Uma hora depois o casal Breitner inicia sua primeira dança juntos, atraindo olhares emocionados dos convidados. John Entwistle chorou um pouco, mas disfarçou para os outros membros do Who não o virem naquele estado. Felicity e Johan trocaram um beijo apaixonado, entretanto tiveram de parar, pois Louise saiu correndo. A prima mais velha seguiu-a até o banheiro e viu a atriz vomitando no vaso sanitário numa das cabines livres.

-- Louise! Agüente firme. – Dizia Felicity socorrendo a jovem que ainda botava para fora aquela sensação de enjôos causados pela gestação.

-- Estou bem. – Louise se recupera e lava o rosto. – Já passou. Agora, se me permite, tenho uma revelação a dizer pro meu amor! – E seguiu rumo ao salão.

De volta ao salão Fefe ficou perto de suas amigas, Nora Smith e Marie Greyhound, conversando animadamente quando ouviu um grito. Era Louise!

--ESTOU ESPERANDO UM FILHO SEU, GERD MÜLLER!

De repente, a música parou abruptamente e todos os convidados observaram o outro casal e não os recém casados. Tomada pelo pânico, Louise foge para o corredor e começa a chorar na janela. As garotas, mais Mary McGold foram ao encontro da jovem.

-- O que foi aquilo, Louise? – Questionava a mãe, apreensiva.

-- Desculpa. – A atriz chorava demais e era consolada pelo irmão, Michael e em seguida aparece Odile para abraçar a amiga.

-- Não chora, amiga. Pelo menos contou pra ele.  – Disse Odile, dando apoio a ela.

Mary McGold chorou também pela revelação da filha. Sabia do romance dela com jogador alemão e inclusive deitou elogios a Gerd, dizendo que ele era diversas vezes melhor do que o piloto James Hunt, o antigo namorado de Louise. Minutos depois, ouve-se a voz de Gerd no microfone. Ele se encontrava no palco junto ao The Who.

-- Senhoras e senhores desculpe interromper a música da banda em questão aqui. Mas preciso falar uma coisa.

-- Ai meu deus, o que ele vai fazer desta vez? – Se perguntava Mickey, o irmão de Louise, abraçando a mãe que parava de chorar.

-- Quietos, vamos ver o que vai dizer! – Disse Felicity, prestando a atenção.

-- Algum tempo atrás, conheci uma garota, uma atriz. Mal a conheci pessoalmente e já me encantei por ela. E mais ainda quando a vi pela primeira vez. Eu sei que no começo foi... Bem estranho. Depois, fui conhecendo mais sobre ela e sei que não posso ficar sem você, Louise.

De uma forma surpreendente, Gerd caminhou até a amada, ainda segurando o microfone.

-- Me desculpe pela falta de atitude de minha parte. Fui pego de surpresa. Agora sou eu que quero falar. Louise McGold, quer casar comigo?

Louise ficou sem reação. Olhou por uns instantes para a mãe, que abria um sorriso e dizendo para aceitar. As garotas e os convidados incentivaram e no final a atriz aceitou e em seguida beijando o amado, em meio aos aplausos dos presentes.

Depois Anastacia subiu ao palco, pronta para jogar o buquê e quem pegou foi Odile. Mais tarde o casal Breitner se despede dos convidados para seguir sua viagem de lua de mel na Rússia e mais tarde na Itália.

Durante a festa, Felicity foi conversar um pouco com Johan e brincando com filho Joey, quando Pete Townshend aborda os três.

-- Papai! – Gritou o pequeno e abraçando o pai;

-- Oi Joey. Como está? A mamãe tem cuidado de você? – Perguntava Pete sorrindo pro filho.

-- Sim. Tô adorando. E o tio Johan é muito legal.

Pete se calou por uns instantes e logo encarou o casal. Tentou controlar o máximo seu ciúme e tentou pensar em Karen, mas era impossível. Sua ex-esposa estava belíssima no vestido rosa, o que a deixava encantadora. E ver ela acompanhada do jogador holandês, era pedir para morrer.

-- Errr... Felicity, podemos conversar lá fora? São uns assuntos referentes ao nosso casamento fracassado.

Johan fechou a cara quando ouviu isso. Fefe se levanta e é segurada pelo namorado e falou o seguinte.

-- Tudo bem, amor. Só vou conversar com Pete sobre umas coisas mal resolvidas. Ok?

-- Está bem. Ficarei de olho caso precise de ajuda!

Ao saírem do salão de festas, o guitarrista começa a falar.

-- Que palhaçada é essa?

-- Como assim?

-- Você, namorando um jogador de futebol holandês.

-- Mereço também a felicidade, Pete. Coisa que você não me deu mais depois do nascimento do Joey. E pra piorar, resolve colocar a amante na nossa casa!

-- Karen é agora minha esposa! – Dizia Pete, alterado.

-- Johan é meu namorado e possivelmente futuro marido!

-- Joey não merece um padrasto como ele!

-- E nem merece uma madrasta terrível que agride a criança todos os dias e quando recorre auxilio pra você, finge que não vê ou não acredita? Caia na real, Pete!  Querendo ou não, vou levar nosso filho para Amsterdã!

-- Vai fazer igual à Marie, deixando os filhos longe do pai deles?

-- Roger foi canalha e você mais ainda. Como havia dito no telefone, nunca mais cuidará do Joey! Se você não fosse tão descuidado, saberia proteger nosso filho e impediria de ser maltratado pela Karen. Agora se me der licença, vou voltar ao salão.

Ao terminar de falar, Felicity retorna para o salão e antes de entrar, ela é agarrada por Pete, ensandecido de ciúmes e atraindo a atenção de alguns convidados, entre eles Uli Hoeness e Marie Greyhound.

-- NÃO PERMITIREI ISSO! – Gritava o guitarrista, pronto para agredir a ex-mulher. Neste momento Johan corre até a porta e segue em direção a amada, acertando um soco no nariz de Pete.

-- Seu... seu.. – Não conseguia falar. A dor era tanta que Pete mal proferia as palavras.

-- FICA LONGE DA FELICITY! ESTÁ OUVINDO, NARIGUDO? SE CHEGAR PERTO DELA E DO FILHO, EU TE MATO! – Johan estava tremulo e ao mesmo tempo cheio de raiva. Por ele poderia muito bem socar e chutar o guitarrista, porém, isso não deixaria uma impressão boa.

-- Está tudo bem, Fefe? – Perguntou Marie, ajudando a amiga.

-- Sim. Johan salvou minha vida. – Respondeu. – É até engraçado. Esse tipo de coisa aconteceu quando namorava o Dave Davies e Pete me ajudou. Agora isso se repete.

-- Acredito que o ciclo terminou por aqui!

Depois disso o casal se prepara para ir embora e se despede de Uli e Marie. Pete foi socorrido apenas por John Entwistle, que por sua vez sabia que o amigo não agiu bem para se acertar com Felicity.

-- Cuida do Joey pra mim? – Perguntou Felicity para mãe, abraçadas.

-- Claro, minha filha. Jon e Bran vão me ajudar e seu pai vai adorar a companhia do neto. E quanto ao pai dele?
-- Fica de olho no Pete! Se ele aparecer acompanhado da esposa, não permita!

Após as recomendações Fefe abraça o filho carinhosamente.

-- Obedeça as ordens de sua avó!

-- Sim. Mamãe, posso ir com a vovó para visitar tia Louise e tio Gerd? – Perguntou o menino, alegre por saber que ganhará no futuro um primo para poder brincar.

-- Pode. E filho, se prepare que muito em breve vamos nos mudar para Amsterdã.

-- Legal!

E depois o casal seguiu rumo à Holanda para iniciar sua nova vida. Johan apresentou a casa barco, impressionando a amada.

-- O que achou da nossa casa?

-- Maravilhosa! Joey vai amar o lugar.

Se abraçaram apaixonados e por uns segundos olharam nos olhos um do outro. É algo mágico para eles. Uma jogada na vida fez com que seus destinos se cruzassem. Trocaram um delicioso beijo e tomados pelo mesmo desejo incontrolável visto no hotel, se amaram intensamente e juraram que amor deles não vai desaparecer. 

Meses depois, os dois se casaram numa cerimônia discreta e aproveitaram a lua de mel em Barcelona e no retorno para Amsterdã, Felicity recebe a noticia do nascimento do bebê de Louise.

-- Nasceu uma menina. – Disse Felicity, lendo a carta.

-- Que bom. Gerd deve estar contente por ser pai de uma linda menina. E qual vai ser o nome dela?
-- Nicole. Achei muito lindo...

Em seguida Fefe ficou em silencio, pegou a câmera e fotografou o marido regando as flores no jardim da casa barco. Refletiu um pouco e se aproximando dele, disse:

-- Alguma vez pensou em ser pai?

-- Sim. E se for menino, vai se chamar Jordi. É  o nome catalão para Jorge ou George para vocês britânicos. Por que?

Encarou a esposa por uns instantes e ela segurou a mão dele, pousando na barriga dela. Imediatamente compreendeu o motivo e se encheu de alegria.

-- Meu amor... eu... vou ser pai!

-- De um menino. Meu Joey terá um meio irmãozinho correndo pela casa.

Riram da afirmação e mais uma vez a onde de alegria tomou grandes proporções. Johan seria pai pela primeira vez e Felicity mais uma vez assumiria a responsabilidade. Agora só restava esperar nove meses para a chegada do bebê.





FIM



Por enquanto...

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