quinta-feira, 10 de julho de 2014

Love Sell Out (21º Capítulo)

Olá pessoas!
Como havia dito nos posts anteriores, Love Sell Out está caminhando para reta final. A partir deste capítulo inicia-se a contagem regressiva para o final. Boa leitura!


Capítulo 21: Combat Band 2 – Pete Towshend vs Brian Wilson

Rosie POV
Afinal de contas, estava no século anterior para presenciar algo assim? Se bem que desde que coloquei os pés na festa, pressenti que algo iria acontecer. Uma treta que desta vez alguém ia sair com a cara no chão.  Pensei em ir até lá apartar aquela confusão toda, mas alguém me impede. Era Graham Nash.
-- É perigoso ir até lá. Não vê que são dois selvagens brigando sem motivo?
-- E não vê que “esses selvagens” brigam por causa da minha amiga?
-- Você tem muitas amigas. Qual delas se refere?
-- Falo da Felicity!
-- Felicity? Aquela ali no sofá?
Quando Nash apontou onde estava Fefe, fiquei envergonhada. Ela estava bêbada por completo. Pelo visto ela se confessou para Brian naquele estado.  E para piorar, a prima dela, a tal Louise, também bebia demais e ficava cantando Shape Of Things, dos Yardbirds e Marie era carregada por Anastacia e levada pro mesmo sofá onde Felicity estava.
-- Eu não ligo, Graham! Vou impedir essa briga!
Os dois artistas estavam completamente furiosos. Brian girava a guitarra e Pete se esquivava com muita facilidade e por sua vez tentava acertar golpes no americano. Brian era grande e gordo (não tanto quanto Graham Bond) e tinha muito mais massa muscular que Pete. Já o guitarrista do Who que tem fama de quebrar tudo no palco, apesar de magrelo, tinha vontade de estraçalhar o instrumento no ianque.
-- VOCÊ ME PAGA, SEU DESGRAÇADO! – Dizia Brian, muito furioso. – TIROU DE MIM MINHA SURFER GIRL. A FEZ SOFRER!
-- ELA NÃO TE AMA! NUNCA O AMOU, SEU SURFISTA METIDO! SMILE!
Porém, quando Pete falou “Smile”, Brian parou no ar. Os rapazes começaram se entreolhar e a próxima cena que vi foi do irmão de Carl e Dennis Wilson ficar em posição fetal e falar coisas sem nexo algum.
-- Não... Smile... Por que não dá certo?... Smile... Smile...
Pete aproveita e pega Brian pelo colarinho e desfere socos na cara dele. Dennis e Carl tentam impedir mas não eram páreo para o guitarrista durão. Os socos continuavam até Brian Wilson reagir e pegar uma garrafa de cerveja e quebrar na cabeça de Pete.
-- DESGRAÇADO! – Gritei muito indignada. – VOCÊ É UM COVARDE, BRIAN WILSON!
-- Não, ruiva! – Dizia Jack Bruce. – Não estraga a treta. É bom para os negócios. E ai quem mais aposta na briga?
Ignorei os avisos de Jack e parti pra cima de Brian e acertei não um, mas dois tapas na cara dele. Todos  ficaram me olhando pela minha atitude tão inesperada.
-- Isso foi pela agressão e isso pela Fefe! – Gritei na cara de Brian.
Mike Love socorreu Brian que estava muito consternado e os rapazes também. Roger e John também ajudaram Pete.
O que não esperava era que Brian correu até a guitarra e arremessou bem forte na direção de Pete.
-- TOMA ESSA, BASTARDO! PELA SURFER GIRL! – Gritou Brian, jogando a guitarra.
Roger Daltrey foi mais esperto e tirou Pete do caminho, mas a guitarra voava perto da irmã de Marie, Odile.
-- NÃO! – Odile deu um grito e Roger Waters puxou- a pelo braço, salvando de uma possível pancada de guitarra.
-- Obrigada! – Agradeceu Odile, feliz.
-- De nada, moça linda e... fofa. – Pelo visto, Waters se apaixonou a primeira vista pela atriz francesa e melhor amiga de Louise.
A treta recomeçou com Brian correndo em direção de Pete como um touro e quando finalmente o tinha em suas mãos o socou no nariz grande dele e Pete reagiu legal, acertando um chute na canela do americano e outro no estomago, livrando- se do golpe de chave de Brian.
O que a principio seria o fim, teve outra treta mas esta terminou rápida. Era Mari e Nora surrando umas strippers que apareceram no bolo que os Stones prepararam aos aniversariantes e vi também Brian Jones gritando loucamente (mas muito consciente) que amava Anastacia. Resultado: John Entwistle o calou com um soco! Jones caiu outra vez desacordado e sendo amparado por Bill Wyman e Annie Collins.
Quando fui dar atenção para Fefe, alguém de novo agarra meu braço e não era Graham Nash. Era... Mick Jagger.
-- Oi, ruivinha do Clapton. --- Dizia ele, muito sedutor com seus olhos azuis e a boca carnuda. – Venha comigo se afastar desta confusão toda. Eu te protejo.
-- Desculpe! – Falei tranquilamente enquanto tirava a mão dele de perto do meu braço. – Não sou mais a ruiva do Clapton e nem irei contigo pro quarto. A mim você não leva no bico. Com licença!
-- Ei, volta aqui, doçura!
-- NÃO ME CHAMA DE DOÇURA! – Gritei e Graham Nash veio me ajudar. – Você pode conquistar muitas mulheres, Mick Jagger, mas nunca terá sorte!
Falei isso e Mick ficou calado e se afastou imediatamente. Nash me olhava com um pouco de medo.
-- Caramba! Não sabia que era assim, Rosie.
-- Muita gente não sabe. – Falei um pouco sem jeito e depois vi que ele sorria pra mim. – Vou levar a Fefe pra casa e depois ajudar a Mari e o pessoal.
-- Permita em te ajudar! Faço questão!
Carregamos Fefe que falava coisas de modo enrolado e cheirava a álcool no carro.  Nash dirigia e eu dava as instruções no caminho.  Pensei em deixar no apê dela, mas lembrei que o pai e os irmãos dela estão lá para passar um feriado com ela. Seria meio vergonhoso isso e então decidi deixar na casa de Nora. Como havia pegado as chaves da casa dela, abri com cuidado e deixei Fefe deitada no sofá e cobrindo- a com edredon pego no armário de Nora.
Quando voltamos para festa que capengou legal, devolvi as chaves para Nora (ela estava calma e me agradeceu por cuidar de Fefe e leva – lá para a casa.) e fui tentar auxiliar Mari em alguma coisa.
-- Quando esta festa terminar, vem comigo para America? – Perguntou Graham, segurando minha mão.
No fundo, tinha medo em aceitar. No entanto, avistei algo que não desejava ver e lembro de ter visto nas minhas “viagens” de LSD.  Como tive raiva de Eric Clapton naquele momento!
-- Eu aceito! – Respondi muito convicta.
As coisas tinham de mudar... o quanto antes!



***



Felicity POV
Acordei com uma dor de cabeça insuportável. A visão estava muito nublada e aos poucos fui recuperando graças aos raios de sol da janela. Caminhei até lá com muita dificuldade. Minhas pernas tremiam e mal tinha tato. De repente, veio uma súbita onda de enjôo e corri pro banheiro. Vomitei legal tudo que possuía. Comecei a chorar embora não soubesse o motivo das lágrimas.
-- Felicity. – Alguém me chamou e não era a Nora. A porta se abriu e revelou ser Catelyn, a mãe dela. – Está tudo bem?
-- Me ajude, sra Smith. Estou péssima....
A sra Smith me ajudou a levantar e cedeu umas roupas da Nora pra mim, enquanto tomava um banho frio para me recuperar. Me vesti, escovei os dentes e fui tomar café. Encontrei Nora conversando com pai dela e me juntei a eles.
-- Oi amiga, bom dia! – Saudou Nora.
-- Bom dia, querida Felicity! – Falou agora o pai dela, Eddard ou conhecidamente como Ned.
-- Bom dia a todos. Me desculpem pelo que fiz. – Falei, muito envergonhada, afinal estava na casa da minha amiga e na presença dos pais dela.
-- Tenha calma. Você é a única que de certa forma compreendemos a situação. Nora e Keith nos contaram os detalhes, não sinta culpa, Fefe. – Falou Ned, muito compreensível.
-- Obrigada, Sr. Smith. Ah, Nora, o que houve com Brian Wilson?—Perguntei enquanto servia de café e passava o doce de uva na torrada.
-- Brian ficou possesso e foi contido pelos Beach Boys. Estão hospedados no hotel  Stapleton, perto da Rolling Stone. Keith foi visitá-los.  Sabe como ele é, adora eles.
Não podia culpar Keith e muito menos condenar Nora por impedir isso. Aos poucos fui recuperando a memória até entender as coisas. Minha amiga me levou para casa e quando fui abrir a porta, meu irmão mais novo, Brandon, me abraçou bem forte.
-- Fefe! Tava com muita saudade!
-- Eu também, meu irmão. Onde estão papai e Jon?
-- Eles foram à padaria comprar o que falta pro café. Ah, as amigas da Nora trouxeram suas malas hoje pela manhã e estavam acompanhadas do The Who. Por que não disse que conhecia o The Who? – Questionou Bran, tão alegre por saber que eu conhecia sua banda favorita.
-- Ia te contar, mas não tive tempo.—Respondi com aquele sorriso maroto que meu pequeno irmão adora.
Após isso, conversei com Bran até a hora do meu pai e Jon voltarem. Eles ficaram felizes em me ver. Jon falava dos planos de mamãe em expandir a boutique para Austrália e a possibilidade de se mudar lá e cada dia que passa, odiava mais Serge Lamarc, seu pai biológico (meu pai considera Jon como seu filho, mesmo sabendo da verdade e é por isso mesmo que Jon ama mais meu pai do que Serge) por conta de mais umas burradas.
-- Não esquenta, Jon. Você tem a mim, Bran e papai. Pra falar a verdade, não sei como agüenta o Serge.
Rimos daquilo e pela manhã até a hora de ir trabalhar, meu pai e eu ficamos conversando. Bran acabou me dizer algo que não sabia.
-- Tinha me esquecido. Aquele guitarrista do Who, Pete Townshend, ele veio antes das meninas trazerem as malas. E procurava por você.
-- Mesmo? – Perguntei bastante surpreendida. – E... o que ele perguntou ou disse?
-- Que faz tempo que não conversa com você. Vocês... tipo... já...?
Sabia bem o que meu irmão quis perguntar e neguei. Eu sei que menti para um menino de onze anos mas não quis dar detalhes. Meu pai ouviu tudo e não disse nada.
No trabalho, seguiu-se como se nada tivesse acontecido e nem tocamos direito no assunto da festa dos bateristas. Barbara ficou o turno todo me olhando torto e vez ou outra falando alguma indireta para Teddy (lógico que a indireta é para mim). Não liguei para isso e segui trabalhando até que por alguma razão, refleti sobre minha vida. Por que não tentar arriscar a carreira como cantora?
Gosto de cantar e tocar guitarra e inclusive já compus minha primeira música mas não tive motivação o suficiente. Resolvi falar em particular com Richard sobre isso.
-- Cantar? É meio difícil, Felicity. Tem certeza? – Richard ficou incrédulo com minha decisão.
-- Sim. Ora, você mesmo disse que além de nossas carreiras, podemos arriscar outra em paralelo. E agora desejo isso. Não é nenhum capricho. Eu vou e quero que me ajude, Richard. Por favor?
Apesar dos protestos, Ritchie acabou cedendo e na semana que entrou, ele e eu fomos a gravadora Track Records, que pertence aos empresários do Who, Kit Lambert e Chris Stamp. Os dois ficaram muito felizes com minha decisão e diziam que torcem por mim. Além da produção feita por Glyn Johns, Ritchie chamou outro cara: era Sam Benson, o empresário e produtor de Oxford e chefe de Rosie Donovan.
Por quatro dias gravamos meu primeiro single. Com a ajuda dos meus amigos, Paul Williams e Biff McFly (eles se tornaram minha mini banda de apoio), gravamos minha primeira composição, Here’s Love. Para o lado B, gravei um cover da dupla Everly Brothers, meus ídolos, chamado Love Hurts.  Na segunda semana,  foi a construção da capa do single e Nora fotografou. Posei vestida como uma legitima rocker, já que meu estilo e meu modo de me vestir são baseados nos anos 50 e um pouco de psicodelia e contracultura de 67.
Um mês depois recebi um postal de Rosie, dizendo que está em Nova York com Graham Nash, David Crosby e Stephen Stills. Ela estava muito feliz e nenhum momento mencionou Eric Clapton. Imagino o quão foi doloroso esse fim de relacionamento. E ela me desejou sorte na carreira de cantora e falou que comprou o single e gostou da música. Todos gostaram. As revistas de música e fofoca falavam muito de minha mudança e minha música. A revista Mojo quis me entrevistar e enviaram seu repórter, John Wiltmore para as entrevistas. Neste meio tempo, soube que os Beach Boys partiram de volta para Califórnia. Ao que parece Brian Wilson aporrinhou demais seus companheiros e Dennis e Carl entraram em pânico por estarem em um país que não tem praia e nem mar.
Muitas semanas se passaram. O Who finalizava seu álbum, Sell Out e meu single atingiu a 5ª posição do ranking das paradas. E ironicamente, o single do Who, I Can See For Miles conseguiu apenas o 7º lugar. Era agora que Pete e eu não voltaríamos tão cedo....
Na terça-feira ensolarada, enquanto fotografava umas modelos pra capa, minhas amigas, Ritchie e Teddy, correram até meu estúdio para me entregar uma carta.
-- FELICITY! – Gritou Nora.
-- Veja logo essa carta! Abra, abra logo! – Falava Marie, muito animada.
Peguei a carta e comecei a ler atentamente. Olhei pra janela procurando uma reação, um sentimento. Mirei para todos ao meu redor.
-- Minha querida, diga logo. – Ritchie estava muito nervoso e Anastacia quase roia as unhas.
-- A carta... é uma convocação do Eurovision Song Contest. Eu vou representar a Inglaterra no Eurovision!!!! – Gritei extremamente animada.
Todos me abraçaram pela minha conquista. Participar do Eurovision seria meu passaporte para a fama e reconhecimento de meu talento. E percebi que nem todos compartilhavam da idéia... mas e dai? Eu sou Felicity McGold e eu vou cantar para a Europa inteira e mais tarde, o mundo.

Continua...

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