Tenham uma boa noite e fiquem com a segunda oneshot da linhagem Myth da Grind oficial. Boa leitura!
Love Me__ Maya
Amamiya
Amanheceu em Esparta e o
exército se prepara para marchar rumo a Tebas. Seu líder, James Stone, o
poderoso rei de Esparta, trajando suas vestes, seguia rumo à tenda dos
comandantes que executavam as inúmeras possibilidades e estratégias de
conquista a cidade de Tebas.
-- Poderoso James – Saudou
George Smith, o general. – Estamos em dificuldades.
-- Não vejo dificuldade
nisso. Basta usar os arqueiros contra os guardas da muralha.
Apesar do otimismo
inabalável do rei, os comandantes não acreditavam que a vitória fosse fácil.
Comparado as outras guerras, contra Tebas será um grande desafio. Todas as
cidades gregas foram tomadas por Esparta.
E todos os soldados são protegidos pelo deus da guerra. Sempre antes de
lutar, o rei orava para Franz. E desde então não perdeu uma batalha sequer. Até
aquele dia...
Eles marcharam até a
muralha do reino onde uma parte das tropas se encontrava em guarda, prontos
para o ataque. Ao primeiro sinal, James ordenou os arqueiros dispararem a
enxurrada de flechas, atingindo a maioria dos sentinelas da muralha e uma
pequena parcela de soldados.
-- ATAQUEM, GUERREIROS! –
Bradou James, correndo até a estrada e se defendendo de mais flechas vindas da
muralha com seu escudo.
O ataque iniciou-se com
uma vantagem espartana. Por mais que estivesse em grande número, Tebas não
conseguiu deter aqueles soldados ferozes. Os portões se abriram e os guerreiros
entraram, vendo os poucos homens armados ali.
-- RENDA-SE, RICHARD! –
Gritou James, a todo pulmão! – NÓS VENCEMOS!
Richard Starkey, surgiu
ali diante dos soldados, usando sua lança e escudo, respondeu as provocações de
James.
-- Acha mesmo que
conseguiu tomar meu reino? – Sorrindo de forma maléfica.
Ele achou que se tratava
de ironia forçada do rei derrotado. Um verdadeiro engano! Ainda na entrada mais
soldados tebanos apareceram e bloquearam com seus escudos e mais centenas deles
dentro do castelo e inclusive Bert, o guerreiro mais forte da cidade.
-- Onde está seu otimismo,
reizinho espartano? – Gracejou o rei e com um grito, deu-se a ordem de mais
ofensivas.
Desta vez foi revertido a
favor dos tebanos e em poucos minutos, o número de espartanos vivos foi
reduzido. Os poucos que resistiam ainda lutavam bravamente ao lado do rei
James. Poderoso Franz me ajude, destrua meus inimigos e serei seu servo! ,
orava mentalmente James ao deus da guerra. Desta vez não houve resposta e mais
soldados morriam. No confronto contra Bert, o rei espartano não obtivera a tão
desejosa vitória. A cada golpe recebido do grandalhão, era um sinal de sua
morte. Caído no chão e vendo seus soldados sendo rendidos, James derramou uma
lágrima, lamentando de seu deus abandoná-lo naquele dia e procurava saber onde
havia errado se nunca faltara de devotar oferendas a ele. Porém, lembrou-se de
outra divindade também atribuída a guerra. Num ato desesperado, chamou por seu
nome.
-- PALAS LOUISE!
No Monte Olimpo, Louise
observava a grande guerra e ouviu o grito do rei espartano. Mesmo sabendo que
ele devota a Franz, não pensou duas vezes.
-- Vou ajudá-lo. Ele
precisa de mim! – Exclamou a pequena deusa, usando seu poder para incitar mais
coragem e determinação a James e os poucos soldados.
James sentiu uma espécie
de euforia e vontade de recomeço. Pegando sua espada e o escudo quase rachado,
partiu ao ataque contra Bert. Este por sua vez percebeu que o rei o atacava de
modo mais feroz e com velocidade nos movimentos com a espada, causando
ferimentos graves no guerreiro. George também foi tomado por essa sensação e
com apenas uma lança matou a dezena de soldados que o cercavam de forma
incrível.
Richard confronta George
Smith, mas não consegue. O jovem comandante tem mais experiência e num rápido
movimento, aplicou a espada no coração dele, matando-o em seguida.
Os espartanos renderam
Bert e o deixaram diante do rei vitorioso.
-- Me matar não adiantará
de nada! – Disse o soldado derrotado.
-- Não vou matá-lo –
Respondeu James, com um aspecto um pouco diferente. – Contudo, deixarei a marca
de sua derrota para seus soldados que ainda vivem. Tebas enfim caiu como as
outras cidades!
Abandonando Tebas em
ruínas, James caminhou até a praia um pouco cansado e desmaiou na areia.
-- Alice... me espere nos
Campos Elíseos... – Suspirou o rei espartano, fechando os olhos.
James esperou que as mãos
ásperas do Exército das Almas enviadas por John, o deus do Submundo, pudessem
levá-lo até o rio Aqueronte e assim seguir rumo aos Campos Elíseos encontrar
sua irmã. Em vez disso, ouviu uma suave voz.
-- Seja forte, mortal... –
Tocando seu rosto com mãos tão macias, com capacidade de amaciar até o mais
selvagem dos guerreiros. – Ainda não é sua hora...
-- Me... salve... –
Sussurrou James, ainda com os olhos fechados. – Me... salve...
Com um toque, a divindade
curou a ferida no peito de James, fazendo-o acordar ali. Surpreso, ele se
levanta e fica admirado com a bela mulher postada em sua frente. Cabelos
dourados como o sol, olhos azuis como orbes preciosos e a pele tão delicada
quanto porcelana. As vestes eram gregas e calçava sandálias de ouro. Ela também
estava usando braceletes e segurava um elmo dourado.
-- Você... – Ele reconheceu a pessoa ali. A divindade da
guerra.
-- Lembra de mim, James?
Sou Palas Louise, deusa da guerra e da sabedoria. – Respondeu a jovem deusa, se
aproximando dele. – Esses tebanos mereceram a lição. Parece que desta vez meu
irmão os ajudou.
-- Franz... me abandonou?
– Indagou o rei, agora compreendendo o motivo para ter sido deixado de lado
pelo deus anterior.
Louise apiedou-se por ele.
Na verdade mais do que piedade. Era algo novo para ela, jamais sentido por um
mortal. Aproximando-se dele, disse por
fim.
-- Serás o melhor rei
deste lugar. – E em seguida finalizou com um beijo ardente no rei espartano.
James não sabia se
correspondia ou não. Sendo a iniciativa da pequena deusa, acabou cedendo à
sensação. E que sensação! Nunca em sua vida provou um ósculo tão suave e cheio
de amor e paixão e aquela deusa possuía esses sentimentos.
Quando parou, Louise
desapareceu, deixando o rei um tanto atordoado, mas agradecido por ser salvo
por ela.
Meses depois Tebas foi
reconstruída e para selar um acordo de paz, foi feito o casamento de Nora, irmã
de George Smith com soldado Bert, aparentemente arrependido. A festa foi
grandiosamente esplendida, ao mesmo tempo faziam oferendas à deusa da sabedoria
Louise, agora também padroeira da cidade.
-- Ó poderosa deusa! –
Orava um dos sacerdotes no templo recém erguido. – Receba estes presentes como
prova de nossa eterna devoção!
Os soldados deixavam
diante da estátua escudos adornados em prata e ouro, lanças e espadas. Até
mesmo partes de armadura como o peitoral de couraça e elmos eram oferecidos. No Olimpo Franz se encontrava indignado em dobro. Primeiro
por discutir com Odile, resultando na deusa ficar mais perto do marido, o deus
da forja Niki. E segundo por perder popularidade de Esparta... para sua irmã
Louise. Os tebanos antes da guerra fizeram uma grande celebração ao deus de
olhos azuis como cobalto e este aceitou protegê-los. A vitória estava
garantida... até James recorrer a inesperada ajuda da pequena deusa, o que lhe
tirou as vantagens.
-- Louise sabe mesmo
conseguir os mortais... – Resmungava o deus, girando sua lança nervosamente. –
Ela sempre consegue o que quer!
-- Ela protegeu o mortal.
– Disse Mickey, sentado na janela. – Não fez nada demais!
Após a festa em sua
homenagem, Louise esperou os deuses irem dormir e desceu na terra, caminhando a
um riacho perto do castelo espartano. Vendo que não há ninguém, ela se despiu e
tirou as sandálias. Se banhou nas águas cristalinas e tranqüilas. Abandonou
seus pensamentos e seus deveres para unicamente se divertir, sem alguém para
atrapalhar.
Sem saber, Franz estava
observando no Olimpo e resolveu pedir ajuda a sua amante. Vai pagar por isso, Palas, pensou o deus da guerra ofendido e ficou
ali no jardim, onde Odile, a deusa amorosa colhia algumas rosas.
-- Preciso de sua ajuda,
Odile.
-- O que queres desta vez?
– Perguntou a deusa, impaciente e com raiva dele. – Não quero falar mais com
você!
-- Estou pedindo sua
ajuda. Se ainda me ama, pode ajudar! – Suplicou Franz, tocando as delicadas
mãos de Odile.
Odile não queria em
hipótese alguma ajudar Franz. Não depois da ofensa sofrida, por ver sua
sacerdotisa Brigitte e ele fazendo amor em seu templo. Ela puniu a garota, transformando-a
numa leoa e sendo morta pelo caçador George Best. Inconformado, o deus
guerreiro percebeu que essa punição era de Odile e por conta disso passava
maior parte do tempo com Niki e recusava a se encontrar com ele toda noite.
Agora ele implorava por ajuda e ao que tudo indica envolvia Louise a pequena
deusa e o mortal James.
-- Fale qual é o pedido?
-- Dê um jeito de James
ver a pequena deusa...
-- E que se apaixone ainda
mais por ela?
-- A ponto de não suportar
viver sem ela. – Disse o deus, brilhando os olhos imaginando se o plano desse
certo, levando a ruína o mortal e sua deusa irmã. – Leve nosso menino, quatro
flechas estará de bom tamanho.
Ao terminar de falar, ele
puxa o rosto de Odile, depositando um delicioso beijo, despertando novamente a
paixão da deusa amorosa por ele e em seguida sumiu.
-- Noel! – Chamou a deusa.
– Noel!
Surgiu diante dela, um
jovem de cabelos negros e olhos também azuis como cobalto, usando uma túnica
branca e arco e flecha.
-- O que desejas minha
mãe?
-- Conhece o rei espartano
James?
-- Sim. Alias, papai me
alertou disso. Ele quer que una este rei com a pequena deusa.
-- Exato, mas não use o
número solicitado de flechas no coração do mortal. E sim duas para cada um!
-- Mas mamãe... – Noel
temia a fúria de seu pai caso não fosse cumprido. – Se papai descobre isso...
-- Me entendo com ele mais
tarde. Agora faça o que lhe mandei!
Noel alcançou uma boa
velocidade de tele transporte e conseguiu chegar ao riacho. A deusa estava lá
se banhando. Só faltava trazer o mortal ali. James não conseguia dormir. Mesmo
tomando um pouco de vinho, nada o fazia fechar os olhos. Caminhou até a janela
e contemplou a lua cheia com estrelas. De repente ouviu uma doce e melodiosa
voz o chamando.
-- James... James... – A voz era parecida com a de uma deusa. Na
verdade era Noel, o jovem deus do amor, em tamanho diminuto perto do rei, se
passando pela voz da pequena deusa. --- Venha
até aqui, no riacho...
Apesar da voz lhe dizer
isso, ele ficou um tanto receoso, temendo ser um ardil daqueles bem perigosos,
armados por algum sacerdote inimigo.
-- Por favor, querido James.... – Noel foi mais insistente e suavizou
mais a voz, para deixar mais parecido com de Louise.
Depois disso, a tentação
ficou maior e ele resolveu caminhar até o riacho, deparando-se com a bela visão
a sua frente. Sim, era ela. A deusa da sabedoria se banhando ali no rio.
-- Meu deus! – Exclamou
baixinho. – És mais bela que Odile!
Tampou a boca por se
culpar de tal disparate. Se a deusa do amor ouvisse isso, haveria uma guerra
divina e os mortais como sempre são alvos perfeitos. Noel aproveitou-se disso e
imediatamente disparou duas flechas do amor no rei e mais duas na pequena
deusa, que emergia nua nas águas, devido às pequenas sensações estranhas
sentidas ali mesmo.
Odile que se encontrava
distante deles, observava a cena e ouviu as palavras de James. Desta vez passa mortal, pensou a deusa,
perdoando pela blasfêmia dita.
James caminhou mais ainda,
saindo de seu esconderijo, ainda a contemplar a beleza inebriante da deusa.
Louise se preparava para se vestir quando ouviu um leve arfar de alguém. Ao se
virar, assustou-se com a presença do mortal que ela mesma o salvou da morte e
principalmente deu-lhe a vitória na batalha.
-- Você...—Disse a
assustada deusa, cobrindo os seios com a roupa.. – Como ousa vir até aqui?
Antes de responder, o rei
é recebido com um tapa na cara bem forte pela mão delicada da deusa. Ele não fez nada para impedir e ainda falou
quando a deusa ia se preparar para desferir outro.
-- Pode me bater, mas isso
não vai fazer meu amor por você acabar assim!
Aquelas palavras
praticamente a desarmaram ali. Louise também se sentia daquela maneira. Mesmo
sob a ousadia do mortal em vê-la sem roupa, no fundo gostou disso e ainda mais
sendo ele a ver assim. Engoliu em seco e ficando mais perto dele, colando seu
corpo quente no dele, ela tocou de leve os lábios do mortal com os dois dedos e
sussurrou.
-- Beije-me...
James não negou aquele
pedido e a beijou ardentemente, esquecendo-se que Louise é uma divindade. Por
um momento achou mesmo que ela é mesmo uma mortal devido à perfeição nela. As
mãos deles passearam por todo o corpo nu da deusa, de modo suave. Depois ele a
carregou em seus braços, levando-a para seu castelo.
No quarto, ele a colocou na cama e sentado na
beira, massageou as pernas dela e depois o ventre, causando sensações
inebriantes em Louise.
Por sua vez, a deusa se levantou e tirou a túnica
do espartano e novamente se beijaram e se deitaram trocando mais caricias e
abraços. Ambos gemiam de prazer. No momento que James ficou por cima dela,
questionou:
-- Tem certeza, minha deusa?
-- Me mostre o que sabe, mortal. – Concordou a
deusa, abraçando e permitindo os avanços de James.
Começou devagar e aos poucos foi aumentando a velocidade,
a ponto de eles gemerem alto. No último ato, Louise emitiu um grito de prazer,
fazendo com que o Olimpo pudesse ouvir. James urrou como um animal, mas
suspirou cansado e suado por cima dela. Atingiram o clímax.
Ficou um bom tempo
abraçados e olhando para a janela aberta, revelando a belíssima lua brilhante,
ao mesmo tempo ouviam os ruídos exasperados vindos do outro quarto. Eram os
recém casados Bert e Nora. Não se
importaram com isso e trocaram mais um beijo apaixonado.
-- Me amaria se eu... Sumir
pela manhã? – Questionou a deusa, admirando os lindos olhos verdes do rei.
-- Te amarei por toda
minha vida! E não me importo se és imortal. Não haverá outra senão você!
Diante da declaração, os
dois novamente foram entregues aos movimentos amorosos sob a luz do luar de
Esparta.
No outro dia, James acorda sem a pequena deusa ali. Certo
de que ela partiu ao Olimpo e suspirou. Não era um sonho de um homem
desesperadamente apaixonado e sim algo verdadeiro. Ele esteve à noite toda com
uma deusa. E justo ela, sua protetora.
Ao se levantar, ele inicia
suas tarefas do reino e dá a seguinte ordem.
-- Esculpe outra estátua
da pequena deusa. – Ordenou James ao seu melhor escultor.
-- Mas senhor – O escultor
havia feito umas três de Louise e estranhou o fato do rei pedir mais uma. – Já
temos o suficiente. Pra que mais uma?
-- Apenas faça o que
mandei!
Sem mais palavras, ele
começa a esculpir, ainda estranhando os motivos do rei em sua obsessão pela
deusa da guerra.
No Olimpo Odile estava
feliz. Primeiro que na noite passada conseguiu juntar Louise e o rei James, mas
não de acordo com número de flechas pedidas pelo amante Franz. E falando nele,
o seu segundo motivo foi por ter aceitado seu perdão e tiveram uma ótima noite
juntos. E o deus da guerra sequer desconfiava se seu plano de arruinar seu
súdito deu realmente certo...
Na sala todos se
encontravam ocupados. Alguns nem tanto e ficaram por observar os mortais e seus
acontecimentos. Mickey voava de um lado para outro, Alice brincava com sua
filha, Nicole. Rosie como sempre se encontrava aborrecida. Ela descobrira que
duas de suas seguidoras tiveram casos com deuses e as castigou mandando-as para
o Tártaro e ainda pediu a um dos Juízes do Inferno, Steve, que a mandasse de
acordo com seus crimes.
Louise apareceu na sala,
bastante alegre, para o espanto de todos e uns nem tanto por conhecer bastante
a deusa. Gerd, o deus arqueiro que até então esteve ocupado por conta da
oferenda de um sacerdote, surgiu na sala para dar um pouco de atenção a família
e percebeu aquela alegria misteriosa da pequena deusa. Será que ela conheceu alguém... melhor do que eu?, Questionou o
deus internamente e desconfiado. Thomas, o deusinho filho de Louise, ficou
correndo pela sala, brincando alegremente com uma espada de madeira que a mãe
havia feito. Nicole, a pequenina, se agitou vendo seu amiguinho e juntos
ficaram brincando, no qual Tommy era um guerreiro que carregava uma princesa e
a levava para um reino fictício. Louise
admirou a brincadeira das crianças junto com Alice e ficara conversando com ela
até a noite surgir.
Vendo que os deuses se
retiraram, Louise se preparava para sair quando em seu caminho surgiu o deus
arqueiro.
-- Onde vai? – Questionou,
sério.
-- Nadar um pouco no rio.
-- Em Esparta?
-- Esparta, Atenas, Tebas,
tanto faz! Qualquer lugar onde tenha privacidade! – Irritou-se a deusa. – Com
licença, Gerd!
Desaparecendo das vistas
do deus da profecia, Louise conseguiu chegar ao mesmo riacho onde encontrou
James na noite passada. Encontrou-o se banhando calmamente e ficou admirando a
nudez do mortal. Ela tirou sua túnica e caminhou nas águas, mergulhando para
perto dele e tocando seu ombro, disse:
-- James!
Ele se virou e abriu um
sorriso. Era ela.
-- Louise! – Abraçou-a e a
beijou ali mesmo sob o luar.
Fizeram amor nas margens
do riacho e depois desfrutaram mais um pouco da noite no quarto dele, onde
descobriram mais sensações, trocaram mais carinhos e beijos ardentes entre
gemidos. E isso se repetiu todas as noites para eles. Para os dois, nada mais
importava se não o amor em seus corações. Cada dia mais James amava mais a
deusa e ela preferia mais o mortal ruivo de olhos verdes. Porém, certo dia,
após se amarem, James anunciou algo.
-- Esparta declarou guerra
contra Corinto. – Disse, soturno. – Depois de amanhã marcharemos! E devo
confessar... Estou com medo.
-- Do que, meu amor?
-- De não poder governar,
não viver e ficar sem você. Tanto como meu amor quanto minha protetora.
Louise o acariciou nos
cabelos e logo disse docemente.
-- Não se assuste, meu rei! Sei que vencerás todas as batalhas
que enfrentar, eu sempre estarei contigo! Meu amor... – E novamente o beijou,
permitindo seus sentimentos serem mais uma vez demonstrados.
No penúltimo dia o reino iniciou as oferendas a
pequena deusa e James compareceu. Na reunião com os guerreiros, fez estratégias
e se impressionaram. Pela primeira vez, o rei espartano não tinha aquele ar de
superioridade e arrogância, como se cantasse vitória antes do tempo. Ele
pensava não como rei, e sim como líder, alguém que também é um soldado, se
importando com seus amigos e a quem servisse. A convivência com a pequena deusa o fez bem, pensou George Smith, o
comandante que sabia do envolvimento amoroso do rei com a divindade.
Na última noite em Esparta, James ficou na janela,
contemplando a lua, ao mesmo tempo pensava na deusa. Mesmo com as palavras
dela, ele estava inseguro. Desta vez por outro motivo: Franz, o deus da guerra.
Desde que Louise se tornara sua protetora, James temia que o deus guerreiro
fosse se vingar de uma forma ou de outra.
No Olimpo, Louise já
estava de saída quando ouviu um estrondo. Uma estatua caindo no jardim e Noel
correndo para a sala, carregando a pequena Josephine, filha de Odile e do deus
da forja Niki. Ouviam-se os berros de Franz.
-- TRAIDORA! – Ele socava
as colunas. – EU DISSE PARA DEIXAR O REI DE ESPARTA LOUCO DEMAIS PELA LOUISE, E
NÃO APAIXONADO E AINDA SER CORRESPONDIDO!! VOCÊ ME TRAIU PELA ÚLTIMA VEZ!
-- Eu sou uma deusa, seu
parvo! – Xingou Odile, peitando o deus. – Eu junto casais e se eles se amam, é
outra história.
-- Eu devia... devia te
matar... – Resmungava o deus, com a mão erguida contra Odile, mas abaixou. –
Não farei isso por que tenho assuntos mais importantes do que sua
incompetência, deusa! Amanhã eu mesmo matarei James!
Aquela afirmação deixou a
pequena deusa com coração acelerado e as mãos trêmulas. Mesmo sabendo do ardil do irmão em faze – lá
se apaixonar pelo mortal, ela não se importou e prometeu a si mesma acabar com
Franz se ele matar ou até mesmo ferir James.
E chegou o dia da marcha.
Os soldados se preparavam e cada um com sua arma, formaram filas e ao sinal do
rei, marcharam ao reino de Corinto. James usava sua mesma roupa de batalha e
comanda sua biga rumo ao castelo. Chegando lá, avistou a cidade, já com os
guerreiros prontos pra batalha.
-- Palas Louise, não me
abandone, meu amor... – Pediu o rei em voz baixa.
No Olimpo, Franz vestia
sua armadura e depois seguiu para a câmara das forjas onde se encontra Niki,
seu amigo e marido (traído) de Odile.
-- Minha espada está
pronta?
-- Sim! – Respondeu o
deus, procurando não demonstrar insatisfação e alcançando a arma para ele. –
Construída com Oricalco, o minério precioso de Atlantis.
-- Muito bem, Niki. Sabia
que poderia contar com você, meu amado “irmão”. – Mesmo odiando o deus da
forja, Franz tem consideração e amizade com Niki e o mesmo possui esse
sentimento. Ambos fariam qualquer coisa pela deusa amorosa.
Quando Franz se retirou,
Niki aproveitou para continuar sua obra: finalizar a construção do escudo de
ouro, feito do mesmo Oricalco e um pouco do pó de estrelas, deixando a arma de
defesa mais poderosa e resistente. No
pequeno globo transparente ele vê Odile e Franz se beijando e pedindo a benção da
deusa do amor e logo em seguida ele partindo para ajudar os soldados coríntios.
Neste momento Louise,
também com sua armadura, surge na entrada da câmara.
-- Meu escudo está pronto,
Niki? – Questionou a deusa.
-- Agora sim, está pronto!
– Disse Niki, satisfeito com o resultado e mostrando o poderoso escudo. – Ele tem o mesmo poder que o Aegis do Roger.
Poderá defender quem você quiser.
-- Até mesmo da espada
mais poderosa que você forjou para meu irmão?
-- Sim.
Louise encaixou o braço no
escudo e depois beijou seu amigo na bochecha, deixando-o corado.
-- Não fala para Odile
sobre isso. – Sorriu a deusa, piscando para ele e desaparecendo.
Antes mesmo de sair,
Louise encontrou o deus arqueiro, lançando um olhar intrigante para ela. A
pequena deusa ignorou e seguiu para perto da sacada, onde visualizou os
guerreiros lutando em frente às muralhas de Corinto.
-- Esta guerra não é sua.
– Dizia Gerd. – Deixe os mortais e preocupe-se com você!
-- Este pensamento egoísta
você teve quando conheceu Alice? – Perguntou Louise, enfurecida com que o deus
havia dito.
Arrependido, Gerd tentou
argumentar, mas Louise ouviu os gritos dos espartanos morrendo e vendo mais uma
vez a batalha, era Franz, matando os soldados de Jim um por um, aumentando a
vantagem dos coríntios.
James não sabia o que
fazer. Seus inimigos lutavam como verdadeiros selvagens e estraçalhavam sem
parar. Restou apenas uma fileira de soldados espartanos e Franz apontava sua
espada para o rei.
-- Onde está seu exército,
rei de Esparta? – Provocou o deus da guerra, vitorioso. – E onde está sua
protetora?
Jim não respondeu e sabia
bem que não haveria chances e largando a espada, ordenou a seus comandados que
não fizessem nada. Caminhou diante do deus, com as mãos vazias.
-- Minha vida está
acabada. – Disse James, sem esperança de salvação.
Imediatamente, Franz se
preparou para golpear James no coração. No entanto, sua espada se deteve quando
um escudo adornado em ouro, impediu o ataque e protegeu o rei espartano. Franz
se afastou e viu que era a pequena deusa, segurando o artefato de defesa e
vestida com sua armadura divina.
-- Pequena deusa!
-- Não posso permitir que
acabe com eles, meu irmão! – Apontando sua espada para ele. – Nem que para isso
lute.
-- Neste caso, não
pouparei esforços em acabar com você, deusa fraca!
A luta recomeçou para os
mortais. James liquidava com mais soldados e batedores coríntios, ao mesmo
tempo preocupava-se com sua protetora. Louise e Franz lutavam um contra o outro
de modo feroz. A espada que o deus possui era mesmo poderosa, a ponto de cada
golpe, destruir uma parte da armadura de Louise. Quanto à deusa da sabedoria,
ela se desviava dos ataques e usava o escudo para impedir mais avanços
destrutivos.
No Olimpo os deuses
observavam a luta dos dois, um tanto apreensivos. Tommy, o filho de Louise sentia
medo e ficava abraçado com Noel, seu amigo. Alice não sabia o que fazer. No
fundo, queria ajudar o irmão, salva-lo da guerra, mas isso implicaria num
conflito maior se Roger ou Gerd descobrem sobre sua interferência na vida dos
mortais.
-- Nós temos que falar com
Roger! – Dizia Keith, o deus do vinho e da alegria.
-- Roger está tão ocupado
com aquela mortal que nem sabe o que se passa por aqui. – Resmungou Mickey,
indignado.
Odile também estava muito
apreensiva. Amava Franz com todas as forças, contudo, torcia para que sua amiga
pequena deusa vencesse a luta. Gerd
resistia a vontade de interferir em favor de Louise por medo de perder Alice.
A luta toma proporções
mais drásticas. Louise conseguiu golpear Franz, de maneira que o deixasse atordoado
e antes de aplicar outro golpe, avistou Jim em desvantagem num grupo de cinco
batedores coríntios e tentou ajudar rapidamente. No entanto, quando se
preparava para acabar com quinto batedor, Franz lança uma rajada de raios
negros contra Louise.
-- Ahhhh! – Desarmando a
pequena deusa, fazendo-a cair.
O escudo de ouro foi
afastado dela e Franz iniciou uma série de golpe na deusa, causando ferimentos
no corpo. Os espartanos aos poucos perdiam a confiança e coragem e os coríntios
comemoravam.
Num dado momento, Louise
tentou pegar a espada, mas o deus da guerra num só golpe, destruiu a arma e em
seguida cravou na mão dela, infligindo mais dor. Em seguida retirou a ponta da
arma e puxou Louise pelo cabelo.
-- ESTA É A DEUSA QUE
PROTEGE OS ESPARTANOS? – Exibindo a divindade, para a euforia extrema dos
seguidores de Franz e o desespero interno de Jim. – Neste momento, Louise não é
mais uma deusa da guerra.
Jim emitiu um grito e
correu até o deus de olhos azuis como cobalto e o atacou, somente com sua
espada. Louise estava no chão, se recompondo e vendo o mortal que ama lutando.
Cansado de ser evasivo, Franz imediatamente cravou a espada no peito do rei
espartano.
-- NÃO! JIM! – Gritou
Louise, com os olhos cheios de lágrimas.
No Olimpo, Alice viu tudo
e desmaiou, sendo socorrida por Mickey. Gerd também viu tudo e sentiu o
sofrimento de Louise.
O corpo do rei tombou ao
chão e Louise o segurou, colocando a mão no ferimento dele.
-- James... não morra, meu
amor! – Chorava a deusa.
-- Meu amor... – Tocando o
rosto de Louise, sorrindo. – Minha vida... Fico tão grato por você estar nela.
Ali mesmo James Stone
emitiu seu último suspiro.
-- NÃO! NÃO! NÃO! NÃO! –
Abraçando o amado e ainda chorando. – Meu amor...
Franz não sabia bem o que
estava sentindo. Por mais raiva que tivesse da pequena deusa e do mortal, ao
vê-lo morto e sua irmã em prantos, teve pena. Mas não o suficiente para dizer
tais coisas.
-- Isso que dá por se
afeiçoar aos mortais! – Disse, agora indiferente.
Louise encarou o irmão e
se levantou, armando-se com o escudo.
-- De todas as coisas que
já fez, esta passou dos limites, meu irmão! NÃO VOU PERDOAR POR TER MATADO JIM!
Louise ergueu a mão
direita e nuvens negras se formaram. Os coríntios temiam pela fúria da deusa.
Alguns mais medrosos, jogaram suas armas no chão e pediram perdão a divindade e
poucos fugiram. Entre raios e trovões, formou ali na mão dela um cetro de
metal. Na ponta havia o símbolo de um tipo de pássaro cujas asas estavam
erguidas, fechando um circulo.
Franz sabia bem o que
significava e mesmo assim atacou Louise com os mesmos raios negros para
enfraquecer. Não houve o mesmo efeito. O escudo proporcionou a proteção. Outra
vez usou a espada, porém Louise usou seu cetro como seu substituto. Ela
destruía as partes da armadura de Franz e depois lançou uma bola de energia
branca, derrubando o deus da guerra. Ele se equilibra e erguendo a espada,
bradou.
-- AINDA ACABAREI COM
VOCÊ!
Os dois deuses tiveram seu
embate, chocando todos ao redor, até mesmo os deuses. Para a surpresa de todos,
Franz era o que estava mais machucado. Louise golpeou com seu cetro no tórax e
imediatamente mais raios de luzes atingiram a divindade guerreira. A dor foi
tanta que o deus acabou se transportando para o Olimpo, muito mais machucado
que antes. Louise permaneceu na terra e olhando para os inimigos dos
espartanos.
-- VOCÊS TÊM DUAS
ESCOLHAS: OU LUTAM E MORREM, OU SE RENDAM E SEREI PIEDOSA COM TODOS! A ESCOLHA
É DE VOCÊS!
Os coríntios se renderam e
os espartanos vencem a guerra. Louise se encontrava fraca e mesmo assim voou de
volta para o Olimpo. Chegando ao hall de entrada, acabou vendo uma aglomeração
em torno do trono do rei dos deuses, Roger Daltrey, que retornou a tempo de
verificar o que estava acontecendo.
Franz berrava a todo
instante sobre sua derrota que não foi merecida. Todos os deuses o olhavam com
ódio.
-- JÁ CHEGA! – Gritou
Roger, causando um grande estrondo com sua voz de trovão. – Eu saio por uns
instantes do Olimpo e já me causam confusão?
-- A culpa disso tudo é da
pequena deusa! – Rugiu Franz, mesmo desmaiando de dor, ele apontava para a
deusa recém chegada e esta não reagiu. – Ela defendeu os espartanos, mas na
verdade ela ama é o rei deles! Inclusive se deitou com ele por várias noites!
Todos ficaram chocados com
a revelação. Alice mais ainda. Primeiro sabia que a pequena deusa amava seu
marido, o deus arqueiro e agora dormia com o rei de Esparta, seu irmão que
acabou de falecer na batalha?
-- Primeiro o Gerd e agora o Jim?! – Berrava Alice, mais
enciumada. -- O que mais você quer tentar tirar de mim?!
-- Eu amo Jim mais do que tudo... não desejo
mais o arqueiro, só quero meu rei de volta e não esqueça, Alice! Quando eu não
estava por perto, você se aproximou do deus arqueiro e ele preferiu você a mim!
– Disse Louise, olhando sério para o casal.
A deusa do parto se calou. O que a pequena
deusa havia dito era verdade. Fora ela a causa por separar o deus arqueiro e a
pequena deusa no passado e ainda ajudou a se transformar em imortal ao
conseguir o elixir dos deuses, a ambrosia. Sim, Alice devia mesmo para Louise.
-- Atualmente ele se encontra no Tártaro. –
Disse Mickey.
Imediatamente, Louise se transportou para o
Submundo, decidida a salvar seu amado rei espartano. No Olimpo, os outros
deuses se comentavam e Franz novamente os chama atenção.
-- Vocês não farão nada? Ela vai trazer o
mortal de volta!
-- Se ela o ama, só pode falar com John e Ana
sobre isso. – Respondeu Roger e em seguida erguendo o deus guerreiro pelo
pescoço, diz. – E você deve ficar calado! Já sofreu uma vergonhosa derrota e
quer causar mais estrago? Sem falar que desaprovamos o que fez com o mortal ao
despachá-lo para o Inferno.
Roger larga Franz no e todos os deuses se
retiraram, menos o deus da guerra e Odile. Ela o olhava com pena e depois o
levou para o quarto, cuidando de seus ferimentos.
-- Eu cuido de você, meu amor. – Disse Odile,
ao passar o pano fino úmido na testa ensangüentada de Franz.
Ele não disse nada, apenas se encontrava
furioso demais e não queria aborrecer sua amada deusa do amor com isso.
Ao chegar ao Submundo, Louise encontrou
Caronte, o barqueiro, esperando pelo próximo passageiro. Se aproximou da figura de preto e este
estendia a mão aberta, exigindo a taxa de embarque. Num passe de mágica, Louise
estendeu três moedas de ouro e a entidade aceitou. A deusa embarcou na gôndola
gigante e juntos rumaram para o outro lado, onde se encontrava o castelo de
John e Ana Entwistle, rei e rainha do Tártaro.
A gôndola consegue chegar a margem e Louise
desembarca, seguindo o caminho ao castelo. Chegando na gigantesca porta,
encontra Cerberus, o cão de três cabeças, guardião do inferno. O animal rosnava
para a deusa e se encontrava pronto para o ataque. Louise não fez nada, apenas
encarou cada uma das três cabeças por cinco minutos e eles pararam. Simplesmente
se acalmaram, lambiam a mão carinhosa da deusa e permitiram sua entrada.
Ela entrou no
castelo e percebeu que não havia ninguém ali. Nenhum servo a vista e sequer
algum membro do poderoso exército infernal. Caminhou por todo castelo até subir
as escadas e chegar ao corredor dos quartos. No primeiro deles ouviu uma série
de gemidos e palavras proferidas.
-- Ooohh.. meu amor... mais, por favor...
quero ser sua...
Louise abriu a
porta do quarto escarlate e deparou-se com uma cena meio perturbadora e íntima.
Os soberanos estavam fazendo amor de forma intensa e tresloucada. John se
encontrava por cima da amada e suas asas negras ganhavam um tamanho maior.
Louise exclamou, chamando atenção dos deuses.
-- OH MINHA
NOSSA! – John se assustou com a presença da pequena deusa.
-- Tudo bem,
eu me retiro e espero vocês... na sala do trono.
Louise esperou
no hall de entrada e logo apareceram os deuses no trono, mais apresentáveis. O
casal também se impressionou com a aparência da pequena deusa. Armada com o escudo
poderoso, um cetro de aço e a armadura destroçada e com ferimentos no corpo.
-- Peço desculpas por estar ausente, essa hora do dia ou da
noite, nunca sei o qual é, é um pouco parado.
– John se desculpava pelo flagra, um tanto constrangido.
-- Meu amado senhor perde a noção do tempo
quando eu estou aqui. – Comentou Ana, beijando o marido e voltando sua atenção
a pequena deusa. -- Enfim, o que trazes sua adorável visita aqui?
-- Meus senhores, houve uma guerra entre
espartanos e tebanos nos últimos dias e...
Louise praticamente contara toda sua história
com James Stone, desde a batalha contra Tebas, até o dia que se apaixonou pelo
rei e depois a guerra contra Corinto, resultando em sua morte nas mãos de
Franz, o deus da guerra.
-- Tudo que peço é que devolvam a vida dele. –
Ela estava ajoelhada, chorando.
Ana se compadecia pela tristeza da deusa.
Afinal, ela e Louise são grandes amigas de muito tempo. John caminhou até a
pira, onde tirou uma pequena fumaça cinzenta. Era a alma de Jim.
-- Está bem. Iremos devolver a vida do mortal.
– Respondeu.
-- Contudo, terá duas condições. – Ana se
aproximava da deusa.
-- O que estiver ao meu alcance eu vou cumprir.
– Respondeu Louise, determinada.
-- A primeira condição é que nos entregue seu
escudo. – Ordenou Entwistle, com os olhos brilhando no artefato. – Ele de fato,
é uma obra prima feito por Niki.
Louise retirou o escudo do braço e entregou
para Ana. Apenas segurando seu cetro.
-- A segunda condição é a vida de outro mortal.
E será do meu irmão, Christopher.
A pequena deusa se chocou com o pedido. No
passado amou Christopher Romanov, um guerreiro ateniense poderoso por quem foi
apaixonada. Desse amor intenso e louco, ela gerou um fruto...
-- Mas... Por que o Christopher? – Indagava a
deusa, quase em pânico. – Eu não... posso fazer isso.
-- Terá de trazê-lo aqui ou então não terá seu
rei de volta. – Ana deixou Louise mais em pânico.
-- Tem até o amanhecer para nos trazer
Christopher... Ou diga adeus para James. – Disse Enty.
Louise desapareceu e retornou ao Olimpo.
Retirou a armadura e guardou o cetro. Ela se banhou nas fontes olimpianas e
voltou para quarto, se vestindo e chorando. No outro dia não conseguia se
alimentar. Era óbvio na visão de todos que ela estava bastante abalada. Seja lá
o que Enty e Ana haviam pedido a deusa, certamente desagradou muito.
Enquanto via o filho brincando com Nicole,
Louise pensava num método de fazer Christopher de ir com ela para o Tártaro, de
preferência morto. Neste momento Alice surge de perto dela e se senta no
jardim.
-- Eu queria pedir desculpas por ter dito
aquilo, sobre você em relação ao meu irmão e... – Ela vacilou um pouco nas
palavras, mas logo continuou. – Sobre o Gerd. Se eu soubesse que ele estava com
você, eu...
-- Você não faria nada! – Interrompeu a deusa.
– A minha relação com o deus arqueiro estava mesmo abalada. Na verdade, eu
queria te transformar numa ursa e deixar que fosse abatida por algum caçador.
Eu não fiz. E sabe por quê? Eu gosto do Gerd, como amigo, como amante, como
deus. E também gosto de você.
Alice se chocou com a
revelação de Louise e ao mesmo tempo impressionada com sua honestidade. Sempre
soube que ela ainda tinha um sentimento de reconsideração por seu marido, mas
não esperava que ela também se importasse com ela.
-- Bem... existe algo para
salvar meu irmão? – Indagou a deusa do parto, sabendo que a pequena deusa
estava disposta a tudo para resgatar Jim.
-- Sim. – Respondeu,
segurando as lágrimas. – Enty e Ana me impuseram duas condições. Uma era de
entregar aquele escudo que usei na luta contra Franz. Eu entreguei. A
segunda...
Louise começou a chorar e
Alice a consolou.
-- A segunda condição... é
tirar a vida de outra pessoa. O irmão de Ana, Christopher Romanov.
-- Não! – Exclamou Alice.
– Louise, não faça isso.
-- Eu não quero! Não é de
minha natureza tirar a vida de outro. E preciso de sua ajuda nesta empreitada.
-- Não vou te ajudar a
tirar a vida de outra pessoa, mas de algum outro modo de levar ele para o
Tártaro, eu ajudo.
Num movimento com as mãos,
Alice faz surgir um recipiente contendo uma quantidade de ervas.
-- Esta erva, eu uso para
as mulheres não sentirem tantas dores no parto. – Mostrou a deusa. – Com essa
quantia, vai deixá-lo desacordado e você pode levá-lo para o Tártaro.
Louise pegou o recipiente
e agradeceu Alice, abraçando a deusa.
Elas passaram o resto da
manhã e tarde planejando tudo o que será preciso para enviar Chris ao Submundo
sem matar. A deusa do parto preparou o chá com todo cuidado e quando ficou
pronto, já era noite, faltando duas horas para fechar o dia.
Louise desceu na terra,
mais propensamente em sua amada cidade, Atenas. Avistou Christopher, treinando
a noite no campo e sem roupa para melhor movimento e flexibilidade. Mesmo
amando Jim, a pequena deusa suspirou, lembrando de quando foi amada pelo mortal
e mesmo passado algum tempo, sentia os mesmos sentimentos e desejos insanos por
ele. Ela se aproximou dele.
-- Christopher.
Ele parou de treinar e se
virou, dando de cara com ela. Sua amada deusa da sabedoria, que tanto o
protegeu e o amou ardentemente.
-- Pequena deusa!
Ele a abraçou forte e
roubou um beijo quente, provocando um prazer intenso em ambos. Chris a
carregou para sua casa e a levou para o quarto. Quando se preparava para
tocá-la, Louise o impediu.
-- Meu amor, que tal
tomarmos um chá?
-- Está bem. – Concordou
Chris, sorrindo e se deitando.
Louise fingiu preparar um
chá. Na verdade num passe de mágica, ela fez aparecer à bebida preparada por
Alice e depois ofereceu para o amado, que bebeu calmamente.
-- Me perdoa, meu
guerreiro... – Lamentou a deusa.
Chris não entendeu aquelas
palavras e quando ia dizer algo, sentiu uma espécie de fraqueza lhe abater e a
imagem da pequena deusa ficar disforme e tudo ao redor girar.
-- Pequena... deusa...
me... ajude...—Disse o mortal antes de desmaiar na cama.
Louise chorou e mesmo
assim carregou o amado para a caverna sombria, um dos caminhos mais rápidos a
se chegar ao Submundo. Chegando lá, alcançou a margem do rio Aqueronte e lá
estava o barqueiro. Louise depositou com cuidado o corpo do amado na gôndola
gigante e depois embarcou. Mais uma vez pagou a taxa de travessia e minutos
depois chegou à outra margem, seguindo caminhando até o castelo e carregando em
seus braços Christopher.
No castelo, Enty e Ana se
encontravam preocupados. Eles sabiam que a deusa não teria coragem de matar
outra pessoa, pela vida de outra mas se
tratando de Jim Stone... Tudo era possível.
Eles pararam de se
perguntarem isso quando avistaram a pequena deusa, adentrando o hall e colocando
o corpo do irmão da rainha, diante dos pés deles.
Ana se levantou de seu
trono e correu até o corpo do irmão e berrou.
-- VOCÊ... VOCÊ MATOU MEU
IRMÃO?
-- Não! Eu não seria capaz
de uma coisa dessas. – Respondeu Louise, séria.
John também saiu de seu
trono e olhou com cuidado para o cunhado. Resolveu certificar se não estava
mesmo morto e tocou o peito dele, acordando o mortal. Ana se emociona e abraça
seu irmão, que estava tão chocado por tudo que estava acontecendo e encarou a
pequena deusa.
-- Você me matou?
-- Eu nunca faria isso, ainda mais com você. – Afagando
o rosto do guerreiro ateniense.
-- Então por que estou
aqui?
A deusa se preparava para
responder quando Enty se intrometeu, sorrindo para ela.
-- Você cumpriu com o
combinado. Agora poderá ter a vida de seu espartano de volta.
O rei do Submundo caminhou
até a pira onde retirou dali a alma de Jim Stone e a coloca no chão,
evaporando, dando o surgimento do rei de Esparta, vivo.
Louise se emociona e corre
para os braços dele, deixando Chris bastante perplexo.
-- Jim! – Ela o beija com
paixão. – Enfim eu consegui te trazer, meu amor.
-- Pequena deusa, serei
eternamente grato a você! – Disse o rei, bastante agradecido.
Enfurecido, Chris se
levanta e saca a espada, apontando para o rei.
-- VOCÊ ROUBOU A PEQUENA
DEUSA DE MIM, JAMES!
Jim também retira a espada
da bainha e se prepara para lutar contra Chris.
-- Não! Chris, Jim, parem,
por favor! – Pedia Louise, chorando.
Não adiantou. Os dois
guerreiros lutaram, com suas espadas colidindo uma com a outra, decididos a
acabarem com isso e ver quem seria agraciado pela divindade. Os esqueletos
servos de Enty apartaram aquela briga, separando o rei e o guerreiro.
-- Não haverá disputas
aqui no meu castelo! – Ordenou Enty.
-- Mas John... – Chris
tentou dizer algo.
Louise e Jim foram embora
do Submundo e Ana consolou seu irmão, que chorava decepcionado por perder sua
amada para seu amigo, o rei de Esparta.
-- Eu achei que ela me
amava... – Chorava Chris no ombro da irmã. – Eu fiz tudo por ela, até neguei o
amor de Odile por ela.
-- Agora terá de lutar por
seu filho. – Disse Ana.
-- Filho? Que filho?
-- O filho que a pequena
deusa tem no Olímpo... Ele é seu. Você o gerou quando se deitou com ela.
Christopher imediatamente
se lembrou da noite de amor apaixonada com Louise. Onde ela apareceu usando
somente a pele de tigre que ele a presenteou e depois ficara nua para ele no
quarto e fizeram amor sob a luz do luar numa noite quente de Atenas. Se aquela
afirmação for verdade... Chris sentiu uma onda de alegria, ao saber da
existência desse filho.
Quando Jim retornou, todos
da cidade e do castelo ovacionaram com a ressurreição do seu rei e ainda
celebraram mais ainda em honra a deusa Palas Louise, enchendo-a de
agradecimentos.
À noite, a pequena deusa e
o rei se entregaram ao prazer carnal tão sôfrega e cheia de vontade. O rei
adormeceu e a pequena deusa sofreu de insônia. Ela pensava em Christopher e seu
rosto de decepção. Jamais queria magoá-lo e precisava de um modo de falar com
ele.
Na mesma noite no Submundo
os pais de Ana se reuniram no Tártaro para saber a respeito do filho e
principalmente do neto que eles desconheciam...
Quando amanheceu, Louise
retornou a tempo para o Olímpo. Ela tomou uma decisão ali. Antes de falar com
Tommy, ela sente umas dores no ventre.
-- Será que...? – Se
questionou Louise, na possibilidade de estar grávida do rei espartano.
Ignorou isso e chamou o
filho para perto e conversaram no jardim. O pequenino brincava de guerra
sozinho, lutando contra monstros imaginários até ser chamado pela mãe.
-- O que foi, mamãe? –
Abraçando a deusa-mãe.
-- Eu preciso contar algo
que venho adiando. É sobre seu nascimento. Desde que nasceu, disse a todos que
você não tem um pai, embora pensem que você é meu filho com o deus arqueiro.
-- E não sou? – Perguntou
o menino, sorrindo com essa possibilidade. Desde pequeno, tinha Gerd como
figura paterna.
-- Não é. Tommy, você é
meu filho... com Christopher Romanov, o filho da deusa Tatiana. Ele é seu pai.
O rosto do filho mudou com
a revelação e neste momento surge Tatiana, ouvindo tudo.
-- Então é verdade! –
Exclamou a velha deusa, exultante. – Tommy é meu neto, filho do Chris!
-- Não, mãe! – Berrou o
menino. – Meu pai é o deus arqueiro. O deus arqueiro!
Neste momento, o deus
ouviu tudo e compadeceu do menino. Desde que Tommy nasceu, se afeiçoou a ele e
quase toda vida ficou ao lado do menino, como um verdadeiro pai e inclusive
ensinou a criança a praticar desde cedo o arco e flecha e o sentido da música.
E agora confirmar mesmo que não é pai, era doloroso.
-- Gerd, por favor, diz para
minha mãe que ela está enganada! – Abraçava Thomas. – Você é meu pai!
-- Thomas, eu queria muito
ser seu pai. – Dizia Gerd segurando o menino. – Infelizmente sua mãe está
falando a verdade. Seu pai... É um mortal. Ele é muito forte e você pode
aprender com ele. E também posso ser seu amigo, nunca irei te abandonar!
Ali mesmo os dois se
abraçaram mais, de forma paternal. O menino semideus caminhou até a mãe e
disse.
-- Eu quero conhecer meu
pai.
Minutos depois, a deusa e
o filho chegaram ao Tártaro, sendo recebidos por Enty e Ana. A rainha se
impressionou com a semelhança do menino com Christopher. Apenas a cor dos olhos
é que denunciava ser da mãe dele, que possui olhos azuis. Neste momento, Chris
aparece junto com o pai e avista o pequenino. Tommy estava assustado demais.
-- Venha aqui, meu
pequeno. – Chris abria os braços para receber o menino. – Não tenha medo, aqui
é assustador, mas não tem problema.
Tommy chorou emocionado e
correu para receber seu pai verdadeiro. Ali mesmo Tatiana e Alexei também se
emocionaram. Ana e Enty acabaram por permitir que Christopher voltasse para a
terra junto com os pais e o filho. No Olimpo, Louise chorava e ao mesmo tempo
colocava a mão em seu ventre. Ela sabia bem que estava carregando uma vida
outra vez. Neste momento Tatiana trouxe Tommy, que abraçou a mãe.
-- Vou levar meu neto
comigo. – Avisou a deusa. – Ele será treinado pelo meu filho e meu marido.
-- Não! – Protegendo
Tommy. – Você não vai levar meu menino!
-- Acho que não entendeu,
pequena deusa. Se Roger descobre sobre Tommy, obviamente irá mandar que
despache a criança para os mortais. E antes que faça isso, devo levar o menino.
-- Já disse que Tommy não
irá a lugar nenhum!
-- Mas eu quero, mãe! –
Disse o menino. – Quero ser forte, como meu pai.
Louise percebeu a
sinceridade do garoto e novamente chorou.
-- Se esta for sua
vontade, não irei me opor. Só peço que não se esqueça de sua mãe.
-- Nunca me esquecerei de
você, mamãe! – Respondeu Tommy, sorrindo.
Tommy seguiu com a avó
para voltar na terra e antes de ir embora, encontrou sua amiguinha, Nicole.
-- Não vai embora, Tommy.
– Pedia a menina, com os olhos banhados em lágrimas.
-- Eu vou voltar... por
você. – Por fim Tommy beijou na bochecha da amiguinha.
A deusa da agricultura e o
garoto desapareceram e Nicole olhou para a terra.
-- Eu te amo pra sempre,
Thomas.
Aquele dia serviu para
aumentar a saudade do filho. Vários dias se passaram e Louise sofria com isso e
ainda com os sintomas de sua gravidez. Apenas Alice e Odile sabiam disso. Certo
dia, Roger resolveu caminhar no jardim e sem querer ouviu Nicole, que brincava
com a mãe, dizer algo.
--Tia Louise vai ganhar
outro bebê, mãe. – Dizia a pequena, manifestando seus poderes de oráculo,
herdados do pai.
Roger ficou surpreendido.
Então tudo que Franz havia dito era verdade. Agora precisava tirar satisfações
com a pequena deusa. Na sala do trono, ele chamou seu mensageiro.
-- Michael!
O mensageiro dos deuses
apareceu rapidamente em suas sandálias douradas com asas.
-- O que deseja, grande
Roger?
-- Onde está Louise?
-- Na arena, treinando
sozinha.
-- Traga a deusa pra cá!
Minutos depois, Louise
adentra a sala, segurando uma espada.
-- O que foi que eu fiz? –
Ignorando qualquer suspeita dos motivos de ter uma audiência privada com o rei
do Olimpo.
Roger se aproxima da deusa
e toca o ventre dela. Ali mesmo viu a pequena vida surgir, um menino pra ser
mais exato.
-- Grávida outra vez,
Louise?
A deusa não respondeu,
deixando claro a resposta da pergunta feita.
-- Sabe que não pode ficar
com seu filho aqui. Semideuses devem permanecer com o pai ou a mãe mortal ou
com outra pessoa!
-- Sendo assim, deixe a
irmã mortal de Odile – Encarando Roger, furiosa. – E pare de fingir que é o
sacerdote com quem ela é casada!
Agora era a vez de Roger
encarar a pequena deusa, mais enfurecido.
-- Como ousa dizer isso
sobre sua futura rainha?
-- Rainha? – Inquiriu. –
Que história é essa? O que fez desta vez?
-- Bem... – Ele caminhou
até a janela, olhando para as nuvens. – Tomei a decisão de ter uma rainha e
escolhi ela. Transformarei esta noite.
-- E o sacerdote? Ele
certamente vai orar pro Gerd e tenha certeza que não vai ser negada!
Mesmo sob essa
advertência, Roger seguiu com sua decisão. Enquanto Marie dormia, ele a faz
beber um pouco. O bastante para deixar a mortalidade e viver como uma deusa.
Quinze dias depois, Marie
se torna rainha do Olimpo e muito feliz com Roger. Contudo, seu marido mortal,
Graham Bond, não havia desistido. No templo de Gerd, localizado em Delfos, fez
sua oração pedindo que Marie seja devolvida. Foi se uma semana de oferendas e
rezas. Até que Gerd se manifestou e iniciou um conflito com rei dos deuses.

Nenhum comentário:
Postar um comentário