quarta-feira, 21 de maio de 2014

Laços do Blues (7º Capítulo)

Olá pessoal!
Hoje tem capítulo novo de Laços do Blues. E no próximo a fic entrará oficialmente para "Grindhouse" (explicarei sobre esse termo para vocês depois). Boa leitura!


Capitulo 7:  Baby Can It Be True?

Eric POV

Pela primeira vez estava chocado. Na verdade todos estavam.  Danny disse um oh meu deus e Jack, que estava fazendo suas “sessões de apostas e jogatina”, havia parado quando Rosie havia dito sobre nós.
-- Eu não acredito que Eric esteja com... com... – Gaguejava Charlotte de tão incrédula com a afirmação.

-- Comigo? Não quero me gabar, mas, se Eric não te quis, algo de muito errado você fez. – Disse Rosie, com toque de cinismo.

-- Ora sua...

Charlotte tinha intenção de esbofetear Rosie, contudo, ela foi mais rápida e conseguiu segurar a mão dela e retribuiu o golpe, fazendo a modelo cambalear. Imediatamente afastei Rosie de Charlotte, esqueci totalmente de John Lennon, que era socorrido pelos companheiros de banda. 
Houve uma aglomeração de pessoas e muitas delas começaram a gritar para continuar o barraco. A policia apareceu e os policiais apartaram tudo. Tinha até jornalistas fotografando tudo e olhei para uma fotógrafa loira que não parava de tirar fotos minhas e de Rosie. Empurrei longe a mulher e depois senti um par de algemas nos meus pulsos.

-- Você está preso! – Deu a ordem de prisão o policial.

Eu e John Lennon fomos levados para delegacia de Oxford, onde foi aberto o boletim de ocorrência e ficamos em celas separadas. Duas horas depois Lennon é liberado e trinta minutos depois foi minha vez. Ginger Baker e Jack Bruce pagaram minha fiança e Rosie estava junto com eles. Ela me abraçou forte.

-- Oh meu amor... – Lamentou Rosie. – Foi tudo culpa minha!

-- Calma, isto aconteceu por causa do John. Você não é culpada, minha fada. Agora o está feito, já era. Vamos embora.

Antes de sair, Jack tentou telefonar para alguém e uma garota bem vestida e aparência irlandesa abraçou Jack e o beijou. Os dois ficaram conversando um pouco, mas vi que meu amigo não parava de olhar para minha Rosie.

-- Jack! – Falou a menina. – O que está havendo com você? Pára de ver o Clapton e preste a atenção em mim!

-- Desculpe, Lily. – Falou Jack de cabeça baixa.

Percebi que a moça chamada Lily passou a encarar Rosie e ela também percebeu isso.
-- Que foi? Nunca me viu? – Perguntou minha ruiva quase irritada.

-- Nada não... – Falou Lily, ainda ostentando a cara de poucos amigos.

Jack avisa que vai passar a noite fora e então Ginger nos levou. Marianne também estava no carro. Conversei com minha ruiva, que aparentava estar preocupada.

-- Do que tem medo, meu bem?

-- Medo de ser demitida e expulsa da faculdade. Causei muita confusão e amanhã vai estar em todos os jornais.

Ela começou a chorar mesmo depois de ter chegado à agência do Benson, que por sua vez estava com uma cara nada boa. Ela conversou com empresário e pela rápida passagem ela ainda chorava. Levei a para o apartamento e num impulso decidi passar a noite ali com ela. Telefonei para Danny avisando sobre isso. A reação não poderia ser outra senão indignação.

-- Amor, vamos dançar esta noite? – Perguntei ao colocar um disco dos Searchers (sim, eu também não estava muito inspirado) que tocou Love Potion no. 9.

-- Está bem, me faça esquecer este dia tão horrível.

E ali dançamos a noite toda, até adormecermos. Não fizemos amor como foi no nosso primeiro encontro.

No outro dia, voltei pra casa cedo. Danny me deu um sermão daqueles e ainda me proibiu de ver Rosie, mas argumentei que amo demais e ela não teve culpa de nada.
Durante os ensaios, alguém nos visitou. Era minha Rosie.

-- Oi Eric. Posso falar com você?

-- Claro.

O pessoal percebeu e se retirou. Ginger perguntou.

-- Marianne...

-- Ela está ali no carro. Podem conversar.

-- Obrigado!
Ginger foi conversar com Marianne e eu e minha ruiva ficamos na sala.

-- Vamos acabar com isto.  – Ela disse de forma séria sem olhar pra mim.

-- Amor, não precisa ser assim.

-- Acabou, Eric!

E ela foi embora, deixando Mari com Ginger e eu sem fazer nada. Passaram-se dez dias desde o ocorrido e neste período não consegui me aproximar de Rosie.  E pra piorar, Danny pediu demissão. Ficamos sem empresário... mas não por muito tempo. No mesmo dia que Danny se despediu, ele nos apresentou outra pessoa, um cara meio estranho chamado Robert Stigwood, de boa índole, o que nos tranqüilizou muito e por fim aceitamos a demissão de nosso antigo chefe.

Stigwood, ou Stiggy (como era conhecido), começou a nos questionar sobre tudo e todos os últimos acontecimentos, para se atualizar. Acabei contando sobre meu relacionamento nada perfeito com Charlotte Martin, que resultou no meu abandono e pro fim retornando com um romance açucarado com Rosie Donovan. Falei sobre ela, quem era seu chefe e tudo mais. Stiggy por sua vez me pediu para relaxar que tudo ia ficar bem e inclusive me motivou a voltar a procurá-la e tentar acertar os ponteiros do amor.

No sábado a noite fui visitá-la e encontrei Mari e Ginger na sala assistindo Doctor Who.

-- Oi Eric. Junte-se a nós no Doctor Who. A reprise semanal está tão boa. – Falava Mari, estendendo o braço para me convidar a sentar junto dela e do Ginger.

-- Pequena, não sabe que ele veio unicamente pela ruiva dele?

Depois da pergunta, Mari me lançou um olhar querendo a resposta daquilo.

-- Obrigado pelo convite, Mari. Eu quero falar com Rosie. Ela está?

-- Lá no quarto, subindo a escada. Então, fica pra próxima e boa sorte com minha amiga!

 Após isso, subi até o quarto dela e bati na porta. Ela abriu e ficou muito surpresa.

-- Eric...
-- Volte pra mim, ruiva. – Falei e estendendo as flores para ela que aceitou com um sorriso terno e apaixonante. Olhei bem fundo nos olhos dela e sabia de uma coisa: ela me ama e eu a amo muito mais.

Entrei no quarto dela e fechei a porta enquanto Rosie guardava o buque e colocava no toca-discos um single do Graham Bond Organization. A música era “Baby Can It Be True?”. Dançamos ao som dela e ao mesmo tempo nos beijamos ardentemente. Tomado pelo desejo insano, comecei a beijar o pescoço dela e a desabotoar a blusa vermelha que usava. Apertei de leve um dos seios e ela gemeu. Em instantes estávamos sem roupa e fazendo amor no beliche. Nunca havia sentido algo semelhante por outras garotas. Somente Rosie me transformava num homem melhor e apaixonado.

Se passaram muitos meses e antes disso a faculdade e Sam Benson não expulsara e nem demitiu Rosie Donovan. Ela estava salva. E isto tudo graças aos argumentos necessários de Robert Stigwood.

Chegou o inverno e as vésperas de natal e junto o show duplo em que nós e os Beatles iriam se apresentar no fim de semana das comemorações. Na quinta-feira, fui visitar minha ruiva na agência de Sam Benson e para minha surpresa, vi outra banda por lá. Ou melhor, apenas três dos integrantes e eu já os conhecia. Os Hollies, segundo grupo pop que se equipara com os Beatles no quesito singles.  Reconheci os três rapazes conversando com Benson. O magrelo Allan Clarke, o cabelo com cara de espertinho Tony Hicks e o “miúdo” e barbudo guitarrista Graham Nash.  

Não sei por que mas senti um desconforto desgraçado por ver esse guitarrista tomando chá e agradecendo minha ruiva, que aceitava com educação. Parece que não fui com a cara dele...


Continua...

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