sexta-feira, 18 de julho de 2014

Rush - No Limite da Paixão (2º Capítulo)

Oi pessoas!
A semana tá bem movimentada e novo capítulo do Rush. Lulu mostra seu lado furioso e a amizade com Niki Lauda. Boa leitura!



Capítulo 2: Adrenalina e conflitos

-- Ele vomitou e ainda me beija, ai que nojo, Odile!  Que desprezível ele é! – Resmungava para Odile, que ouvia atentamente mas olhava fixo em direção para Niki Lauda.

-- E dai, Lulu? Pode ter sido nojento, mas veja o lado bom: provocou legal a enfermeirinha acompanhante dele. – Odile ria da afirmação e eu concordei. Vi que a “fulana” reclamava para Hesketh. Este por sua vez pedia calma e num dado momento acabou por ignorá-la e concentrar a atenção em Hunt.

Marie cuidava do seu filhinho e com a ajuda de Hesketh, por ceder uns protetores para o pequeno não sofrer auditivamente pelos altos ruídos dos motores. O locutor mais uma vez alerta os pilotos para começar a corrida.

-- Ééééééé!!!! VAI, NIKI!!! VOCÊ CONSEGUE! – Torcia Odile, bem frenética. Pela primeira vez vejo minha amiga tão animada numa pista de corrida, mesmo sendo na Fórmula 3.

-- FOI DADA A LARGADA! – Gritou o locutor e ouviu-se os aceleradores trabalhando e dando a partida.

Todos os pilotos aceleravam num ritmo só.  Vi que eles se arriscavam ali para vencer. Por enquanto Niki ganhava a frente e tinha vantagem. Odile animou-se com isso. O publico delirava e até Marie, que não era fã de velocidade, acabou por se juntar a irmã ainda segurando o bebezinho.

-- Para quem está torcendo, Louise? – Perguntou Marie, animada.

-- Ora, pro meu amigo Niki! Que pergunta, Marie!

-- Pensei que fosse pro Hunt. Ele gostou muito de você.

-- Ele é nojento. Desprezível e ...

-- E bonito! – Me interrompeu Marie, rindo. Acabei por ser vencida pela irmã de Odile.

Voltei mais uma vez a atenção na corrida e o locutor fala que James está em segundo, quase colado em Niki. Rezei para meu novo amigo sair dessa e acelerar mais para ganhar, ao mesmo tempo torcia para que nada acontecesse ao piloto rival, no caso o Hunt. Foi aí que notei. Como eu podia me preocupar com um cara tão asqueroso como ele? Ok, desde a primeira vez que o vi, havia me encantado por ele e hoje se repetiu.

Acordei para realidade com um grito de Odile e do locutor. Vi também Hesketh, os membros da sua equipe de manutenção do carro e Gemma vibrando de felicidade com a incrível (mas perigosíssima) ultrapassagem de Hunt sobre Lauda, resultando neste último indo parar no gramado, fora da pista. Minutos depois James Hunt vence a corrida. Apesar da lamentação por meu amigo, fiquei feliz no fundo pelo James, mas disfarcei. Odile não vibrou, contudo se recuperou fácil daquilo.

Voltamos ao ponto inicial e minha amiga sugeriu que fossemos conversar um pouco com Niki. Marie e eu concordamos e fomos para perto do palanque, onde James celebrava sua vitória. Niki observava- o, furioso. Cutuquei seu ombro de leve.
-- Oi. – Estava um pouco constrangida. Não sabia me dirigir a alguém assim. – Errr... foi uma ótima corrida. Você merecia vencer.

-- É verdade! – Odile se intrometeu mas se desculpou rápido. – Ele foi louco, aquela ultrapassagem poderia matar você e mais pilotos que estivessem atrás. Foi horrível!

-- Obrigado, meninas. Eu não consegui...—Agradeceu o piloto austríaco, um tanto lacônico.

-- Não tem problema. Você vencerá na próxima vez. Não desista! – Falava Odile com tom de motivação. Niki sorriu para ela e depois mirou para Hunt, que beijava e abraçava Gemma e seus amigos comemoravam com ele.

Ele se aproximou da pequena multidão. Odile me olhava do tipo “o que ele vai fazer” e eu já havia sacado as intenções do piloto.

-- Imbecil! – Gritou Niki. – Estava na minha linha, a pista era minha!

-- Ta querendo dizer que depois que rodou e acabou na contramão? Eu acho que a grama era sua! Há há há há!

Niki não se deu por vencido e ainda continuou xingando, mesmo estando agora no seu lado.

-- Sua manobra foi suicida! Se eu não freasse, teríamos morrido!

-- Não batemos, não foi? Graças ao seu instinto perfeito de sobrevivência! – E depois Hunt encerra com uma imitação (no mínimo babaca) de uma galinha.

-- Vai a merda! Qual é o seu nome?

-- James Simon Wallis Hunt! Lembre-se disso, alemãozinho! – Hesketh provocou Lauda. Este último mostrou o dedo médio para eles.

-- É muito simples. Hunt não rima com “santo”. Não vem bancar o santinho há há há!

Niki já ia dar as costas mas não deixei. Encarei fundo nos seus olhos.

-- Esquece este babaca! Vamos embora e venha comigo e com Odile para um lanche. – Niki aceitou e vi que James me olhava com certa reprovação e Gemma questionou.

-- Quem era ele?

-- Não sei. Talvez um Zé ninguém. – Falou Hunt, bem sarcástico.

-- É. Mas não gostei que você beijou a namorada dele. Ela é tão ridícula!
Agora leitores, vocês verão que meu humor, antes tranqüilo, se transformou em fúria cega. Talvez assassina. Eu sou galesa e nós temos uma fama de temperamentais. Quando a enfermeira Gemma falou aquilo de mim, peguei sem pedir o sorvete recém comprado de Odile e fui na direção de Hesketh e sua turma. E aproximei de Gemma.

--Você deve ser a mulher mais perfeita do mundo, para me chamar de ridícula.

-- Querida, eu tenho um piloto campeão e você tem aquele rato fracassado. – respondeu a vadia.

-- Não, enfermeirinha. Você tem um babaca desprezível ao seu lado e tem uma mancha na roupa.

-- Que mancha?

-- Essa mancha! – Joguei o sorvete na roupa, mais exato perto dos peitos dela. O pessoal ficou chocado e os próprios Hesketh e Hunt mais ainda.

-- Sua.... sua... eu...

Para completar a sessão “Médico e Monstro”, desferi dois tapas nela, que a fizeram desequilibrar-se. Gemma se segurou nos dois membros da equipe e falei.

-- Não fale assim de meus amigos,  enfermeirinha! Ou saberá quem é Louise Christina McGold de verdade!

Sai dali e Niki deu risada. Marie e Odile completamente boquiabertas.

-- Enlouqueceu, Lulu? O Hesketh vai nos odiar! – Falou Odile.

-- Não to nem ai. A vadia merecia, Odile! Pode me dar razão.

-- Te dou razão, Louise, mas não precisava. – Falava Niki bem modesto.

-- Não gosto como as pessoas falam dos meus amigos. Me deixam furiosa!

Naquela manhã nós quatro tivemos um lanche perfeito, conversando sobre tudo. Ao meio dia, Niki foi embora e meia hora depois Roger Daltrey apareceu e levou Marie e o pequeno Jim para o parque.  Odile e eu fizemos compras e voltamos ao nosso apartamento, que temos desde 1967, quando nossa amizade nasceu através do teatro. Telefonei para minha prima, Felicity. Ela estava feliz, aprendendo a ser mãe cuidando do seu filho, Joseph e Pete também se adaptava a vida paterna, sem perder o foco na banda.

A noite o telefone toca enquanto Odile e eu assistíamos mais um episódio de A Feiticeira.
-- Alô? – Atendi.

-- Oi, querida musa Louise! Preciso falar com você. Primeiramente eu sinto muitíssimo pelo o ocorrido.

-- Que nada, lord Hesketh. Eu que peço desculpas pela minha atitude agressiva mas aquela enfermeira de meia tigela mereceu!

-- Eu sei. O superstar não gostou do modo como ela falava e terminou logo depois que você e seu...

-- Niki é meu amigo! – Deixei claro para Hesketh da minha amizade com Lauda.

-- É, seu amigo piloto alemão. Bem, eu espero que isso não estrague minha admiração que tenho por você e sua amiga francesa. Ainda as quero na minha festa no Crystal Palace. Vai ser na sexta-feira. Vocês vão ir?

Minha amiga imediatamente entendeu e deu a resposta. E eu também

-- Que bom, minhas queridas. Podem convidar quem vocês quiserem. Aguardo todos na sexta a noite no Crystal Palace. Até logo!

-- Até logo, Hesketh.

A festa na sexta-feira. Era perfeito para encontrar Hunt, ainda mais solitário. Para mim e Odile, era oportunidade perfeita para diversão.



Continua...

Nenhum comentário:

Postar um comentário