sábado, 1 de agosto de 2015

Headlights (Oneshot - Grindhouse oficial)

Olá pessoal!
Uma boa noite e confiram a nova oneshot chamada Headlights. Essa oneshot é bem especial por conta de apresentar o primeiro casal LGBT da Grindhouse oficial, Catelyn Sophie Smith-Fassbinder e Cecilia (Lyla) Best. Confesso que foi muito boa a experiência em escrever algo assim e prometo repetir o feito. Ah, essas duas estarão também em Doce Vampiro, o romance proibido entre a vampira e a loba em breve. E o título da oneshot é a mesma da música de Sean Lennon. Boa leitura!



Headlights__ Maya Amamiya


What if I told you
This wasn't my head you're looking at
Not even my eyes beneath this hat
Let me assure you
Not every one loves to be afraid
Cause nothing feels better than ok

No estúdio Lyla observava o amado gravando a música que ela por ajudou a escrever e ser gravada. Vez ou outra, Sean piscava para a amada, deixando-a corada e alegre. A relação dos dois começou ainda na adolescência e continuou na faculdade. Desde então os dois não se separaram, mesmo com a formatura e os destinos traçados, Sean e Lyla se mantiveram unidos. Contudo, antes dos dois namorarem, aconteceu algo na vida da ruiva de olhos azuis. Ela nunca esqueceu sua amiga cineasta Cat Sophie.

Enquanto isso nos sets de filmagem, Cat Sophie tomava seu café e suspirava cansada. As gravações estavam fracassando naquele dia. Uma parte do elenco havia faltado e as cenas precisavam ser rodadas no cenário improvisado e outras na parede de Chroma key.

-- Miss Smith – Um dos produtores se aproximou dela, que estava sentada na cadeira com seu nome. – Devemos cancelar por hoje. Amanhã retornaremos.

-- Ainda não! – Terminando de tomar café. – Pessoal, vamos rodar de novo a cena.

Como alternativa, Cat antecipou uma cena do seu filme e prometeu a si mesma editar para encaixar em outros momentos.
A cena foi refeita e desta vez com resultados satisfatórios.

-- Corta! – Gritou. – Isso aí, pessoal!

Depois seu celular toca e pegando da bolsa, viu o número conhecido.

-- Oi, Tom. -- Era Tom Hiddleston, um ator que Cat conheceu na premiação em Cannes. – Onde você está?

-- Ainda em Roma, para as filmagens daquele filme de drama.

-- Quando virá para Londres?

-- Calma, gatinha. Serão mais alguns dias, mas prometo avisar assim que colocar os pés na terra da rainha.

-- Tudo bem. – Cat olhou para a janela, triste e disfarçando a voz. – Vou agüentar.

-- Ok, e enquanto isso aproveite e saia com seus amigos, vá para festas, reencontre suas amigas. Você trabalha demais, mulher! Agora preciso ir, beijos.

-- Beijos. – Desligando o celular.

Quando entrou na sala, ligou o computador e passou a ver as fotos arquivadas no HD. Havia fotos com a família, dos colegas de faculdade, das apresentações dos trabalhos e dos amigos. Ali encontrou uma pessoa que ela julgava ter esquecido. Apenas olhando para ela fez seu coração bater um pouco rápido.

-- Lyla... – Balbuciou Cat, lembrando de sua amiga.

Cat Sophie e Cecília Best são amigas desde a infância. As duas possuíam um carinho mutuo e uma parceria sem igual. Com sua ida para a faculdade de Munique e Lyla estudando em Londres, as duas perderam contato. Apenas se viram em festas da universidade e ainda assim ficaram separadas e incomunicáveis.

Minutos depois ela saiu dos sets e seguiu para a casa dos Townshends. Chegando na casa, encontrou sua melhor amiga, Aminta, um pouco apresentável.

-- Cat Sophie!

-- Olá, Mimi! – Cat chamava sua amiga de Mimi. – Estava dormindo essa hora?

-- Bom... eu... – Neste momento, descia as escadas um rapaz de calça e sem camisa, de cabelo louro e olhos azuis vivazes. – Eu tava com ele.

-- Olá, melhor amiga da Aminta! – O rapaz é James Daltrey. – Trabalhando como sempre?

-- E você sempre folgado. – Ela entrou na sala e sentou no sofá. – Se tio Pete e tia Fefe te pegam assim, já era!

Jim correu para o quarto e Aminta serviu um pouco de água para a amiga e se juntou a ela na sala. A filha mais nova dos Townshends percebeu a fisionomia abatida dela.

-- Saudades do Tom?

-- Sim. – Bebendo mais um pouco de água. – E... estou com saudades de outra pessoa.

-- Quem?

-- Cecília Best. – A simples menção da ruiva causava mais saudades.
-- Essa paixão está te matando outra vez, amiga?

-- Quando ia me declarar pra ela, me vem dizendo que está namorando o filho do beatle que morreu.  – Resmungou.

-- E não esqueça que você está com Tom.

-- Gosto do Tom, ele me faz feliz, nos damos bem e ele é bom de cama. E mesmo assim, a pessoa que mais desejo em minha vida é uma ruiva com cara de menina, sotaque norte-irlandês e que adora viagens pelo mundo.

-- Cat, te digo isso desde aquela festa da Josy, você tem que esquece – lá. Lyla nunca esteve a fim de você e nunca estará.

-- Isso me magoa demais. Algo me diz que ela está assim por medo de perder minha amizade.

Neste momento, Jim apareceu, mais apresentável e beijando a amada.

-- Sei que não deveria me meter na conversa de vocês, mas tenho uma noticia. – Mostrando o celular. – Acabei de conversar com Sage e a irmãzinha dele vai dar outra festa na casa dos pais dela, mais para anunciar o noivado do meu irmão Graham com a Audrey.

-- Lyla irá nesta festa? – Os olhos de Cat brilharam com a possibilidade de reencontrar o amor de sua vida.

-- Bom... talvez. Vou ligar para o Joey. Afinal, a namorada dele, Sofia, é amiga dela.

Ao cair da tarde Jim Daltrey se despede da namorada e minutos depois Cat também sai da casa dos Townshends, um pouco animada por saber que sua amiga poderá ir.

Alguns dias depois da gravação da música, Sean e Lyla resolveram conversar num restaurante. O assunto era referente à relação deles.

-- Não quero te magoar, Cecília. Eu te amo e sei que me ama. Mas...

-- Sean. – Ela sorria e olhava para o rapaz de olhos castanhos e quase puxados. – Eu não quero perder sua parceria. Adoro você e se está terminando comigo, é por que não... somos compatíveis. Sou compreensível.

-- Oh Lyla... – Se levantaram e trocaram um abraço forte. – Sempre soube que posso confiar em você.

Passaram o resto do tempo conversando mais e Lyla abriu seu coração para Sean, sobre sua amiga Catelyn Sophie e o quanto sofre.

-- E por que não aceitou ela?

-- Eu estava com medo.  Você sabe, o preconceito, o fim de uma amizade. – Respirou fundo e olhou para os lados. – Se tivesse outra oportunidade de encontra - lá, irei dizer tudo.

-- E quando isso acontecer, não deixe ela partir. – Sorria Sean. – Como meu pai dizia nas músicas dele.

-- Eu sei... – Ela sorria também.

Na saída do restaurante, ela caminhou no Central Park e encontrou um rapaz conhecido algum tempo. Era Sage Greyhound.

-- Sage? É você?

-- Lyla! – O rapaz fotografava mais uma vez a paisagem do parque e abraçou sua amiga. Seguiram caminhando? – Não sabia que morava em Nova Iorque.

-- Estou apenas para finalizar as gravações do novo disco do Sean. – Ela dizia.

-- Entendi. – Clicando mais uma vez a câmera. – Aproveitando nosso reencontro, vamos voltar a Londres? Minha irmã Josy vai organizar uma festa na casa dos nossos pais e todos nossos amigos vão comparecer, e desta vez, garanto, não vai sair nada de errado!

Quando Sage falou dos convidados, lembrou-se de Cat.

-- Será que Cat Sophie... vai comparecer? – Sem esconder sua animação.

-- Claro que sim. – Confirmou. – Ela é amiga da Audrey Entwistle.

-- Neste caso... – Olhando para o rapaz alto. – Eu vou nesta festa!

A semana passou lentamente para a ruiva. Devido a ansiedade em voltar para a Inglaterra e ainda rever sua amiga, só aumentava suas expectativas. No dia do embarque no avião com Sage, a ruiva passou a lembrar dos detalhes daquela festa, que serviu para descobrir sua verdadeira paixão pela amiga.

Horas e horas de viagem e eles conseguiram chegar  à Inglaterra. Sage levou Lyla para a casa de Rosie Donovan Pacino, que vivia no centro de Londres.

-- Não esquece! Sábado às 20h na casa da Josy. Sabe onde é?

-- Maya ainda lembra-se do endereço. – Desembarcando do táxi e se despedindo do amigo. – Até sábado, Sage!

-- Até sábado, Lyla!

Na casa dos pais, Rosie e Al conversavam com a jovem.

-- Sábado irei à festa da Josephine. – Anunciou Lyla, arrumando a cama.

-- Só não vai me arrumar problemas. – Riu a mãe. – Boa noite, minha filha.

-- Boa noite, mãe!

Lyla se deitou e sonhou com a amada Cat Sophie.

E chegou o sábado. Rosie notava que sua filha estava ansiosa demais e mal prestava atenção no que dizia.

-- É verdade que terminou com Sean? – Questionou a mãe.

-- Sim. – Arrumando o vestido que irá usar na festa. – Terminamos amigavelmente. Eu não pertenço a ele.

-- Uma pena mesmo. De qualquer forma, o amor estará ao seu lado e você vai encontrar.

Quando anoiteceu, sua prima, Maya e o namorado dela, Nicolai Entwistle cruzaram na casa de Rosie, no objetivo de acompanhar a ruiva na festa. Enquanto esperavam na sala, Lyla se arrumava e ligava para Audrey, sua amiga.

-- Alô?

-- Oi, é a Lyla. Como você está?

-- Está tudo ótimo, um pouco ansiosa pra anunciar meu noivado. – Audy se encontrava muito nervosa.

-- Imagino o quanto. – Guardando o batom na bolsa e se olhando um pouco no espelho.  – Daqui a uns 10 minutos estou chegando.

-- Não tenha pressa e não se serve de consolo, mas a Cat Sophie está aqui. Ela e seus irmãos foram os primeiros a chegarem aqui e ela não pára de perguntar de você.

Lyla nunca questionou a amiga se todos sabem o que ela sente pela amiga, mas suspeitava no fundo que a turma de amigos já soubesse disso.  Desligando o telefone, ela desceu as escadas, se despediu da mãe e seguiu com a prima no carro de Nicolai para a festa.

-- Vai ser ótimo reencontrar o pessoal, depois de alguns anos. – Comentava Maya, sentada ao lado de Nicolai, que dirigia.
-- Você tem saudades do pessoal, Lyla? – Perguntou Nico.

-- Óbvio que sim... – Calou-se por uns instantes. De todos os amigos, era de Cat a saudade maior.

Nicolai estacionou o carro em frente a casa da família Greyhound e ao saírem do carro, encontram Noel e Sisi, carregando a filha deles, Carmen.

-- Ei vocês! – Noel saudou os três. – Quanto tempo!

-- Que danação, Noel! – Maya visitava com freqüência sua amiga, Sisi e inclusive é madrinha do bebê. – Fala isso porquê não te vejo quando apareço em sua casa.

Lyla segurava a filhinha deles.

É uma linda menina e tão fofinha. – Comentou a ruiva.

-- Parecida com Noel. – Dizia Sisi, olhando pro marido.

-- O nariz é parecido com seu, meine liebe. – Beijando a esposa. – Vamos entrando!

Quando a porta se abriu, revelou a figura de Cat Sophie, sempre sorrindo e simpatizando com todos. Ela cumprimentou o casal Beckenbauer e na vez de Lyla, levou um susto por ver a amiga e a bebê.

-- Olá! – Olhando para bebezinha, que ria das duas. – Você teve um neném e não me contou?

-- Não, sua boba. – Era a vez de Lyla rir. – A criança é do Noel e Sisi, não minha.

Quando entraram, a ruiva entregou a bebê para os braços dos pais e foram bem recebidos pelos outros convidados.

-- Eu li num site de noticias que você e Sean Lennon gravaram um disco.  – Sentando-se.

-- Lançamos e digo foi um dos melhores trabalhos que fiz até hoje. – Sorrindo para amiga.

-- Sean continua daquela maneira que ele era? Meio rebelde como o pai, meio genioso como a mãe?

-- Do mesmo jeito. Ele não mudou nada e continua charmoso. – Caminhou até a janela e Cat a acompanhou. – Pena que terminamos, pelo menos amigavelmente.

-- É uma pena... – Tocando a mão da ruiva levemente.

-- Eu também li num site que você está namorando o ator Tom Hiddleston. – Comentou Lyla.

Antes mesmo de Cat responder, ela é surpreendida com a presença de Audrey Entwistle, melhor amiga das duas.

-- Olá vocês duas! – Beijando na boca cada uma delas. -- Meninas, vocês de novo com esse papo broxante, por favor! Hoje é a noite do meu noivado e não quero ver minhas duas melhores amigas falando sobre essas coisas.

-- Atenção! – Jacques, irmão de Josephine, batia o copo com uma colher, chamando todos. – Temos dois anúncios hoje!

No centro, estava o casal Ned e Emma Smith-Townshend.

-- Amigos, Emma e eu temos orgulho em dizer que esperamos o quarto filho da linhagem Smith-Townshend! – Ned se exaltava e ao mesmo tempo era ovacionado pelos amigos e amigas da esposa.

-- Mas já o quarto? – Resmungou a ruiva. – Eu fiquei tanto tempo longe assim?

-- Sim. – Respondia Emma. – Ned e eu queríamos tantos filhos e agora mais um. Meus pais estão mais felizes, vão ganhar mais um neto!

Depois dos aplausos, veio mais um casal a fazer outro anúncio.

-- Olá! – Audrey e Graham Daltrey trocavam um beijo e em seguida voltavam sua atenção. – Acho que todos sabem o motivo e mesmo assim vou reforçar: Graham e eu vamos nos casar no ano que vem!

Ao fim dos cumprimentos dos casais, Lyla se afasta um pouco da multidão, conversando com Nicole Müller e seu namorado, Mike Nesmith Jr. Cat Sophie e Sisi davam atenção para as gêmeas Cecília (Cece) e Rebecca Jones.

Ao fim da conversa, a ruiva de olhos azuis caminha até uma sacada e admira a lua cheia. Ela nota a presença de sua amiga Cat.

-- É uma linda noite não acha? – Cat falava com uma voz suave, causando arrepio em Lyla.

-- É sim. – A ruiva não conseguia evitar admirar os olhos da amiga. Era incrível que depois de tanto tempo, ainda sentia aquele sentimento por ela. Ao fundo ela ouve uma música conhecida. – Está tocando Eric Clapton?

-- E justamente a minha favorita! – Puxando a amiga para perto da cama. – Dança comigo?

Lyla não negou e se movimentaram  conforme a música.

I am so in love for once in my life.
In my dreams, I've known you many times before.
And I so want you to be my dear wife,
As only you can satisfy me any more,
And only you can love me more.

I'm lovin' you lovin' me lovin' you.
It's all the same; when loving, two together makes one.
Everybody sing la, la la la, la la la, la la la.
It's all the same, and we are one.

I will give you a world of your dreams if you want them.
I can feel the power when you're standing there.
Someone sent me you; oh lord, I will thank him,
And all the rest, it just don't matter,
And all the rest and all the rest.

Loving you.
You know I love you.
Lovin' You Lovin' Me

-- Bem...não queria negar que o único motivo que me trouxe a essa festa fosse você. – Cat afastava uma mecha do cabelo ruivo da amada, olhando melhor nos olhos azuis dela.

-- Mas Cat Sophie, eu acabei de sair de um relacionamento com Sean e você tem o Tom... Não sei se devo...

-- Shhh! – Tocando os lábios da amada. – Não precisa aceitar, contudo quero que saiba de meus sentimentos por você ainda existem.

Em seguida Cat tomou os lábios de Lyla de forma calma, surpreendendo à amiga. A ruiva não se opôs a isso e permitiu o beijo, inclusive suas mãos afagavam o rosto delicado da cineasta. Elas pararam um pouco por conta da falta de ar. Lyla puxou Cat e sussurrou.

-- Me beija...

Outro beijo trocado, mas não durou muito. Audy abriu a porta e quase cai pra trás ao ver suas amigas ali.

-- FINALMENTE! – Vibrou alto, trazendo Graham para perto e vendo tudo. – Por favor, não parem por nada, vou fechar a porta.

Antes de voltarem aos beijos, as duas ouviram as conversas de Audrey e Graham.
-- Pequena, é feio atrapalhar suas amigas!

-- Foi sem querer, não sabia que elas estavam no quarto.

Cat conduziu Lyla para a cama e a deitou, onde carinhos e beijos foram trocados. A ruiva queria tirar o vestido da mais velha e continuar o carinho.

-- Ai, Catelyn! – Lyla foi arranhada nas pernas por Cat.

-- Desculpe, minha ruiva... – Voltando a beijar a amada.

As duas quase retiravam as roupas uma da outra quando a porta subitamente abriu-se e uma parte dos amigos que estavam ouvindo atrás da porta, agora caídos uns por cima dos outros. Entre eles estavam Christopher Entwistle, Jacques Greyhound, Wolfgang Müller e Ned Smith.

-- O QUE FAZEM AQUI? – Gritou Lyla, cobrindo os seios com a almofada.

Ned se levantou com dificuldade e ajudou os outros e em seguida disse:

-- Nós... Queríamos comprovar algo... – Ele explicava com um sorriso amarelo e se afastando do quarto. – Vamos deixar vocês a sós.

Fechando a porta, Lyla saiu da cama, um pouco frustrada e se vestiu, pegando seu cardigã azul que usava.

-- Volta pra cama, ruiva! – Pedia Cat.

-- Não mais! – Procurando o sapato. – Já fomos interrompidas duas vezes. Quem garante que não vão aparecer outra vez?

-- Eles não vão. – Abraçando a amada. – Por favor...

-- Não, Catelyn!

-- CECILIA! – Gritou, despertando mais atenção. 

-- O que?

Cat Sophie também se arrumou e calçou seus sapatos.

-- Quer ir para outro lugar?

-- Onde?

-- A casa de minha mãe. O que acha?


-- Bom... é que....

-- Eu sabia que ia concordar. – Depositando um beijo selinho na boca dela.

Quando saíram do quarto, haviam poucos convidados. Noel e Sisi foram embora mais cedo e levaram Ben e Charlotte Wright para a casa deles. Outros ficaram dançando e conversando. Se despediram do pessoal e as duas seguiram de carro para a casa de Nora.  Quando chegaram lá, entraram com cuidado na sala.

-- Tenha cuidado, ruiva. – Sussurrou. – Os filhos do Ned estão dormindo. Mamãe prometeu cuidar deles.

-- Ah sim. – Concordou.

Elas foram à cozinha e encontra Nora, a mãe de Cat.

-- Aí estão vocês. – Nora abraçou a filha e depois Lyla. – Meu deus, seu cabelo cresceu desde a última vez que te vi, Cecília.

-- Tem razão. – Lyla admite que seu cabelo tenha crescido. – E você está ótima, sra. Smith-Godard.

-- Sim. Bem, meninas, vou levar um pouco de lanche para aqueles anjinhos escoceses, fazê-los dormir e boa noite.

--Boa noite! – Saudou as duas.

Cat preparou um pouco de chá e serviu na xícara de Lyla. As duas beberam um pouco e depois foram pro quarto da cineasta. A ruiva se surpreendeu com a quantidade de pôsteres de filmes e bandas.  Dois lhe chamaram atenção. Um era de filme chamado O Direito do Mais Forte, por Rainer Werner Fassbinder, pai de Cat Sophie e o outro pôster é de uma banda chamada Kraftwerk.

-- Nunca escutou Kraftwerk? – Indagou Cat, fechando a cortina e ligando o abajur.

-- Não, mas já ouvi falar deles. – Respondeu Lyla, ainda vendo os pôsteres e depois a coleção de filmes da amada. – Sean e uma das suas amigas dos tempos do Cibo Matto falaram desta banda.

-- Meu pai era amigo deles e Ralf Hütter é meu padrinho.

Lyla sorriu e em seguida olhou para Cat. Ela trocava de roupa e vestia uma camisola de seda rosa. Quando notou os olhares da ruiva, lançou outro flerte, desconfortando Lyla.

-- Eu... vou dormir aqui? – Perguntou sem saber o teor da ingenuidade.
-- Tem o quarto de hóspedes e os filhos do meu irmão estão lá. – Ela se deitava na cama e puxava a mais nova ali. – Durma aqui.

Lyla olhava para a amiga. Ali mesmo não é mais sua amiga. Era sua amada. Retirou a roupa, ficando apenas de roupa intima. Se juntou a ela na cama e abraçou.

-- Cecília, minha doce amada, esperei tanto para te ter em minha vida e agora... – Afagando o rosto dela. – Você me pertence.

-- Catelyn Sophie, de agora em diante, eu prometo que eu serei sua para o resto de minha vida.

Naquela noite, as duas deram seu melhor beijo apaixonado, carregado de amor e luxuria. Entregaram-se de corpo e alma, sob caricias, beijos ardentes e declarações.

Nora saiu do quarto para pegar um pouco de chá e ao passar pelo quarto de Cat, ouviu alguns ruídos abafados.

-- Oooh... Cat... isso... oooohhh... eu te amo... – Gemia Lyla.

Essas duas, pensou a velha jornalista e descendo as escadas. A noite prometia ser a melhor e romântica para as duas.

Quando amanheceu, Nora e Godard foram acordados pelos netos Jamie e Jon.

-- Vovô, vovó! Acordem! – Jamie sacudiu os dois, enquanto Jon subia na cama e ficando entre os dois.

-- Hmmm... O que... houve? – Disse o diretor, sonolento.

-- Tia Cat está no quarto dormindo com uma mulher. – Disse Jamie, de seis anos.

-- Tia Lyla dorme sem roupa no quarto com tia Cat. – Finalizando Jon.

Nora se levantou apressada e vestindo um roupão, caminhou no corredor e abriu a porta do quarto da filha, vendo o casal dormindo tranquilamente. Ela abriu a cortina e disse:

-- Acordem vocês duas! Tem crianças aqui! – Saindo do quarto.

Cat ainda sonolenta, sacudiu a ruiva.

-- Amor, se veste! Se não meus pais e meus sobrinhos vão ficar malucos!

Com dificuldade e ainda sonolentas, as duas se vestiram e acabaram indo ao banheiro, tomando uma ducha d’água. Cat ensaboava o corpo belíssimo de Lyla, e a mesma trocava mais beijos e carinhos íntimos, provocando mais desejo na amada.
-- Ahhh... Lyla... – Gemia com o toque suave das mãos da ruiva. – Não sabia que era... ahhh... tão safada!

-- Precisará me conhecer melhor, docinho! – Arrancando mais um beijo.

Na sala, Nora e Godard preparavam o café da manhã e percebeu o quanto a cineasta e a ruiva demoravam em se juntar ao desjejum.

-- Cat não vai tomar café, mon amour? – Perguntou Godard, pegando um cigarro.

-- Elas deveriam estar aqui! – Subindo novamente as escadas.

Nora sabia que a filha e Lyla estavam no banho e bateu na porta.

-- Cat! – Dando mais batidas na porta. –Se afogou aí? Vem tomar café.

Ouve-se uma voz abafada e gaguejando.

-- Já... ahhh... estamos indo, mãe!

Não havia dúvidas, elas estavam se amando no banheiro. Nora riu disso e retornou para a sala. No banheiro, o momento íntimo das duas chegava ao fim quando Cat quis gritar de prazer e Lyla tampou sua boca com a mão, impedindo.
Desligando o chuveiro, as duas se secaram, ainda dando risada do momento apaixonado e engraçado.

Na sala, os pais de Cat e os três sobrinhos sentados na mesa, com a refeição.

-- Que demora, filha! – Comentou Nora, servindo café e leite para Lyla, que aceitava.

-- Bom dia pra você também, mamãe. – Cat se servia e ajudava a amada.

-- Achamos que vocês tinham se afogado. – Dizia o pai.

-- Bom dia pra você também, pai. – Beijando o pai e tirando o cigarro da boca dele. – Tem que parar de fumar isso!

Lyla conversava com as crianças, até que Leslie, de quatro anos, viu uma mancha no pescoço dela e falou para seu irmão, Jon, de cinco anos. Nora também notou a mancha.

-- Lyla, o que é isso no pescoço?

Ela passou a  mão na região da mancha e quase entrou em pânico.

-- Um vampiro te mordeu? – Inquiriu o pequeno Jon.

-- Bem... é uma alergia. – Exibindo um sorriso amarelo. – Picada de mosquito.

As crianças não disseram nada, sinal que acreditaram. Nora e Godard sabiam bem o que significava. Afinal, no passado fizeram isso muitas vezes.

-- Você se parece com a Mary. – Dizia Leslie, mordendo um muffin.

-- Quem é Mary? – Lyla ficou curiosa.

-- Minha boneca! – Mostrando para ruiva, que sorria.

-- Oh que lindinha. Veja amor, sou parecida com a boneca dela!

-- Você é uma boneca, Cecília. – Beijando a amada. – Minha boneca!

-- Moonie me chamava assim, de boneca. – Disse Nora, lembrando de Keith Moon, baterista do The Who que faleceu em 1978 e foi seu primeiro marido. -- Lembro da primeira vez que o entrevistei e ele quase me roubou um beijo e depois apanhou do Ray Davies.

-- Lembro de você ter contado essa história pra Mandy e pro Ned.

Lyla se sentia bem ali, ao mesmo tempo pensou em algo que lhe preocupou: sua mãe. Ela e o padrasto nunca souberam da sua sexualidade e temia ser repreendida por isso. As únicas pessoas que sabiam eram seus amigos, Sean e seu meio irmão Calum.

Mais tarde as duas saíram um pouco de casa e permaneceram no jardim, junto com as crianças que ali brincavam. Lyla mandava uma mensagem no celular e Cat via em seu rosto que algo estava errado ali.

-- O que houve, minha ruiva?

-- Meus pais. – Disse por fim. – Eles não sabem da minha opção sexual.

-- Você quer ajuda para contar isso?

Lyla sorria por saber que Cat é compreensiva e tão disposta em ajudá-la.

-- Eu gostaria. E queria saber como você contou isso para sua mãe e sua família, que aceitaram isso tão bem.

-- Foi no mínimo tenso. – Ela abraçou a amada e continuou a dizer. – Contei para mamãe por que notei em mim mesma um interesse muito especial pelas meninas. E ao mesmo tempo por meninos. Questionei se isso era normal e minha resposta foi surpreendente.

-- O que sua mãe disse?

-- Que é normal. Meu pai era assim também. Saía com homens e mulheres. Mesmo casado com mamãe, ela permitia isso, com a condição de que não trouxesse os amantes para casa.

-- Chega a ser engraçado. – A ruiva se aconchegou nos braços da mais velha e a beijou. – E o que mais? Quem foram seus namorados e namoradas?

-- Você sabe que sempre tive uma admiração muito grande pelo Joey. Contudo, já beijei o Jacques... e a Audrey.

-- Mesmo? – Surpreendeu-se. – Ela também me beijou uma vez.

As duas riram disso e Cat continuou.

-- Audy sempre foi curiosa. Depois do beijo, nós... bem...

-- Entendi. – Lyla não conseguia evitar o ciúme por imaginar Cat e Audrey juntas. – Antes do Sean, namorei Dean Moore e o Elliot De Niro. E depois o Sage. Foram meus melhores namorados.

-- Uau! Até o Sage?

-- Sim.

A conversa se tornou mais agradável para elas, até as crianças brincarem com as duas. Cat e Lyla levaram os pequenos para a sala e a cineasta pegou no armário um álbum de fotografias, mostrando cada registro de sua mãe. Eram fotos de Nora mais jovem, ao lado de Keith Moon, segurando à pequena Mandy.

-- Eu não acredito! – Mandy adentrava a sala, sendo abraçada por Leslie. – Você aqui, Lyla?

-- Foi a Cat que me convidou. – Piscou para a amiga.

-- E vendo as fotos da família.

Havia também outras fotos de Nora, desta vez com Fassbinder, o pai de Cat. Algumas eram momentos quase íntimos e outras com estilo bem família, como a de Rainer segurando Cat e mostrando a câmera. Quando aquelas imagens, a cineasta deixou uma lágrima cair e disfarçou para Lyla. Algo infrutífero. A amada viu a cena e abraçou carinhosamente.

-- Sei bem como é isso. Sente falta do seu pai... – Assim como Cat, a ruiva também perdeu seu pai, o lendário jogador do Manchester United, George Best, que morreu em 2005. – Se meu pai estivesse vivo, ele seria a primeira pessoa a contar sobre mim... sobre nós.

-- Desculpe, ruiva. Não deveria chorar... – Se recompondo. – Você sabe que... ai meu deus, nem sei o que dizer.

-- Tenha calma, Cat. Apenas quero saber como vou contar para os meus pais sobre mim, sobre nós.

-- Lyla, não tenha medo. – Colocando o braço no ombro da amada. – Seja verdadeira para eles. E seja firme! Eu vou estar com você até o fim dos tempos.

Lyla beijou ardentemente Cat e se emocionou.

-- Você parece a vampira escocesa apaixonada pela loba ruiva inglesa. – Disse Lyla.

-- Como assim? Vampira? Está lendo a Saga Crepúsculo?

-- Não... – Rindo com a pergunta. --              É uma trilogia chamada “Vampires”. Fala de uma saga de vampiros que vivem em Munique. O último livro, “Doce Vampiro”, tem os romances dos filhos deles. Tem uma vampira escocesa que mesmo adorando homens, é apaixonada loucamente por uma loba ruiva e é correspondida.

-- Eles não brilham no sol?

-- Não! – Lyla praticamente ria demais da cara de Cat. – Eles seguem a tradição do vampiro mesmo. Medo do sol, estacas, crucifixo, alho, prata e aquelas coisas, sabe?

Quando anoiteceu, Nora e Godard avisaram.

-- Podem cuidar das crianças hoje? Se não for incomodo. – Pedia Nora, enquanto ajeitava a camisa do marido.

-- Claro, mãe. – Garantiu Cat. – Lyla vai ficar aqui, emprestei umas roupas pra ela e vamos cuidar dos anjinhos.

-- Ótimo, possivelmente, voltaremos só amanhã. Ned e Emma vão aparecer amanhã e pegam os filhos. Boa noite!

-- Boa noite, vovô! – Saudou as crianças enquanto assistiam um filme de animação chamado A Viagem de Chihiro.

Quando o casal saiu, as mulheres aproveitaram para subir as escadas e trocaram um beijo quente no corredor.

-- Quer tomar banho comigo?

-- E as crianças?

-- Estão vendo filme. – Abrindo a porta e levando a namorada. – Vem!

Tiraram as roupas e deixaram a água escorrer na banheira grande. Neste tempo mais beijos a serem trocados e Cat tocava a parte intima de Lyla com vontade.

-- Ai, amor, pare! – Pedia Lyla. – O banho está pronto.

As duas ficaram na banheira, se ensaboando, rindo e trocando beijos. Cat abraçou Lyla de modo romântico, enquanto passava o sabonete em seus braços.

-- Eu te amo, Catelyn Sophie!

-- Eu sei, Cecília, minha ruiva!

Quando trocaram um beijo, a porta se abre e Jon entrou apressado.

-- Tia... Tia Cat por que está assim com a tia Lyla?

-- Estamos... -- Se recompondo. – Tomando banho.

-- Querem tomar banho conosco? – Convidava Lyla. – Venham!

-- Legal! – Jon correu na escada e chamou seus irmãos.

As três crianças se animaram e juntaram-se com as tias naquele banho divertido, regado de piadas e conversas animadas. Ficaram assim por quase duas horas assim. Quando terminado o banho, jantaram todos juntos e novamente assistiram o filme. Poucos minutos depois, as crianças dormiram nos braços delas e foram levados ao quarto com cuidado.

Aquela noite foi muito melhor para elas.

No dia seguinte, Ned e Emma buscaram seus filhos e agradeceram. Naquele instante, Cat recebe a mensagem de Tom.

Cheguem ontem. Estou no Hotel Merton. Vamos almoçar aqui?

Cat responde rapidamente e volta à atenção para a amada.

-- Vou ficar na casa dos meus pais. Já são dois dias que não os vejo. – Avisou.

-- Eu vou almoçar com Tom... – Disse por fim. – E boa sorte para você, se for contar pra eles.

-- Obrigada, docinho! – Beijando rapidamente e pegando um táxi.
Ao chegar a casa, Lyla ouve a música dos Beatles ao fundo e um cheiro forte de comida.

-- Aí está você, sumida! – Rosie recebeu a filha. – Advinha quem está aqui?

Na cozinha, surgia Calum Best, filho também de George Best com a modelo Angie.

-- Oi maninha! – Calum por ser mais alto, apertou um pouco sua meia-irmã. – Que saudade!

-- Eu senti sua falta, meu irmão querido!

Lyla e Calum são muito unidos e no dia que o pai deles partiu, Calum permaneceu ao lado da irmã e de Rosie. Ele também aceitou o fato de seu pai ter amado por quase toda vida a mãe de Lyla. Um almoço em família transcorreu bem e após a refeição, Lyla conversou com a família.

-- Eu queria contar algo pra vocês. – Respirou fundo e continuou a dizer. – Algo muito importante sobre essa minha ausência.

Os pais olharam pra filha um tanto preocupados. Calum já sabia do que se tratava e segurou forte a mão da irmã.

-- Oh meu deus, Lyla. O que pode ser? – Questionou a mãe.

-- Está doente? – Al também se preocupou.

-- Não é nada disso. É algo sobre mim. – Olhando para cada um deles. – Eu sou bissexual.

Rosie abriu a boca de espanto e Al lançou um olhar para a esposa. Se viraram para os lados, como se quisessem procurar uma resposta e por fim, a mãe proferiu calmamente.

-- Vamos ver se entendi. Você gosta de homens... e de mulheres também?

-- Sim. Eu gosto dos homens e tenho uma namorada. O nome dela é Catelyn Sophie Smith Fassbinder.

-- Então você namora a filha da Nora? – Perguntou Al.

-- Sim. Eu a amo muito, desde minha adolescência. Mas não disse por medo de perder sua amizade. Por favor, mamãe e papai. – Em seguida mirando em Calum. – Obrigada, meu irmão, por me apoiar.

-- Bem... Eu estou surpresa, filha. Desde o começo suspeitei disso, mas não disse nada. Não a reprovo por isso e se ama de verdade a Cat, só quero que seja feliz. Nós te amamos, Lyla.

-- Sua mãe tem razão, Ceci. – Al abraçou a enteada. Desde o nascimento da menina, ele a chama de Ceci. – O importante é a felicidade, o amor. E estamos mais felizes em saber que seu grande amor é justamente sua amiga de muitos anos, a Cat.

-- Oh mamãe, papai! Eu amo vocês! – A ruiva se emocionou mais, abraçando os pais e Calum de forma grupal.

Nunca o dia foi maravilhoso para Lyla.

Cat e Tom Hiddleston almoçavam juntos, conversaram sobre filme e suas vidas. À tarde caminharam pelas ruas de Londres e entre uma conversa e outra, ele resolver saber.

-- Ainda não se declarou para sua amiga?

-- Eu falei com ela. – Sorrindo. – Ela é agora meu amor.

-- E eu... Não sou mais seu... Amor? – Tocando a mão de Cat.

Era inegável que mesmo estando com Lyla, a cineasta sente um prazer gostoso quando está com o ator. E isso foi provado quando voltaram ao hotel e os dois, entregues ao prazer carnal, consumaram o ato na cama de forma intensa, luxuriosa.

Ao fim disso, Cat chorou e saiu de cima do amante, já saciado.

-- Tom, eu te amo, mas, tenho a Lyla. É ela quem eu amo muito.

Tom ainda deitado, abraçou por trás.

-- Tudo bem, minha musa. – Beijando a testa dela. – Não posso ficar entre vocês duas. Entretanto, eu amo você de qualquer jeito. E sempre a amarei!

-- Se eu pudesse, viveria com vocês dois por resto da minha vida.

Eles trocaram mais um beijo e se amaram intensamente.

Ao fim da tarde, Rosie e Al Pacino resolveram passear no parque e Lyla ficou em casa, lendo um de seus livros da sua coleção juvenil, até a campainha tocar. Ela abriu a porta de modo calmo e revelou Sage, seu amigo.

-- Oi, Sage! – Abraçando. – Entra!

-- Olá, Lyla!
Na sala tomaram um pouco de chá e conversaram.

-- Eu me assumi pros meus pais. – Disse, exibindo um enorme sorriso. – Me sinto tão feliz, leve. É como tirar um peso de suas costas.

-- Estou feliz por você, Lyla. Sabe que além de ser seu amigo... – Acariciou a mão delicada de Lyla. – Ainda tenho sentimentos por você.

-- E mesmo amando a Cat, ainda sinto algo por você, Sage.

Ainda olhando um para o outro, os dois amigos tomados pelo sentimento antigo, encostaram de leve seus lábios e depois transformou-se em beijo. Um beijo quente, delicioso.  Quando anoiteceu, Sage se despediu de sua amiga e ela voltou a leitura, ainda sentindo falta da namorada.

Semanas depois...

Cat não estava bem. Dias e dias vomitava demais e sentia tonturas. Neste meio tempo, Lyla resolveu morar com a amada e passou a cuidar dela. Contudo, o amor delas quase foi ameaçado quando certo dia, Lyla arrumava a casa num sábado e encontrou um teste de gravidez. Ali mesmo entendeu algo.

A cineasta retornou do supermercado e fez as compras para o jantar e encontrou a namorada chorando no quarto.

-- Lyla, o que houve? – Tentou consolar a ruiva e foi rejeitada.

-- Esse filho... – Respirou fundo por conta do choro. – É do Tom?

Cat não respondeu.

-- CATELYN SOPHIE, ME RESPONDA!

-- Sim. – Cat não conseguia encarar direito por medo. – Amor, você sabe que amo os homens. Gosto dele e amo você! Por favor...

Lyla tentou desviar os carinhos da namorada e não resistiu. Abraçou-a com todo amor.

-- Sei que está brava comigo e quer me ver enterrada a ficar comigo, por ter escondido essa gravidez. – Ela segura a mão da amada e coloca no ventre. – Mas quero compartilhar esse momento com você, Lyla, minha amada!

Elas se beijaram, desta vez certa que o amor que possuem, retira todo ressentimento e ciúme causado. À medida que os meses passavam, a barriga de Cat crescia e a felicidades delas também. Um dia, Cat resolveu ir ao hospital para saber o sexo do bebê e o resultado foi maravilhoso.
-- Miss Fassbinder, é um lindo menino. – Mostrando na tela a imagem da criança.

-- Meu filho, meu pequeno príncipe! – Chorando e segurando a mão de Lyla.

E fechou nove meses da gravidez de Cat Sophie e quando a cineasta ia começar a cozinhar, sentiu as terríveis dores. As contrações.

-- Não... meu bebê... AI! QUE DOR! – Gritava Cat. – SOCORRO!

Lyla chegou bem a tempo de ver a amada sentada no chão e socorreu a namorada, chamando a ambulância e chegando ao hospital. Os enfermeiros deram a ruiva uma roupa hospitalar especial e conduziram para a sala de cirurgia onde Cat estava sofrendo com as dores.

-- Meu amor, estou aqui! Agüenta firme!

-- LYLA.... AHHHHHH! TÁ DOENDO! --- A cineasta gritava tamanha era sua dor.

Meia hora depois nasce o filho. Quase desmaiada, Cat ouve o chorinho do bebê e sorri para Lyla.

-- Miss Fassbinder, aqui está seu filho! – Mostrou o doutor.

Lyla segurou por conta da fraqueza e exaustão da jovem mãe e mostrou para ela.

-- Cat, é seu filho!

-- Meu menino. – Beijando a cabecinha dele. – Bem vindo ao mundo, Tom.

A felicidade das duas se tornou completa com a chegada de Tom. O pai da criança reconheceu o filho e sempre se manteve presente na vida delas e do filho. Semanas depois, Lyla viajou para Belfast e visitou o Roselawn Cemetery. Caminhou por ali até encontrar o túmulo de seu pai, George Best. Ao lado deste, havia outra lápide e era de Annie Best, a mãe de George. Lyla depositou as flores nos dois túmulos e chorou.

-- Eu sinto sua falta, papai...

Permaneceu ali por três horas até se retirar e voltar para o aeroporto, retornando a Londres. Na vez de Cat Sophie, ela levou o pequeno Tom. Lyla também foi junto e rumou a Munique. A última viagem de Cat nesta cidade ocorreu há dois anos, quando acompanhou a mãe numa homenagem ao pai num festival de cinema. Foram visitar o cemitério Bogenhausen e chegando lá, encontrou facilmente a lápide de Rainer Werner Fassbinder.

-- Olá, papai! – Cat sempre cumprimentava, como se quisesse dizer que seu pai ainda vive. – Desculpe pela minha longa ausência. Não está chateado, não é?

Lyla achava engraçado o modo como Cat conversava com aquela pedra esculpida com letras. Contudo compreendia isso. Ela também colocou as flores no túmulo e mais alguns minutos depois saíram todos juntos.

-- Amor, promete ficar ao meu lado? – Perguntou Cat, segurando seu filho.

-- Nunca vou te abandonar, minha escocesa. Você é minha melhor amiga, minha companheira, minha irmã de coração, minha namorada, minha amante e... – Mostrando a caixa aberta, com um par de anéis dourados. – Minha esposa.

-- Oh Lyla.... – Cat chorou um pouco.

-- Catelyn Sophie, quer casar comigo?

-- Sim, muitas vezes sim! – Elas se beijaram intensamente e Lyla colocou o anel no dedo da amada.

Em seu retorno a Londres, depois de colocarem Tom no berço enquanto dormia, as duas se amaram na cama, apaixonadas e mais unidas. O amor para elas tem um brilho especial, como faróis.

-- Minha escocesa, sou sua para sempre! – Dizia Lyla, nos braços de Cat e beijando seu pescoço.

-- Minha ruiva amada, esperei tanto por esse momento. – Afagando o rosto dela. – O dia que você seria minha mulher. Só minha e de mais ninguém. Eu te amo até o fim dos tempos.

Mais beijos e movimentos amorosos foram trocados. Uma noite especial para Catelyn Sophie Smith-Fassbinder e Cecília Best.

So lets hide
All the diamonds and cocaine
For the rainy day
Never forget to pray
Before you go to bed tonight
You must turn off all your headlights
Blow out the candles in your mind
You won't be needing them this time


FIM


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