segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

If I Fell (Grindhouse Mix - 6º Capítulo)

Olá pessoal!
Tenham uma boa noite e fiquem com o novo capítulo e a volta de If I Fell!



Capítulo 6: Um consolo

As três jovens saíram do colégio sem questionamentos, até Louise avistar seu professor, conversando por telefone.

-- Estou louco para abrir suas pernas e penetrá-la, mein himmel...

Louise reconheceu de cara quem ele estava ligando e uma lágrima escorreu em seus olhos.

-- Lulu, tudo bem? – Questionou Joanna.

-- Sim. É só... – Disfarçando o ciúme sentido e limpando os olhos. – Alergia. Vamos pro shopping e depois um cinema!

-- Legal! – Berraram as três e pegando o ônibus, seguiram rumo ao shopping Harrods.

Mesmo com toda animação, Odile não se sentia bem. Parecia que a cada momento, qualquer canto do shopping, tudo lembrava Franz. Nada a está fazendo bem. Apenas a companhia das amigas lhe davam um consolo. Resolveram almoçar num restaurante italiano.

-- Ontem a noite fiquei na casa da professora Belle e... tive um ménage a trois com ela e Alice! – Comentou Louise. – Foi tão... sensual.

-- Minha nossa! – Joanna se impressionou. – Com as duas professoras? Imagino o quão sensual...
-- Pelo menos você teve um ménage, e eu... – Odile mal conseguia falar e desatou a chorar.

-- Não chora, francesinha. – Joanna afagava o cabelo da amiga amada que repousava a cabeça em seu ombro. – Quem devia chorar sou eu. Estou aos poucos desistindo do amor.

-- E eu estou desistindo dos homens. – Comentou Louise, frustrada ao lembrar do sexo por telefone entre Gerd e Alice. – Se eles amam uma mulher, por que acabam beijando outras mesmo comprometidos? Isso que não entendo.

-- Pode ser por duas coisas, ou ele é um canalha ou porque eles vivem num relacionamento aberto, mas na maioria são canalhas. – Afirmava Joanna, bebendo seu copo de refrigerante. -- Por isso estou desistindo do amor, quero só curtir agora. Só preciso achar esse "alguém"  pra dar essa curtida.

Ficaram um pouco em silêncio e Odile resolve questionar a mais nova.

-- Por acaso tem algum cara agindo assim, feito canalha com você?

-- Sim. – Respondeu a loira, tomando mais um gole de refrigerante light.

-- Quem é o cara? – Perguntaram as duas em coro.

-- Err... bem... Richard! – Lulu avistou seu colega, Richard Wright, caminhando com seus amigos no shopping. O rapaz estava observando mais um telescópio.

Suas amigas se encontravam espantadas.

-- Richard?!

-- Não... quer dizer... Ele está ali. – Apontando para o colega na outra loja. – A pessoa que estou assim... é o professor de Natação, Gerd Müller.

Todas ficaram mais chocadas com a revelação.

-- Mas Louise, Gerd tem namorada. – Informou Odile.

-- E justamente a professora Alice. – Disse Joanna em pânico. – Ela que você tanto ama. Sei que não devo me meter, mas isso não é errado? Tipo você falou que a Alice é a sua alma gêmea e não se pega o namorado da sua alma gêmea tipo a Didi é a minha alma gêmea, mas eu jamais pegaria o Franz.

-- Eu não estou amando assim o Gerd... – Negou a aluna. – É só uma crush.

-- Tem certeza? Não houve beijinhos? – Odile estava curiosa.

Não teve outra escolha, Lulu acabou sendo honesta com as amigas.

-- Está bem, eu admito, beijei ele e me chamou de algo, Winnie...

-- Ele te chamou de Ursinha em alemão? – Os olhos de Odile brilharam.

-- Peraí! “Winnie” é ursinha em alemão?

-- Claro! – Respondeu a francesa.

-- Caramba, Louise! Ele gosta de você!

-- Mas e a Alice? Ele a chama a todo o momento de “mein himmel”, “mein liebe”...

-- “Mein liebe” é como o Franz me chamava... buaaa... – Novamente Odile chora e Joanna se oferecendo como ombro amigo.

-- Na boa, Lulu, aquele alemão está sendo canalha com vocês duas! – Joanna fechou a cara para a amiga.

-- E o que faço? Paro de freqüentar as aulas dele?

-- As aulas deve freqüentar, mas nada de beijinhos!

Minutos depois a comida pedida estava na mesa e as meninas se banquetearam, menos Odile. Nem mesmo o filme fez Odile ter toda atenção. Ela derramava mais lágrimas na roupa de Joanna e Louise se lamentava com a possibilidade de Gerd ser um canalha.

No outro dia da aula, antes de entrar na quadra, ela ouviu uns gemidos e acabou avistando Gerd e Alice fazendo amor na piscina.

-- Por que me chama de ursinha, se você tem a “mein himmel”? – Chorou um pouco e sendo surpreendida por Alice, que saía da quadra.

-- Amorzinho! Que bom que apareceu! – Saudou Alice. – Boa sorte, pequena. Se precisar, me liga!

-- Claro... – Balbuciou Louise, disfarçando a voz de tristeza e entrou na quadra, retirando a toalha e apenas de maiô e touca na cabeça, mergulhou e emergiu.

Gerd percebeu o mesmo olhar frio de Lulu para ele. Era o mesmo que ela possuía no passado. E durante o ensino do nado a cachorrinho, ela parecia desmotivada. 

-- Quer fazer uma pausa? – Sugeriu.

Os dois ficaram sentados na borda da piscina e ela olhava para água. Ela tremia e Gerd colocou em seus ombros a toalha que usava.

-- Por que faz isso comigo? – Perguntou Louise, chorando e olhando pra ele.

-- Isso o que?

-- Ficar com Alice e depois comigo? – Louise chorou mais, deixando Gerd péssimo. – Você me engana e engana ela também e isso não é legal. Melhor a gente parar por aqui.

Gerd a abraçou a jovem e ela ouviu o coração dele, batendo rápido demais e os músculos de seus braços tremerem.

-- Ursinha, entenda...eu amo Alice, mais do que o esporte, mais do que minha moto, mais do que tudo que tenho e pequena, tenho de dizer que sinto o mesmo por você. Eu amo você. Não me vejo ficar sem você e Alice.

-- Ursinho... – Beijando o homem e o abraçando mais.

Eles voltaram às práticas de natação, desta vez Louise se sentiu feliz.

Odile passou uma tarde de amor com sua alma gêmea, Joanna e depois voltou pra casa, ainda depressiva. Antes de entrar em seu quarto, ela viu que a porta do quarto de Marie estava entreaberta e acabou vendo sua irmã e Mickey McGold fazendo amor e gemendo.

-- Marie... ahhhh... mon cheri... isso... mais... mais...

-- Michael.... oooohhh... Michael... Mon Amour... ohhh... jet’aime... ahhhh....

A irmã mais nova saiu dali e entrou rápido para o quarto, trocou de roupa e se debruçou na cama, chorando por Franz.

Amanheceu em Londres e a sexta-feira prometia para Lola Banks. Ela se sentia um pouco mais livre e a relação com o marido voltava aos poucos. Contudo, Lola começou a sentir atração por alunos. Um deles, Richard Wright, um rapaz tímido, poeta e também jogador do time de futebol coordenado por Franz, lhe despertava algum tipo de desejo. Não demorou muito para os dois se envolverem depois de mais algumas semanas. Mas a única menina que inspira verdadeiramente Rick é Louise.

Bobby Charlton percebeu nas planilhas que alguns alunos faltavam freqüentemente as aulas de Redação e Ed. Física. Questionou os professores e eles não souberam responder. Na verdade os dois sabiam bem. Franz se recusava acreditar que Fefe tenha feito aquilo e a mesma embora satisfeita, ela não se sentia bem. Até por que causou atrito com Mickey, Louise e principalmente com Marie.
Certo dia Felicity havia terminado sua aula e recebeu uma ordem de comparecer na sala do diretor Charlton. Ela já deduzia o que realmente vai ser cobrado dela. Entrando na sala, ela sentou na cadeira de frente para ele, sem demonstrar reação.

-- O que eu fiz desta vez, diretor? – Perguntou a professora estagiária.

-- Por que uma das minhas melhores alunas de redação está faltando nas suas aulas?

-- Quem seria?

-- Odile Greyhound. – Respondeu o diretor, fixando o olhar em Felicity, causando um pouco de desconforto. -- Ela ganhou o campeonato de redação de Londres e quero saber porque ela anda faltando.

-- Ah bem...eu...

-- Eu soube do que aconteceu Felicity. Eu sempre sei o que acontece aqui antes que se justifique, pense na verba que vamos ganhar se ela vencer o concurso de novo.

Felicity se enfureceu. Na semana passada brigou com Lola Banks, a esposa do coordenador Gordon a respeito de Odile. E agora o diretor exigia dela uma justificativa das faltas da aluna por querer que ela ganhe o concurso.

-- Quer saber? Eu não sei, senhor diretor, pra mim ela não passa de uma aluna boêmia, que vive fumando e bebendo por aí.  Ela pode ser a bam bam bam da redação mas se ela quer faltar minhas aulas, problema é dela. Só não quero ouvir reclamações posteriores se suas faltas são injustificadas e ela for reprovada. – Respondeu Felicity, bastante nervosa e zangada. – Aqui está sua justificativa! E agora?

-- São franceses, são boêmios por natureza. – Disse o diretor.

-- E você acabou de me enojar com sua resposta, diretor! – Berrou Felicity, mais indignada.

Neste momento Belle entrou na sala, interrompendo a conversa dos dois.

-- Me desculpem, mas preciso de ajuda!

-- O que houve?

-- Diretor... Odile sofreu uma crise de asma muito forte no corredor! – Belle chorava de desespero e levou Charlton e Felicity para lá.

Encontraram Odile respirando com a ajuda da bombinha e sendo socorrida por Louise, enquanto Joanna ligava para Marie e depois para a ambulância. Quando parou em frente ao colégio, os médicos a colocaram na maca e embarcaram na ambulância. Franz e Louise foram juntos. Joanna e seus amigos foram depois. Felicity não sabia bem o que pensar. Seu objetivo em separar Franz e Odile chegou a ponto de quase ocorrer tragédia.

-- Viu o que provocou, Felicity? – O diretor estava também indignado. – Está despedida!

Ela ficou parada no corredor, sentada numa das cadeiras, quase em estado catatônico...

No hospital, Odile ficou no quarto de emergência, acompanhada de Louise e Franz conversava com médico a respeito disso.

-- Odile, respira devagar. – Pedia Lulu, segurando a mão dela.

-- Eu...Vou...encontrar.....Truffaut antes da hora... – Odile mal conseguia falar.

--Não amiga... o que vai ser de mim e da Jo sem você? Não nos deixe! – Louise chorava demais.

-- Lulu se eu morrer...tem um caderninho de capa cinza...adapta tudo o que tiver lá pro cinema...tudo.....tudo...Até sobre o Franz.

-- Odile... o professor tá aqui e ouvindo tudo. – Apontando para o professor, que entrava no quarto e pegou a outra mão da aluna.

-- Escuta...Franz...eu ainda gosto de você...eu não paro de pensar...em você... foi duro te perder pra...pra...

Outra vez a crise asmática atacou a francesa, deixando Louise e Franz mais apreensivos.

--Não... Odile... Franz me ajuda... eu vou chamar o médico! – Louise saiu do quarto e gritou para todo corredor por um médico ou enfermeira.

-- Agüente firme Mein Liebe... eu te amo ainda...Meu coração é só seu...Não vou deixar que você parta, você é minha vida e eu te amo! – Ele dizia, enchendo a amada de beijos e colocando a mão no coração dela.

Os médicos compareceram ali, prestando ajuda. Franz pediu que Louise fosse para casa e que ele mesmo junto com Marie cuidariam da garota. Ela aceitou e na saída encontrou o professor de natação, olhando para ela de outro jeito... Algo que não agradou Louise. Ela foi embora em companhia de sua amiga Joanna.

-- Nem sabe da novidade que fiquei sabendo. – Disse Joanna, dirigindo o carro e parando em frente ao semáforo. – Felicity foi demitida.

-- Por quê? – Louise não acreditava no que ouvia. A prima foi demitida.

-- Charlton soube o que aconteceu com sua aluna que sempre traz verba pro colégio e viu a crise da Odile e aí o demitiu.

--Deus, eu não soube disso . Tentei ligar para ela várias vezes, mas não conseguia. – Louise se preocupou agora com a prima. Temia várias coisas.

--Disseram que ela gritava pelos corredores que Odile e o professor deveriam morrer mesmo. – Joanna voltou a dirigir com o sinal aberto e continuou a falar. --Mas bem, sugiro que você converse com a Felicity. Agora minha preocupação maior é como esta a minha Mulder? Tive que voltar às pressas pra casa, meu irmão passou mal.

-- Franz e a Marie estão no hospital cuidando dela.

-- Quando vi Odile daquele jeito achei que eu ia morrer. Você já sentiu assim? Como se fosse perder uma parte de você?

-- Várias vezes... Foi desse jeito que senti quando vi Alice e o Gerd... Parece que ela prefere ele do que a mim e isso me machucava e morria uma parte de mim. – Justificou Louise, lembrando das poucas vezes que ficava com Alice e esta meio que negava e ainda parou de ficar com ela nos fins de semana, preferindo mais o professor.

-- Talvez o amor não foi feito pra gente. Estou pensando em fazer algo pra Odile, o que você acha que devo fazer?

--Ela merece mesmo, Jo. Pode ser uma festa quando ela voltar do hospital. Vamos chamar nossa turma de amigos.

Enquanto elas combinavam como será a tal festa, Louise discava o número da prima e nada de ser atendida...

Na sala dos professores, Fefe esvaziava seu armário e guardava algumas coisas na bolsa e outras na caixa. Nora brigou com ela faz poucos minutos e para poupar mais conversas, tratou de guardar tudo e sair do colégio o quanto antes, sem despedidas. Neste momento, um dos professores, Manuel Neuer a vê se preparando para ir embora.

-- Ei Fraulein!Pra que tanto ódio? – Indagou o professor de culinária.

Ela não respondeu

-- Felicity...

-- O que foi, herr Manuel? Quer me condenar mais? Vamos, aproveite! Eu tenho raiva disso tudo! Raiva do diretor que tem um caso com a professora de francês, raiva do meu namorado que me deixou sem avisar, raiva do meu ex que não me quer e prefere uma aluna de dezoito anos que é amiga da minha prima, raiva da esposa do coordenador que me denunciou e eu tenho raiva de mim porque acabei de descobrir que to grávida! Eu tenho raiva de tudo e todos! – Explodiu a ex-professora, chorando.

-- Uma moça bonita como você não deveria guardar ódio das pessoas,isso faz mal pra gente e sobre essas pessoas esquecer eles, faz mal pro bebê. – Ele afagava o rosto dela e o ventre. -- Antes que você me crucifique fiz isso pra você!

Ele entrega um pote com quatro cupcakes.

-- Desculpa... Mas não posso aceitar e dê para aquela asmática! – Recusou Felicity.

-- Mas não fiz pra ela. Eu fiz pra você. Olhe, quero que aquela asmática se foda! Nunca me importei com ela. Conheci ela numa festa com minha ex namorada e só posso dizer que ela é o demônio em forma de garota mas você me motiva em tudo. Me faz querer fazer isso.

Ele a beijou na bochecha, deixando Fefe sem palavras.

-- Manuel... você é um cara legal.. Mas... não me leve a mal. Ainda amo o Franz.

-- Não, você não o ama . Só está fazendo esse jogo consigo mesma pra tentar arruinar aquele demônio asmático. – Insistiu Manuel. -- Tente superar, você merece algo muito melhor.

-- Eu não quero te iludir. Já estou mais do que decidida. Eu vou embora daqui. Vou para Barcelona amanhã adeus e obrigada pelos cupcakes!

Vendo que não havia como convencer de ficar, acabou dizendo.

-- Tenho uma confeitaria em Portobelo Road, dê uma passada lá pra tomar um café.

-- Obrigada!

Felicity voltou para a casa, pegou suas malas e guardou suas roupas e alguns pertences em caixas. Escreveu uma carta para Louise e Michael e depois saiu da casa, trancando a porta e embarcando no carro. Ela discava um número.

-- Alô?  -- Atendeu uma voz masculina.

-- Já sai de casa. Vou para aquele endereço que me indicou. Tem certeza que posso ficar no seu apartamento?

-- Quanto tempo que precisar e não se sinta acanhada. – Dizia a voz no outro lado da linha. – E depois vamos conversar?

-- Claro.

Ela ligou o carro e seguiu rumo ao norte de Londres...

No outro lado da cidade, Gordon arrumava calmamente suas roupas na mala. Ele está se separando de Lola, após descobrir que ela teve um caso com Belle Blue e com um dos seus alunos, Rick Wright.

-- Gordon, vamos conversar... – Sugeria Lola, desesperada.

-- Já conversamos o bastante, Lola. Tudo foi esclarecido. – Disse o coordenador, calmo. – O que me deixa mais chateado é que fiz de tudo pra salvar nosso casamento, te agradei de várias formas e nada. Acabou.

Ele carregou as malas e guardou no carro. Ao embarcar, ainda ouviu Lola gritar e bater no vidro do carro. Ele seguiu seu caminho e a chuva começou a cair, molhando Lola.

Gordon chegou ao apartamento que fica na região central de Londres. Era seu apartamento particular, seu refúgio pessoal quando o trabalho e a vida de casado lhe deixava exausto. Entrou na sala e sentiu um delicioso aroma de café e torradas. Caminhou até a cozinha e encontro Felicity, bebendo uma xícara de café e olhando seu smarphone.

-- Chegou cedo... – Comentou Gordon, pegando uma xícara e Fefe o servindo.

-- Evitei todo mundo hoje. – Fefe havia chorado poucos minutos atrás.

Gordon tocou o ventre de Fefe e tirou a xícara dela.

-- Se não tem para onde ir, fique neste apartamento. – Disse o coordenador, apiedado. – Acho melhor que eu fique em outro lugar.

-- Por favor, fique. – Pediu Fefe. -- Gordon, você me prestou abrigo. Não é justo sair de sua propriedade. Eu que sou a intrusa. Uma grávida que perdeu o emprego, sacaneou pessoas e agora está aqui.

-- Já que insiste...

Ali mesmo iniciou uma amizade entre o coordenador do colégio e a ex-professora estagiária.


Continua...

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