Uma boa noite e vamos iniciar com outra oneshot dividida em varias partes e será uma what if bem diferente em muitos termos. Aqui será mostrado a dupla de amigas, Felicity McGold e Nora Smith, dividindo amores, momentos amorosos e fofo e claro, teremos OT3's muito boas. Fiquem com a leitura da primeira parte!
I Kissed A Girl__
Maya Amamiya
Felicity POV
O maldito despertador me
incomoda. Talvez seja a conseqüência por desacostumar em acordar cedo, como
fazia antigamente quando era estudante de Jornalismo na Universidade de
Cambridge. Acordei e me arrastei para o banheiro feito uma lesma. Após o banho,
me vesti e fui tomar café. Meu pai acorda cedo para seguir no trabalho da
gerência do hotel Hilton no centro de Londres. Mamãe é dona de uma boutique e
socialite. Meus irmãos estão no colegial e eu... sou formada em Jornalismo e
não tenho um emprego decente.
E desesperadamente preciso
não só arranjar um emprego, mas também um apartamento. Não que menosprezasse
meus pais. Simplesmente tinha necessidade em morar sozinha, sem depender de
ninguém. Por vários meses procurei um emprego e consegui um de fotógrafa e
colunista na revista Rolling Stone. É bem legal e pagam bem. Naquele dia,
enquanto lia as mensagens de Pete, meu celular toca e era justamente Nora
Smith, minha amiga.
-- Alô?
-- Oi, amiga? Estou te
interrompendo em algo?
-- Estou no intervalo de
trabalho. Ah preciso te perguntar. Já conseguiu um lugar para ficar?
-- Um lugar que não seja a casa dos meus pais e nem o
apartamento sujo que meu irmão mora com os outros estudantes de biologia
marinha aqui em Londres? Não eu não consegui. – Houve uma pausa e depois ela
continuou. -- Na verdade eu achei um apartamento confortável, três quartos em Northing Hill. Só
que não tenho toda a grana para o aluguel.
Era a oportunidade perfeita! Mesmo sendo
aluguel, era um começo. Nora conseguiu o lugar, mas não tem dinheiro e
conhecendo bem minha amiga, ela não ousará pedir nada ao seu pai. E então
disse:
-- Eu tenho um dinheiro guardado, desde antes
da formatura. Posso pagar e me ajude quando conseguir um emprego. O que acha?
-- Eu topo, se puder me encontrar amanhã, te
mostro onde fica e podemos fechar o acordo.
-- Tudo bem. Amanhã no primeiro horário da
tarde, no Hyde Park?
-- Perfeito! Até amanhã, Felicity.
-- Até amanhã, Nora!
Quando cheguei em casa, contei logo para minha
mãe.
-- Vou morar sozinha. – Anunciei enquanto me
servia de limonada e mamãe preparava um pão.
-- E onde é o apartamento?
-- Na verdade, eu não consegui. E sim a Nora.
Apenas vou entrar com dinheiro e ela vai me ajudar depois. Vamos morar juntas.
Por incrível que pareça, pensar na
possibilidade de morar ao lado da minha melhor amiga, me dava uma alegria
imensa. Muito grande mesmo. Na verdade, uma excitação que não sabia bem.
Mamãe deu apoio e no outro dia, encontrei Nora
no Hyde Park e ela me levou para o bairro Nothing Hill. Bem comum, nem tanto
longe do centro. Vimos um apartamento que mais parecia ser o mesmo que o
personagem de Hugh Grant morou no filme Um Lugar Chamado Nothing Hill. Bem
aconchegante. E sem falar nas possibilidades de dar festas. Falamos com a
senhoria e fechamos o acordo. Nora e eu paramos numa confeitaria e ali
continuamos a falar sobre nossas vidas.
-- Tudo dando errado pra mim. Hoje participei
de três entrevistas de emprego, sendo que na semana passada foram cinco e nenhuma
me chamou. E pra piorar, também está chato levar o Moonie na casa dos meus
pais. Meu pai fica fazendo a gente ficar na sala vendo jornal com ele.
-- O único momento íntimo com Pete é quando
meus pais saem para jantar e deixo meus irmãos vendo seriados no Netflix. Ou no
apartamento dele, que alias, nem dá mais. Motivos... pessoais.
-- Deixe-me ver. Vocês gritaram?
-- O tal do Babbitt ameaçou despachar Pete caso
nós não calássemos a boca de noite. –
Respondi, lembrando da cara do muquirana malvado.
-- Por isso precisamos de um lugar onde podemos
morar sem ninguém pra exigir bobagens!
Concordei mentalmente com a afirmação de Nora.
Na verdade admirava os olhos dela... Mas por que? Ela sempre teve os olhos
azuis mais atraentes que já vi. Muitos rapazes gostaram dela. Ainda lembro de
uma vez numa viagem a Munique, Nora ganhou o coração de dois rapazes alemães.
Um era um goleiro chamado Josef e o outro um jogador reserva chamado
Kappelmann. Com esse último parecia estar vendo uma reprodução exata do casal
de O Hobbit, a elfa Taluriel e o anão Kili, por que Kappelman era baixinho e
tinha uma tara por mulheres altas.
-- Lembra
daquela viagem a Munique? – Perguntei ao lembrar do jogador anão.
-- Sim, eu
lembro. – Nora sorria. – Aquele goleiro, Sepp, ele tem uma boa pegada e o
apelido dele é Katze. Significa gato em alemão. E o Jupp... oh que fofo ele era! Parecia
um anão, como o Kili.
Nora teve boas
lembranças, já eu... Meus relacionamentos com alemães não foram produtivos. A
começar com Manuel, um confeiteiro viciado em Nutella. Nossa
relação terminou quando ele anunciou que iria se casar. Aquilo me destruiu por
completo.
-- Fefe... –
Nora notou minha cara fechada. – Não se torture por Manu ter te enganado.
-- Nem é por
isso. – Neguei e dei outra desculpa. – É por conta da minha incapacidade de não
perceber a tempo. Ah mas esquece. Já passou e o confeiteiro ta muito feliz com
a esposa.
-- Ouvi dizer
que Manuel se divorciou.
Cuspi o
refrigerante por ouvi aquela revelação. Por breves momentos alimentei a
esperança de ter aquele confeiteiro alemão grandão pra mim. Porém, ao encarar
os olhos de Nora...
-- Eu não
quero saber dele!
No quarto
pensei outra vez nele e de novo mudava de idéia. Não consegui dormir devido a
ansiedade de conhecer o tal apartamento. E quando amanheceu, só aí consegui
dormir. Não consegui trabalhar direito e acabei tomando mais um pouco de café.
Segui com Nora para o apartamento de Nothing Hill. Entramos ali e vimos que é
quase vazio e o espaço não era nada mal.
Conversamos
com o dono e acertamos o negócio.
-- Vai dar um
trabalho em conseguir as coisas. – Nora olhava ao redor de tudo.
-- E para não
perder tempo, vamos comprar os moveis.
E de novo não
foi fácil. Mas não impossível. Ao menos conseguimos comprar uma geladeira, uma
mesa, cadeiras e sofá. As camas nós mesmas tivemos que tirar de nossas casas.
George Smith, o irmão de Nora, doou o velho roupeiro que havia ali no seu
apartamento e passamos a usar, até que nós duas ficássemos estabilizadas
financeiramente para comprar um novo.
-- Fefe, eu
prometo que vou te ajudar a pagar tudo isso.
-- Fica
calma... – Estava muito sonolenta. – Acho que vou dormir neste sofá.
Não dormi
muito devido a muitas preocupações e ajudei Nora arrumar algumas coisas no
apartamento. Quando anoiteceu, aí sim adormeci de vez na minha cama. Ou melhor,
achei que era na minha cama...
Dois meses
depois nosso apartamento estava lindo. Bem arrumado e do nosso jeito. Para
comemorar nossos esforços, Nora decidiu dar uma festa e chamei nossos amigos. Até
mesmo o pessoal do trabalho eu convidei. Entre bebidas e conversas cruzadas,
acabei vendo Jim Stone arrastando minha prima, Louise, para o quarto de
hóspedes. Alice e Belle batiam um papo com o pessoal jornalístico. Marie
Greyhound, minha colega, trouxe seus dois namorados. Sim, ela namora dois
rapazes ao mesmo tempo. Um é um inglês, gordo e dono de uma livraria bem
conceituada de Londres e se chama Graham Bond. O outro é um alemão chamado
Ulrich Hoeness. Todos o chamam de Uli e é atualmente um professor de economia
na universidade.
Bebi um pouco.
Pete ainda não apareceu. E pelo visto nem o Moonie. E mesmo assim Nora sorria
com os convidados. Estou feliz por ela, na verdade bem mais que isso. Era como
se eu me preocupasse em proteger minha amiga. Pensei até que isso não era
normal. Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi batidas na porta do
banheiro. Sai do quarto e era Anastacia Rosely, outra colega da revista e seu
namorado, John Entwistle.
-- Por favor,
queremos usar o banheiro! – Berrava Ana. Neste momento, Nora apareceu. – Me
ajude, Nora.
Nora e eu
fomos até a porta do banheiro e ouvimos gemidos altos e uns ruídos de objetos
caindo.
-- Ohhh..
ODILE... EU TE AMO, MON AMOUR!
Reconheci a
voz do meu primo. Apesar da vergonha sentida ali, não poderia culpar. Eu também
tenho essa mania de fazer amor gritando, expressando meu amor e meu prazer a
todo pulmão. Minutos depois, Mickey sai do banheiro, gemendo de dor, com a
camisa amassada e marcas roxas no pescoço.
--
Desculpem... – Se retirava dali e atrás dele, estava Odile. Mesmo estado físico
que o do meu primo e estava rindo.
--
Perdoem-nos... – Abrindo a porta e dando entrada para Ana e Enty.
Fui até Mickey
para repreender sobre o ocorrido.
-- Escuta
aqui, Michael! Só por que é uma festa, não precisava fazer amor assim, com
escândalo. Pega mal, sabia?
-- Tá fica
calma, prima! Até parece que você não fez isso lá em Munique. – Disse ele,
acendendo um cigarro. – Eu me lembro da zoeira que aconteceu entre você e
aquele líbero que você dizia que tinha olhos azuis de cobalto.
-- Ok, já
entendi! – Me afastei para não ouvir mais coisas sobre a tal viagem a Munique
onde eu me dei mal.
Sem querer,
acabei invadindo o quarto de hóspedes pensando ser o meu e vi uma imagem bem
íntima. Louise deitada por cima de Jim Stone, algemado.
-- Foi mal,
gente! – Fechei a porta rapidamente.
Outra vez fui
beber e desta vez um pouco de gim, em vez de uísque. Acabei vendo Nora chamando
um pessoal pro mini palco que improvisamos pois alguns dos nossos amigos são
músicos, entre eles minha amiga Alana Watson que é uma baixista e o ex-namorado
de Nora, George Harrison, é guitarrista. Ela cantou Why Do You Let Me Stay Here, do She & Him.
Why do you let me stay
here, all by myself?
Why don't you come and
play here?
I'm just sitting on the
shelf
Why don't you sit right
down and stay a while?
We like the same things
and I like your style
It's not a secret, why do
you keep it?
I'm just sitting on the
shelf
I gotta get you presents,
let's make it known
I think you're just so
pleasant, I'd like you for my own
Why don't you sit right
down and make me smile?
You make me feel like I
am just a child
Why do you edit? Just
give me credit
I'm just sitting on the
shelf.
Eu não sei o
que realmente deu em mim, mas queria a todo custo minha amiga. Talvez a bebida
seja forte demais e já estou ficando doida. Contudo, antes de beber, eu sentia
algo por Nora e achei que fosse o senso de proteção para com uma amiga. Acho
que seja mais do que isso. Quando ela terminou de cantar, ela veio até a
cozinha e a puxei para perto de mim.
-- Fefe, o que
houve? – Deixei minha amiga na parede e encarei aqueles olhinhos azuis.
-- Você não
vai sair daqui sem me beijar... – Encostei meus lábios na bochecha dela e
depois o beijo. E devo dizer: foi perfeito.
Apesar do
efeito da bebida, estava entorpecida com aquele beijo e desejava mais e mais.
Abraçava Nora como se não quisesse deixa – lá ir embora. Só paramos o beijo
quando Ana surgiu na cozinha, levando um susto.
-- Opa, eu não
vi nada. – Pegando uma garrafa de cerveja na geladeira e saindo de fininho. –
Não vi nada e não conto pra ninguém!
Quase duas
horas da madrugada o pessoal foi embora e Nora e eu arrumamos um pouco daquela
bagunça deixada. Apenas um pouco e acabamos adormecendo.
No dia seguinte,
acordei de ressaca e corri para o banheiro, vomitando tudo. Tomei banho,
escovei os dentes e voltei para a sala, toda ruim.
-- Não está
com uma boa cara. – Comentou Nora, me oferecendo uma xícara de café.
Recusei o café
peguei uma aspirina no kit primeiros socorros. Neste momento Nora me aparece,
com uma cara diferente. Resolvi perguntar.
-- Err...
sobre ontem a noite, o nosso beijo... – Achei que tivesse deixado minha amiga
constrangida. – Aquilo foi um lapso meu, por conta da bebida. Eu não quero que
abale nossa amizade.
-- Não foi
nada. – Ela sorria. – Não vai abalar nossa amizade de anos.
-- Isso mesmo,
não vai abalar mesmo. – Sorri de volta, me convencendo disso.
Passei o fim
de semana inteiro só nos filmes e acompanhando Nora no seriado favorito dela, Grey’s Anatomy. Na segunda-feira sofri
mais ainda. Havia me dado conta que realmente estava amando minha amiga. Minha
melhor amiga. Mesmo apaixonada por ela, isso não me impede em sentir atração
por homens. Contudo, era Nora que eu desejava ardentemente.
No almoço,
acabei abrindo meu coração para Anastacia.
-- Estou
apaixonada, Ana. – Suspirei. – Estou amando minha melhor amiga. Desde a festa
na sexta passada, não consigo esquecer aquele beijo, foi um melhores que tive
na minha vida.
-- Você tem
que contar esses sentimentos que você tem por ela, se não isso vai te matar
mais e mais. – Disse Ana.
-- Tenho medo
de perder amizade dela e principalmente ela.
-- Nora
correspondeu o beijo?
-- Acho que
sim.
-- Então ela
te ama. E se declare sem medo.
Se passaram
três dias e resolvi fazer compras. Recebi uma mensagem de Pete, avisando de uma
viagem que ele vai fazer para Manchester. Pra falar a verdade, não sabia por
que estou ele, afinal sei que ele sai com outras e ainda me traiu com uma de minhas
inimigas, Jenna Davies. Perdoei-o, voltamos, mas não é a mesma coisa. Olhei
para a janela e o tempo estava encoberto com nuvens cinzentas, sinal claro de
chuva. Não deu dois minutos e caiu um temporal. E antes de guardar as compras
na dispensa, Nora chegou no apartamento, toda molhada e sorrindo.
-- Amiga! –
Ela pendurou a bolsa nos pregos especiais de guarda casaco para festas. – Tenho
uma boa noticia!
-- Pode falar!
-- Eu consegui
um emprego! – Me abraçando, mesmo com a roupa molhada. – Sabe aquela sua amiga
jornalista, Alice Stone? Ela tem um site de música e me convidou para trabalhar
com ela, escrevendo sobre música e cinema. E eu aceitei!
-- Oh meu
deus, Nora! – Abracei bem forte. – Estou muito feliz que tenha conseguido.
Puxa, você estava se esforçando demais e agora pode trabalhar!
-- Felicity,
obrigada por acreditar em mim. – Ela olhava para mim, sorrindo por alguns
segundos e em seguida me beijou rápido. – Me desculpe...
-- Nora! –
Coloquei o dedo nos lábios dela. – Eu sei que somos amigas há muito tempo, mas
não consigo mais esconder meus sentimentos por você. Eu... te amo, Nora Smith.
-- Fefe – Nora
enlaçava meu pescoço. – Desde aquele em que nos beijamos, tenho de confessar
que eu também estou apaixonada por você. Mas ainda tenho meu namorado.
-- Meu bem, você
pode se relacionar com os homens normalmente. Eu não me importo. Eu também
estou assim. Amo eles, mas você é muito mais.
Não posso
dizer que minha felicidade se tornou completa ao saber que sou correspondida e
Nora aceitou numa boa. Ali mesmo nos beijamos mais e a levei para o banheiro,
onde tiramos a roupa e continuamos debaixo do chuveiro.
-- Felicity...
– Nora gemia sob meus toques na região intima e se molhando na água quente. –
Algum dia podemos colocar uma banheira?
-- Não é uma
má idéia. – Concordei, arrancando mais um beijo.
Nos secamos
juntas e acabamos indo para a cama, fazendo amor de forma intensa, nossa
primeira experiência juntas. Foi tudo lindo, maravilhoso. Ficamos ofegantes e
abraçadas. Como eu adorava abraçar minha amiga.
-- Minha
gatinha escocesa... – Beijando mais os lábios doces de Nora. – Minha pequena.
-- Fefe, eu
sou apenas cinco centímetros menor que você. – Nora me beijava mais e bagunçava
meu cabelo. – Vamos assistir um filme?
-- Tudo bem. –
Aceitei e inclusive sugeri um. – Que tal Jackie
Brown?
-- Na verdade,
ia sugerir Um Lugar Chamado Nothing Hill.
-- Ok, eu vou
pela sua escolha, gatinha escocesa.
Desfrutamos da
noite de chuva com filme, sanduíches, vinho e muito amor entre nós. Os dias que
se passaram foram os melhores. Nora e eu seguimos trabalhando, planejando nosso
futuro e ao mesmo tempo nos amando. Um dia, minha amiga e eu fomos visitar sua
família. Os Smiths são amigos de minha família. O pai de Nora, Eddard (ou Ned)
é um amigo do meu pai, Robert. Nossas mães também se dão bem. Ou seja, tudo em
família.
Nora tem um
gosto por gatos e na casa dos pais dela, havia pelo menos três bichanos, todos
fofos. Nora brincava com eles como uma criança.
-- Você gosta
de gatos, Felicity? – Catelyn me ofereceu um suco enquanto conversamos.
-- Gosto de
gatos, mas a vida inteira só tive cachorros. O último que tenho é uma collie
border chamada Snowball. Meus irmãos mais novos estão cuidando dela.
Mais tarde
Nora foi para o quarto dela, pegar uns livros e a segui, roubando mais um
beijo.
-- Fefe,
estamos na casa dos meus pais.
-- Não consigo
ficar longe de você, gatinha escocesa. – Mal fechei a porta e já partimos para
o beijo.
Apenas retirei
a calcinha dela, uma vermelha, minha cor favorita.
-- Sabia que
adoro vermelho? – Mostrando a calcinha para ela.
-- Eu sei, por
isso mesmo vesti. – Rindo.
Entre beijos e
carinhos feitos entre as pernas dela, acabamos sendo interrompidas pelo irmão
dela, George Smith.
-- Nora, você
está aí? PUXA! – Ele abriu a porta e levou um susto.
-- George! –
Resmungou minha amiga.
-- Desculpe,
eu não vi nada! – George se retirou dali, um pouco vermelho.
Almoçamos
todos juntos e ao fim da tarde voltamos para o apartamento, para mais um pouco
de amor. Certa vez quando fui ao Harrods comprar mais roupas, acabei trombando
com meu ex-namorado.
-- Fraulein! É
você? – Era ele, o confeiteiro casado.
-- Olá,
Manuel! – Cumprimentei, sendo educada. – Estou de saída, até mais!
-- Fraulein,
eu sei que a magoei, mas quero pedir perdão.
-- Está
perdoado. Agora pode ir. Estou ocupada!
Me afastei
depressa do confeiteiro. Manuel foi lindo quando nos relacionamos, agora não
queria saber. Cheguei no apartamento, com cheiro de bolinhos.
-- Minha
tigresa! – Ela surgiu diante de mim, só de avental. – Olha o que fiz para você.
Não podia
acreditar. Nora segurava uma fôrma contendo pelo menos dez cupcakes.
-- Tudo
isso... pra mim? – Sorria para ela.
-- Tudo o que
quiser, minha tigresa galesa!
Peguei um
cupcake e provei. Nossa, que delicia. Praticamente fui ao céu e voltei para
terra. Nora deixou a bandeja na mesa e me beijou a força.
-- Sua boca
com doce fica mais delicioso.
-- Gata
escocesa danada! -- Carreguei Nora para
o quarto e o resto... vocês sabem.
Dias após do
nosso ato amoroso na casa dos pais dela, Nora trouxe Keith Moon, seu namorado
para o nosso apartamento. Não fiquei com ciúme nem nada, até fiquei feliz por
isso. Me dou bem com Moonie e até cheguei a dizer que acho ele um tanto
selvagem e sensual. Passei a noite inteira escrevendo uma coluna musical para a
revista e só ouvia aqueles gritos dos dois. Quando terminei, acabei encerrando
por ver um seriado, justamente um dos meus favoritos, Sex and The City.
Nora acabou
entrando no meu quarto, só de camisa.
-- Estou triste.
– Disse a escocesa, se aconchegando nos meus braços.
-- Por que?
-- Porque você
não está participando. – Ela me beijou e sorriu.
-- Seu
namorado nos aceita?
-- Falei com
ele e achou um máximo... – Nora retirava minha calcinha e ficava entre minhas pernas. – Vamos?
Não respondi e
só permiti o prazer que minha escocesa proporcionava. O que não imaginava era
que Moonie estaria ali na porta, nos vendo.
-- Moon! –
Exclamei e Nora parou com o ato.
-- Errr...
desculpem. Eu não queria interromper. Posso continuar vendo?
Trocamos um
olhar significativo e puxamos Keith para perto de nós na cama.
-- Não vai
ficar olhando. Vai participar. – Disse Nora, beijando ardentemente o namorado e
ele me beijou.
Segunda
experiência maravilhosa: entre 3 pessoas. Moonie não só aceitou, mas também era
bastante atencioso. Com Nora, ele dava carinhos e beijos, comigo era o mesmo. E
nós duas retribuímos de todas as formas aquela atenção. Tanto que no outro dia,
Moonie amanheceu com dores nas pernas, marcas de chupões no pescoço e batom na
cara. Contudo, muito realizado.
E isso se
repetiu por umas vezes, até o dia que Pete resolveu me visitar. Moonie também
veio nos ver e jantamos todos juntos. Foi aí que aconteceu “o inicio de uma
crise”. Se eu soubesse da reação de Pete, não teria contado pra ele, pelo menos
não daquela maneira.
-- Pete, eu
queria dizer algo sobre mim. – Disse, tomando um pouco de água.
-- Pode falar,
amor. – Apertando minha mão.
-- Pois bem. –
Toquei a mão de Nora. – Eu gosto de você, mas amo minha amiga.
Pete parecia não
entender bem o que quis dizer.
-- Desculpe
minha ingenuidade, mas... como assim “você ama sua amiga?”. É algum código de
amizade?
-- Pete, eu
amo a Felicity de verdade. Somos bissexuais. Amamos uma a outra e também os
homens. – Disse Nora com desenvoltura.
Aquilo calou
meu namorado. Realmente o jantar não parecia ter sido bom. Mais tarde, Nora e
Moonie foram pro quarto fazerem amor e eu e Pete ficamos no meu quarto.
-- Bissexuais?
Vocês são tipo, adolescentes naquelas fases? – Pete exaltava demais.
-- Não é isso.
Somos mesmo. Até o Moonie aceitou numa boa isso e... eu amo a Nora de verdade!
-- Eu não
aceito isso! – Chutando a cama. – Você é minha namorada, MINHA NAMORADA!
-- Pete...
-- Droga! Por
que estou dando conversa pra você? Uma garota tão bonita como você, preferindo
a melhor amiga a mim! Você é uma vadia!
Aquilo me
deixou furiosa a ponto de acertar um tapa na cara do Pete. Algo que não
adiantou. Ele revidou o tapa, me derrubando no chão. E ainda cuspia filetes de
sangue.
-- Felicity...
amor... me desculpe... – Tentando me ajudar.
-- Vai embora
daqui! – Disse um pouco calma, evitando me alterar.
-- Amor...
-- VAI EMBORA
DAQUI!
Pete saiu do
apartamento às pressas e eu corri para o banheiro, ligando o chuveiro tirando a
roupa. Ignorei Nora que estava do lado de fora e chorei muito, com a mão na
bochecha onde o tapa foi atingido. Fiquei debaixo do chuveiro por muito tempo,
até ficar calma. Fui pro quarto e ainda chorei. Mais tarde a porta se abriu e
era Nora, nua, se deitando comigo.
-- Minha
tigresa... – Ela afagava meu cabelo. – Não chora. Estou aqui.
-- E o Moonie?
– Questionei e também ele se deita comigo, me abraçando e sussurrando.
-- Pete é um
canalha ciumento mesmo, um jumento tapado. Mas não fique assim. Estamos aqui
para te consolar.
Nora me
beijava muito e ali mesmo nós três fizemos amor na noite mais tensa de minha
vida.
Algum tempo
depois Keith e Nora terminaram. O motivo: ele engravidou Kim Kerrigan. Por isso
ele não veio nos visitar mais. Achei que fosse por causa da briga com Pete. Pra
piorar, Nora e eu não fazemos sexo faz três semanas e eu sentia falta dela, dos
seus carinhos, suas palavras, sua doçura. E ainda ela chorava no apartamento
inteiro. Por não agüentar mais aquele sofrimento, resolvi sair para comprar
algo e acabei encontrando um filhote de gatinho, de pelagem amarela e olhos
azuis como os de Nora. Ele estava na caixa de papelão, perto do lixo e resgatei
o bichinho. Cuidei dele e esperei ela chegar.
Nora entrou no
apartamento, ainda com o rosto triste e eu ajeitava o bichano. Esperei ela
entrar no quarto e aí entrei ali.
-- Nora...—Sentei
na beira da cama. – Tenho um presente pra você.
Mostrei o
filhote e acredite, ver o sorriso de minha amiga mais uma vez é tão
reconfortante.
-- Nossa, que
lindo! – Ela afagava o bichinho. – Ele é tão fofo. Que nome vamos colocar nele?
-- Bem, você é
fã de cinema... que tal... Godard? – Sugeri.
-- Perfeito. –
Depois olhando pra ele. – Agora seu nome é Godard. Obrigada, Felicity. Eu te
amo, meu amor.
-- Eu também,
Nora. – Abraçando ela e depois ajudando-a cuidar do gatinho.
Colocamos
Godard numa almofadinha e deixamos para ele uma tigelinha de leite e outra com
um pouco de sardinha.
Quando
voltamos pro quarto, envolvi minha amada com mais beijos na cama e ela me
impediu.
-- Amor, me
desculpe, mas to naqueles dias, a gente podia ficar aqui juntinhas.
-- Tudo bem,
podemos ficar aqui.
Ficamos de
conchinha no edredom enquanto a chuva caía. No outro dia acordamos bem, ou
melhor, quase. Nora ainda estava “naqueles dias”. Na revista, encontrei
Anastacia Rosely finalizando a edição.
-- Olá,
Felicity.
-- Olá, Ana.
-- Está tudo
bem?
-- Um pouco
cansada, mas agüentando. – Suspirou. – E como anda sua relação com Nora?
-- Perfeita e
muito feliz. – Observei Ana e vi que ela não anda bem. – Tem algo de errado?
-- Minha relação
com Enty está decaindo... e queria algo pra renovar. Algo novo pra salvar nossa
relação.
-- Talvez
precise experimentar coisas novas. – Passando a mão nos cabelos de Ana. – E alias,
você tem uma boca linda.
-- Err...
obrigada. – Ana agradece e eu me aproximei mais dela. – Felicity... e Nora?
-- Ela sabe
que pode acontecer de alguma de nós, querer algo com outra mulher. – Segurei seu
rosto e a beijei devagar e Ana corresponde com ardor.
-- Oh...
Fefe... você beija bem. – Ana respirava fundo e voltou a me beijar.
Prometi a mim
mesma dar um momento intenso para Ana e contarei com Nora para me ajudar nesta
missão.

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