quinta-feira, 4 de junho de 2015

We Belong Together (Oneshot - What If Grindhouse Parte 7)

Boa noite, pessoal!
Para iniciar junho e o feriado, e claro, aniversário da Maris Grey (a escritora de Modern Vampires), vamos ter a parte 7 de We Belong Togheter. Vocês vão rir, chorar e amar esta parte!

Parte 7

Na Romênia, um castelo estava com os portões praticamente abertos e destruídos.  Não havia guardas e nem cavaleiros para proteger o local. Ali dentro se encerrava mais uma chacina orquestrada pelo barão austríaco Andreas Nikolaus Hermann Lauda. Ele observava a lua em seu esplendor enquanto seus servos se alimentavam dos humanos que ali viviam. François Cevert e Jackie Stewart rasgavam mais vítimas. Brigitte Von Hammersmark, uma poderosa vampira feiticeira tentava ver imagens através de sua bola de cristal. James Hunt, um nobre inglês cujo segredo de sua imortalidade não é ligado ao vampirismo e nem a licantrofia, caminhava de um lado para outro. Em seus pensamentos estava ela. Uma bela jovem de cabelos dourados como o sol e olhos azuis como orbes cristalinas. Aquela moça... Faria o impossível para ter aquela menina vampira em seus braços, nem que para isso liquidará com marido alemão dela.

Mais uma vez Niki fracassa em sua procura, pela noiva desaparecida Odile. Sabai através das visões de Brigitte que a francesa foi levada por uma criatura poderosa. Temeu ser algum tipo de fantasma ou nosferatu. Ou até mesmo um lobo. Tamanha era sua raiva que levou a cometer crimes sangrentos, como o de matar os pais dela...


FLASHBACK ON

Faziam poucos dias do desaparecimento de Odile e Jacques Villenueve, pai da garota, escrevera uma carta para um poderoso especialista: Paul Breitner. Agora só restava esperar por sua chegada. Niki nesta época era um vampiro em busca de poder e ao saber da tentativa do futuro sogro em contratar um caçador de monstros que possa resgatar sua amada, resolveu dar margem a mais um plano que não queria ter sido executado...

Certa noite enquanto todos dormiam, ele resolveu fazer uma visita noturna. Niki descera da carruagem e bateu na porta, sendo recebido por Louis, o mordomo.

-- Pois não?

 -- Quero falar com herr Jacques e frau Serena. – Respondeu o barão.

-- Senhor, eles estão dormindo. Sr. Jacques não o atenderá. Volte amanhã. – Ao fechar a porta, Niki colocou o pé impedindo do mordomo de fazer isso.

-- Insolente! – Em poucos minutos, Louis estava sem vida por ter sido mordido pelo vampiro François Cevert.

Jacques ouve uns gritos abafados e junto de Serena sua esposa, eles descem as escadas. Marie, a filha mais velha pensou em sair do quarto quando a mãe a deteve.

-- Marie, fique aí! Seu pai e eu resolvemos isso.

Ao chegar na sala, eles encontram o corpo inerte de Louis e abismados tentaram correr de volta as escadas mas foram barrados por Brigitte. Na entrada Niki e seus servos bloqueavam ali para não deixar ninguém escapar.

-- Niki... – Balbuciou Jacques, um tanto chocado. – O que pretende?

-- Eu não quero que o senhor chame aquele caçador! Eu mesmo procurarei Odile, nem que para isso percorra a Europa, América, África e o mundo! Retire o que pediu ao caçador!

-- Não podemos fazer isso. – Respondeu Serena, rezando internamente que aqueles seres não localizassem Marie.

-- Se não fizerem o que o barão manda... – Brigitte tocava o pescoço de Serena, causando pânico em Jacques. – Alguém lá no quarto sofrerá as mesmas conseqüências que Louis.

Tomados por um silêncio mortal, o casal não sabia o que fazer. E neste momento, Marie se escondeu debaixo da cama, mesmo com a porta trancada. Ouviu-se gritos quase abafados por cerca de cinco a oito minutos de tortura. Na sala Jacques teve a cabeça, os braços e as pernas arrancadas e Jackie coletava mais sangue. Serena praticamente virara a “refeição” para Brigitte, que bebia o sangue da anglo-francesa com vontade.

-- Muito bom esse sangue, barão. – Ela limpava as pequenas manchas de sangue que ficou um pouco abaixo da boca. – Eles têm a filha mais velha lá no quarto...

De repente uma janela de quebrou e o relincho de um cavalo. Hunt, que se encontrava na carruagem, viu uma moça de roupão branco galopando no cavalo e seguindo para longe o mais rápido possível.

Os vampiros saíram da casa e não fizeram nada.

-- Posso trazê-la para o senhor. – Disse Hunt, com vontade de capturar a moça.

-- Deixa-a  partir. Não é ela quem procuro. E sim a irmã dela. Marie não tem muitos recursos e nem para onde ir. Deixem- a viver!

E eles foram embora à carruagem, de volta ao castelo do barão. 

FLASHBACK OFF


Niki não queria relembrar aquele crime, mas se for para salvar Odile, mataria qualquer um, até mesmo os membros de sua família.


Marie guardava suas roupas na pequena mala que seu amado deixara, ao mesmo tempo carrega o livro que ele deixara como herança. Ainda não acreditava nos últimos acontecimentos...


FLASHBACK ON

Após a noite mais sangrenta resultando na morte de seus pais, Marie seguiu para fora do bairro nobre de Munique, o bastante para se afastar de seus algozes. Cavalgou sem rumo por vários dias até certo momento, quando a fome e o cansaço lhe venciam, ela foi acolhida por um rapaz adorável, porém, pela aparência, lembrava um dos senhores ricos e gordos. Ele a levara para sua cabana provisória na cidade, cedendo não só abrigo, mas também comida e roupas limpas. Por vários dias ela foi bem cuidada por aquele estranho homem. Ele também se revelou um homem amável e um verdadeiro gentleman para ela. Nunca em toda sua vida foi amada daquele jeito e com Graham Bond sentiu seus primeiros desejos e o verdadeiro prazer. Ali nascia uma paixão sem limites. Até aquele dia...

Marie estava lendo mais um dos livros de Bond e tentando entender o motivo de não ter conseguido exorcizar a moça galesa chamada Felicity, quando de repente ouviu-se um estrondo e depois Bond fechando a porta.

-- Bond...

-- Vai embora, mon petit! – Bond segurava a porta que sofria diversos empurrões e o feiticeiro. – E leve esse livro! Me encontre... ai... na floresta!

Ela pulou da janela e avistou a mesma carruagem parada em frente a sua casa. Deduziu serem os mesmos que executaram sua família. Marie fugiu para uma parte da floresta e esperou por cerca de uma hora tudo aquilo terminar.  Bond ainda não deu sinal. Pensou por um momento que ele não a localizara. Resolveu voltar ao ponto inicia. A carruagem sumiu e ficou na cabana a destruição. Ela adentrou a sala bagunçada e viu entre os livros um gigante leão negro caído e ensangüentado. Reconheceu seu amado.

-- Bond! – Ela correu até ele. Bond retornou a sua forma humana, gemendo de dor e cuspindo sangue. – Meu leão, agüente firme, vou salva-lo!

-- Mon... Petit... – Ele mal conseguia falar devido aos espasmos de sangue a serem expulsos. – Salve-se... resgate sua...cof cof... irmã. O barão...cof cof... Vai mata – lá.

-- E como farei isso? Me ajude!

-- Procure... cof cof... Anastácia Rosely... – Ele vomitou mais sangue e seus olhos estavam mais pálidos. – Ela...cof cof... sabe... onde Odile... está...

Poucos segundos depois a vida abandonou Graham Bond, o poderoso feiticeiro de Hamburgo. Ela guardou seus pertences e o livro na mala e em seguida acendeu uma tocha e pôs fogo na cabana, abandonando tudo ali.

-- Adieu , Bond . Mon brave lion!


FLASHBACK OFF

Ela se deitou na cama, chorando um pouco por lembrar-se do seu amado leão valente. E jurou mentalmente que iria até o fim da jornada resgatar sua irmã e eliminar o poderoso barão austríaco, responsável por muitas mortes. 


Enquanto isso na casa de Anastácia a festa de casamento é muita alegria. Todos dançavam, conversavam, riam, contavam piadas e bebiam. Os caça vampiros ressuscitados por Ana faziam imitações cômicas do mito inglês do Rei Arthur e os Cavaleiros da Távora Redonda. Ana e Paul trocavam vários olhares furtivos e certo momento ela se retirou para o jardim, olhando as estrelas. Paul a seguiu e viu o céu estrelado.

-- A noite é tão perfeita, fraulein Ana. – Comentou Paul, sorrindo.

-- Tão perfeita que dá para ver as constelações neste céu lindo. – Ela retribuiu o sorriso. – Veja aquela ali. É Órion, o caçador. Parece o senhor.

-- Não me chame de senhor. – Tocando as mãos de Ana e encarando seus olhos castanhos. – Somente de Paul.

Ficaram em silêncio e Ana aproximou seu rosto para perto de Paul e ele sentiu seu coração acelerar mais ainda e colocando as mãos no pescoço dela de forma carinhosa, nasceu ali um delicioso beijo deles, sob o cricrilar dos grilos e a luz brilhante da lua.  Por mais que quisessem continuar, Ana interrompeu o beijo, mas sorria para o caçador. Ainda segurando a mão dele, ele a levou para dentro da casa e dançaram mais uma vez.

Louise observava seu marido dançando com Alice e se retirou dali. Felicity percebeu que sua prima não se sentia bem.

-- O que houve, Lulu?

-- Eu não estou bem.. na verdade... eu quero chorar.... – Abraçou a jovem e desatou em lágrimas. – Não sei bem o que estou sentindo.

-- Mas me conta. O que tem te causado isso?

-- Alice.
-- Ela incomodou você?

-- Não... da maneira que imagina. Não me conformo ver ela com meu marido.

Fefe sabia o quanto Lulu era ciumenta, porém sempre procurava ocultar isso e muitas vezes era uma briga para admitir isso.

-- Gerd ama você demais. E não esqueça que ele foi casado com ela. Se não te quisesse, já estaria abandonada, em vez de ser mimada e acariciada por ele.

-- Devo falar disso ao lenhador?

-- Se quiser, sim. E o nome dele é Michael Palin.

Poucos minutos após a conversa, Louise encontra o lenhador Palin colhendo flores, com um sorriso. Estranhou por uns minutos sobre ele. Na época quando o viu pela primeira vez era um lenhador muito forte, com capacidade de matar um nosferatu com um golpe. Aproximou-se dele.

-- Mr. Palin...

Ele se virou e quase caiu para trás por ver quem era.

-- Oh, por favor... – Disse ele, quase se ajoelhando para ela.  – Eu não sabia sobre seu marido. Me perdoa por massacrar você...

-- Oh não, Mr. Palin. – Disse a menina, sendo gentil. – Só quero conversar com o senhor e não lutar.

Palin ficou mais tranqüilo e percebeu a sinceridade da vampira e a convidou para colher flores no jardim.
                   
-- Estas flores – Disse ele, cortando uma rosa vermelha. – São para a noiva. A rosa representa os lábios dela tão vermelhos.

Louise também colhia as flores. Lembravam muito o jardim de sua mãe, tão bem cuidado e cheio de margaridas e girassóis.

-- Adoro girassol. – Comentou Lulu, deixando levar pela emoção e lembrança.

Ao ouvir isso Palin sorriu e pegou um dos girassóis e entregou para a vampira.

-- De certo modo, ele combina com você. Com cabelo dourado que possui.

-- Quero lhe perguntar algo. O que acha da Alice e Gerd estarem se divertindo?

Palin observou a amada dançando novamente com Gerd.
-- Nada. Eles foram casados. Não posso priva – lá de se divertir e além disso sei o quanto ela me ama.  Se não me amasse, teria dito que aceitava Gerd de volta ou simplesmente fugia com ele.

Louise se calou depois daquela resposta e depois eles se aproximaram de Fefe e Manuel. Antes de presentear a noiva, Fefe jogou seu buquê e quem pegou foi Rosie.

-- Parabéns, minha loba ruiva. Espero que seu novo marido seja um lobo. – Disse Bobby Moore, o líder.

Rosie se calou e voltou à atenção para George Best. Depois disso Louise presenteou a prima com mais flores. 

-- Obrigada, Lulu. São lindas.

-- Elas lembram tudo em você. – Respondeu à jovem vampira.

Manuel e Felicity embarcaram na carruagem e seguiram para a velha fazenda gerenciada por Manu, onde o casal iniciou sua noite de núpcias.
Mais algumas horas depois os convidados foram embora, com exceção do casal Müller. Antes de irem, Alice chama a vampira para uma conversa no jardim. Palin ficara na sala com seus amigos e Gerd esperou na porta.

-- Eu sei que não nos demos bem no começo, mas gostaria de falar com você. – Disse Alice, de forma gentil, para o estranhamento de Louise. – Gerd me falou do seu desejo de ter filhos.

Louise se envergonhou disso. Seu marido revelando assuntos íntimos para a ex-noiva, deixando um pouco desconcertada.

-- Sim, mas ele acha que é cedo. – Falou a vampira, um pouco triste.

-- Sabe, eu também queria filhos e ele também. Contudo, conversamos bastante e chegamos à conclusão que realmente é cedo para isso. Precisávamos amadurecer e não cumprir assim de modo apressado. Devia compreender isso, Louise.

-- Já me resignei a isso. Quem sabe mais pra frente, daqui uns dez anos... – Louise imaginava sua vida em alguns anos no futuro, se ela e Gerd formariam uma família.

-- Que bom. Neste caso, podemos ser amigas? – Perguntou à jovem, oferecendo um abraço.

Louise não tinha mais aquele ar de superioridade e tampouco o senso de rivalidade que possuía com Alice na época de convivência dela no castelo. E mesmo se tivesse ela também se conformaria em perder Gerd para ela.  A vampira caminhou até ela e se abraçaram alegres, sem ressentimentos.

-- Sabe que terá meu apoio e minha ajuda. E claro, do Gerd. – Respondeu sorrindo.

Após a conversa Louise se despede de Alice, de Palin, dos Pythons e do restante dos moradores e seguiu com o marido rumo ao castelo.

Na mansão da Ilha dos Lobisomens, Rosie se trancou no quarto, louca de ciúmes por ver George Best sendo bastante atencioso com a noiva Felicity. Nem Manuel Neuer o futuro marido não impediu isso e pelo contrário: parecia aceitar tranquilamente. Ouve-se batidas na porta. Ao abrir, Best entrou no quarto dela.

-- O que você tem?

-- Nada. Vai embora – Mandou Rosie. – Quero dormir.

-- Não sem antes me explicar...—Agarrou o braço da loba, que enfurecida, empurra o vampiro para a parede.

-- Você é mesmo um canalha! Um maldito cafajeste!

Rosie assume a forma lupina e começa atacar Best, que se desvia dos golpes dela. Enquanto isso o pessoal começa estranhar os barulhos de quebra de móveis e vidros quebrados. Na outra casa, Davy e Dianna estavam apreensivos com aqueles ruídos vindo da mansão de Bobby Moore. Micky e Emma tentavam de tudo para acalmar o bebê Christian e Mike e Peter não conseguiam fazer amor com suas amadas. Paul McCartney e Mary Anne subiram as escadas e ouviram tudo do quarto de Rosie.

-- Rosie! – Bateu na porta do quarto. – Rosie você está bem?

A porta se abre de forma agressiva, mostrando a loba ruiva com cabelo desgrenhado e o vestido quase rasgado.

-- Sai, Paul! Eu tava lutando contra um... – Mentiu Rosie. – Nosferatu que invadiu meu quarto!

-- Deixa que a gente acaba com ele! – Disse Mary Anne, disposta a matar o monstro antes de Bobby Moore retornar a mansão.

-- Já fiz isso, Mary Anne. Agora boa noite. – E em seguida fechando a porta.

Os dois irmãos voltaram para sala, sem saberem o que dizer sobre aquilo. No quarto, Rosie começou a chorar na cama, abraçando a si mesma. George Best estava ofegante e ferido nos braços por conta dos arranhões da loba e se aproximou dela.

-- Felicity foi uma pretendente que cortejei quando era humano. – Disse o vampiro. – Ela foi embora de Londres e a esqueci. Certa vez quando sai para me divertir à noite, estava bêbado e fui atacado por um nosferatu. Acordei aqui na floresta e pedi abrigo temporário ao conde, que me cedeu. Quando conheci você naquele dia na visita ao castelo, me apaixonei a primeira vista. Eu sofri demais com isso e fui embora. Fiquei ao lado do barão por um tempo até ver a crueldade em seus olhos. E então vim para cá, me redimir de meus pecados, recuperar o meu amor... por você!

Ela parou de chorar e abraçou o amado fortemente.

-- Não me deixe, meu amor, meu vampiro...

Eles fizeram amor no quarto, abafando os gemidos um do outro para não despertarem mais atenção. E certos que desta vez se amam a ponto de desafiar a lei que proíbe o relacionamento hibrido.

Manuel e Felicity chegaram à antiga fazenda dele, abandonada depois que ele virou vampiro. Aparentemente as coisas ali estavam em ordem. Fefe observou tudo cuidadosamente e viu que o lugar fica perto do riacho, facilitando para ela e o marido se banharem caso der vontade.

-- Fraulein, venha aqui! – Chamou Manuel.

Felicity entrou no quarto dele e viu a cama de casal arrumada e na cômoda um vaso de rosas vermelhas e a janela um pouco aberta, para a claridade da lua.

-- Manuel, agora somos casados. Não sou mais uma senhorita.

-- Tem razão. – Abraçou a esposa. – Agora é fraü Neuer. Minha mulher! Mas posso chamar ainda de fraülein? Acostumei-me em chamar você assim desde a primeira vez.

-- Está bem, Herr Manuel!

Felicity desabotou a camisa do amado e retirou os suspensórios da lederhosen dele. Manuel beijava sua esposa de modo ardente, ao mesmo tempo em que erguia a saia dela, tocando a perna dela, arrancando um gemido baixo dela. Se afastando um pouco, ela retira o vestido de noiva e meia calça, revelando sua nudez. Manuel se juntou a ela e se deitaram, onde trocaram mais beijos.

Ele massageava as pernas dela e as beijava. Felicity enchia de beijos o corpo dele e tocava em regiões sensíveis, deixando Manuel mais excitado e pronto para agir. Ele tocou a barriga dela, quase protuberante e depositou um carinhoso beijo.

-- Nosso filho...—Balbuciou o vampiro rastreador, mirando os olhos castanhos da amada. – Ele é uma benção para nós, minha esposa.

-- É sim, meu amor. – Ela tocava o rosto dele e o beijou mais uma vez.

Depois ele ficou por cima dela, iniciando os movimentos amorosos. Manuel começou devagar, por medo de machucar ela e o bebê. Felicity gemia às vezes de dor, mas se acostumou e passou a ser prazer. Aos poucos ganhava velocidade os movimentos e os dois passaram a suspirar e a gritar de prazer. No último movimento, Felicity e Manuel emitiram um grito prazeroso, indicando seu clímax. Se beijaram mais uma vez.

-- Eu te amo, Manuel Neuer!

-- Ich liebe dich meine Frau! (Eu te amo, minha esposa!)

Adormeceram juntos e abraçados na fazenda abandonada. No dia seguinte, Fefe acordou sem o marido. Presumiu que ele tenha voltado ao castelo. Ela se vestiu rápido e voltou para a casa de Ana.

Na cidade, uma moça desembarca do trem e segue rumo ao vilarejo vazio, sem um rumo aparente. Na verdade ela queria chegar à famosa mansão da Ilha dos Lobisomens onde seu amigo Peter Tork vive com sua esposa Erin. Ela caminhou um pouco na floresta e seguindo seus instintos naturais, conseguiu avistar uma casa rústica e uma grande mansão. Segundo a carta de Peter, a casa dele é perto da tal mansão. Ela chegou até a porta e bateu de modo discreto.

-- Pois não? – Abriu uma jovem de cabelos castanhos.

-- Aqui mora Peter Tork?

-- Sim.

-- Eu sou Renée Chapelle, uma amiga dele. – Apresentou-se a moça.

-- Eu sou Erin, a esposa dele. – Cumprimentou a moradora, permitindo a entrada da estranha.

Renée se sentou no sofá, esperando calmamente Peter. Erin contemplou a mulher estranha e viu que ela não é má. Apesar da aparência, onde seu cabelo preto e liso encobria metade do rosto e a mão dela ter um estranho símbolo de uma cobra tentando engolir sua própria cauda, não sentiu nada de maldoso nela e chamou seu marido. Ao voltar pra sala, resolveu conversar com a visitante.

-- Errr... desculpe minha curiosidade, mas por que veio até aqui? – Questionou Erin.

-- Minha casa no vilarejo foi destruída por nosferatus e refugiei para Stuttgart, onde um feiticeiro me ensinou a arte da alquimia suprema. Depois retornei a Munique, aceitando o abrigo que Peter prestou a mim.

-- E também devo agradecer a você por ajudá-lo. Sabe, quando estava sob o feitiço da Poção do Amor.

-- Está tudo bem. – Desviou o olhar e passou a observar a casa, modestamente arrumada.

-- Renée, que bom que veio! – Peter desceu as escadas e abraçou sua amiga.

-- Muito obrigada, Peter! E sua esposa é muito atenciosa.

Erin agradeceu o elogio e eles levaram as malas da garota para o um dos quarto de hóspedes.

-- Deseja se juntar a nós no desjejum, Renée? – Convidou Erin.

-- Agradeço, mas não estou com fome. Desejo dormir logo. Tive uma noite em claro numa tentativa de transmutar um objeto.  – Agradeceu Renée, fechando a porta e deitando na cama.

Certamente a jovem alquimista teria uma boa história para contar aos seus novos amigos na mansão.

Ao cair da noite, Louise se acordou cedo devido à insônia obtida. Ela e Gerd pela primeira vez não sentiram desejo de fazerem amor por conta do cansaço na festa de casamento. E ela não conseguira dormir por conta do pesadelo que teve, onde viu seus pais sendo mortos e desde então não conseguiu ficar tranqüila.

Odile como sempre estava trancada no quarto e raramente saia dos aposentos e ainda sim acompanhada. Ela se lamentava por Niki e ainda procurava algum meio de sair do castelo sem que o conde saiba. Ela desceu as escadas e caminhou até a cozinha procurando algo para comer. Abriu os armários e entrou na dispensa e nada. Ficou abismada com isso. Afinal de contas do que eles se alimentam e como vivem, perguntou para si mesma.

Caminhou um pouco e ouviu um suspiro pesado vindo da sala. Chegando ali, encontrou Louise, sentada na borda da janela e bebendo um copo de vinho (sangue).  Imediatamente ela sentiu o forte cheiro de sangue francês e viu sua amiga ali.

-- Odile. – Saiu da janela e a abraçou. – Não devia sair do quarto.

-- Estou com fome, fui procurar algo pra comer e nada.

-- Vou pedir ao Sepp encontrar algum alimento pra você. – Em seguida se sentaram junto à mesa. 

Pelo semblante dela, a vampira não estava feliz e tentava de tudo se acalmar bebendo mais e mais.

-- Está tudo bem com você?
-- Não... – Respondeu, mostrando as mãos tremendo. – A noite passada sonhei com meus pais sendo mortos e a casa incendiada. Não contei ao Gerd pra não preocupá-lo. E agora estou tentando não mostrar isso a ele.

-- Entendo. – Comentou Odile. – Ainda tenho saudade do Niki. Da minha família e de minha irmã. Não sei de nada deles.

-- Eu também não sei de nada da minha família, nem do meu irmão que vive em Londres.

As duas ficaram em silêncio por um tempo e Sepp surgiu um pouco ofegante devido à incrível fuga sofrida num ataque que fez a um humano.

-- Olá, fraü Müller e fraulein Odile! – Cumprimentou o servo, sempre amável. – Desejam algo?

-- Sim. Odile está com fome e deseja algo para comer. – Disse, piscando o olho. Sepp entendeu bem e saiu da sala, para cumprir a ordem de Louise.

-- O conde tem sido muito carinhoso. – Comentou Odile, se lembrando de algo lindo sobre eles. – Antes da festa de casamento, nós dois dançamos como no baile que aconteceu meses atrás. E ele foi muito mais atencioso comigo ontem na festa. Nunca senti isso por homem algum.

Louise sorriu com aquelas descrições. Sempre soube que o conde Franz era um homem bom, porém adquiriu uma postura amarga ao se transformar em vampiro e agora essa bondade era recuperada com a presença de Odile.

-- Isso é lindo. Tens certeza que ainda queres seu antigo noivo? – Indagou a vampira loira.

Novo silêncio e desta vez a francesa refletia sobre a pergunta que a pegou de surpresa.

-- Eu estou confusa – Respondeu um pouco triste. -- Acho que estou gostando do Conde, mas ainda sinto que preciso estar com meu noivo.

-- Se eu fosse você, escolheria o conde. Ele é bem mais que o conde. É um homem gentil, amoroso e confesso que nunca o vi assim, tão animado e disposto por alguém.

As duas sorriam mais com essa possibilidade e Sepp retornou com uma bandeja.

-- Achei esse pedaço de pão e esta maçã.

-- Já é o bastante! – Exclamou Odile, pegando a maçã e dando a primeira mordida.

Quando o servo se retirou, Louise continuou a falar.

-- Tenho vontade de ter filhos.

-- Mesmo? – Odile ainda comia a maçã.

-- Sim. Contudo, ele sente que ainda é cedo. Na verdade ele teme perder o tempo que temos para nos amar com um bebê. Inclusive conversei com Alice e estou me convencendo disso.

Neste momento, o conde abre a porta de entrada, um pouco aborrecido. Ele caminhou até a sala e avistou as duas mulheres conversando.

-- Algum problema?

-- Não, só estamos conversando... – Disse Louise, bebendo a última gota de vinho. – Vou para o meu quarto e tentar... me acalmar...

Se retirando do local, Odile se preparava para ir pro quarto, contudo, o conde segurou seu braço levemente, abraçou-a e beijou sua testa.

-- Tudo bem, Franz?

-- Eu quero ficar um pouco com você, só isso.

Por incrível que pareça, os dois permaneceram abraçados na janela sob o luar e Odile sentiu algo maravilhoso com ele. Uma ternura, um calor humano vindo de um vampiro. Louise tinha razão, o conde é um homem maravilhoso, pensou a francesa. Eles foram pro quarto e Franz e ela se deitaram na cama, um olhando pro outro e com as mãos dadas.

-- Me sinto tão bem com você... – Comentou o conde.

-- Devo dizer que eu também. – Odile está quase adormecendo nos braços dele e Franz a cobriu com um cobertor de lã por conta do inverno alemão. Depois disso ele a beijou nos lábios e adormeceram juntos de conchinha.

Louise não foi dormir no quarto junto do marido e optou por ficar sozinha no caixão dele na masmorra. Ela chorava mais por conta do sonho com seus pais. Definitivamente começou a refletir se sua vida valia tanto a pena viver como uma morta-viva. Sentia falta da família e das coisas boas que ela fazia quando era humana, como passear nas ruas a luz do dia, conversar com as pessoas, ir aos bailes mais chiques da cidade, comprar vestidos, jóias e chapéus. E também das cavalgadas que fazia com o pai todo domingo de manhã. Para ela seria impossível voltar atrás...

Gerd se acorda aos pouco e sua mão tateou o lado vazio da cama. Louise não estava lá. Se levantou rápido e vestindo a calça, saiu do quarto e a seguiu procurando por todo castelo.

-- Ursinha? – Ele seguiu para a cozinha, sala de estar, biblioteca e outros cantos.

Ele entrou no estábulo e tudo calmo. Os cavalos Bismarck, Ferdinando e Andrômeda se encontravam extremamente calmos, sem sinal de Louise. Procurou no jardim e encontrou Sepp e Nora namorando de forma apaixonada. Com certeza Louise não viria aqui, pensou o vampiro. Pensou em visitar a Ilha dos Lobisomens, ainda mais por saber da amizade dela com vampiro Davy Jones, mas com certeza não era dia de visitas e tampouco ela seguiria na casa da cientista Ana.

De volta ao castelo, subiu as escadas e procurou nos quartos. Ele entrou sem querer no quarto do conde e o encontrou dormindo calmamente com a humana Odile, de forma unida e apaixonada. Se retirou dali sem desperta-los. Como última opção, desceu até as masmorras e ouviu um eco. Mais parecido de um choro de mulher. Aproximou-se do caixão cinza e abriu, revelando a amada chorando copiosamente.

-- Ursinha, por que está chorando? – Pegando a amada e abraçando. – Por favor, me diz.

-- Não é nada... – Louise se negava a dizer algo.

-- Nada o que, vamos me conte.

-- Gerhard, estou com medo. – Gerd sabia que quando Louise o chamava assim, era sinal de duas coisas: ou ela estava muito triste ou aborrecida.  – Eu... sonhei com a morte dos meus pais, a casa pegando fogo e eles morrendo. Meu deus, estou com medo!

-- Fica calma meu amor. – Ele acalmava com caricias nas costas e no cabelo dela. Gerd acabou se deitando com a esposa no caixão, sem fechar.

-- Não sente falta de quando era humano, ursinho?

-- Não.

-- Nem das coisas que fazia quando era humano? – Indagava Louise um pouco mais calma.

Ficaram em silêncio por breves momentos. De fato ele possui saudades daquela época. Quando era humano podia sair de manhã e fazer muitas coisas.

-- Sinto falta de caminhar pela manhã e sinto falta de Berlim. – Comentou. – De resto eu gosto desta vida.

-- Sinto falta dos passeios nas ruas, das compras, cavalgar nas manhãs de domingo com meu pai. – Ela o abraçava mais forte e depois sorriu. – Mas gosto assim. A vida noturna é mais emocionante!

-- Se vivêssemos durante o dia, eu nunca a teria. – Olhando nos olhos dela.

-- Tem certeza, ursinho? – Questionou, ainda sorrindo e piscando para o amado. – Por acaso não lembra de uma vez quando visitou minha casa?


FLASHBACK ON

De fato foi um dos momentos mais estranhos, porém ousados. Sepp Maier havia ido visitar Nora Smith em plena chuva torrencial e ainda a cavalo. Seus pais, no objetivo deixar unido seu filho e a filha dos Smith, não permitiu que fosse usada a carruagem. Por conta disso, ele cavalgou até a casa dela sob a chuva e chegando lá, contraiu uma gripe forte, permitindo sua estadia na casa da noiva.

Uma semana depois os Smiths receberam a visita de Anthony e Mary McGold, que traziam seus dois filhos, Louise e Michael. No castelo, Franz recebera uma carta do amigo, avisando sobre sua saúde prejudicada pelo mau tempo.

--... Tirando uma garganta inflamada, falta de respiração e febre alta, o médico da família disse que devo repousar por cerca de uma semana. Os Smiths são muito educados e foram bastante atenciosos. Dentro de uma semana e meia estarei de volta.... – Franz lia a carta um pouco preocupado.

-- Devíamos  visitá-lo na propriedade deles. – Sugeriu Gerd.  

-- E será que vão nos receber depois daquele dia onde dormimos na sala sem nenhum motivo?

Na verdade Gerd não foi afetado totalmente pelo feitiço. Ainda se lembrava da Lady Porquinha aos seus pés, mordendo o tornozelo e depois ganhando a forma humana. No fundo desejava reencontrar Louise. Decididos, eles seguiram caminhando a belíssima mansão dos britânicos. Naquela manhã de desjejum, os Smiths e os McGolds tomavam café. Michael, Anthony e Ned conversavam sobre negócios, enquanto Catelyn e Mary diziam sobre as novidades das outras famílias inglesas.

--... Eu soube que os Fitzwilliams casaram uma de suas filhas com um nobre. – Falava Mary, sempre sorridente.

-- É verdade. – Concordou Cat.

Louise cortava uma fatia de pão com dificuldade, mas em seus pensamentos estava Herr Müller. Nora permaneceu ao lado de Sepp todos os dias, cuidando dele com carinho. Ela não consumiu absolutamente nada no desjejum devido à distração, até ser interrompida com o anuncio de Carson, o mordomo de Ned Smith.

-- Sr. Smith, temos visitas.

-- De quem, Carson?

-- O filho do conde Beckenbauer, Franz e seu amigo Gerhard Müller.

Os visitantes adentraram a sala e as duas famílias se apresentaram. Louise foi a primeira a notar claramente que os dois estavam com uma aparência diferente, vestidos como nobres, porém um pouco cansados, como se tivessem saído do castelo e seguido todo o caminho a pé.

-- Veio caminhando, Herr Müller? – Questionou Louise, espantada.

-- Sim, viemos caminhando.

Um novo silêncio foi colocado. Os dois pais de família estavam impressionados com aquela ousadia e as mães um pouco preocupadas. Michael observou cuidadosamente Gerd e Franz e desaprovou, mesmo estando calado.

-- Sr. Smith, onde está meu amigo Josep? – Indagou Franz.

-- Está lá em cima, repousando no quarto e com Nora cuidando dele. – Respondeu Ned. – Carson irá guiá-los para lá.

Ned deu a ordem para o mordomo levá-los para o quarto e as famílias voltaram a sua refeição matinal.

-- Viu o estado deplorável deles, pai? – Michael não havia gostado de nenhum deles. – Suor e lama. Coisa tão germânica e medieval!
 
-- Cala-te, Michael! – Ralhou Anthony, sobre a desaprovação do filho com os visitantes.

-- Devo concordar que esses rapazes estão pouco apresentáveis, não acha Louise? – Perguntou Mary para sua distraída filha.  – Louise?

-- Hã... o que disse, mãe?

-- Nada... – Calou-se a mãe, percebendo o motivo da atenção da filha.

No quarto, os dois amigos ficaram perto de Sepp, conversando enquanto Nora prometera trazer uma bandeja de comida.

-- Me sinto tão constrangido... cof cof... – Dizia Sepp com dificuldade respiratória e tossindo. – Os Smiths são tão bons comigo...
-- Não é a toa que vai casar com a filha deles. – Comentou Franz, rindo.

-- Pelo menos teve sorte em casar com alguém que realmente ama... – Disse Gerd, um pouco triste.

-- Por que está dizendo isso, Gerd?

-- Meus pais querem apressar o meu casamento... e não sei. Não quero isso!

Os dois ficaram um pouco preocupados com aquela resposta de Gerd e em suas mentes a causa disso teria sido... a filha de Anthony McGold.

-- Por favor, Gerhard. – Implorava o filho do conde. – Não me diga que está mesmo apaixonado por aquela menininha mimada?

Neste momento, Nora ficou ouvindo a conversa atrás da porta com a bandeja, lamentando-se do fato.

-- Péssimo gosto que tem, Herr Müller... – Nora lamentou-se com a preferência de Gerd em relação a uma criatura tão desprezível como Louise.

Depois ela abre a porta, trazendo a comida para o amado: uma sopa quente de batatas e chá com ervas medicinais.

-- Aqui está, Katze! – Deixando a bandeja na mesa e levando a tigela de sopa com a colher.

-- Danke, Nora! – Começando a tomar, mesmo ainda sofrendo com a falta de ar.

Os dois se retiraram do quarto por enquanto e desceram as escadas e ficaram no jardim, conversando entre si.

-- Ainda não me respondeu, Gerd!  Me diz se está ou não está gostando de...

-- E se estiver?

-- Meu deus, se a família McGold souber disso...

-- Que saibam! E meus pais também! Não amo e nunca amei Uschi! – Bradou Gerd, porém teve de se conter quando Michael, o irmão de Louise surgiu perto deles.

-- O amor é mesmo estranho, não é amigo? – Michael tentava conter um risinho maldoso. – Se não gosta de sua noiva, trate de ter outra mulher ou simplesmente anule e viva a boemia. Desfiz-me de um noivado de quatro anos. Não fui feito para o matrimonio e prefiro a liberdade!

Os dois se espantaram com a revelação do filho mais velho de Anthony e tentaram disfarçar o mal estar. Gerd passou a observar Louise atentamente enquanto esta caminhava na companhia da mãe e da criada, Catherine. Em seus pensamentos não acreditava que a mocinha fosse mesmo um demônio com cara de anjo e tampouco mimada e irritante a ponto de ninguém suportar seu jeito. Michael percebeu isso.

-- Ela não é pra você! – Avisou discretamente e sorrindo maldosamente. – E também ela tem o Richard.

-- Só observei, senhor. – Respondeu o jovem, um pouco envergonhado. – De todas as damas, a sua irmã não está e nunca esteve em minha escolha.

-- Foi o que pensei. – Disse de forma arrogante. – Quer uma sugestão? Há outra família de galeses que se instalou recentemente em Munique. Os Stones. Eles têm uma filha chamada Alice, de grandes olhos azuis e cabelos negros como a noite. Ela é bem prendada e parece se encaixar para seus gostos, Herr Müller.

O irmão de Louise se retira e deixa Gerd um tanto sem ação. Estava mais que claro que o jovem não queria perto de sua irmã e é bastante compreensível. Louise tem um noivo chamado Richard. Decerto um homem mais poderoso e com riquezas maiores. E mesmo assim, não deixou de admirar a beleza angelical da filha de Anthony.  Poucos minutos depois Anthony convida os dois para conhecer o haras e ainda os presenteou com dois cavalos.

-- Sr. McGold, não podemos aceitar tal presente. – Recusou Franz.

-- Ora, por que não? Ainda mais você, Gerd. Estou muito agradecido pelo que fez a Andrômeda. Vamos, aceite.

No final eles aceitaram os cavalos nos quais foram batizados de Bismarck e Ferdinando. Foi neste momento que Anthony comentou algo com Gerd.

-- Sabe, se minha filha não fosse noiva de Richard, eu teria dado a mão dela para o senhor.

-- Sr. McGold, eu já tenho uma noiva daqui de Munique.

-- Que bom! Fico muito feliz pelo senhor! – Sorriu Anthony.

-- Caso eu não estivesse noivo, eu adoraria me casar com sua filha. – Disse por fim, chocando Franz que ouvia tudo e deixando Anthony satisfeito.

Poucos minutos antes de ir embora, Gerd e Franz foram mais uma vez fazer companhia para Sepp, mas antes, o mais jovem dos três amigos acabou avistando Louise na biblioteca e resolveu ficar por lá. A adolescente lia calmamente um livro de poesias e não percebeu a presença dele.

-- Fraulein Louise! – Chamou, assustando a garota.

-- Oh meu deus, herr Müller! – Saltou Louise da poltrona. – Me desculpe. Deseja alguma coisa?

-- Só vou ficar mais uns minutos a mais e logo irei embora com Franz. – Respondeu, nervoso.

Louise não sabia se Gerd ainda se lembrava daquele fato estranho e resolveu tentar.

-- Eu gostaria de pedir desculpas por ter me visto... daquele jeito.

-- Que jeito?

-- Aquele jeito... estranho. – Falou Louise. – De ficar nos seus pés, lhe mordendo.

-- Do que está falando, fraulein?—Gerd fingia que não lembrava, sendo que na verdade ele sabe da verdade.

-- Não se lembra de ter visto uma porquinha mordendo seu tornozelo? – Insistia a menina, não acreditando que Gerd não se lembrasse do fato.

-- Nein! Eu dormi sem saber ou sequer me lembrar o que me levou a dormir assim.

Novamente o silêncio tomou conta dali e trocam um olhar intenso, como se um quisesse saber algum segredo do outro nas pupilas dilatadas. A respiração estava pesada para Louise. Ficar perto dele lhe causava algo diferente não sentido antes. Por conta disso, deixou o livro cair e ele conseguiu pegar a tempo de atingir o chão, entregando-o para a jovem dama. Tocou as mãos macias dela e mais uma vez viu os olhos azuis como duas pedras preciosas. Não havia como negar. Ambos se sentiam atraídos de forma misteriosa.

-- Herr Müller...

Ele tocou o rosto dela e ainda sussurrou no ouvido.

-- Du bist ein Engel, ein schöner Engel. (Você é um anjo, um lindo anjo) – Em seguida a beijou ali, sem se importar se alguém possa vê-los.

Louise tentou se desviar, contudo, o beijo dele era delicioso, cálido e cheio de paixão. Correspondeu da mesma intensidade apaixonada, permitindo aqueles lábios beijar os seus. Molly e Catherine, respectivas criadas de Nora e Louise, juntamente com Sembene e Carson, acabaram vendo a cena romântica e comentaram entre si até Michael ver a pequena aglomeração.

-- Catherine o que está fazendo? – Perguntou Michael a criada e ao olhar para a porta entreaberta, viu sua irmã e o visitante alemão trocando um beijo e ainda se abraçando.
-- Sr. Michael, devemos chamá-los? – Sembene queria interromper para não criar problemas.

-- Sim, mas para dizer que está na hora dele e seu amigo conde irem embora. E mais uma coisa, Sembene: não diga nada aos meus pais e nem aos Smiths! Não queremos problemas aqui.

Sembene cumpriu a ordem de Michael e os dois rapazes partiram para o castelo, levando os presentes recebidos por Anthony e Louise permaneceu no quarto, olhando para os dois cavalgando rumo ao norte. Ela guardou com carinho aquele beijo e voltou à velha postura mimada e cruel de antes, ocultando seu sentimento verdadeiro... Por ele.

FLASHBACK OFF

-- Entendi... – Sorria Gerd enquanto abraçava a esposa. – Acho que teria fugido com você para Berlim.

-- Ou quem sabe para Londres... – Respondeu Louise, beijando o amado e ainda se mantendo abraçados. – Promete uma coisa para mim?

-- O que?

-- Que não iremos mais brigar daquele jeito, como aconteceu dias atrás? – Segurando a mão dele e beijando ali.

-- Tudo bem, eu prometo.  – Depositando um beijo na bochecha dela. – E promete que não vai mesmo me deixar?

-- Eu tentei te deixar uma vez... E não consegui. Fui noiva do conde e o tempo todo só pensei em você, respirei você, desejei você. Eu amo até seu sangue, ursinho.

E isso é verdade. Quando Louise o mordeu, o contato com sangue de Gerd despertou a paixão desenfreada por ele e ainda brotara o amor nela. E ele mesmo diante da dor, caiu em tentação e veio o prazer. Estava ali o amor deles. Ainda no caixão se amaram mais um pouco e Louise esqueceu sua tristeza.

Antes de o sol começar a se esconder, Felicity seguiu para a fazenda de Manuel, carregando um saco de suprimentos conseguidos por Primus e um coelho morto, conseguido por Vivian, a lobinha namorada de Christopher. Ela iniciou a preparação do jantar de ambos, pois logo que a noite chegar, seu marido se juntará a ela na refeição. Enquanto cozinhava as batatas, seu corpo estremece devido a uma reação. Era seu filho chutando forte o ventre. Ela sorriu e acariciou o ventre.

-- Calma, meu pequeno. Ainda é cedo... – Disse enquanto mexia na panela e ao mesmo tempo acariciando a barriga.

Também ela deixou as frutas no cesto e preparou uma salada, de acordo com seu desejo. Felicity havia amanhecido com aquela vontade de comer saladas de verduras e legumes e por isso pedira a Primus para comprar o que fosse necessário. Quanto ao coelho, ela deixou no prato para Manuel se deliciar e uma garrafa de vinho, presente que o marido ganhou de Gerd Müller.

A porta se abriu com Manuel entrando e carregando alguns galhos cortados.

-- Fraulein!

-- Manu! – Ela o beijou. – Estava com saudades!

-- Meu bem, só fiquei fora daqui a parte da manhã e da tarde, sempre à noite estarei perto de você. – Disse enquanto acendia o fogo com os galhos colocados na lareira, para aquecer a fazenda.

Manuel preparava a cama e depois lavou as mãos na pequena bacia de água na cômoda e parou na porta, admirando a esposa servindo o jantar. Verdadeiramente ela estava mais bonita. Mais que no dia em que a conheceu. Como se por encanto a gravidez tivesse lhe dado um corpo mais generoso a ela. Se aproximou por trás dela e começou os carinhos ardentes, excitando Felicity.

-- Manuel... – Ela disse entre gemidos. – Ooohh... meu amor... o jantar está...

-- Depois, meine fraü! – Ele fechou a panela e a virou para perto dele, beijando de forma ardente e a levando para o quarto.

Manuel praticamente rasgou o vestido branco da mulher e ao mesmo tempo ela retirava a presilha que mantia seus cabelos negros presos, deixando-os soltos. Eram lisos e brilhosos. Manu contemplava a nudez dela e mais uma vez fazia carinho no ventre dela, sentindo mais chutes do bebê.

-- Ele está ansioso para vir ao mundo. – Comentou sorridente.

-- E nós estamos mais, meu amor. Quero muito segurar em meus braços o nosso filho, nosso menino.

-- É... um menino?

-- Sim. – Respondeu Felicity, animada. – Um lindo menino!

Após essa noticia, ele novamente a beija e já deitados na cama, Manuel deixa a camisa um pouco aberta e se livra da calça. Ficando por cima da amada, inicia os movimentos vagarosos e depois aumentou a velocidade, dependendo do prazer sentido nas estocadas e do prazer dela. Felicity gemia alto a ponto de gritar junto com o marido, quando enfim atingiram o clímax.

Ele ficou esparramado ainda por cima da mulher e ela bastante ofegante e alegre.

-- Manuel, vamos... jantar agora?

-- Ohhh... – Ele respirava fundo pra recuperar as energias. – Está bem. Vamos comer.

Ela vestiu uma camisa dele encontrada no armário restaurado e jantaram juntos calmamente e conversando sobre outros assuntos... Sem saberem que estavam sendo observados ao longe por uma mulher de olhar frio e vestindo roupa vermelha e na palma da mão, tinha um pentagrama.

-- Ainda será meu, fazendeiro... – Falou a mulher, cujo nome é Melisandre, disposta a tudo para ter seu amado Manuel, nem que para isso amaldiçoaria Felicity ainda mais.

Na taverna, Ronnie sentia falta da companhia da bela Louise. Desde a última visita, nunca mais ouvira falar dela... Até um dos seus mensageiros dizerem que ela finalmente se casou com Gerd Müller e que não voltaria tão cedo.  Passou-se uma semana e o sueco recebeu uma mensagem de seu velho amigo, o barão Niki Lauda com a seguinte ordem:

Use suas habilidades, amigo. Procure por Odile Greyhound.

A habilidade na qual é referida é de Ronnie tocar a flauta dourada e emitir um som lindo, porém hipnótico... para as mulheres.  Para elas, o som é como a voz rouca e sedutora dos homens que amam e seguem essa música para onde quer que seja. Levando a flauta para perto da fronteira entre a Ilha dos Lobisomens e a terras do conde, ele toca o instrumento, iniciando a belíssima música. Todas elas, dormindo, ouviram a melodia.
Rosie e Best estavam aos beijos e de repente parou com isso e seguiu para fora da mansão, juntamente com Mary Anne e Mari Jones, deixando os lobos e o vampiro consternados. Louise dormia de conchinha com seu marido e ouviu a música. Ela saiu da cama e caminhou até a saída do castelo, seguindo a melodia. Anastacia, Alice, Vivian e até mesmo Felicity caminharam rumo a música.


-- Venham, minhas queridas, venham...—Chamava mentamente Ronnie, vendo que deu certo seu plano inicial.

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