Tenham uma boa noite e fiquem com o novo capítulo do retornado Laços do Blues!
Capítulo 10: Pretty Woman
Rosie POV
Quando amanheceu notei o vazio deixado na minha cama. George Best deve
ter acordado cedo e partido logo para Londres. Fiquei deitada por um bom tempo
pensando nele ao som de John Mayall and the Bluesbreakers. Por breves momentos
senti a culpa invadir minha consciência. Clapton não merece isso. Por outro
lado, devo admitir que gostei de estar com jogador sexy do M.United. Aqueles
olhos azuis, aquela boca, o corpo dele... Tudo nele é um pecado. Quanto a
Clapton, ele é um anjo tímido, porém sedutor quando toca guitarra.
As dez da manhã me levantei, mais alegre. Tomei café enquanto Marianne
lavava as janelas e ainda perguntou.
-- Como foi sua noite com George “tarado” Best?
-- Foi ótima. Nunca senti tanto prazer desse jeito. – Respondi,
suspirando e lembrando-se da noite passada.
-- Que bom. Prometo não contar a ninguém sobre o que aconteceu. –
Disse Mari, enfática.
-- Obrigada, Marianne. – Agradeci. Sabia que poderia muito bem contar
com minha amiga para os meus segredos. Não é a toa que nossa amizade cresceu
desde que nos tornamos colegas na Universidade de Oxford e dividimos o
apartamento junto com outros colegas.
Confessei também a ela sobre o que realmente estava sentindo com
relação a tudo isso. Quer dizer, trair meu namorado não estava neles. Mas George
Best tem uma espécie de poder que não conseguia fugir. Uma tentação muito
forte.
Depois disso voltamos às atividades normais. Praticamente um mês se
passou e o Cream retornou para mais apresentações e desta vez eles iriam tocar
na mesma semana que os Hollies, o que gerou mais preocupação a Clapton.
No tempo em que permaneceu na cidade, Clapton e Ginger passaram a
freqüentar nosso apartamento e inclusive chegavam a levar Jack Bruce. Ele
parecia normal quando via o guitarrista e eu juntos. Mas não deixava de notar
que ele me olhava com muita vontade e eu procurava evitá-lo até na conversa.
Quando Eric e eu fazíamos amor, olhava para ele e logo a imagem de
George Best permanecia ali, aumentando meu desejo. Houve uma noite que nosso
prazer era tanto que quase falei o nome do jogador no ouvido dele. Para minha
sorte, Eric não percebeu.
Aos poucos percebia algo no meu amado guitarrista tímido. Ele andava
com olhar muito distante, perdido. Tentei falar com ele, mas sempre esquivava e
isso me magoava demais. Aos poucos
aquele sentimento por ele estava esvaindo e procurava manter acesa nossa
paixão. Agradava de todas as formas e nada. Clapton estava sério. Sam Benson
também percebia minha reação negativa não dizia nada. Na verdade ele procurava
não se envolver nisso.
Graham Nash praticamente virou um grande amigo. Confesso também que
imaginava eu e ele sozinhos, no quarto, na cama... Melhor não descrever o resto
dos meus pensamentos. Confessei a ele sobre meu relacionamento com Clapton, as
atitudes suspeitas dele e por fim minha traição. Nash suspirou e olhou para o
céu e pro fim confessou.
-- Traição... uma coisa difícil de enfrentar. Aconteceu comigo certa
vez. Trai minha esposa com uma mulher muito bonita. Inclusive escrevi uma
música a ela.
-- É alguém que conheço? – Perguntei muito curiosa.
-- Se conhece os Rolling Stones, é fácil de saber de quem estou
falando.
Ao falar da banda, imediatamente lembrei-me da cantora Marianne
Faithfull. Então, Nash teve um caso com ela? Era quase inacreditável. Nossa conversa
continuou até o fim da tarde quando ele retornou ao hotel.
Falta uma semana para o grande show e eu me encontrava nervosa. Tinha
trabalhos da faculdade a serem concluídos e tinha de ficar ao lado de Sam para
ajudar nos negócios da preparação e toda aquela parte burocrática. Para
esquecer a angustia, pensava em George Best. Todo o dia lia no jornal e lá estava
ele, primeira página como jogador e nas revistas acompanhado de uma bela
mulher.
Aquilo estava me matando. Como posso estar sofrendo por um cara que
dormi só uma noite? E ainda mais um jogador de futebol? No sábado à noite,
Ginger apareceu de surpresa, para a alegria imensa de Marianne. E de novo meus
outros companheiros da república não estavam e aí teria de agüentar os excessos
de Mari e Ginger a noite toda. Vou parecer a Felicity com insônia.
Resolvi ficar um pouco no jardim e fumando. Olhei para a avenida. Um
pouco distante havia um salão ou pub onde todos os sábados é dia de festa. Vi
as pessoas entrando e saindo, uma agitação boa. Olhei para as estrelas e me
veio uma tristeza. Não me lembrava de Clapton, mesmo a amá-lo. E sim do
jogador. George Best. Confesso mesmo estar com saudades dele. O sorriso dele,
os olhos, aquele corpo... Entre suspiros e lembranças, alguém toca minha mão e
sussurra no meu ouvido.
-- Você fica linda sob a luz do luar!
Quando me virei, dei de cara com ele. O homem que provoca um desejo
incontrolável em mim.
-- Achei que você tivesse sumido... SEU CANALHA! – Dei um tapa na cara
dele e em seguida me arrependi.
Novamente olhei naqueles olhos azuis... Não me controlei e o beijei
ali mesmo, de modo agressivo. Desejei que nenhuma mulher terá a boca dele e provar seu gosto. Somente eu
provarei.
Levei o para meu quarto e ali começamos nosso segundo momento juntos.
Tiramos nossas roupas
apressadamente e voltamos aos beijos. Deitei Best na cama e toquei seu membro
com vontade. Best gemia demais com meus carinhos, envolvendo beijos, lambidas e
mordidinhas leves no corpo e ali embaixo. Ele fez o mesmo comigo. Apertou meus
seios, beijou todo meu corpo até chegar ali no meio das minhas pernas. Mais
prazer sentido. Até finalmente ele me penetrar. Foi dolorido no começo, mas
depois... As mil maravilhas.
Nosso prazer era tanto que se
tornou forte e agressivo. Best me possuía quase a força. E pela primeira vez,
comecei a gritar. Algo que nunca fiz com Clapton e nem com Lennon.
-- OH BEST... EU TE ADORO! TE ADORO, BEST! – Gritava abraçada nele
enquanto as estocadas eram tão poderosas.
E mais uns minutos depois nós dois conseguimos alcançar o prazer. Ele
praticamente se esparramou no meu corpo. E nós dois suados, cansados e
ofegantes demais. Não sabia bem o que dizer. Tudo foi perfeito, intenso e
selvagem. Best afagou meu rosto e disse:
-- Eu te amo, ruiva.
Não respondi. Estava confusa mesmo. Amo Clapton e ao mesmo tempo
desejava ardentemente Best. Meus pensamentos foram interrompidos com Mari
batendo na porta.
-- Rosie! Temos visitas do United! – Avisou minha amiga.
Olhei para George e ele saia da cama e se vestia.
-- Você trouxe o time inteiro pra cá? – Perguntei em pânico. Só de imaginar
Matt Busby e o time por aqui, já seria humilhante.
-- Não! – Ele respondeu enquanto calçava seu sapato. – Só deixei seu
endereço se caso estivesse com você.
Descemos as escadas e para minha sorte, não estavam quase onze
jogadores e sim uma parte da chamada “Santa Trindade”, formada por Bobby
Charlton e Denis Law. Os dois, junto com Best, formavam o trio mais imbatível
do United. Os dois jogadores se levantaram do sofá e conversaram com Best. Na
verdade eles estavam me olhando espantados e Denis perguntou.
-- É ela? – Apontando para mim.
-- É sim, Law! – Confirmou. – Vamos embora.
Bobby Charlton e Denis Law se despediram de mim, Marianne e Ginger.
Antes de ir, falei para Best o seguinte.
-- Eu quero que fique sem beber e sem mulheres por vinte minutos. –
Disse, piscando pra ele.
-- Aceito o desafio... – Respondeu. – E o que ganho?
Olhei para ele, bem sensual.
-- Ganha eu mesma. Sou totalmente sua.
Best sorriu e por fim disse:
-- Vale a pena o sacrifício.
Eles foram embora e voltei para a cama. No dia seguinte, levantei da
cama e só coloquei um moletom comum e minha calcinha. Pelo fato de só a Mari e
eu ficamos na república, não tive nenhum problema com isso. Subi as escadas e
na hora que fui bater na porta do quarto dela, ouvi uns gemidos. Abri um pouco
e consegui entrar. O que pude ver era... Marianne. Ela só estava de calcinha e
se tocando freneticamente de olhos fechados.
-- Oooooh... ooooh... – Gemendo demais, até que ela disse meu nome. –
Ooooh... Rosie... Seja minha....
Normalmente eu ficaria lisonjeada se um cara se tocasse pensando em mim. Mas uma garota? E
justamente a Marianne? Mas ela tem o Ginger. Sai dali do quarto e fui tomar
banho. Pensei em Marianne nos motivos que a levaram sentir desejos por mim.
Aquilo não é normal. Uma mulher se interessar por outra e além disso era
perigoso.
Sai do banheiro e fui pro quarto pentear meu cabelo e depois continuar
no café. Marianne apareceu, mais alegre e usando uma blusa e calcinha branca.
Por incrível que pareça, me excitou.
-- Bom dia, cabelos de fogo. – Marianne afagou meus cabelos e derreti.
Em seguida ela caminhou até a cozinha servindo-se de café e a observei
em cada detalhe. As pernas dela tão maravilhosas, o corpinho, os cabelos e
aquela boca... O que deu em mim? De repente, me peguei desejando ardentemente
Marianne. Do mesmo modo que permiti que ela se aproximasse de mim, lambesse
meus dedos e minha boca e iniciando um beijo. Sim, ela beijou e forte.
Depois do beijo, ela me tocou ali embaixo. Oh meu deus, estava...
molhada.
-- Preciso te contar algumas coisas que você não sabe sobre mim. – Ela
disse, ainda afagando meus cabelos.
-- Como esse beijo? – Perguntei. -- E a... Masturbação pensando em
mim? Desculpe. Eu ouvi você gemendo e se tocando pensando em mim.
Mari sorriu e continuou a dizer:
-- Eu estudei num colégio só para garotas, assim como minha mãe, minha
irmã Olívia e agora minha irmã Samantha. Durante boa parte da minha vida cresci
rodeada de garotas e quando a puberdade apareceu, eu comecei a ter desejos por
garotas. Namorei algumas, mas depois que vim pra faculdade não fiquei com
ninguém. Contudo, desde que conheci você, fiquei encantada.
-- Mas... Mari... eu não sou como você. – Justifiquei, assustada. -- Eu não sei o que fazer. Olha, entenda. Eu
respeito você, gosto de você e muito.
Gosto da sua amizade, mas não existe possibilidade de mais do que isso
acontecer. E sabe que... É perigoso. Não pense mal de mim
-- Tudo bem, só me deixe beija - lá mais uma vez e não a perturbarei
mais com isso.
E nos beijamos muito. Devo confessar que foi maravilhoso beijar uma
mulher. No trabalho, pensei em
Marianne. Na aula também e durante a noite. Nenhum dos nossos
colegas que moram na república não desconfiaram. No entanto, passaram-se três
dias após isso e de repente me peguei pensando da minha amiga a ponto de me
masturbar. Isso aconteceu no chuveiro e depois no quarto. Por sorte a turma
tinha saído à noite e voltará pela manhã.
-- Aaaaah.... Marianne... eu... quero... você... – Disse entre
gemidos.
Atingi o clímax, sem acreditar no que fiz. Fiquei uns minutos olhando
pro teto e sai do quarto, caminhando em direção ao corredor e parando na porta
do quarto de Marianne. Ouvi os gemidos e entrei ali. Observei mais minha amiga
e desta vez ela não vestia nada. Nem mesmo uma calcinha. Sentei na beirada da
cama discretamente e Mari continuava se tocando. A vontade que tinha era sentir
tudo. E ali mesmo ela chegou lá, ofegante e cansada. Abriu os olhos e me viu.
Voltei logo para o quarto, assustada e Marianne me seguiu.
-- Me desculpe... Acabei te vendo... sabe?
-- Mas essa era intenção. – Me beijando de selinho. – Rosie, não vamos
mais nos recusar. Sabe perfeitamente que nos amamos.
Demorei para entender esse amor. É bem diferente do que sinto pelo
Clapton ou Best. É como se ela e eu nos completamos em tudo.
-- Marianne... Eu posso dizer uma coisa?
-- Diga, meu bem.
-- Eu quero... provar você... – Toquei ali entre as pernas dela.
-- Sabe que é meu maior desejo. – Marianne sorria com isso e em
seguida deitou na minha cama. – Vem, querida. Sente no meu rosto.
Retirei a calcinha e fiz
conforme Mari pediu. Sentei devagar no rosto dela e meu deus! O que foi aquilo?
Mil sensações boas num sexo oral. Mari tocava minhas pernas e meus seios, ao
mesmo tempo me saboreava, passando a língua na minha região íntima. Gemia tanto
que mal me agüentei e atingi o orgasmo.
Depois foi minha vez. Marianne
afagava meus cabelos enquanto a chupava e devo confessar que é muito bom. Marianne
é suave, deliciosa, um tesão de mulher, com olhar de menina. Ela gritou tanto
quanto eu no sexo oral e também chegou lá.
Depois ela tirou minha
blusa, revelando minha nudez e ela abocanhou meus seios. Só que me machucou.
Marianne se empolgou e mordeu meu mamilo.
-- Ai, Mari!
-- Me desculpe, amor...
Foi sem querer...
-- Já passou.
Mari sugeriu algo para nós.
Ela ficou sentada e me pediu para ficar como ela, com a diferença que nossas
partes intimas fossem se encostar num tipo de caricia erótica. E então
começamos nos esfregando devagar. Puxava a perna de Mari para ela ficar mais
perto de mim. Continuamos por vários minutos até nos beijarmos e outra vez o clímax
atingido.
Ficamos deitadas, aninhadas e uma olhando para outra.
-- Eu te amo, Marianne. – Me declarei. – Tanto que meu coração mal agüenta.
Tanto quanto meu namorado. Tanto que minha alma não é completa sem você.
-- Eu te amo mais do que tudo, mais do que minha vida, minha arte e o
outono. Você é minha razão de viver e existir, meu coração é só seu.
A declaração dela mexeu em minha alma e ali mesmo eu jurei estar
sempre com ela para tudo. Alguns meses depois aconteceram as férias. Marianne
me convidou para passar uma semana na casa dos pais dela em Shefield e na outra
ela ficaria comigo em
Liverpool. Foi uma longa viagem mas valeu a pena.
Chegando lá a família toda a recebeu.
-- Marianne! – Aquela senhora deve ser a mãe. – Sentimos tanta
saudade.
-- Eu também, mamãe. – Ela me puxou junto. – Eu trouxe uma amiga. O
nome dela é Rosie Donovan. É minha colega da faculdade.
-- Muito prazer, Rosie. Eu sou Helen, a mãe de Marianne.
-- Obrigada, senhora Jones.
Fui apresentada a todos da família, desde o casal de irmãos gêmeos até
a mais velha, Olivia. Antes de ir para o quarto, outra pessoa apareceu. E meu
deus, quem é aquele homem? Ele... Ele... é tão perfeito. Nunca vi perfeição num
homem só. Ele abraçou Marianne.
-- Rosie, este é meu irmão, Edmund Jones.
Apenas sei de uma coisa: ele me paralisou ali, completamente...
Continua...

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